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1 TEORIA GERAL DA RADIOLOGIA TEORIA GERAL DA RADIOLOGIA 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Sumário 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4 2. TEORIA GERAL DA RADIOLOGIA ..................................................................................... 8 2.1 RADIOLOGIA ..........................................................................................................................12 2.2 TÉCNICO DE RADIOLOGIA ..................................................................................................15 REFERÊNCIA ................................................................................................................................22 4 1. INTRODUÇÃO A Constituição Federal de 1988 contém indicações fundamentais para a formulação de políticas de recursos humanos para a saúde, a começar pelo reconhecimento da saúde como direito de todos, cuja garantia é responsabilidade do Estado, mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e agravos, bem como ao acesso universal e igualitário às ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde. Define a saúde como bem a ser provido para todos os cidadãos brasileiros, o que implica o princípio da igualdade frente às ações e serviços requeridos para a manutenção e a recuperação da saúde (BRASIL, 1988). Tomando-a como referência, três importantes dimensões do ideário do SUS emergem como balizadores essenciais à formulação de políticas de recursos humanos para a saúde, em termos de direcionamento, conteúdo e abrangência: Assim, a efetivação do Sistema impõe a organização e a operacionalização de múltiplos e distintos espaços e processos de trabalho visando à atenção à saúde derivada dos princípios políticos, filosóficos e operacionais que sustentam o SUS. Isso requer formação e inserção qualificada e compromissada de trabalhadores, em especial, pela necessidade de transcender a fragmentação e a compartimentação organizacional. Nessa linha, na ordenação da formação de recursos humanos para a Conceitual – essa dimensão expressa-se, principalmente, no art. 196 [da CF] O reconhecimento da determinação social no risco de adoecer e de sofrer agravos à saúde ética – a saúde como direito social: as diretrizes de universalidade, integralidade, equidade; um direito a ser garantido a todos os cidadãos do país; organizacional – um sistema pluralista, regionalizado, hierarquizado, descentralizado, com direção única em cada esfera de governo. (SEIXAS, 2002, p. 102). 5 saúde, esse paradigma político-assistencial do SUS torna-se um eixo balizador dos projetos de formação profissional técnica de nível médio. Para tanto, os processos de formação devem estar articulados aos diversos espaços de atuação dos trabalhadores da saúde. Ademais, devem tomar a integralidade da atenção como princípio que congrega dimensões biológicas, psicológicas e sociais do processo saúde-doença na condição de elementos indissociáveis e que, por isso, se conforma como paradigma para a educação profissional. Nesse sentido, a política da SGTES/MS para a educação profissional articula as estratégias e prioridades do SUS com as concepções e referências das políticas nacionais de educação. O propósito é buscar alternativas para a construção de programas de ensino que apresentem sintonia com os modelos de organização da atenção à saúde ao mesmo tempo em que privilegia o desenvolvimento da capacidade de intervenção crítica e criativa da Escola na Rede de Serviços do SUS e desta no processo ensino- aprendizagem. Essas alternativas deverão levar em conta, fundamentalmente, a necessidade de ratificar a importância de a organização do processo de trabalho em saúde romper a fragmentação da atenção e do cuidado concomitante à superação do disciplinamento de conteúdos nos processos de formação para área da saúde. Nessa perspectiva, a formação técnica, como proposta, fundamenta-se em pressupostos referentes: Aos princípios éticos e de trabalho em equipe implícitos no arcabouço jurídico-legal que rege o sistema de saúde no Brasil, com destaque para o que regulamenta a organização do SUS; • Às diretrizes e normativas que regulam a educação no país, inclusive aquelas específicas à formação técnica profissional de nível médio; • Aos aspectos relacionados à prática dos trabalhadores com formação profissional técnica de nível médio, considerando a especificidade da sua atuação nas diferentes unidades de prestação de serviços de saúde; • Aos princípios que regem, regulam e conformam o trabalho e a atuação dos trabalhadores na Rede de Serviços da Saúde. As atividades desenvolvidas pelo conjunto de trabalhadores de nível técnico constituem importante e significativa parcela da ação cotidiana no interior dos serviços que compõem a complexa rede assistencial do SUS. No contexto atual de mudanças na organização dos serviços e no processo de trabalho em saúde, aceleradas com a introdução de inovações tecnológicas, as ações educativas voltadas para os 6 trabalhadores técnicos configuram-se como importante estratégia para mudar as práticas e qualificar o trabalho em saúde. A crescente preocupação mundial com a saúde e com a assunção geral de que a melhoria da qualidade de vida das pessoas passa obrigatoriamente pela promoção da saúde tem conduzido à valorização dos cuidados prestados nesta área. No campo da radiologia, as tecnologias têm assumido um papel cada vez mais importante, implicando desenvolvimento contínuo dessa especialidade. Geograficamente, há procura por técnicos em radiologia por todo o território nacional, na medida em que os equipamentos de radiologia estão presentes na maioria dos serviços públicos e privados de saúde do país. Os avanços tecnológicos na área de radiodiagnóstico e modalidades radioterapêuticas têm viabilizado um crescimento acentuado dos centros de radiologia e radioterapia no Brasil. No entanto, a distribuição territorial desses serviços ocorre predominantemente nas capitais e municípios de grande e médio porte, fator que direciona e concentra, igualmente, a incorporação de tecnologias e a oferta de emprego na área de serviços de radiologia. Por um lado, à expansão desses serviços corresponderam a incorporação e a ampliação de procedimentos e métodos de intervenção radiodiagnósticoe modalidades radioterapêuticas. Por outro lado, não houve o correspondente aumento na oferta de técnicos em radiologia devido, entre outros fatores, à baixa oferta de cursos de formação deste técnico por escolas públicas. Somados, esses fatores potencializam a carência do técnico em radiologia na rede de serviços do SUS configurando a oferta de cursos – de formação de técnicos em radiologia em nível médio e de especialização pós-técnica – como prioridade. As diretrizes do Profaps, coerentes com tais pressupostos, vêm ao encontro da necessidade de ordenação da formação de recursos humanos para o SUS e sinalizam para a importância de formar profissionais com capacidade de atuar em diferentes contextos e serviços, contribuindo para a melhoria dos indicadores de saúde. Concomitantemente, ratificam o princípio de que a formação profissional deva ser “voltada para a compreensão global do processo produtivo, com a apreensão do saber tecnológico, a valorização da cultura do trabalho e a mobilização dos valores necessários à tomada de decisões” (BRASIL, 2009b), conforme define a legislação educacional brasileira. 7 Na operacionalização do Profaps, é imprescindível considerar o contexto de mudança nos processos de trabalho em saúde, em que se destacam a constante incorporação de inovações tecnológicas e de novas formas de organização do trabalho, que tornam imperativas a articulação entre os diversos setores e a integração das ações dos diferentes agentes que atuam na área da saúde e a busca da recomposição dos trabalhos parcelados. Assim, elege áreas técnicas estratégicas e prioritárias para a educação profissional técnica de nível médio para a saúde, entre elas, a formação do técnico em radiologia. O documento ora apresentado é resultado do trabalho desenvolvido em oficinas de trabalho que contaram com a participação de profissionais diretamente envolvidos com o trabalho da área da radiologia: técnicos e tecnólogos, docentes de cursos técnicos, médicos radiologistas, físicos-médicos, odontólogos, enfermeiros e representantes das ETSUS. 8 2. TEORIA GERAL DA RADIOLOGIA Entre as mudanças advindas com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/1996 (LDB) está a reorientação das práticas pedagógicas organizadas até então, em todos os níveis de ensino, com base em disciplinas. A partir dessas orientações e considerando a atribuição do SUS de ordenar a formação de recursos humanos para a saúde, o MS, especialmente, a SGTES/DEGES, tem fundamentado suas propostas de formação e qualificação de trabalhadores da saúde nos referenciais legais relativos à educação profissional contextualizando-os às necessidades e às demandas da atenção à saúde. A referência conceitual de competência na educação profissional, privilegiada como linha de base dos programas de formação e qualificação de trabalhadores da saúde, está explicitada nas normativas do MEC que regulamentam e dispõem sobre a educação técnica de nível médio. Desse modo, e diante da polissemia que marca a compreensão da competência como princípio organizador dos processos educativos, os programas de formação profissional técnica de nível médio que vêm sendo desenvolvidos sob a égide dos marcos de orientação da SGTES/DEGES contemplam o paradigma da competência para além da sua dimensão técnico-instrumental ou simples adaptação do trabalhador às necessidades do processo de prestação de serviços de saúde. Nessa linha, a base conceitual de competência que se coloca como princípio orientador do plano de formação técnica-profissional na saúde contempla as multidimensões que emergem da sua contextualização nos espaços e tempos socioculturais, econômicos, políticos, técnicos e científicos. Assim, o processo de formação com base no princípio das competências, como apresenta a SGTES/DEGES, deve resultar de negociações e pactos firmados, executados, monitorados e avaliados pelos diversos atores sociais que respondem pela formação e pela rede de serviços de saúde. A adoção do modelo de competência como marco orientador da formação dos trabalhadores na saúde, está, portanto, referida tanto à vinculação da educação e do trabalho em saúde quanto à formação e desenvolvimento institucional, à aprendizagem e à resolutividade dos Serviços. A ideia mestra é tomar a competência como a ação que resulta da mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes que, articuladamente, permite ao 9 trabalhador – individualmente e em equipe – construir capacidades e desenvolver responsabilidades para com o cuidado à saúde de pessoas e coletividades (BRASIL, 2000). Para o Profaps, a formação dos trabalhadores incorpora a lógica do modelo de atenção definido pelo MS, marcada pela concepção ampliada de saúde, com foco na qualidade de vida. Essa concepção exige profissionais com capacidade de atuar em diferentes unidades de prestação de serviços de forma a promover a melhoria dos indicadores de saúde. Nesse sentido, o Profaps investe na qualificação profissional tendo como perspectiva formar profissionais capazes de trabalhar em equipe com foco na integralidade e na qualidade da atenção à saúde. O técnico em radiologia, como membro da equipe de saúde, deve desenvolver capacidades para intervir no sentido de melhorar a qualidade dos processos, produtos e serviços. Tendo como base essas considerações, premissas, pressupostos e conceitos, a análise do processo de trabalho na área permitiu a identificação das competências que devem estruturar e organizar o processo de formação do técnico em radiologia. A partir dessa análise e considerando as especificidades do trabalho do técnico em radiologia, foi construído o mapa de competências no qual está enfatizada a necessidade de se considerar os eixos estruturantes do processo de trabalho da área da radiologia. Ao propor estas competências, estabelece-se que os programas de formação do técnico em radiologia devem considerar as dimensões ética, política, comunicacional, técnica e de inter-relações que conformam sua atuação, na perspectiva de ampliar qualitativamente a participação desse técnico no trabalho em saúde. Pode-se dizer, portanto, que alguém tem competência profissional quando constitui, articula e mobiliza valores, conhecimentos e habilidades para a resolução de problemas não só rotineiros, mas também inusitados em seu campo de atuação [...]. (BRASIL, 1999a). 10 Assim, cada competência explicita as capacidades a que se recorre para a realização de determinadas atividades em determinado contexto técnico-profissional e sociocultural e incorpora três dimensões de saberes: saber fazer (habilidades), saber (conhecimentos) e saber ser ético-profissional (atitudes e valores). As competências a serem consideradas para a formação do técnico em radiologia estão apresentadas a seguir. Eixo Estruturante I – Processo de prestação de serviços em saúde na área da radiologia. Competência 1 – Participar do processo de prestação de serviços de apoio diagnóstico em saúde, considerando as ações específicas da área da radiologia e os princípios do SUS. Saber fazer (habilidades) • Participar na organização do serviço de saúde em radiologia. • Atuar, em equipe, no planejamento e na execução das atividades em radiologia. • Utilizar recursos de informática. Saber (conhecimentos) • Processo saúde-doença e seus determinantes. • Epidemiologia dos riscos e agravos à saúde. • Políticas públicas de saúde no Brasil e suas interfaces com outras políticas sociais (Política Nacional de Saúde, Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, Humaniza SUS, Pacto pela Saúde, Mais Saúde). • Princípios e diretrizes do SUS. • Bioética: conceitos e princípios. • Processo de trabalho em saúde. • Caracterizaçãoda força de trabalho em saúde e em radiologia: composição, distribuição por gênero, faixa etária, geográfica. Histórico da profissão do técnico em radiologia no Brasil. • Legislação, órgãos fiscalizadores e entidades de classe na radiologia. • Processo de trabalho em radiologia (interfaces, divisão do trabalho, ações dos diferentes profissionais que atuam na área). • Trabalho em equipe. • Comunicação: conceito, tipos (oral e escrita), finalidades, estratégias e meios. • Relações de trabalho. • Negociação de conflitos no trabalho em equipe na área de saúde. 11 Língua inglesa (leitura e compreensão de textos e termos técnicos em radiologia baseados em manuais de equipamentos). Introdução à informática (reconhecimento dos principais periféricos do computador: placa-mãe, processador, memória, disco rígido e leitores de CD/DVD). Utilização de sistemas operacionais e suas possíveis alterações (criação, mobilidade, destruição e renomeação de pastas e arquivos; compactar e descompactar arquivos; criação de cópias de arquivos; criação de documentos e planilhas eletrônicas). Instalação e desinstalação de programas. Mudanças nas configurações de sistemas operacionais. Princípios básicos de rede de computadores (criação de conta de e- mail, envio e recebimento de arquivos por e-mail, utilização de aplicativos de comunicação, pesquisa de conteúdo na rede de computadores). 12 2.1 RADIOLOGIA A história da Radiologia começou em 1895 com a descoberta experimental dos raios X pelo físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen. À época as aplicações médicas desta descoberta revolucionaram a medicina, pois havia se tornado possível a visão do interior dos pacientes. Com o passar dos anos, este método evoluiu e assumiu uma abrangência universal na pesquisa diagnóstica do ser humano. A primeira radiografia foi realizada em 22 de dezembro de 1895. Neste dia, Roentgen pôs a mão esquerda de sua esposa Anna Bertha Roentgen no chassi, com filme fotográfico, fazendo incidir a radiação oriunda do tubo por cerca de 15 minutos. Revelado o filme, lá estavam, para confirmação de suas observações, a figura da mão de sua esposa e seus ossos dentro das partes moles menos densas. No Brasil, a primeira radiografia realizada foi em 1896. A primazia é disputada por vários pesquisadores: SILVA RAMOS, em São Paulo; FRANCISCO PEREIRA NEVES, no Rio de Janeiro; ALFREDO BRITO, na Bahia; e físicos do Pará. Como a história não relata dia e mês, conclui-se que as diferenças cronológicas sejam muito pequenas. O dia 4 de janeiro, dia do nascimento de Manoel Dias de Abreu, foi instituído como o dia nacional da Abreugrafia em homenagem ao renomado médico radiologista, nascido no ano de 1892 em São Paulo. O criador do exame (daí o termo) se tornou mundialmente conhecido após o desenvolvimento deste método diagnóstico e por sua constante luta contra a tuberculose. 13 Manoel de Abreu formou-se aos 21 anos pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1913. Em 1915 mudou-se para Paris, onde frequentou os hospitais Nouvel Hôpital de la Pitié, o Laboratório Central de Radiologia do Hôtel-Dieu e o Hospital Laennec. Publicou diversos livros, entre eles o “Radiodiagnostic dans la tuberculose pleuro-pulmonaire” e diversos artigos sobre a abreugrafia em periódicos nacionais e internacionais, como “Collective Fluorography” no Radiology e “Processus and Apparatus for Roentgenphotography” no The American Journal of Roentgenology and Radium Therapy (AJR), ambos em 1939. Em reconhecimento ao seu trabalho, o ilustre radiologista recebeu diversas homenagens das principais entidades médicas, entre as quais a medalha de ouro médico do ano do American College of Chest Physicians (1950), o diploma de honra da Academy of Tuberculosis Physicians (1950) e a medalha de ouro do Colégio Interamericano de Radiologia (1958). Além disso, recebeu o título de membro honorário da Sociedade Alemã de Radiologia (1940) e do American College of Radiology (1945). Morreu vítima de câncer de pulmão em 1962, aos 70 anos. O alto índice de mortalidade por tuberculose nas décadas de 30 e 40, principalmente no Rio de Janeiro, e a ineficácia dos instrumentos utilizados pelas autoridades sanitárias para combater a doença propiciaram o aparecimento da Abreugrafia. O primeiro aparelho destinado a realizar exames em massa da população foi construído pela Casa Lohner e instalado na cidade do Rio de Janeiro em 1937. O método era muito sensível, com especificidade razoável, de baixo custo operacional, e permitia a realização de um grande número de exames em um curto espaço de tempo. O exame tinha por princípio a fotografia do écran ou tela fluorescente. A documentação era feita através de filme comum de 35mm ou 70mm. Seu criador sempre recomendou o filme de 35mm, o qual embora de menor custo, exigia o uso de lentes de aumento especiais para a interpretação do exame. Roentgenfotografia foi o nome escolhido por Manoel de Abreu na apresentação da nova técnica à Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro em julho de 1936. Poucos anos mais tarde, em 1939, no I Congresso Nacional de Tuberculose, no Rio de Janeiro, a designação Abreugrafia foi aceita por unanimidade. 14 O exame foi usado no rastreamento da tuberculose e doenças ocupacionais pulmonares, difundindo-se rapidamente pelo mundo graças ao baixo custo operacional e alta eficiência técnica. Unidades móveis foram desenvolvidas e utilizadas em todo mundo. Fora da América do Sul, a denominação do exame era variável: Mass radiography, miniature chest radiograph (Inglaterra e Estados Unidos), Roentgenfluorografia (Alemanha), Radiofotografia (França), Schermografia (Itália), fotorradioscopia (Espanha) e fotofluorografia (Suécia). Tal era a aprovação e o entusiasmo pelo método na época que, somente na Alemanha, até o ano de 1938, o número de exames realizados pelo professor Holfelder já ultrapassava 500 mil. A importância da obra de Manoel de Abreu também levou à criação da Sociedade Brasileira de Abreugrafia em 1957 e à publicação da Revista Brasileira de Abreugrafia. Nas últimas décadas, a manutenção precária dos equipamentos brasileiros (o que facilitava o excesso de exposição à radiação ionizante) e as diretrizes de proteção radiológica cada vez mais rigorosas acabaram limitando a utilização do método nos diversos países. A radiologia brasileira, no entanto, já havia dado uma importante contribuição para a medicina mundial. O Projeto de Lei 6070/2009, de autoria do então Deputado Federal Dr. Eleuses Paiva, finalmente se tornou Lei em maio de 2015, sob o número 13118/2015. Assinada pela presidente Dilma Rousseff e o ministro da saúde Arthur Chioro, ela institui a data de 8 de novembro como o Dia do Médico Radiologista em todo o território nacional. Em sua justificativa, Dr. Eleuses explicava que a radiologia teve início com o físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen, que descobriu os raios X em 8 de novembro de 1895, recebendo um prêmio Nobel por isso. A descoberta revolucionou a Medicina, que passou a dispor de um instrumento mais preciso para realização de diagnósticos, e atualmente dispõe de equipamentos avançados nas captações de imagens para diagnósticos. 15 2.2 TÉCNICO DE RADIOLOGIA A profissão de Técnico de Radiologia é uma das 18 profissões de Tecnologias da Saúde reconhecidas pelo Estado Português. A definição das competências dos profissionais de radiologia está vertida em Lei de forma genérica conjuntamente com o estatuto legal da carreira de Técnico de Diagnóstico e Terapêutica o que não é representativo da realidade do seu exercício profissional. Para os profissionais de radiologia, a ausência de uma definição concreta de competênciase de uma entidade autónoma, reguladora da sua atividade, acarreta a “O radiologista prioriza o bem-estar da sociedade e dos pacientes, e tem uma participação ativa na atenção básica à saúde, participando de reuniões multidisciplinares com as demais especialidades médicas. Ademais, o profissional da radiologia é fundamental na realização de estudos e divulgações de novos métodos de diagnóstico, permitindo a outros especialistas o conhecimento e a indicação do melhor exame para cada situação. Portanto, homenagear o Médico Radiologista é um ato de reconhecimento da relevância dos serviços prestados por esses profissionais para a saúde e medicina”, defendia o texto do Dr. Eleuses. 16 existência de um vazio, permitindo a realização de uma gestão de recursos humanos especializados (os Técnicos de Radiologia) no quadro de critérios daqueles que os coordenam, nem sempre consonantes com as necessidades e realidades da vida destes profissionais. Para além deste fator a formação profissional pós-graduada é atualmente uma realidade, mas no quadro do acima citado vazio de competências concretas, não é aproveitada adequadamente no sentido de orientar determinado Técnico de Radiologia para desenvolvimento de competências que lhe serão necessárias para um melhor desempenho profissional no quadro das técnicas e tecnologias que utiliza na sua vida profissional. Assim são em grande parte as características pessoais que levam a que determinados Técnicos de Radiologia se destaquem em certas áreas da profissão. O desenvolvimento tecnológico na área da Radiologia leva a que a “ciência que produz imagens para fins de diagnóstico” utilize outros meios tecnológicos, alterando da sua denominação para Imagiologia. Além da radiação X, utilizam-se atualmente campos magnéticos, e ondas sonoras de elevada frequência, designadas por ultra-sons, para a realização de exames, com o apoio das tecnologias de comunicação e informação. A formação dos Técnicos de Radiologia (TR) nas Escolas Superiores de Tecnologias da Saúde tem ainda uma natureza essencialmente generalista, levando a que seja nos primeiros anos de exercício profissional, que os jovens licenciados em Radiologia no quadro do apetrechamento tecnológico que o hospital ou instituição onde iniciam a sua vida profissional detém, determinem a área técnica/profissional que pretendem abraçar e desenvolver-se profissionalmente. Com o presente projeto de investigação teve-se em vista contribuir para colmatar as deficiências sentidas, em termos de competências, pelos profissionais de radiologia, através do conhecimento das suas áreas de intervenção e do tipo de competências que lhes estão associadas. O estudo foi conduzido em três áreas de diagnóstico em que é utilizada a imagem, designadamente: (1) Radiologia Geral (RG), (2) Tomografia Computorizada (TC) e (3) Mamografia (MM). Através da identificação das competências concretas dos Técnicos de Radiologia foi possível construir um perfil específico de competências para cada uma das áreas em estudo e, desta forma, dar contributo relevante para a 17 melhoria e eficácia da gestão de recursos humanos do Serviço de Imagiologia de uma unidade hospitalar. Com o presente projeto de investigação teve-se em vista contribuir para colmatar as deficiências sentidas por todos os profissionais de radiologia (de imagiologia) com a definição das competências concretas destes profissionais de forma a melhorar a gestão de recursos humanos num Serviço de Imagiologia hospitalar, que dispõe de três áreas de diagnóstico, Radiologia Geral (RG), Tomografia Computorizada (TC) e Mamografia (MM). O enquadramento teórico tem como base um documento da International Society of Radiographe’s and Radiological Technologists (ISRRT), em que se definem as sete áreas chave de actuação dos Técnicos de Radiologia no exercício profissional e as dimensões de competência que lhes estão associadas. Trata-se de um estudo de características exploratórias, em que se utilizou uma amostra de conveniência de Técnicos de Radiologia no exercício, aos quais foi aplicado um questionário para recolha de dados que foram lançados em plataforma informática e submetidos a análise fatorial exploratória. Os fatores/competências extraídos revelam que as competências dos Técnicos de Radiologia nas três áreas do estudo. O presente relatório de investigação está organizado em oito capítulos (incluindo a presente introdução) que relatam o trabalho desenvolvido e as conclusões retiradas. Radiologia é uma especialidade que utiliza a construção de imagens médicas para fins variados, seja durante o diagnóstico, ao indicar um tratamento ou mesmo no controle de doenças que afetam determinadas regiões do organismo humano. No entanto, a interpretação dos exames de radiologia pode representar um verdadeiro desafio, especialmente para os profissionais da área da saúde que estão sob pressão em seu plantão ou para os médicos que estão iniciando a carreira. No post de hoje, você, médico, saberá a importância de analisar corretamente as imagens médicas provenientes da radiologia, além de conferir 7 dicas para obter uma interpretação assertiva na busca pelo diagnóstico correto. A Importância de uma Interpretação Assertiva Com a tecnologia disponível atualmente, surgiram muitos exames de imagem utilizando métodos radiológicos, aumentando a versatilidade e a amplitude de possibilidades que esse tipo de procedimento fornece no âmbito médico. http://viverdemedicina.com.br/conheca-as-especialidades-medicas-com-as-melhores-remuneracoes/ http://viverdemedicina.com.br/quais-sao-os-direitos-trabalhistas-de-um-medico-plantonista/ http://viverdemedicina.com.br/pratica-clinica-o-que-pode-ajudar-um-medico-no-inicio-de-carreira/ http://viverdemedicina.com.br/conheca-4-avancos-tecnologicos-na-medicina/ 18 Essas características garantem não só mais segurança, como maior precisão no momento de verificar de forma minuciosa a situação do paciente a ser cuidado. Muitas doenças e problemas que antes eram difíceis de serem identificados e tratados hoje podem ser averiguados e controlados de formas diversas quando os exames são propriamente interpretados. As imagens médicas da radiologia podem provir de diferentes técnicas e exames, como radiografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e ultrassonografia. Cada exame tem suas particularidades e usos para fins específicos. Não obstante, os exames podem ser usados em conjunto na busca de um diagnóstico mais preciso. Para tanto, o médico deve sempre ter máximo conhecimento teórico e prático a respeito do assunto, analisando os pontos importantes a serem observados e realizando uma interpretação correta para que o paciente seja atendido da melhor forma e tenha qualidade de vida antes, durante e após o processo. 7 dicas que ajudam a interpretar imagens médicas da radiologia Para que um exame de imagens médicas seja interpretado corretamente, alguns detalhes devem ser levados em conta. Afinal, erros acontecem mesmo com médicos experientes e a atenção deve ser redobrada nessa ocasião. Abaixo, listamos as 7 dicas mais importantes no momento de efetuar um exame de radiologia, facilitando a análise e, posteriormente, favorece do uma interpretação assertiva. Confira: Verifique se a imagem foi tirada na inspiração completa Dependendo do tipo de exame, a inspiração efetuada pelo paciente pode influenciar na produção de uma imagem com qualidade apropriada para análise. Em raios-X de tórax, por exemplo, a imagem proveniente de um esforço mínimo de inspiração pelo paciente torna-se desfocada e “embaçada”, ao contrário do que é averiguado em uma imagem produzida com inspiração completa seguida de apneia voluntária até que o processo termine. Para avaliar o grau de inspiração, o médico deverá contar o número de costelas acima do diafragma.Dessa forma, é preciso haver no mínimo seis espaços intercostais. Além disso, o centro do hemidiafragma direito deve localizar-se entre a quinta e sétima costela, enquanto que o final da parte anterior da sexta costela deve encontrar-se acima do diafragma. http://viverdemedicina.com.br/fidelizacao-de-pacientes-como-garantir-o-retorno/ http://viverdemedicina.com.br/erro-medico-saiba-qual-deve-ser-a-conduta-profissional/ http://viverdemedicina.com.br/erro-medico-saiba-qual-deve-ser-a-conduta-profissional/ 19 Certifique-se de que o tempo de exposição é o ideal Exames de radiologia exigem tempos de exposição distintos e específicos para que a imagem obtida apresente a nitidez necessária. Filmes mais expostos que o necessário fica escuros, enquanto que pouco expostos, ficam mais claros. Radiografia da região lombar ou do tórax, por exemplo, requerem tempos de exposição mais breves combinados ao uso de elevada taxa de mil amperagem (miliampere por segundo), de forma a minimizar qualquer chance de movimento e perda inconveniente de detalhes do exame efetuado. Procure por rotação de imagem A qualidade técnica do procedimento é um fator de alta importância para ser avaliado, dado que qualquer alteração pode interferir em uma interpretação acertada do exame. Dessa maneira, procure por qualquer rotação de imagem indicando que o paciente não esteve completamente alinhado com o chassi, levando a uma representação do mediastino muito distinta do esperado. Uma forma rápida de confirmar se houve rotação é pela verificação do alinhamento das clavículas e pela localização mediana da espinha torácica no centro do esterno. Situações diferentes dessas representam anormalidades no procedimento. Verifique as vias aéreas As vias áreas caracterizam uma das regiões prioritárias para análise radiológica, visto que tal exame pode ser determinante para o diagnóstico de doenças graves. Para tanto, o primeiro passo é ter certeza de que a via aérea está patente e mediana, levando em consideração, também, a localização da carina. Além disso, deve-se procurar por “consolidações”, que são áreas afetadas e causa comum de regiões hipotransparentes. Analise sinais de silhueta Uma dica que não poderia faltar neste post é a análise correta de sinais de silhueta nas imagens médicas. Esses sinais se caracterizam pelas perdas de bordamento e contornos da densidade radiológica, inferindo em certos problemas que devem ser interpretados pelo médico. 20 Como exemplo, pode-se destacar o sinal de silhueta que ocorre em uma lesão intratorácica, resultado do contato com os contornos mediastinos ou dos hemidiafragmas e que podem indicar uma possível patologia local. Posicione a radiografia nas incidências adequadas Um raio-X que apresente uma imagem médica eficaz deverá ser representado pelas incidências adequadas para cada região, que serão lidas simultaneamente. As imagens precisam ser alinhadas para melhor interpretação. Na radiografia de tórax, por exemplo, as incidências são a póstero-anterior e lateral. Dessa maneira, dê a devida atenção para os termos indicados e seus significados. Póstero-anterior, por exemplo, significa que a emissão do raio-X foi efetuada atravessando o paciente da parte de trás para a parte da frente. Enquanto que o termo anteroposterior indica exatamente o oposto. Por fim, o raio-X lateral deve ser realizado com o lado esquerdo do peito do paciente encostado sobre o chassi. A visão oblíqua precisa ser rotacionada entre a lateral e a frontal padrão. Analise o diafragma O diafragma é um órgão que pode ser amplamente visualizado e estudado por meio da radiologia. Dessa forma, sua análise é imprescindível para verificar a situação do paciente. Assim, o médico deverá procurar por um diafragma reto ou elevado, indicações de anormalidades ou de consolidações. Além disso, o profissional responsável precisa observar o ângulo costofrênico, já que anormalidades em sua regularidade podem representar efusões. Verifique, no entanto, se o lado direito do diafragma é mais alto que o esquerdo por conta da presença do fígado. As imagens médicas na radiologia representam um grande avanço da área, dada a sua dinamicidade na verificação de situações diversas apresentadas pelos pacientes no dia a dia. No entanto, para que tudo ocorra da melhor maneira, o profissional encarregado deve estar devidamente preparado, realizando um diagnóstico correto e seguro. 21 22 REFERÊNCIA BRASIL. Lei nº 7.394, de 29 de outubro de 1985. Regula o exercício da Profissão de Técnico em Radiologia e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 30 dez. 1985. Seção 1, p. 15801. Disponível em: Acesso em: 4 jun. 2010. ______. Decreto nº 92.790, de 17 de junho de 1986. Regulamenta a Lei nº 7.394, de 29 de outubro de 1985, que regula o exercício da profissão de Técnico em Radiologia e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 18 jun. 1986. Disponível em: Acesso em: 15 set. 2010. ______. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. Disponível em: Acesso em: 20 maio 2010. ______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível em: Acesso em: set. 2010. ______. Portaria SVS nº 453, de 1º de junho de 1998. Aprova o Regulamento Técnico que estabelece as diretrizes básicas de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico, dispõe sobre o uso dos raios-x diagnósticos em todo território nacional e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 2 jun. 1998. Seção 1, p. 7. Disponível em: < http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/453_98. htm>. Acesso em: 15 set. 2010. ______. Parecer CNE/CEB nº 16, de 5 de outubro de 1999. Dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 nov. 1999a. Disponível em: Acesso em: set. 2010. ______. Resolução CNE/CEB nº 4, de 8 de dezembro de 1999. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 22 dez. 1999b. Disponível em: Acesso em: set. 2010. ______. Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem. Referências conceituais para a organização dos sistemas de certificação de competências. Brasília: Ministério da Saúde, 2000. ______. Resolução Conter nº 10, de 25 de abril de 2001. Institui e normatiza as atribuições do Técnico e Tecnólogo em Radiologia na especialidade de Radioterapia e dá outras providências. Disponível em: Acesso em: 4 jun. 2010. ______. 1º Fórum Nacional do Profae: construindo uma política de formação em saúde, 9 a 11 de dezembro de 2002: relatório geral. Janete Lima de Castro (Coord.), Maria Inês Martins, Rosana Lúcia de Alves de Vilar. Brasília: Ministério da Saúde, 2003. (Série D. Reuniões e Conferências). 23 ______. Decreto nº 5.154, de 23 de julho de 2004. Regulamenta o §2º do art. 36 e os arts. 39 a 41 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 jul. 2004. Disponível em: Acesso em: 15 set. 2010. ______. Norma CNEN-NN-3.01. Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 1º jan. 2005a. Disponível em: Acesso em: 4 jun. 2010.
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