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Sistema Digestório - Unidade 1

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Anatomorfofisiologia do Sistema digestório, endócrino, urinário e reprodutor
1
TUTORA EXTERNA: JULIANE DIOGENES
2
Anatomorfofisiologia do Sistema digestório, endócrino, urinário e reprodutor
Na Unidade 1, você irá compreender como funciona o sistema digestório, quais os caminhos percorridos pelo alimento que ingerimos diariamente e como ele será absorvido e transformado na energia utilizada por nossas células. Nesta unidade, seremos capazes de entender, além da anatomia do sistema digestório, os mecanismos bioquímicos envolvidos nesta transformação de alimentos em energia. 
Na Unidade 2 entenderemos como está formado o nosso sistema urinário e reprodutor. Nesta unidade, seremos capazes de analisar, além da forma como o nosso sistema urinário se organiza, a importância do sistema renal na manutenção da vida, bem como os mecanismos hormonais e bioquímicos envolvidos na diferenciação sexual e na reprodução.
Na Unidade 3, iremos elucidar como os hormônios operam de maneira geral e como são responsáveis por diversas características físicas e comportamentais dos seres humanos. Vamos lá, entender a fantástica máquina humana?
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UNIDADE 1 - Anatomorfofisiologia do Sistema digestório
TÓPICO 1
Anatomia do Sistema Digestório
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UNIDADE 1 
TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
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Neste tópico, vamos entender o longo caminho que nosso alimento percorre, desde a entrada na boca, como ele é absorvido e transformado em energia, até a eliminação dos restos não aproveitados após a digestão, pelo nosso sistema digestório.
Vamos iniciar o estudo do sistema digestório? 
TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
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A Figura 1 demonstra o caminho que o alimento percorre em nosso organismo antes de virar a energia da qual tanto precisamos. Vamos
analisar com calma a anatomia de cada um destes componentes de nosso sistema digestório.
Primeiramente, você faz a ingestão do alimento pela boca.
TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
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A boca, ou cavidade oral propriamente dita, é formada pelas seguintes estruturas: bochechas, palato duro e mole e a língua. De acordo com os anatomistas é descrita como a cavidade oval que liga o tubo digestório e o meio externo (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
A língua, possui diversas funções não só no processo de mastigação e deglutição, como também no processo de fonação (produção da voz) e processamento dos sinais gustatórios.
Outras estruturas extremamente importantes no processo de mastigação e trituração do alimento são os dentes. No adulto os dentes são em número de 32, sendo oito incisivos, quatro caninos, oito pré-molares e 12 molares (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
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A principal função dos dentes é realizar a mastigação dos alimentos;
Os dentes são classificados de acordo com a posição e a função. Desta forma, temos:
• Incisivos: dentes situados na parte anterior da boca e servem para cortar os alimentos. 
• Caninos: possuem formato pontiagudo e servem para rasgar os alimentos. 
• Pré-molares e molares: possuem a função de triturar os alimentos e localizam-se na porção posterior da boca
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
Bom, uma vez que o alimento chegue à boca, é triturado pelos dentes e misturado à saliva, o mesmo passa a ser chamado bolo alimentar, e você precisa degluti-lo, certo? Quando se inicia este processo, uma série de eventos voluntários e involuntários que visam fazer com que você não se engasgue com o alimento, visto que tanto o processo de deglutição quanto o processo de respiração compartilham uma estrutura em comum: a faringe. 
Vamos ver como isso acontece ?
Fase oral (voluntária): esta fase voluntária tem como principal estrutura a língua que é capaz de empurrar o alimento do seu ápice para trás, levando o bolo alimentar a ser pressionado contra o palato duro; desta forma, o bolo alimentar é forçado em direção a faringe, onde ocorre a estimulação de receptores táteis que começarão o processo de deglutição. 
 Fase faríngea (involuntária): uma vez que o bolo alimentar estimula os receptores faríngeos, ocorre uma sequência de eventos muito rapidamente (menos de um segundo), e que culminam com a inibição, de maneira reflexa, da respiração. 
Fase esofagiana (involuntária): por último, esta fase leva o bolo alimentar do esôfago ao estômago através de movimentos peristálticos, muito rapidamente, fazendo com que o bolo alimentar percorra todo o esôfago em menos de dez segundos.
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
Mas o que são movimentos peristálticos? Como isso ocorre? 
Após a deglutição, o bolo alimentar chega ao esôfago. O esôfago é um órgão tubular oco, com aproximadamente 25cm de comprimento, que se estende desde a vértebra cervical de número 6 (C-6) até a junção gastroesfofágica localizada ao nível da vértebra torácica número 11 (T-11), cuja principal função é levar o alimento ao estômago.
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
FARINGE
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
Com relação à histologia deste órgão, temos as seguintes camadas celulares: 
O esôfago possui a camada mucosa (camada formada por epitélio de revestimento associado a tecido conjuntivo), que reveste internamente as cavidades corpóreas, formada por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado, lâmina própria (constituída de tecido conjuntivo frouxo) e túnica muscular da mucosa (formada por músculo liso). 
No terço superior esofágico temos uma camada muscular esquelética, no terço médio deste órgão temos a presença de células musculares esqueléticas e lisas, já no terço inferior, temo somente a presença de células lisas. 
A camada submucosa do esôfago é formada por tecido conjuntivo frouxo e glândulas mucosas (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
ESÔFAGO
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
Conforme demonstrado na Figura 6, o esôfago pode ser subdividido em esôfago cervical, torácico e abdominal, de acordo com sua localização na cavidade torácica/abdominal. Agora, o bolo alimentar, que passou pelo esôfago, deve chegar até o estômago, sempre impulsionado pelos movimentos peristálticos. 
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
Estruturas estomacais na Figura 7:
ESTÔMAGO E DUODENO
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
ESTÔMAGO
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
Histologia do estômago: 
A superfície mucosa possui uma camada de células epiteliais simples colunares e não ciliadas, são as células mucosas superficiais. A mucosa deste órgão é formada por lâmina própria, constituída de tecido conjuntivo frouxo e a camada muscular da mucosa que é formada por células musculares lisas (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Também, neste órgão, temos uma coluna de células secretoras que são as glândulas gástricas. Estas glândulas gástricas possuem três tipos celulares: células mucosas do colo, células principais e células parietais. Quando várias glândulas gástricas se abrem em canais estreitos, temos o que chamamos de fovéolas gástricas (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
 A glândula gástrica também possui um tipo de célula enteroendócrina, denominada célula G, que secreta o hormônio gastrina. Além disso, o estômago também é constituído por uma camada submucosa, formada por tecido conjuntivo frouxo e uma camada muscular que possui três camadas de músculo liso. 
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
Você sabe como o seu estômago produz o ácido? Ele produz o ácido clorídrico (HCl) através das glândulas parietais (ou oxínticas), que você pode observar na figura a seguir:
A acidez estomacal faz com que o pH do estômago fique bastante ácido, entre 1,5 a 2,5. Você conhece a escala de pH e sabe o que ela indica? 
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
Ao se misturar com o ácido estomacal, o bolo alimentar passa a se chamarquimo. O quimo, agora, chega à porção inicial do intestino delgado (duodeno) onde continuará o seu processo de digestão. 
A camada epitelial da mucosa do intestino delgado possui diversos tipos celulares: absortivas, caliciformes, enteroendócrinas e de Paneth. 
Já a camada submucosa do duodeno, possui glândulas duodenais, “também chamadas de glândulas de Brunner” (TORTORA; DERRICKSON, 2016, p. 1576).
A camada muscular do intestino delgado é formada por músculo liso, a camada serosa envolve quase totalmente o intestino delgado, com exceção do duodeno (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
O intestino delgado também apresenta algumas características morfológicas e celulares diferentes do resto do trato digestivo, como a presença de vilosidades, que correspondem a projeções em forma de “dedos” da mucosa epitelial deste órgão. A grande quantidade destas projeções aumenta muito a área de absorção deste órgão! Um pouco mais adiante falaremos destas estruturas.
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
 DUODENO
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
Posterior ao duodeno encontra-se a veia porta, principal componente do sistema porta hepático. É através da veia porta que os nutrientes, provenientes da alimentação, chegarão até o sangue, após o processo de digestão.
A próxima porção do intestino delgado a ser percorrida pelo quimo é o jejuno (segunda porção do intestino delgado), a interseção entre duodeno e jejuno, você pode observar na Figura 12:
Após o jejuno, o quimo percorrerá a porção do intestino delgado chamada de íleo.
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
O processo de digestão de macronutrientes (carboidratos, lipídios e proteínas), bem como a emulsificação de gordura, envolvem a participação de enzimas e bile produzidas, respectivamente, por glândulas como pâncreas e fígado. Após, as enzimas e a bile são liberadas na porção inicial do intestino delgado. Os processos de digestão destes macronutrientes, bem como a emulsificação de gordura, serão posteriormente discutidos. 
PÂNCREAS
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
A próxima figura demonstra a face visceral do fígado, ou seja, a face do órgão voltada para as vísceras abdominais. Este órgão é fundamental no exercício de diversas funções metabólicas e enzimáticas, entre elas a secreção da bile (GUYTON; HALL, 2017)
FÍGADO
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
A fim de tornar um pouco mais clara a relação entre órgãos, como o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas, e a liberação de seus produtos na porção inicial do intestino delgado (duodeno), expomos a seguinte figura:
Por fim, o quimo segue seu caminho em direção ao intestino grosso onde os restos não absorvíveis da alimentação, juntamente à reabsorção de água, formarão as fezes. 
VESÍCULA BILIAR
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
O intestino grosso é formado por quatro estruturas: ceco, cólon, reto e ânus. O Ceco corresponde a primeira e mais dilatada das porções do intestino grosso e se comunica com o intestino delgado (íleo) pela válvula ileocecal. O cólon se ramifica em porção ascendente, transverso, descendente e sigmoide. As duas últimas estruturas que compõem o intestino grosso são o reto e o ânus.
A maior parte da absorção de íons e água, que percorrem o nosso tubo digestório, ocorre em nosso intestino grosso. Grande parte desta absorção dá-se no cólon (GUYTON; HALL, 2017). Por fim, as fezes serão expulsas pelo ânus, através de estímulos de esfíncteres interno e externo.
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TÓPICO 1 – Anatomia do Sistema Digestório
TÓPICO 2
FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO
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UNIDADE 1 
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TÓPICO 2 – Fisiologia do sistema digestório
MECANISMOS FISIOLÓGICOS DO SISTEMA DIGESTÓRIO
Uma vez que você possua fome e tenha apetite por um prato de macarrão, precisamos ingerir a comida, para isto necessitaremos do processo de deglutição. 
Este processo pode ser dividido em três partes: um estágio voluntário que inicia o processo de deglutição, denominado fase oral, um estágio faríngeo que, de maneira involuntária se refere à passagem do alimento da faringe ao esôfago e, por último, um outro estágio involuntário que leva o alimento do esôfago ao estômago, denominado fase esofagiana. 
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TÓPICO 2 – Fisiologia do sistema digestório
Os movimentos peristálticos são extremamente importantes no caminho do alimento por todo o tubo alimentar, estes movimentos não estão relacionados somente ao tubo digestório, mas também ocorrem nos ductos biliares, ductos glandulares, ureteres e uma série de ductos tubulares revestidos por musculatura lisa em nosso organismo (GUYTON; HALL, 2017). 
Esses movimentos peristálticos descritos no esôfago estão diretamente relacionados ao processo de deglutição e, normalmente, uma única onda peristáltica é capaz de conduzir o alimento desde a faringe até o estômago (onda primária). Eventualmente, caso algum resto alimentar permaneça no esôfago, será desencadeada uma onda peristáltica secundária. 
Como você deve ter percebido, o alimento segue um sentido único, uma vez que ele é deglutido. Mas como ele é impedido de “voltar” do estômago ao esôfago, por exemplo? Isso se deve à presença de estruturas musculares em forma de anéis, chamadas de esfíncteres, que se fecham rapidamente após a passagem do bolo alimentar por estas estruturas. 
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TÓPICO 2 – Fisiologia do sistema digestório
Uma Jornada Dentro Do Corpo Humano – YouTube
https://www.youtube.com/watch?v=ZtgcWbcIWy4
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TÓPICO 2 – Fisiologia do sistema digestório
E sobre a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), você já ouviu falar? Afeta bebês e adultos! Aquela sensação de azia, regurgitação, tosse seca e que pode até mesmo ocasionar erosão dentária. Não ouviu falar? Essa doença pode ser ocasionada justamente por uma incompetência do esfíncter esofágico inferior, a de contrair-se fazendo com que o suco gástrico do estômago (que abordaremos adiante) possa retornar ao esôfago e, como suas paredes não são protegidas da ação do ácido estomacal, ocasionar lesão da mucosa esofágica.
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TÓPICO 2 – Fisiologia do sistema digestório
REFLUXO: O QUE É, SINTOMAS E TRATAMENTO – YouTube
https://www.youtube.com/watch?v=1vWJP7s8IC0
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TÓPICO 2 – Fisiologia do sistema digestório
Agora o bolo alimentar chegou ao estômago! E o que acontecerá com este bolo alimentar ao chegar neste órgão? Para isso precisamos determinar quais são exatamente as suas funções: 
O Quadro 1 demonstra, de maneira resumida, as funções do estômago:
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Uma vez que o alimento entre no estômago, ocorrerá um processo de contrações peristálticas neste órgão também, o que, além de facilitar a mistura do alimento com as secreções estomacais, irá auxiliar no esvaziamento do estômago. Este órgão, apesar de quando em repouso, ser de tamanho pequeno (50ml), é capaz de armazenar até 1,5L de alimento em uma única refeição. 
Vale ressaltar que durante o jejum, as paredes do estômago se encontram colabadas (unidas) e este possui uma atividade motora estreitamente coordenada com o intestino, o que leva a um padrão de atividade elétrica contrátil, como ondas que se propagam pelo estômago e intestino delgado, chamadas complexos miolétricos Interdigestivos.
Estas contrações são peristálticas rítmicas e ocorrem no corpo do estômago. Normalmente estas contrações são mais intensas em indivíduos jovens, sadios e com tônus gastrointestinal elevado e podem aumentar quando a pessoa apresenta níveis glicêmicos (açúcar sanguíneo) abaixo dos valores normais. Algumas vezes, nestas contrações, a pessoa apresenta leve a moderada dor epigástrica, denominadas pontadas de fome. Estas pontadas não são observadas entre 12 a 24 horas após o indivíduo se alimentar, só sendo verificadas em períodos de jejum (GUYTON; HALL, 2017)
TÓPICO 2 – Fisiologia do sistema digestório
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A digestão do quimo no estômago é quase nula, pois, para que ocorra o processo de digestão, necessitaremos da participação de vária enzimas que serão discutidas adiante.Entretanto, vale ressaltar que enzimas, com raras exceções, somente são ativas em pH ideal, ou seja, em pH próximo da neutralidade, o que não ocorre no estômago. Assim, apenas uma pequena parte do processo digestivo ocorrerá no estômago (FOX, 2007).
Didaticamente, podemos dividir o estômago em duas porções a fim de entender mais claramente o processo de esvaziamento gástrico: a porção proximal e assim chamada por ser de localização mais craniana e a porção distal que possui localização mais distante da boca.
Desta forma, a geração de tônus no que denominamos região proximal do estômago é muito importante no processo de esvaziamento gástrico, pois baixo tônus nessa região determina baixa pressão intragástrica e, consequentemente, redução na velocidade de esvaziamento gástrico (BERNE; LEVY, 2009).
TÓPICO 2 – Fisiologia do sistema digestório
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TÓPICO 2 – Fisiologia do sistema digestório
A porção distal do estômago atua de maneira muito importante, tanto ao misturar o conteúdo gástrico, quanto para gerar a propulsão deste conteúdo pelo piloro em direção ao duodeno. As contrações peristálticas iniciam-se pelo meio do estômago e se direcionam em relação ao piloro e são fundamentais para o esvaziamento gástrico. O esfíncter pilórico é a junção do estômago com o duodeno (junção gastroduodenal). Esta região é uma área de alta pressão e de extrema importância para a regulação do esvaziamento gástrico.
Como será que o esvaziamento do estômago é regulado? Existem fatores que regulam e orientam este esvaziamento do quimo em direção ao intestino? Como isso ocorre? Vamos ver como esse processo se dá, detalhadamente.
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TÓPICO 2 – Fisiologia do sistema digestório
Primeiramente, é sabido que a velocidade e a intensidade com que ocorre o esvaziamento do conteúdo estomacal é regulada por sinais provenientes tanto do duodeno quanto do estômago, entretanto, devemos ressaltar que os sinais provenientes do duodeno são bem mais fortes e, consequentemente, controlam de maneira mais efetiva a velocidade com que o quimo pode ser absorvido e digerido no intestino delgado (duodeno) (GUYTON; HALL, 2017). 
Podemos citar, entre os fatores gástricos que promovem o esvaziamento, o efeito do volume alimentar gástrico e o efeito do hormônio gastrina (secretado pelo estômago) neste processo. 
Já com relação aos fatores duodenais associados ao esvaziamento gástrico, podemos citar os efeitos inibitórios dos reflexos enterogástricos que possuem origem duodenal.
Pronto! Finalmente o estômago esvaziou o seu conteúdo (quimo) no intestino delgado e assim será continuado o processo de digestão.
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TÓPICO 2 – Fisiologia do sistema digestório
A maior parte da digestão e absorção dos nutrientes ocorre no intestino delgado, logo, esta estrutura é fundamental à nossa vida. Embora seja possível a ocorrência de ressecções em parte do intestino delgado, cirurgias que comprometem drasticamente a área de absorção deste órgão são incompatíveis com a vida. 
O intestino delgado é composto por três partes: duodeno, jejuno e íleo. O duodeno possui localização retroperitoneal, ou seja, encontra-se atrás do peritônio, enquanto o jejuno e o íleo são estruturas envoltas pelo peritônio e encontram-se presas pelo mesentério, a porção posterior do abdome. O comprimento do intestino delgado é de aproximadamente 3m no indivíduo vivo, mudando para aproximadamente 6m após a morte, em função da perda do tônus da musculatura lisa (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
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TÓPICO 2 – Fisiologia do sistema digestório
Vale lembrar que o peristaltismo no intestino delgado é aumentado após as refeições. Isto é devido a uma série de fatores, tais como a entrada do quimo no duodeno, o que leva a distensão da parede do duodeno, ao reflexo gastroentérico ocasionado pela distensão estomacal, além de uma série de hormônios que modificam esta atividade peristáltica, como a gastrina, a colecistocinina (CCK), a insulina e o neurotransmissor serotonina (GUYTON; HALL, 2017).
Estes hormônios e a serotonina, são capazes de intensificar a motilidade gastrointestinal e são secretados durante o processo de passagem do alimento pelo tubo digestório, assim como os hormônios secretina e glucagon que são capazes de inibir a motilidade do intestino delgado (GUYTON; HALL, 2017). 
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TÓPICO 2 – Fisiologia do sistema digestório
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TÓPICO 2 – Fisiologia do sistema digestório
Agora, o quimo segue seu caminho em direção ao intestino grosso. As principais funções do intestino grosso consistem na absorção de água e de eletrólitos do quimo, visando a formação de fezes sólidas, além do armazenamento deste material fecal até que ele possa ser expelido (GUYTON; HALL, 2017). 
Neste processo de absorção de água e eletrólitos (5 a 8 litros diários aproximadamente) ocorre, ainda, concomitantemente à secreção de muco e bicarbonato. O objetivo desta secreção é, através de movimentos de mistura chamados de haustrações e movimentos peristálticos, misturar o muco e o bicarbonato aos restos de alimentos não absorvidos, tornando uma massa pastosa para, assim, facilitar a eliminação desta pelas das fezes (GUYTON; HALL, 2017)
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TÓPICO 2 – Fisiologia do sistema digestório
Por fim, inicia-se o processo final da alimentação, que corresponde a defecação, que nada mais é do que a expulsão dos restos alimentares não digeridos e, consequentemente, não absorvidos. Entretanto, as fezes não são somente constituídas por estes restos alimentares, mas também por bactérias, sais inorgânicos, células do epitélio intestinal descamadas (mortas), além de celulose, lipídios e proteínas.
De maneira geral os movimentos de massa não são capazes de provocar nenhuma sensação associada à defecação; entretanto, a chegada de um determinado volume de fezes ao reto produz a sua distensão, o que provoca a necessidade de defecar. A presença dos esfíncteres anais, interno e externo, é capaz de promover o mecanismo de controle da defecação. O esfíncter interno do ânus não está sob controle do indivíduo, ou seja, é involuntário, enquanto o esfíncter externo encontra-se sob controle voluntário do indivíduo (CINGOLANI; HOUSSAY, 2011). 
Patologias que afetam o esfíncter externo podem ocasionar incontinência fecal, tais como lesão cirúrgica ou obstétrica, prolapso retal ou até mesmo doenças capazes de causar danos aos nervos sensoriais e motores, como a neuropatia diabética, por exemplo (BERNE; LEVY, 2009)
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TÓPICO 2 – Fisiologia do sistema digestório
TÓPICO 3
SECREÇÃO ENZIMÁTICA, DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES NO TRATO DIGESTÓRIO
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UNIDADE 1 
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TÓPICO 3 – SECREÇÃO ENZIMÁTICA, DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES NO TRATO DIGESTÓRIO
 
BIOQUÍMICA, SECREÇÃO ENZIMÁTICA E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES NO TRATO DIGESTÓRIO
“Glândulas exócrinas correspondem a uma célula ou grupo de células capazes de secretar seus produtos em um ducto ou lúmen de um órgão oco” (TORTORA; DERRICKSON, 2016, p. 200)
Então, vamos imaginar que quando estamos com fome nos é apresentado o prato que mais gostamos! Obviamente, esta simples visão nos desperta o apetite e imediatamente começamos a salivar. Esta fase do processo digestivo é denominada fase cefálica e torna o nosso trato gastrointestinal pronto para receber a refeição. A ativação da fase cefálica pode se dar por diversos estímulos: olfatório, cognitivos (antecipação e pensamento sobre o consumo da comida), visuais e, até mesmo, estímulos auditivos como ouvir alguém dizendo que o jantar está na mesa
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TÓPICO 3 – SECREÇÃO ENZIMÁTICA, DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES NO TRATO DIGESTÓRIO
 
BIOQUÍMICA, SECREÇÃO ENZIMÁTICA E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES NO TRATO DIGESTÓRIO
Outra fase envolvida na digestão do alimento é a fase oral, que possui muitas características indistinguíveis da fase cefálica, sendo a única diferença que a comida está em contato com o trato gastrointestinal, ou seja, se encontra na boca, promovendo a expressão de estímulos mecânicos e químicos (mastigação e sabor) (BERNE; LEVY, 2009).
Como ocorre a secreção destas glândulas? 
Por meio do sistema nervosoautônomo (SNA), que se encontra interligado ao nosso sistema nervoso central (SNC), o que explica a secreção salivar que vimos na fase cefálica
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TÓPICO 3 – SECREÇÃO ENZIMÁTICA, DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES NO TRATO DIGESTÓRIO
 
BIOQUÍMICA, SECREÇÃO ENZIMÁTICA E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES NO TRATO DIGESTÓRIO
Vamos olhar mais de perto como o SNA se organiza e como ele pode influenciar diretamente na secreção glandular: 
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TÓPICO 3 – SECREÇÃO ENZIMÁTICA, DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES NO TRATO DIGESTÓRIO
 
A regulação da secreção glandular envolve não só a ativação do SNA, também chamado de neurovegetativo, sendo formado pelo sistema nervoso autônomo simpático (SNAS) e parassimpático (SNAP), como também do SNC. Vale ressaltar que o neurotransmissor associado ao SNAS é a noradrenalina (NA) e ao SNAP é a acetilcolina (Ach) e tanto o SNS quanto o SNP são capazes de exercer influências extrínsecas (externas) sobre as atividades do sistema digestório influenciando no processo de digestão. 
Esta ligação SNC – SNA explicaria os eventos observados durante a fase cefálica da digestão. Sendo assim, a secreção glandular ocorre de forma altamente regulada e envolve tanto a participação do SNC quanto do SNA, envolvendo eventos de regulação neurócrina, parácrina e endócrina. 
Por fim, devemos ressaltar a participação do Sistema Nervoso Entérico (SNE), parte integrante do SNAS. O SNAS atua diretamente sobre o SNE, sendo capaz de estimular ou inibir os processos digestivos (GUYTON; HALL, 2017)
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O SNE está diretamente envolvido nos processos fisiológicos ocorrentes no sistema digestório. O SNE é composto pelos plexos mioentérico e submucoso, permitindo que neurônios, tanto do SNAS quanto do SNAP, possam modular a ação do SNE, acelerando ou desacelerando as ações do sistema digestório. Plexos neuronais correspondem à uma rede de interconexão neuronal, mas este conceito de plexo pode ser aplicado a vasos linfáticos ou sanguíneos também.
TÓPICO 3 – SECREÇÃO ENZIMÁTICA, DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES NO TRATO DIGESTÓRIO
 
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TÓPICO 3 – SECREÇÃO ENZIMÁTICA, DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES NO TRATO DIGESTÓRIO
 
Inúmeras vezes lhe disseram para mastigar devagar e repetidamente o alimento, não é mesmo? Por que isso seria importante? A mastigação é um processo importante para que possamos realizar a quebra mecânica do alimento e, com o auxílio das enzimas presentes na cavidade oral, como a amilase salivar e a glicoproteína mucina, aumentar a área de absorção dos nutrientes. A mucina é capaz de lubrificar o bolo alimentar com a finalidade de facilitar a mastigação e a deglutição. Entretanto, como comentado anteriormente, mínima absorção de nutrientes é verificada na boca, mas é importante ressaltar que estímulos presentes na cavidade oral são capazes de estimular respostas distais do trato gastrointestinal como, por exemplo, a secreção aumentada de ácido gástrico, enzimas pancreáticas, além da contração da vesícula biliar (BERNE; LEVY, 2009).
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A secreção diária de saliva é de cerca de 800 a 1500ml, com uma estimativa média de 1000ml. A saliva apresenta pH entre 6 e 7, possuímos nela apenas a secreção de ptialina (alfa-amilase salivar), secretada pelas glândulas salivares que é uma enzima capaz de digerir amido e de mucina, capaz de promover a lubrificação de superfícies mucosas. Entretanto, apesar de não haver, efetivamente, um processo digestivo, que só ocorrerá eficientemente mais adiante no tubo digestório, a saliva é de fundamental importância para a consistência adequada do alimento antes da deglutição (BERNE; LEVY, 2009), tente imaginar você engolindo um alimento seco, sem a produção de saliva, difícil, não é?
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Uma vez que o alimento seja deglutido, com a importante participação da saliva, vamos acompanhar o caminho dele no esôfago e a existência de secreção neste órgão. No esôfago temos apenas a secreção de substâncias mucosas que são capazes de lubrificá-lo, favorecendo a deglutição (BERNE; LEVY, 2009).
 Pronto, o alimento chegou no estômago e agora veremos quais são as substâncias secretadas nesse órgão: além de células secretoras de muco que revestem a superfície inteira do estômago, possuímos mais dois tipos de glândulas: as glândulas oxínticas que também são denominadas como glândulas gástricas ou parietais e as glândulas pilóricas. 
As glândulas gástricas secretam além de ácido clorídrico (responsável pelo baixo pH estomacal), pepsinogênio, fator intrínseco e muco. Já as glândulas pilóricas secretam principalmente muco, visando justamente proteger a mucosa do piloro do ácido gástrico produzido pelas células gástricas, além de secretar o hormônio denominado gastrina (BERNE; LEVY, 2009).
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Neste pH a concentração de íons hidrogênio, que conferem a acidez à solução, é cerca de 3 milhões de vezes maior que a do sangue arterial. Obviamente, para que não haja lesão da mucosa gástrica em função do ácido secretado, as células constituintes deste tecido, que circundam as células oxínticas, chamadas de células mucosas superficiais, são capazes de secretar grandes quantidades de muco, o que permite revestir com esta substância a mucosa gástrica em mais de 1 milímetro de espessura, isto é chamado de barreira gástrica. Se a barreira gástrica for danificada, por exemplo, através do uso contínuo de substâncias nocivas como o ácido acetilsalicílico (AAS) e o álcool, o ácido secretado pelas células oxínticas é capaz de lesioná-la. Esta lesão na mucosa gástrica pode ocasionar a gastrite ou, em casos mais graves, a úlcera. 
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A secreção do HCl, é estimulada pela presença de diferentes fatores que se encontram demonstrados na figura: acetilcolina (Ach), Gastrina e Histamina (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
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Por que o pH muda tão drasticamente da saliva para o estômago? Um dos objetivos desta redução de pH é possibilitar a ocorrência de uma barreira química contra patógenos que podem ter sido ingeridos com o alimento. Além disso, é no estômago que se inicia o processo de digestão de proteínas provenientes da dieta, e para que isso possa acontecer, estas proteínas terão que sofrer um processo de desnaturação para, posteriormente, serem degradadas por enzimas (proteases)
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Agora faz todo o sentido o pH estomacal ser extremamente ácido, pois, além de um meio de proteção contra possíveis infecções por patógenos, a acidez estomacal participa diretamente da digestão de proteínas! Diversos fatores são capazes de estimular a secreção de HCl pelas células parietais, tais como a acetilcolina liberada pelo SNAP e os hormônios gastrina, além do neurotransmissor histamina (BERNE; LEVY, 2009). 
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A produção de HCl é extremamente importante para a produção de pepsina e, ambos, pepsina e HCl, são fundamentais para a digestão de proteínas (BERNE; LEVY, 2009). 
Medicamentos capazes de alterar o pH estomacal, como o Omeprazol — que age inibindo a produção de HCl —, pode afetar a produção de pepsina e, consequentemente, prejudicar a digestão de proteínas, além da ocorrência de efeitos colaterais decorrentes do uso prolongado deste medicamento (RANG; DALE, 2001)
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As células parietais secretam várias substâncias, entre elas o fator intrínseco (FI). Estasubstância é essencial para a absorção de vitamina B12 pelo íleo, sendo também secretada pelas células parietais (oxínticas), juntamente à secreção de HCl. 
Em situações em que ocorre a destruição destas células no estômago como, por exemplo, ocasionadas pelo alcoolismo, doenças autoimunes ou gastrite crônica, o indivíduo não é capaz de produzir o FI e, consequentemente, isso faz com que a absorção de vitamina B12 seja prejudicada, podendo levar o indivíduo a um tipo de anemia, denominada anemia perniciosa (GUYTON; HALL, 2017).
 Esta anemia, quando não tratada, pode levar até mesmo a alterações psiquiátricas, como demonstrado no resumo do artigo, Síndrome depressiva como apresentação de uma anemia perniciosa.
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O pâncreas é uma glândula de tamanho grande, capaz de secretar enzimas pancreáticas pelos chamados ácinos pancreáticos (células especializadas que compõem o epitélio glandular), além de grandes quantidades de bicarbonato de sódio (HCO3-). A associação destes produtos: bicarbonato e enzimas pancreáticas, denominado suco pancreático, flui ao longo do ducto pancreático e hepático e chega ao duodeno (GUYTON; HALL, 2017). 
A secreção do suco pancreático é muito mais intensa quando se tem a presença do quimo no duodeno. A função do pâncreas não é somente a secreção do suco pancreático, rico em enzimas digestivas, mas também da insulina, hormônio que participa da regulação da glicemia (GUYTON; HALL, 2017)
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Quando acontece alguma lesão pancreática, ou bloqueio de ducto pancreático, pode ocorrer o acúmulo de secreção pancreática em determinadas áreas do órgão, fazendo com que o efeito do inibidor de tripsina seja insuficiente para deter o processo de autodigestão do pâncreas. Esta condição é denominada pancreatite aguda, um quadro grave que pode levar à morte (GUYTON; HALL, 2017).
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O pâncreas não é a única glândula do sistema digestório. Este complexo sistema possui a maior glândula do corpo humano, o fígado! Sim, o fígado, além de órgão, é uma glândula, pois é capaz de secretar substâncias. 
Dentre as diversas funções que o fígado exerce, uma delas é secretar a bile, normalmente em uma quantidade que varia de 600 a 1.000ml/dia (GUYTON; HALL, 2017). A bile apresenta, basicamente, duas funções:
Emulsificação de gordura: os sais biliares presentes na bile ajudam a emulsificar as partículas de gordura (transformar as partículas de gorduras em porções menores) presentes na alimentação. 
 Excreção de produtos provenientes do sangue: tais como a bilirrubina, proveniente da destruição de hemácias, além de eliminar o excesso de colesterol circulante.
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Na figura esquemática, você pode acompanhar o caminho da bile, desde a sua produção pelos hepatócitos até o seu armazenamento na vesícula biliar, percorrendo os ductos hepáticos direito e esquerdo, o ducto hepático comum e o
ducto cístico e sua armazenagem na vesícula biliar.
Posteriormente, sob controle
do hormônio colecistocinina, ocorre o relaxamento do esfíncter de Oddi e o lançamento da
bile no duodeno (GUYTON; HALL, 2017).
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O processo de emulsificação de gordura pela bile se direciona diretamente com a presença de sais biliares presentes nesta secreção, entretanto, a bile possui muito mais que somente sais biliares. Vamos acompanhar a composição da bile dentro da vesícula biliar no quadro a seguir:
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Não poderíamos acabar de mencionar a vesícula biliar, sem comentarmos a respeito da formação dos cálculos biliares, capazes de ocasionar dor e obstrução de ductos, tanto hepáticos quanto biliares, podendo até mesmo levar a condições patológicas graves;
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Agora iremos discutir como acontece a absorção dos macronutrientes pelo nosso intestino. Vamos começar pelos carboidratos, nosso principal combustível absorvido diariamente, o qual sua oxidação é responsável pela energia que utilizamos. 
Vamos ver passo a passo como isso acontece:
• O processo digestivo de carboidratos inicia-se na boca pela ação da alfa-amilase salivar (ptialina).
Este processo continua no intestino delgado (duodeno), por ação da amilase pancreática, secretada pelo pâncreas. 
A ação de ambas as enzimas amilases leva a formação de molécula menores (dissacarídeos) que sofrerão novo processo de ação enzimática (quebra) a fim de serem absorvidas em sua menor unidade (monossacarídeos).
Por fim, a presença das enzimas lactase, maltase e sacarase, é capaz de degradar a lactose, maltose e sacarose (dissacarídeos) em unidades menores, como a glicose, frutose e galactose (monossacarídeos) e permite a absorção final destes carboidratos, principalmente na forma de glicose.
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As proteínas iniciam seu processo de digestão, como já visto, através da ação da pepsina no estômago, entretanto, ali ocorrerá somente de 10 a 20% da digestão total de proteínas, o restante sofrerá ação de outras enzimas proteolíticas (enzimas que degradam proteínas) liberados pelo pâncreas em nível de intestino delgado superior (duodeno e jejuno) sendo então absorvidas, principalmente na forma de aminoácidos (componentes das proteínas) pelas microvilosidades intestinais, presentes nos enterócitos (também denominadas células com borda em escova). 
Já as gorduras (lipídios), em função do processo de emulsificação, são quebradas em pequenas micelas de gordura e podem sofrer ação da lipase pancreática secretada pelo pâncreas. Estas gorduras são degradas em ácidos graxos livres e podem ser absorvidas pelo intestino delgado. Por último, os restos não absorvíveis deste grande processo de digestão e absorção de macronutrientes, formarão as fezes. 
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Obrigada!
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"Conhecimento ninguém tira de você, entretanto, compartilhar sempre nos motiva a aprender cada vez mais."
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