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Práticas pedagogicas - identidade docente

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Prévia do material em texto

Unidade 1 / Aula 1
A história da docência no Brasil
Introdução da Unidade
Nesta unidade, vamos discutir a história da docência no Brasil. O desafio é ajudá-lo a
responder à seguinte questão: por que o mundo precisa de professores?
Você, que está cursando a graduação e está dedicando tempo aos estudos da Prática
Pedagógica, deve estar pensando que está apenas começando uma trajetória, porém é
importante reconhecer que talvez ela tenha sido iniciada muito antes de você ingressar na
faculdade.
Reflita sobre isso!
A partir deste momento você está convidado a registrar suas reflexões, tomar notas de
trechos de textos teóricos ou escrever observações enquanto assiste a um vídeo. Escolha
um caderno, ou bloco de anotações e o transforme em um Diário de Campo.
Muitos professores mantêm um Diário de Campo em que registram reflexões sobre suas
práticas educativas. Alguns “descrevem fatos, relatam iniciativas, intervenções e resultados,
sentimentos, dúvidas, inquietações…como os diários que existem no mundo, eles contam
passo a passo o que acontece todos os dias, como se sucede o tempo considerando o
olhar de seu autor.”
O seu Diário de Campo ainda não é um material em que poderá refletir sobre sua prática
como docente, afinal, está iniciando seus estudos para tornar-se professor. Entretanto,
poderá registrar seu percurso como aluno e isso certamente irá ajudá-lo no futuro exercício
da docência.
Anote no seu Diário de Campo, o nome da disciplina e a data em que a está cursando.
Além das suas respostas, anote também as questões propostas. Esse material é pessoal,
não será lido por professores ou monitores. Entretanto, em algum momento o registro feito
por você poderá ser utilizado para trabalhos ou avaliações. Por isso, escreva sempre que
houver uma referência ao seu Diário de Campo.
Ao longo desta e das demais unidades, você encontrará os seguintes tópicos:
Texto de apresentação de cada leitura indicada;
Links para acesso às referências bibliográficas.
É importante ressaltar: o seu esforço individual é fundamental para a sua aprendizagem,
mas você não estará sozinho nessa!
Vamos começar com algumas reflexões. Pense um pouco sobre como era ser aluno,
quando você frequentou a escola básica.
Conte sobre os professores que você já teve: quais te marcaram mais? Por quê?
Como você teve a ideia de ser professor, o que te trouxe até aqui?
Como essa profissão se relaciona com seus projetos de vida?
O que você sonha para o futuro da sua nova profissão?
Reflita sobre essas questões e registre suas conclusões no Diário de Campo. Depois volte
para continuar a leitura. Se você já pensou sobre tudo isso que propusemos aqui, já deve
ter visto que sabe muito mais sobre a escola e sobre ser professor do que podia imaginar.
Vamos estudar um pouco mais para compreender os avanços na história dos professores.
Objetivos da Unidade
Ao longo desta Unidade, você irá:
Examinar o processo da história da educação no Brasil;
Esclarecer alguns dos desafios da atividade docente;
Comparar aspectos da atividade de educar e instruir.
Unidade 1 / Aula 1
A história da docência no Brasil
Qual é o foco da aula?
Nesta aula você conhecerá aspectos históricos do processo educativo, fazendo uma linha
do tempo para compreender o cenário da educação atualmente.
Objetivos gerais da aprendizagem
Ao longo desta aula, você irá:
Recordar aspectos da história da educação no Brasil;
Identificar o papel do professor na educação do Brasil Colônia e Brasil Império;
Analisar a evolução do processo educativo e as transformações no papel do professor.
Situação-Problema
Nesta Unidade, o seu desafio é resolver uma situação-problema, muito recorrente entre
colegas de trabalho, sobretudo entre os novatos na profissão. Todo professor, em algum
momento da carreira, pressionado pelos desafios da profissão, questiona sua escolha. Veja
a seguir.
Uma professora acabou de passar no concurso e assumiu uma sala na escola que ela
mesma escolheu, perto da sua casa, mas mal completou dois meses e se viu infeliz. Ela
chegava em casa tarde e cansada, todos os dias, desgastada com os alunos que só
brigavam entre eles em sala de aula. Eles não seguiam suas orientações e não davam valor
algum às propostas didáticas planejadas com tanta atenção. Um dia ela recebeu um convite
para voltar à empresa em que trabalhava antes de ingressar na escola e pensou: será que
ela não deveria sair da escola e voltar ao antigo emprego? Será que ela tinha jeito para ser
professora? O que você a aconselharia a fazer?
Registre no Diário do Campo suas respostas para estas questões.
Lembre-se que no decorrer do curso receberá algumas informações que podem ajudá-lo a
mudar de opinião. Ao final desta Unidade, poderá comparar sua opinião inicial com uma
reflexão mais aprofundada, que será capaz de fazer ao longo das próximas semanas.
Será que no decorrer da história da Educação no Brasil todos os professores passaram por
dilemas semelhantes? Um breve contato com esse tema irá ajudá-lo a ampliar sua reflexão
sobre esse tema.
Unidade 1 / Aula 1
Aspectos históricos da educação no Brasil
Aspectos históricos da educação no Brasil
imagem sem audiodescrição
Quando pensamos nas transformações sociais, culturais, políticas e econômicas
vivenciadas nas últimas décadas com a progressiva ampliação do direito ao acesso e
permanência escolar, nos deparamos com inúmeras questões estruturais que envolvem
também o professor. Neste contexto, refletir e conceituar a profissionalidade docente
perpassa por reconhecer a trajetória histórica da profissão no país, e seus questionamentos
no que concerne a ideia de educação, a função social do professor e as possibilidades em
cada período para seu desenvolvimento na medida em que, as transformações sociais
modificaram também o exercício da profissão na sociedade.
Quando os professores chegaram ao Brasil, encontraram aqui sociedades indígenas
organizadas, mas em moldes muito diferentes dos europeus. Entre os índios não havia a
presença de um professor como hoje conhecemos. A educação dos meninos e meninas das
mais diferentes etnias que aqui habitavam era organizada de diferentes maneiras, como
parte da vida comunitária. Os primeiros professores, tal como conhecemos, eram jesuítas
que aprenderam a falar tupi com os índios e, depois, passaram a alfabetizá-los em
português, além de se responsabilizarem por outras esferas da formação, sobretudo
religiosa.
No Brasil Colônia a educação das populações nativas (índios) era comunitária, onde os
Jesuítas trouxeram o conceito de professor estritamente vinculada à missões religiosas,
com o objetivo de catequizar os indígenas.
Durante todo o período do Império, o sistema de educação contava com a figura do
professor adjunto que era um jovem aprendiz do ofício que acompanhava um professor
mais experiente até tornar-se autônomo na profissão. A educação formal é restrita à elite
econômica, praticada principalmente por esse professores adjuntos.
A partir do século XIX, os professores passaram a ingressar nas escolas por meio de
concursos de nomeação. O sistema começou a crescer e se diversificar e ao mesmo tempo
passaram a conviver mestres adjuntos, professoras formadas pela Escolas Normais ou em
cursos de habilitação específica para o magistério, prioritariamente para o nível primário. As
primeiras licenciaturas das disciplinas escolares começaram a surgir nessa época. Para ser
professor era preciso estudar pedagogia em cursos bacharelados que formavam “técnicos
em educação” e com esse título poderiam dar aulas para qualquer segmento, sobre
praticamente todas as disciplinas, que, na época, eram bem diferentes das que
conhecemos hoje.
Esse movimento de ampliação do acesso à educação para população e consequentemente
profissionalização docente só ocorreu no Brasil no século XX, com a criação de legislação
específica, universidades, e setorização curricular específicas para cada série. No contexto
brasileiro, as políticas de obrigatoriedade, acesso e permanência à escola se ampliaram
desde a década de 1980, modificandoos desafios da profissão na contemporaneidade.
_____
➕ Pesquise mais
Amplie seus conhecimentos acessando o conteúdo a seguir.
A docência no Brasil: história, obstáculos e perspectivas de formação e profissionalização
no século XXI. Clique aqui para ler.
https://periodicos.ufac.br/revista/index.php/tropos/article/view/461
_____
Unidade 1 / Aula 2
Ser professor hoje: enfrentando os desafios contemporâneos
Introdução da aula
Qual é o foco da aula?
Nesta aula você acompanhará o início da atuação do professor como profissional da área
da educação, e verá alguns dos desafios enfrentados por educadores atualmente.
Objetivos gerais de aprendizagem
Ao longo desta aula, você irá:
Identificar aspectos do processo de profissionalização do professor;
Discutir sobre os desafios da atividade docente na contemporaneidade;
Analisar os avanços e retrocessos na educação.
Unidade 1 / Aula 2
O início da profissionalização
A organização da docência só ocorreu no século XX, quando a escola passou a ser
obrigatória no Brasil. Muitas professoras deixavam suas casas, famílias e o convívio na
cidade para se colocar em escolas do interior. Isso representava uma possibilidade de
crescimento, de independência profissional, sem dúvida um avanço na vida das mulheres
naquela época.
Com o crescimento do público da escola, surgiram instituições provadas e universidades
públicas dedicadas a formar professores considerando a área de conhecimento específico.
A legislação, que passou a regular a exigência de formação universitária para a atuação
prática com professor, foi um fator determinante nesse processo de profissionalização dos
professores. E até hoje as leis se modificam, se aperfeiçoam, visando assegurar que
pessoas cada vez mais qualificadas sejam encaminhadas para as escolas. Mas vamos
deixar nossa linha do tempo por aqui para nos concentrarmos no que vem ocorrendo nos
últimos anos no cenário internacional com relação à formação dos professores.
Maurice Tardif, pesquisador canadense, preocupado com as questões sobre o trabalho do
professor, nos convida a refletir sobre o que vem ocorrendo com a carreira dos professores,
principalmente a partir dos anos 1980. Em um texto intitulado A profissionalização do ensino
passados trinta anos: dois passos para a frente, três para trás, Tardif analisa os resultados
do movimento de profissionalização nos últimos trinta anos.
Ele observa que a evolução do ensino não é linear: na história da docência, não só do Brasil
como no mundo, é possível verificar momentos de continuidade, mas também de desvios e
até de retrocessos. Ele afirma que a educação não evolui no mesmo ritmo em todos os
lugares do mundo e é comum encontrar o convívio de formas antigas de ensinar e formas
contemporâneas. Essas tensões, agravadas pelos problemas típicos das políticas públicas
de educação, o financiamento entre outros, nos leva a questionar a possibilidade de uma
real profissionalização. Parece que esse é o desafio que mais nos afeta nos dias de hoje.
Unidade 1 / Aula 2
Desafios contemporâneos
A partir do panorama histórico traçado até aqui, pudemos compreender a trajetória histórica
do ser professor no contexto brasileiro, o que nos permite conhecer e vislumbrar os desafios
atuais da profissão. Podemos afirmar que o grande desafio do século XXI é o fortalecimento
da profissionalidade docente, que perpassa por diversos âmbitos políticos, econômicos e
sociais, à nível nacional para melhorias das condições práticas da vida do educador, e
consequentemente do ensino escolar.
Tais âmbitos abrangem desde questões estruturais que devem ser sanadas pela criação de
políticas públicas para garantia, por exemplo, de infraestrutura adequada nos ambientes
escolares, que possibilitariam melhores condições de ensino e aprendizagem; ainda, o
investimento na formação inicial e continuada dos professores, buscando o constante
aperfeiçoamento de sua profissionalidade perante os inúmeros desafios que envolvem a
prática docente; passando pela esfera econômica, para garantia de recursos e remuneração
adequados ao exercício da profissão; e até mesmo sociais, no sentido de garantir não só o
acesso à população mas também a qualidade da educação como fator de transformação de
realidades em sociedade.
Você pode perceber a complexidade de fatores e desafios que afetam a prática docente,
pois envolvem desde desafios cotidianos vivenciados em sala de aula, como a falta de
materiais ou a falta de formação curricular específica, que afetam diretamente sua atuação
em sala, chegando à fatores de escalas maiores como o projeto político de educação a
nível nacional.
_____
➕ Pesquise mais
Amplie seus conhecimentos acessando o conteúdo a seguir.
Perspectivas atuais da educação. Clique aqui para ler.
https://www.scielo.br/j/spp/a/hbD5jkw8vp7MxKvfvLHsW9D/?lang=pt
Unidade 1 / Aula 2
Avanços e retrocessos da educação
Vamos conhecer um pouco mais sobre os avanços e retrocessos da educação, lendo o
texto do pesquisador Maurice Tardif. Clicando aqui, você encontrará este texto na íntegra
https://www.scielo.br/j/es/a/LtdrgZFyGFFwJjqSf4vM6vs/?lang=pt , mas no primeiro momento
lerá apenas os seguintes tópicos:
- Resumo (Dica: Os resumos, em textos de revistas acadêmicas brasileiras, costumam ser
apresentados em três línguas: português, inglês e francês. Começar a leitura pelo resumo
auxilia bastante na compreensão do texto.)
- Apresentação
- As três idades do ensino
O ensino na idade da vocação
O ensino na idade do ofício
O ensino na idade da profissão
Antes de iniciar a leitura, reflita: a que podem se referir essas “idades da docência”?
Lembre-se que estamos falando da história da educação. Leia esses três tópicos do artigo
e, ao fazer a leitura, registre as frases que considera mais importantes de cada um dos
trechos no seu Diário de Campo.
Veja, a seguir, alguns quadros comparativos sobre as três idades do ensino, proposto por
Tardif.
https://www.scielo.br/j/spp/a/hbD5jkw8vp7MxKvfvLHsW9D/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/es/a/LtdrgZFyGFFwJjqSf4vM6vs/?lang=pt
Agora que você teve contato com as três idades
do ensino propostas por Tardif, consegue perceber uma relação entre a Situação-Problema
e a concepção de professor que foi sendo construída no decorrer desses séculos?
Unidade 1 / Aula 3
A diferença entre educar e instruir
Introdução da aula
Qual é o foco da aula?
Nesta aula você verá as diferenças fundamentais entre a educação e a instrução, e
entenderá de que forma se constrói a identidade do professor.
Objetivos gerais de aprendizagem
Ao longo desta aula, você irá:
Identificar os elementos que compõem a identidade docente;
Examinar as diferenças entre educar e instruir;
Analisar aspectos da vivência prática do professor em diferentes fases de atuação
profissional.
Unidade 1 / Aula 3
Profissionalidade docente
A profissionalidade docente, ao contrário de muitas outras profissões, envolve não só a
reprodução e atualização de conceitos e metodologias apreendidos na formação
acadêmica, que garante o diploma de professor, ela perpassa o acesso às memórias
adquiridas na trajetória escolar. Todo professor já foi um aluno, já vivenciou situações,
afetos e desafetos no ambiente escolar e no contato com seus próprios professores. Na
medida em que nos tornamos professor essa memória de nossas experiências também nos
forma, nos orienta enquanto profissionais, e influência no profissional que seremos.
A singularidade em ser professor repousa justamente em reproduzirmos e transpassamos
aos alunos muito do que nós somos e já vivenciamos enquanto seres humanos: nossa
visão de mundo, nosso humor, nossa maneira de lidar com os desafios e embates
cotidianos, a qualidade de nossa relação e satisfação com o trabalho e com eles mesmos,
nossos principais sujeitos para realização do ato educativo. Deste modo podemos
compreender que nossa prática amplia-se para além do conhecimento teórico adquirido na
formação acadêmica, que se encontra da dimensão de conceitos instrutivos e
metodológicos, alcançamos o âmbito das relaçõeshumanas.
É possível assim compreender a diferença substancial entre a instrução: puramente restrita
ao âmbito teórico adquirido na formação acadêmica, e o educar: como o exercício prático
de interpretação, ajustes, e criação de estratégias metodológicas em sala de aula, que
nascem da criatividade do professor e de sua personalidade, fatores humanos socialmente
construídos por suas memórias e vivências.
_____
➕ Pesquise mais
Amplie seus conhecimentos acessando o conteúdo a seguir.
A dimensão humana na formação do professor: ensinar e aprender além da transmissão
de conteúdos. Clique aqui para ler.
https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2013/6903_4599.pdf
Unidade 1 / Aula 3
Construção da identidade docente
A identidade docente é construção contínua, começa muito antes de ingressar na faculdade
e, na maioria das vezes, não termina quando o professor pega o diploma. Um professor
sempre tem o que aprender, mesmo nos momentos mais dramáticos, nas crises pessoais e
profissionais. Mesmo na hora em que o desânimo incita a vontade de desistir. E faz parte
desse aprendizado saber diferenciar esses dois verbos fundantes da profissionalidade
docente: educar e instruir. Você sabe a diferença?
O que é, para você, educar? E instruir? Procure essas palavras no dicionário e faça um
resumo explicando esses dois termos e escreva-o em seu Diário. Educar ou instruir?
Escolher um ou outro não é simples, não basta ler e compreender o que o dicionário diz
sobre cada uma delas. Na hora da atuação profissional, de decidir por uma ou outra posição
ou alternativa, nem sempre recorremos ao que foi aprendido na faculdade ou nas teorias
pedagógicas, mas sim às representações construídas na trajetória da profissionalidade que
se inicia muito antes do ingresso na faculdade.
No texto Saberes, tempo e aprendizagem do trabalho no magistério, de Tardif em coautoria
com Danielle Raymond, os autores afirmam que a trajetória docente não se inicia com o
ingresso no curso superior ou mesmo na carreira, mas sim muito antes num período em que
ele mesmo foi aluno e conheceu o que significa ser professor a partir de outro ponto de
vista. A carreira teria, para esses autores, dois períodos: pré-profissional e profissional. É
assim que eles nos apresentam essa informação:
“Em primeiro lugar, a trajetória pré-profissional. Como mostra uma abundante literatura (ver
sínteses em Carter e Doyle 1996; Raymond 1998a e 1998b; Wideen, Mayer-Smith e Moon
1998), uma boa parte do que os professores sabem sobre o ensino, sobre os papéis do
professor e sobre como ensinar provém de sua própria história de vida, principalmente de
sua socialização enquanto alunos. Os professores são trabalhadores que foram imersos em
seu lugar de trabalho durante aproximadamente 16 anos (em torno de 15.000 horas), antes
mesmo de começarem a trabalhar. Essa imersão se expressa em toda uma bagagem de
conhecimentos anteriores, de crenças, de representações e de certezas sobre a prática
docente.
Ora, o que se sabe hoje é que esse legado da socialização escolar permanece forte e
estável através do tempo. Na América do Norte, percebe-se que a maioria dos dispositivos
https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2013/6903_4599.pdf
de formação inicial dos professores não consegue mudá-los nem abalá-los. Os alunos
passam através da formação inicial para o magistério sem modificar substancialmente suas
crenças anteriores sobre o ensino.
E, tão logo começam a trabalhar como professores, sobretudo no contexto de urgência e de
adaptação intensa que vivem quando começam a ensinar, são essas mesmas crenças e
maneiras de fazer que reativam para solucionar seus problemas profissionais.
Em segundo lugar, a trajetória profissional. Os saberes dos professores são temporais, pois
são utilizados e se desenvolvem no âmbito de uma carreira, isto é, ao longo de um
processo temporal de vida profissional de longa duração no qual intervêm dimensões
identitárias, dimensões de socialização profissional e também fases e mudanças. A carreira
é também um processo de socialização, isto é, um processo de marcação e de
incorporação dos indivíduos às práticas e rotinas institucionalizadas das equipes de
trabalho. Ora, essas equipes de trabalho exigem que os indivíduos se adaptem a essas
práticas e rotinas, e não o inverso. Do ponto de vista profissional e da carreira, saber como
viver numa escola é tão importante quanto saber ensinar na sala de aula. Nesse sentido, a
inserção numa carreira e o seu desenrolar exigem que os professores assimilem também
saberes práticos específicos aos lugares de trabalho, com suas rotinas, valores, regras etc.”
A experiência de vida na fase pré-profissional e a experiência de vida na fase profissional
são tão importantes quanto a formação acadêmica do professor, e muito do que ele
compreende que significa educar foi construído nessas passagens entre o momento de
ingressar na carreira e o momento de sentir se um professor, de fato.
Em breve você verá como isso tudo acontece na prática! As experiências dos professores
Fábio, Vanderlei, Marília e Marli, apresentadas por meio de vídeos, irão lhe mostrar que
educar é uma tarefa complexa que pressupõe a ação de sujeitos. Não se instrui, muito
menos se educa sem sujeitos em interação. E sobre isso, ninguém mais inspirador que
Paulo Freire. Veja o que ele diz:
“Ser professor hoje é viver intensamente o seu tempo com consciência e sensibilidade. Não
se pode imaginar um futuro para a humanidade sem educadores. Os educadores, numa
visão emancipadora, não só transformam a informação em conhecimento e em consciência
crítica, mas também formam pessoas. (FREIRE, 1997, p. 65)”
“Assim como não posso ser professor sem me achar capacitado para ensinar certo e bem
os conteúdos de minha disciplina não posso, por outro lado, reduzir minha prática docente
ao puro ensino daqueles conteúdos. Esse é um momento apenas de minha atividade
pedagógica. Tão importante quanto ele, o ensino dos conteúdos, é o meu testemunho ético
ao ensiná-los. É a decência com que o faço. É a preparação científica revelada sem
arrogância, pelo contrário, com humildade. É o respeito jamais negado ao educando, a seu
saber de ‘experiência feito’ que busco superar com ele. Tão importante quanto o ensino dos
conteúdos é a minha coerência na classe. A coerência entre o que digo, o que escrevo e o
que faço. (FREIRE, 1997, p. 116)”
______
➕ Pesquise mais
Se você gostou desse estudo e quer saber mais sobre a história da formação dos
professores no Brasil, clique aqui para acessar a um artigo complementar.
Unidade 1 / Aula 4
Introdução da aula
Qual é o foco da aula?
Agora é chegado o momento de praticar o que você estudou na unidade. Se precisar, volte
ao conteúdo textual e em vídeo para retomar alguns pontos e responder aos
questionamentos propostos a seguir.
Objetivos gerais de aprendizagem
Ao longo desta aula, você irá:
Recordar aspectos estudados nas unidades anteriores;
Interpretar situações relacionadas à prática docente;
Formular respostas sobre questionamentos relacionados ao conteúdo teórico da unidade.
Unidade 1 / Aula 4
Resolução da Situação-Problema
Nesta unidade, começamos com um dilema docente que remete à idéia de vocação e nos
possibilita discutir sobre a profissionalização da docência e seu significado, considerando
apontamentos relacionados à história da educação.
Vamos relembrar?
Uma professora acabou de passar no concurso e assumiu uma sala na escola em que ela
mesma escolheu, perto de sua casa. Porém, apenas dois meses depois já se encontrava
infeliz: todos os dias ela chegava em casa tarde, cansada e desgastada com os alunos que
só brigavam entre eles na sala de aula. Eles não seguiam suas orientações e não davam
valor algum às propostas didáticas planejadas com tanta atenção. Um dia ela recebeu um
convite para voltar à empresa em que trabalhava antes de ingressar na escola, e pensou:
“será que eu deveria sair da escola e voltar ao antigo emprego? Eu tenho mesmo jeito para
ser professora?” O que você a aconselharia a fazer?
Passos paraa solução da situação-problema
Os passos para a resolução da situação-problema perpassa toda a unidade.
Fique atento para compreender essa forma de solução da situação-problema que estará
presente em todas as disciplinas de Práticas Pedagógicas e nas quatro unidades de
Identidade Docente.
Passo 1: aprofundar a informação e trazer referências
Sabemos que a professora acabou de passar no concurso e assumiu uma sala na escola
em que ela mesma havia escolhido. Era perto de sua casa, ela deveria estar contente. Por
que isso não aconteceu? Os textos de Maurice Tardif, apresentados na referência
bibliográfica, trata diretamente dessa questão. Por outro lado, os professores entrevistados
nos vídeos indicam quais ações poderiam auxiliar essa professora.
Passo 2: interpretar a informação e realizar inferências e hipóteses No caso que estamos
estudando, a professora questionou sua escolha logo no início da carreira, assim que
passou no concurso. Deveria ser, portanto, o início da sua trajetória profissional. As
questões a seguir podem suscitar boas reflexões.
Reflita:
Por que uma crise ocorreria no início da carreira docente?
O que essa crise revela?
De que modo suas crenças e maneiras de fazer, aprendidos em uma etapa pré-profissional,
relacionam-se com o vivido pela professora novata?
Se é fato que a carreira docente é também um processo de socialização, seria possível
investigar possíveis problemas de socialização da professora no princípio da carreira? Que
tipo de problemas poderiam interferir?
Como a professora estaria se relacionando com as práticas e rotinas institucionalizadas na
escola em que ela escolheu trabalhar? Será que alguém mais como os colegas de trabalho
da escola, parceiros mais experientes, sabiam que ela estava angustiada com essa
questão? Como deve ter sido essa interação?
Será que a escola desenvolveu alguma proposta de adaptação das rotinas, dos
procedimentos, visando acolher a professora novata?
Será que o problema maior da professora é saber viver na escola ou saber ensinar na sala
de aula?
Alguns saberes práticos específicos do lugar de trabalho seriam necessários nesse primeiro
momento: será que isso de fato ocorreu?
Passo 3: compreender o problema e pensar uma solução
A questão reflexiva deve remeter à situação-problema de forma explícita, mas é importante
fazer relações com o referencial teórico e com as práticas observadas por meio dos vídeos.
E você, o que responderia à professora apresentada na situação-problema?
Unidade 1 / Aula 4
Mão na massa
Após finalizar a leitura do artigo de Maurice Tardif, dedique um tempo para analisar as
questões disponibilizadas a seguir, a fim de verificar o que aprendeu sobre o tema. Essas
questões não terão peso de nota, mas são importantes para fortalecer o seu entendimento
a respeito do que foi tratado na unidade. Por isso, mãos à obra!
Questão 1
No artigo, o autor apresenta um estudo síntese das pesquisas que investigaram os
conhecimentos dos professores.
Segundo essas pesquisas, o conhecimento dos professores pode corresponder a:
a) Tudo aquilo que ele aprendeu na faculdade.
b) Suas ideias e representações mentais,
c) Representações mentais, crenças, regras tácitas de ação, argumentos práticos,
competências, conhecimentos de ação, etc.
Resposta correta: alternativa C.
Questão 2
Na verdade, dizer a um professor “que ele sabe ensinar” é:
a) Fazer um julgamento normativo com base em determinados valores sociais e educativos.
b) Reconhecer que ele prepara boas aulas.
c) Valorizar seu trabalho.
Resposta correta: alternativa A.
Questão 3
Para o autor:
a) São questões do trabalho docente: formação, desenvolvimento profissional, identidade,
carreira, condições de trabalho, tensões e problemas socioeducativos que marcam a
profissão, características das instituições escolares onde trabalham os professores,
conteúdos dos programas escolares.
b) São dimensões do trabalho docente: formação, desenvolvimento profissional, identidade,
carreira, condições de trabalho, tensões e problemas socioeducativos que marcam a
profissão, características das instituições escolares onde trabalham os professores,
conteúdos dos programas escolares.
c) São conhecimentos do docente: formação, desenvolvimento profissional, identidade,
carreira, condições de trabalho, tensões e problemas socioeducativos que marcam a
profissão, características das instituições escolares onde trabalham os professores,
conteúdos dos programas escolares.
Resposta correta: alternativa B.
Questão 4
Os nomes que aparecem em letras maiúsculas entre parênteses ao longo do texto são
referências de outros autores ou pesquisadores que o autor recorreu para se informar e
aprofundar seus conhecimentos. Partindo disso, assinale a alternativa incorreta.
a) SCHON é o autor que entende que o conhecimento dos professores provém de uma
epistemologia da prática.
b) DURAND é o autor que afirma que o conhecimento dos professores não tem nada a ver
com o conhecimento teórico.
c) BLACKLER é o autor que afirma que é preciso abordar esses conhecimentos a partir do
que os professores fazem, ou seja, a partir de seu trabalho real.
Resposta correta: alternativa B.
Questão 5
Localize a informação no texto, leia com atenção e assinale a alternativa errada. Pense: “o
campo internacional da pesquisa sobre o conhecimento dos professores passa atualmente
por certa estagnação científica porque”:
a) Há uma visão comum do conhecimento profissional próprio aos professores.
b) É muito difícil isolar a questão do conhecimento dos professores das outras dimensões
do trabalho docente; é impossível separar completamente as questões normativas das
questões epistemológicas.
c) É impossível separar completamente as questões normativas das questões
epistemológicas.
Resposta correta: alternativa B.
Questão 6
Podemos entender por “conhecimento dos professores”:
a) Saberes integrados às práticas diárias de ensino que são, em grande parte,
determinados por questões normativas, éticas ou políticas.
b) Tudo aquilo que ele aprendeu sobre os conteúdos que pretende ensinar.
c) A soma de “saberes” ou de “competências” que poderiam ser descritos e encerrados num
livro ou num catálogo de competências.
Resposta correta: alternativa A.
Questão 7
Leia com atenção o parágrafo e assinale a alternativa correta. O autor afirma que, para os
professores, seus conhecimentos estão profundamente ancorados em sua experiência de
vida no trabalho. Isso quer dizer que:
a) Os professores não utilizam conhecimentos
externos provenientes de sua formação.
b) Os professores utilizam conhecimentos externos provenientes de sua formação.
c) Além dos conhecimentos provenientes de sua formação, os professores utilizam o que
aprenderam na pesquisa, nos programas ou outras fontes de conhecimento.
Resposta correta: alternativa C.
Unidade 1 / Aula 4
Registrando: Diário de Campo
Depois de ter assistido ao vídeo e analisado os textos sugeridos, escreva alguns tópicos,
abordando o que aprendeu até aqui. Para auxiliar no seu processo de desenvolvimento,
responda os questionamentos a seguir.
Se considerarmos as três idades do ensino propostas por Maurice Tardif, podemos afirmar
que o ensino hoje no Brasil está na idade da profissão. Você concorda com essa afirmação?
Justifique sua resposta considerando: as leituras que você fez, as experiências dos
professores que aparecem no vídeo e sua experiência como aluno.
Para que seja possível nos aproximarmos do ensino da idade da profissão, o que é preciso
fazer ?
Considerando os textos e o que você viu nos vídeos, indique de três a cinco situações ou
vivências que influenciam na formação de um professor e na construção da identidade
docente.
Unidade 2 / Aula 1
Os direitos de aprendizagem e o currículo escolar
Introdução da Unidade
Nesta unidade, vamos pensar sobre um dos elementos mais determinantes da identidade
do professor: a sua relação com os alunos. Não existe professor se não existirem também
alunos. Professor é um sujeito que assim se constitui na relação com seus alunos. Odesafio é ajudá-lo a responder à seguinte questão: quem garante o direito de todo aluno
aprender?
Você já parou para pensar que a Educação nem sempre foi direito de todos os brasileiros?
Se retomarmos a história da docência no Brasil, veremos que a construção da identidade
docente está intrinsecamente relacionada com o fato de que a educação foi se constituindo
em nossa história, pouco a pouco,como um direito de todos. No início, quando o sistema
ainda era muito pequeno, a Educação era privilégio de alguns poucos mais abastados, de
uma elite social, muito diferente do cenário atual em que temos garantia pela legislação de
que não deve faltar escolas para as crianças. O ensino é obrigatório: os pais precisam levar
as crianças à escola, mas é dever do Estado oferecer educação pública.
Isso, no entanto, não resolve o problema. Além do acesso, o direito à educação pressupõe
que ele seja efetivo, quer dizer, que tenha qualidade sufi ciente para gerar impactos na
qualidade de vida dos sujeitos e no desenvolvimento social.
E é bem nesse ponto que incide nossa provocação.
A Educação é um direito universal dos homens. Mas por quê? Por que não se pode afirmar
que ela é direito de um povo, de um país que construiu um sistema público de ensino? Por
que é um direito humano?
Pense a respeito, registre suas conclusões no Diário de Campo.
Volte em seguida para seguir com os estudos dessa aula. Nesta Unidade 2, você será
desafiado a resolver uma situação, que é um dos problemas mais comuns no cotidiano dos
professores.
Objetivos da Unidade
Ao longo desta Unidade, você irá:
Reconhecer os direitos de aprendizagem garantidos pela legislação brasileira;
Identificar as condições propícias para a aprendizagem;
Analisar o papel do professor para assegurar o direito ao acesso e à aprendizagem de
qualidade.
Unidade 2 / Aula 1
Introdução da aula
Qual é o foco da aula?
Nesta aula falaremos sobre os direitos de aprendizagem garantidos por lei e como o
currículo escolar deve ser pensado para promover o acesso a esses direitos.
Objetivos gerais de aprendizagem
Ao longo desta aula, você irá:
Recordar os direitos de aprendizagem assegurados a todos os estudantes brasileiros;
Identificar os padrões de qualidade necessários para a prática da aprendizagem efetiva;
Examinar as condições de aprendizagem que garantem o direito de aprender.
Situação-Problema
Todos os dias um aluno vem para a escola sem ter feito a tarefa. Ele afirma que não tem
tempo. O mesmo tem ocorrido nas aulas de outros professores. O aluno já foi notificado,
mas ele jogou fora o bilhete, pela segunda vez, para não ter de entregar aos pais. Nessa
semana ele faltou na sua aula. O que você faz? Justifique sua decisão do ponto de vista
educativo.
Escreva o que pensa sobre isso em seu Diário de Campo.
Lembre-se que no decorrer desta Unidade terá subsídios para rever esta opinião inicial.
Como será que fazer, ou não, a lição de casa relaciona-se aos direitos de aprendizagem
dos alunos? O conteúdo textual desta Unidade e os vídeos poderão ajudá-lo a pensar sobre
isso.
Unidade 2 / Aula 1
O direito à educação
A educação como um direito básico inerente a todo ser humano, é legalmente referenciada
pela Assembléia Geral das Nações Unidas, que reuniu líderes mundiais em Paris em 1948,
onde foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH).
Em seu Artigo 12 da DUDH, é assegurado que toda pessoa tem direito à educação, que
deve inspirar-se nos princípios de liberdade, moralidade e solidariedade humana. Deste
modo, a garantia de educação como um direito básico, têm como intuito e deve
proporcionar o preparo para subsistir de uma maneira digna, para melhorar o seu nível de
vida e para poder ser útil à sociedade.
Reconhecemos hoje, nas sociedades modernas, a importância que a instrução escolar e o
conhecimento possuem, na grande maioria dos casos como uma condição para a
sobrevivência, para a empregabilidade e garantia de manutenção da vida, afetando
diretamente o bem-estar social. A escola, como instituição têm a função de partilhar o
conhecimento acumulado pela humanidade, sendo a educação um bem público da
sociedade, que possibilita inclusive o acesso e a compreensão aos demais direitos sociais.
Enquanto instituição, a escola tem no sujeito professor a representatividade de autoridade,
não coercitiva, mas sustentada pela obediência voluntária, pela confiança, que tanto as
famílias como os alunos nele depositam. O currículo, isto é, os conteúdos e conhecimentos
socialmente construído preservados e repassados pelos professores, abrangem valores,
tradições e culturas de interesse público e social. Podemos problematizar a escolha de
conteúdos, conhecimentos e visões de mundo específicas reproduzidas no currículo, bem
como as práticas pedagógicas de que nos servimos para seu ensino, que refletem uma
divisão desigual de poder e escolha cultural dentro da sociedade.
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Declaração Universal dos Direitos Humanos. Clique aqui para acessar. https://brasil.un.org/
Unidade 2 / Aula 1
Garantia do direito de aprender
Toda pessoa tem direito à educação. Essa frase é poderosa, ela traduz um direito de toda e
qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo. Ela é um direito universal.
Você sabia que o direito à Educação é uma garantia de todos os povos da Terra?
Você conhece o que diz a Declaração Universal do Direitos Humanos (DUHD)? E a
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem (DADDH)?
O ano de 1948 foi muito importante para o mundo todo. Foi o ano em que muitos homens,
de diferentes origens, passaram a se preocupar e a trabalhar juntos para a defesa de um
bem superior: o próprio homem e seus direitos.
Em abril de 1948, em Bogotá, na IX Conferência Internacional Americana, representantes
de países de toda a América Latina resolveram propor uma Declaração para que se
pudesse assumir universalmente, em todas as regiões da América Latina, os direitos e os
deveres do Homem.
Em dezembro desse mesmo ano, numa Assembléia Geral das Nações Unidas que reuniu
líderes mundiais em Paris, foi aprovado um documento marco da história dos direitos
humanos: a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Tal documento deveria funcionar como uma norma a ser alcançada por todos os povos e
nações, estabelecendo a prioridade da vida e da proteção dos direitos de todo e qualquer
homem. A DUDH é o texto mais traduzido no mundo, com versões em mais de 360 idiomas.
A Declaração inspirou as constituições de muitos estados e democracias recentes e até
https://brasil.un.org/
hoje é chamada nos júris internacionais para justificar a defesa de povos em lutas ou
guerras internacionais.
A educação é citada como direito em ambos os documentos. Veja como cada uma das
declarações trata do assunto:
Artigo 12 da DADDH
“Toda pessoa tem direito à educação, que deve inspirar-se nos princípios de liberdade,
moralidade e solidariedade humana. Tem, outrossim, direito a que, por meio dessa
educação, lhe seja proporcionado o preparo para subsistir de uma maneira digna, para
melhorar o seu nível de vida e para poder ser útil à sociedade.O direito à educação
compreende o de igualdade de oportunidade em todos os casos, de acordo com os dons
naturais, os méritos e o desejo de aproveitar os recursos que possam proporcionar a
coletividade e o Estado.
Toda pessoa tem o direito de que lhe seja ministrada gratuitamente, pelo menos, a instrução
primária.”
Artigo XXVI da DUDH
“Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus
elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução
técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior está baseada no
mérito.”
Note que na Declaração dos povos americanos, não se fala em instrução e sim em
educação. Não se fala em ser humano, mas sim em pessoa. Essa linguagem visa atender
de modo singular aos anseios dos povos da América Latina, sem perder de vista os
significados já construídosem suas histórias.
Vamos saber mais a respeito para compreender por que, afinal, a Educação é, entre tantos
os demais temas, um assunto vital para a vida dos homens em qualquer lugar do mundo.
Unidade 2 / Aula 2
Condições para aprender
Introdução da aula
Qual é o foco da aula?
Nesta aula, falaremos sobre as condições necessárias para a garantia do processo de
aprendizagem do aluno.
Objetivos gerais de aprendizagem
Ao longo desta aula, você irá:
Apontar os elementos que compõem o ensino de qualidade;
Identificar a atuação do professor para promoção do ensino de qualidade;
Analisar a prática pedagógica do dever de casa enquanto instrumento de aprendizagem.
Unidade 2 / Aula 2
Qualidade no processo educativo
Na medida em que compreendemos a educação como um direito, é dever do Estado
fornecê-la. Além do acesso, o direito à educação pressupõe que ele seja efetivo, quer dizer,
que tenha qualidade suficiente para gerar impactos na qualidade de vida dos sujeitos e no
desenvolvimento social.
É neste sentido que a educação como direito demanda não apenas construção de escolas,
e obrigatoriedades legais de que toda criança frequente uma unidade escolar, mas também
de constantes investimentos na qualidade do ensino ofertado, o que envolve a valorização
da profissão professor, a possibilidade de formação continuada, a atualização curricular
constante e a disponibilização de recursos pedagógicos que ampliem as possibilidades de
aprendizagem. É neste âmbito que compreendemos que as condições para aprender
precisam ser asseguradas no plano institucional.
Ainda, a normativa curricular, amplia-se para além de um documento que regulamenta a
escola, mas sim como tudo o que ocorre em seu cotidiano. As situações cotidianas do
ambiente escolar, mediado pelas relações de professores, alunos, equipe diretora e demais
agentes escolares são também currículo, que ganha assim uma dimensão humana.
A lição de casa, enquanto recurso pedagógico amplamente praticado nas escolas, pode ser
compreendida como um facilitador do processo de aprendizagem, mas ao mesmo tempo,
torna explícita as desigualdades no acompanhamento pelas famílias da educação das
crianças, configurando a médio e longo prazo, condições desiguais de aprender.
Unidade 2 / Aula 2
Condições de aprendizagem
Reconhecemos, desde o estudo realizado na unidade anterior, que as condições para
aprender precisam ser asseguradas no plano institucional.
Dizia José Sérgio Fonseca de Carvalho (online), no texto Democratização do ensino e a
polêmica conceitual.
“Ao professor cabe esse papel de agente institucional responsável simultaneamente pela
preservação de certos saberes, valores e práticas que uma sociedade estima e pela
inserção social dos novos nessa parcela da cultura humana”.
Esse papel, que um sujeito assume por escolha, por responsabilidade ética, é
desempenhado não apenas no nível das grandes decisões de planejamento, mas também
nas pequenas ações do cotidiano. Aliás, esse é o sentido mais autêntico da palavra:
currículo não pode ser entendido como um documento que regulamenta a escola, mas sim
como tudo o que ocorre no cotidiano. O que se passa todos os dias na escola, mediado
pelas relações de professores e alunos, é também currículo.
Toda escola tem um trabalho com a lição de casa, mesmo assim são poucos os
pesquisadores que se importam com essa prática, tão presente na cultura escola. Ela
comunica os resultados da pesquisa microssociológica na qual a autora analisou as
diferenças e desigualdades espelhadas na prática social de prescrição e realização dos
deveres de casa, tanto no âmbito das famílias quanto no das escolas. Nas entrevistas a
professores e familiares verificou-se que em alguns casos as desigualdades são mais
explícitas, revelando inclusive condições de realização dos deveres e de acompanhamento
pelas famílias.
Além das desigualdades, ela encontrou também diferenças no tratamento das famílias e
dos próprios currículos escolares o que, a médio prazo, também resulta em desigualdade já
que configura condições desiguais de aprender. É por isso que ela usa a imagem do dever
de casa como espelho: o que se vê refletido é, na verdade, o problema das condições de
equidade/iniquidade do sistema educacional.
É assim que ela entende o papel do dever de escola no conjunto das demais ações
educativas:
“(...) parte-se do pressuposto de que as práticas e concepções relativas ao dever de casa
ganham importância, como objeto de análise, para além de sua vinculação específica aos
resultados do processo pedagógico, especialmente na medida em que podem espelhar
outros aspectos centrais desse processo, tais como: as diferentes matrizes curriculares e
seus fundamentos; a relação com o saber, com o aprender e com o trabalho escolar; as
relações entre família e escola e a própria função social da última. A imagem do “espelho”
aqui não evoca, evidentemente, uma reprodução perfeita, mas sim a possibilidade de se
visualizar tais aspectos do processo educacional ao “olhar” para o dever de casa - o que se
torna possível uma vez que este “[...] está na encruzilhada de numerosos fenômenos
constitutivos do mundo escolar e de suas relações com o resto da sociedade [...]” (RAYOU,
2009, p. 10, tradução minha).”
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➕ Pesquise mais
Leia mais a respeito no artigo "Dever de casa, espelho de desigualdades educacionais e
sociais” clicando aqui.
https://www.scielo.br/j/edur/a/T45V5qF4x7bT7z3sBd7HnPm/?lang=pt
Unidade 2 / Aula 3
A ação docente e a garantia dos direitos de aprendizagem
https://www.scielo.br/j/edur/a/T45V5qF4x7bT7z3sBd7HnPm/?lang=pt
Introdução da aula
Qual é o foco da aula?
Nesta aula falaremos sobre a conduta do professor para a garantia dos direitos de
aprendizagem.
Objetivos gerais de aprendizagem
Ao longo desta aula, você irá:
Identificar a atuação do professor na garantia de aprendizagem do estudante;
Analisar situações de desigualdade social e a melhor forma de intervenção do professor;
Examinar aspectos sobre a gestão dos sistemas educacionais e diretrizes nacionais para a
educação.
Unidade 2 / Aula 3
O papel do professor na garantia da aprendizagem
A ação docente tem ampla influência nas condições e garantias do direito de aprendizagem
dos alunos: seja na mediação do currículo obrigatório e nas metodologias de ensino
exercidas, seja na figura de autoridade institucional, que se relaciona e vivencia
cotidianamente o ambiente escolar, difundindo conceitos e valores sociais. Neste sentido, a
atuação do professor demanda uma prática reflexiva e sensível de reconhecer os sujeitos
em aprendizagem, seu contexto social e individual, evitando comportamentos e práticas
excludentes, que prejudiquem as condições essenciais para a aprendizagem.
Esta atuação do docente, se amplia ainda para além do contexto escolar através, por
exemplo, da utilização do dever de casa, considerado favorecedor do desempenho escolar.
O papel da família no acompanhamento e valorização das tarefas de casa é visto como um
dos fatores de sua eficácia. No entanto, a pluralidade de condições parentais e sociais
vivenciadas em sala, tornam mais complexa e desiguais as condições para sua realização.
A depender da postura e da compreensão do docente em sala, a utilização de tal recurso
pode evidenciar e fomentar os comparativos e a desigualdade em sala, visto que as
próprias famílias não dispõem de condições materiais e culturais idênticas. A sensibilidade e
consciência do profissional docente, são também características essenciais para evitar a
reprodução de comportamentos excludentes, criando a demanda de reinvenção de sua
própria prática e recursos de aprendizagem que possibilitem o amplo direito de
aprendizagem às múltiplas realidades vivenciadas por seus alunos.
Unidade 2 / Aula 3
Conduta do professor e desigualdades no processo educativo
Muitas vezes os professores mais rigorosos que cobram o dever de casa e punem os
alunos que não fazem as tarefas são justamente os mais valorizados dentro da escola. São
vistos como professores que têm autoridade juntoaos alunos.
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💭 Reflita
As famílias têm origens culturais diferentes e lidam com o acompanhamento da tarefa de
modos igualmente diferentes. Como esses professores podem manter sua autoridade sem
estimular, ainda que de forma inconsciente, desigualdades entre as crianças, prejudicando
justamente os mais desfavorecidos?
Pense a respeito e escreva em seu Diário de Campo.
______
Fica claro que cobrar da mesma maneira crianças que têm condições muito diferentes só
aumenta as desigualdades. Sobre isso, diz a professora Tânia de Freitas Resende (2012):
“Em outras palavras: se o dever de casa é considerado favorecedor do desempenho escolar
e se o acompanhamento parental a ele é visto como um dos fatores de sua eficácia, isso
objetivamente coloca as diferentes famílias em posições desiguais diante do mercado
escolar, já que elas não dispõem de condições materiais e culturais idênticas para fazer
face a esse papel; e tal desigualdade é tanto mais vivida como sofrimento quanto mais as
famílias compartilham dessa concepção que coloca a escolaridade, os deveres de casa e o
acompanhamento parental como valores.
Tal sofrimento resulta, portanto, do fato de que, não sendo indiferentes aos valores
escolares, as famílias em questão nem sempre encontram, em suas dinâmicas internas, os
recursos necessários para corresponder a eles de modo satisfatório.”
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➕ Pesquise mais
Se você quiser saber mais sobre a legislação que assegura o direito à educação, pode
acessar esses dois materiais.
O primeiro é Direito à educação, subsídios para a gestão dos sistemas educacionais, um
compilado de toda a legislação que assegura o direito à educação, desde a Constituição de
1989 até as resoluções de 2004. Clique aqui para ler a respeito.
O segundo material é o documento de todas as diretrizes nacionais para a educação, um
documento que regulamenta a educação pública e a organização de currículos escolares de
todos os segmentos, incluindo a educação indígena, quilombola, do campo, ribeirinha e
outras minorias. Clique aqui para saber mais.
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=15548-d-c-n
-educacao-basica-nova-pdf&Itemid=30192
Unidade 2 / Aula 4
Na prática
Introdução da aula
Qual é o foco da aula?
Agora é chegado o momento de praticar o que você estudou na unidade. Se precisar, volte
ao conteúdo textual e em vídeo para retomar alguns pontos e responder aos
questionamentos propostos a seguir.
Objetivos gerais de aprendizagem
Ao longo desta aula, você irá:
Recordar aspectos estudados nas unidades anteriores;
Interpretar situações relacionadas à prática docente;
Formular respostas sobre questionamentos relacionados ao conteúdo teórico da unidade.
Unidade 2 / Aula 4
Resolução da Situação-Problema
A situação-problema apresentada traz uma questão muito comum ao cotidiano docente:
como proceder quando o aluno não faz a lição de casa? A partir desse dilema, discutiremos
o direito à aprendizagem e qual deve ser a atuação do professor em prol da garantia desses
direitos. O objetivo é mostrar que, nessa perspectiva, para solucionar um problema rotineiro
e comum a todos os professores da educação básica, é preciso ter clareza de uma série de
questões presentes na relação professor-aluno.
Vamos relembrar?
Todos os dias um aluno vem para a escola sem ter feito a tarefa. Ele afirma que não tem
tempo. O mesmo tem ocorrido nas aulas de outros professores. O aluno já foi notificado,
mas ele jogou fora o bilhete, pela segunda vez, para não ter de entregar aos pais. Nessa
semana ele faltou na sua aula. O que você faz?
Passos para a solução da situação-problema
Os passos para a resolução da situação-problema perpassa toda a unidade.
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=15548-d-c-n-educacao-basica-nova-pdf&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=15548-d-c-n-educacao-basica-nova-pdf&Itemid=30192
Passo 1: Aprofundar a informação e trazer referências
Na aula 1, vimos breve apresentação da Declaração Universal do Direitos Humanos e da
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem. O direito à aprendizagem e à
escolarização no Brasil é tratado com base na leitura da publicação Direito Humano à
Educação, organizado pela Plataforma Dhesca em parceria com a Ação Educativa.
Nas aulas 2 e 3 tratamos mais especificamente da questão da lição de casa por meio de
dois trechos do artigo Dever de casa, espelho de desigualdades educacionais e sociais, de
Tânia de Freitas Resende, da Universidade Federal de Minas Gerais.
Esse referencial teórico é importante para que você tenha embasamento para solucionar a
situação-problema apresentada.
Passo 2: Interpretar a informação e realizar inferências e hipóteses
Para responder à situação-problema, algumas questões podem favorecer sua reflexão:
De que modo as referências teóricas ajudam a compreender a complexidade da tarefa
escolar?
Existem informações ainda obscuras? Por exemplo: por que o aluno não quer entregar o
bilhete aos pais? Alguma hipótese? Será que a criança tem pais ou adultos responsáveis a
quem pode recorrer ao longo do dia?
Quem são esses pais? Como eles se relacionam com a escola?
Em quais outras ações, além de chamar os pais dos alunos, a escola pode investir? (Neste
caso, é possível remeter às respostas que os professores deram nos vídeos, que você
encontra ao final desta e das demais unidades.)
Que concepções de aprendizagem podem estar por trás das propostas de tarefa e do modo
como a escola vem encaminhando os casos dos alunos que não realizam dever de casa?
De que modo esse caso pode indicar o trabalho escolar?
O que é necessário investigar sobre as ações entre família e escola? Que relações podem
existir entre elas?
Passo 3: Compreender o problema e pensar em uma solução
Sugerimos duas questões reflexivas que remetem a uma discussão a partir da experiência
do estudante, mas é importante que ele as relacione ao referencial teórico estudado e às
entrevistas apresentadas em vídeo.
Você se recorda das tarefas escolares da época em que era aluno? Quais tipos de tarefas
lhe eram solicitadas? Você sempre as realizava? E o que a professora fazia com o resultado
das tarefas de toda a sala? Analise sua experiência considerando o que gostaria de repetir
e o que faria de forma diferente.
Pense sobre sua trajetória como estudante. Tomando como ponto de partida a Educação
como Direito humano, regida pelos princípios da universalidade, interdependência,
indivisibilidade e justiçabilidade, você acha que teve seu direito à Educação garantido?
Justifique sua resposta com base no referencial teórico estudado.
Passo 4: Comunicar a solução
Para propor uma solução para o problema, é importante que você considere dois aspectos:
O professor é responsável por garantir o direito à aprendizagem de cada um de seus
alunos.
A identidade docente também é formada na relação que cada professor estabelece com
seus alunos.
Unidade 2 / Aula 4
Registrando: Diário de Campo
Depois de ter assistido ao vídeo e analisado os textos sugeridos, escreva alguns tópicos,
abordando o que aprendeu até aqui. Para auxiliar no seu processo de desenvolvimento,
responda os questionamentos a seguir.
Com o conteúdo estudado, comente a seguinte afirmação: A identidade docente também é
definida na relação do professor com seus alunos.
O que os professores precisam fazer no dia a dia para manter a autoridade sem estimular,
ainda que de forma inconsciente, desigualdades entre as crianças, prejudicando justamente
os mais desfavorecidos?
Unidade 3 / Aula 1
Os direitos de aprendizagem de todo professor
Introdução da Unidade
Nesta unidade, discutiremos mais um aspecto da construção da identidade docente, o
sentido da ação do professor com os alunos. Como mencionado na Unidade 2, um
professor se constitui na relação com seus alunos, mas que tipo de relação é esta? No que
essa relação se distingue das tantas formas de interação possíveis no mundo profissional?
Professores e alunos seencontram, presencialmente ou à distância, por um contrato muito
especial no qual se acorda que todos devem aprender.
Objetivos da Unidade
Ao longo desta Unidade, você irá:
Recordar os direitos de aprendizagem do professor;
Examinar as condições necessárias para a promoção da aprendizagem do professor;
Interpretar os aspectos relacionados à profissionalidade docente.
Unidade 3 / Aula 1
Introdução da aula
Qual é o foco da aula?
Nesta aula falaremos sobre a importância da formação continuada do professor.
Objetivos gerais de aprendizagem
Ao longo desta aula, você irá:
Recordar os direitos do professor, assegurados pela LDB;
Identificar a importância da formação continuada do professor;
Analisar as condições necessárias para que o professor continue aprendendo.
Unidade 3 / Aula 1
Ensinar e aprender
O conhecimento teórico e empírico desenvolvido pelas pesquisas acadêmicas desde o
século XX, com a temática do que é ser professor, seus desafios e demandas, têm como
grande consenso a necessidade permanente de aprimoramento e atualização do
profissional docente em exercício. As rápidas e intensas transformações sociais vivenciadas
desde então, se refletem na organização social e na produção cultural, transpassando suas
influências para o âmbito de como ensinar e aprender.
É célebre no meio acadêmico as contribuições de Paulo Freire, que afirma ser o professor
um sujeito que ao ensinar, também aprende. Esta é uma particularidade inerente à
docência: a necessidade constante de autocrítica e revisitação de suas práticas
pedagógicas. Não há possibilidade de fórmulas prontas, receitas, ou roteiros para serem
reproduzidos com diferentes turmas, em diferentes anos, por diferentes professores. A
educação de qualidade exige uma reinvenção constante do profissional, seja na mediação
do currículo, seja na linguagem utilizada, nos recursos explorados, ou nas particularidades
sociais e individuais dos alunos.
Um bom professor tem consciência da impossibilidade em continuar adotando estratégias
didáticas e metodológicas por todos os anos de sua profissão. A docência possui um âmbito
pessoal, relacional, fruto do contato diário com o humano, com os alunos, que espelham
reflexos da sociedade em transformação. Professores com posturas e práticas enrijecidas
só causam desafetos, traumas, insatisfações tanto ao professor como para os alunos na
relação em sala de aula.
Ainda, a formação profissional docente abrange não só os períodos de educação formal,
mas tem sua continuação ao longo do exercício da carreira: a chamada Formação
Continuada de Professores, que são mescladas pelas experiências pessoais e identidade,
que também atuam como fatores de formação que influenciarão o exercício da profissão.
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A escola e o professor: Paulo Freire e a paixão de ensinar. Clique aqui para ler mais.
Unidade 3 / Aula 1
Formação continuada do professor: reflexões e possibilidades
Segundo Paulo Freire (1997), que você já teve contato nas unidades anteriores, ensinar e
aprender são ações complementares e ambas devem estar presentes na trajetória
profissional do professor, pois ele é o sujeito que ensina e, ao ensinar, também aprende.
Continuar aprendendo é direito do professor, assegurado pela LDB (leia mais aqui). No
entanto, como é possível garantir o direito de continuar aprendendo e se aperfeiçoando na
profissão? Quem garante esse direito?
Provocação
O que um professor precisa saber para exercer sua profissão e como ele pode aprender?
Como ele pode continuar aprendendo? Investigações sobre os saberes docentes têm se
constituído como um campo de pesquisa na área da educação.
As professoras Freitas e Pacífico (2015), da Universidade Federal de Rondônia, no artigo
intitulado Formação docente e os saberes necessários à prática pedagógica, fizeram um
levantamento das obras de quatro autores que lidam com a temática: Perrenoud (2000),
Freire (2011), Tardif (2014) e Gauthier (2006).
Destes você teve acesso a Tardif e Freire aqui na Prática pedagógica. Agora, por meio do
artigo, conheceremos o que os demais dizem ser necessário ao professor para o exercício
da profissionalidade.
As autoras evidenciam em seu artigo a complexidade dos saberes docentes, cuja aquisição
se dá na formação inicial e na prática docente, mas notam também que os conceitos
apresentados pelos quatro autores são próximos e complementam. Tais saberes precisam
estar presentes no processo formativo de qualidade que tenha resultados efetivos na prática
pedagógica, na atitude e no posicionamento do professor.
Navegue pelo artigo, leia, localize no texto e destaque as passagens que ajudam a
responder às questões colocadas na provocação:
O que um professor precisa saber para exercer sua profissão e como ele pode aprender?
Como ele pode continuar aprendendo?
Certamente você notou que Freitas e Pacífico (2015) organizaram um quadro com o que é
preciso que o profissional domine em sua carreira para ser um bom professor. Releia-o
clicando aqui. https://www.periodicos.unir.br/index.php/EDUCA/article/viewFile/1620/1481
Unidade 3 / Aula 2
Introdução da aula
Qual é o foco da aula?
Nesta aula falaremos sobre as condições necessárias para que o professor continue
aprendendo.
Objetivos gerais de aprendizagem
Ao longo desta aula, você irá:
Examinar as garantias do direito de aprendizagem do professor;
Analisar as condições necessárias para a promoção do direito de educação continuada do
professor;
Identificar possibilidades de promoção da educação continuada mesmo diante de
impossibilidades de tempo e recursos para o professor.
Unidade 3 / Aula 2
Garantia de aprendizado do professor
A garantia das condições para o professor continuar aprendendo e se atualizando diante
dos desafios na docência englobam fatores materiais de falta de tempo e sobrecarga, que
estão sustentados nas péssimas condições trabalhistas, principalmente no que concerne a
remuneração incipiente, demandando do profissional a duplicação de cargos e um aumento
da carga horária semanal. A garantia de condições básicas para o exercício da profissão
com dignidade e qualidade afeta diretamente essa escassez de tempo para o
aperfeiçoamento profissional.
Deste modo, a questão de tempo e sobrecarga são eixos centrais que inviabilizam a
formação continuada do professor. Sustentada por condições políticas e econômicas, a
questão do tempo ganha ainda uma dimensão subjetiva no mundo contemporâneo, o autor
espanhol Jorge Larossa Bondia discorre acerca do excesso de possibilidades que a vida
moderna trouxe, que provocaria uma certa paralisia nas ações individuais, ou a ativação de
um mecanismo automático de vivência sem a conexão com o presente, que constrói
experiências e aprendizados.
Neste sentido, podemos embasar a problemática de tempo do professor não só ao que se
refere à disponibilidade de tempo livre para o estudo e aperfeiçoamento, ou para atividades
culturais, e até mesmo para o descanso revigorante, mas também a qualidade do tempo
vivenciado no cotidiano escolar. A confluência destas duas dimensões tem como resultados
a desmotivação e cansaço do profissional, que muitas vezes aciona o “piloto automático” no
https://www.periodicos.unir.br/index.php/EDUCA/article/viewFile/1620/1481
exercício docente, sendo a pior coisa tanto para sua satisfação pessoal como para o
interesse e motivação de seus próprios alunos. A educação necessita de entusiasmo, de
movimento, de mobilização pessoal e coletiva, para que seja efetiva e transformadora.
Unidade 3 / Aula 2
Reflexões sobre as condições para promoção da educação continuada do professor
Aprender exige tempo, porém como um professor pode continuar aprendendo se ele passa
a maior parte do tempo atendendo às solicitações da sala de aula? Ou antes, caberia
perguntar: o que estamos fazendo com o tempo que passamos com os alunos? Qual é a
qualidade de nossas experiências? Aceite mais uma provocação.
Provocação
Um professor precisa sempre se manter atualizadoe continuar aprendendo sobre a sua
profissão. Contudo, como ele pode fazer isso no tempo que tem? Que condição o professor
precisa ter para ensinar?
A provocação colocada está baseada no intrigante pensamento de Jorge Larossa Bondía,
um autor espanhol, que se preocupa com o problema do tempo no mundo contemporâneo.
Ele nos alerta com relação ao fenômeno que ocorre no mundo em que vivemos, um
esvaziamento da experiência humana. No artigo: Notas sobre a experiência e o saber da
experiência, traduzido para o português em 2011, o estudioso afirma:
[...]A experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. Não o que se
passa, não o que acontece, ou o que toca. A cada dia se passam muitas coisas, porém, ao
mesmo tempo, quase nada nos acontece. Dir-se-ia que tudo o que se passa está
organizado para que nada nos aconteça. Walter Benjamin, em um texto célebre, já
observava a pobreza de experiências que caracteriza o nosso mundo. Nunca se passaram
tantas coisas, mas a experiência é cada vez mais rara (BONDÍA, 2002, p. 21). [...]
A experiência, a possibilidade de que algo nos aconteça ou nos toque, requer um gesto de
interrupção, um gesto quase impossível nos tempos que correm: requer parar para pensar,
parar para olhar, parar para escutar, pensar mais devagar, olhar mais devagar e escutar
mais devagar; parar para sentir, sentir mais devagar, demorar-se nos detalhes, suspender a
opinião, suspender o juízo, suspender a vontade, suspender o automatismo da ação,
cultivar a atenção e a delicadeza, abrir os olhos e os ouvidos, falar sobre o que nos
acontece, aprender a lentidão, escutar os outros, cultivar a arte do encontro, calar muito, ter
paciência e dar-se tempo e espaço (BONDÍA, 2002, p. 24).
E como os professores têm vivido o tempo na escola? Será que passam os dias como em
uma lida sem fim ou constroem experiências de se relacionar com colegas, alunos,
comunidade? Como a vida na escola altera sua vida pessoal?
Gostou desta reflexão? Navegue pelo texto para saber mais, clicando aqui.
A vida na escola não é fácil e muitas vezes nos confronta. Moacir Gadotti, em sua obra A
escola e o professor: Paulo Freire e a paixão de ensinar, relata um episódio que ocorreu em
suas aulas. Ele narra:
“Uma das expressões mais tristes que tenho escutado, certa vez, foi a de uma aluna,
professora da rede pública, que declarou, depois de fazer uma análise extremamente
pessimista da escola onde dava aula: ‘diante de tantas dificuldades eu apenas ligo o piloto
automático e vou para a escola’. Dizia que não tinha nenhum ânimo, nenhuma vontade,
nenhuma satisfação na profissão e que só estava lá por falta de outra opção. O professor
não se define pela sua função, pelo seu papel, mas pela sua missão. Se ele se considerar
apenas como mais uma ruela na máquina educativa é porque se demitiu como pessoa,
como ser humano. Desistiu, matou a criança curiosa que pulsava dentro dele. Não pode
mais ensinar.”
Unidade 3 / Aula 3
A profissionalidade docente
Introdução da aula
Qual é o foco da aula?
Nesta aula falaremos sobre as etapas que marcam a profissão do professor, compondo sua
identidade como docente.
Objetivos gerais de aprendizagem
Ao longo desta aula, você irá:
Reconhecer as fases que compõem a profissionalidade docente;
Examinar as possibilidades de atividades relacionadas à prática docente;
Analisar a relação da prática escolar e educacional considerando a organização cronológica
do tempo.
Unidade 3 / Aula 3
Etapas da profissionalidade docente
A profissionalidade docente é marcada por diferentes etapas de formação: a pré
profissional, em que as experiências como aluno e a vivência no ambiente escolar
configuram fatores que influenciarão a futura atuação como docente; e a etapa profissional
em si, que se inicia na educação formal e se amplia na experiência prática da profissão,
bem como nos cursos de formação continuada que são realizados. Devemos compreender
que a identidade docente e sua profissionalidade são formadas por todas estas etapas,
também diretamente afetadas por fatores sociais, econômicos e políticos do ambiente
escolar em que cada professor atua.
No entanto, uma grande particularidade da docência é o fato do professor se constituir
enquanto profissional justamente na relação com seus alunos. É na troca com os alunos
que o professor se constrói. Assim, a qualidade de tempo e a presença do professor no
ambiente escolar, determinam tanto sua satisfação pessoal com os alunos como a
qualidade técnica de seu trabalho. A gerência de tempo profissional e tempo pessoal são
grandes dilemas e desafios do professor na atualidade.
Sistematizar os ciclos de tempo da unidade escolar, com o planejamento diário, semanal,
bimestral, semestral e anual do currículo com as estratégias didáticas demanda um
planejamento contínuo. Isso sem contar o tempo de estudo e formação continuada,
necessários frente aos desafios de aprendizagem e demais temáticas. Conforme discutido,
a maioria dos professores brasileiros atuantes na rede pública de ensino tem jornada de
trabalho duplicada, o que multiplica em dois contextos escolares distintos todas essas
demandas.
Você já viu que a agenda do professor é marcada por diferentes tempos do ano letivo. Um
bom retrato da passagem do tempo na escola:
A escola se organiza em grandes ciclos e, para cada tempo, tarefas diferentes.
É preciso se planejar tanto para as tarefas anuais quanto para as cotidianas.
O tempo de planejamento é contínuo.É preciso revisitar os planos de ensino e atualizá-los,
portanto é importante reservar um período na agenda diariamente.
O trabalho intelectual do professor também é exaustivo, por isso ele precisa garantir seu
tempo de descanso.
Ler um bom livro, ir ao teatro ou cinema, ver uma exposição são atividades de lazer mas
são também fontes de inspiração para o trabalho.
Exercícios físicos entre outras atividades prazerosas devem ser investidas para que o
professor se sinta bem. Um professor que se sente bem é mais feliz e tem melhores
condições de realizar um bom trabalho.
Existem períodos mais leves, outros mais trabalhosos. Se o professor não se organizar,
corre o risco de chegar ao final do ano esgotado e não conseguir cumprir todas as suas
obrigações com a escola. Como gerenciar o tempo pessoal e o tempo profissional mesmo
nos momentos mais difíceis do ano?
Muitas vezes eles precisam tomar decisões sobre como usar o tempo e, por trás dessa
simples determinação, muitos conceitos e valores sobre a relação com a escola se
explicitam.
Neste sentido, o autocuidado pessoal, o consumo e apreciação de atividades artísticas, as
realizações de atividades físicas são essenciais para a saúde do professor, que garantem
sua força e disposição para realização com qualidade do essencial trabalho que é a
educação.
______
➕ Pesquise mais
Amplie seus conhecimentos acessando o conteúdo a seguir.
Profissionalidade: Saberes e Autonomia Docente. Clique aqui para ler mais.
https://revistas.uepg.br/index.php/olhardeprofessor/article/view/1406/1051
Unidade 3 / Aula 3
A configuração do tempo na prática escolar
A distinção entre instituições escolares e educacionais faz-se importante para as reflexões
propostas: por instituições escolares entenderem-se as escolas, foco deste artigo, como
dito, e por instituições educacionais toda instituição que se preste à educação do indivíduo,
como a família. Sob essa perspectiva, discutimos o referido conceito abordando diferentes
faces que o compõem: a instituição escolar e a instituição educacional; o tempo cronológico
e o tempo vivido; o tempo oculto das escolas; o tempo de aprendizagem do aluno e o tempo
de ensino do professor.
As reflexões realizadas perpassam os seguintes questionamentos: como poderíamos
reconfigurar o tempo na escola com relação ao tempo determinado pela sociedade?
Poderíamos pensar a escola sem o controle rígido do tempo cronológico?
Constata-se que não é possível deduzir unilateralmente o tempo da escola, nem a escola
do tempo, por isso um primeiro passo para cogitar outra possibilidadede organização deste,
no espaço escolar, seria repensá-lo enquanto referência única na/para a sociedade de
maneira geral.
Assim, viu-se que o controle do ritmo em que as coisas devem acontecer é reflexo da
organização que o homem quer ter a todo o momento, sob o auspício do tempo cronológico.
Em face das reflexões realizadas, conclui-se que os alunos e professores “reféns” de um
tempo programático e condensado têm dificuldade em superar essa lógica na rotina do
espaço escolar.
Unidade 3 / Aula 4
Na Prática
Introdução da aula
Qual é o foco da aula?
Agora é chegado o momento de praticar o que você estudou na unidade. Se precisar, volte
ao conteúdo textual e em vídeo para retomar alguns pontos e responder aos
questionamentos propostos a seguir.
Objetivos gerais de aprendizagem
Ao longo desta aula, você irá:
Recordar aspectos estudados nas unidades anteriores;
Interpretar situações relacionadas à prática docente;
https://revistas.uepg.br/index.php/olhardeprofessor/article/view/1406/1051
Formular respostas sobre questionamentos relacionados ao conteúdo teórico da unidade.
Unidade 3 / Aula 4
Resolução da Situação-Problema
A situação-problema remete à organização do trabalho do professor, a partir de uma
questão muito comum: o que o professor pode ou deve fazer quando tem um tempo livre? A
partir disso, as referências teóricas ampliarão o que foi estudado na Unidade 1 referente
aos saberes necessários à docência.
A agenda do professor está muito comprometida. A semana mal começou e ele já tem
todos os dias ocupados. Ele só tem livre um período, em uma tarde.
Na sua opinião, o que ele deveria priorizar? Por quê?
Analise as alternativas:
Revisar o plano de aulas da próxima quinzena.
Atualizar a planilha de anotações sobre o acompanhamento dos alunos da recuperação
paralela.
Preparar a planilha com a indicação dos alunos levados para o Conselho de Classe no final
do mês.
Ir a um museu ver a recente mostra que chegou à cidade.
Navegar na internet para obter mais informações sobre os congressos de sua área
previstos para o ano.
Passos para a resolução da Situação-Problema
Passo 1: Aprofundar a informação e trazer referências
Por meio dos textos e vídeos da unidade, você poderá refletir sobre o que os toca ou o que
pode ser significativo em sua formação como educador. A questão que se coloca é: como a
vida na escola altera a vida pessoal? Para a solução da situação-problema, é importante
refletir a esse respeito.
Passo 2: Interpretar a informação e realizar inferências e hipóteses
O tema estudado nesta unidade trata sobre as necessidades de aprendizagem dos
professores. Algumas das perguntas a seguir podem render boas reflexões, antes ou depois
das leituras e de assistir aos vídeos.
Quais são os lugares e as situações de aprendizagem dos professores?
Os professores aprendem quando estão atendendo às solicitações dos alunos? Se sim, o
que e como podem aprender nesses momentos?
O tempo todo em que estão na escola, os professores estão ensinando?
A vida na escola altera a vida pessoal dos professores? Se sim, como e por que isso
acontece?
As experiências pessoais, as vivências, modificam a prática docente?
Pense em sua experiência como aluno da educação básica: o que se lembra da
organização do tempo e da rotina escolar?
Como a rotina escolar é organizada? E a rotina de um professor como deve ser?
Passo 3: Compreender o problema e pensar uma solução
O passo a seguir envolve a compreensão do problema apresentado e a proposta de
solução, que pode ser construída com base em todo conteúdo apresentado na unidade.
Outro ponto importante é analisar a legislação. Você conhece a legislação sobre formação
do professor? Pesquise a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e entenda o que ela
apresenta sobre a formação dos professores. Você acha que essa é uma boa lei? Por quê?
Você pode acessar as diretrizes e bases da educação nacional clicando aqui.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm
Passo 4: Comunicar a solução
Para propor uma solução para o problema, é importante que você considere dois aspectos:
Existe uma rotina anual seguida pelas escolas?
Alguns momentos são mais importantes do que outros? Justifique sua resposta, indicando
(se for o caso) quais são os momentos mais importantes. Para responder, considere
principalmente as experiências dos professores entrevistados nos vídeos.
Unidade 3 / Aula 4
Registrando: Diário de Campo
Depois de ter assistido ao vídeo e analisado os textos sugeridos, escreva alguns tópicos,
abordando o que aprendeu até aqui. Para auxiliar no seu processo de desenvolvimento,
responda os questionamentos a seguir.
Na sua opinião, qual é a diferença entre o tempo do relógio e o tempo da oportunidade, do
vivido?
Como a escola lida com esses dois tempos?
Unidade 4 / Aula 1
Contexto histórico da trajetória docente no Brasil
Introdução da Unidade
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm
Nesta Unidade, o desafio é um pouco diferente do que experimentou nas anteriores: não há
situação-problema, o referencial teórico é menor e menos denso. Por outro lado, ao fazer a
síntese, viverá um momento de avaliação, de retomada das aprendizagens.
As aulas não estão organizadas de acordo com o referencial teórico, mas, sim com o apoio
necessário para que possa elaborar a síntese. Antes de iniciar seu trabalho de escrita, é
preciso passar por:
Aula 1 - Contexto histórico da trajetória docente no Brasil.
Aula 2 - Os desafios da docência no Brasil Contemporâneo.
Aula 3 - Princípios da profissão docente.
A Aula 4 será dedicada ao fechamento do seu Diário de Campo e orientações para entrega
da atividade avaliativa da disciplina.
Vamos começar?!
Objetivos da Unidade
Ao longo desta Unidade, você irá:
Recordar o contexto histórico da educação docente no Brasil;
Praticar o entendimento sobre a docência no Brasil, por meio de exercícios comentados;
Analisar os princípios da formação docente.
Unidade 4 / Aula 1
Provocação
O que se aprende na hora da avaliação?
Para responder à provocação, leia um trecho da entrevista de Madalena Freire concedida
ao Canal Cultura de informação, o Cmais.
Cmais Educação - O que é avaliação? Quais são os tipos de avaliação? E qual você
entende ser o melhor modo de lidar com a avaliação escolar?
Madalena Freire - O educador, qualquer que seja a função que exerça, sempre tem o dever
de trazer o conhecimento, portanto ele ensina o tempo inteiro em qual seja o espaço: no
recreio, no almoço, na sala de aula. Se a gente concebe esse educador dentro desse
parâmetro, para ensinar ele sempre deve contar com o planejamento, o desenvolvimento
das atividades e propostas planejadas, para que o conhecimento seja operacionalizado e
passe pelo processo avaliativo. Ele não pode viver sem a avaliação, como também não
pode viver sem o planejamento. Nada disso está desconectado.
Ele avalia porque planejou antes e essa avaliação no final remete-se mais uma vez ao que
foi planejado. Assim, a avaliação é peça fundamental do ensinar e é inerente às propostas
de atividades para a transmissão de um conteúdo. O grande dilema é: se não existe
educador sem avaliação e sem planejamento então em que momentos e que tipos de
avaliação ele deve fazer? Na minha concepção, que busca uma interação com o
conhecimento – mas tendo o educando como sujeito desse conhecimento, em que ele não
é um mero reprodutor – essa avaliação é cotidiana, porque o ensinar é cotidiano, é
processual, acontece aula a aula.
Em uma concepção que tem o aluno como autor da sua aprendizagem, ele tem que tomar
consciência do que está aprendendo o tempo inteiro e a ferramenta para essa tomada de
consciência é a avaliação, que está a favor dele, não contra, como se vive em uma
concepção autoritária, em que a avaliação é para penalizar o aluno que não aprendeu.
Uma avaliação que entende o sujeito como autor do conhecimento trabalha para que ele
volte e retome os passos que, porventura, não tenha feito durante o processo de
aprendizagem.
Todo o fim de aula tem de ter uma avaliação

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