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E-Book Completo_Produção, Transmissão e Distribuição de Energia_DIGITAL PAGES(versão digital) UNINASSAU

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PRODUÇ Ã O, TRANSMISSÃ O E 
DISTRIBUIÇ Ã O DE ENERGIA
Produção, Transm
issão e Distribuição de Energia
So� a Maria Amorim Falco Rodrigues So� a Maria Amorim Falco Rodrigues 
GRUPO SER EDUCACIONAL
gente criando o futuro
Neste curso, o aluno poderá compreender as principais informações acerca da gera-
ção de energia elétrica, especialmente considerando o desenvolvimento sustentável 
e a matriz energética brasileira. Verá, também, alguns dados importantes e recentes 
sobre a geração de energia elétrica no Brasil.
Em seguida, compreenderá a estrutura do setor elétrico brasileiro com o arcabouço 
vigente instaurado através do Novo Modelo do Setor Elétrico Brasileiro. O estudante 
entenderá todos os programas e agentes envolvidos, além de ser apresentado às ca-
racterísticas principais de cada agente dentro do setor, e obter as informações perti-
nentes aos programas proporcionados por estes.
Ao � nal, o aluno deverá ser capaz de compreender como são realizados os investimen-
tos no setor elétrico brasileiro de maneira geral, estudando especi� camente ações, 
planejamentos e projetos destinados à geração e à transmissão de energia elétrica.
PRODUÇ Ã O, TRANSMISSÃ O E 
DISTRIBUIÇ Ã O DE ENERGIA
Capa_formatoA5.indd 1,3 26/03/2020 13:25:59
© Ser Educacional 2020
Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro 
Recife-PE – CEP 50100-160
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio 
ou forma sem autorização. 
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do 
Código Penal.
Imagens de ícones/capa: © Shutterstock
Presidente do Conselho de Administração 
Diretor-presidente
Diretoria Executiva de Ensino
Diretoria Executiva de Serviços Corporativos
Diretoria de Ensino a Distância
Autoria
Projeto Gráfico e Capa
Janguiê Diniz
Jânyo Diniz 
Adriano Azevedo
Joaldo Diniz
Enzo Moreira
Sofia Maria Amorim Falco Rodrigues 
DP Content
DADOS DO FORNECEDOR
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, 
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão.
SER_ENGELE_PTDE_UNID1.indd 2 26/03/2020 10:16:25
Boxes
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa 
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto 
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma 
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da 
área de conhecimento trabalhada.
SER_ENGELE_PTDE_UNID1.indd 3 26/03/2020 10:16:25
Unidade 1 - Geração de energia elétrica, agentes atuadores e investimentos no 
cenário brasileiro 
Objetos da unidade .............................................................................................................. 12
Relação entre a matriz energética e a geração ............................................................. 13
Geração distribuída: exemplo da micro ou minigeração pelo consumidor brasileiro ... 14
Geração de energia elétrica a partir de fontes alternativas no Brasil ................... 15
Informações básicas acerca de um modelo institucional do setor elétrico ............ 17
Modelo institucional do setor elétrico brasileiro e seus aspectos históricos ...... 18
Políticas no modelo institucional do setor elétrico brasileiro ................................. 21
Regulação e fiscalização no modelo institucional do setor elétrico brasileiro .... 21
Mercado no modelo institucional do setor elétrico brasileiro ................................ 24
Eletrobras .......................................................................................................................... 27
Atuação das concessionárias no setor elétrico brasileiro .......................................... 29
A relação entre o BNDES e o setor elétrico brasileiro ............................................. 32
Informações gerais sobre impactos dos investimentos em energia elétrica .......... 33
Impactos de investimentos em geração de energia elétrica .................................. 37
Impactos de investimentos em transmissão de energia elétrica ........................... 38
Sintetizando ........................................................................................................................... 41
Referências bibliográficas ................................................................................................. 42
Sumário
SER_ENGELE_PTDE_UNID1.indd 4 26/03/2020 10:16:25
Sumário
Unidade 2 - Estudo da geração de energia elétrica no Brasil pelas usinas hidrelétrica
e termelétrica .......................................................................................................... 
Objetos da unidade .............................................................................................................. 46
Introdução à produção de energia elétrica .................................................................... 47
Produção de energia elétrica no Brasil ....................................................................... 49
A relação com os sistemas brasileiros e com o planejamento da geração ......... 52
As usinas hidrelétricas ....................................................................................................... 53
Equação de produção da energia ................................................................................ 56
Turbinas hidráulicas ........................................................................................................ 57
Curvas características ................................................................................................... 59
Introdução à operação dos reservatórios .................................................................. 59
Introdução aos sistemas hidrelétricos ............................................................................ 61
Conceitos e cálculos da energia firme, assegurada, secundária e do período
crítico ................................................................................................................................. 61
Modelos do sistema hidrelétrico e introdução à simulação computacional ........ 65
As usinas termelétricas ...................................................................................................... 66
Usinas termelétricas a vapor ........................................................................................ 67
Usinas termelétricas a gás ............................................................................................ 69
Usinas termelétricas a ciclo combinado ..................................................................... 70
Eficiência, poder calorífico do combustível e a energia gerada ............................. 72
Sintetizando ........................................................................................................................... 73
Referências bibliográficas ................................................................................................. 74
SER_ENGELE_PTDE_UNID1.indd 5 26/03/2020 10:16:26
Sumário
Unidade 3 - Estudo da transmissão e uma visão geral da distribuição de energi 
elétrica 
Objetos da unidade .............................................................................................................. 77Planejamento da transmissão ........................................................................................... 78
Visão geral do planejamento da transmissão no Brasil ........................................... 78
A previsão de carga ............................................................................................................. 80
Metodologia de projeção da carga de energia elétrica ........................................... 81
Uso da previsão de carga no planejamento elétrico no Brasil ............................... 82
Análise de investimentos na transmissão ....................................................................... 84
O modelo de transportes ................................................................................................ 84
Análise técnica de alternativas no planejamento da transmissão ............................ 86
A estrutura geral da transmissão ................................................................................. 87
Modelo DEA para análise de coeficientes de eficiência ......................................... 88
O modelo DEA no planejamento da transmissão na ANEEL .................................... 91
A estrutura do sistema elétrico de potência ................................................................... 93
Características importantes da transmissão .............................................................. 95
Características importantes da distribuição .............................................................. 96
As linhas de transmissão .................................................................................................... 97
Critérios para determinação dos níveis de tensão .................................................... 99
Sintetizando ......................................................................................................................... 100
Referências bibliográficas 101
SER_ENGELE_PTDE_UNID1.indd 6 26/03/2020 10:16:26
Sumário
Unidade 4 - Capacidade da transmissão, dimensionamento de condutores e 
relações de tensão e corrente
Objetivos da unidade ......................................................................................................... 105
Capacidade de uma linha de transmissão .................................................................... 106
Potência natural (SIL) ................................................................................................... 107
Dimensionamento de condutores de fase ..................................................................... 109
Tipos de condutores de fase mais utilizados ............................................................ 109
Dimensionamento de para-raios ..................................................................................... 110
Tipos de cabos mais utilizados .................................................................................... 111
Capacidade de corrente de cabos para-raios ......................................................... 111
O modelo de parâmetros distribuídos para linhas de transmissão .......................... 112
Propagação de ondas eletromagnéticas na linha de transmissão ...................... 113
Relações de tensão e corrente para linhas curtas, médias e longas .................. 116
As redes de distribuição de energia elétrica ............................................................... 119
Regulamentação da distribuição de energia elétrica: o PRODIST ....................... 120
Principais equipamentos e elementos da distribuição de energia ....................... 122
A estrutura básica dos sistemas de distribuição de energia elétrica .................. 123
Redes de distribuição aéreas e subterrâneas ......................................................... 125
Sintetizando ......................................................................................................................... 127
Referências bibliográficas ............................................................................................... 128
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SER_ENGELE_PTDE_UNID1.indd 8 26/03/2020 10:16:26
Neste curso, o aluno poderá compreender as principais informações acerca 
da geração de energia elétrica, especialmente considerando o desenvolvimen-
to sustentável e a matriz energética brasileira. Verá, também, alguns dados im-
portantes e recentes sobre a geração de energia elétrica no Brasil.
Em seguida, compreenderá a estrutura do setor elétrico brasileiro com o ar-
cabouço vigente instaurado através do Novo Modelo do Setor Elétrico Brasilei-
ro. O estudante entenderá todos os programas e agentes envolvidos, além de 
ser apresentado às características principais de cada agente dentro do setor, 
e obter as informações pertinentes aos programas proporcionados por estes.
Ao fi nal, o aluno deverá ser capaz de compreender como são realizados os 
investimentos no setor elétrico brasileiro de maneira geral, estudando especi-
fi camente ações, planejamentos e projetos destinados à geração e à transmis-
são de energia elétrica.
PRODUÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 9
Apresentação
SER_ENGELE_PTDE_UNID1.indd 9 26/03/2020 10:16:26
“A educação não transforma o mundo, ela muda as pessoas e essas 
transformam o mundo”, dizia Paulo Freire. Além de dedicar este livro 
aos meus maiores incentivadores, meus pais, meu marido e meus 
alunos, dedico este livro a você. Tenho orgulho em contribuir com o seu 
conhecimento e espero impactá-lo!
A professora Sofi a Maria Amorim 
Falco Rodrigues possui mestrado em 
Engenharia Elétrica pela Universidade 
Federal de São João del Rei – UFSJ (2019) 
e graduação na mesma cadeira, tam-
bém pela UFSJ (2016). É professora con-
teudista de Engenharia Elétrica e áreas 
correlatas, e produz, desde 2019, ma-
teriais para ensino a distância, além de 
ministrar aulas particulares desde 2016. 
Estagiou como docente no curso de En-
genharia Elétrica da UFSJ (2018) e possui 
publicações, ao longo de sua carreira, 
em grandes congressos (nacionais e in-
ternacionais); um capítulo em um livro e 
um artigo em um periódico, ambos na 
área de pesquisa para Engenharias IV. 
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/2341871988950551
PRODUÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 10
A autora
SER_ENGELE_PTDE_UNID1.indd 10 26/03/2020 10:16:26
GERAÇÃO DE ENERGIA 
ELÉTRICA, AGENTES 
ATUADORES E 
INVESTIMENTOS NO 
CENÁRIO BRASILEIRO
1
UNIDADE
SER_ENGELE_PTDE_UNID1.indd 11 26/03/2020 10:16:42
Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Mostrar as principais características da geração de energia elétrica no Brasil;
 Mostrar aspectos da capacidade de potência gerada e da matriz energética;
 Mostrar o Novo Modelo do Setor Elétrico Brasileiro, agentes atuantes e 
programas envolvidos;
 Analisar o cenário de investimentos no setor elétrico brasileiro, sobretudo na 
geração e transmissão de energia.
 Relação entre a matriz energé-
tica e a geração 
 Geração distribuída: exemplo 
da micro ou minigeração pelo 
consumidor brasileiro
 Geração de energia elétrica a 
partir de fontes alternativas no 
Brasil
 Informações básicas acerca de 
um modelo institucional do setor 
elétrico
 Modelo institucional do setor 
elétrico brasileiro e seus aspectos 
históricos
 Políticas no modelo institucio-
nal do setor elétrico brasileiro
 Regulação e fiscalização no 
modelo institucional do setor 
elétrico brasileiro
 Mercado no modelo institucional 
do setor elétrico brasileiro
 Eletrobras
 Atuação das concessionárias no 
setor elétrico brasileiro
 A relação entre o BNDES e o setor 
elétrico brasileiro
 Informações gerais sobre impac-
tos dos investimentos em energia 
elétrica
 Impactos de investimentos em 
geração de energia elétrica
 Impactos de investimentos em 
transmissão de energia elétrica
PRODUÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 12
SER_ENGELE_PTDE_UNID1.indd 12 26/03/2020 10:16:42
Relação entre a matriz energéticae a geração
A energia elétrica desempenha, desde tempos primór-
dios, um papel fundamental na existência humana, e esta 
relação é algo que passou a se tornar, nos últimos anos, um 
dos pilares do próprio desenvolvimento humano. Desta 
forma, o estudo dos meios de geração, transmissão e 
distribuição da energia elétrica também se torna es-
sencial no desenvolvimento sustentável, algo a ser 
buscado com urgência e de forma interdisciplinar.
Antes de compreender as principais relações entre 
a produção de energia elétrica e a matriz energética brasileira, em especial, 
assista ao vídeo indicado para compreender não só o cenário do País, mas re-
visar todas as possibilidades de geração. 
ASSISTA
O estudo da matriz energética brasileira se faz neces-
sário não só do ponto de vista energético em geral, mas 
também em estudos do planejamento de expansão da 
geração de energia. Desta forma, conhecer os princi-
pais recursos e entender a distribuição geográfi ca des-
tes, por exemplo, poderá esclarecer a você a difusão de 
ações importantes como o uso de fontes renováveis na 
geração de energia elétrica.
No que tange à produção de energia elétrica, considerações iniciais impor-
tantes podem ser feitas, como o fato de que a matriz energética do País e o uso 
sustentável de recursos disponíveis está diretamente relacionado à geração de 
energia elétrica. 
Quanto ao cenário brasileiro, sabe-se por dados do Banco de Informações 
de Geração (BIG) de 2020, da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), 
que a energia elétrica é produzida predominantemente a partir de recursos hí-
dricos (64,13%), sendo esta produção subdividida em ordem decrescente entre 
usinas, pequenas centrais e centrais geradoras hidrelétricas. 
A segunda maior fração da potência produzida corresponde às usinas ter-
melétricas (24,21%), que realizam esta produção com recursos não renováveis 
PRODUÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 13
SER_ENGELE_PTDE_UNID1.indd 13 26/03/2020 10:16:43
ou renováveis, em sistemas de cogeração ou até mesmo a partir da energia 
geotérmica (DOS REIS, 2011).
As usinas eólicas, por sua vez, representam 9,04% da produção, as centrais 
fotovoltaicas cerca de 1,45% e as usinas termonucleares somam 1,17% à potên-
cia total produzida no País.
Por outro lado, nos últimos anos, muito se discute acerca da expansão do 
uso de outros recursos naturais na produção de energia elétrica, priorizando o 
desenvolvimento sustentável e o completo estudo de impactos, não só biológi-
cos, mas também econômicos. 
Dessa forma, a expansão recente vista no Brasil, na geração eólica por exem-
plo, traz à tona esta tendência e preocupação mundial. Só no ano de 2019, confor-
me dados da ANEEL, houve um incremento de 971 MW. Estes números tornam-se 
relativamente expressivos quando se compara à expansão vista na geração ter-
melétrica, que contribuiu com um aumento de 776 MW neste mesmo ano. 
Além disso, a geração fotovoltaica foi responsável por um aumento de 551 MW, 
consolidando destaque aos novos empreendimentos relacionados a estes números 
e também demonstrando a capacidade de diversifi cação da matriz energética total.
Logo, a geração de energia elétrica, assim como a distribuição e a transmis-
são, possui características organizacionais e técnicas estabelecidas em harmo-
nia com aspectos socioambientais e econômicos. 
Assim, novas tecnologias relacionadas, não só à geração, deverão se apre-
sentar como importantes respostas aos desafi os recentes e à busca de supri-
mentos mais efi cientes (DOS REIS, 2011). A inserção de um sistema de geração 
elétrica no sistema de potência, por exemplo, poderá ser justifi cada e ampla-
mente estudada sob tais pontos de vista.
Geração distribuída: exemplo da micro ou minigeração 
pelo consumidor brasileiro
A expansão da matriz energética está diretamente relacionada a aspectos 
do estabelecimento da geração, além da legislação vigente. Um importante 
exemplo prático é a Resolução normativa ANEEL n. 482, de 2012, que entrou 
em vigor para regulamentar a geração distribuída de energia elétrica, do ponto 
de vista do consumidor brasileiro. 
PRODUÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 14
SER_ENGELE_PTDE_UNID1.indd 14 26/03/2020 10:16:43
Assim, regulamentou-se que o consumidor poderá gerar sua própria energia 
elétrica, utilizando fontes de energias renováveis, além de estabelecer a legisla-
ção para a cogeração e para a entrega do excedente à rede de distribuição local. 
Este tipo de geração distribuída é classifi cada tecnicamente como micro ou 
minigeração, conforme a capacidade de produção, e tem despertado um cres-
cente interesse nos últimos anos, especialmente nos consumidores, devido às 
possibilidades de economia fi nanceira. 
Ademais, ainda avaliando dados da ANEEL, de 2016, sabe-se que atualmen-
te é permitido o uso de qualquer fonte renovável para a produção de energia 
elétrica, e que se estabelece como microgeração a produção até 75 kW, e mini-
geração as instalações que fornecem até 5 MW. 
Além disso, com relação ao retorno fi nanceiro e devolução de energia à con-
cessionária, estabeleceu-se na legislação o autoconsumo remoto, que se confi -
gura em créditos para o consumidor caso a energia fornecida pelo sistema de 
geração própria seja então superior à demanda. 
Na prática, o autoconsumo remoto pode ser entendido por uma situação 
comum no tipo de geração distribuída, onde um determinado consumidor pos-
sui geração própria através de fonte solar fotovoltaica. 
Frequentemente, nestes casos, haverá o autoconsumo remoto, pois ao lon-
go do dia há a geração devido à exposição solar e, com isto, o excedente é 
repassado à concessionária. 
Por conseguinte, durante o período noturno o consumo é estabelecido atra-
vés do fornecimento pela rede elétrica, confi gurando uma relação semelhante 
ao armazenamento de energia por uma bateria.
Geração de energia elétrica a partir de fontes alternati-
vas no Brasil
Um dos principais exemplos do uso de fontes renováveis no Brasil pode 
ser visto na geração distribuída estabelecida pelo consumidor: a geração de 
energia elétrica pela energia solar fotovoltaica (HOLDERMANN; KISSEL; BEIGEL, 
2014), a partir da micro ou minigeração. Os dados referentes a este tipo de 
inserção vêm apresentando, especialmente nos últimos anos, novos rumos do 
desenvolvimento sustentável e também da diversifi cação da produção. 
PRODUÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 15
SER_ENGELE_PTDE_UNID1.indd 15 26/03/2020 10:16:43
Assim, como visto nos dados da produção de energia elétrica em 2019, cerca 
de 1,45% da potência obtida veio de usinas fotovoltaicas, entretanto, existem ou-
tros dados disponibilizados pela ANEEL que corroboram o aumento recente visto 
no número de consumidores que optaram por estabelecer a geração distribuída. 
Ainda em 2019, estimou-se que fontes fotovoltaicas estão por trás de cerca 
de 8,74% da potência que será gerada a partir dos empreendimentos em cons-
trução no Brasil; além da estimativa de que tais fontes também correspondem 
à maior fração da potência que será fornecida por empreendimentos com cons-
trução não iniciada, cerca de 38,13% do total que será fornecido. 
Os dados completos podem ser vistos na Tabela 1 para empreendimentos 
com construção iniciada, já outorgados, e os que reforçam a diversifi cação da 
matriz energética brasileira. A potência outorgada representa os valores esti-
mados no ato de outorga dos empreendimentos, concedendo e estimando o 
aproveitamento do potencial energético (ANEEL, 2020). 
TIPO QUANTIDADE POTÊNCIA OUTORGADA (kW) % DO TOTAL
Central Geradora 
Hidrelétrica 1 2.100 0,01
Central Geradora 
Eólica 138 4.616.200 27,55
Pequena Central 
Hidrelétrica 94 1.333.931 7,96
Central Geradora 
Solar Fotovoltaica 152 6.389.768 38,13
Usina Hidrelétrica 6 659.000 3,93
Usina Termelétrica 46 3.756.727 22,42
Total 437 16.757.726 100
TABELA 1. PLANEJAMENTO FUTURO DA GERAÇÃO NO BRASIL ATRAVÉSDA 
RELAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS COM CONSTRUÇÃO NÃO INICIADA
Central Geradora Central Geradora 
Hidrelétrica
Central Geradora 
Hidrelétrica
Central Geradora 
Central Geradora 
Hidrelétrica
Central Geradora 
Central Geradora 
Hidrelétrica
Central Geradora 
Eólica
Pequena Central 
Central Geradora 
Eólica
Pequena Central 
Hidrelétrica
Central Geradora 
Pequena Central 
Hidrelétrica
Central Geradora 
Solar Fotovoltaica
Pequena Central 
Hidrelétrica
Central Geradora 
Solar Fotovoltaica
Pequena Central 
Hidrelétrica
Central Geradora 
Solar Fotovoltaica
Usina Hidrelétrica
Central Geradora 
Solar Fotovoltaica
Usina Hidrelétrica
Usina Termelétrica
Central Geradora 
Solar Fotovoltaica
Usina Hidrelétrica
Usina Termelétrica
138
Solar Fotovoltaica
Usina Hidrelétrica
Usina Termelétrica
138
Usina Hidrelétrica
Usina Termelétrica
Total
94
Usina Termelétrica
Total
Usina Termelétrica
152152
2.100
6
2.100
4.616.2004.616.200
46
4.616.200
1.333.931
437
4.616.200
1.333.9311.333.931
6.389.7686.389.768
0,01
6.389.768
659.000
0,01
659.000
27,55
659.000
3.756.727
27,55
3.756.727
16.757.726
7,96
3.756.727
16.757.726
7,96
16.757.726
38,1338,13
3,93
22,4222,42
100
Fonte: ANEEL, 2020. (Adaptado). 
A partir dos dados torna-se perceptível que, além da tendência de diversifi ca-
ção da matriz energética, também existe uma possível descentralização a partir 
da construção de pequenas centrais hidrelétricas que, conforme a Tabela 1, repre-
sentam 7,96% da potência total, distribuída em 94 unidades a serem construídas.
PRODUÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 16
SER_ENGELE_PTDE_UNID1.indd 16 26/03/2020 10:16:43
Este último dado demonstra um novo e importante enfoque sustentável à 
principal matriz energética já estabelecida, devido à grande disponibilidade de 
recursos hídricos no país.
Por outro lado, um possível caminho para o estudo dos potenciais energé-
ticos é a análise sob o ponto de vista geográfi co do Brasil. Considerando dados 
mais recentes da ANEEL, e ainda o exemplo da geração fotovoltaica, também foi 
visto para o ano de 2019, nos estados de Ceará e Minas Gerais, que existem oito 
usinas, quatro em cada estado, com produção de 33.000 kW de potência outor-
gada em cada unidade, sediadas nas cidades de Quixeré e Paracatu.
DICA
No site da própria ANEEL existem vários registros e 
dados que podem ser utilizados em pesquisas e infor-
mativos, além de informações técnicas em linguagem 
bastante amigável. Desta forma, sugere-se ao aluno 
que navegue por todo o site, em busca não só de da-
dos acerca da geração de energia elétrica no Brasil, 
mas de diversos outros assuntos referentes à trans-
missão e distribuição. Também é possível encontrar, 
no site, normas e outras informações referentes às 
regulamentações do setor elétrico. 
Informações básicas acerca de um modelo institucional 
do setor elétrico
Como é esperado, existem regulamentações e modelos políticos específi cos 
destinados à regulamentação do setor elétrico. Aqui você verá o modelo institu-
cional do setor elétrico brasileiro, além de compreender as principais variáveis que 
envolvem o estabelecimento de um modelo institucional.
Uma das principais variáveis para a constatação do desenvolvimento de um 
país está diretamente relacionada à energia elétrica. Desta forma, é possível ainda 
considerar que há dois extremos sociais e históricos, o desenvolvimento tecnoló-
gico e a ação horizontal. 
Assim, quanto ao desenvolvimento tecnológico é possível citar a criação de po-
líticas de incentivo à pesquisa, a busca pelo desenvolvimento sustentável aliando 
qualidade e efi ciência, exploração de novos recursos energéticos renováveis e di-
versas outras ações. 
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Já com relação à ação horizontal, deve-se considerar sobretudo o acesso à 
energia elétrica, visando principalmente o fornecimento e acesso da população às 
fontes mais efi cientes de energia.
Além disso, quando se analisa do ponto de vista da administração e operação 
de todo o sistema envolvido tem-se o que pode ser denominado de indústria da 
energia, que determinará o fornecimento de um serviço tomado como público e 
que é, ainda, entendido como um serviço básico. 
Desta forma, quando se trata de um modelo institucional entende-se que este 
envolverá desde a exploração dos recursos naturais estratégicos, certamente de 
propriedade da União, até aspectos como a concessão de novos empreendimen-
tos, como você entenderá adiante através do modelo brasileiro.
Modelo institucional do setor elétrico brasileiro e seus 
aspectos históricos
Quando se analisa o setor elétrico brasileiro, uma das principais observa-
ções a serem feitas, a este ponto, é que a União Federal é a detentora do servi-
ço de fornecimento de energia elétrica no Brasil, de maneira geral. 
Além disso, sabe-se que existem duas ocorrências históricas de grande re-
levância a serem consideradas: a privatização das companhias operadoras que 
iniciou em 1996, trazendo grandes modifi cações e impactos ao setor como um 
todo; e a introdução do Novo Modelo do Setor Elétrico, em 2004.
Então, com relação aos fatos históricos a partir de 1996, iniciando pela 
Lei n°9.427 que envolveu especialmente a privatização das companhias 
operadoras, houve grandes modificações no setor. Além disso, a lei em 
questão foi a responsável pela instituição da ANEEL, também determinan-
do orientações acerca da exploração de recursos hídricos, por exemplo, 
sendo que, a partir da ocasião, tal ação passou a ocorrer através de con-
corrência ou leilões. 
Já sobre o Novo Modelo de 2004, aplicado pelas leis n°10.847 e 10.848, que 
é ainda o modelo regulatório em vigência, os objetivos principais eram: segu-
rança no suprimento, modicidade tarifária e promoção da inserção social.
Desta forma, com relação ainda a 2004 destaca-se a criação de programas 
como o Luz para Todos, que visava a retomada da responsabilidade do plane-
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jamento do setor para o próprio Estado, através da promoção da universali-
zação do acesso. Adicionalmente, uma das principais alterações promovidas, 
também pelo modelo, foi a substituição do critério antes usado para concessão 
de novos empreendimentos de geração. 
Na prática, implementou-se o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e o 
Ambiente de Contratação Livre (ACL), sendo que este último passou a contem-
plar consumidores livres, por exemplo.
O modelo institucional do setor elétrico brasileiro
O modelo vigente é sobretudo caracterizado pela segregação das ativida-
des de geração, distribuição e transmissão de energia elétrica; pela regulamen-
tação da concorrência para novos empreendimentos de geração através de lei-
lões de contratação de energia e coexistência de empresas públicas e privadas; 
e pela regulamentação da precificação da energia como um todo.
Na Figura 1 podemos observar a estrutura institucional válida para o setor 
brasileiro: 
Figura 1. Estrutura institucional do setor elétrico brasileiro. Fonte: ANEEL, 2008, p. 20. (Adaptado). 
Políticas
Regulação e 
fiscalização
Mercado
Agentes 
institucionais EPE
ANEEL
CCEE ONS
Presidência da República
CNPE/MME
BNDES
SNRH, MMA, ANA e CONAMA
SDE/MJ CADE-SEAE
Entidades de defesa do consumidor
ANP
Conselhos de consumidores
Agências estaduais
Eletrobras Concessionárias
Congresso 
Nacional
G
T
D
C
Assim, na divisão de políticas tem-se o Congresso Nacional, juntamente 
com a própria Presidência da República, além do Conselho Nacional de Po-
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DICA
Sugere-se ao aluno a leitura da seguinte revisão para com-
preensão adicional acerca das relações entre o uso de ener-
gias renováveis e o cenário do setor energéticobrasileiro: 
“Electricity supply security and the future role of renewable 
energy sources in Brazil” (SILVA, NETO, SEIFERT, 2016), um 
trabalho de 2016, mas bastante atual, aliado ao conhecimento 
dos dados mais recentes fornecidos pela ANEEL. 
lítica Energética (CNPE) e o Ministério de Minas e Energia (MME). A regu-
lamentação e fiscalização é feita integralmente pela ANEEL, subdividida em: 
agências estaduais; Agência Nacional de Petróleo (ANP); conselhos consumi-
dores e entidades de defesa do consumidor; Secretaria de Desenvolvimento 
Econômico (SDE), Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e a 
Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae); Sistema Nacional de Re-
cursos Hídricos (SNRH), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Agência Nacio-
nal de Águas (ANA) e Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
Por outro lado, quando se trata diretamente do mercado, também coman-
dados pela ANEEL, observam-se dois órgãos principais: a Câmara de Comer-
cialização de Energia Elétrica (CCEE) e o Operador Nacional do Sistema Elé-
trico (ONS). Por último, os principais agentes institucionais são: a Empresa de 
Pesquisa Energética (EPE), a Eletrobras, as próprias concessionárias e o Banco 
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Além disso, é necessário ressaltar que, ao longo dos últimos anos, a legisla-
ção do setor vem passando por modificações, especialmente devido ao fato da 
globalização e do desenvolvimento sustentável, o que inclui principalmente a 
expansão já mencionada na geração distribuída de energia elétrica e utiliza-
ção de recursos renováveis. 
Assim, considerando estes aspectos mais recentes e de grande relevância, 
que dizem respeito não só ao setor elétrico brasileiro, mas até mesmo sobre 
o cenário mundial, observa-se que há a necessidade de readaptação do setor 
elétrico brasileiro como um todo. 
Um exemplo relevante no cenário da regulação a ser citado é a própria Re-
solução Normativa ANEEL n° 482, de 2012, para regulamentações da cogeração 
e proposições mais recentes a respeito da geração distribuída.
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Políticas no modelo institucional do setor elétrico 
brasileiro
O CNPE é um conselho do Ministério de Minas e Energia, agente primário 
institucional do setor, e constitui-se como o órgão de assessoramento do pre-
sidente da República na formulação de políticas e diretrizes de energia. Assim, 
é possível compreender de forma sucinta que as ações políticas dentro do se-
tor elétrico são tomadas, então, pelo MME, representado principalmente pelo 
conselho, com o Congresso Nacional e o próprio presidente, através da Política 
Energética Nacional (PEN), que também incluirá políticas destinadas à ener-
gia elétrica especifi camente.
Como um exemplo de ação política mais recente é possível citar a Resolu-
ção n° 29, de 2019, do Ministério de Minas e Energia, que defi niu o critério geral 
de garantia de suprimento, aplicável aos estudos de expansão da oferta e do 
planejamento da operação do sistema elétrico interligado. Adicionalmente, na 
ocasião foram apresentados os cálculos das garantias físicas de energia e potência 
de um empreendimento de geração de energia elétrica.
Regulação e fiscalização no modelo institucional do 
setor elétrico brasileiro
Como visto no esquemático da Figura 1, quem detém o controle principal 
para a realização da regulação e fi scalização no setor elétrico brasileiro, pelo 
modelo institucional vigente, é a ANEEL. Este órgão é denominado como uma 
autarquia federal e é responsável diretamente por, conforme informações da 
própria agência: 
• Regular a produção, distribuição e comercialização da energia elétrica; 
• Realizar a fi scalização das concessões, permissões e serviços relacionados 
à energia elétrica; 
• Implementação de políticas e diretrizes demandadas pelo Governo Fede-
ral, especialmente com relação à exploração da energia elétrica e utilização e 
aproveitamento dos recursos hidráulicos;
• Promoção de atividades sobre a outorga de concessão (permissão e auto-
rização a empreendimentos e serviços) de energia elétrica;
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• Mediação de conflitos na esfera administrativa, entre os próprios agentes, 
e entre estes e os consumidores;
• Definição de critérios e metodologias para a tarifação da energia elétrica.
Ademais, a ANEEL também coordena, conforme demonstrado pelo esque-
ma da Figura 1, todos os agentes relacionados, incluindo as concessionárias de 
energia e os agentes de relação direta com o consumidor. Uma outra impor-
tante atuação da ANEEL é na tarifação da energia elétrica, abordada no tópico 
a seguir.
Exemplo de atuação da ANEEL no setor elétrico brasileiro: o cálculo ta-
rifário
Após conhecer a estrutura do setor elétrico brasileiro e as principais atua-
ções da ANEEL, além da coordenação da agência com os demais órgãos e agen-
tes do setor, você irá compreender o cálculo tarifário da energia elétrica. 
Essencialmente este cálculo é dividido de maneira geral em três momentos 
distintos: para geração, transmissão e distribuição. Agora você verá as meto-
dologias destinadas à tarifação, especialmente do ponto de vista dos custos ao 
consumidor final. 
Quando se analisa o cálculo voltado ao consumidor final, existem duas di-
visões importantes: as tarifas referentes à baixa tensão, voltada para residên-
cias; e referentes à alta tensão, tanto comercial quanto industrial.
De maneira geral, a tarifa é composta da seguinte forma:
Figura 2. Esquema do cálculo da tarifa para os três principais tipos de custos.
Transporte de energia até
a unidade consumidora
+ +Energia gerada Transmissão edistribuição Encargos setoriais
Além disso, sabe-se que nestes encargos, referentes a cobranças por parte 
do Governo Federal, Estadual e Municipal, tem-se PIS/CONFINS, ICMS e Con-
tribuição para iluminação pública, respectivamente. O Gráfico 1 apresenta a 
média do cálculo dos custos para a fração do valor final da energia elétrica 
pago pelo consumidor: 
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GRÁFICO 1. VALOR FINAL DA ENERGIA ELÉTRICA
Fonte: ANEEL, 2017. (Adaptado).
Nele são apresentadas algumas informações e metodologias a serem con-
sideradas nos cálculos que analisam especificamente o cliente de baixa tensão 
e de alta tensão.
Em baixa tensão é possível citar, por exemplo, o sistema de bandeiras tari-
fárias, que irá sinalizar acerca dos custos reais da geração de energia elétrica. 
Implementado desde 2015 e em todo o território nacional, com exceção do 
estado de Roraima por não fazer parte do Sistema Interligado Nacional (SIN). 
Na prática, a bandeira verde indicará nenhum acréscimo à tarifa, pois as 
condições de geração de energia elétrica são favoráveis. Já as bandeiras amare-
la e vermelha indicarão que há empecilhos para que a geração ocorra de forma 
normal, acarretando em acréscimos de até R$ 0,06 por kWh consumido. 
Com relação aos custos da tarifa para o consumidor de alta tensão, deve-
-se levar em conta, por exemplo, as diferentes classes de consumo aplicadas 
para cada tipo de consumidor, conforme Resolução Normativa da ANEEL n° 
414/2010. Além disso, existem as modalidades tarifárias estabelecidas levando 
em consideração a demanda de potência ativa, por exemplo.
Assim, após compreender as principais parcelas que envolvem a tarifação, 
de maneira geral, considere um outro elemento importante do setor elétrico 
brasileiro: o mercado.
Tributos:
ICMS e PIS/COFINS
Parcela A:
Compra de energia, 
transmissão de energia e 
encargos setoriais
Parcela B:
Distribuição 
de energia
29,5%
17,0%
53,5%
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Mercado no modelo institucional do setorelétrico bra-
sileiro
Como visto anteriormente acerca do setor elétrico brasileiro, especi-
ficamente no Novo Modelo vigente, houve diversas modificações que fi-
zeram com que a produção de energia elétrica passasse a ser atrelada a 
contratos bilaterais, em negociações com as produções das geradoras, por 
exemplo. 
Além disso, uma das principais 
alterações deste Novo Modelo foi a 
nova forma com que as concessões 
para novos empreendimentos de 
geração passaram a ocorrer. Elas 
começaram a acontecer a partir de 
leilões, onde o investidor com a me-
nor oferta para a venda da produção 
das futuras usinas ganharia, e foram 
instituídos também os ambientes de 
contrato ACR e ACL.
No caso do ACR o processo ocor-
re entre geradoras e distribuidoras 
e, conforme as próprias defi nições 
apresentadas pela ANEEL, a compra 
e venda de energia elétrica se dá en-
tre agentes vendedores e de distri-
buição, através de processo licitatório. 
Por outro lado, existem casos amparados e previstos em lei que seguem 
regras de comercialização específi ca. Já com relação ao ACL sabe-se que 
neste segmento participam comercializadoras, importadores, agentes ex-
portadores e também os próprios consumidores livres. 
O processo de negociação ocorre por meios estabelecidos em contratos 
entre as partes, além do fato principal de que o preço da energia elétrica é 
acordado entre a parte compradora e a parte vendedora. De forma sucinta, 
o Quadro 1 apresenta estes dois ambientes, conforme o CCEE: 
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AMBIENTE LIVRE AMBIENTE REGULADO
Participantes Geradoras, comercializadoras, consum-idores livres e especiais
Geradoras, distribuidoras e 
comercializadoras. As comer-
cializadoras podem negociar 
energia somente nos leilões de 
energia existente
Contratação Livre negociação entre os compradores e vendedores
Realizada por meio de leilões de 
energia promovidos pela CCEE, 
sob delegação da Aneel
Tipo de contrato Acordo livremente estabelecido entre as partes
Regulado pela Aneel, denomina-
do Contrato de Comercialização 
de Energia Elétrica no Ambiente 
Regulado (CCEAR)
Preço Acordado entre comprador e vendedor Estabelecido no leilão
O QUADRO 1. COMPARATIVO ENTRE OS AMBIENTES DE MERCADO A CURTO 
PRAZO PARA COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
Fonte: Camara de comercio de energia elétrica (CCEE), Acesso em: 07/02/2020. (Adaptado).
Por último, com relação aos órgãos diretamente vinculados, algumas obser-
vações importantes devem ser feitas baseando-se em dados da própria ANEEL. 
A ONS, por sua vez, é responsável pela coordenação da operação de usinas e 
redes de transmissão do SIN, através do estudo de dados históricos e proje-
ções, analisando a oferta de energia elétrica e também o mercado consumidor. 
Além disso, sabe-se, por exemplo, que para a coordenação do despacho de 
usinas utiliza-se o Newave, que também é usado para precificação a curto pra-
zo no mercado livre por parte da CCEE. Por outro lado, o Mercado Atacadista de 
Energia (MAE) teve sua constituição instaurada na década de 1990 e, juntamen-
te com a reestruturação de 2004, tornou-se na ocasião o próprio CCEE.
A partir desse ponto, então, você verá as principais ações tomadas e infor-
mações pertinentes à atuação dos principais agentes institucionais do setor 
elétrico no Brasil, como indicado pela Figura 1 a respeito da estrutura do setor.
A Empresa de Pesquisa Energética
A EPE foi criada também no Novo Modelo, no ano de 2004, com o principal 
objetivo de desenvolver diversos estudos sobre o setor energético em geral, 
incluindo pesquisas e metodologias necessárias para o planejamento da ex-
pansão do sistema elétrico. 
Desta forma, esta é uma empresa pública e, sob o ponto de vista de atuação 
no setor elétrico, está diretamente ligada à expansão da capacidade de gera-
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ção e transmissão, através de estudos sobre fontes de geração, na metodologia 
e no próprio cálculo para garantia física de projetos, além de estudos envolven-
do as relações de consumo de energia elétrica no país. 
Além disso, existem em várias publicações, como o Anuário Estatístico de 
Energia Elétrica, dados acerca do consumo de energia elétrica, os Planos Dece-
nais de Expansão de Energia, Programa de Expansão da Transmissão (PET), 
Plano de Expansão de Longo Prazo (PELP), e outros.
Inicialmente analisando os dados abertos disponibilizado pelo anuário es-
tatístico, serão observadas algumas informações relevantes referentes ao pa-
norama de consumo em GWh em 2018. 
No Gráfico 2 é possível visualizar o levantamento sobre os pontos de forne-
cimento e o consumo por setores em todo o Brasil. Note que os consumidores 
de baixa tensão representam cerca de 72% do total da potência em GWh. Além 
disso, observe que os setores residencial e comercial representam os dois 
maiores com relação ao consumo em GWh: 
GRÁFICO 2. PANORAMA DO CONSUMO CATIVO, EM GWH, ATRAVÉS DOS RESULTADOS 
DE 2018 PARA A TENSÃO DE FORNECIMENTO E DIVISÃO POR SETORES
Fonte: Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Acesso em: 08/02/2020. (Adaptado).
A - Alta tensão
88.528 (28,0%)
B - Baixa tensão
227.121 (72,0%)
Comercial 71.531
Industrial 32.067
Rural 28.070
Iluminação pública 15.690
Poder público 14.890
Serviço público 12.712
Consumo próprio 3.079
Residencial 137.311
Adicionalmente, uma outra competência importante dentro do planeja-
mento da expansão é a avaliação técnica das propostas de planejamento do 
atendimento aos sistemas isolados do território nacional, apresentada pelos 
agentes de distribuição, além da habilitação técnica de propostas acerca da 
solução de suprimento, que integram o processo de leilões. 
Um sistema isolado estará fora do SIN, sendo contabilizado pelo próprio 
EPE onde existem cerca de 250 localidades com este tipo de sistema. A maior 
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parte está localizada na região norte do país e compete à EPE a coordenação 
do atendimento destinado a estes sistemas. 
No próprio site do EPE é possível obter informações sobre os leilões realiza-
dos, instruções para propostas de solução de suprimento e o próprio planeja-
mento de atendimento de sistemas isolados pelas distribuidoras.
As demais propostas apresentadas serão vistas adiante, quando for discuti-
do o impacto dos investimentos em geração e transmissão de energia elétrica.
Eletrobras
A Eletrobras se constitui como um agente institucional do setor elétrico 
brasileiro e é uma empresa que atua, de forma geral, na geração e trans-
missão de energia elétrica. Também possui participações em sociedades 
de propósitos específicos (SPEs), atuando em parceria com outras empre-
sas na implantação e operação de usinas, linhas de transmissão , entre 
outros.
Do ponto de vista da geração de energia elétrica, a Eletrobras é responsável pela 
maior parte da geração e, através de dados fornecidos pela própria empresa, sa-
be-se que em 2017 esta produziu 182,1 milhões de MWh, potência sufi ciente para 
atender mais de um terço do consumo anual de energia elétrica em todo o país. 
Além disso, também por dados fornecidos pela empresa, sabe-se que 95% 
de sua capacidade instalada corresponde a fontes consideradas limpas devido 
à baixa emissão de gases de efeito estufa, sendo possível citar como exemplo 
de empreendimentos a parte brasileira da Usina de Itaipu, Usina hidrelétrica de 
Furnas, o Complexo eólico campos neutrais e a Usina Megawatt Solar. 
A Eletrobras ainda atua em estudos ambientais e de engenharia para novos 
negócios de geração, como a avaliação da viabilidade do aproveitamento hidrelé-
trico do rio Uruguai, por exemplo, além de outros rios brasileiros, em parceria 
com outras empresas do setor elétrico da América Latina.Na transmissão de energia elétrica estimou-se, em 2018, que a Eletrobras atin-
giu cerca de 71 mil quilômetros de linhas de transmissão, com tensão igual ou su-
perior a 230 kV, o que representa quase metade do total de linhas de transmissão. 
É possível citar, também, alguns dos principais empreendimentos de trans-
missão já concluídos, com base nos dados de 2018, seja por meio das próprias 
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empresas da Eletrobras ou em SPE, como a linha de transmissão de 230 kV na 
Bahia, entre Eunápolis e Teixeira de Freitas II, no denominado circuito dois, que 
possui 152 km de extensão. Na Tabela 2 é possível visualizar a distribuição das 
linhas de transmissão entre as empresas da Eletrobras: 
EMPRESA
PRÓPRIAS OU COM CON-
CESSÃO PARA OPERAÇÃO E 
MANUTENÇÃO
EM PARCERIA TOTAL
Amazonas GT 390 390
Chesf 20.586 1.461 22.047
Eletrobras 
Holding 1.026 1.026
Eletronorte 11.012 1.694 12.706
Eletrosul 11.077 1.046 12.123
Furnas 20.414 2.362 22.776
Total 63.479 7.589 71.068
TABELA 2. DISTRIBUIÇÃO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO ENTRE AS EMPRESAS 
DA ELETROBRAS
Fonte: Eletrobras. Acesso em: 08/02/2020. (Adaptado).
Por último, uma outra parte importante da atuação da Ele-
trobras ainda envolve os programas estratégicos instaura-
dos e mantidos pelo governo brasileiro, como o Programa 
Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), o Luz 
para Todos como um programa de universalização do acesso 
e uso da energia elétrica, e o Programa de Incentivo às Fontes 
Renováveis de Energia Elétrica (Proinfa).
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Atuação das concessionárias no setor elétrico brasileiro
A Figura 3 mostra resumidamente como o setor elétrico opera do ponto de 
vista da relação com os agentes do setor elétrico brasileiro e os consumidores: 
Figura 3. Relação básica entre agentes e consumidores. Fonte: ANEEL, 2008. p. 23. (Adaptado).
Assim, a energia é produzida estando entre 10 e 30 kV, é transportada, e 
contabiliza-se a Tarifa de Uso dos Sistemas Elétricos de Transmissão (TUST), e 
na transmissão estará, geralmente, entre 345 e 500 kV. 
Além disso, existirão consumidores livres que poderão realizar o processo de com-
pra como será visto com mais detalhes em outro momento. Da transmissão a energia 
segue para a distribuição, novamente sujeita à TUST, e então poderá ser destinada a 
consumidores livres ou através do processo mais convencional, disponibilizada aos 
denominados consumidores cativos, pelas das concessionárias de energia elétrica 
que fornecem o suprimento calculando-se uma tarifa de distribuição.
Ademais, os consumidores livres também estarão sujeitos diretamente, 
após a distribuição, aos custos referentes ao que se denomina como Tarifa de 
Uso dos Sistemas Elétricos de Distribuição (TUSD).
Geração
(10kV, 30kV) (138kV, 69kV)
(345kV, 500kV)
(13,8kV)
TUST
TUSD Tarifa de distribuição
TUST
TUST
Transmissão
Distribuição
Consumidores 
livres
Consumidores 
livres
Consumidores 
cativos
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As concessionárias se constituem, então, como agentes institucionais, es-
pecialmente ligados à distribuição de energia elétrica. São, de fato, o principal 
meio entre o setor elétrico brasileiro e a própria sociedade, visto que estas 
empresas recebem, de companhias responsáveis pela transmissão, todo o su-
primento que será fornecido para abastecimento de todo o país. 
Sabe-se pelos dados disponibilizados mais recentemente pela ANEEL, que o 
Brasil possui atualmente 63 concessionárias que realizam o serviço público de dis-
tribuição, além de outros agentes, denominados permissionárias. Estas últimas 
empresas são geralmente cooperativas que realizam a distribuição de energia 
elétrica no ambiente rural e que passam por um processo específico de enquadra-
mento para a distribuição de energia elétrica. 
Um fator importante é compreender quem é o cliente de fato. As concessio-
nárias são responsáveis pelo atendimento do que é denominado de unidade con-
sumidora, caracterizado conforme a ANEEL como um conjunto de instalações, 
equipamentos elétricos, condutores e acessórios, além da subestação no caso de 
fornecimento em tensão primária. Esta unidade irá receber a energia elétrica atra-
vés de um ponto único de entrega, com medição única também.
Na Figura 4 tem-se a distribuição de concessionárias pelo Brasil, organizadas 
nos principais grupos conforme o código de cores. Note que, a princípio, boa parte 
das concessionárias pertencem a outros grupos, e o grupo Energisa representa 
também boa parte das empresas de distribuição: 
Figura 4. Mapa das concessionárias em todo o Brasil, divididas por grupos. Fonte: Geração Smart Grid 2017. 
Grupos
Energisa
Eletrobrás
CPFL
EDP
AES
Enel
Iberdrola
Equatorial energia
Outros
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Do ponto de vista estrutural e econômico, o controle acionário de uma con-
cessionária poderá provir de meios estatais, quando os acionários majoritários 
forem os próprios governos federal, estadual ou municipal, ou através da iniciativa 
privada, onde há investidores nacionais ou até estrangeiros. 
Além disso sabe-se, adicionalmente, que os direitos e deveres das concessio-
nárias são estabelecidos através de um documento principal, o contrato de con-
cessão, que estabelece a relação de exploração deste serviço, tido como público, 
de fornecimento de energia elétrica em uma área de concessão na qual a conces-
sionária irá exercer uma relação de monopólio.
Assim, a regulamentação e fiscalização do contrato de concessão, como já vis-
to, é realizada pela ANEEL em ambas as esferas, tanto para garantir os direitos e 
deveres do consumidor, quanto para agir em prol da própria concessionária. Nes-
ta relação estabelecida, a ANEEL irá regulamentar ainda as tarifas, como também 
já mencionado anteriormente, porém também irá realizar a fiscalização da quali-
dade do serviço prestado pela concessionária. 
Desta forma, através de indicadores como o DEC (Duração Equivalente 
de Interrupção) e pelo FEC (Frequência Equivalente de Interrupção), ambos 
calculados por unidade consumidora, a ANEEL conseguirá analisar, compa-
rando com padrões estabelecidos, a qualidade do serviço por parte das con-
cessionárias.
Por outro lado, retornando às obrigações por parte da concessionária, sabe-se 
ainda que estas deverão ser responsáveis pelo desenvolvimento de programas 
com foco no próprio consumidor, como, por exemplo, determinadas ações para 
inclusão social através do acesso à energia elétrica. 
Um exemplo é o já citado Luz para Todos, e também é possível mencionar pro-
gramas como o Baixa Renda, onde o foco será estabelecer tarifas variadas, me-
diante o consumo e a própria renda do consumidor. 
Ademais, o controle de irregularidades como as ligações clandestinas tam-
bém é de responsabilidade da concessionária, para fiscalização e regulariza-
ção do consumidor, mediante pagamento correspondente, identificado nesta 
situação.
Existe, ainda, relação direta entre as concessionárias e o desenvolvimento de 
projetos de eficiência energética e de ações denominadas como P&D (pesquisa e 
desenvolvimento), porém estas serão vistas com maiores detalhes adiante.
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A relação entre o BNDES e o setor elétrico brasileiro
De forma a encerrar os estudos e análises sobre os principais agentes do 
setor elétrico brasileiro você irá compreender o papel do Banco Nacional do 
Desenvolvimento Econômico e Social. 
Entende-se que o setor elétrico brasileiro sempre se confi gurou como um 
dos principais interesses do BNDES, principalmente paraa concessão de cré-
dito, desde sua fundação em 1952. Por outro lado, em 2004, junto com o Novo 
Modelo do Setor Elétrico Brasileiro foram determinadas novas proposições 
políticas e regulamentações, que mudaram, inclusive, a relação entre o banco 
e o setor, como você verá a seguir com mais detalhes.
É necessário ressaltar o ocorrente racionamento de energia nos anos de 
2001 e 2002, que levaram o setor elétrico brasileiro a um novo patamar. Dessa 
forma passou a estabelecer-se um contexto de sobre oferta, e também, após 
algum tempo, o Novo Modelo foi proposto e começou a ser implementado. 
É possível citar, no contexto econômico e mercadológico, as modifi cações 
do ambiente de contratação (ACR e ACL), além dos cenários estabelecidos 
divididos em função da demanda e da oferta. 
Assim, do ponto de vista da demanda, um dos principais fatos a serem 
considerados é que com o Novo Modelo as distribuidoras passaram a realizar 
contratos bilaterais e, quando se analisa a oferta, as principais modifi cações 
foram vistas em hidrelétricas devido à orientação de promoção de investi-
mentos com a conhecida modicidade tarifária. 
É possível, ainda, ressaltar, com relação à oferta, o fato de as usinas so-
mente obteriam êxito na licitação mediante licença ambiental prévia ade-
quada e, assim, estabeleceu-se de certa forma que um empreendimento 
hidrelétrico deve ser comercializado somente após o que denomina-se 
Marco Regulatório Ambiental, com os diversos processos 
e precedentes pré-estabelecidos, em conformidade com 
as novas leis. 
Ademais, o Novo Modelo também ocasionou im-
pactos na expansão setorial com a retomada da par-
ticipação das estatais, levando também à aceleração do 
BNDES como fi nanciador da expansão (ESPOSITO, 2012).
PRODUÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 32
SER_ENGELE_PTDE_UNID1.indd 32 26/03/2020 10:16:53
Nos próximos tópicos você entenderá os impactos dos investimentos e 
compreenderá o cenário mais recente entre investimentos por parte do BN-
DES e os impactos no setor elétrico brasileiro.
Informações gerais sobre impactos dos investimentos 
em energia elétrica
O cenário de investimentos em energia elétrica, de maneira geral, se subdivide 
em investimentos na geração e na transmissão, especialmente. Assim, a este pon-
to você verá o que é aplicado no Brasil, e o cenário mais recente, tanto com relação 
à geração quanto sobre a transmissão.
O EPE, já estudado anteriormente, é responsável por diversas políticas e ações 
que estão também relacionadas com investimentos em energia elétrica, como o 
Plano nacional de energia (PNE). Neste caso, o principal objetivo é estabelecer, 
a longo prazo, o planejamento do setor energético do país em geral, através do 
Plano Nacional de Energia de 2030 e 2050. 
Além disso, existem ainda os já citados programas de expansão da trans-
missão e de longo prazo, denominados respectivamente pelas siglas PET e 
PELP. Assim, através destes programas tem-se, conforme os próprios dados 
abertos da Empresa de Pesquisa Energética, importantes sinalizadores para 
agentes setoriais e até mesmo fornecedores de investimentos, com o panora-
ma para os próximos anos. 
Ademais, é possível dizer que o PELP possui caráter in-
dicativo e contemplará as instalações recomendadas para 
os próximos anos, e existe ainda o Plano Decenal de Ex-
pansão de Energia, um documento importante e infor-
mativo direcionado a toda a sociedade, com indicações 
das perspectivas futuras do setor de energia, para expan-
são e pela ótica do próprio governo. 
CONTEXTUALIZANDO
Da mesma forma que grande parte dos dados e informações apresentadas 
ao longo da unidade, os programas e planos citados da EPE podem ser 
facilmente encontrados nas bases de dados abertos da empresa.
PRODUÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 33
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Já da parte da própria ANEEL, existe um grande Programa de pesquisa e desen-
volvimento tecnológico do setor de energia elétrica, que incluirá diversas ações e 
programas específicos a serem vistos adiante, além da existência da outra verten-
te, no Programa de eficiência energética. 
A seguir você verá as principais informações com relação a cada um dos focos, 
dentro de uma ótica geral de investimentos e impactos no setor elétrico brasileiro.
Com relação ao P&D, assim como diversas outras informações acerca de todo 
o setor, há um local específico para a disponibilização de informações sobre os 
projetos, para transparência, além de serem também disponibilizados os dados 
referentes à gestão. 
Do ponto de vista da regulamentação, existem os procedimentos e outras 
ações dentro da regulamentação vigente, além do que se denominou como legis-
lação correlata, onde tem-se as normas legais. 
Analisando as ações e programas dentro do P&D regulamentado ao setor pela 
ANEEL, é importante citar a Consulta Pública 19/2018, que trata sobre o recebi-
mento de contribuições pela criação da Chamada de Projeto de P&D, intitulada 
Desenvolvimento de Soluções em Mobilidade Elétrica Eficiente.
Neste contexto, abriu-se a oportunidade para o recebimento de sugestões, 
até maio de 2019, onde solicitou-se a participação pública. Além disso, propostas 
como a revista de P&D da ANEEL integraram um cenário colaborativo e de incenti-
vos ao recebimento de trabalhos, juntamente com o Seminário de Eficiência Ener-
gética do Setor Elétrico.
Ademais, conforme as próprias informações disponibilizadas ao público, o 
principal objetivo da ANEEL na regulamentação de tais programas é alocar ade-
quadamente tanto recursos humanos quanto financeiros para projetos voltados, 
por exemplo, para criação de novos equipamentos, aprimoramento na prestação 
de serviços, segurança no fornecimento e até mesmo na modicidade tarifária, 
além da diminuição de impactos ambientais e da dependência tecnológica do país.
Analisando os programas dentro do foco da eficiência energética, regulamen-
tados pela ANEEL, há também, como no grupo de programas P&D, um acesso fa-
cilitado à gestão dos programas, até mesmo por questões de transparência, além 
das leis vigentes e demais regulamentações referentes. 
Já analisando diretamente as propostas e projetos regulamentados pela agên-
cia, é possível citar o já mencionado Procel com ações propostas pelo Plano Anual 
PRODUÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 34
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de Aplicação de Recursos, promovendo o uso eficiente da energia elétrica de ma-
neira geral, com melhorias na eficiência energética, de equipamentos e até mesmo 
na promoção de práticas como a criação de mudança de hábitos, em busca de um 
maior racionamento consciente e necessário do uso da energia elétrica. 
Dentro do Procel é possível ainda citar subprogramas transversais como o Pro-
cel Educação e o selo Procel. Adicionalmente existem, de forma similar ao apresen-
tado anteriormente para P&D, a Revista de Eficiência Energética e o incentivo de 
caráter educacional, também, pelo SEENEL. Um outro exemplo prático é o Leilão 
de eficiência energética em Roraima. 
No caso bastante recente, de 2019, o principal objetivo era a contratação de 
agentes para o desenvolvimento de ações voltadas à eficiência energética, para 
redução no consumo em Boa Vista, através de projetos e ações destinados à ilumi-
nação pública e à própria ampla concorrência.
Agora considere o cenário mais re-
cente, com o arcabouço ainda vigente 
estabelecido pelo Novo Modelo, sob 
uma perspectiva econômica para com-
preensão de alguns dados importantes 
sobre investimentos. 
Assim, observa-se pelo Relatório 
de perspectivas de investimento do 
próprio BNDES, referente ao período 
entre 2019 e 2022, que os investimen-
tos em energia elétrica deverão cair 
nos próximos dois anos no Brasil, devi-
do a ocorrências como a interrupção dos leilões de expansão e menor volume 
de contratações. 
Estes dois fatos ocorreramno período de abril de 2016 a dezembro de 2017 e a 
constatação sobre as contratações se deve à retomada das licitações desde 2018. O 
relatório é o documento que mapeia os planos de injeção de recursos para o próxi-
mo quadriênio, referentes aos setores da indústria e de infraestrutura no país.
O banco projeta um total de R$ 1.082 trilhão investido na economia brasileira 
neste período de análise. Com relação aos investimentos em energia elétrica, es-
pecificamente, estes números são estimados em R$ 39,3 bilhões por ano. 
PRODUÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 35
SER_ENGELE_PTDE_UNID1.indd 35 26/03/2020 10:16:59
Na Tabela 3 é visto um panorama interessante, onde são considerados os va-
lores de perspectivas de investimentos por setor, sem considerar depreciação e 
visualizando especificamente o que diz respeito à energia elétrica desde 2012: 
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019-2022
Total Média/ano
73,9 61 56,7 55,4 61 64 49,6 157,3 39,3
TABELA 3. PERSPECTIVAS DE INVESTIMENTO NO SETOR DE ENERGIA ELÉTRICA
(BILHÕES DE REAIS)
Fonte: BNDES, 2018. (Adaptado).
Note a perspectiva de queda no setor, em comparação com os anos anteriores, 
especialmente de 2017 para trás. Além dos fatos já expostos, sabe-se ainda pelo 
próprio BNDES que a partir de 2023, devido à retomada dos leilões em 2018, há a 
normalização dos investimentos, estimando-se inclusive que neste ano supere-se 
as perspectivas feitas para 2018, como pode ser visto no Gráfico 3, também dado 
em bilhões de reais: 
GRÁFICO 3. PERSPECTIVAS DE INVESTIMENTOS EM ENERGIA ELÉTRICA POR ANO, ATÉ 
2023
Fonte: BNDES, 2018. p. 5. (Adaptado).
60
50
30
40
20
10
2018
49,6
44,1
37,2
33,8
42,3
51,7
2019 2020 2021 2022 2023
0
PRODUÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 36
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Impactos de investimentos em geração de energia 
elétrica
Embora você já tenha visto os aspectos gerais dos investimentos em ener-
gia elétrica e os impactos relacionados, a este ponto você ainda verá algumas 
considerações voltadas para a produção de energia elétrica. Assim, é neces-
sário considerar um dos principais motivos por trás disso, como o aumento 
esperado na renda per capita, e que isto também implica, entre diversas outras 
coisas, numa maior necessidade da energia elétrica em atividades econômicas, 
sociais e até mesmo domésticas. 
Desta forma, há um aumento visível no consumo de energia elétrica, e em longo 
prazo, o que endossa mais ainda a necessidade de forte expansão da capacidade de 
geração nos próximos anos, no Brasil, conforme os dados disponibilizados pela EPE.
Além disso, conforme também salientado pela empresa, um dos princi-
pais desafi os do planejamento da expansão da capacidade de geração será 
assegurar não só a existência de recursos que atendam à demanda, mas tam-
bém a aliança entre o desenvolvimento sustentável e efi ciência energética. 
Adicionalmente, deve-se sempre considerar os custos e outros impactos eco-
nômicos práticos, capazes de inviabilizar a expansão, além de incertezas que pode-
rão estar associadas à própria projeção, já que a demanda por si só poderá variar, 
da mesma forma que existirão alterações inerentes na oferta de geração, como 
também falhas e outras questões de segurança de equipamentos, por exemplo.
Por outro lado, pode-se ainda analisar o cenário do ponto de vista do pró-
prio comércio e regulamentação, já que como você pode perceber a expansão 
da geração poderá ocorrer em dois cenários distintos de contratação: pelo 
ambiente denominado ACR e o ACL. 
Como visto, a EPE possui os planos apresentados e nestes, conforme tam-
bém informações fornecidas pela própria empresa, existirão informações im-
portantes e alternativas para a expansão da capacidade de geração, auxiliando 
inclusive as decisões de agentes econômicos, tidos como responsáveis, em últi-
A seguir você verá o impacto de investimentos diretamente relacionados à ge-
ração de energia elétrica e, após, acerca da transmissão, incluindo resultados e o 
cenário recente de investimentos.
PRODUÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 37
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ma instância, pelos investimentos na geração de energia elétrica no país.
É possível citar também o acompanhamento da expansão da oferta de ge-
ração de energia elétrica, realizado por parte da ANEEL, onde são considerados 
todos os empreendimentos que estiverem em processo de implantação no ter-
ritório nacional. Neste caso, existirão documentos específi cos como os painéis 
interativos trazendo dados técnicos acerca destas novas usinas, além do próprio 
processo de implantação, o histórico e outras informações relevantes. 
Ainda existirão ainda relatórios de acompanhamento da expansão da 
oferta, avaliando não só todo o SIN, mas também sistemas isolados. Citando 
novamente publicações muito recentes do Plano Decenal de Energia de 2029, 
existem algumas informações interessantes a serem trazidas. 
Assim, estima-se que a geração centralizada irá crescer de 161 GW para 
221 GW, o que resulta em 37% a mais. Já com relação à autoprodução de 
energia tem-se que o crescimento será dos atuais 13,2 GW para 18 GW, o que 
signifi ca em uma expansão de 41%, e na geração distribuída estima-se um 
aumento de 776,9%, de 1,3 GW para 11 GW, algo extremamente expressivo.
Ademais, semelhantemente a vários outros dados disponibilizados nesta 
unidade, e outros demais citados, estas informações técnicas e os dados refe-
rentes podem ser obtidos diretamente através do site da ANEEL.
Impactos de investimentos em transmissão de energia 
elétrica
Como apresentado, os investimentos no setor brasileiro podem ser re-
lacionados principalmente à geração de energia elétrica ou à transmissão. 
Assim, a este ponto serão analisadas algumas informações importantes que 
trazem um histórico, regulamentações referentes e os dados mais recentes
Durante muito tempo, ainda no século XX, soube-se que o desenvolvimen-
to relacionado à energia elétrica sempre esteve atrelado ao uso de sistemas 
isolados, o que corrobora a pequena quantidade de sistemas de transmissão 
em todo o Brasil até a década de 1960. 
Estes sistemas correspondiam às ligações entre o Rio Grande, através de Fur-
nas, e também à Três Marias, em Minas, na capital Belo Horizonte, além dos sis-
temas referentes ao Complexo de Paulo Afonso e São Francisco. 
PRODUÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 38
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Por outro lado, dado todo o histórico, tanto da evolução do fornecimento 
de energia elétrica, quanto dos próprios avanços tecnológicos ao longo dos 
últimos anos, atualmente no Brasil existem diversos sistemas de transmis-
são, e estima-se que as linhas de transmissão da Eletrobras correspondem 
a quase metade do total brasileiro e uma volta e meia ao redor da Terra, em 
extensão.
Do ponto de vista prático e territorial, sabe-se que o Brasil possui um 
sistema de transmissão extenso e complexo, atualmente. Dadas as localiza-
ções dos centros de geração, devido também à continentalidade e extensão 
do país, é possível entender que o papel da transmissão estará relacionado 
como um gerador virtual, conforme as próprias informações da EPE. 
Além disso, assim como no planejamento da expansão da capacidade de ge-
ração, quando este é feito para a transmissão, deve-se assegurar a existência de 
recursos no próprio sistema para atendimento da demanda, e em minimização 
de custos e maximização da confiabilidade dos equipamentos, por exemplo. 
Já com relação as complexidades do planejamento, é importante ressaltar 
o fato de que a própria conciliação entre economia e confiabilidade do sistema 
pode ser, por vezes, conflitante, pois o uso de equipamentos mais complexos e 
com tecnologias específicas poderá ser necessário, além de possíveis execuções 
de rotas alternativas para a minimização de contingências nosistema.
Adicionalmente, quando analisa-se o cenário de coordenação e regulamenta-
ção, nota-se que inclusive os investimentos poderão ser impactados, e com isto 
as próprias readequações necessárias, pois há na prática uma multiplicidade de 
agentes de transmissão, o que requer dos agentes de regulamentação, tanto a 
ONS quanto a ANEEL, uma coordenação e comunicação eficiente de ações. 
Por outro lado, ainda analisando a própria atuação da EPE, os estudos de 
apoio e planejamento da expansão da transmissão possuem grande relevân-
cia, assim como visto para o cenário da geração de energia elétrica, em que é 
possível citar ainda a disponibilização de dados fundamentais para a realiza-
ção da simulação de todo o sistema interligado nacional.
Por último, analisando especificamente os programas, é possível citar 
além dos investimentos concedidos via P&D e programa de eficiência ener-
gética, alguns exemplos e ações específicas destinadas à fomentação, regula-
mentação e fiscalização de investimentos na transmissão. 
PRODUÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 39
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Como no caso da geração, a expansão e o desenvolvimento de novos pro-
jetos, e a realização de investimentos também estão atrelados, no setor elé-
trico brasileiro, à realização de leilões. 
Desta forma, é possível citar um exemplo recente, de 2018, onde infor-
ma-se no próprio site da ANEEL que houve um recorde de investimentos e 
também na geração de empregos. 
Na ocasião, destaca-se que foram gerados processos contratuais que 
gerarão investimentos recordes, de cerca de R$ 13.2 bilhões de reais, além 
de ser assegurado um deságio médio de 46%, que significa na prática que a 
própria receita dos empreendedores para a realização do investimento será 
inferior ao previsto inicialmente, e este fato contribui na modicidade tarifária. 
Ademais, estima-se que serão construídas e operadas, através destes con-
tratos estabelecidos, 55 linhas de transmissão com 7152 km de extensão e 
25 subestações, com capacidade de transformação de 14819 MVA e que irão 
atender um total de 13 estados brasileiros.
PRODUÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 40
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Sintetizando
Note que, a este ponto você deverá ser capaz de realizar, de forma geral, um 
panorama da energia elétrica no Brasil. Você viu as principais informações a 
respeito da geração de energia elétrica, especificamente explorando o cenário 
brasileiro, e compreende agora não só a potência atualmente ofertada, mas a 
capacidade de geração pelos empreendimentos instalados, os futuros e toda a 
matriz energética do país. 
Ao analisar toda a estrutura do setor elétrico brasileiro, os agentes e progra-
mas envolvidos, você entendeu como o fornecimento de fato acontece, além 
de compreender a regulamentação principal responsável para coordenação.
Por último, compreendendo os potenciais, o funcionamento do setor elé-
trico brasileiro, tornou-se mais fácil analisar o cenário de investimentos e os 
seus impactos, principalmente do ponto de vista da geração e transmissão de 
energia elétrica. 
Desta forma, foi possível perceber a importância do desenvolvimento sus-
tentável, não só do ponto de vista ambiental, mas do ponto de vista dos avan-
ços tecnológicos que estão proporcionando a eficiência energética, desde o 
fornecimento até os equipamentos desenvolvidos.
PRODUÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 41
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