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Unidade 02 - Assistência Farmacêutica

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Unidade 2 – Assistência farmacêutica 5º período - Farmácia 
 
1 
 
Contextualizando 
 A assistência farmacêutica (AF) integra as 
diretrizes da Política Nacional de Medicamentos 
(PNM) e é uma atividade da assistência à saúde no 
SUS. Um dos componentes mais importantes da AF é 
o medicamento, e a complexidade na gestão do seu 
fornecimento o torna também o de maior impacto na 
gestão do SUS. Além disso, diante o modelo tripartite 
de financiamento da AF, o gestor farmacêutico deve 
estabelecer políticas para solicitar e alocar 
corretamente os recursos provindos do Tesouro. Após 
análise, implantará ações suficientes para dar 
prosseguimento à AF naquele estado ou município. 
Assistência Farmacêutica como Sistema 
Integrado 
 A AF é um sistema integrado pois sua estrutura 
precisa estar devidamente articulada com vários setores 
dentro do SUS. A implantação desta organização, sob 
a ótica da gestão, prevê suporte necessário para que o 
ciclo da AF se desenvolva de modo sincronizado e com 
resultados. 
 Para implantação deste sistema de AF, é 
necessário um levantamento situacional que deverá 
contar com alguns fatores: 
1. Unidade de saúde - Capacidade instalada de 
cada unidade de saúde e os serviços por ela ofertados, 
bem como quem são os profissionais envolvidos. É 
importante lembrar que a AF não é necessariamente 
executada somente por farmacêuticos, mas sim sob 
supervisão de um profissional farmacêutico. 
2. Secretaria de Saúde - Estrutura organizacional 
da Secretaria de Saúde e qual é a relação com as 
outras estruturas e níveis hierárquicos de saúde nos 
âmbitos municipal, estadual e federal. 
3. Elenco das atividades realizadas – elenco das 
atividades realizadas em cada área técnica: muitos 
serviços de saúde, ainda que sem a devida estrutura de 
AF, desenvolvem alguns tipos de ações que podem e 
devem ser reaproveitadas em novos processos de 
trabalho. 
4. Processos de trabalho e normas – 
levantamento dos processos de trabalho e das normas 
existentes. 
5. Estabelecimento de metas - normalmente, as 
metas são puramente administrativas, mas, com a 
introdução de um sistema de AF, ganharão novo 
corpo e características clínicas e técnicas. 
6. Perfil populacional – Levantamento do perfil 
epidemiológico e socioeconômico da população. 
7. Doenças mais prevalentes – Sondagem das 
doenças mais prevalentes. 
8. Número de profissionais – Determinação de 
número de profissionais que atuam na rede de saúde e 
de suas qualificações e aptidões. 
9. Recursos financeiros – previsão de recursos 
financeiros disponíveis e capacidade de incrementar 
estes investimentos. 
 
 Um sistema de AF deve prever, no mínimo: 
1. Estrutura organizacional; 
2. Infraestrutura; 
3. Recursos humanos. 
 O desenho organizacional deste sistema será o 
norteador do farmacêutico para que ele possa 
estruturar o serviço de AF no município, estado ou 
mesmo em âmbito federal. Para que o serviço de AF 
desempenhe seu papel de maneira a atender aos 
preceitos do SUS, é necessário que ela esteja 
devidamente estruturada. 
 A estrutura do sistema de AF deve estar 
inserida no organograma da Secretaria de Saúde 
como Departamento de Assistência Farmacêutica 
(DAF), que estará subordinado ao secretário de 
saúde. Todos os recursos da AF são geridos pelo 
DAF. 
 Exemplo de um organograma que representa 
um modelo de DAF: 
Unidade 2 – Assistência farmacêutica 5º período - Farmácia 
 
2 
 
 
 Com relação ao DAF, do ponto de vista 
estrutural, a AF deverá apresentar os seguintes 
elementos: 
1. Área física compatível; 
2. Sistema de comunicação por telefone e internet; 
3. Servidor (informática) conectado à Comissão 
de Farmácia e Terapêutica (CFT), à Central de 
Abastecimento Farmacêutico (CAF) e às 
Unidades Básicas de Saúde (UBS). 
4. Programas computadorizadas para gestão 
clínica e do estoque; 
5. Mobiliário adequado; 
6. Fontes de consulta (livros e demais materiais 
impressos). 
 
DAF 
 Sob coordenação do Departamento de 
Assistência Farmacêutica (DAF) e outros, o 
Componente Especializado da Assistência 
Farmacêutica (Ceaf) foi implementado pelo SUS. 
Ele busca garantir a integralidade do tratamento 
medicamentoso, a partir dos Protocolos Clínicos e 
Diretrizes Terapêuticas (PCDT). 
 DAF - deve ser administrado por um 
farmacêutico com competência e habilidades 
administrativas. O farmacêutico gestor do DAF será o 
responsável pelo relacionamento entre o sistema de 
AF e a população. Esta posição pode também ser 
ocupada por mais de um farmacêutico, com 
subdivisão de tarefas. 
 Ceaf - O Componente Especializado da 
Assistência Farmacêutica (Ceaf) foi criado em 2009 e, 
desde então, muitos progressos foram experimentados 
com esta divisão, representando uma importante 
estratégia para a garantia do acesso aos 
medicamentos no SUS. 
 
Qual a importância do Ceaf? 
 O Ceaf tem como sua principal característica 
garantir a integralidade da farmacoterapia no nível 
ambulatorial para algumas condições clínicas que 
têm custos de tratamento mais onerosos ou que 
apresentam maior complexidade. 
 Ainda sobre o sistema de AF, precisamos 
destacar a importância do Componente Estratégico 
da Assistência Farmacêutica (Cesaf), que possibilita 
o acesso equitativo a insumos e medicamentos para 
a prevenção, o diagnóstico, o tratamento e o controle 
de agravos, doenças ou situações que se apresentem 
complexas quanto ao caráter epidemiológico 
(endemias, epidemias etc.). 
 O Cesaf necessita de algumas estratégias para 
alcançar estes objetivos: 
1. Vigilância do acesso a medicamentos que sejam 
utilizados em doenças negligenciadas ou sem interesse 
comercial; 
2. Centralização da aquisição de medicamentos; 
3. Laboratórios públicos oficiais que realizem a 
produção. 
4. Aquisições internacionais – com dispensa de 
registro pela Anvisa. 
 Importante – As estratégias mencionadas têm 
sido fundamental para permitir o acesso a 
medicamentos associados a doenças negligenciadas e à 
pobreza. 
 
PCDT 
 Os protocolos Clínicos e Diretrizes 
Terapêuticas (PCDT) são responsáveis por definir os 
medicamentos e as demais tecnologias em Saúde 
apropriadas para as variadas condições clínicas. 
 A seguir alguns exemplos de PCDT: 
 Grupo 1 – Diretrizes Brasileiras para 
Tratamento de Aneurisma da Aorta Abdominal; 
Protocolo Clínico e Diretrizes de Atenção à Gestante e 
Operação cesariana; Protocolo Clínico e Diretrizes 
terapêuticas da anemia na doença renal crônica; 
protocolo clínico e diretrizes terapêuticas da acne 
grave; protocolo clínico e diretrizes terapêuticas da 
anemia aplástica, mielodisplasia e neutropenias 
constitucionais; protocolo clínico e diretrizes 
terapêuticas da anemia por deficiência de ferro; 
protocolo clínico e diretrizes terapêuticas do 
angioedema; protocolo clínico e diretrizes terapêuticas 
da aplasia pura adquirida – crônica da série vermelha; 
protocolo clínico e diretrizes da artrite psoríaca; 
protocolo clínico e diretrizes terapêuticas da artrite 
reativa; protocolo clínico e diretrizes terapêuticas da 
artrite reumatoide. 
 Grupo 2 – Protocolo clínico e diretrizes 
terapêuticas da deficiência de biotinidase; protocolo 
clínico e diretrizes dermatomiosite e polimiosite; 
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Diabete 
Insipido; Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas 
Unidade 2 – Assistência farmacêutica 5º período - Farmácia 
 
3 
 
da Diabete Melito do tipo 1; Protocolo Clínico e 
Diretrizes Terapêuticas de Distonias e Espamos 
hemifacial; Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas 
da doença celíaca; protocolo clínico e diretrizes 
terapêuticas da doença de Alzheimer; Protocolo clínico 
e diretrizes terapêuticas da doença de crohn; protocolo 
clínico e diretrizes terapêuticas da doença de Gaucher; 
Retificação do protocolo clínico e diretrizes 
terapêuticas da doença de gaucher; protocolo clínico e 
diretrizesterapêuticas da doença de Parkinson – 
Retificação; Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas 
da doença de Wilson; Protocolo clínico e diretrizes 
terapêuticas da doença falciforme. 
 Grupo 3 – 
 Grupo 4 
 Grupo 5 
 Grupo 6 
 Exemplos de PCDT na Oncologia: 
• Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas do 
Carcinoma de Mama; 
• Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas do 
Adenocarcinoma de Estômago; 
• Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas do 
Linfoma Folicular; 
• Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas do 
Câncer de Cólon e Reto; 
• Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas do 
Câncer de Pulmão; 
• Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas do 
Carcinoma de Esôfago; 
• Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas do 
Carcinoma de Células Renais; 
• Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas do 
Mieloma Múltiplo; 
• Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do 
Câncer do Colo do Útero. 
 Os PCDT estabelecem estratégias 
terapêuticas definidas através da observação de 
Medicina Baseada em Evidência (MBE) e da 
Farmacoterapia Baseada em Evidência (FBE). 
Assim, o processo deverá basear-se sempre nas 
melhores evidências possíveis, o que é bom pelo 
aspecto clínico e extremamente positivo quanto à 
questão da transparência das condutas médicas 
adotadas. 
 
Sistema de Informação da Assistência 
Farmacêutica e Incentivo à Assistência 
Farmacêutica Básica (IAFB) 
 O Brasil carece de sistemas nacionais na área de 
AF capazes de gerar informações gerenciais. Esta 
necessidade atrapalha o planejamento e a execução de 
políticas de saúde. Uma das maiores preocupações 
está justamente no acompanhamento dos recursos 
federais aplicados na AF. 
 O Incentivo à Assistência Farmacêutica 
Básica (IAFB) foi instituído pela Portaria GM/MS nº 
176/1999, que estabeleceu a necessidade de 
comprovação da aplicação dos recursos financeiros 
correspondentes às contrapartidas estadual e 
municipal, com prestação de contas aprovadas pelos 
conselhos estaduais de Saúde. 
 Foi desenvolvido um sistema informatizado, o 
Sistema de Acompanhamento do Incentivo à 
Assistência Farmacêutica Básica (Sifab), que 
acompanha a aplicação dos recursos financeiros e 
serve como ferramenta gerencial para a questão da 
AF. 
 
Programa Farmácia Popular do Brasil 
(PFPB) 
 Criado pelo Decreto de nº 5.090, de 20 de 
maio de 2004, que regulamentou a Lei 10.858, de 13 
de abril de 2004. 
 Importante – Trata-se de um programa do 
Ministério da Saúde (MS) que busca ampliar as ações 
de AF e proporcionar à população uma importante 
opção de acesso aos medicamentos essenciais. 
 Em sua concepção inicial, a Fundação 
Oswaldo Cruz (Fiocruz) adquiria os medicamentos 
dos laboratórios farmacêuticos públicos e privados 
e os disponibilizava, a custos menores, nas 
farmácias populares. 
 Em 9 de março de 2006, com a publicação da 
Portaria nº 491, o MS expandiu o PFPB para o 
comércio varejista farmacêutico. Esta ação ocorreu 
em virtude de parceria entre o Governo Federal e o 
varejo farmacêutico (indústria e comércio). 
 O PFPB conta com o "Manual de Boas 
Práticas e Procedimentos Operacionais Padrão", a 
fim de uniformizar as práticas e os procedimentos. 
Veja como deve ser a composição da equipe mínima 
do programa: 1 farmacêutico gerente, 1 farmacêutico 
substituto, 5 auxiliares de gestão e 1 auxiliar de 
serviços gerais. 
 Lista de medicamentos da PFPB e sua 
respectiva finalidade baseada nos dados no Ministério 
da Saúde. 
1. Anticoncepção – acetato de 
medroxiprogesterona 150 mg; etinilestradiol 0,03 mg + 
levonorgestrel 0,15 mg; Noretisterona 0,35 mg; 
Unidade 2 – Assistência farmacêutica 5º período - Farmácia 
 
4 
 
Valerato de estradiol 5 mg + enantato de noretisterona 
50 mg. 
2. Osteoporose – Alendronato de sódio 70 mg; 
3. Hipertensão – atenolol 25 mg; Captopril 25 
mg; Cloridrato de propranolol 40 mg; 
Hidroclorotiazida 25 mg; Losartana potássica 50 mg e 
Maleato de enalapril 10 mg; 
4. Doença de Parkinson – Carbidopa 25 mg + 
levodopa 250 mg; Cloridrato de benserazida 25 mg + 
levodopa 100 mg. 
5. Rinite – budesonida 32 mcg; budesonida 50 
mcg e dipropionato de beclometasona 50 mcg. 
6. Asma – Brometo de ipratrópio 0,02 mg/dose; 
Brometo de ipratrópio 0,25 mg/mL; Dipropionato de 
beclometasona 200 mcg/cápsula; Dipropionato de 
beclometasona 200 mcg/dose; Dipropionato de 
beclometasona 250 mcg; Dipropionato de 
beclometasona 50 mcg; Sulfato de salbutamol 100 mcg 
e Sulfato de salbutamol 5 mg. 
7. Diabetes – Cloridrato de metformina 500 mg 
(ação prolongada); cloridrato de metformina 500 mg; 
cloridrato de metformina 850 mg; Glibenclamida 5 mg; 
Insulina humana 100 UI/ml; Insulina humana regular 
100 UI/ml. 
8. Glaucoma – maleato de timolol 2,5 mg; 
maleato de timolol 5 mg. 
9. Dislipidemia – sinvastatina 10 mg, sinvastatina 
20 mg; sinvastatina 40 mg. 
 Saiba mais – O Ministério da Saúde subsidia 
medicamentos, e alguns são fornecidos gratuitamente e 
outros com formato de copagamento (com desconto 
para o usuário). 
 Gratuitamente – medicamentos para asma, 
diabetes mellitus e hipertensão arterial. 
 Copagamento – medicamentos para 
dislipidemia, osteoporose, rinite, doença de Parkinson, 
glaucoma e contracepção (anticoncepcionais). Além de 
medicamentos, as fraldas geriátricas também podem 
ser adquiridas neste formato. 
 
Sistema de Cadastramento e 
Acompanhamento de Hipertensos e 
Diabéticos (Hiperdia) 
 Trata-se de um sistema voltado a atender as 
pessoas com hipertensão arterial e/ou diabetes 
mellitus. Destina-se ao credenciamento e 
acompanhamento destes pacientes atendidos pelo SUS. 
Assim, é possível gerar informações para aquisição, 
dispensação e distribuição de medicamentos. Os 
benefícios do programa Hiperdia são: 
1. Orientação para os gestores do SUS na adoção 
de estratégias de intervenção. 
2. Conhecimento do perfil epidemiológico da 
hipertensão arterial e do diabetes mellitus na 
população brasileira. 
 O papel do farmacêutico no Hiperdia é de 
integrar a equipe multidisciplinar do programa e 
desempenhar atividades para a promoção de hábitos 
de vida saudáveis com impacto na resolutividade das 
doenças. 
 
Programa Saúde Mental e Saúde da Mulher 
 Programa Saúde Mental – criado em 1999, o 
programa para a aquisição dos medicamentos 
essenciais para a área de saúde mental busca 
reestruturar a assistência psiquiátrica no Brasil. O 
programa visa reverter o atual modelo assistencial 
vigente. 
 Programa Saúde da Mulher – entre as ações 
desse programa, destaca-se a dispensação de 
contraceptivos orais de emergência, DIU e 
preservativos masculino e feminino, com objetivo de 
promover os direitos sexuais e reprodutivos de homens 
e mulheres. 
 
Considerações iniciais 
 O financiamento da AF é estabelecido por meio 
de blocos. 
 A Portaria GM/MS nº 247/2007 criou o 
financiamento em blocos e estabeleceu o 
componente estratégico do bloco de financiamento 
da AF. Já a Portaria GM/MS nº 399/2006 divulgou o 
pacto pela saúde. 
 A responsabilidade do financiamento da AF 
cabe às três esferas de gestão do Sistema Único de 
Saúde (SUS) e foi pactuada na Comissão Intergestores 
Tripartite (CIT), de acordo com o estabelecido na 
Portaria GM/MS nº 204/2007. Desse modo, o repasse 
dos recursos oriundos da Federação é feito no 
formato de blocos de financiamento, sendo o bloco da 
AF composto pelos três componentes a seguir. 
1. Componente básico da AF - Voltado para a 
aquisição de medicamentos e insumos de AF no 
nível da atenção básica em saúde e para a atenção 
relacionada com agravos e programas de saúde 
específicos. É composto de partes financeiras fixa e 
Unidade 2 – Assistência farmacêutica 5º período - Farmácia 
 
5 
 
variável. A parte variável consiste em valores 
calculados per capita para a aquisição de 
medicamentos e insumos de programas, como Saúde 
da Mulher, Saúde Mental, entre outros. 
2. Componente estratégico da AF –financiamento para a AF nos programas das doenças: 
tuberculose, malária, leishmaniose, doença de Chagas, 
entre outras. 
3. Componentes de medicamentos de 
dispensação excepcional – financiamento do 
programa de medicamentos utilizados em dispensão 
excepcional. 
 A forma de transferência ocorre por meio dos 
blocos de financiamento. São eles: 
1. Atenção Básica; 
2. Atenção de Média e Alta Complexidade 
Ambulatorial e Hospitalar; 
3. Vigilância em Saúde; 
4. Assistência Farmacêutica; 
5. Gestão do SUS 
 
Financiamento da Assistência Farmacêutica 
 O financiamento da Assistência Farmacêutica 
no Brasil, até 2017, foi organizado por blocos, o que 
favoreceu o agrupamento de grupos específicos. No 
entanto, algumas ações para problemas de 
financiamento foram elencadas: 
1. Vincular o repasse dos recursos às 
características peculiares de cada região do Brasil; 
2. Criar processos logísticos específicos para 
regiões de difícil acesso no país. 
3. Definir papéis e responsabilidade no processo 
de judicialização. 
4. Estimular o controle social para garantia do 
repasse de recursos. 
5. Cortar verbas dos municípios que não 
disponibilizam informações. 
 Importante – o modelo de financiamento de 
Assistência Farmacêutica (AF) no Brasil é tripartite, 
portanto, é importante destacar a representação dos 
níveis estaduais e municipal na seleção de 
medicamentos. 
 
Modelos dos sistemas nacionais de 
financiamento da AF 
 Os sistemas nacionais de financiamento da AF 
apresentam diferentes modelos. Confira abaixo quais: 
1. Modelo 1: Público (totalmente) - Sistema no 
qual a aquisição e distribuição dos medicamentos são 
de responsabilidade da esfera governamental. Isso 
ocorre graças aos recursos do Tesouro Nacional e da 
rede própria. 
2. Medicamentos fornecidos por rede 
autônoma – a gestão é feita por uma agência de 
abastecimento farmacêutico autônoma ou 
semiautônoma. 
3. Seguro Social de Saúde – ocorre reembolso às 
farmácias privadas ou mesmo aos próprios pacientes, 
com uso dos recursos públicos ou dos seguros de saúde. 
4. Fornecimento público com financiamento 
privado – destina-se a redes de saúde públicas, mas os 
produtos são pagos pelos pacientes. 
5. Monopólio do Estado – uma empresa detém o 
monopólio de aquisição e distribuição de produtos e os 
fornece por meio de farmácias privadas. 
6. 100% privado – os pacientes pagam o custo 
total dos medicamentos, adquirindo-os em farmácias e 
drogarias. 
 
 Importante – o Programa Farmácia Popular 
do Brasil (PFPB) é uma importante estratégia de 
financiamento da AF. 
 O PFPB proporciona a sintonia de dois 
sistemas em uma mesma gestão, mas com diferenças e 
características marcantes. Ele traz para a discussão os 
modelos descentralizados e centralizados na 
provisão de medicamentos da atenção básica. 
 
Dispensação em caráter excepcional 
 O programa de medicamentos de dispensação 
excepcional segue um ciclo previsto para esta atividade 
justamente por se tratar de um procedimento 
específico. 
Unidade 2 – Assistência farmacêutica 5º período - Farmácia 
 
6 
 
 O Ministério da Saúde, por meio de 
publicação de portarias, estabelece os valores de 
ressarcimento e define quais são os medicamentos 
de dispensação excepcional padronizados pelo 
Ministério da Saúde (MS). 
 Algumas doenças atendidas pelo programa de 
medicamentos de dispensação excepcional. Para 
melhor compreendê-las, dividimos em cinco grupos 
organizados em ordem alfabética. 
1. Grupo 1 – acne conglobata; acromegalia; 
anemia falciforme; artrite reumatoide; asma 
grave. 
2. Grupo 2 – deficiência de hormônio de 
crescimento, diabetes mellitus, dislipidemias, 
distonias, doença de Alzheimer, doença de 
Parkinson, doença de Wilson e dor crônica. 
3. Grupo 3 – endometriose/mioma; epilepsia; 
esclerose lateral amiotrófica; esclerose 
múltipla; esquizofrenia; fenilcetonúria; fibrose 
cística. 
4. Grupo 4 – hepatite B, hepatite C, hiperplasia 
adrenal congênita, hiperprolactinemia, 
hipotireoidismo congênito. 
5. Grupo 5 – imunodeficiências, insuficiência 
renal crônica, osteoporose, psoríase, retocolites 
e transplantes. 
 Importante – o recurso destinado ao 
financiamento do programa pelo MS é proveniente de 
dotação orçamentária que corresponde à AF para 
aquisição e distribuição de medicamentos 
excepcionais. 
 O ciclo da AF para o programa de 
medicamentos de dispensação excepcional ocorre 
semelhante às demais áreas. Na questão da 
programação destes medicamentos, a fim de garantir 
qualidade e quantidade para uma farmacoterapia 
racional, alguns aspectos devem ser contemplados: 
a) Conhecer o perfil epidemiológico local; 
b) Elencar os medicamentos de acordo com seu 
nome genético, seguindo a Denominação 
Comum Brasileira (DCB) ou, na sua falta, a 
Denominação Comum Internacional (DCI), 
com sua forma farmacêutica e apresentação. 
c) Verificar se os medicamentos têm registro no 
MS; 
d) Analisar os dados históricos de consumo 
(retrospectivo); 
e) Consultar o registro de usuários cadastrados na 
Secretaria de Saúde; 
f) Formular uma demanda mensal para cada 
medicamento; 
g) Verificar os estoques disponíveis; 
h) Realizar levantamento de prováveis pendências 
de entregas; 
i) Levantar os últimos custos unitários de 
medicamentos; 
j) Verificar se os recursos financeiros disponíveis 
podem atender à demanda; 
k) Pesquisar o tempo médio de aquisições 
considerando os processos licitatórios. 
l) Conhecer a capacidade da Central de 
Abastecimento Farmacêutico (CAF); 
m) Avaliar o processo de programação. 
 
 O que é necessário para a programação de 
medicamentos de dispensação excepcional: 
a) Relacionar os medicamentos necessários; 
b) Verificar as quantidades realmente necessárias 
c) Detalhar as especificações dos medicamentos 
para a compra; 
d) Conhecer o custo estimado da programação de 
aquisição; 
e) Definir o cronograma de programação; 
f) Compatibilizar necessidades locais com limites 
financeiros. 
 
 A documentação para medicamentos de 
dispensação em caráter excepcional: 
1. Formulário LME: laudo para 
solicitação/autorização de medicamentos de 
dispensação excepcional corretamente 
preenchida pelo médico solicitante. 
2. Receituário médico 
3. História clínica do paciente 
4. Termo de consentimento informado 
5. Cartão nacional de saúde, RG, CPF e 
comprovante de residência do usuário. 
 
Medicamentos estratégicos 
 O MS executa este componente de maneira 
centralizada, com posterior distribuição às 
Secretárias de Saúde. Acompanhe a relação dos 
programas atendidos. 
1. Tuberculose – objetivo de promover o controle 
da tuberculose no Brasil. 
2. Programa Nacional de Eliminação da 
Hanseníase – objetivo eliminar a hanseníase, 
descentralizar as ações de controle da doença, ampliar 
e universalizar o acesso dos pacientes ao tratamento e 
acompanhar a doença. 
Unidade 2 – Assistência farmacêutica 5º período - Farmácia 
 
7 
 
3. Programa de Controle das Endemias Focais 
– neste programa são consideradas as doenças 
endêmicas de relevância na área de saúde pública. 
4. Programa Nacional de Doenças Sexualmente 
Transmissíveis (DST) e Aids - Diretrizes: 
 Reforçar, implementar e aumentar a 
institucionalização das ações de prevenção, promoção 
e assistência às DST e aids no SUS, seguindo as 
doutrinas do SUS e de forma equitativa. 
 Atuar em defesa dos direitos humanos e reduzir 
o estigma e a discriminação às pessoas com essas 
doenças. 
5. Programa de Coagulopatias Hereditárias 
(Doença de von Willebrand e Hemofilias) – objetivo: 
otimizar o acesso dos pacientes com coagulopatias 
hereditárias ao SUS. 
6. Programa Nacional de Imunizações – 
objetivo: promover mecanismo de controle, 
erradicação e/ou eliminação de doenças 
imunodeprimiveis. 
7. Talidomida – objetivo: manter rigoroso 
controle da dispensação pelo SUS.

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