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1 Mecânica dos Solos I Aula 03 Curso Técnico em Edificações Carga Horária: 40 h (02 aulas semanais) Fase / Módulo: II Bibliografia Básica ●PINTO, C, S. Curso Básico de Mecânica dos Solos. 3° edição. Oficina dos Textos, 2006. ●DAS, B. M. Fundamentos de engenharia geotécnica. São Paulo: Cengage Learning, 2014. ●SCHNAID, F. Ensaios de Campo e suas aplicações à Engenharia de Fundações. 1° edição. Oficina dos Textos, 2000. ●MASSAD, F. Obras de Terra – Curso Básico de Geotecnia 1° edição. Oficina dos Textos, 2003. Origem e natureza dos solos ●O solo é um material friável originado da decomposição das rochas existentes na crosta terrestre. ●Material de origem dos solos Rochas. • A decomposição é decorrente do intemperismos causado por agentes físicos e químicos como: • Água do congelamento; • Liberação de pressão; • Expansão e contração termal; • Organismos vivos; • Água • Ácidos • Atividade biológica Ação do congelamento: água repetidamente congela e descongela em rachaduras e poros da rocha, causando sua fragmentação devido a expansão do gelo. Figura: Ação do congelamento Fonte: http://educacao.globo.com/geografia/assunto/geografia-fisica/intemperismo.html Liberação de pressão: ocorre em rochas formadas em profundidade, quando exposta, devido a erosão, a pressão confinante é reduzida e se formam juntas (rachaduras) planares à superfície da rocha. Figura: Liberação de pressão Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA_SUAD/intemperismo Figura: Liberação de pressão Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAeq5wAA/apostila- geologia-mineralogia-nova?part=8 1 2 3 4 5 6 2 Expansão e contração termal: durante a expansão e contração termais, o volume das rochas muda à medida que estas são aquecidas e resfriadas. A diferença de temperatura em diferentes partes do corpo rochoso cria tensões que fragmentam a rocha. Organismos vivos: interação de organismos vivos com as rochas, exemplo: Figura: Árvore em rocha Fonte: https://aidobonsai.com/tag/bonsai-na-natureza/ Intemperismo químico: processos pelos quais os materiais rochosos são decompostos e ocorre alteração da sua composição química original. Figura: Série de reação de Bowen e resistência ao intemperismo químico. Fonte: Fundamentos da Engenharia Geotécnica – Braja M. das. Os solos, produtos do intemperismo, podem permanecer no mesmo lugar (solo residual) ou ser levados para outros lugares por agentes físicos (solos sedimentares). • Perfil de solo residual • Horizonte O: geralmente possuí poucos centímetros de espessura, sendo constituído basicamente de matéria orgânica. • Horizonte A: camada de solo com grande quantidade de matéria orgânica e intensa atividade biológica. Sofre um intenso processo de lixiviação dos minerais por meio da infiltração de água, a qual dissolve os minerais e os carrega para o horizonte B. • Horizonte B: zona de acumulação devido a lixiviação do horizonte A. Contêm menos matéria orgânica. • Horizonte C: consiste em rocha parcialmente alterada. Neste horizonte ainda é possível visualizar feições da rocha de origem. Nos horizontes A e B a composição e a textura da rocha já foram completamente alteradas não sendo esta mais reconhecível. • Perfil de solo sedimentar • Não segue uma ordem bem definida como o perfil residual; • As propriedades se alteram de acordo com a época, forma e o tipo material depositado; • A resistência não necessariamente aumenta com a profundidade da camada; 7 8 9 10 11 12 3 Tamanho das partículas: A primeira característica que diferencia os solos é o tamanho das partículas que o compõem. A diversidade no tamanho dos grãos é enorme e, geralmente, em um solo convivem partículas de tamanhos diversos. Figura: Limites das frações de solo pelo tamanho. Valores adotados pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 17Mecânica dos solos 18Mecânica dos solos 13 14 15 16 17 18 4 19Mecânica dos solos 20Mecânica dos solos 21Mecânica dos solos Pedregulho ou partículas maiores: geralmente são constituídas de agregações de minerais distintos. Areia e siltes: geralmente constituídas de um único mineral (quartzo), bastante resistente, com formato equidimensional, como cubos ou esferas. Argilas: fração mais fina do sono, composta dos chamados argilominerais proveniente da decomposição dos feldspatos. Possuem formatos distintos (placa, tubular), estrutura complexa e comportamento muito diferente aos grãos de silte e areia. A água tem papel fundamental na sua estrutura e comportamento. 22Mecânica dos solos Identificação do solo é feita por meio de: – Análise granulométrica – consiste na fase de peneiramento, em que uma amostra de solo seco é passa por uma série de peneiras, marcando-se o peso de solo que passa por cada peneira (porcentagem passante). 23Mecânica dos solos Identificação é feita por meio: – Análise granulométrica – para solos muito finos (diâmetro inferior a abertura da peneira n° 200 de 0,075 mm), emprega-se o ensaio de sedimentação. Colocar-se certa quantidade de solo em suspenção em água. As partículas cairão com velocidades proporcionais ao seu diâmetro e assim consegue-se “separar” os diferentes tamanhos de grãos. 24Mecânica dos solos Representação do ensaio de sedimentação. 19 20 21 22 23 24 5 Identificação é feita por meio: – Análise granulométrica – Sedimentação 25Mecânica dos solos Identificação é feita por meio: – Análise granulométrica – Peneira n° 200 (# 0,075 mm) 26Mecânica dos solos Identificação é feita por meio: – Análise granulométrica – Após a realização do peneiramento e da sedimentação, seus resultados são representados graficamente em função do tamanho das partículas e da “porcentagem passante”. 27Mecânica dos solos Identificação é feita por meio: – Índices de consistência ou Limites de Atterberg: baseiam-se na constatação de que um solo argiloso apresenta comportamentos bem distintos conforme o seu teor de umidade. – Muita água Solo se comporta como um líquido. 28Mecânica dos solos Identificação é feita por meio: – Índices de consistência ou Limites de Atterberg: baseiam-se na constatação de que um solo argiloso apresenta comportamentos bem distintos conforme o seu teor de umidade. – Valores intermediários de água Solo tem comportamento plástico (moldável). 29Mecânica dos solos Identificação é feita por meio: – Índices de consistência ou Limites de Atterberg: baseiam-se na constatação de que um solo argiloso apresenta comportamentos bem distintos conforme o seu teor de umidade. – Pouca água Solo se torna quebradiço. 30Mecânica dos solos 25 26 27 28 29 30 6 Identificação é feita por meio: – Índices de consistência ou Limites de Atterberg: os teores de umidade correspondente às mudanças de estado (líquido, plástico, quebradiço) são conhecidos como: Limite de liquidez (LL) e Limite de Plasticidade (LP). 31Mecânica dos solos Identificação é feita por meio: – Limite de liquidez (LL) – Teor de umidade do solo com o qual uma ranhura nele feita requer 25 golpes para se fechar numa concha. Procedimento descrito na ABNT NBR 6459:2016. 32Mecânica dos solos Identificação é feita por meio: – Limite de plasticidade (LP) – Definido como o menor teor de umidade com o qual se consegue moldar um cilindro com 3 mm de diâmetro, rolando-se o solo com a palma da mão. Procedimento descrito na ABNT NBR 7180:2016. 33Mecânica dos solos Identificação é feita por meio: – Índice de Plasticidade (IP): é a diferença entre o limite de liquidez (LL) e o limite de plasticidade (LP) de um solo. É um importante parâmetro para a classificação dos solos de granulometria fina (siltes e argilas). 34Mecânica dos solos Classificação qualitativa Fonte: Burmister (1949) Índices de alguns solos Brasileiros Fonte: Pinto (2006) Exercício – Na determinação do Limite de Liquidez de um solo, de acordo com a NBR 6459, foram obtidos os teores de umidade mostrados abaixo. Com o mesmo solo foram feitas também determinações do Limite de Plasticidade, deacordo com a NBR 7180, e obtiveram-se as seguintes umidades para a fragmentação do cilindro com diâmetro de 3 mm: 22,3%, 21,9% e 22,5%. Qual o Limite de Liquidez (LL), Limite de Plasticidade (LP) e o Índice de Plasticidade (IP) desse solo? 35Mecânica dos solos Tentativa Umidade N° de golpes 1 51,3 % 36 2 52,8 % 29 3 54,5 % 22 4 55,5 % 19 5 56,7 % 16 Exercício 36Mecânica dos solos 31 32 33 34 35 36 7 Classificação dos solos – É o agrupamento de solos em conjuntos distintos, aos quais podem ser atribuídas diferentes propriedades. – Tem como objetivo, sob o ponto de vista de engenharia, estimar o provável comportamento do solo e/ou orientar investigações mais detalhadas. – Os principais sistemas de classificação se baseiam na composição granulométrica e nos índices de consistência (LL, LP e IP) para a diferenciação dos solos. 37Mecânica dos solos – Classificação quanto a origem: 38Mecânica dos solos 1 – Sistema de classificação textural do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). – É válido apenas para a fração de solo que passa através da peneira n° 10 (abertura de 2 mm). – A aplicação é feita diretamente no ábaco de porcentagens de areia, silte e argila. – Se baseia nos limites granulométricos descritos abaixo: ● Areia: 2,0 a 0,05 mm de diâmetro. ● Silte: 0,05 a 0,002 mm de diâmetro. ● Argila: menor que 0,002 mm de diâmetro. 39Mecânica dos solos 40Mecânica dos solos Exercício 1 - Classifique os seguintes solos de acordo com o sistema de classificação textural do USDA. Usar a fórmula abaixo para calcular as porcentagens modificadas de areia, silte e argila. 41Mecânica dos solos Distribuição Granulométrica (%) Solo A B C D Pedregulho 10 21 0 12 Areia 20 12 18 22 Silte 41 35 24 26 Argila 29 32 58 40 %𝑚𝑜𝑑𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎, 𝑠𝑖𝑙𝑡𝑒 𝑜𝑢 𝑎𝑟𝑔𝑖𝑙𝑎 = % 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎, 𝑠𝑖𝑙𝑡𝑒 𝑜𝑢 𝑎𝑟𝑔𝑖𝑙𝑎 100 − %𝑝𝑒𝑑𝑟𝑒𝑔𝑢𝑙ℎ𝑜 𝑥100 2 – Sistema Unificado de Classificação de Solos. – Desenvolvido originalmente pelo Prof. Casagrande para obras de aeroportos durante a segunda guerra mundial. – Aplicável para material passante na peneira de 76,2 mm. – Divide os solos em duas grandes categorias: 1. Solos de granulação grossa (pedregulho ou areia), cujo material que passa pela peneira n° 200 (0,075 mm) é menor que 50%. Os símbolos deste grupo começam com o prefixo G (Pedregulho) e S (Areia). 2. Solos de granulação fina (silte e argila), cujo material passa 50% ou mais pela peneira n° 200 (0,075 mm). Os símbolos do grupo começam com o prefixo M (Silte), C (argila) e O (solo orgânico). 42Mecânica dos solos 37 38 39 40 41 42 8 2 – Sistema Unificado de Classificação de Solos. – Resumo dos símbolos usados para Classificação: 43Mecânica dos solos • G – Pedregulho • S – Areia • M – Silte • C – Argila • O – Solo Orgânico • W – bem graduado • P – mal graduado • H – alta compressibilidade • L – baixa compressibilidade • Pt - Turfa Fração fina – porcentagem que passa na peneira n° 200 (0,075 mm) Fração grossa - porcentagem retida na peneira n° 200 (0,075 mm) Fração pedregulho - porcentagem retida na peneira n° 4 (4,75 mm) Fração areia - porcentagem retida na peneira n° 200 – porcentagem retida na peneira n° 4. 2 – Sistema Unificado de Classificação de Solos. – Itens importantes: 44Mecânica dos solos • Se utiliza o Limite de liquidez (LL) e Índice de plasticidade (IP) apenas da porção de solo que passa pela peneira n° 40 (0,425 mm). • 𝐶 – Coeficiente de uniformidade 𝐶 = • 𝐶 – Coeficiente de curvatura 𝐶 = • 𝐷 – Diâmetro abaixo do qual se situa 10% da massa de solo. • 𝐷 – Diâmetro abaixo do qual se situa 30% da massa de solo. • 𝐷 – Diâmetro abaixo do qual se situa 60% da massa de solo. 2 – Sistema Unificado de Classificação de Solos. – Itens importantes: 45Mecânica dos solos • Coeficiente de uniformidade (𝑪𝒖) – Aplicado para a fração arenosa do solo. Quanto maior o coeficiente de uniformidade, mais bem graduada (desuniforme) a areia. Areias com 𝑪𝒖 menores do que 2 são chamadas de areias uniformes (mal graduadas). • Coeficiente de curvatura ( 𝑪𝒄) − Detecta o formato da curva granulométrica e permite identificar eventuais descontinuidades ou concentração elevada de grãos mais grossos no conjunto. Considere-se que o solo é bem-graduado quando 𝑪𝒄 está entre 1 e 3. 2 – Sistema Unificado de Classificação de Solos. 46Mecânica dos solos 2 – Sistema Unificado de Classificação de Solos. 47Mecânica dos solos 2 – Sistema Unificado de Classificação de Solos. 48Mecânica dos solos 43 44 45 46 47 48 9 2 – Sistema Unificado de Classificação de Solos. 49Mecânica dos solos 2 – Sistema Unificado de Classificação de Solos. 50Mecânica dos solos 2 – Sistema Unificado de Classificação de Solos. – Carta de plasticidade. 51Mecânica dos solos Exercício 2 - Classifique os solos abaixo de acordo com o Sistema Unificado. 52Mecânica dos solos Solo LL IP A 120 75 B 80 35 C 70 42 D 55 25 E 38 20 F 32 12 G 44 18 H 24 3 I NP NP J NP NP K NP NP 49 50 51 52
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