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GERÊNCIA ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO PRISCILA NESELLO, ME. 2GERÊNCIA ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO SUMÁRIO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. Caxias do Sul/ RS REITOR Claudino José Meneguzzi Júnior PRÓ-REITORA ACADÊMICA Débora Frizzo PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO Altair Ruzzarin DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (NEAD) Lígia Futterleib Desenvolvido pelo Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Designer Instrucional Sabrina Maciel Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem Igor Zattera, Gabriel Castilhos Revisora Ana Clara Garcia As Organizações e os Sistemas de Informação 3 Cenário de gestão corporativa e governança de TI 4 Estrutura e cultura organizacionais 7 A estratégia, o planejamento estratégico e a antagem competitiva 9 Resumo da unidade 14 Abordagem sistêmica e a organização de dados e informações 17 Os Sistemas de informação e a tomada de decisão 18 Orientação à informação 21 Resumo da unidade 23 Tecnologia da informação 26 TI para suporte da gestão 27 TI para suporte à inovação 31 TI para suporte a processos de negócios e suporte operacional 34 Resumo da unidade 36 Gerenciamento da informação, do comportamento e do controle 40 Gerenciamento da informação 41 Comportamento e controle 44 Resumo da unidade 46 Infra e infoestruturas de informações 49 Cloud Computing 50 Big data 54 Computação cognitiva 55 Resumo da unidade 58 Gabarito 61 3GERÊNCIA ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO AS ORGANIZAÇÕES E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO A tecnologia da informação como agente facilitador do negócio As organizações são agrupamentos sistemáticos de pesso- as com um propósito específico[1]. Elas podem ser orientadas ao lucro ou não. Por exemplo, uma escola, clube ou faculdade são organizações. Supermercados, instituições de caridade, associações filantrópicas, associações de classe, igrejas, postos de combustíveis, equipes de futebol, e outros, também são consideradas organizações. Uma vez que elas variam de acor- do com sua estrutura, cultura e posicionamento estratégico. Entretanto, atualmente, existe um elemento que é comum nas organizações, independente dos aspectos anteriormente mencionados: a utilização da informação. 4GERÊNCIA ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO Desde os anos 1970, quando os computadores ficavam em salas restritas, denominadas CPD (Centros de Processa- mento de Dados), até hoje, muitas coisas mudaram. Atualmente, os investimentos em TI estão cada vez mais condicionados à habilidade da área de TI em suportar os objetivos do negócio [2]. A partir disso, os profissionais de tecnologia da informação (TI) não podem mais se preocupar simplesmente com o que está na mesma sala, ou com o que está dentro do mesmo prédio. Eles devem estar atentos a outros dispositivos que podem estar dentro de datacenters, fornecedores, clientes, filiais, ou qualquer outro tipo de acesso feito por meio da Internet. Isso faz com que a área de tecno- logia da informação tenha que planejar suas atividades, levando em consideração os planos estratégicos da alta direção. Os profissionais de TI, por sua vez, devem estar envolvidos e interessados em parti- cipar do planejamento, transformando a TI em agente facilitador do negócio! Para melhor conhecermos e analisarmos este tema, vamos tratar nesta unidade sobre os assuntos: o cenário de gestão corporativa e governança de TI, estrutura e cultura organizacionais e planejamento estratégico. Boa leitura! Cenário de gestão corporativa e governança de TI O ambiente empresarial é constituído por cinco atores distintos: proprietários, gestores, área operacional, clientes e mercado. É tarefa dos gestores garantir que os desejos e objetivos dos proprietários sejam colocados em prática pela área operacio- nal. Isso é feito por meio da geração de produtos ou serviços de valor agregado para os clientes, que resultarão em ganhos ou perdas financeiras para a empresa. Assim, temos a Figura 2, que representa o esquema antes descrito: Fonte: elaborado pelo autor com base em Freitas (2010). 5GERÊNCIA ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO Uma empresa que possui um ótimo modelo de gestão é aquela que possui um planejamento estratégico bem definido; traduz corretamente o planejamento em processos empresariais executados pela área operacional; produz bens e serviços com qualidade, atendendo as necessidades dos clientes; contribui para a geração de lucro para os proprietários e para a me- lhoria da imagem da empresa no mercado. O modelo de relacionamento de ges- tão entre os atores, que vimos na Figura 1, aplica-se a qualquer tipo de empresa. Contudo, alguns problemas podem ocorrer nesses relacionamentos: • Planejamentos estratégicos feitos pelos proprietários, acionistas ou gestores, sem levar em consideração a capacidade operacional e produtiva da empresa; • Falhas ou omissões intencionais (fraudes) ou não intencionais na gestão da empresa; • Falta de definição clara de respon- sabilidade em caso de falhas ou omissões intencionais ou não; • Gestão de risco fraca, possibili- tando liberdade para tomadas de decisões equivocadas; • Processos empresariais desalinha- dos com objetivos estratégicos dos pro- prietários, acionistas ou gestores; • Produtos e serviços gerados sem qualidade ou em desacordo com alguma lei ou regulamentação vigente. Com governança corporativa! A governança corporativa foi originada no mercado financeiro mundial, com o intui- to de priorizar a transparência na gestão empresarial em relação ao aumento da rentabilidade e redução de riscos para os investidores da empresa. O objetivo é es- tabelecer mecanismos eficientes de gestão, monitoramento e controle para garantir que as decisões dos executivos, bem como os processos empresariais estejam alinha- dos com os interesses dos proprietários e/ ou acionistas. Entretanto, a governança corporati- va não pode ser eficiente se a empresa não dispuser de mecanismos de gerenciamento dos recursos de TI, que são responsáveis pela geração, tratamento e disponibi- lização das informações empresariais. Em virtude disso, a governança de TI foi o nome atribuído às atividades de gestão da TI, realizadas para garantir o alinhamento de TI às iniciativas de governança corporativa. Mas como minimizar o problema de conflito de interesses e definir papéis e responsabilidades para os atores no cenário de gestão corporativa? 6GERÊNCIA ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO A governança corporativa irá orien- tar e recomendar a implementação de me- canismos de gerenciamento e controle, que contribuirão para a melhoria das corpo- rações. Desse modo, o mesmo exemplo pode ser aplicado à TI! Contudo, alguns problemas comuns também estão sendo identificados no mer- cado de TI: • Os profissionais de tecnologia não conhecem a operação de negócio da em- presa e comportam-se como prestadores de serviços, em vez de agentes facilitadores do negócio; • As decisões gerenciais levam em consideração as tecnologias existentes na empresa e sua capacidade de supor- te, criando demandas que não podem ser atendidas pela área de tecnologia; • A área de TI planeja as suas ativi- dades, levando em consideração os planos estratégicos da alta direção, seja porque não foram envolvidos ou porque não es- tavam interessados em participar do pla- nejamento; • Muitas vezes a área de TI não está preparada para as mudanças requeridas pelo negócio, vindo a sentir dificuldades em adaptar-se às novas necessidades e de- mandas do mercado. Esse foi o nome atribuído a falta de direcionamento das práticas de TI ao mo- delo de gestão do negócio. Alguns fatores contribuíram para isso: a tecnologia avançou mais rapidamente do que o modelo de operação e gerenciamento de TI; a capacitação em TI foi por muito tempo mais técnica e menos estratégica; a alta, média gerência, gerência ope- racional e áreas de produção não se comunicam corretamente. Decisões são tomadas e planos realizados sem o claro entendimento dos envolvidos. Vamos acompanharno Quadro 1, a evolução do cenário do suporte nas últimas décadas: Falta de alinhamento entre a TI e o negócio! Década Cenário do suporte Anos 1970: os computadores ficavam em salas restritas (CPDs) Somente era responsabilidade do pessoal de informática o que estivesse dentro do CPD. Anos 1980: advento dos computadores pessoais ou PC (Personal Computers) que passaram a possuir processadores e discos rígidos, permitindo que informações fossem armazenadas localmente, descentralizando o acesso ao computador central. Centralizar no CPD alguns sistemas críticos da empresa para manter os sistemas conhecidos e entender as necessidades dos departamentos para prover um suporte eficiente ao negócio da empresa. Então, surge a TI! Anos 1990: com o avanço das tecnologias de redes de computadores e o surgimento da Internet, cada vez mais a informação passa a ser compartilhada e rompe as fronteiras do ambiente da empresa. Os técnicos agora não se preocupam mais, simplesmente, com o que está na mesma sala, ou com o que está dentro do mesmo prédio, mas com outros dispositivos que podem estar dentro de datacenters, fornecedores, clientes, filiais, ou qualquer outro tipo de acesso feito por meio da Internet. Fonte: elaborado pelo autor com base em Freitas (2010). 7GERÊNCIA ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO O papel da TI é atingir o nível má- ximo de maturidade em termos de gover- nança! O primeiro nível de maturidade é o da TI reativa. Ela somente age sob demanda. É conhecida como “Gestão de TI Bombeiro”, pois somente age quando o incêndio já começou. A TI eficaz bus- ca entender os processos empresariais e consegui atender as demandas básicas do negócio. A TI eficiente e proativa entende e participa, ativamente, do planejamento estratégico da empresa. A TI deve tor- nar-se eficiente e proativa para ser agente facilitador do negócio! Estrutura e cultura organizacionais Todas as empresas, independente do seu tamanho ou foco, compartilham três características comuns: propósito, pesso- as e estrutura sistemática [1]. O propó- sito refere-se ao fim específico de uma organização, normalmente expresso por um objetivo ou um conjunto deles, que a organização pretende realizar. As pessoas devem ter uma finalidade dentro da em- presa, bem como executam uma variedade de atividades para tornar os objetivos re- alidade. As várias funções dos membros muitas vezes definem os limites aos com- portamentos de trabalho associados. Em termos de estrutura, embora haja muitas variações, as organizações tradicionais seguem um modelo que se assemelha a uma pirâmide, contendo quatro categorias gerais. Veja a Figura 6: Os funcionários operacionais pro- duzem, fisicamente, os bens e serviços de uma organização, trabalhando em tarefas específicas. São exemplos: balconistas, técnicos de seguradoras, trabalhadores da linha de montagem de fabricantes de veí- culos, representantes do serviço de envio e entrega de correspondências que entrega seus pacotes, esses são exemplos de fun- cionários operacionais. Nos dois níveis superiores estão a alta gerência e a média gerência. Alta ge- rência é um grupo de pessoas responsáveis pelo estabelecimento dos objetivos gerais da organização e pelo desenvolvimento das Mas qual é o papel da TI no negócio da empresa? Fonte: elaborado pelo autor com base em Robbins, DeCenzo e Wolter (2014) 8GERÊNCIA ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO políticas para atingir estes objetivos. São exemplos: presidente do conselho de admi- nistração, presidente-executivo, presidente e vice-presidente sênior. Nas organizações sem fins lucrativos são exemplos: diretor de museu, superintendente de escola, go- vernador do estado, entre outros. A média gerência compreende todos os funcioná- rios abaixo do nível de alta gerência, os quais gerenciam outros gerentes. Sendo eles responsáveis por estabelecer e cumprir metas específicas em seu departamento ou unidade específicos. Todavia, seus obje- tivos não são estabelecidos isoladamente, eles são fixados pela alta gerência. Nesse aspecto, são exemplos: vice-presidente de finanças, diretor de vendas, gerente de divisão, gerente de grupo, gerente distrital, gerente de unidade ou diretor de escola, entre outros. A única categoria que ainda não des- crevemos é a dos gerentes. Eles também fazem parte da gestão e são responsáveis por supervisionar e coordenar o trabalho dos funcionários operacionais. Eles são os únicos que não gerenciam outros gerentes! São eles: gerente-assistente, chefe de de- partamento ou líder de equipe. Em algu- mas empresas, os gerentes também podem estar envolvidos em tarefas operacionais com seus funcionários. Por exemplo: o balconista de uma casa de lanches também pode ser o gerente do turno. Agora que já entendemos um pouco da estrutura de uma organização tradi- cional, vamos falar de um outro tipo de organização: a organização virtual. Estas organizações também podem ser chama- das de organização em rede ou modular [3]. Tipicamente, as organizações virtuais terceirizam a maior parte das funções de negócios. Em termos de estrutura, são altamente centralizadas, com pouca ou nenhuma departamentalização. Quando grandes empresas adotam a estrutura virtual, geralmente fazem isso para terceirizar a manufatura. Empresas como Nike, Reebok, L. L. Bean e Cisco Systems são alguns exemplos. A Cisco é, essencialmente, uma empresa de pesquisa e desenvolvimento que utiliza fornecedores externos e fabricantes independentes para montar roteadores para Internet, proje- tados por seus engenheiros; a National Steel terceiriza suas operações de corres- pondência; a Procter & Gamble terceiri- za seus serviços de TI; e a Exxon Mobil terceirizou as operações de manutenção de suas refinarias. A organização virtual faz um con- traste extremo com a burocrática típica, que tem diversos níveis gerenciais e onde o controle é exercido por meio da proprie- dade. A Figura 7 ilustra a estrutura or- ganizacional de uma organização virtual: O que está acontecendo aqui? Uma busca pela flexibilidade máxima. Fonte: elaborado pelo autor com base em Robbins (2005) 9GERÊNCIA ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO Seguindo a linha da f lexibilidade, Jack Welch – ex-presidente da General Eletric, cunhou o termo organização sem fronteiras. A ideia é eliminar as fronteiras verticais e horizontais no in- terior da empresa, assim como quebrar as barreiras externas entre a companhia e seus fornecedores e clientes. Este tipo de organização busca eliminar a cadeia de comando, ter amplitude ilimitada de controle e substituir os departamentos por equipes autônomas. O respectivo modelo apoia-se fortemente na TI, sendo também chamado de organização em “formato-T” ou baseada em tecnologia. Outro assunto correlacionado às organizações é a cultura organizacional, a qual representa um sistema de valores compartilhados pelos membros que di- ferencia uma organização das demais [3]. Sendo esse sistema, composto por um conjunto de características-chave que a organização valoriza. A essência da cultura de uma organização pode ser resumida em: 1. Inovação e aceitação de riscos: o grau em que os funcionários são estimu- lados a inovar e assumir riscos; 2. Atenção aos detalhes: o grau em que se espera que os funcionários demons- trem precisão e atenção aos detalhes; 3. Orientação para resultados: o grau em que os dirigentes focam mais os re- sultados do que as técnicas e os processos empregados para o seu alcance; 4. Orientação para pessoas: o grau em que as decisões dos dirigentes levam em consideração o efeito dos resultados sobre as pessoas dentro da organização; 5. Orientação para equipe: o grau em que as atividades de trabalho são mais organizadas em termos de equipes do que de indivíduos; 6. Agressividade: o grau em que as pessoas são competitivas e agressivas, em vez de dóceis e acomodadas; 7. Estabilidade: o grau em que as atividades organizacionais enfatizam a manutenção do statusde contraste com o crescimento. Cada uma destas características pode ser percebida desde um grau baixo até um grau elevado dentro das organizações. A avaliação da organização, em termos destas sete características, irá revelar a cultura organizacional. A estratégia, o planejamento estratégico e a vantagem competitiva A estrutura de uma organização contribui para que a administração possa conquistar seus objetivos [3]. Estratégia e estrutura organizacional estão diretamente relacionadas. A estrutura deve seguir a estratégia! Por exemplo, se a administração fizer uma mudança significativa na estra- 10GERÊNCIA ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO tégia da empresa, sua estrutura precisará ser modificada também. Estratégia pode ser definida como o processo pelo qual uma organização define aonde pretende chegar e como alcançará essa conquista[3]. A maioria dos modelos estratégicos focam três dimensões da es- tratégia – inovação, minimização de custos e imitação. A organização com estratégia de inovação deve ter uma orientação para novidades singulares, não apenas mudan- ças aparentes no que já é oferecido. Al- guns exemplos de empresas que seguem uma estratégia de inovação são a 3M ou a Apple. Já, uma organização que busca a estratégia de minimização de custos, controla firmemente seus custos, limi- tando gastos com inovações ou esforços de marketing, além de reduzir o preço de venda de produtos básicos. Um exemplo de empresa que segue esta estratégia é o Walmart. Empresas que adotam uma estraté- gia de imitação tentam usufruir as van- tagens das duas anteriores. Elas buscam minimizar riscos e maximizar as opor- tunidades de lucro. Exemplos de empre- sas que adotam esta estratégia são IBM e Caterpillar. Estas empresas seguem seus concorrentes menores e mais inovadores, com produtos melhores, mas somente de- pois que os concorrentes demonstram que há mercado para estes produtos. Por isso, precisamos adotar um mé- todo de ordenação da ação que possibilite estabelecer um padrão de conduta estraté- gica para a organização. No planejamento estratégico são estabelecidos os objetivos da organização e criados planos que pos- sibilitem que eles sejam alcançados. Ele irá direcionar para onde a empresa deve seguir, tendo caráter prático e mostrando de que forma as coisas devem ser feitas. Também irá estabelecer “o que” fazer (objetivos) e “como” fazer (planos)[4]. O planejamento pode ser caracterizado de diversas formas: • Em relação ao seu grau de abran- gência: estratégico, tático ou operacional; • Em relação ao horizonte temporal: de curto, médio ou longo prazo; • Em relação ao grau de especifici- dade: geral ou específico; • Em relação ao grau de permanên- cia: planos permanentes ou temporários. Mas na prática, nenhuma estratégia é executada sozinha! 11GERÊNCIA ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO O planejamento estratégico envolve objetivos e estratégias de longo prazo e abrange a organização como um todo[4]. Ele é o ponto de partida para os planeja- mentos tático e operacionais. O vínculo do planejamento estratégico e operacional é o desmembramento da estratégia em ações diárias. A Figura 9 ilustra os elementos que compõe o planejamento estratégico: A Etapa 1 – Análise do ambiente interno e externo, pode ser desenvolvida com a utilização de uma ferramenta chamada análise SWOT (S=Strenght-Forças; W=Weakness-Fraquezas; O=Opportu- nities-Oportunidades; T=Threats-Ame- aças). A Tabela 2 ilustra um exemplo de utilização da matriz SWOT: A análise SWOT é muito utilizada, uma vez que coloca a empresa em confron- to com seu ambiente. Na matriz, as forças e fraquezas representam fatores internos. As oportunidades e ameaças representam fatores externos. Fonte: elaborado pelo autor com base em Nogueira (2014) Forças Fraquezas • Preços competitivos • Vantagem tecnológica • L o c a l i z a ç ã o privilegiada • Instalações obsoletas Oportunidades Ameaças • Concorrência com preços altos • Economia estável • Expansão do mercado • Alto poder de barganha de consumidores e fornecedores • Evasão de empresas Fonte: elaborado pelo autor com base em Nogueira (2014) 12GERÊNCIA ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO A Etapa 2 – Estabelecimento das diretrizes organizacionais, refere-se aos conceitos de missão e objetivos. A missão é a razão de ser da organização. Também, os objetivos envolvem as metas operacio- nais que visam possibilitar que a missão seja cumprida. Ainda, as metas devem ser de difícil alcance, mas possíveis de serem realizadas. A Etapa 3 – Formulação de estraté- gias, consiste em projetar e escolher estra- tégias que ajudarão a alcançar os objetivos da organização. Essas estratégias devem conduzir organização rumo à vantagem competitiva. A Etapa 4 – Implementação de estratégias, envolve uma mudança de comportamento por parte dos gestores e demais membros de uma organização. Nessa etapa, o líder deve ser o primeiro a adotar os comportamentos que conduzirão a estratégia escolhida, fazendo com que os demais se sintam encorajados a participar da mudança. A Etapa 5 – Controle estratégico, concentra-se no monitoramento e ava- liação do processo, com vistas à sua me- lhoria e funcionamento satisfatório. Tais controles possibilitam que a gestão ava- lie os resultados em relação aos objetivos considerados centrais para a organização. Modelo das forças competitivas de Porter A melhor forma para entender a vantagem competitiva é utilizando o mo- delo das forças competitivas de Michael Porter[5]. Esse modelo baseia-se no am- biente geral de negócios em que a empresa está inserida. Fazem parte do modelo cinco forças competitivas de mercado, as quais a empresa deve contra-atacar para obter a vantagem competitiva. Vamos conhecer cada uma destas cinco forças: 1. Concorrentes tradicionais: em- presas que dividem o mercado com con- correntes que continuamente planejam novas e mais eficientes formas de produzir, introduzem novos produtos e serviços, tentando atrair consumidores; 2. Novos entrantes no mercado: no- vas empresas estão o tempo todo entrando no mercado, em função da economia livre, mobilidade de recursos financeiros e mão de obra; Dizemos que as empresas que “se saem melhor” têm vantagem competitiva sobre as outras. 13GERÊNCIA ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO 3. Produtos e serviços substitutos: produtos que podem ser utilizados pelos clientes como substitutos, no caso de o preço dos produtos favoritos subir muito, por exemplo; 4. Poder de barganha de clientes: o poder dos clientes cresce quando eles podem mudar facilmente para outros pro- dutos e serviços de um concorrente, ou quando podem forçar uma empresa e seus concorrentes a uma guerra de preços; 5. Poder de barganha de fornece- dores: quando os fornecedores elevam os preços de modo mais rápido do que a empresa, eles passam a impactar os lucros da mesma. Como estratégias de sistemas de in- formação, para lidar com as forças compe- titivas, podem ser citadas: alinhamento da TI com os objetivos do negócio (estratégia básica – garantir que a tecnologia serve ao negócio e não o contrário); liderança em custos (usar sistemas de informação para alcançar os mais baixos custos operacio- nais e os menores preços); diferenciação de produto (usar sistemas de informação para facilitar a criação de novos produtos e serviços, ou tornar, significativamente, mais conveniente para o cliente, usar seus atuais produtos e serviços); foco em nichos de mercado (usar sistemas de informação para estabelecer um foco de mercado es- pecífico e atendê-lo melhor que a concor- rência); maior intimidade com o cliente e fornecedor (usar sistemas de informa- ção para estreitar os laços com clientes e fornecedores). A Tabela 2 fornece alguns exemplos de grandes empresas de mercado que adotaram estas estratégias: Cadeia de valor A expressão “cadeia de valor” inclui todas as atividades realizadas entre a ideia de um produto ou serviço e o suporte ofe- recido,depois que ele é comercializado[5]. Com a análise da cadeia é possível iden- tificar se o valor gerado para o cliente é maior que o custo envolvido para criá-lo. Caso seja maior, vale a pena continuar com o negócio. Do contrário, os gestores devem reestruturar a estratégia da empresa ou descontinuar o negócio. Estratégia Exemplo Liderança em custos baixos Walmart D i ferenc iação de produto Google, eBay, Apple, Starbucks Foco em nichos de mercado Hotéis Hilton, Harrah’s Intimidade com o cliente e o fornecedor Toyota Corporation, Amazon Fonte: elaborado pelo autor com base em Laudon e Laudon (2014). 14GERÊNCIA ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO Esse modelo identifica pontos de alavancagem específicos e críticos, nos quais a empresa pode usar a tecnologia da informação, mais efetivamente, para melhorar sua posição competitiva. Uma cadeia de valor pode ser dividida em atividades básicas e atividades de suporte. As atividades básicas estão mais diretamente relacionadas com a produção e a distribuição dos produtos e serviços que criam valor para o cliente. As atividades de apoio possibilitam à empesa a realização das atividades primárias. A Figura 10 apresenta o modelo de cadeia de valores: Em cada estágio da cadeia de valo- res podemos perguntar: “como podemos utilizar os sistemas de informação para melhorar a eficiência operacional e es- treitar o relacionamento com clientes e fornecedores? ” Isso irá reforçar a análise crítica sobre como as atividades geradoras de valor podem ser melhoradas em cada estágio. Resumo da unidade Nesta unidade vimos que as organi- zações são agrupamentos sistemáticos de pessoas com um propósito específico. Por exemplo, uma empresa que tem um ótimo modelo de gestão é aquela que possui um planejamento estratégico bem definido; que traduz corretamente o planejamento em processos empresariais executados pela área operacional; produz bens e serviços com qualidade, atendendo as necessidades dos clientes; contribui para a geração de lucro para os proprietários e para a me- lhoria da imagem da empresa no mercado. Nesse sentido, cabe a área de tecnologia da informação planejar suas atividades, Fonte: Laudon e Laudon (2014) 15GERÊNCIA ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO levando em consideração os planos estra- tégicos da alta direção. Também, que a governança cor- porativa tem como objetivo estabelecer mecanismos eficientes de gestão, moni- toramento e controle para garantir que as decisões dos executivos nos processos empresariais estejam alinhadas com os interesses dos proprietários e/ou acionistas. Assim, a governança de TI foi o nome atribuído às atividades de gestão da TI, realizadas para garantir o alinhamento de TI às iniciativas de governança cor- porativa. A TI deve se tornar eficiente e proativa, para atuar como um agente facilitador do negócio. Em relação a estrutura, organiza- ções tradicionais seguem um modelo que se assemelha a uma pirâmide, contendo quatro categorias gerais: alta gerência, gerência média, gerência e funcionários operacionais. Já as organizações virtuais, terceirizam a maior parte das funções de negócios. Em termos de estrutura, elas são altamente centralizadas, com pouca ou nenhuma departamentalização. As or- ganizações também possuem um sistema de valores compartilhados pelos membros, que chamamos de cultura organizacional. Toda organização possui objetivos que pretende alcançar. A estratégia pode ser definida como o processo pelo qual uma organização define seus objetivos e como irá alcançá-los. A maioria dos mo- delos estratégicos foca três dimensões da estratégia – inovação, minimização de custos e imitação. O planejamento estra- tégico será a forma como a organização irá formalizar sua estratégia. Ele é um plano de longo prazo e abrange a organização como um todo. A partir dele, serão gerados os planejamentos tático e operacionais. Desse modo, fazem parte do planejamento estratégico as etapas: análise do ambiente interno e externo; estabelecimento das diretrizes organizacionais; formulação de estratégias; implementação de estratégias; e, controle estratégico. As empresas com melhores resul- tados atingem a vantagem competitiva. Para isso, elas devem contra-atacar cinco forças competitivas de mercado, que são: concorrentes tradicionais, novos entrantes no mercado, produtos e serviços substitu- tos, poder de barganha de clientes, poder de barganha de fornecedores. Por fim, a expressão “cadeia de valor”, que inclui todas as atividades realizadas entre a ideia de um produto ou serviço e o suporte ofe- recido, depois que ele é comercializado. A análise do que???? permite identificar se o valor gerado para o cliente é maior que o custo envolvido para criá-lo.
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