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Regulação da função gastrintestinal

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Regulação da função gastrintestinal
Apresentação
O trato gastrintestinal atua no processamento do alimento, garantindo a absorção dos nutrientes 
para o organismo. Ele é formado por um conjunto de órgãos, que incluem: boca, faringe, esôfago, 
estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. As diversas funções do sistema digestório, 
incluindo a secreção, a digestão, a absorção e a motilidade, devem ser reguladas de maneira 
integrada para garantir a assimilação eficiente de nutrientes após uma refeição. Há três 
modalidades principais para assegurar que a função seja apropriada: endócrina, exócrina e nervosa 
(intrínseca e extrínseca).
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai saber quais são as formas de regulação do sistema 
gastrintestinal, sejam elas realizadas por hormônios ou por neurotransmissores. Além disso, vai 
entender o mecanismo de atuação dos principais reguladores.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os sistemas de regulação do sistema digestório.•
Listar os hormônios, outros peptídeos e neurotransmissores essenciais do sistema 
gastrintestinal.
•
Explicar os mecanismos de regulação do trato digestório.•
Desafio
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2022), indivíduos que consomem sódio em excesso têm 
risco maior de desenvolver doenças crônicas, tais como: hipertensão, doenças cardiovasculares, 
cerebrovasculares, câncer gástrico, doença renal e osteoporose. Em adição, Azevêdo et al. (2015) 
indicaram que o sódio (ingerido a partir do sal) pode ser um fator predisponente para o câncer de 
estômago. Isso porque, em altas concentrações, atua causando danos à mucosa gástrica, levando à 
proliferação das células epiteliais e à incidência de mutações endógenas, induzindo, assim, a 
hipergastrinemia (aumento dos níveis do hormônio gastrina).
Assim, imagine a situação a seguir:
 
Com base no exposto, responda: 
 
1) O que a elevação na concentração dos níveis de gastrina pode provocar no organismo? 
2) Qual é a relação da alimentação da paciente com a elevação dos níveis de gastrina? Que 
orientação você daria a ela antes de iniciar com tratamento medicamentoso?
Infográfico
Os sistemas nervoso e endócrino têm um papel fundamental na regulação do sistema 
gastrintestinal. Há hormônios que estimulam, por exemplo, a secreção de substâncias que 
favorecem a digestão no estômago ou até mesmo indicam que o paciente está satisfeito.
Neste Infográfico, você vai observar um esquema que mostra de forma simples e clara os principais 
sistemas de controle do trato gastrintestinal.
 
Conteúdo do livro
O trato gastrintestinal é responsável pelo processamento dos alimentos por meio das funções de 
digestão, motilidade, secreção e excreção. Essas funções são reguladas por mecanismos locais, bem 
como por estruturas neurais e hormonais desde a entrada do alimento na boca até a sua eliminação 
como bolo fecal.
No capítulo Regulação da função gastrintestinal, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, 
você vai aprender quais são e como atuam os sistemas de controle e regulação do trato 
gastrintestinal, sejam eles promovidos pelos sistema endócrino (hormônios) ou pelo sistema 
nervoso (neurotransmissores).
Boa leitura.
Regulação da função 
gastrointestinal 
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar os sistemas de regulação do sistema digestório.
 � Listar os hormônios, outros peptídeos e neurotransmissores essenciais 
do sistema.
 � Explicar os mecanismos de regulação do trato digestório.
Introdução
O sistema digestório, também chamado de sistema gastrointestinal (GI), 
tem quatro funções básicas: digestão, secreção, motilidade e absorção. 
Todas essas funções devem ser perfeitamente controladas para que cada 
estrutura do sistema consiga realizar sua atividade sobre os alimentos, 
por isso, o sistema GI é regulado por um sistema nervoso próprio e por 
diversos hormônios.
Neste capítulo, você irá estudar os principais sistemas responsáveis 
pela regulação da função do sistema GI. Também irá aprender quais são 
os principais hormônios, peptídeos e neurotransmissores secretados 
pelas células GI, bem como por outros componentes que influenciam no 
seu funcionamento. Por fim, irá estudar como os sistemas de regulação 
atuam de forma conjunta para promover as funções básicas de motilidade 
e secreção no sistema GI.
Sistemas de regulação do sistema digestório
O músculo liso do trato gastrointestinal (GI) tem a capacidade de se autoex-
citar, semelhante ao que ocorre nas células de marca-passo do coração. Suas 
células têm dois tipos básicos de atividade elétrica denominados ondas lentas 
e potenciais em ponta. As ondas lentas não são um potencial de ação propria-
mente dito, mas representam uma variação rítmica do potencial de membrana, 
que varia em cada parte do trato GI. Quando ocorrem essas variações, se o 
potencial limiar for atingido, irá ocorrer a geração de potenciais em ponta, 
que, por sua vez, são capazes de promover a contração muscular. Quanto 
maior o potencial da onda lenta, maior será a frequência dos potenciais em 
ponta, resultando em contrações mais intensas e mais duradouras. Existe um 
conjunto de células especializadas (células intersticiais de Cajal) que têm a 
capacidade de realizar autodespolarização, sendo responsáveis por gerar a 
atividade de onda lenta (HALL, 2017). 
Pacientes com diabetes melito podem apresentar uma alteração no trato GI deno-
minada gastroparesia, caracterizada por um esvaziamento gástrico lento. Uma das 
justificativas dessa condição é a perda ou a disfunção nas células intersticiais de Cajal, 
resultando em perda da atividade marca-passo do estômago. Como sintomas, podem 
surgir náuseas e vômitos com frequência (SILVERTHORN, 2017).
O trato GI possui padrões de contração autoinduzidos; mesmo na ausência 
de qualquer estrutura nervosa, suas células são capazes de criar uma onda de 
contrações peristálticas, principalmente quando ocorre aumento da pressão 
no seu lúmen, contra a sua parede. Ou seja, a distensão da parece GI parece 
promover aumento na amplitude das ondas lentas, ocasionando a geração de 
potenciais em ponta. Além disso, as células que compõem a parede do trato 
GI são responsáveis por secretar diversas substâncias importantes para regular 
sua motilidade e sua capacidade de decompor os alimentos, para facilitar a 
absorção dos mesmos (SILVERTHORN, 2017).
O sistema nervoso intrínseco ao sistema GI é denominado sistema nervoso 
entérico (SNE); ele fica localizado na parede intestinal, indo do esôfago 
até o ânus. Esse sistema, altamente complexo, é importante para controlar a 
motilidade e as secreções do trato GI (HALL, 2017). Ele tem algumas caracte-
rísticas em comum com o sistema nervoso central (SNC), pois ambos possuem 
Regulação da função gastrointestinal2
neurônios intrínsecos, semelhantes aos interneurônios; ambos secretam mais 
de 30 neurotransmissores e neuromoduladores, sendo muitos idênticos aos 
do encéfalo; ambos têm células de sustentação semelhantes às células de 
Schwann e têm centros integradores capazes de regular seus próprios reflexos 
(SILVERTHORN, 2017). 
O SNE é composto por dois plexos nervosos: 
1. Plexo mioentérico ou plexo de Auerbach, localizado entre as camadas 
musculares longitudinal e circular.
2. Plexo submucoso ou plexo de Meissner, localizado na submucosa. 
De maneira simples, o plexo mioentérico é responsável por controlar quase 
todos os movimentos GI, enquanto o plexo submucoso influencia as secreções 
e o fluxo sanguíneo no sistema (HALL, 2017; SILVERTHORN, 2017). 
Esse sistema nervoso, apesar de ter funcionamento próprio, servindo de 
base para o controle reflexo, também é influenciado por estruturas nervosas 
dos SNC, principalmente do sistema nervoso autônomo (SNA). Dessa forma, 
sua atividade também é controlada pelos sistemas simpático e parassimpático. 
Além dessas estruturas nervosas, o sistema GI produze secreta alguns 
hormônios na circulação porta, responsáveis por auxiliar na motilidade GI. 
Alguns desses hormônios são capazes de induzir um estímulo para secreção 
de substâncias importantes para a função digestória (HALL, 2017; SILVER-
THORN, 2017). Portanto, de forma resumida, a função do sistema GI é in-
fluenciada por fatores intrínsecos ao sistema, como as suas secreções, bem 
como por estruturas nervosas e hormonais.
Hormônios, outros peptídeos e 
neurotransmissores essenciais do sistema
As principais substâncias secretadas pelo trato GI atuam de forma parácrina 
(ou seja, em células vizinhas) ou como hormônios (quando lançadas na corrente 
sanguínea). Essas substâncias, denominadas peptídeos GI, podem excitar 
ou inibir a motilidade e a secreção do sistema digestório, sendo secretadas 
para o lúmen GI, para o líquido extracelular ou para a corrente sanguínea 
(SILVERTHORN, 2017).
3Regulação da função gastrointestinal
Os hormônios GI geralmente são classificados em três famílias distintas, 
em que cada representante de uma família apresenta sequências de aminoácidos 
semelhantes. As famílias são as seguintes (SILVERTHORN, 2017): 
 � família da gastrina;
 � família da secretina;
 � família de peptídeos, que não se enquadram nas duas outras famílias.
A primeira família, a da gastrina, é representada pelos hormônios gastrina 
e a colecistocinina (CCK). Devido a sua estrutura semelhante, eles podem 
se ligar e ativar o mesmo receptor. A gastrina é secretada pelas células G, 
localizadas no antro do estômago, e os principais estímulos para a sua secreção 
são a distensão da parede estomacal e os produtos da digestão das proteínas. 
Além disso, os nervos da mucosa gástrica, quando estimulados por nervos 
parassimpáticos, secretam o peptídeo liberador de gastrina. As principais 
funções desse hormônio são estimular a secreção do ácido gástrico e o cres-
cimento da mucosa gástrica (HALL, 2017; SILVERTHORN, 2017).
A CCK é secretada pelas células I, localizadas na mucosa do duodeno 
e do jejuno. Os principais estímulos para a sua secreção são a presença de 
ácidos graxos e de alguns aminoácidos nos conteúdos intestinais. Ela atua na 
vesícula biliar, no pâncreas e no estômago, estimulando a secreção de bile e de 
enzimas pancreáticas, ao mesmo tempo que inibe o esvaziamento gástrico e a 
secreção de ácido pelo estômago. Ela também tem efeito saciogênico, evitando 
excessos durante as refeições.
O próximo grupo, a família da secretina, inclui o hormônio secretina, o 
peptídeo inibidor gástrico (GIP) e o peptídeo 1, semelhante ao glucagon 
(GLP-1). A secretina, que é secretada pelas células S no duodeno, atua no 
pâncreas, estimulando a secreção de bicarbonato (para neutralizar a acidez 
do quimo originado no estômago), e no estômago, inibindo tanto o seu esva-
ziamento quanto a secreção de ácido gástrico. 
O GIP é secretado pela mucosa do intestino delgado (ID) e atua nas células 
beta pancreáticas, induzindo a secreção de insulina, além de inibir o esvazia-
mento gástrico e a secreção ácida no estômago. Por estimular a secreção de 
insulina em resposta à glicose no lúmen intestinal, alguns autores o chamam 
de peptídeo insulinotrópico dependente de glicose. O GLP-1 também atua no 
pâncreas, contribuindo com a secreção de insulina e a inibição da secreção de 
glucagon. Além disso, induz à saciedade (HALL, 2017; SILVERTHORN, 2017).
Regulação da função gastrointestinal4
Na terceira família, o principal representante é o hormônio motilina, que 
é secretado tanto no estômago quanto no duodeno, em estado de jejum. Sua 
principal função é induzir a motilidade gastrointestinal, resultando no que 
se denomina de complexo motor migratório ou complexos mioelétricos 
interdigestivos, ilustrados na Figura 1, que nada mais são do que ondas de 
motilidade gastrointestinal que se propagam pelo estômago e pelo ID a cada 
90 minutos (HALL, 2017; SILVERTHORN, 2017).
Figura 1. Complexo motor migratório: série de contrações que 
iniciam no estômago vazio e terminam no intestino grosso.
Fonte: Adaptada de Silverthorn (2017).
Quando estudamos as funções do SNE, identificamos a participação de 
diferentes substâncias neurotransmissoras; no entanto, os dois grupos mais 
conhecidos são a acetilcolina e a norepinefrina. Na maioria das estruturas 
GI, a acetilcolina secretada tem capacidade excitatória na atividade GI, já a 
norepinefrina quase sempre tem ação inibitória. Além disso, a epinefrina, 
secretada na circulação sanguínea, tem ação semelhante à norepinefrina 
(HALL, 2017; SILVERTHORN, 2017). 
5Regulação da função gastrointestinal
O SNE é influenciado pela atividade dos sistemas simpático e parassim-
pático. A via simpática inerva praticamente quase todo o trato GI, e suas 
terminações secretam norepinefrina. Dessa forma, a estimulação do sistema 
nervoso simpático promove efeito inibitório. Já as terminações nervosas 
parassimpáticas secretam acetilcolina, portanto a estimulação desses nervos 
causa aumento geral da atividade de todo o SNE, intensificando a atividade da 
maioria das funções gastrointestinais (HALL, 2017; SILVERTHORN, 2017; 
WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2017).
A leptina é um hormônio secretado pelo tecido adiposo extremamente importante na 
regulação da função GI. Ela atua juntamente com a CCK no hipotálamo, contribuindo 
para a sensação de saciedade. Já é demonstrado que a sua secreção é aumentada 
após 20 minutos do início das refeições (BOER, 2017).
Além de secretarem o ácido clorídrico (HCl), as células parietais no es-
tômago são responsáveis pela secreção do fator intrínseco, uma substância 
essencial para que o ID, especialmente o íleo, seja capaz de absorver vitamina 
B12. A disfunção ou a perda dessas células, como o que ocorre em algumas 
condições de gastrite crônica, pode gerar um quadro de acloridria (ausência 
de ácido gástrico); no entanto, ainda pode ocorrer anemia perniciosa devido 
ao fato de as hemácias necessitarem da vitamina B12 para a sua maturação 
(WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2017).
Mecanismos de regulação do trato digestório
De todas as funções realizadas pelo trato GI, a motilidade e a secreção são 
as principais e mais bem reguladas. Se o alimento se movesse em velocidades 
elevadas, poderia não haver tempo suficiente para a sua digestão e para a 
absorção de seus nutrientes, por exemplo. As substâncias secretadas também 
devem ser altamente reguladas para que possam contribuir para o processo 
digestivo. Portanto, as funções motoras e secretórias são extremamente re-
guladas por diversas estruturas capazes de integrar todas as informações 
necessárias (SILVERTHORN, 2017; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2017).
Regulação da função gastrointestinal6
Como vimos, o SNE atua na regulação da função GI de modo independente, 
por meio de reflexos denominados reflexos curtos. No entanto, normalmente, 
as informações sensoriais também são transmitidas para o SNC, gerando 
respostas através do que se denomina de reflexos longos. Repare na Figura 2 
a representação de fibras sensoriais localizadas no epitélio GI, que enviam 
informações tanto para os plexos submucoso e mioentérico quanto para as 
estruturas do SNC, em direção aos gânglios pré-vertebrais, à medula espinhal 
e ao tronco cerebral. Além disso, A Figura 2 apresenta a relação dos sistemas 
simpático e parassimpático do SNE (SILVERTHORN, 2017; WIDMAIER; 
RAFF; STRANG, 2017). 
Figura 2. Controle neural da parede intestinal.
Fonte: Hall (2017, p. 800).
Reflexos curtos integrados ao SNE
Os plexos nervosos do SNE localizados na parece intestinal funcionam em 
uma alça de feedback, permitindo que ocorram reflexos locais a partir de 
informações provenientes do trato GI. Nos plexos submucoso e mioentérico 
existem neurônios que captam informações originadas no lúmen GI, e o 
7Regulação da função gastrointestinal
SNE integra essas informações e gera uma resposta. O plexo submucoso é 
responsável por regular as secreções pelas células epiteliais, enquanto o plexo 
mioentérico se responsabiliza pela regulação na motilidade(HALL, 2017; 
WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2017). 
Reflexos longos integrados ao SNC
As informações originadas no trato GI também são enviadas para o SNC, que 
é responsável por gerar alguns reflexos por uma alça mais longa, por isso são 
denominados reflexos longos. Os reflexos longos representam um sistema de 
controle autonômico influenciado pelo sistema parassimpático e simpático. 
Esses reflexos podem ocorrer devido a um estímulo captado por receptores 
sensoriais do trato GI, mas também podem se originar completamente fora 
do sistema digestório. Eles incluem os reflexos antecipatórios e os reflexos 
emocionais, sendo também denominados de reflexos cefálicos, por se ori-
ginarem no encéfalo (HALL, 2017; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2017).
Os reflexos antecipatórios são iniciados com estímulos como a visão, o 
cheiro e o pensamento no alimento, preparando o sistema digestório para a 
refeição. Já os reflexos emocionais representam uma ligação entre o cérebro 
e o trato GI. As respostas a esse reflexo são muito variadas, podendo ocorrer, 
por exemplo, vômitos e diarreia por estresse psicológico (WIDMAIER; RAFF; 
STRANG, 2017). 
O vômito é um reflexo considerado protetor que visa à expulsão do conteúdo gástrico 
e do duodeno pela boca e tem a função de remover materiais tóxicos localizados no 
seu lúmen. No entanto, esse reflexo pode ser desencadeado por outros estímulos, 
como algumas citocinas no sangue, dor intensa, alteração do equilíbrio e o estresse 
emocional. O centro de controle do vômito é localizado no bulbo, que emite neurônios 
eferentes que iniciam uma onda peristáltica retrógrada, iniciada no ID e se movendo 
para cima. Além disso, ocorre relaxamento do estômago, facilitando a passagem do 
conteúdo gástrico para o esôfago e para fora da boca. Durante o vômito, também 
ocorre a inibição da respiração, com o fechamento da traqueia e da nasofaringe, pela 
epiglote e pelo palato mole, respectivamente (SILVERTHORN, 2017). 
Regulação da função gastrointestinal8
A Figura 3 apresenta a integração dos reflexos curtos e longos.
Figura 3. Integração entre os reflexos curtos e os reflexos longos.
Fonte: Adaptada de Silverthorn (2017).
Além dos mecanismos neuronais, também existe uma regulação hormonal, 
propiciada pelos hormônios secretados pelo sistema GI, principalmente pelas 
células enteroendócrinas, localizadas no epitélio do estômago e do ID. Essas 
células, quando estimuladas, secretam seus hormônios em direção à corrente 
sanguínea, via pela qual os hormônios irão alcançar suas células-alvo (HALL, 
2017; SILVERTHORN, 2017; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2017). 
Alguns dos hormônios mais conhecidos são a CCK, gastrina, secretina e 
o GIP, como já vimos. Todas essas substâncias têm algumas características 
semelhantes, como: a maioria participa de algum sistema de retroalimentação 
negativa, regulando alguma função GI; a maioria afeta mais de um tipo de 
célula-alvo. Também, é comum que as células-alvo tenham mais de um tipo 
de receptor, indicado ser responsivo a diferentes tipos de hormônios; muitas 
vezes também ocorre o que se denomina de potenciação, quando um hormônio 
9Regulação da função gastrointestinal
potencializa a ação de outro. Um exemplo, é a interação da secretina com a 
CCK na potencialização da secreção de bicarbonato (HCO3
−) pelo pâncreas. 
A secretina aliada à CCK também promove a inibição da secreção gástrica 
de ácidos, bem como a motilidade gástrica, e induz a secreção de enzimas 
pancreáticas e da bile pelo fígado (WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2017).
Os hormônios GI nem sempre atuam estimulando ou inibindo as funções celulares 
efetoras. Alguns têm efeitos tróficos e induzem o crescimento de vários tecidos — como 
a gastrina, que, além de estimular a secreção de ácido gástrico, também promove o 
crescimento da mucosa gástrica. Outros hormônios atuam realizando outros tipos de 
controle, que estão indiretamente associados à função GI, como o GIP e a CCK, que 
promovem controle da glicemia e do apetite, respectivamente (WIDMAIER; RAFF; 
STRANG, 2017).
Dependendo do local de origem do estímulo, os controles neural e hormonal 
do sistema GI podem ser organizados em três fases (HALL, 2017; WIDMAIER; 
RAFF; STRANG, 2017): 
1. Fase cefálica.
2. Fase gástrica.
3. Fase intestinal.
A fase encefálica está associada aos estímulos localizados na cabeça, como 
a mastigação, a visão, o olfato e o paladar, e também por estados emocionais. 
Esses estímulos tendem a ativar, principalmente, as fibras parassimpáticas, 
que, por sua vez ,estimulam os neurônios nos plexos do SNE, influenciando 
a atividade contrátil e a função secretória do tubo GI. Portanto, graças a essas 
respostas, o processo digestório se inicia antes mesmo que a comida entre 
na boca, pois o simples fato de pensar no alimento já pode, por exemplo, 
induzir à salivação e até mesmo às contrações no estômago. Essas respostas 
são denominadas antecipatórias e induzem a estimulação de áreas específicas 
do bulbo que, por meio de neurônios autonômicos parassimpáticos, estimula 
as glândulas salivares e o SNE. 
Regulação da função gastrointestinal10
Na fase gástrica, os estímulos se originam no estômago, principalmente, 
devido à sua distensão e acidez e também pela presença de aminoácidos e 
peptídeos. Esses estímulos promovem a ativação tanto de reflexos curtos quanto 
de reflexos longos, bem como a secreção de gastrina e outras substâncias, que 
irão influenciar na sua motilidade e secreção, conforme ilustrado na Figura 4 
(SILVERTHORN, 2017; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2017).
Figura 4. Reflexos das fases cefálica e gástrica.
Fonte: Silverthorn (2017, p. 670).
11Regulação da função gastrointestinal
Por fim, na fase intestinal, os estímulos provenientes do ID, que também 
incluem a sua distensão e acidez, além da osmolaridade do quimo e vários 
produtos da digestão, promovem a ativação dos reflexos curtos e longos e a 
secreção, pelas células enteroendócrinas, de CCK, GIP, GLP-1 e secretina. 
O quimo que chega ao ID ainda não está bem digerido, portanto, a sua movi-
mentação pelo ID deve ser altamente controlada. Assim, o quimo é propelido 
para a frente de forma lenta, por meio da combinação de movimentos propul-
sivos e de mistura. Os estímulos parassimpáticos e a atuação dos hormônios 
CCK e gastrina promovem essa motilidade, enquanto a atividade simpática a 
inibe. A chegada do quimo no ID ativa o SNE, que reduz a motilidade gástrica 
e a secreção, retardando o esvaziamento gástrico (SILVERTHORN, 2017; 
WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2017).
A secreção dessas substâncias na fase intestinal irá depender da composi-
ção do quimo. Por exemplo, a secretina é especialmente secretada devido ao 
pH reduzido, a CCK, quando houver ácidos graxos, e o GIP e o GLP-1, duas 
incretinas, são potencialmente liberadas na presença de carboidratos. Essas 
duas últimas são importantes para promover um mecanismo de antecipação 
na secreção de insulina, preparando as células para receber a glicose que será 
absorvida.
Indivíduos com concentrações elevadas de gastrina no sangue podem apresentar uma 
condição denominada gastrinoma, um tumor secretor de gastrina que geralmente 
ocorre no pâncreas ou no duodeno. Além da alta concentração desse hormônio, 
também é identificada uma secreção exagerada de ácido clorídrico (HCl), devido à 
estimulação das células parietais do estômago. Isso gera uma elevação acentuada 
da acidez, que será transferida para o duodeno, contribuindo para causar lesão em 
sua parede (ulceração). O pâncreas geralmente não é capaz de secretar bicarbonato 
suficiente para neutralizar essa acidez e, além disso, a própria acidez pode inativar 
as enzimas pancreáticas, resultando em manifestações como diarreia e aumento de 
gordura nas fezes. O conjunto desses sinais e sintomas é denominado síndrome de 
Zollonger-Ellison (WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2017). 
Regulação da função gastrointestinal12
As células hepáticas (hepatócitos) são responsáveis pela síntese da bile, 
produzindo, aproximadamente, 800 a 1.000 mL de bile pordia. A função da 
bile é auxiliar na digestão de gorduras, além de servir como um produto de 
excreção. Assim como todas as estruturas do sistema GI, a síntese e a secreção 
da bile são reguladas por fatores neurais e hormonais. Os estímulos provoca-
dos pela refeição por meio do nervo vago induzem os hepatócitos a iniciar a 
síntese de bile. Como vimos, quando o quimo proveniente do estômago entra 
no duodeno, contendo, principalmente, ácidos graxos e aminoácidos, ocorre a 
secreção de CCK e secretina no sangue. A CCK induz a contração da vesícula 
biliar e o relaxamento do esfíncter de Oddi, que permite a passagem da bile 
para o duodeno. Dessa forma, a bile é mobilizada da vesícula biliar para o 
ducto colédoco que se liga ao duodeno (SILVERTHORN, 2017; WIDMAIER; 
RAFF; STRANG, 2017). Acompanhe esse processo na Figura 5.
Figura 5. A vesícula biliar e o trajeto da bile em direção ao duodeno.
Fonte: Adaptada de Silverthorn (2017).
Seguindo o trajeto do trato GI, o quimo chegará ao IG através do óstio ileal 
pela abertura da válvula ileocecal. Normalmente, essa válvula se encontra 
tonicamente contraída; no entanto, cada vez que uma onda peristáltica chega 
até essa região, ocorre um pequeno relaxamento, até que ocorra um relaxamento 
suficiente para promover sua abertura e a passagem do material para o ceco. 
Além disso, existe um reflexo gástrico denominado reflexo gastroileal, que 
ocorre quando o quimo sai do estômago. Tal reflexo tem a capacidade de 
relaxar o esfíncter ileocecal (SILVERTHORN, 2017; WIDMAIER; RAFF; 
STRANG, 2017).
13Regulação da função gastrointestinal
O quimo que entra no IG continua a ser misturado devido às contrações 
segmentares. Quando ele chega ao reto, é desencadeado um reflexo denomi-
nado reflexo de defecação, que induz o relaxamento do esfíncter interno do 
ânus e as contrações peristálticas no reto, que empurram o material fecal para 
o ânus. No entanto, devido à ação do esfíncter externo, que é voluntária, o 
indivíduo consegue impedir a defecação, se o momento não for apropriado. 
Podemos então concluir que o sistema GI é altamente complexo e requer a 
integração de várias estruturas funcionais, como os sistemas nervoso e hor-
monal, além dos componentes locais, como as células parietais, localizadas na 
mucosa do trato GI. O SNE é essencial para o seu funcionamento, auxiliando 
na regulação de suas funções e na integração dos reflexos curtos, permitindo, 
ainda, a relação funcional entre as diferentes partes do trato GI — por exemplo, 
o reflexo de controle de esvaziamento gástrico transmitido pelo ID por meio 
do plexo mioentérico. 
BOER, N. C. P. Fisiologia: curso prático. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
HALL, J. E. Guyton & Hall: tratado de fisiologia médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2017.
WIDMAIER, E. P.; RAFF, H.; STRANG, K. T. Vander: fisiologia humana. 14. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2017.
Leituras recomendadas
BARRETT, K. E. Fisiologia gastrointestinal. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. (Lange).
KOEPPEN, B. M.; STANTON, B. A. Berne & Levy: fisiologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
PRESTON, R. R.; WILSON, T. E. Fisiologia ilustrada. Porto Alegre: Artmed, 2014. 
SHERWOOD, L. Fisiologia humana: das células aos sistemas. 7. ed. São Paulo: Cengage 
Learning, 2010.
Regulação da função gastrointestinal14
Exercícios
1) O hormônio envolvido no controle da digestão, produzido no intestino delgado — 
estimulado pela acidez do quimo presente no interior desse órgão — age no estômago, 
inibindo a secreção de suco gástrico; no intestino, reduzindo a sua mobilidade e induzindo a 
secreção de suco entérico; no pâncreas, estimulando a secreção de suco pancreático rico em 
bicarbonatos; e no fígado, estimulando a secreção de bile.
Que hormônio é esse?
A) Secretina.
B) Gastrina.
C) Colecistoquinina.
D) Fator intrínseco.
E) Pepsinogênio.
2) A digestão consiste na quebra de moléculas complexas, convertendo-as em moléculas 
simples para serem absorvidas. Essa quebra se dá pela ação de enzimas liberadas durante o 
percurso do bolo alimentar pelo tubo digestivo. A sincronização entre a passagem do 
alimento e a liberação de enzimas é feita pela ação de alguns hormônios.
Sobre esses hormônios e suas respectivas ações, assinale a afirmativa correta.
A) O hormônio secretina é produzido no duodeno, conduzido até o estômago, estimulando a 
secreção do suco gástrico.
B) O hormônio gastrina é produzido no estômago e atua na vesícula biliar, estimulando a 
liberação de bile.
C) O hormônio secretina é liberado pelo duodeno, levado ao pâncreas, e, assim, estimula a 
liberação de suco pancreático.
D) É o hormônio enterogastrona que, produzido no intestino delgado, é transportado ao 
estômago, onde estimula a liberação do suco gástrico.
E) O hormônio colecistocinina, produzido no fígado, estimula as contrações da vesícula e, 
consequentemente, a liberação de bile para o duodeno.
3) Os sistemas nervoso simpático e o parassimpático são importantes para estimular ou inibir 
as ações do sistema gastrintestinal durante todas as etapas que envolvem a digestão.
De que maneira o sistema parassimpático influencia a digestão?
A) Relaxando os músculos lisos.
B) Estimulando a peristalse e a atividade secretora.
C) Contraindo os esfíncteres.
D) Estimulando a peristalse e inibindo a atividade secretora.
E) Inibindo a peristalse e a atividade secretora.
4) Na digestão, há hormônios que apresentam estrutura química semelhante e que são bem 
importantes para o processo, como a gastrina e a colecistocinina. Em relação ao local de 
produção, o da gastrina é no estômago e o da colecistocinina é no_____________.
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna.
A) estômago.
B) fígado.
C) pâncreas.
D) intestino grosso.
E) intestino delgado.
5) A secretina, que é secretada pelas células S no duodeno, atua no pâncreas e no estômago. 
Em relação ao pâncreas, esse hormônio age estimulando:
A) as células acinares a liberarem bicarbonato.
B) as células acinares a liberar enzimas pancreáticas.
C) as células ductais a liberar bicarbonato.
D) as células ductais a liberar enzimas pancreáticas.
E) estimula as células ductais e acinares a liberar enzimas pancreáticas.

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