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CULTURA E SOCIEDADE VIOLÊNCIA COMO REPRESENTAÇÃO, VIOLÊNCIA COM EXPRESSÃO Nesta aula de Cultura e Sociedade, vamos discutir as formas como representamos a violência e como ela pode ser pensada como uma forma de expressão cultural. Professora Samara Feitosa VIOLÊNCIA COMO REPRESENTAÇÃO SOCIAL VIOLÊNCIA COMO EXPRESSÃO CULTURAL Objetivos Identificar as formas como a violência pode ser representada; Refletir sobre a possibilidade de se pensar a violência como uma expressão cultural. Conteúdo Diversidade das expressões e representações da violência; A violência como uma expressão da cultura. 3 Dificuldade em definir o que são expressões de violência – necessidade de contextualização – histórica/cultural/ambiental/relacional. Por isso, algo entendido como violência em um contexto pode ser aceito normalmente em outro. Rituais de iniciação e/ou passagem – algumas culturas possuem. 4 “Certas etapas do ciclo de vida do ser humano são solenizadas em todas as sociedades por meio de rituais. Chamam-se ritos de passagem as cerimônias que marcam a passagem de um indivíduo ou grupo de uma fase do ciclo para outra.(...)Os rituais e cerimônias distinguem-se das demais atividades societárias por serem realizados de maneira formal, seguindo padrões estabelecidos pela tradição. Distinguem-se, também, por sua natureza simbólica e por se realizarem em ocasiões específicas e períodos determinados”. (BRETAS, 2008) 5 Quando descontextualizados, esses rituais podem parecer extremamente cruéis e até mesmo violentos. “Buracos escavados no corpo, agulhas atravessadas nas feridas, enforcamento, amputação, a última corrida, carnes despedaçadas: os recursos das crueldades parecem inesgotáveis”. E no entanto: “A impassibilidade, diria mesmo a serenidade, com a qual estes jovens suportavam o seu martírio era mais extraordinária ainda do que o próprio suplício... Alguns, dando-se conta de que eu desenhava, chegaram mesmo a olhar-me nos olhos e a sorrir quando, ouvindo a faca ranger na sua carne, eu não podia reter as lágrimas”. (CLASTRES, Pierre. Da tortura nas sociedades primitivas. In: _____. A sociedade contra o estado: investigações de antropologia política. Porto: Edições Afrontamento. 1979.) 6 Visões etnocêntricas: “Etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade, etc. Perguntar sobre o que é etnocentrismo é, pois, indagar sobre um fenômeno onde se misturam tanto elementos intelectuais e racionais quanto elementos emocionais e afetivos” (ROCHA, Everardo P. Guimarães. O que é etnocentrismo. São Paulo: Editora Brasiliense, 1988.) 7 Relativismo Cultural “Na prática corrente do relativismo cultural pelos antropólogos, uma das ideias básicas é o afundamento no universo do outro, a fim de extrair dele a verdade acerca das regras que o regem, ou seja, do código alheio.” (ZALUAR, Alba. Relativismo cultural na cidade? Anuário Antropológico/90. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1993.) 8 Pontos para a reflexão: Há limites para o “relativismo cultural”? Ou Qualquer coisa é válida, isso porque quase tudo pode ser explicado de forma “lógica” dentro da cultura de certas populações ou agrupamentos sociais (ainda que você não entenda a lógica desse outro grupo). Dilema – direitos humanos – considerados universais, mas definidos e escritos por um conjunto determinado de nações em um também determinado momento histórico. 9 Pontos para a reflexão: Direito de intervenção? “De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Unicef, a mutilação genital é realizada em cerca de 3 milhões de meninas e mulheres todos os anos e se concentra em 29 países entre o continente africano e o Oriente Médio”. Fonte: Último Segundo – iG. Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2015-04-22/todos-os-anos-tres-milhoes-de-meninas-sofrem-mutilacao-genital-no-mundo.html>. 10 Pontos para a reflexão: Direito de intervenção? “Quase cem anos depois, o Senado analisa uma proposta que pode criminalizar outro ritmo musical brasileiro, o funk. A proposta foi enviada em janeiro por Marcelo Alonso, um webdesigner de 47 anos, morador de um bairro da zona norte de São Paulo. Teve 21.985 assinaturas de apoio”. “Fonte: Portal G1- Projeto de lei de criminalização do funk repete história do samba, da capoeira e do rap”. Disponível em: <https://g1.globo.com/musica/noticia/projeto-de-lei-de-criminalizacao-do-funk-repete-historia-do-samba-da-capoeira-e-do-rap.ghtml>. 11 FINALIZAÇÃO Contextualização necessária para definir violência. Etnocentrismo X Relativismo cultural. Mediação?. 12 BAUMAN, Z. Confiança e medo na cidade. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 2009. BRETAS, José Roberto da Silva et al. Os rituais de passagem segundo adolescentes. Acta Paul. Enferm. [on-line], v. 21, n.3, 2008. CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o estado: investigações de antropologia política. Porto: Edições Afrontamento. 1979. PELLEGRINI, Tania. As vozes da violência na cultura brasileira contemporânea. Crítica Marxista, Unicamp, n. 21, 2005. ROCHA, Everardo P. Guimarães. O que é etnocentrismo. São Paulo: Editora Brasiliense, 1988. REFERÊNCIAS 13 TELES, Edson; SAFATLE, Vladimir (Orgs.). O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010. ZALUAR, Alba. Juventude violenta: processos, retrocessos e novos percursos. Dados – Revista de Ciências Sociais, Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Brasil. v. 55, n. 2, p. 327-365, 2012. _______. Oito temas para debate: violência e segurança pública. Sociologia, Problemas e Práticas, n. 38, p. 19 -24, 2002. _______. Relativismo cultural na cidade? Anuário Antropológico/90. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1993. REFERÊNCIAS 14 Bom estudo!
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