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LINGUAGEM E LINGUÍSTICA Everton Lourenço da Silva Maximo1 Resumo: Este artigo apresenta um panorama da linguística moderna do seu início com Ferdinand Saussure até os desdobramentos da revolução cognitivista ocorrida a partir da década de 1950. Para tal, são contrapostas duas correntes dos estudos linguísticos: o Estruturalismo e o Gerativismo, mostrando como cada uma delas aborda as questões básicas da reflexão sobre a linguagem: o que é a linguagem? como ela funciona? e como aprendemos uma língua?. Buscaremos, assim, demonstrar como a linguística gerativa responde a essas perguntas de maneira mais satisfatória que a abordagem estruturalista. Palavras-chave: Linguagem; Linguística; Gerativismo; Estruturalismo Introdução Ao longo dos séculos, os estudos sobre a linguagem se valeram dos recursos intelectuais e técnicos de cada época. Assim, tais investigações estiveram por muito tempo sob a tutela da filosofia, da gramática, da antropologia, da sociologia, etc. A linguística começou a ganhar corpo como uma disciplina autônoma em meados do século XIX, com o surgimento da linguística histórica e o método histórico-comparativo. Já no século XX, com Ferdinand Saussure, a linguística ganhou o status de ciência independente, descolando-se da sociologia e da antropologia. Por conta disso, a publicação em 1916 do Curso de Linguística Geral de Saussure é considerada o marco de início da Linguística moderna. Com Saussure, também inicia o estruturalismo, movimento que dominou a linguística na primeira metade do século passado. De maneira geral, a escola estruturalista se dividiu em duas grandes correntes: a europeia (seguindo o caminho aberto por Saussure) e a norte- americana (com Sapir e, principalmente, com Bloomfield e seus discípulos). Na segunda metade do século passado surge com Chomsky o gerativismo, uma nova abordagem de estudos linguísticos que se opunha à linguística estruturalista, notadamente aquela seguida por Bloomfield e seus continuadores. Neste trabalho, vamos analisar essas duas escolas linguísticas, mostrando como divergem nos seus pressupostos e, consequentemente, em suas explicações para o fenômeno da 1 Mestre em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professor do curso de Letras da Faculdade Machado de Assis (FAMA). linguagem, principalmente no que se refere a sua constituição, funcionamento e aquisição. Dessa forma, veremos de que maneira questões centrais do pensamento sobre a linguagem, como o que é a linguagem?, como ela funciona? e como aprendemos uma língua?, foram respondidas por essas abordagens, cujos desdobramentos se fazem presentes nos dias atuais. 1. A linguística estruturalista Saussure (2008) defendia que a linguagem apresenta um aspecto individual e um aspecto social, indissociáveis. Sendo assim, a faculdade da linguagem era formada por dois constituintes fundamentais: língua e fala. Nessa concepção, a língua é a dimensão coletiva da linguagem, pois é um sistema de signos alojado na mente de um grupo de falantes. Esse sistema de signos é coletivo, sendo usado como meio de comunicação entre os indivíduos que pertencem à mesma comunidade. Assim, podemos dizer que a língua é o componente social da faculdade da linguagem, um conhecimento compartilhado pelos indivíduos. “É um contrato coletivo, ao qual todos os membros da comunidade devem submeter-se em bloco, se quiserem se comunicar” (DUBOIS ET ALLI, 2006, p. 379). Por sua vez, a fala é o componente individual da linguagem, isto é, o uso que cada indivíduo dá ao sistema da língua. A constituição da fala é dupla: por uma lado temos o ato de expressar ideias através do sistema da língua; por outro, o mecanismo psicofísico usado para esse ato. Em outras palavras, como diz Costa (2011:116), “trata-se, portanto, da utilização prática e concreta de um código de língua por um determinado falante num momento preciso de comunicação”. Saussure (2008) afirma que o estudo científico da linguagem deve escolher entre o estudo da língua e o estudo da fala, uma vez que seria impossível fazer ambos ao mesmo tempo. Neste cenário, Saussure (2008) diz que a linguística deveria toma para si a tarefa de estudar a língua. Tal decisão foi seguida por seus continuadores e norteou as pesquisas no âmbito do estruturalismo. Nas próximas subseções, veremos as causas e as consequências dessa escolha. 1.1. A linguística como ciência social No seu início, a linguística, embora definisse a linguagem como o seu objeto de estudo, com frequência apenas tangenciava tal objeto. Esse fato curioso ocorria porque se considerava a linguagem algo inacessível, como diz Saussure (2008:17): Tomada em seu todo, a linguagem é multiforme e heteróclita; o cavaleiro de diferentes domínios, ao mesmo tempo física, fisiológica e psíquica, ela pertence além disso ao domínio social; não se deixa classificar em nenhuma categoria de fatos humanos, pois não se sabe como inferir sua unidade. Dessa forma, os linguistas se voltavam para a língua, o componente social da linguagem. Assim, a linguística não se ocupava diretamente daquele que afirmava ser o seu objeto de estudo, como deixa claro a definição que Camara Jr. (1997, p.158) dá à disciplina: “o estudo da linguagem humana, mas considerada na base da sua manifestação como língua”. Por trás dessa atitude estava o fato de que a linguística da época era dominada pelo empirismo, que levava os linguistas a tratar apenas daquilo que fosse diretamente observável. Por essa razão, considerava-se que a linguagem, sendo uma faculdade mental humana, dificilmente poderia ser estudada em si. Camara Jr. (1973:23-24) demonstra esse pensamento, ao afirmar que a linguística é “uma ciência fundamentada na observação do que existe”, não lhe interessando “a rigor, a linguagem em si mesma, considerada como uma faculdade abstrata do homem”, pois o seu objeto é “o estudo dos sistemas de linguagem, ou línguas”. Ao eleger a língua como seu objeto de estudo, caracterizando-a como “um microcosmo da cultura” (CAMARA JR., 1965, p. 18), o estruturalismo considerava a linguística como um ramo das Ciências Sociais. Isso mesmo nos diz Camara Jr. (2004, p. 293), ao afirmar que “a língua é um modelo magnífico de estruturação cultural, e a linguística com os seus métodos e os seus resultados um modelo magnífico de técnica de ciência social”. Paralelamente à concepção da linguística como uma ciência social, o estruturalismo, de modo geral, rejeitava a ideia de uma relação íntima da linguagem com a biologia humana, que já se desenvolvia em estudos neurológicos desde o fim do século XIX2, reduzindo essa relação a apenas a produção da voz. Por exemplo, Sapir (1971, p. 23-24) afirma que “só podemos dizer que a linguagem está localizada no cérebro no sentido geral, e praticamente inútil, com que dizemos que todos os aspectos da nossa consciência, todos os interesses e toda a atividade do homem ‘residem no cérebro’”. Por sua vez, Camara Jr (1973, p. 19) se expressa nos seguintes termos: “não é também exato supor, como alguns teoristas, que haja, no cérebro humano, uma ou mais secções biológicas destinadas à função da linguagem”. Tal foi a visão dominante nos estudos linguísticos na primeira metade do século passado. Rosa (2010:20) nos lembra que essa concepção de linguagem, de língua e da própria linguística levou a muitas teses que tempos depois se mostrariam absolutamente equivocadas, como “a dependência da natureza de uma língua em relação a aspectos culturais e mesmo 2 Para um relato dessas descobertas, conferir Pinker (2002) e Rosa (2010). climáticos a que estavam submetidos seus falantes” 3, além de “considerar imprevisível a variação nas línguas do mundo”. 1.2. O behaviorismo linguístico No início do século XX, a vertente da psicologia conhecida como behaviorismo era bastante influente. Essaera uma abordagem comportamentalista, que teve seu início com John Watson. De fundo empirista, a psicologia behaviorista considerava apenas fatos objetivos, passíveis de observação, descartando processos subjetivos. Assim, o behaviorismo elegia o comportamento como objeto de estudo, no lugar da mente. Anaya (2010, p. 341) explica: Watson não negava a existência de fenômenos psíquicos internos, mas insistia que tais experiências não poderiam ser objeto de estudo científico porque não eram observáveis. Ele propôs fazer o estudo da psicologia científica usando somente procedimentos objetivos, tais como experimentos de laboratório projetados para estabelecer resultados estatisticamente válidos. A abordagem comportamental levou- o a formular uma teoria psicológica em termos de estímulo-resposta.4 A psicologia behaviorista ganhou muito destaque e foi desenvolvida por diversos pesquisadores em áreas diferentes, ganhando nuances distintas. No que diz respeito à aprendizagem, para o behaviorista o sujeito que aprende é passivo, pois é condicionado pelos dados externos a ele e a aprendizagem acontece quando um comportamento é adquirido com base em um estímulo externo e um reforço à resposta a esse estímulo (LAKOMY, 2014, p. 16). Diversos autores utilizaram a psicologia behaviorista em seus estudos de linguagem. Bloomfield desenvolveu sua abordagem linguística sob essa influência, afirmando que a linguagem humana era socialmente condicionada, fruto da relação estímulo-resposta, na qual o indivíduo respondia aos estímulos advindos da interação social (KENEDY, 2011, p.128). Sendo assim, na concepção de Bloomfield (1933: 280-281), a linguagem seria uma questão hábito, uma vez que “os falantes adquirem seus hábitos dos falantes anteriores; a única explicação de seus hábitos encontra-se nos hábitos deste falantes anteriores”, ou seja, “a explicação para um hábito linguístico é simplesmente a existência do mesmo hábito em um tempo anterior”. Eis como Bloomfield (1933: 29-30) apresenta o processo de aprendizado da língua: Sob variados estímulos, a criança produz e repete sons vocais. Suponhamos que ela produza um som que possamos representar como um da (...) Alguma pessoa, a mãe, por exemplo, produz na presença da criança um som que se assemelha à sílaba balbuciada pela criança. Por exemplo, ela diz doll [boneca]. Quando esses sons 3 Uma expressão importante desse tipo de pensamento é a hipótese de Sapir-Whorf. Para uma apresentação crítica dessa hipótese, ver Rosa (2010, p. 161-164) e Pinker (2004, p. 59-74). 4 Em todas as citações de obras escritas em língua estrangeira, a tradução é nossa. chegam aos ouvidos da criança, seu hábito entra em jogo e ela produz o balbucio mais próximo, da. Dizemos, então, que ela começa a “imitar” (...) A visão e o manuseio da boneca e a audição e a produção da palavra doll (isto é, da) ocorrem repetidamente de forma concomitante, até que a criança forme um novo hábito: ver e sentir a boneca é o suficiente para fazê-la dizer da. Ela tem agora o uso de uma palavra. Portanto, para Bloomfield (19933), a aquisição da linguagem ocorre através de imitação e treino, ou seja, a criança adquire uma determinada língua pela imitação dos hábitos dos adultos, que lhe servem de estímulos para os quais gera como resposta seus próprios hábitos linguísticos. Sendo assim, para o linguista, a fala não se distinguiria significativamente da escrita, uma vez que se tratam de “comportamentos que dependem de uma aprendizagem para cuja compreensão ele lança mão do condicionamento de tipo pavloviano” (PASSOS, 2004:72). O psicólogo B. F. Skinner também analisou a linguagem do ponto de vista behaviorista em seu clássico livro Verbal Behavior (1957). Para Skinner, a linguagem era um comportamento que poderia ser explicado a partir da tríade estímulo–resposta–reforço. Nesta perspectiva, a aquisição de uma língua ocorreria num processo em que uma criança responde com a articulação de um determinado som a um determinado estímulo; caso essa resposta ganhe um reforço, haveria uma associação entre estímulo e resposta. Por exemplo, se diante de uma bola um adulto diz a palavra bola (estímulo), a criança repetiria essa palavra (resposta). Se o adulto lhe entrega a bola (reforço), então ela criaria uma associação entre a palavra e o objeto. Com a repetição do reforço, a criança passaria a reproduzir a palavra bola, ainda que na ausência do objeto, quando desejasse brincar. Arruda Jr. (2015, p. 122) nos mostra o dimensão dessa ideia: “se as primeiras palavras são, de fato, aprendidas desta forma, é possível acreditar, como Skinner, que se pode exercer previsão e controle sobre as respostas dadas pela criança. Para isso, bastaria apenas encontrar a causa da resposta”. 2. A linguística gerativa e sua crítica ao pensamento estruturalista/behaviorista No fim da década de 1950, a partir da publicação do livro Syntactic structures (CHOMSKY, 1957), os estudos linguísticos deram uma guinada, abandonando a perspectiva estruturalista/behaviorista. As mudanças no pensamento da época afetaram não somente a linguística, mas também outras ciências, como a psicologia, a neurociência, a antropologia, etc., a tal ponto que esse momento ficou conhecido como a revolução cognitiva (ou revolução chomskyana). Sobre esse período, Chomsky (2005, p 33) comenta: Houve uma importante mudança de perspectiva: do estudo do comportamento e de seus produtos (como os textos) para os mecanismos internos envolvidos em pensamento e ação. A perspectiva cognitiva toma o comportamento e seus produtos não como objeto de pesquisa, mas como um dado que pode fornecer evidências sobre os mecanismos internos da mente e sobre os modos como esses mecanismos operam ao executar as ações e ao interpretar a experiência. A linguística gerativa abandonou os dois pilares do Estruturalismo aqui estudados: o empirismo e a visão da linguagem como um produto social. Combinados, esses posicionamentos culminaram numa visão superficial do fenômeno da linguagem, que ganhou sua expressão máxima no behaviorismo linguístico. Nas próximas duas subseções veremos como o gerativismo reorienta os estudos linguísticos, enxergando a linguagem essencialmente como um produto biológico e demonstrando a ineficiência da abordagem behaviorista em compreender e explicar a faculdade da linguagem. 2.1. A linguística como um ramo da biologia: os critérios de Lenneberg Para mostrar que a linguagem não era um essencialmente fenômeno cultural, mas uma capacidade biológica inata, Lenneberg (1973) postulou quatro critérios a partir dos quais podemos distinguir comportamentos biologicamente e culturalmente determinados, que deveriam ser aplicados à linguagem. Para exemplificar seu raciocínio, o autor escolheu dois comportamentos: um unanimemente reconhecido como biologicamente dado e outro, como culturalmente dado, a saber: o andar bípede e a escrita, respectivamente. Com o primeiro critério (variação dentro da espécie), verifica-se a existência ou a ausência de variação da atividade. A locomoção na espécie humana, salvo qualquer patologia, se dá de uma única forma, que é o andar bípede. O desenvolvimento desta capacidade também é igual a todos os homens, apresentando estágios idênticos quando comparados quaisquer grupos sociais. Por outro lado a escrita varia muito dentro da espécie humana. Ela não é utilizada por todas as populações já que há muitos povos ágrafos e, mesmo dentro dos povos que utilizam a escrita, existem muitos analfabetos. Todo ser humano, em condições normais, aprende uma língua, e o faz no mesmo espaço de tempo. Além disso, em face de uma variação superficial, as línguas guardam entre si profundas semelhanças. Como diz Lenneberg (1973, p. 66-67), apesar da separação geográfica milenar de certas sociedades, ou da diferença física entre raças e sub-raças, “os homens se comunicam de maneirasnotavelmente similares”. Tal similaridade profunda entre as línguas faz com que o primeiro critério coloque a linguagem junto ao andar bípede. Com o segundo critério (história dentro da espécie) verifica-se a possibilidade de reconstrução da história da implantação e do desenvolvimento da atividade. Podemos traçar uma história da escrita, determinando seu lugar de criação, sua evolução e seus caminhos de divulgação. Ao contrário, não podemos realizar uma reconstrução do desenvolvimento do andar bípede de um estágio primitivo para um mais complexo dentro da espécie humana. Quando submetemos a linguagem a este critério, não encontramos qualquer indício de que houve um tempo em que a linguagem estivesse ainda por ser plenamente desenvolvida, isto é, a existência de uma gramática rudimentar que tivesse dado origem a gramáticas mais elaboradas. Assim, no segundo critério, a linguagem está ao lado do andar bípede. Com o terceiro critério (predisposição hereditária) verifica-se a existência ou a ausência de uma predisposição hereditária na espécie humana para a atividade. Em condições normais, o andar bípede se desenvolve naturalmente nas crianças, como que se elas já nascessem predispostas a andar. Tal fato ocorre porque o corpo humano é biologicamente conformado para esse fim. Por sua vez, a escrita não se desenvolve naturalmente nas crianças, que precisam de instrução formal e treinamento para que aprendam a escrever. A aquisição da linguagem por parte das crianças ocorre de modo natural, sem requerer instrução dos adultos ou um processo formal de treinamento. Portanto, quando se trata do terceiro critério, a linguagem fica ao lado do andar bípede. Com o quarto critério (existência de correlações orgânicas específicas) verifica-se se há correlações orgânicas específicas para o florescimento da atividade. Há no andar bípede correlações orgânicas facilmente detectáveis, como a forma dos pés, o suporte dos músculos da perna, o mecanismo do equilíbrio. Por outro lado, embora haja uma clara capacidade biológica para a escrita, não podemos encontrar correlações específicas para esse fim. O fato de que as etapas do processo de aquisição de uma língua serem regulares e universais aponta para a existência de uma predisposição inata para a aquisição da linguagem, bem como para a existência de uma aparato biológico para este fim. Assim, também no quarto critério, a linguagem se mostra um comportamento biologicamente determinado, como o andar bípede. 2.2. A crítica ao behaviorismo linguístico Em sua resenha ao Verbal Behavior (SKINNER, 1957), Chomsky (1959) critica o trabalho de Skinner em dois âmbitos: primeiramente, quanto aos seus métodos; em segundo lugar, quanto à aplicação dessa teoria ao estudo da linguagem. Com relação à crítica ao método behaviorista, Chomsky (1959) não concorda que o empreendimento de Skinner tenha um apurado rigor científico, uma vez que os resultados de experimentos controlados são tratados como evidências de comportamentos reais. Além disso, para o linguista, Skinner errava ao tentar explicar o comportamento humano a partir do métodos usados no estudo do comportamento animal. Assim, é rechaçada a afirmação de Skinner (1957, p.3) de que os métodos usados em pesquisas com animais podem ser empregados no estudo do comportamento humano, “sem modificações sérias”, por estarem “livres de restrições de espécie”. Em suma, Chomsky (1959) entendia que o behaviorismo era incapaz de dar conta do comportamento humano, uma vez que sequer entendia a extensão de sua complexidade. No que se refere ao estudo do comportamento linguístico, a crítica chomskyana centra- se no aspecto criativo da linguagem. Ora, se a linguagem se desenvolve nos indivíduos por um processo de imitação, torna-se difícil explicar o fato de que os falantes produzam sentenças inéditas, isto é, nunca antes produzidas. Podemos imaginar um falante em um contexto nunca antes experimentado. Se neste contexto, tal falante profere uma sentença inédita, como tal comportamento pode ser explicado pelo processo de estímulo-resposta-reforço? Essa mesma questão pode ser posta do ângulo inverso. Se o comportamento verbal configura-se pela resposta de um indivíduo dada a estímulos fornecidos por outro indivíduo e por ele reforçada, como explicar que um falante possa compreender uma sentença que ouve pela primeira vez? Esse pontos criticados por Chomsky (1959) são fundamentais para a sua teoria da linguagem, que começava a ser desenhada. A firmeza de Chomsky em ver a linguagem como uma faculdade exclusivamente humana e tendo como seu ponto central o aspecto criativo, fazia com que sua teoria linguística o distanciasse radicalmente da perspectiva behaviorista apresentada por Skinner (1957). Assim, o foco da pesquisa linguística deixava de ser o produto, isto é, as expressões linguísticas em si, passando a ser o processo, ou seja, os mecanismos internos que geram essas expressões. 3. O empreendimento gerativista A abordagem dos estudos linguísticos iniciada por Chomsky buscava superar um problema fundamental que encontrava na linguística estruturalista: embora houvesse avançado bastante na descrição das línguas em geral, havia falhado em explicar adequadamente o funcionamento da faculdade da linguagem. Para o gerativismo, uma teoria linguística deve apresentar tanto adequação descritiva, quanto adequação explicativa. A adequação descritiva se alcança ao se fazer uma descrição do conhecimento de um falante sobre a sua língua, ou seja, a gramática de uma determinada língua. Por sua vez, a adequação explicativa é alcançada quando se encontram as propriedades comuns às línguas em geral, ou seja, quando se demonstra “como cada língua em particular pode ser derivada de um estado inicial uniforme, sob ‘condições limites’ estabelecidas pela experiência (Chomsky, 2005, p. 36). Portanto, a adequação explicativa está no cerne do empreendimento gerativo, que busca responder a perguntas como: o que constitui o conhecimento linguístico?, como esse conhecimento surge no indivíduo?, como esse conhecimento é posto em prática? e quais são os meios físicos que suportam esse conhecimento? A tradição dos estudos de gramática gerativa tem dado maior ênfase às duas primeiras perguntas. Por conta disso, neste trabalho, abordaremos apenas essas duas questões, que serão o fio condutor das próximas subseções. 3.1. O conhecimento linguístico 3.1.1. Competência e desempenho O conhecimento que um falante possui de sua língua vai muito além do que ele pode imaginar ou expressar. Tomemos, por exemplo, as sentenças abaixo. (1) Ele disse que o Astolfo chegará em breve. (2) O Astolfo disse que ele chegará em breve. Qualquer falante de português sabe que em (1) a referência do pronome ele não pode ser o Astolfo (tendo de ser alguém já mencionado anteriormente), mas em (2) ele e o Astolfo podem estar relacionados. Igualmente, um falante de português sabe que as palavras de uma sentença devem respeitar uma certa ordem. Sabe também que há uma ordenação mais comum, e que alguma variação é possível; porém, há sequências que nunca são usadas. (3) (a) Quantos anos a Creusa tem? (b) A Creusa tem quantos anos? (c) *Anos Creusa a tem quantos? As sentenças que efetivamente são produzidas pelos falantes (ou por eles reconhecidas como possíveis) são chamadas de gramaticais. Já aquelas sentença que não são produzidas pelos falantes e que por eles são consideradas inaceitáveis, são chamadas de agramaticais5. Todo falante pode discernir quais sentenças não gramaticais e quais são agramaticais em sua língua. Chamamos a capacidade que o falante possui de reconhecer e produzir sentenças gramaticais (e rejeitar as agramaticais) de uma língua de competência. Esse é um conhecimento natural e inconsciente, que não é fruto de instrução formal.O gerativismo tem como foco o estudo da competência, pois só assim será possível compreender o funcionamento da linguagem na mente do falante. Como se trata de um conhecimento abstrato, a competência não se confunde com o uso concreto da língua, a que chamamos de desempenho (ou performance). Ou seja, o nosso saber linguístico não é o mesmo que o nosso fazer linguístico. Isso porque no uso da língua em situações concretas (desempenho) muitos fatores estão envolvidos, como memória, emoções, cansaço, conhecimento de mundo, etc. Assim, as sentenças geradas podem sofrer interferências desses fatores, acarretando problemas como hesitação, equívocos de pronúncia, esquecimentos e interrupções. Sendo assim, somente em condições ideais o desempenho será um reflexo direto da competência. Por conta disso, a linguística gerativa trabalha com uma abstração: um falante-ouvinte ideal, em uma comunidade linguística homogênea, que conhece seu idioma perfeitamente e ao qual não afetam condições sem valor gramatical, como limitações de memória, distração, mudanças do centro de atenção e interesse e erros (característicos ou fortuitos) ao aplicar seus conhecimentos para uso real (CHOMSKY, 1971, p.5). 3.1.2. O conceito de língua Precisamos definir o conceito de língua dentro da perspectiva gerativa. Basicamente, podemos entender o termo língua de duas formas. Em primeiro lugar, no seu uso comum, a palavra língua designa um código linguístico compartilhado por uma comunidade de falantes. Em segundo lugar, língua significa “o conhecimento linguístico de um indivíduo (...) a faculdade cognitiva que habilita esse indivíduo a produzir e compreender enunciados (...) refere-se a uma habilidade presente na mente humana” (KENEDY, 2013, p. 27). Essas concepções destoam radicalmente, pois localizam a língua fora ou dentro do indivíduo, respectivamente. Para dar conta dessa dupla dimensão da língua, foram postulados por Chomsky (1986) os conceitos de Língua-I e Língua-E. 5 Usamos um asterisco (*) no início de uma sentença para indicar que a mesma é agramatical. A Língua-E é a dimensão social da língua, ou seja, o código compartilhado por indivíduos de uma mesma sociedade. Assim, podemos dizer que Língua-E é um sinônimo de idioma, ou seja, um conjunto de todas as produções linguísticas de uma dada sociedade ao longo do tempo. Neste caso, é a língua algo externo ao indivíduo. Por sua vez, a Língua-I é um conhecimento abstrato que existe na mente de um indivíduo, que lhe permite produzir sentenças. A Língua-I é, então, individual e internalizada pois cada indivíduo constrói o seu próprio conhecimento linguístico. Assim, os conceitos de Língua-I e Língua-E correspondem, respectivamente, aos conceitos de competência e desempenho. Podemos usar, ainda, o termo gramática como sinônimo de Língua-I, ou seja, o conhecimento que um determinado falante tem de uma língua. 3.2. Como o conhecimento linguístico é adquirido 3.2.1. O problema de Platão Uma questão importante para Platão era a possibilidade do conhecimento. Isso porque para o filósofo as experiências vividas não parecem ser uma base suficiente da qual se possa extrair todo o conhecimento demonstrado pelo homem, uma vez que a nossa vida é demasiado breve e nossa experiência com o mundo, muito limitada. O filósofo Bernard Russel (apud KENEDY, 2013, p.61) resume essa reflexão na seguinte pergunta: “De onde vem a capacidade humana de construir conhecimento de maneira tão rápida e precisa, se as evidência a que somos expostos no mundo são tão difusas e incompletas?”. A essa questão chamamos de o problema de Platão. Em linguística, o problema de Platão é usado para refletir-se sobre o conhecimento linguístico, ou seja, perguntamos como é possível que os homens aprendam uma língua. Ao levantar esse problema, o linguista considera que a experiência linguística é limitada e insuficiente para explicar o conhecimento do falante. O fato de a experiência apresentar essas limitações é chamado de argumento da pobreza do estímulo. Em primeiro lugar, a experiência é limitada quanto à quantidade de dados que fornece. Uma criança por volta dos quatro anos já adquiriu sua Língua-I. Assim, a quantidade de dados a que foi exposta nesse curto período é limitada. Apesar disso, um criança de quatro anos pode gerar infinitas sentenças em sua língua, mesmo aquelas que nunca ouviu. Isso evidência uma propriedade essencial das línguas em geral, chamada de infinitude discreta: um número finito de dados gera produtos infinitos. Com essa propriedade vemos que a experiência não parece suficiente para explicar a competência linguística do falante. Em segundo lugar, a experiência é limitada quanto à qualidade dos dados que fornece. Essa limitação pode ser evidenciada de duas formas. A primeira delas advém de problemas de desempenho, pois muitas vezes os dados linguísticos podem ser fragmentados, truncados e desorganizados. A segunda forma de limitação quanto à qualidade dos dados se refere ao fato de que a experiência não fornece toda a informação necessária à aquisição de uma língua. Isso ocorre, por exemplo, porque a experiência é positiva, isto é, apresenta apenas construções gramaticais, mas não é negativa, ou seja, não expõe construções agramaticais. Assim, a criança adquire o conhecimento de quais construções são agramaticais, mesmo que nunca seja exposta a elas. 3.2.1. O Inatismo O Estruturalismo falha completamente em solucionar o problema de Platão. Isso decorre de sua opção pelo empirismo. Nessa perspectiva, o homem é uma tabula rasa, ou seja, nasce sem conhecimento algum. Assim, todo conhecimento é adquirido a partir daquilo que é fornecido pela experiência. Ora, se a experiência é, como vimos, limitada tanto quantitativamente, quanto qualitativamente, então não é possível que tudo que aprendemos venha de dados externos a nós. O gerativismo busca na filosofia contrária, o racionalismo, a base para sua resposta ao problema de Platão. Chomsky (1973, p. 28) explica que “as teorias racionalistas se caracterizam pela importância que atribuem a estruturas intrínsecas nas operações mentais, a processos centrais e princípios de organização na percepção, e a ideias e princípios inatos na aprendizagem”. Assim, “a especulação racionalista assumiu que a forma geral de um sistema de conhecimento é fixada antecipadamente como disposição da mente” (CHOMSKY, 1971, p.50). Seguindo essa tradição, a linguística gerativa defende a hipótese inatista. Segundo essa hipótese, todo ser humano possui um componente de conhecimento linguístico inato, que lhe permite construir sua Língua-I a partir dos dados da Língua-E. A esse componente inato, sede do conhecimento linguístico, chamamos de faculdade da linguagem, que pode ser definida como a “dotação biológica que a espécie humana possui para a aquisição e o uso de pelo menos uma língua natural” (KENEDY, 2013, p. 74). Muitas vezes esse componente é referido na teoria linguística como o órgão da linguagem, “no sentido em que os cientistas falam do sistema visual, do sistema imunológico ou do sistema circulatório como órgãos do corpo” (CHOMSKY, 2005, p.31). Cabe, então, ao linguista descrever e explicar esse componente da mente humana. A hipótese inatista é a resposta gerativista ao problema de Platão. Nós aprendemos tão rapidamente uma língua, mesmo com uma experiência limitada porque somos biologicamente preparados para isso, de modo que o nosso conhecimento linguístico inato (a nossa faculdade da linguagem) nos permite analisar os dados a que fomos expostos e construir uma competência linguística.6 Esta é uma proposta bastante ousada, como comenta Piattelli-Palmarini (1983, p.21): Cumpre sublinhar que uma coisa é admitir a existência de potencialidades inatas rudimentares e para todo o serviço (mesmo os behavioristas mais intransigentes nunca recuaramdiante disso), e outra coisa muito diferente é pretender que existem estruturas inatas altamente específicas, sumamente complexas, e que elas estão efetivamente postas à disposição do organismo. [grifos do autor] 3.2.1. A Gramática Universal e a teoria de Princípios e Parâmetros Como vimos, a competência linguística de um falante é fruto da interação entre um componente inato e a experiência. Vimos também que é tarefa da linguística gerativa determinar o que é esse componente inato, ou seja, qual o conhecimento linguístico com o qual fomos biologicamente dotados. O estado em que uma criança se encontra antes de qualquer exposição a dados linguísticos, ou seja, o seu estado inicial é o que chamamos de Gramática Universal (GU). Assim, a GU é um conjunto de informações comuns a todas as línguas naturais, o que inclui todas as propriedade que compartilham, bem como os limites dentro dos quais elas podem variar. A partir da interação da GU com a Língua-E, forma-se uma Língua-I, que é o estado estacionário. A explicação desse processo passa pela teoria de princípios e parâmetros. Os princípios são universais da linguagem, ou seja, comuns a todas as línguas e independentes da experiência. Já os parâmetros são particulares, ou seja, são formatados pela experiência. Chomsky (2005, p. 37) usa uma metáfora para explicar a teoria: Podemos conceber o estado inicial da linguagem como uma rede fixa conectada a um quadro de interruptores; a rede é constituída dos princípios da linguagem, enquanto os interruptores são as opções a ser determinadas pela experiência. Quando os interruptores são acionado de uma determinada maneira, temos o suaíli; quando 6 É exatamente neste ponto que a pobreza do estímulo se torna um argumento em favor do inatismo, isto é, em favor da ideia de que a existência de um conhecimento inato, portanto prévio à experiência, é uma condição sine qua non para a aquisição de uma língua. acionados de outra, temos o japonês. Cada língua humana possível é identificada como um conjunto específico de interruptores – um conjunto de parâmetros, para usar uma terminologia técnica. Os parâmetros são binários, ou seja, podem ser marcados de maneira positiva ou negativa, a depender dos dados aos quais o falante é exposto. Na metáfora chomskyana, o interruptor fica na posição neutra até que os dados da Língua-E nos façam pressioná-lo, colocando-o na posição ligado ou na posição desligado. É importante ressaltar que as possibilidades paramétricas são inatas, isto é, a GU tem a informação de em quais aspectos as línguas podem variar e quais são as possibilidades de variação. De volta à metáfora, a GU possui os interruptores e conhece as suas possíveis posições, bastando apenas o contato com uma determinada língua para que os posicione adequadamente. Dessa forma, a variação entre as línguas não ocorre de maneira livre ou desordenada, mas dentro das restrições biológicas expressas na faculdade da linguagem. Por exemplo, é um princípio que todas as línguas possuam sujeito. Porém, há uma variação paramétrica no fato de que em algumas línguas há a possibilidade de o sujeito não ser expresso na sentença, ao passo que em outras línguas o sujeito sempre é expresso. Existe, portanto, um parâmetro do sujeito nulo.7 Vejamos: (4) (a) Chove hoje. (b) Piove oggi. (5) (a) It rains today. (b) Il pleut aujourd’hui. Em (4) temos os casos do português (4a) e do italiano (4b), línguas em que o sujeito pode não ser pronunciado numa sentença. Já no inglês (5a) e no francês (5b), o sujeito sempre é fonologicamente realizado. Uma criança que esteja aprendendo português ou italiano marcará de forma positiva o parâmetro do sujeito nulo, ao passo que alguém que esteja adquirindo inglês ou francês marcará o mesmo parâmetro de forma negativa. A teoria de princípios e parâmetros não só serve para explicar a aquisição da linguagem como também explica a variação entre as línguas, que, à exceção do léxico, divergem por conta de distintas especificações dos parâmetros contidos na GU. Chomsky (2005:37) diz: Se o programa de pesquisa for bem-sucedido, deveremos ser capazes de literalmente deduzir o suaíli com base em uma escolha de conjuntos, o japonês de outra e assim por diante, no conjunto das língua que os seres humanos podem adquirir. (...) Observe- 7 Nesta teoria, sujeito nulo corresponde aos conceitos tradicionais de sujeito desinencial, indeterminado e inexistente. se que pequenas mudanças no conjunto de interruptores podem conduzir a uma grande variedade aparente no output, pois os efeitos se proliferam ao longo do sistema. 4. Considerações finais Como vimos, as questões primordiais da investigação sobre a linguagem foram abordadas a partir de pressupostos distintos, levando a conclusões diversas no seio das duas grandes correntes linguísticas do século XX. Vimos também, como a abordagem estruturalista/behaviorista não é capaz de dar conta plenamente do conhecimento linguístico do falante, nem da aquisição da linguagem. Além disso, foi mostrado como o gerativismo suplantou o estruturalismo, ao explicar a faculdade da linguagem de modo mais adequado. É preciso notar que as questões enfrentadas pela linguística gerativa estão longe de abranger a totalidade do que se tem para investigar a respeito do fenômeno da linguagem. Como atesta Piattelli-Palmarini (1983, p.20), o recorte gerativista do estudo da competência não significa a negação da existência ou da importância de outros elementos essenciais para o exercício da linguagem, como “notadamente uma cultura, interações sociais, uma dimensão emocional etc.”, mas a abordagem inatista “é categórica ao estabelecer uma fronteira nítida entre o que é pertinente para resolver seu problema (descobrir a estrutura do indivíduo universal abstrato) e todo o resto”. Sendo assim, as diversas faces pelas quais se pode observar a linguagem, seu uso e suas implicações sociais, artísticas, etc. são, cada uma, objeto de uma abordagem da linguística e mesmo de outras áreas do conhecimento. No entanto, não importa por qual ângulo se olhe para o exercício da linguagem, sua base estará na competência linguística dos falantes, o objeto central do empreendimento gerativista. Além disso, cabe ainda ressaltar que, naturalmente, nos 60 ano que se passaram desde o marco inicial do gerativismo, a teoria sofreu diversas alterações em busca de melhor alcançar os seus objetivos. E deve continuar em constante mutação, sem que isso lhe cause qualquer embaraço, como nos diz Chomsky (2005, p. 37-38): Isso [a gramática gerativa] constitui, é óbvio, um programa que está longe de ser um produto acabado. As conclusões a que se chegou por meio de conjecturas provavelmente não continuarão em sua forma atual; e nem seria preciso dizer que toda a abordagem esteja no caminho certo. Entretanto, como um programa de pesquisa, ele tem sido muito bem-sucedido e conduzido a verdadeiras explosões de pesquisa empírica em línguas de uma extensão tipológica muito ampla, a novas questões que nunca poderiam ter sido antes formuladas e a muitas respostas intrigantes. (...) Além disso, qualquer que seja seu destino, o programa sugere como a teoria da linguagem poderia satisfazer as condições conflitantes de adequação descritiva e adequação explicativa, fornecendo, de fato pela primeira vez, pelo menos um esboço de uma teoria genuína da linguagem. Referências Bibliográficas ANAYA, Natalia Consuegra. Diccionario de psicología. Bogotá: Ecoe Ediciones, 2010. ARRUDA JR. Gerson Francisco de. O fracasso do behaviorismo linguístico. Ágora Filosófica, v. 1, 2015. p. 113-133. BLOOMFIELD, Leonard. Language. 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