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Biogeografia - AP1 - História da Biogeografia, Formações Brasileiras, Biomas Terrestres, Classificações Biogeográficas e Savanas do Brasil 1 Biogeografia - AP1 - História da Biogeografia, Formações Brasileiras, Biomas Terrestres, Classificações Biogeográficas e Savanas do Brasil Biogeografia Histórica: Explique quais foram as contribuições de Linnaeus, Buffon, Humboldt, Darwin e Wallace para o desenvolvimento da Biogeografia. Lineu: A taxonomia de Lineu classifica as coisas vivas em uma hierarquia, começando com os Reinos. Lineu tambem criou a nomenclatura binomial. Lineu (1707- 1778), o grande naturalista sueco, também acreditava que todos os organismos teriam se originado pela criação divina e especulava sobre a existência de uma “Montanha Paradisíaca” localizada na região tropical, próxima ao Equador, com diferentes espécies adaptadas à diferentes altitudes - organismos de climas quentes na base da montanha e organismos de climas frios nas partes mais elevadas. Da mesma forma, sua explicação para a dispersão pós-dilúvio também incluía uma montanha, o Monte Ararat, na Turquia, sobre o qual teria encalhado a Arca. Wallace: Wallace é lembrado até hoje pela demarcação das grandes regiões zoogeográficas da Terra, destacando em seus trabalhos a relevância dos processos geológicos para a distribuição dos organismos. Wallace foi o primeiro a analisar regiões de fauna com base nas distribuições de múltiplos grupos de animais terrestres. Buffon: De acordo com “Lei de Buffon", distintas regiões do globo, embora compartilhando as mesmas condições climáticas, são habitadas por diferentes espécies de animais e plantas. Estas espécies podem ser endêmicas desta região. Humboldt: Humboldt é considerado o pai da Fitogeografia-ajudou a generalizar a lei de Buffon para as plantas, cria zonas de altitudes ou cinturões florísticos latitudinais. Humboldt acreditava que o mundo estava dividido em certo número de regiões naturais, cada uma com sua assembleia de plantas e animais distinta. Darwin : A diversificação e adaptação de biotas resultaram da seleção natural, enquanto a expansão e eventual isolamento e disjunções das biotas resultaram da dispersão a longa distância; Elaborou uma teoria que explicava a origem de todas as espécies por meio da seleção natural. Nesta teoria, Darwin demonstrou a importância fundamental de relações entre os seres vivos e as interações entre estes e o ambiente para o funcionamento dos ecossistemas. 🌱 A falta de conhecimento taxonômica, chamada de déficit Lineano, está igualmente relacionada aos fatores que atuam afetando a distribuição geográfica da fauna ao longo desse bioma tão heterogêneo, fato conhecido como déficit Wallaceano. 🌱 Buffon acreditava na degeneração de uma espécie de forma que quanto mais longe de um centro de criação (Que estaria no norte) esta espécie estaria mais atrofiada, inferior e fraca ela seria. 💡 Linneaus acreditava que áreas diferentes do planeta, mas com o mesmo clima Possuem a mesma biota Mas isso tá errado de acordo com a lei de Buffon De acordo com Buffon, diferentes regiões do globo, embora compartilhem as mesmas condições climáticas, são habitadas por diferentes espécies de animais e plantas Classificações Biogeográficas a) Classificação baseada em critérios taxonômicos: Vantagens: Foco nas relações evolutivas e históricas: Esse tipo de classificação permite identificar a relação entre as diferentes espécies e grupos taxonômicos com base em sua história evolutiva e ancestralidade comum. Isso pode fornecer insights sobre a história biogeográfica da região. Informações detalhadas sobre a biodiversidade: Ao analisar a distribuição de grupos taxonômicos específicos, podemos obter informações mais detalhadas sobre a diversidade biológica em uma determinada área. Isso é útil para a conservação e tomada de decisões em relação à proteção de habitats e espécies ameaçadas. Desvantagens: Complexidade e subjetividade: A classificação baseada em critérios taxonômicos pode ser complexa devido à grande quantidade de grupos taxonômicos existentes. Além disso, a classificação de determinadas espécies ou grupos pode ser subjetiva e estar sujeita a revisões à medida que novas informações se tornam disponíveis. Limitações de dados: Nem sempre temos dados taxonômicos abrangentes para todas as espécies em uma determinada região, o que pode limitar a aplicação desse tipo de classificação. b) Classificação baseada em critérios fisionômico-climáticos: Vantagens: Simplicidade e facilidade de aplicação: Os critérios fisionômico-climáticos são mais fáceis de serem avaliados em campo, pois envolvem características físicas e climáticas observáveis, como vegetação, altitude, temperatura e pluviosidade. Isso torna a classificação mais prática e aplicável em estudos de campo. Relação com fatores ambientais: Ao considerar os aspectos fisionômico-climáticos, podemos compreender melhor a influência do ambiente físico na distribuição das espécies. Isso pode ajudar a identificar os principais fatores ambientais que moldam os padrões de biodiversidade em diferentes áreas. Desvantagens: Foco limitado na história evolutiva: A classificação fisionômico-climática pode não levar em conta as relações evolutivas e históricas entre as espécies. Isso pode resultar em uma compreensão limitada da formação de padrões biogeográficos e não fornecer insights sobre a história evolutiva das espécies em uma região. Generalizações e sobreposições: Os critérios fisionômico-climáticos podem levar a generalizações, pois as características físicas e climáticas podem ser compartilhadas por diferentes áreas. Além disso, em regiões complexas e heterogêneas, pode haver sobreposições de classificações fisionômico-climáticas, dificultando a definição clara de limites entre as áreas. Identificar se o mapa foi feito baseado em métodos taxonômicos ou fisionômicos-climáticos: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia https://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_(biologia) Biogeografia - AP1 - História da Biogeografia, Formações Brasileiras, Biomas Terrestres, Classificações Biogeográficas e Savanas do Brasil 2 Fisionômico Fisionômico e Taxonômico (Misto) Taxonômico Fisionômicos Características dos Biomas: Biomas: Fisionomia Temperatura Pluviosidade Adaptações Formas de vida Folha Fenologia Foliar Solo Atributo de Forma Funcionalidade Fotoperíodo e Estações Localização Tundra Floresta Sempre-verde Abaixo de Zero Abaixo de 1000mm Ciclo de vida rápido que acompanha o derretimento da camada de gelo Hemicriptofito e Camefito Folhas reduzidos Sempre verde Solo pobre Estrato herbaceo Grandes variações. Invernos longos e verões curtos. Latitudes muito altas (Próximo as calotas polares) Taiga Floresta Boreal Entre Zero e 5 graus Abaixo de 2000mm e próximo de 1000mm Folha Aciculada - Evitar perda dagua e herbivoria Fanerofita Aciculada Sempre verde Solo Pobre. acúmulo de turfa e acidos humicos fazendo com que nutrientes no solo se tornem indisponíveis para as plantas Arboreo Grandes Variações. Invernos longos e verões curtos. Abaixo da tundra - Entre 60 e 65 Floresta temperada Mista Semidecidua, Latifoliada Decidua, Mista Sempre-verde; Latifoliada Sempre-verde CADUCIFOLIA Por volta de 15 graus (Máxima de 20 graus) Acima de 2000mm adaptacoes as 4 estacoes bem definidas (Folhas ficam douradas no outono e depois caem no inverno) Fanerofita Folhas Largas Semidecidua e Decidua Solo Rico Arboreo Abscisão - resposta ao fotoperiodo mais curto do Outono constitui uma adaptação ea diminuição de temperatura no inverno que se aproxima Acima dos tropicos de capricorno e cancer (Nao esta na zona intertropical) Floresta Tropical Decidua, Semidecidua e Sempre-verde 30 Acima de 3000mm Estratificada (Com arvores Emergentes) Fanerofita Latifoliada Decidua, Semidecua e Sempre-verde Solo Pobre Arboreo Fotoperíodo que nao varia muito durante o ano (Assim como a temperatura). Quente e Chuvosa e outra estacao Fria e Seca Entre tropicos Campos (Estepe) Chaparral Wooland e Grassland 18-20 Abaixo de 1000mm Raizes longas, possui adaptações ao fogo Hemicriptofito (?) Folhas pequenas e estreitas Semideciduo Solo Rico Arbustiva períodos muito quentes e Secos e outros muito frios e chuvosos Abaixo da zona temperada Savanas Savana estépica (Caatinga) e Savana (Cerrado) 25 Abaixo de 1000mm Raizes profundas, Tronco retorcido e fruto seco. Apresenta Espinecência Fanerofito e Hemicriptofito Folhas grossas (Coreacea) Semidecidua Solo pobre Arbustiva- arboreo Regiao entre os tropicos Deserto - Superior a 25 Muito baixa Adaptações a - - decidua Solo arenoso - Fotoperíodo 30 graus norte e Biogeografia - AP1 - História da Biogeografia, Formações Brasileiras, Biomas Terrestres, Classificações Biogeográficas e Savanas do Brasil 3 (Grande variação de temperatura) alta amplitude térmica muito grande sul Biomas Brasileiros: Caatinga Savana estépica decídua 26-28 Inferior a 800mm Sindrome de Dispersao Anemocorica e Autocorica, Perda de folhas, Raizes profundas. Apresenta Espinecencia. Espessa camada de pelos nos caules e nas folhas, Caules suculentos, Período de reprodução na época das chuvas (Terofitos) Terofitos predominantemente Pequenas e Compostas Decidua Solo Rico (Quimicamente) e Pobre em Materia Organica; raso (Granito) Estrato Herbaceo (erva) Continuo. Pode ter Lenhoso Nordeste e Norte de Minas Cerrado Savana Arbustiva Semidecidua 23 Entre 1200mm e 1600mm Adaptacoes ao fogo; Frutos Carnosos (CERRADÃO É UM CERRADO ARBOREO). Apresenta Espinecencia Fanerofito e Hemicriptofito Grandes Semidecidua Solo Acido Arbustivo e Herbaceo Centro-oeste Chaco 23 Entre 1200mm e 1600mm Apresenta Espinecencia Pequenas e Compostas Semidecidua Arbustivo, Arboreo e Herbaceo Argentina, Oeste do Mato Grosso do Sul regioes da fronteira com o paraguai Pantanal Formacao Complexa - Floresta Decidual e Semidecidua 24 1100mm Raizes pneumatoforos Fanerofito Latifoliada Semidecidua e Decidua Alagado e rico Arboreo Mato Grosso e Mato grosso do sul (Paraguai) Pampa Campo e Pradaria 18 Acima de 2000mm Estruturas Caulinares abaixo da superficie (rizoma/ bulbo/ tuberculo) Geófitos Estrato Herbaceo Liniforme Sempre-verde Solo rico Gramineo- Herbaceo Pradarias do Rio grande do sul e Uruguai Mata Atlantica Floresta Tropical Úmida 25 Acima de 2000mm Estratificada Fanerofita Latifoliada Sempre-verde Solo rico Arboreo Litoral Brasileiro Floresta Amazonica Tropical Fluvial Sempre-verde 26-28 Acima de 3000mm Estratificada (Com arvores Emergentes) Fanerofita Latifoliada Perene Sempre-verde Solo pobre Arborea Norte da América do Sul Biogeografia - AP1 - História da Biogeografia, Formações Brasileiras, Biomas Terrestres, Classificações Biogeográficas e Savanas do Brasil 4 Definições dos termos: Exercícios sobre Biomas: Qual as principais Síndromes de Dispersão no Semiárido: Autocoria, Anemocoria. Essas estratégias de dispersão anemocórica e autocórica são vantajosas para as plantas da Caatinga devido às condições áridas e à irregularidade das chuvas nesse bioma. A dispersão pelo vento e a liberação de sementes próximas à planta-mãe maximizam as chances de sobrevivência e estabelecimento das sementes em micro-habitats mais propícios ao seu crescimento, minimizando o risco de secagem ou competição intensa por recursos escassos. 🌱 Classificação a nível de BIOMA considera características a nível de fisionômicas e climáticas Qual zona apresenta maior diversidade biológica e por quais motivos? (Temperatura e umidade) A zona Intertropical. Tem a maior temperatura e pluviosidade da Terra. Sua grande luminosidade resulta em fauna e flora variadas, concentrando a maior biodiversidade do mundo. Desertos: Por que estão presente em 30 graus Norte e Sul? Por que temos uma exceção no brasil? A maioria dos grandes desertos fica em regiões subtropicais. Isso porque, as áreas subtropicais apresentam pressão atmosférica consistentemente elevada, devido a correntes de ar descendentes, e são varridas por ventos quentes e secos. Os contra-alísios são ventos secos que sopram na direção do Equador para os trópicos. Esses ventos propiciam a formação de desertos em regiões intertropicais. A ação dos ventos, somada ao efeito da continentalidade, impede que massas de ar úmidos cheguem à região. A pouca presença de massas de ar úmidas fazem com que essa zona seja propicia para a formação de desertos. Os rios voadores não permitem que o brasil tenha um deserto. A massa de umidade que vem do Equador continua até mesmo na altura do Paralelo 30, pois existe um processo de umidificação constante da atmosfera, em seu trajeto, que vem desde a Amazônia, atravessando para a Bolívia, ricocheteando na Cordilheira dos Andes e retornando ainda com abundantes chuvas para o centro do continente. Eles fornecem água para o solo, vegetação e recursos hídricos, sustentando a vida e mantendo a agricultura em áreas normalmente áridas. A cordilheira dos Andes têm um papel importante na formação e no direcionamento dos rios voadores. Essa cadeia montanhosa estende-se ao longo da América do Sul e atua como uma barreira física para os ventos carregados de umidade provenientes da Amazônia para as regiões que deveriam ser secas no continente. Os efeitos da desertificação são decorrentes da chamada “célula de Hadley”, fenômeno natural que consiste na circulação das correntes aéreas a partir do ar quente do Equador, que sobe com a umidade, circula até o Paralelo 30 e retorna para o solo com ar seco, provocando um processo de ressecamento e aridez. Ao estudar este processo, verifica-se que as chuvas, ao longo de seu traçado, são produzidas pelas florestas e áreas úmidas. Estas possuem o dom de lançar na atmosfera não só a umidade pela evapotranspiração, mas também os aerossóis, que têm a característica de agregar a umidade e proporcionar uma verdadeira máquina de fazer chuva, entendendo-se continente adentro por milhares de quilômetros. Em que as florestas temperadas sazonais se diferenciam das florestas topicais sazonais? As florestas temperadas sazonais são encontradas em regiões temperadas, como América do Norte, Europa e Ásia, e têm estações distintas, incluindo um inverno frio e um verão quente. Essas florestas têm árvores que perdem suas folhas no outono, adaptando-se à queda de temperatura e falta de luz solar. A vegetação típica dessas florestas inclui árvores como carvalhos, bordos e faias, além de arbustos e outras plantas. Por outro lado, as florestas tropicais sazonais são encontradas em regiões tropicais, como África, América do Sul e Ásia, e têm uma estação seca e uma estação chuvosa. As árvores dessas florestas são perenes, ou seja, não perdem suas folhas, e as plantas adaptam-se a períodos de seca prolongados durante a estação seca. A flora típica inclui árvores como palmeiras, bambus e árvores frutíferas, e a fauna é composta por uma grande variedade de espécies, como primatas, felinos, aves e répteis. Floresta temperada Decidual perde as folhas Quando? Em geral, as árvores começam a perder suas folhas no outono, que é tipicamente entre setembro e novembro no hemisfério norte e entre março e maio no hemisfério sul. Biogeografia - AP1 - História da Biogeografia, Formações Brasileiras, Biomas Terrestres, Classificações Biogeográficas e Savanas do Brasil 5 Pq o cerrado se diferencia das demais savanas? Folhas largas e frutos carnosos, porque tem períodos de chuva e precipitação maior do que as outras savanas que apresentam precipitação baixa Fitogeografia Cearense A fitogeografiado Ceará é caracterizada por uma diversidade de ecossistemas e formações vegetais, que variam de acordo com as condições climáticas e geográficas de cada região. A serra de Ibiapaba e o Araripe são importantes áreas de preservação ambiental do estado, onde é possível encontrar uma grande variedade de espécies vegetais e animais. A serra de Ibiapaba está localizada no extremo oeste do Ceará, na divisa com os estados do Piauí e do Maranhão. É uma cadeia montanhosa com altitude média de 700 metros, que se estende por cerca de 500 km². A região apresenta um clima tropical semiárido, com chuvas concentradas no período de janeiro a abril. A vegetação da serra de Ibiapaba é caracterizada pela presença de matas ciliares, cerrados e caatingas. Na base da serra, onde a umidade é maior, há uma maior presença de matas ciliares e florestas úmidas. Já nas áreas mais elevadas e secas, é comum encontrar vegetação de cerrado e caatinga. Entre as espécies mais comuns na região, destacam-se o pau-brasil, o cajueiro, a carnaúba, a jurema- preta e o juazeiro. Já a serra do Araripe está localizada no extremo sul do estado, na divisa com os estados de Pernambuco e Piauí. É uma região de relevo elevado, com altitude média de 800 metros, que se estende por cerca de 3.000 km². O clima na região é mais úmido do que na serra de Ibiapaba, com chuvas mais distribuídas ao longo do ano. A vegetação da serra do Araripe é bastante diversificada, com a presença de matas ciliares, florestas úmidas, cerrados (Cerradão) e caatingas. Na região, é possível encontrar espécies de plantas raras e endêmicas, como a carnaúba-de-araripe e o pau-brasil-de-araripe. Além disso, a região é conhecida pela presença de um importante sítio paleontológico, que abriga fósseis de animais e plantas da Era Mesozoica. Os relevos do nordeste semiárido são principalmente superfícies aplainadas (antiga depressão sertaneja) com relevos residuais, maciços cristalinos rebaixados e relevos em bacias sedimentares rebaixadas. Essas superfícies aplainadas representam os setores mas rebaixados da paisagem com altitudes não superiores a 400 metros e são formados no período terciário com predomínio de morfogênese física com ocorrência de processos físico-químicos. Os relevos residuais são do tipo inselbergs que são sustentados por granitos que comportam feições de dissoluções e de fratura. Biogeografia Bíblica: A princípio, é explicado no artigo o conceito de "criacionismo" em que é admitido um único ponto a qual houve a origem e dispersão. Já segundo o “traducianismo” admite-se vários "pontos de criação", nesse caso não houve dispersão, pois cada indivíduo foi criado em sua própria região. A primeira teoria geográfica proposta, de certa forma, foi o episódio bíblico do Dilúvio de Noé. Houve um único ponto de criação (O Eden) e a partir desse centro ocorreu a dispersão para todo o mundo após o dilúvio. Um questionamento importante é como espécies q não conseguem voar dispersaram-se para ilhas. O primeiro a tentar resolver essa questão foi Santo Agostinho. Para isso ele faz a sugestão de que os animais que possuíam alguma utilidade para os humanos eram transportados por eles e para os restantes dos animais, estes foram transportados pelos anjos, ou seja, agentes externos. Posteriormente, os jesuítas admitiam que Noé levou vertebrados bissexuais de fecundação cruzada, consistindo em alguns mamíferos e algumas aves, e dessas espécies haviam surgido todas as outras pela hibridação e após isso elas se dispersaram para o restante do mundo. BIOGEOGRAFIA Comunidades e Ecossistemas - CAPÍTULO 5 Nenhum organismo vive em total isolamento de outros 1. Comunidades são consideradas como o agrupamento de diferentes espécies em um local que interagem entre si, formado por um grupo complexo de elementos vegetais, animais e/ou microbianos. 2. Ao longo do século XX, dois ecólogos, Clements e Gleason, discutiam se espécies vegetais possuíam uma realidade objetiva com as entidades discretas De acordo com Gleason, não havia duas espécies vegetais com as mesmas necessidades, raramente podem coincidir tão precisamente. A comunidade vegetal é aberta e individualista, as comunidades não são um único organismo, mas sim uma mera coincidência. Para Clementes, a comunidade vegetal é um superorganismo e a comunidade vegetal é fechada. Figura 5.1 Representação diagramática de dois modelos de vegetação. A. O modelo de Clements, no qual os requisitos das espécies se coincidem, levando à separação em comunidades distintas, ou seja, há a presença de ecótonos (setas). Os ecótonos são regiões de rápida substituição de espécies ao longo de um gradiente. B. O modelo de Gleason, no qual cada espécie possui uma distribuição independente e não existe claramente a formação de “comunidades”. No fim do século XIX, o botânico Schimper tentou, pela primeira vez, unificar as paisagens vegetais mundiais de acordo com as estruturas fisionômicas. Este autor tem sido considerado, por esse motivo, o fundador da moderna Fitogeografia. A classificação fisionômica de Andreas Franz Wilhelm Schimper (1903), baseada no conceito clássico de formações, dividiu o território intertropical da Terra do seguinte modo: I. Formações florestais (Pluvial, das Monções, Espinhosa e Savana) II. Formações campestres III. Formações desérticas BIOGEOGRAFIA CONCEITOS IMPORTANTES: A falta de conhecimento taxonômica, chamada de déficit Lineano, está igualmente relacionada aos fatores que atuam afetando a distribuição geográfica da fauna ao longo desse bioma tão heterogêneo, fato conhecido como déficit Wallaceano. De acordo com “Lei de Buffon", distintas regiões do globo, embora compartilhando as mesmas condições climáticas, são habitadas por diferentes espécies de animais e plantas. Estas espécies podem ser endêmicas desta região. Já Humboldt (1769-1859) – ajudou a generalizar a lei de Buffon para as plantas, cria zonas de altitude e cinturões florísticos latitudinais. As principais regiões zoogeográficas refletem as tentativas dos biogeógrafos de dividir as massas de terra em uma classificação refletindo os critérios taxonômicos da fauna terrestre. As regiões mostradas aqui são aquelas descritas por A.R. Wallace em 1876 e ainda hoje são amplamente aceitos: BIOGEOGRAFIA Hierarquia biogeográfica e hierarquia taxonômica: Reino → Região → Província → Setor → Distrito Ordem → Família → Gênero → Espécie → Comunidades raras REINO BIOGEOGRÁFICO - delimitado por critérios em escala continental da origem das floras e faunas em relação à formação e separação dos continentes, e das grandes mudanças climáticas e geológicas. Ocorre endemismo de Ordem. REGIÃO BIOGEOGRÁFICA - Território muito extenso, que abarca partes importantes de um continente. Flora muito característica, com numerosas espécies, gêneros e algumas famílias endêmicas. Possui grupos vegetacionais próprios. Ocorre endemismo de Família. Província Biogeográfica - Território extenso que possui grande número de espécies e alguns gêneros endêmicos. Possui formações vegetacionais próprias ou mesmo exclusivas. Ocorre endemismo deGênero. SETOR BIOGEOGRÁFICO - Ocorre endemismo de Espécie. Em um distrito existem comunidades raras (encraves vegetais) Divisão de Morrone: MORRONE (2002, 2009) divide a terra em três reinos biogeográficos (holártico, holotropical e austral) e introduz os domínios taxonômicos ou sub-regiões: HOLÁRTICO – regiões 1-Neártica e 2-Paleártica. HOLOTROPICAL – regiões 3-Neotropical, 4-Afrotropical, 5-Oriental, a 6-Australiana Tropical. AUSTRAL – regiões 7-Andina, 8-Capense, 9-Novaguineana, 10-Australiana Temperada, 11-Neozelandesa BIOGEOGRAFIA Sub-regioẽs na região NEOTROPICAL: Sub-regioẽs na região ANDINA: Classificações Biogeográficas: Rizzine (1963) dividiu o território brasileiro em três províncias fitogeográficas: 1. Amazônica 2. Atlântica 3. Central BIOGEOGRAFIA HIERARQUIA DE CLASSIFICAÇÃO FISIONÔMICO-CLIMÁTICAS DE ÁREAS BIOGEOGRÁFICAS Formação-tipo ou bioma Formação Comunidade-tipo Associações Grupode formações similares ocorrendo em climas similares de diferentes continentes Comunidades de plantas individualizadas pela fisionomia, a qual é classificada pelas formas de crescimento dominantes ou mais conspícuas Quando há dominância de espécies nos diferentes estratos As unidades biogeográficas definidas pela combinação fisionômica-florística em escala local Floresta tropical fluvial, desertos e savanas, tundra, floresta boreal Regiões fitogeográficas podem ser divididas através da forma, estrutura e funcionalidade das espécies vegetai: Florestas Estacionária: BIOGEOGRAFIA Sempre-Verde Semidecídua Decídua Mista As árvores sempre-verdes mantêm suas folhas verdes durante todo o ano, independentemente da estação. As árvores semidecíduas são aquelas que perdem parte de suas folhas em um período específico, mas também retêm algumas folhas verdes durante todo o ano. As árvores decíduas são aquelas que perdem todas as suas folhas em uma estação específica do ano, geralmente durante o outono ou inverno. As árvores que apresentam características tanto de árvores decíduas quanto de árvores sempre-verdes. Floresta Amazônica, Mata Atlântica Mata dos cocais Cerrado, Caatinga Mata de Araucária OS BIOMAS - são constituídos por um conjunto de formações (fisionomias) similares que ocorrem em diferentes partes da terra. BIOGEOGRAFIA A fisionomia da cobertura vegetal de uma determinada área se caracteriza, basicamente, em função das formas de crescimento (estrutural) ou das formas de vida (significado ecológico de adaptação ao clima). Tundra - Campo Gelado ● Localizado próximo ao polo Norte, está entre as calotas polares e as florestas de Taiga (boreal). ● Precipitação menor do que muitos desertos quentes, mas apresenta baixa taxa de evapotranspiração devido às baixas temperaturas. Taiga (Floresta Boreal) ● Localização: 50 a 60º- Norte da América do Norte e Eurásia (Finlândia, Noruega, Suécia) ● Precipitação: 400 a 1000 mm -Invernos longos e frios, porém são mais ameno que na Tundra ● Vegetação: árvores de coníferas sempre-verdes, geralmente composta por uma ou duas espécies ● A taxa de decomposição é lenta e resulta na acumulação de turfa e ácidos húmicos. ● A forma cônica das árvores evita a cumulação de neve. BIOGEOGRAFIA FLORESTAS TEMPERADAS: FLORESTAS MISTAS SEMIDECÍDUAS FLORESTA LATIFOLIADA DECÍDUA FLORESTAS MISTAS SEMPRE VERDE FLORESTA LATIFOLIADA SEMPRE VERDE São florestas que apresentam uma combinação de árvores decíduas e sempre-verde. Composta predominantemente por árvores de folhas largas que perdem todas as folhas em uma estação específica. São florestas que apresentam uma combinação de árvores sempre-verdes e árvores decíduas Floresta composta predominantemente por árvores de folhas largas (latifoliadas) que mantém folhas verdes o ano todo. Norte da Europa, leste da Ásia e nordeste da América do Norte Mediterrâneo, Sul do Chile e África do Sul Europa, Norte da Ásia, leste América do Norte e Patagônia Flórida, nordeste do México e Japão - Ocorre sobre solos jovens formados a partir de glaciações mais recentes. O clima com verões quentes e úmidos e invernos frios - - FLORESTA TROPICAL PLUVIAL: BIOGEOGRAFIA ● Ocupa cerca de 6% da superfície da Terra; abriga 50% das espécies ● Chuvas abundantes →disponibilidade de água durante todo o ano. Alta diversidade de espécies vegetais com porte arbóreo. ● Multiestratificada (emergentes, dossel de árvores fechadas e sub bosque) CAMPOS, SAVANAS E WOODLANDS: CAMPOS TEMPERADOS CAMPOS E SAVANAS TROPICAIS (SAVANAS, GRASSLAND E WOODLAND) CHAPARRAL - ARBUSTARIA DE FOLHAS ESCLERÓFILAS SEMPRE VERDES a Precipitação intermediária entre deserto e floresta temperada, longa estação seca Quente, com longa estação seca, temperaturas altas. Fauna com grandes mamíferos e solos pobres em nutrientes Invernos úmidos e verões secos (clima mediterraneop) As savanas ocorrem em latitudes intertropicais (entre 25°N e 25° S). A estação seca e úmida definidas; inverno seco por cinco meses ou mais. Solos pobres, logo a taxa de decomposição é baixa. Estrato herbáceo contínuo. Maior diversidade de animais de casco em todo o mundo. BIOGEOGRAFIA DESERTOS Os desertos estão situados em dois cinturões centrados nas latitudes 30° N e 30°S. Os organismos são adaptados a baixa umidade e a altas temperaturas. Os arbustos tendem a ser suculentos ou perdem as folhas. ● Até 44% de toda a área cultivada está em regiões secas. ● Quase 31% das terras secas estão cobertas por pastagem ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA CAATINGA: A caatinga possui uma fisionomia aberta, com uma vasta área de pastagem com herbáceas interrompidas ocasionalmente por formações arbustivas arbóreas mais fechadas. A estrutura da Caatinga pode ser dividida em dois componentes: 1. Componente lenhoso: As plantas lenhosas da Caatinga são adaptadas à aridez do bioma e têm características como folhas reduzidas, espinhos, casca grossa e sistemas radiculares profundos para buscar água em camadas mais profundas do solo BIOGEOGRAFIA 2. Componente herbáceo: geralmente possuem um ciclo anual (terófito), devido às estações de seca. O ciclo de vida necessita ser rápido durante o período em que há chuvas.
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