Buscar

E-book da Unidade - Introdução Ao Direito Público e Legislação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Introdução ao Direito Público e 
Legislação
Gestão de 
Políticas Públicas
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
ÁDRIA OLIVEIRA S. MACIEL
AUTORIA
Ádria Oliveira Santos Maciel
Olá. Sou licenciada em Química, com mestrado em Educação em 
Ciências, e possuo experiência na área docente há pelo menos 5 anos. Sou 
apaixonada pelo que faço e adoro auxiliar com minha experiência de vida 
aqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidada 
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Noções Sobre Direito Público e Legislação ..................................... 10
Direito e Legislação ...................................................................................................................... 12
Ética, Moral e Direito .................................................................................................................... 13
Direito Público e Direito Privado ........................................................................................... 17
Como Funciona o Direito Constitucional ........................................... 21
Os Sentidos da Constituição ..................................................................................................23
A Constituição Cidadã Brasileira ..........................................................................................24
Características dos Direitos Fundamentais .................................................................26
Formas de Estado, Governo e Regime Político ........................................................28
Como Funciona o Direito Administrativo ........................................... 31
Estado, Governo e Administração Pública ...................................................................35
Agentes Públicos ...........................................................................................................................37
Como Funciona o Direito Penal .............................................................42
Conceito e Princípios do Direito Penal ...........................................................................42
Lei Penal ................................................................................................................................................ 46
Classificação da Lei Penal ....................................................................................47
Características da Lei Penal ................................................................................47
Interpretação da Lei Penal .................................................................................. 48
Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica ............................................................ 50
7
UNIDADE
02
Gestão de Políticas Públicas
8
INTRODUÇÃO
Você sabia que o Direito Público e as legislações são áreas que 
possuem como objetivo principal a regulação dos interesses de todos os 
indivíduos independente de sexo, religião, credo ou nível de renda? Isto é, 
dedica-se à sociedade como um todo. Para além, regem as relações entre 
ela e o Estado e as relações das entidades e órgãos estatais entre si. Nesse 
sentido, as relações entre o Estado e a sociedade revelam explicações, 
por exemplo, para a formulação de políticas públicas para responder às 
demandas da sociedade. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você 
vai mergulhar nesse universo!
Gestão de Políticas Públicas
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2 - Introdução ao Direito 
Público e Legislação. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento 
das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de 
estudos:
1. Distinguir Direito Público de Direito Privado, estabelecendo 
associações entre o Estado e a economia privada.
2. Compreender a constituição brasileira e a dinâmica do Direito 
Constitucional.
3. Definir e entender o conceito de Direito Administrativo e sua 
relevância para a Administração Pública.
4. Aplicar os princípios do direito penal nas questões que envolvem o 
relacionamento do poder público com as pessoas e as empresas.
Gestão de Políticas Públicas
10
Noções Sobre Direito Público e Legislação
OBJETIVO:
Caro estudante, ao longo deste capítulo, você irá estudar 
os conceitos principais sobre Direito Público e legislação. 
Ao final deste estudo, esperamos que você seja capaz de 
distinguir Direito Público de Direito Privado, estabelecendo 
associações entre o Estado e a economia privada. 
Certamente essas competências irão auxiliar você no 
desempenho de sua profissão. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então, vamos lá!.
A primeira obra de introdução ao Direito que temos conhecimento 
foi escrita por Gaius, em 161 d.C., e fez muito sucesso entre os jovens 
da época porque conseguia, de forma bem abrangente e simplificada, 
mostrar como o Direito funcionava em Roma. Ele conseguiu demonstrar 
como seria o direito das pessoas, das coisas e das ações que de fato 
precisariam ser regulamentadas pelo Governo da época. Diferente de 
como era na Grécia antiga, na qual o Direito era uma tentativa de vincular 
as decisões do Estado a um conceito abstrato de justiça, Roma estaria 
preocupada com a aplicação prática das ordens do Governo, ou seja, usar 
as leis para resolver conflitos na prática. Nesse sentido, entre romanos 
mais práticos e gregos mais teóricos, passaram-se quase dois mil anos 
e ainda continuam surgindo obras que tentam facilitar a introdução dos 
estudantes na ciência do Direito. 
Dessa forma, se Gaius debruçava-se naquela época a refletir sobre 
as questões práticas do Direito em Roma, hoje temos que os livros de 
introdução ao Direito buscam refletir a prática no Ocidente, demarcado 
por ser uma cultura diversa. É por essa razão que Tercio Sampaio Ferraz 
Júnior (1996), em seu livro de Introdução ao Direito, discute que não é trivial 
encontrar uma definição única para o Direito. Uma primeira dificuldade 
concerne da própria língua, já que a palavra latina Jus foi sendo substituída 
ao longo do tempo pela palavra Rectum – da qual vem o termo alemão 
Gestão de Políticas Públicas
11
Recht e o inglês Right –, que foi aos poucos se transformando em 
Derectum – palavra da qual derivou Direito, Derecho, Diritto e Droit, entre 
outras derivações (BARATTA, 2002). 
Sendo assim, conhecemos o Direito desde o século IX junto de 
normas gerais de uma sociedade, um ordenamento jurídico. No português, 
por exemplo, a palavra “direito” abriga hoje tanto o sentido de Jus, que tem 
uma carga moral de justiça, quanto o sentidoDerectum, que tem a ver 
com a retidão alcançada pela decisão judicial. A própria representação 
simbólica do poder judiciário brasileiro, que está representada por uma 
escultura em plena Praça dos Três Poderes em Brasília, une essas duas 
imagens da mitologia grega e romana com a representação de uma 
mulher com uma espada e de olhos vendados. Cabe destacar a grandeza 
da criatividade artística de Alfredo Ceschiatti, que uniu todos os elementos 
numa imagem só. 
Figura 1 – Estátua da Justiça brasileira
Fonte: Wikimedia Commons.
Gestão de Políticas Públicas
12
Cabe destacar que existe uma diferença entre o conhecimento 
científico do Direito e o conhecimento aplicado à sua tecnologia. O Direito, 
em sua parte dogmática, cumpre funções típicas de uma tecnologia, 
pois sempre foi um saber prático desde a antiguidade, já que é voltado 
para resolver conflitos. O Direito pode ser usado de forma útil, como 
ocorre quando o legislador precisa criar uma lei específica para regular 
uma situação. O juiz, pra sua vez, precisa decidir casos concretos muito 
específicos e pra isso usa algumas teorias científicas para chegar à sua 
conclusão. Portanto, o que sustenta o Direito na sua função de vincular 
o comportamento social é o seu saber científico; o saber prático e 
tecnológico é utilizado no dia a dia profissional, mas será mais adequado 
e preciso na medida em que for fundamentado nas teorias científicas do 
Direito.
Direito e Legislação 
Você já parou para pensar em como são elaboradas as nossas leis 
e de que forma é a estrutura do nosso poder Legislativo? Se você nunca 
pensou nisso, não se preocupe, pois veremos a seguir algumas noções 
introdutórias desse tema bastante importante para a sua formação.
A legislação é o conjunto de leis que se destinam a regular matérias 
gerais ou específicas. Dessa maneira, temos a legislação civil, a legislação 
penal, a legislação comercial, a legislação social, a legislação educacional 
e a legislação de trânsito.
O termo legislação compreende vários documentos emitidos por 
órgãos oficiais, além das leis que são produzidas nas casas legislativas. A 
exemplo temos o Congresso Nacional no âmbito federal, as Assembleias 
Legislativas no âmbito estadual e as Câmaras de Vereadores no âmbito 
municipal. Ademais, também temos os decretos emitidos pelo poder 
Executivo, assim como as resoluções, as deliberações, os pareceres e as 
indicações de diferentes órgãos colegiados.
A democracia está representada por toda a participação da sociedade 
nas eleições, na qual elegemos, por meio do voto, os representantes do 
poder Executivo e Legislativo. No Brasil, temos a Constituição Federal, as 
Gestão de Políticas Públicas
13
constituições estaduais, as leis orgânicas, as resoluções e os decretos. 
O conjunto de leis representa os interesses da sociedade e são bastante 
dinâmicos. 
Existe uma dinâmica na legislação muito significativa, pois de 
tempos em tempos a sociedade muda com o conjunto de fatores sociais, 
políticos e econômicos no seu contexto histórico. A partir da alteração 
desse contexto, as modificações dos aspectos sociais da sociedade como 
um todo resultam em mudanças na legislação e tudo isso servirá para 
que haja ordem do planejamento territorial.
A legislação é o resultado de inúmeros debates políticos, ideológicos, 
e teóricos, que visam resolver ou normatizar determinadas questões 
colocadas pela sociedade. Dessa forma, presenciamos diariamente 
em telejornais, jornais, internet e outros, os debates que existem nas 
assembleias e as discussões de leis nas câmaras de vereadores, nos 
quais cada grupo de membros do legislativo apresenta a opinião de 
certos grupos. Tais discussões provocam mudanças nas leis. 
Sendo assim, as ações humanas criam as leis e elas regulam as 
ações humanas, se caracterizando como sendo uma via de mão dupla. 
As leis não são criadas do nada, elas sempre representam um grupo de 
interesses de um determinado segmento da sociedade. 
Ética, Moral e Direito 
Ética, moral e direito são palavras profundamente vinculadas, pois 
as três dizem respeito ao comportamento ou à conduta humana em 
sociedade no mundo. 
Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do 
homem em sociedade, sendo elas adquiridas através da educação, da 
tradição e do cotidiano. A moral sempre existiu, já que todo ser humano 
possui a consciência moral que o leva a distinguir o bem do mal no 
contexto em que vive. Outros conceitos irão ressaltar que a moral é tudo 
aquilo que contraria o exposto a respeito da imoralidade, por exemplo, 
Gestão de Políticas Públicas
14
quando há falta de pudor, quando algo induz ao pecado, a indecência. 
Para esse indivíduo a questão moral é desconhecida e, por tanto, não leva 
em consideração preceitos morais. 
Figura 2 – Moral
Fonte: Wikimedia Commons
A ética, por sua vez, é algo que todo mundo sabe o que é, mas não 
é fácil de ser explicada. O termo “ética” deriva do grego ethos e significa 
caráter, modo de ser de uma pessoa. Ela é um conjunto de valores morais 
e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade para que 
haja um equilíbrio e um bom funcionamento social, possibilitando que 
ninguém saia prejudicado. 
Figura 3 – Ética
ÉTICA
Fonte: Freepik
Gestão de Políticas Públicas
15
Nesse sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as 
leis, está relacionada com no sentimento de justiça social. Ela é construída 
por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais. Como 
exemplo, temos a seguinte situação: em uma país, sacrificar animais 
para pesquisas científicas pode ser ético, mas em outro essa atitude 
pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos. Uma pessoa que 
não segue as regras da sociedade é chamada de antiética, assim como 
o ato praticado. Geralmente, a conduta antiética é também legal ou por 
infringir uma norma ordinária ou um regulamento, estatuto ou diretrizes 
profissionais.
 • Há diferença entre a ética e a moral?
Embora ambas as áreas se atentem ao comportamento e à conduta 
humana em sociedade, há uma diferença muito importante entre ética e 
moral. A ética concerne em impor condutas ideais e que sirvam para o 
ser humano em qualquer parte do mundo; onde houver um ser humano, 
é esperado que ele se porte, que se conduza daquela maneira. Então, 
ela tem um sentido mais daquilo que é universal. A moral, por sua vez, 
é a moral de grupos e nações, mas que não podem se aplicar à outras 
nações. Pensando nisso, quando falamos de moral no Brasil estamos nos 
referindo a uma moral ocidental, que é diferente da de outros países. 
A ética se preocupa mais com condutas do bem, da liberdade, da 
vida, da igualdade e com interesses e direitos de todos os seres humanos 
neste mundo, daí essa diferença fundamental que é preciso deixar muito 
claro. Dessa forma, quando se fala em ética é bom lembrar do filósofo 
Kant (1724-1804), que influenciou a ética ocidental com um imperativo 
categórico que possui três formulações: 
I. Faça você mesmo a sua lei, mas que seja uma lei que se aplique a 
todas as pessoas e que tenha o caráter universal. 
II. Não haja como referência a si próprio ou com referência aos outros 
como se fosse um objeto, um meio, mas que seja o fim. Essa segunda 
formulação de Kant está na Constituição Brasileira e, após a Segunda 
Guerra Mundial, é o princípio da dignidade da pessoa humana. Nós não 
podemos usar as pessoas, temos que ver as pessoas como um fim e valor 
em si mesmo.
Gestão de Políticas Públicas
16
III. Todas as nossas ações devem ter um objetivo, finalidade de 
convivência humana. 
 • Qual o papel do Direito na relação de condutas ou 
comportamentos? 
O papel do Direito é exatamente o de impor condutas, tornando-as 
obrigatórias sob pena de multa, perda da liberdade e outras sanções que 
ele queira impor, além de ser sempre ligado a Ética. Atualmente, fala-se 
de Direito e Ética sempre com essa preocupação devalor da dignidade da 
pessoa humana, uma norma jurídica sempre tem de objetivar a dignidade 
do homem. Dessa forma, a conduta humana sob as diferentes áreas da 
ética, da moral e do Direito vem sendo conduzida no Brasil, de modo que 
as pessoas tenham acesso ao conhecimento e à cidadania. 
Em síntese, a ética procura estabelecer regras e princípios básicos 
que sirvam para todos, ao passo que a moral é um conjunto de regras 
costumeiras de determinados grupos de determinadas nações, podendo 
variar enormemente. O Direito evidentemente é o mais diferente de todos, 
embora também se destine ao comportamento humano. O Direito procura 
impor condutas sob pena de sanção, podendo ser uma multa ou mesmo 
a perda da própria liberdade. Portanto, as três áreas se preocupam com o 
mesmo objetivo: a conduta humana em sociedade. 
SAIBA MAIS:
Existem inúmeras discussões importantíssimas no que 
se refere ao conceito de justiça a partir do contexto ético, 
jurídico e moral. O trabalho escrito por Thadeu Weber 
(2015) apresenta, de maneira extremamente pontual e 
cirúrgica, as concepções sobre essas relações a partir 
do posicionamento de três grandes filósofos: Perelman, 
Dworkin e Rawls. Caso queira saber mais sobre as 
concepções mencionadas, acesse o artigo Ética, Direito e 
moral, de Weber, clicando aqui.
Gestão de Políticas Públicas
https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/dissertatio/article/view/8511
17
Direito Público e Direito Privado
Ao nos referirmos ao Direito Público ou Direito Privado, os 
associamos ao ordenamento de relações jurídicas dentro da sociedade, 
isto é, às relações entre todos os membros da sociedade. Então, muitos 
acreditam que a diferença entre Direito Público e Direito Privado é que 
quando o Estado está na relação trata-se de Direito Público e quando 
a relação for formada apenas entre particulares, refere-se ao Direito 
Privado. Essa percepção não está certa; precisamos superar essa visão 
empobrecida e distorcida desses conceitos. 
No Direito Público, existe uma relação vertical, o que sugere uma 
hierarquia na qual o Estado assume o topo dos conceitos e, sujeitado a 
ele, está o particular. Não basta então ter o Estado como parte da relação 
jurídica, precisa dessa relação vertical.
Figura 4 – Esquematização Direito Público
DIREITO PÚBLICO
ESTADO
PARTICULAR
Fonte: Elaborada pela autora (2022).
Já no Direito Privado existe uma relação horizontal, em que ambas 
as partes estão em “pé” de igualdade, isto é, ambos os lados estão no 
mesmo nível. 
Gestão de Políticas Públicas
18
Figura 5 – Esquematização Direito Privado
DIREITO PRIVADO
PARTICULAR 
 IGUALDADE 
 PARTICULAR
Fonte: Elaborada pela autora (2022).
No modelo do Direito Público, o Estado representa a coletividade e, 
sendo assim, o interesse coletivo está sempre acima do interesse particular. 
Então vemos na Figura 4 o interesse coletivo acima do particular. O Estado 
usará de normas e leis imperativas, isto é, não possuem escolhas e nem 
serão facultativas. 
O Direito Público é formado por normas cogentes, imperativas e 
obrigatórias. Não há liberdade de escolher se um indivíduo estará ou não 
sujeitado a ela. Se não existe a liberdade de escolha, não existe autonomia 
da vontade particular, exatamente pelo fato do Direito Público estar 
preocupado em cuidar da coletividade. 
A diferença entre o Direito Público e o Direito Privado é exatamente 
a liberdade de personalizar e escolher e a forma como isso acontece. O 
Direito Privado, em tese, importa apenas o particular e as partes estão 
no âmbito de igualdade, diferentemente do Direito Público, para o qual 
importa a coletividade e o Estado está em um nível superior e absoluto. 
Alguns exemplos de Direito Privado são: Direito Civil, Direito do Trabalho, 
Direito Empresarial, Direito do Consumidor, entre outros. 
Se o Direito Privado e a autonomia do indivíduo reinam, por que, 
nesses ramos do Direito, existem inúmeras regras? A configuração do 
Direito Privado é baseada em uma relação horizontal. Todos os lados 
estão em “pé” de igualdade, em que só importa aos particulares, além 
de possuir normas dispositivas, ou seja, que dispõem e que se debruçam 
como deve ser, mas não obrigadas como as do tipo cogentes. Nesse 
caso, existirá a vontade do particular. 
Gestão de Políticas Públicas
19
Cabe destacar que, em partes, esse direito condiz com os assuntos 
de compra e venda, doação, contratos de mútuo e permuta, entre outros. 
Os particulares tem o poder de escolher e opinar com total liberdade. 
Para esses assuntos existem muitas regras, normas e dispositivos que 
oferecem a liberdade, mas não uma liberdade total. Nesse sentido, uma 
das grandes diferenças entre o Direito Público e o Privado é justamente o 
poder de liberdade que o particular tem para escolher os procedimentos. 
Isso nos leva a outro ponto sobre o Direito Privado no que se refere 
à liberdade e autonomia apenas do particular. Na realidade, isso não 
ocorre pois existe uma hierarquia. A autonomia da vontade limitada pelo 
direito dá margem de liberdade para escolha ao particular. Importa ao 
particular, mas direito não quer que ninguém sofra abusos em decorrência 
de alguma vulnerabilidade. O Direito Privado cria mecanismos para deixar 
os particulares no âmbito de igualdade e não deixar nenhum dos lados 
vulneráveis. 
Figura 6 – Diferença entre Direito Público e Direito Privado
DIREITO PRIVADO
LIBERDADE
DIREITO PRIVADO
Fonte: Elaborada pela autora (2022).
O Estado garante ao Direito Privado a igualdade e impede, por meio 
de aparatos jurídicos, que quaisquer uma das partes infrinja as regras e 
se aproveite de alguma vulnerabilidade. Sendo assim, temos a liberdade 
que a norma concede ao particular para escolher e exercer sua autonomia 
da vontade. No Direito Público não existe nenhuma margem de liberdade 
sem poder de escolha do particular, é um direito formado de normas 
cogentes imperativas que visa o interesse a partir de uma relação vertical 
e hierárquica. Os ramos do Direito Público que não nos dão o poder de 
escolha são: Direito Penal, Direito Civil e Direito Tributário. 
Gestão de Políticas Públicas
20
RESUMINDO:
Caro estudante, que alegria que você chegou ao fim desta 
seção de estudos! Neste capítulo aprendemos juntos 
diversos conhecimentos acerca dos conceitos principais 
sobre Direito Público e legislação. Ao final deste estudo, 
esperamos que você seja capaz de distinguir Direito Público 
de Direito Privado, bem como as principais definições 
acerca do Direito. Tal área estabelece um conjunto de 
normas de conduta social imposto coercitivamente pelo 
estado para a realização da segurança, segundo os critérios 
de justiça. Ademais, estudamos nesta unidade os conceitos 
de ética, moral e direito além de suas relações, que o 
ajudarão a ter profissionalismo e boas práticas no ambiente 
de trabalho, por exemplo. Ah, e não se esqueça de acessar 
todos os links de estudos complementares que deixamos 
ao longo do seu material. Esse estudo irá ajudar a melhor 
desempenhar as atividades relacionadas à sua profissão.
Gestão de Políticas Públicas
21
Como Funciona o Direito Constitucional
OBJETIVO:
Caro estudante, ao longo deste capítulo, você aprenderá 
sobre os fundamentos do Direito Constitucional. A partir 
desse estudo, você será capaz de compreender a 
Constituição Brasileira e a dinâmica do Direito Constitucional. 
Certamente essas competências irão auxiliar você no 
desempenho de sua profissão. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então, vamos lá!.
O Direito Constitucional é a parte do Direito que analisa as normas 
fundamentais que compõem um certo país, com os princípios e regram 
que organizam o funcionamento do Estado e trazem direitos e garantias 
ao cidadão. Nesse sentido, também tentam impor limites e deveres à 
atuação dos governantes e fixar os direitos básicos do cidadão perante 
o Estado. 
O objeto de estudo do Direito Constitucionalé a Constituição, 
um documento que reúnem as normas que se dedicam os direitos 
mais fundamentais de uma sociedade e que dão diretrizes ao nosso 
ordenamento jurídico. 
Na história mundial, um dos marcos do Direito Constitucional foi 
a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), na 
Revolução Francesa, que afirma que a sociedade que não assegura a 
garantia dos direitos e não estabelece a separação dos poderes não tem 
constituição. Essa declaração inspirou a Constituição da França, de 1791, 
e trouxe os Direitos Fundamentais do Cidadão e limites do estado após 
a queda dos antigos regimes absolutistas. A preocupação das pessoas 
eram lutar para que todas fossem livres e iguais perante as leis, sem 
privilégios que eram concedidos apenas a nobreza. 
Gestão de Políticas Públicas
22
Nessa época ficaram consagrados os Direitos de Primeira Geração 
ou Primeira Dimensão, como a vida, a liberdade, a propriedade, a 
manifestação do pensamento e o voto, caracterizados como direitos de 
defesa que protegiam o indivíduo contra as intervenções indevidas do 
Estado. 
No fim do século XIX e início do século XX começou-se a perceber 
que apenas garantir liberdade e direitos iguais não eram o bastante. A 
concentração de renda e exclusão social fizeram a sociedade refletir 
que, quando não há condições básicas de vida, não é possível falar que 
todos estamos realmente em “pé” de igualdade perante a lei. Então, com 
o constitucionalismo o Estado passou a ter o papel de garantir condições 
mínimas de existência ao indivíduo.
Nesse sentido surgiram os Direitos de Segunda Geração ou 
Segunda Dimensão, que são aqueles que irão garantir os direitos sociais 
como trabalho, saúde, previdência e educação. Enquanto os Direitos de 
Primeira Geração primam pela liberdade, os de Segunda Dimensão focam 
na igualdade entre as pessoas.
Com o passar do tempo, inúmeras modificações sociais, guerras 
e mudanças políticas e econômicas fizeram a sociedade novamente 
repensar o constitucionalismo e, com isso, surgiram os Direitos de Terceira 
Geração ou Terceira Dimensão. Esses são constituídos por direitos de 
comunidade chamados de direitos difusos e coletivos, que se assentam 
na fraternidade ou solidariedade; aqui, cabe destacar os direitos ao 
patrimônio comum, ao desenvolvimento e ao meio ambiente equilibrado. 
Atualmente, alguns doutrinadores defendam a ideia de que já 
passamos pela Quarta Geração, ou até mesmo pela Quinta Geração. Os 
relacionados à Quarta estariam fortemente ligados à globalização, como 
a democracia, a informação e o pluralismo. Os direitos da Quinta Geração 
seriam ligados à paz, e, como esse direito fundamental é o mais almejado, 
ele seria o supremo direito da humanidade. 
Para um documento ser considerado Constituição é necessário que 
ele componha, ao menos, a organização fundamental de determinado 
Estado e Direitos Humanos. Isto é, para ser Constituição é preciso 
contemplar esses dois elementos: a organização fundamental do Estado 
e os Direitos Humanos essenciais (BITTAR, 2010). 
Gestão de Políticas Públicas
23
IMPORTANTE:
A Constituição orienta a elaboração de todas as demais leis, 
isto é, nenhuma lei pode contrariar a Constituição; por isso, 
ela é chamada de Lei Maior, Carta Magna ou Carta Política 
de um país. 
Os Sentidos da Constituição 
Uma maneira de entender o Direito Constitucional é observar os 
sentidos da Constituição. São eles:
a. O sentido Sociológico foi elaborado por Ferdinand Lassale 
(1825 – 1864) e, para esse autor, a Constituição seria a soma dos poderes 
econômicos, políticos, culturais e qualquer outro que esteja presente em 
uma nação. Caso contrário, ela não irá passar de uma simples folha de 
papel. 
b. O sentido Político, defendido por Carl Schmitt (1888- 1985), 
consiste na Constituição ser uma decisão política fundamental, isto é, ela 
é o resultado da vontade política do poder constituinte originário. 
c. O sentido Jurídico é apresentado por Hans Kelsen (1881 -1973), 
que afirma que a Constituição é um conjunto de normas jurídicas 
fundamentais para que o Estado se estruture, ou seja, a Constituição seria 
uma norma jurídica pura. 
Gestão de Políticas Públicas
24
A Constituição Cidadã Brasileira
A atual Constituição do Brasil, de 1988, é também chamada de 
Constituição Cidadã. Ela representa uma quebra de paradigmas com as 
constituições anteriores, pois colocou os direitos fundamentais como 
centro do ordenamento jurídico, tendo a dignidade da pessoa humana 
como um dos fundamentos do Estado brasileiro.
Figura 7 – A Constituição Brasileira
Fonte: Wikimedia Commons 
A Constituição do Brasil é uma típica Constituição analítica, repleta 
de normas que são materialmente constitucionais, ou seja, referem-se à 
organização fundamental do Estado ou Direitos Humanos e também de 
normas que são formalmente constitucionais. A Constituição, portanto, 
é um documento formal, não necessariamente escrito, podendo ser 
costumes, uso de tradições que possuem estados constitucionais, então 
dessa forma para ser Constituição não precisa ser escrita, mas sim formal 
e deve contemplar no mínimo dois requisitos, citados anteriormente. 
Gestão de Políticas Públicas
25
Figura 8 – A pirâmide de Kelsen
Constituição
Decisões judiciais
Legislação e costumes
Regulamentos
Fonte: Wikimedia Commons
Diante do ordenamento jurídico que está representado pela figura 
01 com a área da pirâmide de Kelsen, a Constituição Federal do nosso país 
se localiza no ápice, no topo da figura geométrica, portanto a Constituição 
está acima de tudo e de todos. No resto da área da pirâmide se concentra 
o ordenamento infra institucional, que deve submeter aos princípios e 
diretrizes previstos na Constituição, sob pena de inconstitucionalidade. 
Sendo assim, a partir de agora trataremos a Constituição como suprema 
em relação às demais normas de determinado ordenamento jurídico. 
Sobre os direitos fundamentais, cabe destacar que os mesmos são 
universais, pois se destinam a todos os seres humanos indistintamente, 
além disso são irrenunciáveis, pois uma pessoa não pode abrir mão desses 
direitos. Nesse sentido, os direitos fundamentais são considerados como 
sendo relativos, o que significa dizer que não existem direitos absolutos. 
Caso haja uma colisão de direitos, cada um deve ser analisado caso a 
caso para ver qual deve prevalecer.
O Direito não é uma ciência exata; não há uma fórmula matemática 
para saber onde um direito termina e onde o outro começa. A nossa 
atual Constituição já teve mais de cem emendas constitucionais e ainda 
continuará tento mudanças, pois a realidade social está sempre passando 
por mudanças e transformação. 
Independentemente disso, é necessário proteger os fundamentos, 
pois são eles que norteiam o espírito democrático e sustentam a 
Gestão de Políticas Públicas
26
construção de uma sociedade melhor. A nossa atual constituição adota 
o pensamento jus naturalista do filósofo Jean – Jacques Rousseau (1772-
1778), o qual dizia, em linhas gerais, que o homem se reuniu em sociedade 
para proteger os direitos que são inerentes à condição humana, criando 
assim, uma espécie de contrato social que originou o Estado. Assim, é 
função do Estado proteger os direitos dos indivíduos, e não o contrário. 
Sendo assim, a nossa Constituição Federal foi elaborada com o 
intuito de contribuir para o crescimento do Brasil com o devido respeito 
aos direitos humanos. Ela marcou o início de uma nova era democrática 
do país e por isso foi apelidada como Constituição Cidadã.
Características dos Direitos Fundamentais 
Antes de falarmos sobre os Direitos Fundamentais é necessário 
entendermos que eles são subjetivos, possuem maior carga negativa 
comparado aos demais e compõem o núcleo da proteção da dignidade 
da pessoa humana. Nesse sentido, possui como objetivo proporcionar 
o necessário para uma existência digna e justa. Segundo o artigo 5º 
da ConstituiçãoFederal, só os brasileiros e estrangeiros residentes no 
país são destinatários desses direitos, mas a doutrina jurisprudência 
possui entendimento consolidado de que todas as pessoas naturais, 
independentemente de sexo, idade, nacionalidade ou qualquer outro 
fator de discriminação também possuem esses direitos fundamentais 
garantidos.
Tais considerações constituem uma das características dos direitos 
fundamentais: a universalidade. Os direitos fundamentais são, portanto, 
universais, ou seja, devem proteger o maior número de destinatários, sem 
qualquer distinção.
A segunda característica é a relatividade, pois entende-se que os 
direitos fundamentais não são absolutos e podem ser relativizados diante 
de situações em que existam conflitos de interesses. Nesses casos, a 
situação será discriminada na própria constituição ou caberá a um juiz 
decidir. 
Cabe destacar que não se pode limitar os direitos fundamentais 
além do estritamente necessário. Por outro lado, a restrição aos direitos 
fundamentais só é admitida quando compatível com os ditames 
Gestão de Políticas Públicas
27
constitucionais e quando respeitados os princípios da razoabilidade e da 
proporcionalidade. Segundo a jurisprudência alemã, acolhida pelo Supremo 
Tribunal Federal, o princípio da proporcionalidade, que se subdivide no 
subprincípio da adequação da necessidade e da proporcionalidade em 
sentido estrito, é pagamento de controle das restrições levadas a cabo 
pelo Estado em relação aos Direitos Fundamentais dos Cidadãos. 
Os Direitos Fundamentais também são complementares e devem 
ser analisados de forma conjunta: os Direitos Sociais, por exemplo, reforçam 
os Direitos Individuais; os Direitos Difusos ampliam as garantias para a 
tutela coletiva, e é nessa simbiose que eles devem ser compreendidos 
e respeitados. 
A quarta característica é a inalienabilidade e diz respeito ao fato de 
que esses direitos não possuem natureza patrimonial, por isso não podem 
ser transferidos ou negociados.
Os Direitos Fundamentais também são imprescritíveis, compondo 
assim a quinta característica. Os direitos fundamentais não perdem a 
validade com o passar do tempo e o exercício por si só não significa a perda 
do direito. A sexta característica é a irrenunciabilidade, o que significa que 
não há possibilidade de alguém renunciar ao seu Direito Fundamental; o 
que pode ocorrer é o seu não exercício, mas nunca a sua renúncia. 
Por fim, a última característica é a historicidade que preceitua que 
os Direitos Fundamentais são frutos de um processo histórico e estão em 
contínua construção. Os direitos se conformam aos novos tempos, sendo 
que são suscetíveis de modificações. 
SAIBA MAIS:
Existem muitos direitos individuais e coletivos que são 
extremamente importantes de se conhecer e aprofundar 
para exercer a cidadania plena e efetiva. Caso tenha 
interesse, leia o artigo Teoria dos Direitos Fundamentais: 
evolução histórico-positiva, regras e princípios, que se 
debruça acerca das discussões sobre a Teoria dos Direitos 
Fundamentais em seu aspecto evolutivo, histórico-positivo 
e conceitual, clicando aqui.
Gestão de Políticas Públicas
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/rfduerj/article/view/20298
28
Formas de Estado, Governo e Regime 
Político
A forma de Estado é a maneira com a qual aquele Estado é 
territorialmente organizado. O Brasil adota a forma de Estado Federativo, 
isto é, o Brasil se dividiu em estados membros, os quais são autônomos 
podendo se autoorganizar e autoadministrar, bem como promover 
suas legislações próprias. Tais características do Estado Federativo se 
contrapõem ao Estado Unitário, no qual a concentração de todo o poder 
está nas mãos de um único ente central, meio como se contrapõe à 
confederação.
Os Estados Unidos da América, por exemplo, saíram de uma 
confederação e foram para uma federação, porque os Estados eram 
soberanos. O Brasil, por sua vez, saiu de um Estado Unitário nos tempos 
imperiais, em que somente ente central detinha toda a sua soberania e 
autonomia, passando a distribuir para os estados membros. Portanto, o 
Brasil saiu de um Estado Unitário para uma confederação. 
O resultado para ambos os países é igual, no entanto as formas 
com que chegaram até a federação é diferente. Por isso, fala-se em 
Federalismo Centrípeto e Federalismo Centrífugo. O Brasil se enquadra 
no Federalismo Centrífugo, porque saiu do ente central espalhando 
autonomia aos estados membros, enquanto os Estados Unidos entra na 
classificação de Federalismo Centrípeto, pois passou de confederação 
para ter estados membros com um ente central.
A forma de Governo é a maneira pela qual o Estado organiza o seu 
poder, e pode ser considerada como um conjunto de instituições políticas 
pelas quais um Estado se organiza a fim de exercer o seu poder sobre a 
sociedade. O Brasil adota a república em que os governantes são eleitos 
para exercer a função administrativa. A República se contrapõe à forma 
de Governo monárquico, em que existe somente a figura de uma pessoa 
monárquica que concentra todas as formas de poder.
O sistema de Governo pode ser definido como um conjunto de 
normas que regulam essa participação dos representantes em relação 
ao governante, bem como a relação do governante com o parlamento. 
Ademais, também tem a ver com a concentração da figura de chefe de 
Governo e chefe de estado, que será concentrada em uma única pessoa 
Gestão de Políticas Públicas
29
ou será distribuída para o parlamento. Sendo assim, existem dois sistemas 
de Governo:
I. Parlamentarista: o poder executivo tem suas atribuições de cúpulas 
dirigidas. A chefia de estado é exercida pelo monarca ou pelo presidente, 
e a chefia de Governo pode ser titularizada pelo Primeiro-ministro ou pelo 
Presidente do Conselho de Ministros. 
II. Presidencialista: a chefia do Governo é exercida pelo presidente, 
que acumula funções de chefe de estado e chefe de Governo. O Brasil 
adota o sistema presidencialista, mas já adotou a forma parlamentarista 
anteriormente. 
Enfim, o sistema de Governo diz respeito à forma como se 
relaciona o poder legislativo e executivo no desempenho das funções 
governamentais. 
O regime político é a sistemática que se adota para permitir a 
participação popular nas decisões do Governo, como acontece com a 
participação do povo em relação ao poder da administração pública e 
desta em relação ao poder do Governo. 
O Brasil adota o regime democrático, o que significa que a titularidade 
do poder é do povo e é ele quem escolhe os seus representantes para 
que assim tornem legítimas as suas vontades. Vale ressaltar que o artigo 
1º da Constituição da República nos confere que à titularidade está no 
poder. A democracia se divide em três: direta, representativa e semidireta. 
Figura 9 – Democracia
Fonte: Freepik 
Gestão de Políticas Públicas
30
A democracia brasileira é semidireta, pois apesar de escolhermos 
representantes para exercerem nossas vontades, nós também temos 
mecanismos diretos de escolher o que é bom e o que é ruim e isso se dá 
pelo plebiscito, pelo referendo e pela ação popular, nos quais exercemos 
nosso poder de forma direta. Existem outros regimes políticos como o 
totalitário, o aristocrático e o ditatorial. Todos esses, de certa forma, 
tolhem a vontade popular, não permitindo a participação popular efetiva 
nas decisões políticas. 
RESUMINDO:
Caro estudante, que alegria que você chegou ao fim desta 
seção de estudos! Neste capítulo aprendemos sobre os 
fundamentos básicos do Direito Constitucional. A partir 
desse estudo, nos debruçamos acerca da Constituição 
Brasileira e das características dos direitos fundamentais 
do homem. Além disso, vimos as principais definições entre 
formas de estado, Governo e regime político, ilustrando 
com as características do Brasil e sua configuração. Ah, 
e não se esqueça de acessar todos os links de estudos 
complementares que deixamos ao longo do seu material. 
Esse estudo irá ajudar a melhor desempenhar asatividades 
relacionadas à sua profissão.
Gestão de Políticas Públicas
31
Como Funciona o Direito Administrativo
OBJETIVO:
Caro estudante, ao longo deste capítulo, você deverá 
compreender o funcionamento do Direito Administrativo. 
Ao final deste estudo, esperamos que você seja capaz de 
definir e entender o conceito de Direito Administrativo e 
sua relevância para a Administração Pública. Certamente 
essas competências irão auxiliar você no desempenho de 
sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então, vamos lá!
Afinal o que significa Direito Administrativo?
A pergunta pode parecer trivial, mas muitas vezes na prática, até 
mesmo administradores públicos ignoram essa definição, o que acaba 
gerando uma série de mal entendidos no emprego dos institutos e dos 
instrumentos dessa disciplina.
Existe na doutrina uma série de critérios diferentes para definir o 
Direito Administrativo. Podemos classificar os critérios em dois grandes 
blocos: i) critérios subjetivos, ou seja, critérios que levam em consideração 
as pessoas que trabalham com essa disciplina jurídica; ii) critérios objetivos 
ou materiais, que levam em conta algumas outras atividades ou algumas 
relações jurídicas nessa disciplina (MEIRELLES, 2005). 
I. Critério subjetivo:
Alguns autores defendem que o Direito Administrativo seria o direito 
do poder executivo. Esse critério é bastante falho, porque a Administração 
Pública não se esgota no poder executivo, pois dentro do legislativo e 
judiciário também existe Administração Pública. Por conseguinte, muitas 
leis e instrumentos do Direito Administrativo também serão utilizados 
no âmbito do judiciário e do legislativo. Dessa forma, é incorreto afirmar 
que o Direito Administrativo é o direito do poder executivo, pois esse se 
espalha pelos poderes dentro da nossa Federação brasileira. Então, esse 
critério subjetivo essencialmente não nos ajuda a dar uma definição boa 
de Direito Administrativo.
Gestão de Políticas Públicas
32
II. Critérios materiais:
Para exemplificar esses critérios abordaremos três exemplos:
a. O primeiro critério de serviço público toma o Direito Administrativo 
como o direito do serviço público. Essa definição é bastante 
problemática, porque a expressão “serviço público” possui inúmeras 
definições, ora mais abrangentes, ora mais limitadas e restritas. 
Numa concepção bastante ampla, o serviço público poderia ser 
designado como toda atividade que o Estado desempenha. No 
entanto, a definição mais comum de serviço público, atualmente, 
é bastante limitada, pois ele é visto como uma atividade prestativa 
de geração de comodidades para os cidadãos. Dessa forma, 
como atualmente a definição de serviço público é mais limitada, 
não podemos afirmar que o Direito Administrativo se esgota no 
serviço público. 
b. O segundo critério toma como base a concepção de alguns 
atores que apontam a relação do Estado com o Cidadão, um 
importantíssimo critério para a definição de Direito Administrativo. 
Para essa definição também existem uma problemática, pois na 
prática há vários ramos do Direito Público que trabalham com essa 
relação, como o Direito Tributário, o Direito Ambiental e o Direito 
Urbanístico, entre outros que tratam da relação do Estado com o 
cidadão. 
c. Por fim, alguns autores defendem a técnica do Direito Administrativo 
como sendo uma técnica residual, que trataria de tudo aquilo que 
não fosse objeto de direitos específicos que cuidam das atividades 
jurisdicionais e das atividades legislativas. Dessa forma, o Direito 
Administrativo seria um direito residual. No entanto, essa definição 
também apresenta problemas, pois não deixa claro qual o objeto 
específico desse direito.
A seguir, traremos uma discussão atual do Direito Administrativo. 
O Direito Administrativo pode ser definido por um critério híbrido 
e, de acordo com esse critério, temos o Direito Administrativo como o 
direito da Administração Pública. Isso nos faz perquirir o que significa 
Gestão de Políticas Públicas
33
Administração Pública, a partir, disso destacaremos os dois sentidos 
atribuídos. 
O sentido material, objetivo ou funcional indica um conjunto 
de atividades que variam no tempo e no espaço. Cabe destacar que a 
administração pública no Brasil não é idêntica ao que acontece na Itália, 
por exemplo. 
Ao nos referirmos à administração pública em sentido material ou 
funcional, no Brasil costumamos utilizar essa expressão com as iniciais 
minúsculas. Além disso, um segundo significado de Administração 
Pública, com iniciais maiúsculas, diz respeito a um conjunto de entidades 
e órgãos estatais que desempenham atividades administrativas.
Essas atividades podem exercer caráter prestativo, que geram 
comodidades aos cidadãos ou atividades restritivas que limitam os 
direitos e as liberdades dos cidadãos. Basicamente, essa atividade de 
Administração Pública condensa dois grandes objetivos.
Em primeiro lugar, a Administração Pública se volta às necessidades 
concretas da sociedade governada conforme políticas públicas 
legitimadas democraticamente. Em segundo lugar, a Administração 
Pública, no sentido material, indica um grande grupo de atividades de 
gerenciamento das entidades, órgãos, pessoas e bens que estruturam a 
máquina estatal. 
Além do sentido material, temos também o sentido orgânico da 
Administração Pública, que engloba os órgãos e as autoridades que 
desempenham as funções administrativas. Ou seja, os entes pessoas 
políticas, os órgãos que são entes despersonalizados e as autoridades, 
pessoas físicas que desempenham a administração pública em sentido 
material, as funções administrativas de atendimento de necessidades e 
gerenciamento da máquina pública. 
Gestão de Políticas Públicas
34
Figura 10 – Direito Administrativo
Fonte: Pixabay
Dessa forma, estamos falando de Administração Pública como 
conjunto de pessoas jurídicas estatais e físicas de agentes públicos que 
zelam pelo funcionamento, desenvolvendo as atividades administrativas. 
Isso significa que o conselho de Administração Pública não se confunde 
ao conceito de Executivo. O conselho de Administração Pública como 
sujeito pode ser também desempenhado e incorporado pelo Legislativo 
e também pelo Judiciário. 
Gestão de Políticas Públicas
35
Estado, Governo e Administração Pública
Nessa sessão não iremos nos ater aos aspectos constitucionais da 
definição de Estado. Nesse momento nos interessa a formação da nação, 
designada por uma pessoa que representa o Brasil. Nota-se, quando 
se classifica algo como pessoa, designa-se a esta a unidade chamada 
“personalidade jurídica”, capacidade de contrair direitos e obrigações em 
nome próprio. O Estado considerado como pessoa, ente ou entidade tem 
a capacidade de contrair direitos e obrigações em nome próprio, pois 
detém personalidade jurídica. 
A pessoa pode ser chamada de pessoa física, ou pode ser uma 
pessoa fictícia denominada pessoa jurídica que, por sua vez, busca o 
chamado interesse coletivo, isto é, o bem comum tornando o Estando 
como sendo pessoa jurídica de Direito Público. O Direito Público possui 
um rol de obrigações, restrições e prerrogativas próprias.
O nosso Estado Federativo é composto de várias pessoas 
representando a União, os estados membros, o Distrito Federal e os 
municípios. Então podemos afirmar que todos esses representam a nação 
e são considerados pessoas jurídicas de Direito Público. 
O Estado possui funções que buscam o interesse coletivo e 
o bem comum, para que assim possa atender a população, ou seja, a 
sociedade em geral. As funções podem são exercidas pelo Governo e 
pela Administração Pública. Estes são componentes do Estado que 
desempenham funções específicas e fazem parte do que chamamos de 
Estado. 
O Governo exerce a chamada função política do Estado, que cumpre 
cargo de inovação, criação e comando, estabelecendo diretrizes. Sendo 
assim, o Governo tem um papelde independência, uma característica 
que propicia o surgimento de uma outra característica denominada 
discricionariedade. A discricionariedade é a margem de liberdade de 
opções em virtude do grande grau de independência.
Em relação à Administração Pública, a sua função é cumprir, 
oferecer e prestar serviços, isto é, executar as diretrizes. O Governo, por 
Gestão de Políticas Públicas
36
sua vez, é quem estabelece essas diretrizes. O responsável por cumpri-
las é a Administração Pública, que possui a hierarquia como característica 
clássica e típica. 
Os poderes Legislativo, Judiciário e Executivo, por fazerem parte 
do Estado, desempenham tanto a função de Governo quanto a função de 
Administração Pública. O poder Executivo possui esse nome justamente 
porque existe uma predominância de atividade de Administração Pública, 
chamada de função típica de administração pública. 
Ademais, o poder Executivo exerce a função de Governo e, da 
mesma maneira, podemos dizer que os poderes Legislativo e Judiciário 
também irão exercer a função de administração pública, só que de 
maneira atípica, secundária e acessória. Todos esses, ademais, podem 
exercer função de Governo, porém em escalas, momentos e situações 
diferentes. 
Por fim, quando se trata de figura, função ou estrutura de 
Governo temos nesse momento a incidência predominante do Direito 
Constitucional. O Direito Administrativo, por sua vez, é o ente responsável 
que possui como objeto central a Administração Pública. 
SAIBA MAIS:
As vezes os conceitos de Estado e Governo podem 
gerar várias confusões a respeito de suas definições e 
funções. Sendo assim, torna-se crucial o entendimento 
desses dois grandes temas para o exercício significativo 
de sua futura profissão. Caso queira saber mais, acesse o 
trabalho intitulado Estado e Governo: diferença conceitual 
e implicações práticas na Pós-modernidade, de Manoel 
Rocha, clicando aqui. 
Gestão de Políticas Públicas
https://doi.org/10.25061/2527-2675/ReBraM/2007.v11i2.183
37
Agentes Públicos 
A definição de Agentes Públicos é dada pelo Art. 2º da Lei n° 8.429, 
de 2 de junho de 1992 (Lei da Improbidade Administrativa), a saber:
Art. 2º  Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente 
público o agente político, o servidor público e todo 
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem 
remuneração, por eleição, nomeação, designação, 
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou 
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades 
referidas no art. 1º desta Lei (BRASIL, 1992, on-line).
Os Agentes Públicos são as pessoas físicas que exercem a qualquer 
título as funções estatais, independentemente da natureza ou do tipo de 
vínculo que possuem com o Estado. 
Os Agentes Públicos podem ser classificados em: 
a. Agentes Políticos: são os agentes eletivos que, para ocupar algum 
cargo, precisam ser eleitos ou selecionados e, consequentemente, 
precisam ser escolhidos por alguém. Esses agentes compõem 
o Governo. Exemplos: chefes do poder executivo, presidente, 
governador, prefeito e auxiliares imediatos do chefe do poder 
executivo, como ministros, secretários estaduais e municipais, 
membros das corporações legislativas, senadores, deputados e 
vereadores.
Figura 11 – Agentes Políticos de primeiro escalão
Fonte: Pixabay
Gestão de Políticas Públicas
38
b. Agentes Políticos Administrativos: são aqueles que prestam 
serviço ao Estado e às entidades da Administração Direta e Indireta 
e que exercem uma atividade remunerada. Como exemplo temos 
os servidores públicos, que se dirigem pelo regime estatutário, os 
ocupantes de cargos públicos (provimento efetivo, temporário ou 
cargo em comissão) e os empregados públicos pela Consolidação 
das Leis do Trabalho (CLT). 
Figura 12 – Agentes Políticos Administrativos regulados pela CLT
Fonte: Wikimedia Commons 
c. Agentes Honoríficos: são agentes que são convocados para poder 
trabalhar para o Estado e servir à nação. Esses agentes prestam 
determinados serviços relevantes, mas sem possuir vínculo 
empregatício ou estatutário e, geralmente, sem remuneração. 
Temos como exemplo o jurado do tribunal do júri e o mesário 
eleitoral.
Gestão de Políticas Públicas
39
Figura 13 – Mesário eleitoral
Fonte: Wikimedia Commons 
d. Agentes delegados: são pessoas físicas que recebem, como diz o 
próprio nome, uma delegação por parte do Estado. O interessante 
é que desempenham uma função pública, mas que a remuneração 
não é paga aos agentes delegados diretamente pelo Estado; no 
real sentido, quem irá usufruir dos serviços do agente delegado é o 
cidadão. Como exemplo temos os interpretes públicos, os tradutores 
públicos, os titulares de cartório, os agentes notariais – estes sendo 
permissionárias – e os concessionários, como os serviços de 
fornecimento de energia elétrica ou de abastecimento de água. 
Figura 14 – Interprete de Libras
Fonte: Wikimedia Commons
Gestão de Políticas Públicas
40
e. Agentes credenciados: levam as credenciais do Estado e 
atuam em uma função específica ou para um evento específico 
dentro do país ou no exterior, sendo este último mais comum, 
mediante remuneração do Poder Público. Exemplos de agentes 
credenciados são médicos e professores, os quais representam o 
país em um evento específico de sua área. 
Figura 15 – Médico como agente credenciado
Fonte: Pixabay 
Em suma, para ser considerado um Agente Público em um sentido 
mais amplo, é possível exercer um cargo público, um emprego público, 
mandato eletivo ou até mesmo uma função pública. O exercício das 
funções públicas administrativas pode ser por meio de nomeação, eleição 
ou designação. Além disso, o agente público pode realizar sua função de 
forma transitória ou remunerada. 
Gestão de Políticas Públicas
41
Figura 16 – Síntese dos agentes públicos
Agentes políticos
Servidores públicos:
Particulares em colaboração:
Agentes públicos
Estatutário
Empregados públicos
Temporários
Honoríficos
Delegatários
Credenciados
Fonte: Elaborada pela autora (2022).
SAIBA MAIS:
Você já ouviu falar sobre crime de responsabilidade 
e improbidade administrativa? Improbidade significa 
desonestidade, má-índole, mau-caráter e falta de probidade. 
Improbidade administrativa são atos ilícitos praticados por 
agentes públicos e é regulamentada pela lei 8.429/1992, 
que dispõe sobre as sanções. Caso queira saber mais sobre 
o crime de responsabilidade e improbidade cometidos por 
agentes políticos acesse o link clicando aqui.
RESUMINDO:
Caro estudante, que alegria que você chegou ao fim 
desta seção de estudos! Neste capítulo aprendemos 
sobre o funcionamento do Direito Administrativo a partir 
de sua definição e, consequentemente, sua relevância 
para a Administração Pública. Para além, nos debruçamos 
sobre a organização do Estado, Governo e Administração 
Pública, bem como os tipos e formas de agentes públicos. 
Sendo assim, caso você tenha dúvidas na compreensão 
dos conceitos abordados, sugerimos um estudo mais 
aprofundado. Para finalizar, não se esqueça de acessar 
todos os links de estudos complementares que deixamos 
ao longo do seu material. Esse estudo irá ajudar a melhor 
desempenhar as atividades relacionadas à sua profissão.
Gestão de Políticas Públicas
https://www.emerj.tjrj.jus.br/revistaemerj_online/edicoes/revista78/revista78_72.pdf
42
Como Funciona o Direito Penal
OBJETIVO:
Caro estudante, ao longo deste capítulo, você irá estudar 
o funcionamento do Direito Penal. Ao final deste estudo 
esperamos que você seja capaz de aplicar os princípios do 
Direito Penal nas questões que envolvem o relacionamento 
do Poder Público com as pessoas e as empresas. 
Certamente essas competências irão auxiliar você no 
desempenho de sua profissão. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então, vamos lá!.
Conceito e Princípios do Direito Penal 
Nós, como sociedade, precisamos de um ordenamento jurídico, ou 
seja, algo que nos ofereça regras básicasde convivência. A partir dessa 
perspectiva, surge os ilícitos jurídicos, que são condutas que contrariam 
nosso ordenamento jurídico. O ilícito penal surge daquilo que está em 
desacordo com as normas impostas pelo Direito Penal, que, por sua vez, 
atribuí sansões por meio de uma pena. Sendo assim, o Direito Penal é o 
conjunto de leis e princípios que tem como escopo combater o crime e a 
contravenção, impondo sanção penal (BRASIL, 1940). 
Figura 17 – Direito penal
Fonte: Freepik
Gestão de Políticas Públicas
43
Qual a diferença do Direito Penal para outros ramos do Direito?
O Direito Penal sanciona condutas que são mais lesivas para os 
bens mais importantes da sociedade, enquanto os outros ramos do 
Direito cuidam de outros ilícitos que não são tão graves assim. Portanto, a 
diferença é apenas de grau.
O objetivo do Direito Penal é combater a prática de crimes e 
contravenções penais. Nesse sentido, existem alguns princípios que são 
fundamentais para o Direito Penal:
I. Princípio da Legalidade ou da Reserva Legal – possui previsão 
legal dentro da Constituição Federal no Art. 5º XXXIX e no Art. 1º do Código 
Penal.
Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem previa 
cominação legal. Ou seja, a única coisa que pode criar um crime é uma lei 
penal, não podendo ser feito por meio de medida provisória nem portaria, 
somente a lei que define o crime e que impõe sanções.
II. Princípio da Anterioridade da Lei –possui previsão legal dentro 
da Constituição Federal, Art. 5º XXXIX, e no Art. 1º do Código Penal.
Esse princípio tem os mesmos dispositivos do Princípio da 
Legalidade, e nos diz que não há lei anterior sem lei anterior que o 
defina sem prévia contaminação legal. Então para que exista um delito é 
necessário que no momento da prática dessa infração penal exista uma 
lei que tipifique aquilo como crime ou contravenção e que imponha uma 
sanção. Sendo assim, só quando uma lei entra em vigor é que começa a 
se produzir seus efeitos aos fatos praticados. 
III. Princípio da Irretroatividade da Lei Penal mais severa – possui 
previsão legal dentro da Constituição Federal, Art. 5º XL, e no Código 
Penal Art. 2º e parágrafo único.
A Lei Penal não é retroativa, ela não pode atingir fatos pretéritos; 
sempre são produzidos efeitos a partir da sua vigência, portanto, a Lei 
Penal não retroage, com destaque apenas para uma exceção, salvo em 
benefício do réu.
Gestão de Políticas Públicas
44
IV. Princípio da Intervenção Mínima
O Direito Penal só deve atuar quando estritamente necessário. 
Se outros ramos do Direito conseguem resolver os problemas sociais e 
conflitos da sociedade, o Direito Penal não intervém. Então, sempre deve 
ser utilizado em última hipótese.
V. Princípio da Fragmentariedade 
É derivado do Princípio da Intervenção Mínima, que dispõe que 
o Direito Penal só protege os bens mais importantes da sociedade, 
não protegendo todos os bens jurídicos existentes nela. Só aqueles 
estritamente necessários, tidos como os mais importantes, como a vida, 
a integridade física e o patrimônio são protegidos. Então, se outros ramos 
do Direito podem resolver a questão, são eles que vão tratar disso, pois o 
Direito Penal é sempre utilizado em última hipótese.
VI. Princípio da Insignificância (crimes de bagatela)
O Direito Penal não se preocupa e nem atua com bagatelas. Por 
exemplo, se o indivíduo subtrai uma simples caneta, o Direito Penal não irá 
atuar na resolução desse problema, pois falta lesividade nessa conduta. 
Ou seja, quando a lesão ao bem jurídico é insignificante, não cabe ao 
Direito Penal atuar dentro desse âmbito, a não ser que exista emprego 
de violência ou grave ameaça, por mais ínfimo que seja, não se aplica ao 
Princípio da Insignificância, pois, neste caso, houve lesão ou o perigo de 
lesão a um outro bem jurídico que integridade física é a liberdade daquela 
pessoa. 
VII. Princípio da Humanidade – possui previsão legal dentro da 
Constituição Federal, Art. 1º III e 5º III, XLVI, LVI. 
Esse princípio está atrelado ao Princípio Fundamental do Estado 
Democrático de Direito, que é o da Dignidade da Pessoa Humana que 
consta na Constituição Federal. O Princípio da Humanidade nos diz que 
todo mundo nasce com o direito inerente de ser humano, não importa a 
situação que ele esteja, deve ser tratado com dignidade e humanidade. 
VIII. Princípio do Estado de Inocência - possui previsão legal 
dentro da Constituição Federal, Art. 5º LVII.
Gestão de Políticas Públicas
45
Se presume que ninguém será considerado culpado até o trânsito 
em julgado de sentença penal condenatória. Então, enquanto essa 
sentença não transitar em julgado, esse indivíduo será considerado 
inocente. Trânsito em julgado é quando a sentença condenatória não pode 
ser mais modificada e nem alterada. Dessa forma, até o último momento e 
recurso o sujeito é considerado inocente.
Princípio da Igualdade 
Art.5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção 
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade 
(BRASIL, 1988, p. 13). 
Esse princípio diz que todos nós somos iguais perante a lei, sem 
nenhum tipo de distinção e com as mesmas garantias. Tal princípio é 
chamado também de Princípio da Isonomia. 
X. Princípio do “NE BIS IN IDEM” 
Esse princípio dispõe que nenhum indivíduo pode ser unido ou 
processado duas vezes pelo mesmo fato, então para cada fato há um 
processo e uma sentença, que pode ser condenatória e absolutória. 
Nesse caso, o indivíduo só pode ter uma condenação e um processo para 
cada fato praticado. Cabe destacar que esse princípio não tem previsão 
legal. 
XII. Princípio da Individualização da Pena – possui previsão legal 
dentro da Constituição Federal, Art.5º XLVI: “a lei regulará a individualização 
da pena” (BRASIL, 1988, p. 13).
O que é individualizar a pena? A pena deve ser adequada a cada 
condenado, ou seja, a cada indivíduo, pois ela não pode ser igual para todo 
mundo. Esse Princípio da Individualização da Pena é aplicado tanto na 
fase legislativa, quando o Legislativo cria um crime e uma infração penal 
e impõe uma sanção, quanto na fase processual, em que esse indivíduo 
irá sofrer uma sentença condenatória. De acordo com as características 
de cada autor de fato criminoso ou de contravenção, a pena deve ser 
individualizada àquela pessoa e situação. 
Gestão de Políticas Públicas
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
46
XII. Princípio da Personalidade – possui previsão legal dentro da 
Constituição Federal, Art.5º XLV: 
Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, 
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor 
do patrimônio transferido (BRASIL, 1988, p. 13).
A sanção penal só é aplicada ao autor da infração, nunca aos seus 
parentes e às pessoas ao seu redor, não podendo atingir outras pessoas 
que não seja o condenado. 
Lei Penal
A Lei Penal é uma fonte imediata do Direito Penal e configura-se 
como sendo o primeiro lugar a se buscar o Direito Penal. Essa lei possui 
uma estrutura que tem um preceito primário e um preceito secundário. O 
primeiro diz respeito à conduta criminosa, enquanto o segundo se refere 
à sanção penal, ou seja, a pena. Sendo assim, a nossa Lei Penal é sempre 
descritiva, isto é, descreve uma conduta e impõe uma sanção. 
Figura 18 – Lei penal
Fonte: Freepik
Gestão de Políticas Públicas
47
Classificação da Lei Penal 
A Lei Penal pode ser classificada em:
a. Incriminadora: tipificainfrações penais e impõem sansões penais.
b. Não incriminadora: possui, de certa forma, um preceito permissivo. 
Como exemplo, temos as excludentes de ilicitude do Art. 23 do 
Código Penal que, em linhas gerais, diz que praticar o crime 
em estado de necessidade, em legítima defesa ou em estrito 
cumprimento do dever legal, terá a exclusão da ilicitude do crime. 
Então é uma norma não incriminadora. 
As normas também são classificadas em:
c. Completas ou perfeitas: são aquelas que estão em sua inteireza, 
não necessitam de nenhum tipo de complemento.
d. Incompletas ou imperfeitas: são aquelas que dependem de uma 
complementação para se tornar completa. Também são chamadas 
de Lei Penal em branco e as complementações estão localizadas 
em portarias. 
Características da Lei Penal 
As características da Lei Penal são:
a. Exclusividade 
Somente a Lei Penal cria crimes e somente ela impõe sanções 
penais, por isso a exclusividade.
b. Imperatividade
O descumprimento de uma norma penal submete o indivíduo a 
uma sanção penal. 
c. Generalidade
A generalidade é explicada porque a Lei Penal é aplicada a todos 
sem nenhuma distinção, ou seja, qualquer indivíduo que pratica infração 
penal será submetido às normas e sanções penais.
Gestão de Políticas Públicas
48
d. Impessoalidade 
A Lei Penal é criada em abstrato, isto é, não é criada para um sujeito 
em específico. Portanto, ela é geral. 
e. Anterioridade 
Para a existência de uma infração penal, a Lei Penal precisa ser 
anterior à prática do delito. 
Interpretação da Lei Penal 
A Interpretação Penal é a atividade penal realizada para tentar 
entender o real sentido da norma e sua intenção. Em relação à essa 
interpretação, temos várias espécies de interpretação penal. Vejamos a 
seguir:
 • Quanto ao sujeito que faz 
Pode se classificar como:
Autêntica (legislativa): interpretação realizada pelo próprio poder 
legislativo. 
Doutrinária ou Científica: realizada pelos operadores do Direito, ou 
seja, pelos doutrinadores que fazem a sua interpretação da norma. 
Judicial ou Jurisprudencial: é realizada pelos juízes tribunais. 
Dessa forma, a jurisprudência nada mais é que uma reiteração de decisões 
naquele sentido. 
IMPORTANTE:
Tanto a interpretação doutrinária quanto a judicial não 
possuem força vinculante, isto é, não obrigam outros 
juízes ou outros tribunais a decidirem no mesmo sentido. 
Dessa forma, essas interpretações são de opinião sobre 
a norma, mas não há vinculação com pessoas, exceto na 
interpretação judicial, pois se trata de uma súmula vinculante 
do Supremo Tribunal Federal (STF). Então, as súmulas 
vinculantes são formas de interpretação jurisprudencial e 
tem efeito vinculante, sendo essa a única exceção. 
Gestão de Políticas Públicas
49
 • Quanto aos meios empregados
Essa interpretação pode ser gramatical, literal ou sintática. 
A interpretação gramatical é a primeira a ser realizada ao estudar 
uma norma penal. Ela é basicamente leitura, entender o que as palavras 
dizem. No entanto, a interpretação gramatical não é suficiente, para 
que se consiga entender o sentido na norma. Para isso, precisa de uma 
interpretação lógica ou teleológica.
A interpretação lógica ou teleológica é aquela em que várias outras 
áreas atuam para que se possa entender o real sentido da norma. Então, 
utiliza-se de elementos históricos e de outras ciências, como a medicina, 
a química e a psicologia, para poder entender a real vontade do legislador. 
Essa interpretação é muito mais utilizada do que a gramatical, pois se 
tem vários outros artifícios e espécies de interpretação sistêmica para o 
entendimento da norma. 
 • Quanto ao resultado obtido 
Após a interpretação da norma, pode-se alcançar três resultados 
distintos:
Interpretação declarativa: é literalmente o que o legislador quis 
dizer. 
Interpretação restritiva é uma segunda conclusão e se refere ao 
que o legislador diz mais do que ele gostaria.
Interpretação extensiva: ao contrário da interpretação anterior, o 
legislador diz menos do que ele gostaria. Nesse caso é preciso estender 
o sentido da lei para alcançar a vontade do legislador. 
Gestão de Políticas Públicas
50
Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica 
O “nosso” Direito foi formulado em bases de um direito penal liberal, 
que é construído a partir do pensamento iluminista no início do século 
XVIII. Uma dessas influências se refere à responsabilidade penal pessoal 
que proibia, portanto, a responsabilidade penal coletivizada que existia 
antes.
Antigamente o sujeito praticava o crime e a sua família era punida, 
ou seja, havia uma responsabilidade criminal coletiva em que se podia não 
apenas punir o criminoso, mas também a sua família, sua tribo, o seu clã, a 
sua cidade e os seus grupos de forma geral. Dessa forma, tal incriminação 
consistia em responsabilização da pessoa jurídica da qual ele fazia parte. 
Nesse sentido, quando se cria a ideia de que não poderia haver 
responsabilização de coletividades, proibiu-se a responsabilização dos 
entes morais de pessoa jurídica. No século XX começa abrandar este 
dogma e assim, várias legislações de vários países, sobretudo na Europa, 
começaram a admitir a responsabilidade penal da pessoa jurídica. Vale 
lembrar que os países de origem anglo-saxã nunca tiveram problemas 
em responsabilidade penal da pessoa jurídica, sempre foi admitido nos 
Estados Unidos e na Inglaterra, por exemplo. 
Os países que tinham matriz de civil law (países que tiveram seus 
modelos jurídicos influenciados pelo direito romano), como o Brasil em 
1988, passaram a a admitir a responsabilidade pena da pessoa jurídica em 
duas hipóteses:
a. Primeira hipótese
Se encontra no Art. 73, parágrafo 5º, da Constituição, que admite 
a responsabilidade penal da pessoa jurídica em caso de crime contra a 
economia popular e a ordem econômica-financeira. 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, 
a exploração direta de atividade econômica pelo Estado 
só será permitida quando necessária aos imperativos 
da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, 
conforme definidos em lei.
Gestão de Políticas Públicas
51
§ 5º  A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual 
dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a 
responsabilidade desta, sujeitando-a às punições 
compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra 
a ordem econômica e financeira e contra a economia 
popular (BRASIL, 1988, p. 109).
No entanto, esse dispositivo nunca foi regulamentado, então a 
pessoa jurídica não pode praticar esse crime nessa situação. 
b. Segunda hipótese 
Se encontra no Art. 225, parágrafo 3º, da Constituição, e admite a 
responsabilidade da pessoa jurídica em caso de crime ambiental. 
Art. 225.  Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo 
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao 
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 3º  As condutas e atividades consideradas lesivas 
ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas 
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos 
causados (BRASIL, 1988, p. 131).
Este dispositivo foi regulamentado pela nossa Lei de Crimes 
Ambientais (Lei n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1988) que no seu Art. 3º 
previu a responsabilidade penal da pessoa jurídica e admitiu um sistema 
da dupla imputação, porque permite responsabilizar penalmente a pessoa 
jurídica sem prejuízo da responsabilização penal da pessoa física. 
A dupla imputação significa que se existe a responsabilidade 
penal da pessoa jurídica, necessariamente há uma conduta praticada 
também pela pessoa física. A pessoa jurídica não age sozinha, contudo, 
nada impede que o Ministério Público (MP) identifique o crime praticado 
pela pessoa jurídica e não tenha conseguido identificar a pessoa físicaresponsável.
Nesse caso, o MP pode oferecer denúncia apenas contra a 
pessoa jurídica e não há problema algum. Existe a dupla imputação 
da responsabilidade penal da pessoa jurídica sem prejuízo da 
Gestão de Políticas Públicas
52
responsabilidade penal da pessoa física; no entanto, não é considerada 
obrigatória pela nossa jurisprudência.
Por que a nossa doutrina manifesta tanta resistência à 
responsabilidade penal da pessoa jurídica?
Alguns estudiosos na área apontam algumas argumentações a 
respeito disso. Primeiro sobre o argumento que a pessoa jurídica não agiu 
com o dolo e nem culpa porque não tem elementos subjetivos e também 
por ser uma ficção jurídica. Segundo porque diz que não tem culpabilidade 
e reprovabilidade, pois o antimoral não aje de forma reprovável. Terceiro 
porque diz que os fins da pena não serão alcançados, uma vez que não 
tem consciência para compreender as finalidades da pena, não possui 
a finalidade preventiva e retributiva. Há quem diga que as penas para a 
pessoa jurídica poderiam ser muito mais adequadas se fossem sanções 
administrativas, além de vários outros argumentos. 
O fato é que, sobre o ponto de vista da doutrina majoritária da 
jurisprudência, devem-se admitir sim a responsabilidade penal da pessoa 
jurídica, pois foi regulamentada em lei com o aval do Supremo Tribunal 
Superior e o Supremo Tribunal Judiciário. 
SAIBA MAIS:
Ficou interessado por este último tema? 
As discussões sobre a responsabilidade penal da 
pessoa jurídica têm se apresentado como uma temática 
interessante e instigante para os estudiosos do direito e para 
aqueles que tem a gana de se aprofundar historicamente 
nesses debates. Sendo assim, o trabalho intitulado 
como “Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica: Uma 
perspectiva sob a ótica da teoria do delito” tem por objetivo 
apresentar os desdobramentos dessa temática a partir do 
contexto histórico dos sistemas jurídicos, desde a Grécia 
Antiga, bem como a evolução no ordenamento jurídico 
brasileiro. Caso tenha interesse em ler esse trabalho, acesse 
o link clicando aqui.
Gestão de Políticas Públicas
https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/20232/6/ReponsabilidadePenalPessoa.pdf
53
RESUMINDO:
Caro estudante, que alegria que você chegou ao fim desta 
seção de estudos! Neste capítulo aprendemos juntos 
diversos conhecimentos sobre funcionamento do Direito 
Penal. Você estudou os princípios do Direito Penal e do 
Poder Público com as pessoas e as empresas, bem como 
suas classificações, interpretações e a responsabilidade das 
pessoas jurídicas. Dessa forma, nesse trajeto observamos a 
relevância de compreender as principais normas que regem 
o Direito Penal em nossa sociedade e seus desdobramentos 
refletidos pela Lei Penal e suas sanções. Por isso, caso você 
tenha dúvidas na compreensão dos conceitos abordados, 
sugerimos um estudo mais aprofundado. Para finalizar, 
não se esqueça de acessar todos os links de estudos 
complementares que deixamos ao longo do seu material. 
Esse estudo irá ajudar a melhor desempenhar as atividades 
relacionadas à sua profissão.
Gestão de Políticas Públicas
54
REFERÊNCIAS
BARATTA, A. Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal – 
Introdução à Sociologia do Direito Penal. Rio de Janeiro: Revan, 2002.
BRASIL. Código Penal. 3. ed. Brasília: Senado Federal, 2017. 
BRASIL. Constituição Federal da República. Brasília: Senado 
Federal, 1988.
BITTAR, E. C. B. História do Direito Brasileiro: leituras da ordem 
jurídica nacional. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
FERRAZ JR., T. S. Introdução ao Estudo do Direito: técnica, decisão, 
dominação. São Paulo: Atlas, 1996.
MEIRELLES, H. L. Direito Administrativo Brasileiro. 30. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2005.
WEBER, T. Ética, direito e moral. Revista Dissertatio de Filosofia, v. 
41, p. 293-304, 2015. 
Gestão de Políticas Públicas
	Noções Sobre Direito Público e Legislação
	Direito e Legislação 
	Ética, Moral e Direito 
	Direito Público e Direito Privado
	Como Funciona o Direito Constitucional
	Os Sentidos da Constituição 
	A Constituição Cidadã Brasileira
	Características dos Direitos Fundamentais 
	Formas de Estado, Governo e Regime Político
	Como Funciona o Direito Administrativo
	Estado, Governo e Administração Pública
	Agentes Públicos 
	Como Funciona o Direito Penal
	Conceito e Princípios do Direito Penal 
	Lei Penal
	Classificação da Lei Penal 
	Características da Lei Penal 
	Intepretação da Lei Penal 
	Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica

Continue navegando

Outros materiais