Buscar

Aula9 - Teorias do Consenso

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
Curso	Ênfase	©	2019
CRIMINOLOGIA	–	PAULO	SUMARIVA
AULA9	-	T EORIAS	DO	CONSENSO
1.	TEORIA	DO	CONSENSO
Importante	 relembrar	 que	 a	 Escola	 de	 Chicago	 trabalha	 com	 a	 ideia	 de
antropologia	 urbana,	 de	 análise	 do	 meio	 urbano	 como	 foco	 de	 estudo	 principal	 de
influência	da	criminalidade.
A	segunda	teria	importante	dentro	da	teoria	do	consenso	é	a	teoria	espacial.
1.1	T EORIA	ESPACIAL
A	 teoria	 espacial	 foi	 criada	 na	 década	 de	 1940	 e	 trata	 da	 reestruturação
arquitetônica	 e	 urbanística	 das	 grandes	 cidades	 como	 medida	 preventiva	 da
criminalidade.
EXEMPLO:	Um 	Delegado,	 sendo	 o	 único	 titular	 da	 delegacia	 em	 uma	 cidade,
percebeu	que	existiam	muitas	ruas	escuras	próximas	a	única	escola	estadual	existente
no	município.	Os	 alunos	que	estudavam	a	noite	 saiam	mais	 cedo	e	 a	 pé,	 pois	 eram
alvos	vulneráveis	para	a	criminalidade.	Dessarte,	o	Delegado	foi	até	a	prefeitura	falar
sobre	 a	 questão	 de	 iluminação	 pública	 na	 cidade	 com	 o	 prefeito,	 como	 medida
preventiva	para	a	criminalidade.
Portanto,	a	teoria	espacial	estuda	a	influência	da	arquitetura	e	do	urbanismo	na
criminalidade,	apresentando	a	ideia	de	possuir	modelos	adequados	de	construção	que
sirvam	de	prevenção	situacional	do	crime	e	que	facilitem	a	vida	das	pessoas.
EXEMPLO:	Ruas	iluminadas,	praças	muito	frequentadas,	hospitais	próximos	aos
centros	populacionais,	escolas	próximas	das	residências	das	pessoas.
Em	centros	de	grandes	cidades	são	criados	blocos,	nos	quais,	para	cada	bloco	ou
comunidade	existem	estruturas	arquitetônicas	e	urbanísticas	para	 facilitar	a	vida	das
pessoas	e,	portanto,	prevenir	o	crime.
A	 teoria	 espacial	 usa	 um	 termo	 chamado:	 espaço	 defensável.	 Conceitua-se
espaço	 defensável	 aquele	 espaço	 que	 permite	 uma	 maior	 vigilância	 através	 da
sociedade,	criando	barreiras	 reais	ou	virtuais	para	desestimular	ações	criminosas,	em
razão	de	aumentar	os	riscos	aos	criminosos.
EXEMPLO:	Ir	para	o	trabalho	a	pé,	levar	o	filho	para	escola	a	pé,	ser	participativo
na	escola	e	conhecer	as	pessoas	ao	 redor	e	do	convívio	social,	dificultando	as	ações
dos	criminosos.
Crim inologia	–	Paulo	Sumariva
Aula9	-	Teorias	do	Consenso
2
Curso	Ênfase	©	2019
Desse	modo,	a	teoria	espacial	cria	soluções	com	o	espaço	defensável,	no	qual	se
criam	 barreiras	 e	 uma	 maior	 vigilância	 das	 pessoas,	 desestimulando	 as	 condutas
criminosas.
EXEMPLO:	É	um	ato	defensável	usar	a	tecnologia	para	o	combate	do	crime.	A
criação	de	um	grupo	de	WhatsApp	adicionando	a	polícia	da	comunidade	para	acelerar
a	comunicação	e	a	proteção	contra	a	criminalidade.
1.2	T EORIAS	DAS	JANELAS	QUEBRADAS
Pela	 influência	 da	 Escola	 de	 Chicago,	 existem	 duas	 teorias	 que	 foram	 criadas
somente	 na	 década	 80,	 estando	 atreladas	 intimamente	 a	 referida	 escola	 por
apresentarem	a	ideia	de	combate	à	criminalidade	e	surgiram	dentro	de	um	estudo	do
crime	 em	 centros	 urbanos.	 São	 elas	 a	 teoria	 das	 janelas	 quebradas	 e	 a	 teoria	 de
tolerância	zero.
A	teoria	das	janelas	quebradas	está	intimamente	atrelada	a	Escola	de	Chicago.
Tem	origem	nos	Estados	Unidos,	onde	dois	criminologistas	da	Universidade	de	Harvard,
James	 Wilson	 e	 George	 Kelling,	 apresentaram	 esta	 teoria,	 em	março	 de	 1982,	 após
publicaram	 na	 revista	 Atlantic	 Monthly	 um	 estudo	 em	 que,	 pela	 primeira	 vez,
estabelecia	 uma	 relação	 de	 causalidade	 entre	 desordem	e	 criminalidade,	 cujo	 título
era	The	Police	and	Neiborghood	Safety	(A	Polícia	e	a	Segurança	da	Comunidade).
Importante	 identificar	 que	 a	 teoria	 das	 janelas	 quebradas	 teve	 como	 base	 o
estudo	feito	pelo	psicólogo	Philip	Zimbardo.	O	estudo	analisou	que	o	Estado	é	omisso,	e
essa	omissão	faz	com	que	a	criminalidade	tome	o	seu	lugar.	Nessa	linha,	fora	feito	o
seguinte	estudo:
Deixou-se	um	carro	estacionado	em	um	bairro	de	Palo	Alto	na	Califórnia	durante
uma	semana,	e	ninguém	mexeu	no	carro.	Na	segunda	semana,	o	estudioso	quebrou
uma	das	 janelas	do	veículo.	Com	essa	atitude,	em	questão	de	horas	o	carro	 foi	 todo
depenado	por	criminosos	e	levado	embora.
A	ideia	levantada	é	de	que	uma	janela	de	um	prédio	for	quebrada,	deve-se	ser
consertada	 de	 imediato,	 caso	 contrário	 todas	 as	 demais	 serão	 quebradas.	 Expondo
essa	análise	para	o	campo	da	criminalidade,	a	 teoria	da	 janela	quebrada	defende	a
repressão	dos	menores	delitos	para	inibir	os	delitos	mais	graves,	sendo	está	à	correta
política	de	segurança	pública.
Crim inologia	–	Paulo	Sumariva
Aula9	-	Teorias	do	Consenso
3
Curso	Ênfase	©	2019
Portanto,	a	ideia	principal	traçada	pela	teoria	da	janela	quebrada	é	promover	a
redução	dos	índices	de	criminalidade,	evitar	que	um	único	local	se	torne	uma	zona	de
concentração	de	criminalidade,	combatendo	assim	os	pequenos	delitos	e	 inibindo	os
crimes	mais	graves.
1.3	T EORIA	DA	T OLERÂNCIA	ZERO
Diante	 da	 teoria	 da	 janela	 quebrada,	 surge	 a	 teoria	 da	 tolerância	 zero	 e	 dos
testículos	despedaçados.
A	 política	 de	 tolerância	 zero	 é	 uma	 estratégia	 indireta	 de	 combate	 ao	 crime,
baseada	na	teoria	das	janelas	quebradas.	É	uma	estratégia	de	manutenção	da	ordem
pública,	da	segurança	dos	espaços	de	convivência	social	e	da	adequada	prevenção	de
fatores	criminógenos.
Essa	teoria	exige	que	apareça	uma	afinidade	entre	a	polícia	e	a	comunidade	em
prol	 da	 segurança	 pública,	 sendo	 necessário	 que	 haja	 confiança	 na	 polícia	 ao
denunciar	a	existência	de	crimes	pequenos.	Baseado	nessa	confiança,	a	polícia	realiza
um	 trabalho	 de	 sufocamento	 combatendo	 as	 pequenas	 infrações,	 não	 deixando	 o
espaço	fértil	para	os	grandes	delitos.
A	 teoria	 da	 tolerância	 zero	 foi	 aplicada	 em	 Nova	 York	 e	 funcionou.	 No	 Brasil,
deve-se	ser	analisada	a	questão	geográfica	para	ter	a	sua	aplicabilidade.
1.4	T EORIA	DOS	T EST ÍCULOS	DESPEDAÇADOS
A	 Teoria	 dos	 Testículos	 Despedaçados	 ou	 Testículos	 Quebrados	 possui	 relação
direta	com	a	Teoria	das	Janelas	Quebradas,	ou	seja,	pauta-se	na	ideia	de	combate	às
pequenas	infrações.	Tem	origem	nos	Estados	Unidos.
Essa	 teoria	 se	 funda	na	experiência	policial	e	defende	que	os	delinquentes	de
crimes	de	pouca	gravidade	ou	de	menor	potencial	ofensivo,	quando	perseguidos	com
eficácia	pela	polícia,	via	de	regra	são	derrotados	e	fogem	para	outras	localidades	mais
distantes,	na	tentativa	de	continuar	violando	a	lei	penal	sem	a	reprimenda	dos	agentes
do	Estado.
A	 teoria	 dos	 testículos	 quebrados	 ou	 despedaçados	 trabalha	 com	 a	 ideia	 de
“sufocar”	 a	 criminalidade.	 Prendendo	 e	 perseguindo	 o	 criminoso,	 assim	 ele	 acaba
deixando	 a	 localidade	 e	 indo	 para	 outra	 mais	 distante	 para	 continuar	 praticando
crimes.
Crim inologia	–	Paulo	Sumariva
Aula9	-	Teorias	do	Consenso
4
Curso	Ênfase	©	2019
Portanto,	relembra-se	que	através	da	Escola	de	Chicago,	com	suas	teorias	mais
importantes	 como	 a	 Teoria	 do	 Consenso	 (criminalidade	 tradicional),	 surgiram	 os
ensinamentos	 das	 teorias	 da	 janela	 quebrada,	 da	 tolerância	 zero	 e	 dos	 testículos
despedaçados.

Outros materiais