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Moeda de pagamento (gestão de risco das transações)
PRÉVIA
Este texto aborda alguns dos riscos que os exportadores correm ao lidar com moedas de diferentes nações. Também discute maneiras de como as flutuações cambiais podem ser previstas e como os participantes do comércio internacional podem se proteger das oscilações de valorização da moeda que pode ser contra eles. Alguns dos aspectos mais técnicos do capítulo podem ser omitidos se forem demasiado complexos para o nível em que é oferecido o curso.
8-1 Moeda de Cotação do Contrato de Venda
I. Outro motivo de preocupação é a moeda usada na transação:
a. A moeda do país exportador?
b. A moeda do país importador?
c. A moeda de um terceiro país?
d. A flutuação da moeda;
e. A conversibilidade da moeda.
8-1a Moeda de Exportador
I. Risco de flutuação da taxa de câmbio é zero para exportador;
II. Riscos cambiais serão suportados pelo importador.
8-1b Moeda do Importador 
I. Risco de flutuação da taxa de câmbio é zero para importador.
II. Riscos cambiais serão suportados pelo exportador.
8-1c Moeda de Terceiro País
I. O exportador e o importador são responsáveis por flutuações da moeda de seu país contra a de país terceiro;
II. Moeda artificial, tal como direito de saque especial (DSE) do Fundo Monetário Internacional, pode ser usada.
8-2 O Sistema de Taxas de Câmbio
8-2a Tipos de Taxas de Câmbio
I. A taxa de câmbio entre duas moedas é o valor de uma moeda expressa em unidades da outra.
a. A primeira forma de valorizar a moeda é a cotação direta, ou o valor da moeda estrangeira expressa em unidades da moeda local.
b. A segunda forma de valorizar a moeda é a cotação indireta, ou o valor da moeda nacional expressa em unidades de moeda estrangeira.
c. Cotação direta = _____1_____
                             Citação indireta
II. Taxa de câmbio à vista (spot), ou a taxa de câmbio de uma moeda estrangeira para entrega imediata (em quiosques de câmbio e bancos em todo o mundo);
III. Taxa de câmbio futura, ou a taxa de câmbio de uma moeda estrangeira para ser entregue 30, 90 ou 180 dias a partir da data de citação
8-2b Tipos de Moedas
I. Moedas de câmbio flutuantes são moedas estrangeiras cujo valor muda (ou pode mudar) diariamente em relação a outras moedas:
a. Países mais envolvidos no comércio mundial têm moedas de câmbio flutuantes;
b. Alguns países tentam controlar a capacidade de flutuação de suas moedas.
II. Moedas atreladas
a. Os países com moedas muito voláteis podem tentar atrelar sua moeda a uma moeda que é mais estável;
b. Atrelar uma moeda a uma moeda estável fará com que a taxa de câmbio seja previsível.
c. Dolarização: um país pode substituir sua moeda pela de outro país.
III. Blocos monetários flutuantes – Sistema Monetário Europeu:
a. Há países cujo volume de comércio é tão intenso que decidem criar um bloco monetário;
b. Sistema Monetário Europeu (SME) deu origem ao euro;
c. Um bloco monetário, eventualmente, pode evoluir para uma taxa de câmbio fixa entre todas as moedas internas dos países envolvidos.
8-3 Teorias para Determinar a Taxa de Câmbio
I. Para que a empresa possa definir quais são os riscos em uma transação com moeda estrangeria, é crucial entender como são determinadas as taxas cambiais. Quando a gerência de uma empresa compreende as teorias por trás das flutuações da taxa cambial, ela pode prever e, assim, definir a melhor estratégia pra uma transação específica;
II. Existem cinco teorias diferentes e complementares que ajudam a explicar as variações nas taxas cambiais entre dois países.
8-3a Paridade do Poder de Compra
I. Essa teoria sustenta que as taxas de câmbio devem refletir as diferenças de preços de cada produto entre os países;
II. Este é essencialmente impossível de alcançar e medir, dada a disparidade de bens e serviços adquiridos em todo o mundo;
III. A teoria sustenta que as taxas de câmbio devem refletir as diferenças nas taxas de inflação entre os países;
8-3b Efeito Fisher
I. Observação de que a taxa de juros nominal de um país compreende tanto a taxa de inflação daquele país quanto a taxa de juros real que os tomadores pagam;
II. Espera-se que essa taxa de juros real seja "uniforme" em todo o mundo;
8-3c Efeito Fisher Internacional
I. Observação de que as taxas de câmbio refletem as diferenças entre as taxas de juros nominais em diferentes países;
II. Ele postula que, se as taxas de juros nominais são mais elevadas no país de F do que no país D espera-se que a moeda do país F se desvalorize em relação à moeda do país D;
III. Conceitualmente, a taxa à vista esperada reflete o fato de que um investidor teria o mesmo rendimento de um investimento, tanto no país D quanto no F;
8-3d Paridade da Taxa de Juros 
I. Esta teoria relaciona a taxa de câmbio futura da moeda estrangeira à sua taxa à vista, usando as diferenças nas taxas de juros nominais entre o país estrangeiro e o ambiente doméstico;
II. O princípio é que a taxa de câmbio futura deve ser expressa na forma de desconto se as taxas de juros nominais do país estrangeiro forem mais elevadas que as taxas locais e deve refletir o ágio se as taxas de juros nominais estrangeiras forem mais baixas;
8-3e Taxa a Prazo como Fator Preditivo da Taxa à Vista, sem Viés
I. Esta teoria sustenta que as taxas de câmbio a prazo de uma moeda é um bom fator preditivo da taxa de câmbio futura à vista daquela moeda;
II. Em outras palavras, se a taxa a prazo de uma moeda tiver desconto de 2% no prazo de vencimento de n dias, a taxa à vista em n dias deve ser 2% inferior à taxa atual;
8-4 Previsão da Taxa de Câmbio 
8-4a Previsão Técnica 
I. Os chamados métodos de previsão técnica baseiam-se, essencialmente, em análises de séries temporais:
a. Médias móveis simples;
b. Sofisticados métodos ARIMA (Modelos Auto regressivos Integrados de Médias Móveis) - também chamados de Box-Jenkins;
c. Modelos de redes neurais que exigem pacotes de softwares específicos e computadores muito potentes;
d. Existem várias fontes possíveis para previsões técnicas.
II. A previsão técnica é baseada na premissa de que os movimentos futuros do valor de uma moeda são "matematicamente" relacionados aos seus movimentos passados;
III. Usa técnicas que dão origem a padrões com dados históricos;
IV. Tais previsões técnicas são úteis para determinar as possíveis variações da taxa de câmbio de uma moeda no curto prazo;
V. No longo prazo, elas tendem a acumular erros rapidamente, pois ignoram os fundamentos econômicos da determinação da taxa de câmbio;
8-4b Previsão Fundamentada
I. Desenvolvimento de um modelo causal que considera:
a. Taxa de câmbio de uma moeda específica é variável dependente;
b. Taxas esperadas de inflação, taxas de juros nominais, as taxas de juros futuros e as taxas de juros reais como variáveis ​​independentes;
c. Uso de técnicas de uma grande regressão linear múltipla e análise de variância (ANOVA).
II. Problema com modelos causais é:
a. Dificuldade de considerar todas as influências possíveis sobre determinada taxa de câmbio de uma moeda;
b. Limitando a colinearidade inevitável das variáveis ​​independentes;
8-4c Previsão Baseada no Mercado
I. Com base na premissa de que "o mercado sabe melhor";
II. A "sabedoria" do mercado pode ser distorcida por objetivos dos especuladores;
III. Não leva em conta as intervenções dos governos.
8-5 Gestão do Grau de Exposição da Transação
I. A exposição ao risco de utilização de moeda estrangeira do país é chamado de exposição da transação;
II. Exposição de transação pode ser assumida pela empresa ou prevenida (coberta) ou reduzida (usando-se uma das três técnicas abaixo);
III. Estratégia de exposição da transação dependente da:
a. Previsão de taxa de câmbio envolvida;
b. Tamanho da empresa;
c. Capacidade da empresa de suportar o risco cambial;
d. Tamanho da fatura em relação ao total de vendas;
e. Sofisticação da Companhia no mercado financeiro internacional;
IV. Normalmente a melhor alternativa é se prevenir (cobertura) dos riscos cambiais;
8-5a Assunção de risco
I. Os grandes operadores comerciais tendem a assumir os seus riscos;
II. Os exportadores/ importadores com pouca exposição (ou seja, que exportam ou compram produtos de valor relativamente baixo, em pequena quantidade; para eles, a perda cambial não traria consequências financeira significativas) tendem a assumir seus riscos;
III. Algumas empresas não avaliam os riscos, por isso, com ou sem razão, eles assumem os seus riscos.
8-5b Proteção de Mercado Futuro
I. A empresa vende a prazo recebíveis futuros em moeda estrangeira ou;
II. A empresa compra a prazo a quantia necessária para cobrir uma dívida em moeda estrangeira;
III. Em qualquer dos casos, as empresas eliminaram os riscos de flutuações cambiais ao usar a proteção de mercado futuro.
8-5c Garantias do Mercado de Capitais
I. O uso do sistema bancário do país em cuja moeda serão feitas as transações de valores a receber ou a pagar;
II. É eficaz, uma vez que permite à empresa utilizar a taxa de câmbio vigente na data da transação, em vez de especular sobre o valor da taxa de câmbio da data do pagamento;
III. Minimiza os riscos de flutuações cambiais.
8-5d Garantias do Mercado de Opções
I. É também possível efetuar a cobertura de um risco de flutuação de moeda estrangeira com opções. Esta é uma alternativa ainda mais sofisticada, pois equivale a ficar desprotegido – assumindo o risco – se as flutuações da taxa de câmbio se mostrarem favoráveis e a comprar uma apólice de seguro para se proteger contra variações desfavoráveis da taxa cambial. Se a taxa de câmbio se mostrar desfavorável, a empresa pode usar sua opção – a apólice de seguro – e estará coberta. Se a taxa se mostrar favorável, a empresa pode se beneficiar com essa situação ao não exercer sua opção, embora perca o custo pago pela opção;
II. Essa estratégia envolve a aquisição de opções de compra ou de venda ou de opções de comprar ou vender certas moedas segundo determinada taxa cambial em uma data específica ou antes dela;
III. Essas opções são muito caras;
IV. Essas opções são oferecidas apenas para um número limitado de moedas;
V. Os valores não são tão flexíveis como em mercados futuros;
VI. Alguns bancos emitem opções especificamente desenhadas para as necessidades do cliente;
VII. Para as empresas sofisticadas que lidam com o comercio internacional, essa estratégia tem grande potencial.
8-6 Instituições Bancárias Internacionais
8-6a Bancos Centrais
I. Bancos Centrais criam e controlam a oferta monetária:
a. Através de operações de mercado;
b. Através do controle da moeda.
II. Funcionam como uma câmara de compensação das contas relativas a cheques emitidos de contas em diversos bancos nacionais;
III. Em alguns países, eles também tentam "gerir" a taxa de câmbio da moeda nacional e as reservas nacionais em moeda estrangeira.
8-6b Fundo Monetário Internacional 
I. Criado em 1944, na Conferência de Bretton Woods;
II. Projetado para supervisionar o sistema de taxa cambial fixa;
III. Com fim do padrão-ouro em 1971, o FMI mudou seu foco para ajudar os países a gerenciar sua balança de pagamentos;
IV. FMI empresta dinheiro aos países que têm dificuldades com a sua balança de pagamentos; os empréstimos em geral são acompanhados de várias condições com as quais o país tem de concordar: o controle da inflação e aumento das reservas monetárias.
V. FMI é também curador da moeda artificial chamado de "Direitos de Saque Especiais" [SDR]:
a. Projetado para complementar o dólar norte-americano em seu papel de moeda internacional;
b. Valor da SDR é determinado por uma cesta de quatro moedas (dólar americano, euro europeu, libra esterlina e iene japonês);
c. SDR muitas vezes não é utilizado por empresas;
d. Muitas vezes usado pelos governos para liquidar as suas dívidas entre países;
e. Também é usado na conciliação de disputas no âmbito das convenções de responsabilidade de transporte marítimo de cargas.
8-6c Banco de Compensações Internacionais
I. Foi criado após a Primeira Guerra Mundial para gerenciar os custos de recuperação da Alemanha;
II. Evoluiu para grande defensor de Bancos Centrais (que são filiados a ele);
8-6d Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento - Banco Mundial
I. Criado em 1945 depois da conferência de Bretton-Woods;
II. Projetado para ajudar os países a reconstruir sua infraestrutura após a Segunda Guerra Mundial;
III. Agora financia grandes projetos de infraestrutura em países em desenvolvimento.
8-6e Ex-Im Bank
I. O Banco de Importação e Exportação (Ex-Im Bank) é uma agência governamental dos Estados Unidos;
II. Faz empréstimos a grandes exportadores americanos;
III. Faz garantias de empréstimos para os bancos que financiam exportadores;
IV. Faz apólices de seguro de risco político, disponíveis por intermédio da Associação de Seguro do Crédito Estrangeiro.
8-6f Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Internacionais [SWIFT]
I. Corporação que mantem uma rede eletrônica de intercâmbio de dados criada por bancos;
II. Permite a transmissão de cartas de crédito e diversas transferências de fundos;
III. Por causa do alto nível de segurança da rede, os documentos transferidos têm o mesmo valor de documentos originais em papel.

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