Prévia do material em texto
CYAN VS Gráfica VS Gráfica MAG VS Gráfica YEL VS Gráfica BLACK GEOCIÊNCIAS www.grupoa.com.br JOHN GROTZINGER TOM JORDAN TERRA P A R A E N T E N D E R A SEXTA EDIÇÃO GROTZINGER & JORDAN SEXTA EDIÇÃO PA RA EN TEN D ER A TERRA Desde que Frank Press e Raymond Siever lançaram a primeira edição de Para Entender a Terra (1965), este manual vem sendo paulatinamente atualizado e hoje se tornou um dos mais importantes livros-texto de universidades de vários países. Sucessores dos grandes mestres que iniciaram esta obra, Tom Jordan e John Grotzinger, dois cientistas de gran- de envergadura na atualidade, terminam, nesta sexta edição, o ciclo de uma grande reestruturação em relação à primeira edição. A introdução de desenhos e esquemas inovadores, a mo- derna concepção sobre tectônica de placas, a concepção da Terra como um sistema interativo e a análise de como a di- nâmica planetária tem infl uenciado a evolução da vida evi- denciam a profunda modernização deste livro-texto. O leitor é estimulado a fazer e pensar como os geólogos, enten- dendo como eles adquiriram o conhecimento que possuem, como esse conhecimento impacta a vida dos cidadãos e o que se pode fazer para melhorar o ambiente da Terra. Leitura indicada para os cursos de bacharelado e licen- ciatura em Geologia, Geografi a, Ciências da Terra, Cli- matologia, Meteorologia, Ciências do Solo, Agronomia, Engenharias, Biologia, Ecologia, Ciências Ambientais e afi ns. A obra destina-se também a técnicos e profi ssionais que necessitem complementar e atualizar seus conhecimen- tos gerais fora da área de especialização e ao público em geral que se interessa pelos fenômenos da Terra e da natureza. TERRA P A R A E N T E N D E R A SEXTA EDIÇÃO G ROTZ I NG E R & JOR DAN 42685 Para Entender a Terra.indd 142685 Para Entender a Terra.indd 1 31/01/2013 10:05:0731/01/2013 10:05:07 Catalogação na publicação: Natascha Helena Franz Hoppen CRB10/2150 G881e Grotzinger, John. Para entender a terra [recurso eletrônico] / John Grotzinger, Tom Jordan ; tradução: Iuri Duquia Abreu ; revisão técnica: Rualdo Menegat. – 6. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2013. Editado também como livro impresso em 2013. Tradução da 4. ed. de Rualdo Menegat, Paulo César Dávila Fernandes, Luís Aberto Dávila Fernandes, Carla Cristine Porcher. ISBN 978-85-65837-82-8 1. Geociências. 2. Geologia. I. Jordan, Tom. II. Título. CDU 55 Tradutores da 4ª edição Rualdo Menegat Professor do Instituto de Geociências/UFRGS Paulo César Dávila Fernandes Professor da Universidade do Estado da Bahia Luís Aberto Dávila Fernandes Professor do Instituto de Geociências/UFRGS Carla Cristine Porcher Professora do Instituto de Geociências/UFRGS C A P Í T U LO 12 � V U LC A N I S M O 325 Os estilos de erupção e as formas de relevo vulcânico As feições de superfície produzidas por um vulcão quan- do ejeta material variam de acordo com as propriedades do magma, sobretudo sua composição química e conte- údo gasoso, tipo de material (lava versus piroclastos) e condições ambientais sob as quais ele entra em erupção – na terra ou submerso. As formas de relevo vulcânico também dependem da taxa com que a lava é produzida e o sistema de encanamento que a leva para a superfície (Figura 12.14). Erupções com conduto central As erupções com condutos centrais descarregam lava ou material piroclástico por uma chaminé ou conduto central, uma abertura no topo de um canal alimentador cilíndrico que se conecta com a câmara magmática e por onde o material ascende para irromper à superfície da Terra. As erupções com condutos centrais criam a mais conhecida das feições vulcânicas: a montanha vulcânica em forma de cone. VULCÕES-ESCUDO Um cone do tipo vulcão-escudo é construído por sucessivos derrames de lava, que se es- palham a partir de uma chaminé. Se a lava for basáltica, flui com facilidade e espalha-se por grandes áreas. Se os derrames forem copiosos e frequentes, criarão um amplo vulcão em forma de escudo, com dezenas de quilômetros de circunferência e com mais de 2 km de altura, com ver- tentes geralmente suaves. O Mauna Loa, no Havaí, Esta- dos Unidos, é o exemplo clássico de um vulcão-escudo (ver Figura 12.14a). Embora esteja a somente 4 km acima do nível do mar, ele é efetivamente a estrutura mais alta da Terra: medido a partir do fundo oceânico, o Mauna Loa tem 10 km de altura, mais alto do que o Monte Everest! Seu diâmetro, na base, é de 120 km – uma área equivalen- te a três vezes o tamanho de Rhode Island. 6 Esse vulcão cresceu até essas enormes dimensões devido à superposi- ção de milhares de derrames de lavas, cada um com pou- cos metros de espessura, em um período de cerca de 1 milhão de anos. Na verdade, a ilha do Havaí nada mais é do que o topo de uma série de vulcões-escudo ativos superpostos, que emergem acima do nível do mar. DOMOS VULCÂNICOS Ao contrário das lavas basálticas, as lavas andesíticas e riolíticas são tão viscosas que mal con- seguem fluir. Elas geralmente produzem domos vulcânicos, que são massas arredondadas de rochas com vertentes abruptas (ver Figura 12.8). A forma dos domos propor- ciona a impressão de que a lava foi espremida para fora da chaminé sem se espalhar lateralmente, como se fosse pasta de dente. Frequentemente, os domos obstruem as chaminés, aprisionando os gases (Figura 12.14b). Então a pressão aumenta até que uma explosão ocorra, fragmen- tando o domo. CONES DE CINZAS7 Quando as chaminés vulcânicas des- carregam piroclastos, os fragmentos sólidos acumulam-se e formam um cone de cinza. O perfil de um cone vulcânico é determinado pelo maior ângulo de repouso dos frag- mentos, que é o ângulo máximo em que os detritos per- manecem estáveis, em vez de deslizar encosta abaixo. Os fragmentos maiores, que caem perto do cume, formam taludes muito inclinados, que, entretanto, são estáveis. As partículas mais finas são carregadas para posições mais afastadas da chaminé e formam taludes de baixo declive na base do cone. Assim se originaram os cones vulcânicos FIGURA 12.13 � Um fluxo piroclástico projetando-se pelas en- costas do Monte Unzen, no Japão, em junho de 1991. Observe, no primeiro plano, o bombeiro e o caminhão tentando fugir da nuvem de cinza quente prestes a atingi-los. Três cientistas que estavam estudando esse vulcão morreram ao serem engolfados por um derrame semelhante. [AP/Wide World Photos] Grotzinger_12.indd 325Grotzinger_12.indd 325 05/12/12 08:4605/12/12 08:46 326 PA R A E N T E N D E R A T E R R A Camadas piroclásticas Derrames de lava (d) Estratovulcão (e) Caldeira (a) Vulcão-escudo (b) Domo vulcânico (c) Cone de cinza 10 k m Mauna Loa (Havaí, EUA) A chaminé pode ser preenchida com detritos vulcânicos. Domo vulcânico Cratera Câmara magmática Chaminé A lava pode irromper dos flancos de um vulcão ou da chaminé. 60 k m Monte Santa Helena (Washington, EUA) Cerro Negro (Nicarágua) Monte Fuji (Japão) Lago da Cratera (Oregon, EUA) As caldeiras resultam de uma erupção violenta que esvazia a câmara magmática de um vulcão, que, então, não pode mais sustentar a rocha sobrejacente. Então ele entra em colapso, deixando uma grande bacia com paredes íngremes. Um domo vem crescendo no centro do Monte Santa Helena desde sua erupção em 1980. Esta erupção do Cerro Negro em 1968 construiu um cone de cinzas em um terreno mais antigo de derrames de lava. Camadas sucessivas de piroclastos ejetados mergulham a partir da cratera no cume. Lavas félsicas viscosas acumulam-se em cima da chaminé. A lava que se solidificou nas fissuras forma diques radiados que fortalecem o cone. Chaminé preenchida com lava da erupção anterior. Cratera Cratera Cratera Chaminé Cada camada representa muitas centenas de derrames delgados de lava basáltica. Borda da caldeira Condutos laterais Lago da caldeira Grotzinger_12.indd 326Grotzinger_12.indd 326 05/12/12 08:4605/12/12 08:46 C A P ÍT U LO 12 � V U LC A N I S M O 327 de formas clássicas, com vertentes côncavas e uma chami- né no cume (ver Figura 12.14c). ESTRATOVULCÕES Quando um vulcão emite lava e pi- roclastos, formam-se derrames alternados desses mate- riais, que dão origem a um vulcão composto com formas côncavas, ou estratovulcão (Figura 12.14d). A lava que se solidifica no canal alimentador e em diques radiais forta- lece a estrutura do cone. Os estratovulcões são comuns acima de zonas de subducção. Exemplos famosos são o Monte Fuji, no Japão, os montes Vesúvio e Etna, na Itália, e o Monte Rainier, no Estado de Washington, nos Estados Unidos. O Monte Santa Helena tinha uma forma quase perfeita de estratovulcão até que sua erupção em 1980 destruiu o flanco norte (ver Figura 12.6). CRATERAS Uma depressão em forma de tigela, a cratera, é encontrada no cume de muitos vulcões, sendo centra- da na chaminé. Durante uma erupção, a lava ascendente transborda da cratera. Quando a erupção cessa, a lava re- manescente na cratera escorre para dentro da chaminé e solidifica-se, e a cratera pode ficar parcialmente preenchi- da pelos detritos que caem de volta. Quando da ocorrên- cia da próxima erupção, o material pode ser estraçalhado para fora da cratera. Como as paredes de uma cratera têm alta declividade, com o passar do tempo podem desabar ou ser erodidas. Desse modo, o diâmetro de uma crate- ra pode crescer até tornar-se muitas vezes maior que o da chaminé, e a profundidade pode chegar a centenas de metros. Por exemplo, a cratera do Monte Etna, na Sicília, Itália, atualmente tem mais de 300 m de diâmetro. 8 CALDEIRAS Quando grandes volumes de magma são descarregados de uma grande câmara magmática, ela pode não mais ser capaz de sustentar seu teto. Em tais casos, a estrutura vulcânica sobrejacente pode entrar em colapso de maneira catastrófica, formando uma caldei- ra, isto é, uma grande depressão em forma de bacia, com paredes íngremes, sendo muito maior que a cratera (ver Figura 12.14e). O desenvolvimento da caldeira que forma o Lago da Cratera 9 , em Oregon, Estados Unidos, é mos- trado na Figura 12.15. As caldeiras são feições impressio- nantes, cujos diâmetros variam de poucos quilômetros até 50 km ou mais. O vulcão de Yellowstone, que é o maior vulcão ativo dos Estados Unidos, tem uma caldeira com área maior do que o Estado americano de Rhode Island. Após um período de centenas de milhares de anos, novos magmas, ao reentrarem em uma câmara magmática colapsada, podem inflá-la novamente e, com isso, forçar o assoalho da caldeira a formar um novo domo, gerando as- sim uma caldeira ressurgente. O ciclo de erupção, colapso e FIGURA 12.15 � Estágios da evolução da caldeira do Lago da Cratera. � FIGURA 12.14 � Os estilos de erupção e as formas de relevo vulcanogênico criadas por eles são determinados pela composi- ção do magma. [(a) U.S. Geological Survey; (b) Lyn Topinka/USGS Cascades Volcano Observatory; (c) Mark Hurd Aerial Surveys; (d) CORBIS; (e) Greg Vaughn/ Tom Stack & Associates] Lago da Cratera Oregon ESTÁGIO 1 O magma novo preenche uma câmara magmática e desencadeia uma erupção vulcânica. ESTÁGIO 2 A erupção continua e a câmara magmática fica parcialmente esvaziada. ESTÁGIO 3 Uma caldeira forma-se quando o cume da montanha entra em colapso, caindo na câmara vazia. Grandes derrames piroclásticos acompanham o colapso, cobrindo a caldeira e as áreas adjacentes por até centenas de quilômetros quadrados. ESTÁGIO 4 Um lago forma-se na caldeira. À medida que o magma residual da câmara magmática resfria-se, continua uma atividade eruptiva reduzida, sob forma de fontes quentes e emissões gasosas. Um pequeno cone vulcânico forma-se na caldeira. Lago da Cratera Monte Mazama Grotzinger_12.indd 327Grotzinger_12.indd 327 05/12/12 08:4605/12/12 08:46 328 PA R A E N T E N D E R A T E R R A ressurgência pode ser repetido durante o tempo geológi- co. Três vezes nos últimos 2 milhões de anos, o vulcão de Yellowstone entrou em erupção de forma catastrófica, eje- tando centenas ou milhares de vezes mais material do que a erupção do Monte Santa Helena em 1980 e depositando cinzas ao longo de grande parte do que hoje é o oeste dos Estados Unidos. Outros exemplos de caldeiras ressurgen- tes são a de Valles, no Novo México, e a do Vale Comprido 10 , na Califórnia, que entraram em erupção pela última vez há cerca de 1,2 milhão e 760 mil anos, respectivamente. DIATREMAS Quando o material quente do interior da Ter- ra escapa de forma explosiva, a chaminé e o canal alimen- tador abaixo dela frequentemente são preenchidos por uma brecha, à medida que a erupção entra em declínio. A estrutura resultante é um diatrema. O Monte Shiprock 11 , que lembra uma torre isolada na planície circundante, no Novo México (EUA), é um diatrema exposto pela erosão das rochas sedimentares que um dia ele atravessou. Para os passageiros de avião que cruzam a região, o Monte Shiprock parece um gigantesco arranha-céu negro no meio do deserto vermelho (Figura 12.16). O mecanismo de erupção que produz o diatrema foi reconstituído a partir do registro geológico. Os tipos de minerais e de rochas encontrados em alguns diatremas somente poderiam ter sido formados em grandes profun- didades – 100 km, mais ou menos, no manto superior. Os magmas carregados de gases forçam seu caminho até a superfície, fraturando a litosfera e explodindo na atmosfe- ra, onde ejetam gases e fragmentos sólidos da crosta e do manto, às vezes em velocidade supersônica. Tal erupção provavelmente se pareceria com os jatos exaustores de um gigantesco foguete colocado de cabeça para baixo no terreno, expelindo gases e rochas para o ar. Talvez os diatremas mais exóticos sejam as chaminés 12 kimberlíticas, cujo nome provém das fabulosas minas de diamante de Kimberley, na África do Sul. O kimberlito é um tipo de peridotito vulcânico – uma rocha forma- Litosfera AstenosferaMagmas carregados de gases Crosta 0 km 100 km DiatremaAntigo cone vulcânico Dique Fragmentos da crosta e do manto Tempo (a) (b) 1 Os magmas carregados de gases provenientes do manto forçam sua ascensão, fraturando a litosfera. 2 O magma em rápida ascen- são quebra e carrega frag- mentos da crosta e do man- to, à medida que explode em velocidade supersônica. 3 Após a erupção, o canal vul- cânico forma um diatrema, composto de magmas solidi- ficados e fragmentos de ro- chas, chamados de brechas. 4 Os sedimentos menos resis- tentes do cone e da superfí- cie da crosta são erodidos, deixando expostos o núcleo do diatrema e os diques ra- diados que hoje vemos. FIGURA 12.16 � (a) A formação de um diatrema. (b) O Monte Shiprock, com 515 m acima das planuras sedimentares do entorno, no Novo México, EUA, é um dia- trema exposto por causa da erosão das rochas sedimentares menos resistentes que antigamente o circundavam. Note o dique vertical, um dos seis que se irra- diam a partir da chaminé vulcânica cen- tral. [Jim Wark, Index Stock Imagery] Grotzinger_12.indd 328Grotzinger_12.indd 328 05/12/12 08:4605/12/12 08:46 C A P Í T U LO 12 � V U LC A N I S M O 329 da principalmente de olivina. As chaminés kimberlíticas também contêm uma grande variedade de fragmentos mantélicos, incluindo diamantes, que são empurrados para dentro dos magmas quando estes explodem em di- reção à superfície (ver Figura 10.25). As pressões extrema- mente altas, necessárias para transformar o carbono no mineral diamante, somente podem ser encontradas em profundidades maiores que 150 km. A partir de estudos detalhados de diamantes e de outros fragmentos manté- licos encontrados em chaminés kimberlíticas, os geólo- gos conseguiram reconstruir secções do manto, como se tivessem retirado um testemunho de sondagem de uma profundidade de mais de 200 km. Esses estudos fornecem fortes evidências para a teoria de que o manto superioré constituído basicamente de peridotito. Erupções fissurais As maiores erupções vulcânicas não se originam de uma chaminé vulcânica central, mas de grandes fraturas, pra- ticamente verticais, na superfície terrestre, por vezes com dezenas de quilômetros de comprimento (Figura 12.17). Tais erupções fissurais são o principal estilo de vulcanismo ao longo de dorsais mesoceânicas, onde a nova crosta oceâni- ca é formada. Uma erupção fissural de tamanho moderado ocorreu em 1783 em um segmento da Dorsal Mesoatlântica exposto na Islândia (Figura 12.18). Uma fissura de 32 km de comprimento abriu-se e derramou cerca de 12 km 3 de basalto, uma quantidade suficiente para cobrir toda a Ilha de Manhattan, em Nova York, até a metade da altura do famoso Edifício Empire State. 13 A erupção também liberou mais de 100 megatoneladas de dióxido de enxofre, crian- do uma névoa azul venenosa que pairou sobre a Islândia por mais de um ano. As perdas de plantações resultantes fizeram com que três quartos do gado da ilha e um quinto da população morressem de fome. As erupções vulcânicas continuam na Islândia, embora em menor escala. DERRAMES BASÁLTICOS (PLANALTOS BASÁLTICOS) Lavas basálticas muito fluidas que irrompem em fissuras nos con- tinentes podem se espalhar em lençóis sobre o terreno pla- no. Derrames sucessivos frequentemente acumulam-se em imensos planaltos basálticos, em vez de se empilharem sob a forma de um vulcão-escudo, como acontece quando extravasam de uma chaminé. Na América do Norte, uma enorme erupção de derrames basálticos há cerca de 16 mi- lhões de anos soterrou 160.000 km 2 de topografia preexis- tente no que hoje são os Estados de Washington, Oregon e Idaho para formar o Planalto Colúmbia (Figura 12.19). Certos derrames individuais tinham mais de 100 m de es- pessura, e alguns eram tão fluidos que se espalharam por distâncias de mais de 500 km a partir de sua fonte. Desde então, uma paisagem inteiramente diferente, com novos va- les fluviais, vem se desenvolvendo no topo da lava que so- terrou a antiga superfície. Encontram-se planaltos basálticos em todos os continentes, 14 bem como no assoalho oceânico. DEPÓSITOS DE FLUXOS DE CINZA Erupções de piroclastos em continentes produziram extensas camadas de tufos vulcânicos endurecidos denominados fluxos de cinza. O Parque Nacional de Yellowstone, no Estado de Wyoming, foi coberto por alguns derrames de cinza, que soterraram uma sucessão de florestas. Alguns dos maiores depósitos piroclásticos do planeta são os depósitos de fluxos de cin- za da Era Mesocenozoica, 45 a 30 milhões de anos atrás, através de fissuras no que atualmente é a Província de Ba- cias e Cristas Montanhosas do oeste dos Estados Unidos. A quantidade de material liberada durante essa explosão piroclástica foram incríveis 500.000 km 3 – o suficiente para cobrir todo o Estado norte-americano de Nevada com uma camada de rocha com espessura aproximada de 2 km! A humanidade nunca presenciou qualquer desses eventos espetaculares. Interações entre vulcões e outros geossistemas FIGURA 12.17 � Uma erupção fissural gera uma “cortina de fogo” em Kilauea, Havaí, em 1992. [U.S. Geological Survey] Grotzinger_12.indd 329Grotzinger_12.indd 329 05/12/12 08:4605/12/12 08:46 esaito Retângulo Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra.