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Sistema Nervoso: Organização e Funcionamento

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AULA 
1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA NERVOSO E 
CÉREBRO: ORGANIZAÇÃO 
ANATÔMICA E FUNCIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.
 
Alisson Rogério Caetano de Siqueira
 
 
CONVERSA INICIAL 
O organismo humano possui uma estrutura complexa que o mantém em funcionamento. O Sistema Nervoso (SN) é um dos sistemas que esse complexo compreende. O SN tem funções muito específicas e, como tal, é entendido como o responsável pela comunicação dentro do organismo humano. Considera-se que seja um sistema complexo por envolver muitos integrantes com funções muito específicas. Outra característica do SN é o fator “alcance”, visto que ele se desdobra em todas as áreas do organismo, permitindo uma real integração da informação. 
Esta aula tem como objetivo compreender o funcionamento do Sistema Nervoso e descrever suas divisões estruturais. Sendo assim, o assunto está distribuído em: 
1- O Sistema Nervoso no organismo humano 
2- A formação do Sistema Nervoso 
3- O Sistema Nervoso Central 
4- O Sistema Nervoso Periférico 
5- A Barreira Hematoencefálica 
O conteúdo a ser abordado nos direcionará aos esclarecimentos necessários propostos pela disciplina. 
CONTEXTUALIZANDO 
Usando um processo analógico, podemos comparar determinadas limitações do Sistema Nervoso com o desenvolvimento tecnológico. Durante o processo de estruturação da informação, o item principal é a quebra da barreira física chamada de distância. Os processos desse desenvolvimento evoluíram de uma condição na qual a informação levava inúmeros dias para chegar até a realidade de que, hoje, a informação é quase instantânea. 
Essa condição só é possível em decorrência da tecnologia, que tem apresentado avanços na transmissão de informações, surpreendendo as expectativas. A informação pode ser acessada em qualquer lugar. Todavia, há um fator muito importante nesse processo tão dinâmico: a condição de interligação da estrutura que tem essa informação. Neste caso, basta usarmos a rede mundial de computadores, e o acesso a essa rede requer que sejam atendidos alguns prérequisitos. 
02
Dentro do processo analógico, podemos ver essa tecnologia toda no organismo humano, que funciona da mesma forma. O Sistema Nervoso é o responsável pela interligação de toda essa estrutura complexa. Qualquer parte do organismo pode ser acessada. O pré-requisito é estar ligado ao cabeamento do Sistema Nervoso. Assim, compreendemos que o organismo desempenha de forma otimizada a sua função, pois a comunicação é realizada de forma efetiva. 
Um Sistema Nervoso que não funciona em sua integralidade e que não consegue transmitir informação deixará o organismo às escuras, sem possibilidades de interagir ou de reagir a qualquer ação. O Sistema Nervoso é o responsável por manter essa estrutura se comunicando e, consequentemente, viva. 
TEMA 1 – O SISTEMA NERVOSO NO ORGANISMO HUMANO 
O organismo humano mantém estruturas que permitem o seu funcionamento de forma organizada, trabalhando sempre em conjunto. Sua estrutura e funcionalidade procuram sempre estar interligadas. Nessa interligação há sempre uma ação de comando e controle (Kandel, 2012). Como é uma estrutura complexa, tem divisões que permitem que suas ações possam ser executadas de forma mais efetiva. Essas divisões são conhecidas como sistemas. Os sistemas do organismo humano envolvem órgãos que são fundamentais para manter as funções vitais do organismo, bem como todas as estruturas e componentes que pertencem a ele. 
Podemos identificar esses sistemas por sua funcionalidade: cardiovascular, respiratório, digestório, nervoso, sensorial, endócrino, excretor, urinário, reprodutor, esquelético, muscular, imunológico, linfático e tegumentar (Moore, 2007). 
O Sistema Nervoso, como parte integrante desse organismo complexo, é responsável pela comunicação entre órgãos e sistemas do organismo humano. O Sistema Nervoso é compreendido como uma rede de comunicações que interliga todo o organismo, cobrindo-o como um sistema de transmissão de informação, não permitindo que nenhuma área fique descoberta. 
A principal função do Sistema Nervoso é dupla: captar informações em forma de mensagens ou estímulos oriundos do ambiente e realizar o processo de transmissão através de seus componentes para que chegue ao responsável da 
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interpretação, que responderá. Consequentemente, torna-se possível realizar o devido arquivamento. 
Não é possível compreender o organismo humano sem o Sistema Nervoso. Sua existência é fundamental. Caso o Sistema Nervoso não existisse, haveria ilhas de informação. Logo, o organismo seria inerte devido à ausência de interação como conjunto. Desta forma, podemos compreender o porquê de o Sistema Nervoso estar na formação primária do organismo humano. 
TEMA 2 – A FORMAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO 
O Sistema Nervoso tem sua constituição no processo embrionário. Não é demais lembrarmos como ocorre a origem do ser humano. É necessário que duas células gametas (um óvulo, feminino, e um espermatozoide, masculino) entrem em contato e transformem-se em uma célula embrionária. Este ato ocorre na fecundação do óvulo pelo espermatozoide, produzindo um zigoto que será implantado na parede uterina, desenvolvendo-se ali por aproximadamente 40 semanas. 
Após a fecundação ocorre um processo de transformação desses gametas em um zigoto. Por volta do 8º dia, ele passa a ser um blastocisto, que é implantado no útero em um estágio denominado “nidação”. Nesta fase o embrião está fixandose no útero e formando sua estrutura de alimentação e manutenção, que é a placenta. 
Com a instalação do embrião no útero, por volta do 17º dia, temos o início da formação do Sistema Nervoso. O Sistema Nervoso tem sua origem no tubo neural. 
2.1 Tubo neural 
No processo embrionário, por volta do 17º dia, temos a formação da placa neural. Essa placa sofre um achatamento e um estreitamento que a levam a uma dobragem. Essa dobragem é realizada levando as pregas neurais a se fecharem por volta do 27º dia. 
O fechamento do tubo neural dá origem às fases do desenvolvimento do Sistema Nervoso. No detalhamento do tubo neural pode-se observar os marcadores do desenvolvimento do Sistema Nervoso. A estrutura base do tubo neural dará forma ao Sistema Nervoso central. Observando o tubo neural em sua parte rostral (de cima), teremos a formação do encéfalo e seu fechamento na parte 
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caudal (de baixo) da medula espinhal. O desenho do tubo neural fechado é o de um invólucro lacrado em sua parte medial. 
As pregas neurais estão na parte medial do tubo neural; no processo do seu fechamento, saem células que formarão as cristas neurais. Como em todo processo de desenvolvimento, algumas células migram para outras áreas. São elas que darão origem a outras estruturas, como os gânglios, os nervos raquidianos, as meninges, os músculos, a medula da adrenal e os melanócitos. 
A estrutura neural originária no tubo neural tem fim vital para o organismo. A formação errada ou incompleta desse tubo pode produzir a morte do embrião ou uma deformação gravíssima. 
2.2 Divisões do Sistema Nervoso 
A formação do tubo neural será a base da constituição do Sistema Nervoso. 
Esse desenvolvimento ocorre durante a gestação, entre o 17º e o 90º dia. O Sistema Nervoso, quando estiver completamente formado, será uma estrutura complexa, pois desde a sua formação já está vocacionado a conectar o organismo, interligando-o. 
Compreendendo esse sistema de forma didática, podemos estruturalmente dividi-lo em: 
· Sistema Nervoso Central (SNC), responsável pelo comando e controle de todo o organismo. 
· Sistema Nervoso Periférico (SNP), responsável pela transmissão da informação entre o corpo e o Sistema Nervoso central e vice-versa. 
TEMA 3 – O SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
O Sistema Nervoso Central (SNC) é a parte do Sistema Nervoso responsável pelo comando do organismo. Sua localização é superior e central no corpo. Sua atividade é desenvolvida dentro de uma situação de controle geral. Com isso, toda informação deve chegar ou sair do SNC. A estrutura do SNC é dividida em encéfalo e medula espinhal.3.1 O encéfalo 
O encéfalo é responsável pelo controle do organismo humano de maneira abrangente. Ele comanda todos os nossos órgãos e sentidos. Seu formato é de 
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uma grande noz, e está localizado na parte superior do corpo, na cabeça, dentro da caixa craniana. Há uma proteção que recobre o encéfalo, feita pelas meninges e pelo líquido raquidiano. Essa proteção permite um certo isolamento do encéfalo e uma manutenção da pressão intracraniana. 
As meninges são estruturas compostas interligadas, recebendo o nome de: 
dura-máter, aracnoide e pia-máter. Qualquer alteração na meninge é considerada grave, pois coloca em risco e em exposição o encéfalo. A doença que atinge a meninge é denominada meningite. 
O encéfalo possui uma superfície enrugada e com muitas dobras. Há, de forma observável, algumas divisões no encéfalo: os espaços que realizam essas divisões são chamados de sulcos e, os que são muito profundos, de fissuras. 
3.1.1 A formação do encéfalo 
O tubo neural é ponto de origem de todo o Sistema Nervoso. Todavia, de uma forma mais evidente, podemos compreender a formação do encéfalo a partir do fechamento do tubo neural. 
Na parte rostral do tubo neural há uma estrutura formada por três vesículas encefálicas primárias: prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. Essa estrutura evolui por volta da 5ª semana e se expande, formando: telencéfalo, diencéfalo (epitálamo, tálamo, hipotálamo), mesencéfalo, metencéfalo (ponte e cerebelo) e mielencéfalo (bulbo). 
3.1.2 Estruturas do encéfalo 
O encéfalo é formado por: 
· Cérebro (telencéfalo e diencéfalo): o cérebro é constituído por uma parte maior, chamada de telencéfalo, e outra menor, diencéfalo. As duas partes são interligadas, sendo o diencéfalo a base de sustentação do telencéfalo. O telencéfalo ocupa 90% do cérebro. É nessa estrutura que podemos verificar a presença de uma massa acinzentada denominada de córtex. A cor acinzentada se deve à alta concentração de corpos celulares de neurônios. Verifica-se também a presença de uma área mais esbranquiçada, a qual denominamos de corpo caloso. O diencéfalo tem sua localização na base do cérebro. Sua estrutura é composta pelo tálamo e pelo hipotálamo. 
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· Cerebelo: o cerebelo tem a mesma origem da ponte, ou seja, no metencéfalo, sendo constituído por uma massa branca. A localização do cerebelo é a parte dorsal da caixa craniana. Como sua estrutura está em uma posição posterior, ele acaba mantendo ligação com todas as grandes estruturas do encéfalo. É uma relação de circunvizinhança. O cerebelo atua de forma funcional em ações relacionadas com os sentidos e a motricidade. Como o processo motor é primário, desde a formação do feto, o cerebelo atua de maneira direta no movimento da cabeça, dos olhos e dos membros de forma coordenada. Essa ação se dá pelo fato de o cerebelo ser responsável também pelo equilíbrio do corpo e sua condição postural. É possível ver a atuação do cerebelo em ações simples, como mexer a cabeça, piscar, manter-se ereto, caminhar sem tombar, consideradas como primitivas, pois ocorrem sem uma condição muito elaborada. 
· Tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo): o mesencéfalo localizase entre a ponte, o cerebelo e o telencéfalo. Ele se mantém em desenvolvimento desde o tubo neural, exercendo sempre a mesma função, que é a de realizar a recepção de informações musculares e a participação no controle das contrações musculares e da postura corporal. Ponte: o tubo neural, em sua primeira estrutura com três vesículas, possui uma cauda denominada de rombencéfalo. Quando as vesículas encefálicas se desenvolvem, o rombencéfalo se divide em metencéfalo e mielencéfalo. A ponte tem sua origem no metencéfalo. Com o desenvolvimento completo do Sistema Nervoso central, a ponte passa a ocupar o espaço entre o bulbo e o mesencéfalo. A função da ponte está ligada às operações cerebelares de movimento e equilíbrio. Bulbo: o bulbo tem sua origem no mielencéfalo. Localiza-se abaixo da ponte e está em contato com a medula espinhal. É uma estrutura tangente à medula, mas localizada na posição frontoposterior. A função do bulbo é controlar os centros vitais, sendo responsável por manter as funções fisiológicas vitais do organismo em perfeito funcionamento. É possível verificar a sua atuação direta na manutenção do ritmo cardíaco, da respiração, da pressão arterial, ou de funções motoras básicas, como engolir. O bulbo, como estrutura que pertence à área de controle vital do organismo, também exerce interferência no sono, trabalhando na sua regulação. 
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3.2 Medula espinhal 
O Sistema Nervoso central tem como seu segundo integrante, também originário na formação do tubo neural, a medula espinhal. A medula tem sua localização inicial no encéfalo, fazendo limite com o bulbo, começando no buraco occipital e prolongando-se até a segunda vértebra lombar. 
Na estrutura humana, a medula percorre aproximadamente 45 cm dentro de um canal vertebral, que é constituído por vértebras. A estrutura da medula é algo próximo de um cilindro, contudo, é mais achatada, apresentando um diâmetro de mais ou menos 1 cm em sua parte mais dilatada. 
A medula espinhal é responsável por estabelecer a comunicação entre o corpo e o Sistema Nervoso. Com isso, ela possui dupla função, a de condução nervosa e a de centro nervoso. 
A medula realiza uma comunicação reflexiva, permitindo que haja respostas de proteção ao corpo em situações de emergência. Ela também realiza a função de corrente motora do que se origina no encéfalo. Nessa ação, temos o efeito de comando e controle realizado pelo encéfalo e transmitido ao organismo pela medula. 
Em sua extensão, a medula apresenta duas dilatações: uma cervical e outra lombar. A localização desses pontos é correspondente à origem dos nervos que comandam os membros superiores e inferiores. Há ainda nesse prolongamento, numa extremidade inferior, o filum terminale, que a prolonga até a base do cóccix. Nessa região temos a cauda equina, formada pelos últimos nervos raquianos. 
A superfície da medula apresenta dois sulcos. Esses sulcos são observados em toda a extensão da medula, na direção longitudinal – um sulco anterior e outro posterior que dividem a medula em duas metades simétricas. 
Essas metades da medula também se dividem longitudinalmente em três cordões: o anterior, entre o sulco mediano anterior e a emergência das raízes anteriores; o lateral, entre a emergência das raízes anteriores e a das raízes posteriores; e o posterior, entre a emergência das raízes posteriores e o sulco mediano posterior. Há também, em todo o comprimento, o canal do epêndimo, aberto superiormente no quarto ventrículo e atingindo, inferiormente, a parte média do filum terminale. 
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Observando a medula por um corte transversal observa-se duas substâncias, uma externa que é uma substância branca e outra interna que é a substância cinzenta. 
A substância cinzenta localiza-se por dentro da branca e apresenta a forma de uma borboleta, ou de um “H”. É possível observar, em cada lado, três colunas, que aparecem nos cortes como cornos, ou chifres: são as colunas anterior, posterior e lateral. A coluna lateral só aparece na medula torácica e em parte da medula lombar. No centro da substância cinzenta localiza-se o canal central da medula. 
A substância branca é formada por fibras, a maioria delas mielínicas, que sobem e descem na medula e que podem ser agrupadas de cada lado em três funículos ou cordões: o anterior, o lateral e posterior. 
Os sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão com pequenos filamentos nervosos denominados de filamentos radiculares. Esses filamentos se unem formando as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais. São essas raízes que dão origem aos nervos espinhais. Os nervos são oriundos de uma união que ocorre em um ponto distal ao gânglio espinhal que existe na raiz dorsal. 
A proteção da medula espinhal, além de contar com seu invólucro ósseo, é realizada pelas meninges. Semelhante à proteção do encéfalo, as meninges são denominadas: dura-máter, aracnoide e pia-máter.Essas meninges possuem uma formação fibrosa, produzindo uma estrutura que envolve a medula. 
TEMA 4 – O SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 
O Sistema Nervoso Periférico é parte integrante do Sistema Nervoso, e não menos importante. Sua estrutura é formada por nervos e gânglios. Sua função principal é realizar a transmissão de informações para o SNC e para órgãos periféricos. 
Os nervos são fibras nervosas dispostas paralelamente e envoltas por tecido conjuntivo dando um formato de corda. A tarefa dos nervos é a de unir o Sistema Nervoso central aos órgãos do nosso corpo, fazendo a transmissão, pelas fibras, dos impulsos nervosos. Observando o sentido da informação, classificamos as fibras que conduzem o estímulo até o SNC de aferentes ou sensitivas; de eferentes ou motoras aquelas que trazem a resposta do SNC; de mistas aquelas que fazem as duas funções, como, por exemplo, os nervos raquidianos. 
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Os nervos são classificados, segundo a sua origem, como espinhais (ou espinais) ou cranianos. Os nervos cranianos são ligados ao encéfalo e os nervos espinhais são ligados à medula espinhal. 
Os nervos cranianos são responsáveis por inervar principalmente estruturas da cabeça e do pescoço. Possuímos 12 pares de nervos cranianos: nervo olfatório, nervo óptico, nervo oculomotor, nervo troclear, nervo abducente, nervo trigêmeo, nervo facial, nervo vestíbulo-coclear, nervo glossofaríngeo, nervo vago, nervo acessório e nervo hipoglosso. 
Os nervos espinhais inervam tronco, membros e algumas regiões da cabeça. Os nervos espinhais mantêm ligação direta com a medula e partem dos forames intervertebrais, aberturas formadas pela articulação de duas incisuras vertebrais da coluna. Possuímos 31 pares de nervos espinhais. São denominados segundo a sua origem vertebral como: cervicais, torácicos, lombares, sacrais e coccígeos. 
Os gânglios são regiões dilatadas localizadas nos caminhos percorridos pelos nervos. Eles são formados por acúmulos de corpos celulares e estão situados fora do SNC, espalhados pelo organismo. É comum formarem uma estrutura aglutinada semelhante a uma esfera. 
4.1 Sistema Nervoso Somático 
O Sistema Nervoso Somático também pode ser chamado de voluntário, primordial para reagir a ordens expressas. O Sistema Nervoso Somático é responsável por regular as ações que estão sob o controle da nossa vontade, ou seja, ações voluntárias. 
O seu principal lugar de atuação é sob a musculatura esquelética de contração voluntária. Dessa forma, reage aos estímulos provenientes do ambiente externo. Essa comunicação é realizada por fibras motoras que conduzem impulsos do Sistema Nervoso central aos músculos esqueléticos. 
No Sistema Nervoso Somático podemos encontrar neurônios de aproximadamente 1 metro de comprimento. Isso é possível devido ao fato de que o corpo celular de uma fibra motora está localizado dentro do Sistema Nervoso central e o axônio vai diretamente do encéfalo ou da medula até o órgão que inerva. 
010
4.2 Sistema Nervoso Autônomo (SNA) 
O Sistema Nervoso Autônomo como agente integrante do SN atua de forma integrada com o SNC. O objetivo dessa integração é manter os órgãos e defesas do organismo sempre ativos. Sua ação é sempre involuntária, e sua principal atuação está na musculatura lisa e cardíaca. 
O organismo sofre ações de regulação que mantêm sempre o seu equilíbrio. Essa regulação é denominada de homeostase, condição de relativa estabilidade da qual o organismo necessita para realizar suas funções adequadamente. 
O Sistema Nervoso Autônomo trabalha em uma condição antagônica. Isso só é possível pelo fato de que as duas partes integrantes do SNA possuem trânsitos diferentes. Enquanto uma participa de um processo ativo, a outra está no processo de relaxamento. São integrantes do SNA: 
· Sistema Nervoso Simpático. 
· Sistema Nervoso Parassimpático. 
O Sistema Nervoso Simpático é formado pelos nervos espinhais da região torácica e lombar da medula. Ele estimula o funcionamento dos órgãos e as ações que mobilizam energia, permitindo ao organismo responder a situações de estresse. 
Os principais neurotransmissores liberados pelo Sistema Nervoso Simpático são a noradrenalina e a adrenalina. Um exemplo dessa ação pode ser verificado na aceleração dos batimentos cardíacos, no aumento da pressão sanguínea, entre outros. 
O Sistema Nervoso Parassimpático é formado pelos nervos cranianos e espinhais das extremidades da medula. Atua como inibidor do funcionamento dos órgãos. Dessa forma, estimula principalmente atividades relaxantes. 
	O 	principal 	neurotransmissor 	liberado 	pelo 	Sistema 	Nervoso 
Parassimpático é a acetilcolina. Como exemplos, podemos identificar as reduções do ritmo cardíaco, da pressão sanguínea, entre outros. 
TEMA 5 – A BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA (BHE) 
A Barreira Hematoencefálica (BHE), é uma das descobertas mais importantes para desvendar a proteção que envolve o cérebro. Ela é conhecida como barreira sangue/cérebro. Sua principal função é impedir que elementos 
011
químicos não compatíveis com os elementos que acessam o cérebro cheguem a este por intermédio do sangue (Ballabh, 2004). 
A BHE possui uma ligação direta com o SNC. Isso permite que haja um efeito de proteção mais enérgico e imediato, fato comprovado com o acionamento dos tecidos periféricos a partir de um estímulo da BHE. 
A BHE tem uma função dupla. Ela limita e regula a entrada de elementos químicos dentro do cérebro. Essa ação de proteção é executada pelas células endoteliais. Sua função é servir de agente de filtragem nos capilares cerebrais. Assim como o fluxo sanguíneo tem função de transportar as substâncias que alimentam o cérebro, a função da BHE é a de realizar a restrição de elementos incompatíveis com o funcionamento cerebral. 
Há um fator negativo na função da BHE. A mesma proteção que impede a entrada de uma substância estranha também impede o acesso de medicamentos ao cérebro. Assim, é necessário que a medicação possua um código que informe a BHE característica de acesso. 
A BHE é uma das três estruturas que protege o Sistema Nervoso. As outras duas são a Barreira Sangue-Líquido Cefalorraquidiano (BSLCR) e a Barreira Sangue-Aracnoide (BSA). 
5.1 Componentes da Barreira Hematoencefálica 
Os componentes da BHE são: células endoteliais, ocludinas, claudina, astrócitos, pericito e matriz extracelular (MEC). 
5.1.1 As células endoteliais 
As células endoteliais controlam a abertura e o fechamento das junções célula-célula. Essas junções regulam a permeabilidade celular; elas apresentam dois tipos: junção apertada (JA) e junção endotelial aderente (JEA). As células endoteliais cerebrais são apoiadas sobre uma lâmina basal que tem contato direto com a matriz extracelular. A junção apertada é composta por três proteínas integrais: claudina, ocludina e moléculas de adesão. 
Segundo Roja, Ritter e Pizzol (2011), a ocludina tem função dentro do contexto regulador da BHE. Atua na conexão com o citoesqueleto, assegurando a alta resistência elétrica das monocamadas das células endoteliais e a diminuição da permeabilidade paracelular. 
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Já as claudinas atuam para regular a seleção paracelular de íons pequenos. Como as claudinas são proteínas integrais, agem de forma heteromérica, no plano da membrana, e de forma heterotípica (Roja, Ritter & PizzoL, 2011). 
5.1.2 Os astrócitos 
Os astrócitos são células da glia que liga a BHE à membrana basal. A sua ação controla o tônus vascular, realizando a manutenção e a sinalização das células endoteliais. 
5.1.3 O pericito 
Roja, Ritter e Pizzol (2011) descrevem o pericito como uma célula tipo mesenquimal, associada com as paredes de vasos sanguíneos pequenos. Neste sentido, atua com as células endoteliais, sendo essencial para a formação, maturação e manutenção da BHE. 
5.1.4 A matriz extracelular (MEC) 
A matriz extracelular (MEC) é um microambiente celular; uma rede bem organizada e formada por macromoléculas. A MEC ocupa cerca de 20% do volume do espaço extracelular do cérebro, e está em um espaço que se limita pelos vasos sanguíneos e a célula da glia. Trabalha narelação entre o tecido conjuntivo e o tecido epitelial. 
Na MEC, a área que distancia o tecido conjuntivo do tecido epitelial recebe o nome de membrana basal. É nessa área que a MEC pode produzir alterações no citoesqueleto das células endoteliais. Essas mudanças nas células permitem que elas sejam permeáveis. Isso significa que pode haver uma alteração na célula. 
A MEC é de grande importância para a BHE, bem como para o próprio cérebro. Na MEC podemos encontrar estruturas que podem ser benéficas e maléficas para o cérebro, com uma estrutura rica em suporte para este (Vieira & Souza, 2013). 
 	 
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FINALIZANDO 
Pudemos observar nesta aula um panorama da complexidade do Sistema Nervoso. Todavia, não podemos deixar de lembrar que é essa complexidade que mantém a comunicação no organismo. Semelhante à nossa analogia sobre a tecnologia da educação no começo desta aula, o Sistema Nervoso está presente em todas as áreas do organismo, por mais diferentes que sejam, e o acesso se dá de maneira eficiente. Isso nos relembra que o Sistema Nervoso íntegro é capaz de fazer comunicação entre os integrantes do organismo, evoluindo para atender às necessidades deste. 
A nossa origem embrionária nos reporta à importância do Sistema Nervoso. O tubo neural, que é a primeira estrutura consolidada para o Sistema Nervoso, apoia o desenvolvimento de todo o organismo. 
Dessa forma, podemos desenhar um diagrama que nos apresenta o Sistema Nervoso. 
Figura 1 – Sistema nervoso 
 Fonte: Siqueira, A. R. C. 
 	 
014
REFERÊNCIAS 
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_____. Fundamentos da biologia celular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 
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18 abr. 2018. 
CARVALHO, H. F.; RECCO-PIMENTEL, S. A célula. 2. ed. São Paulo: Manole, 2007. 
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Porto Alegre: Artmed, 2007. 
DAMIANI, D.; DAMIANI, A. M. Neurociências e o conhecimento sobre o cérebro humano. Rev Eletron Olive, v. 1, n. 1, jan.-dez./2016. Disponível em: <www.oliverevista.com.br>. Acesso: 18 abr. 2018. 
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015
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