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XXVIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO - Contestação Trabalhista

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CASO - PRÁTICA TRABALHISTA 
A empresa LUA Ltda., procurou seu escritório de advocacia com um caso em 
que uma ex-funcionária, Sra. Paula Moura, faxineira, foi empregada da empresa no 
período de 10/10/2010 a 20/05/2019, e que ajuizou reclamação trabalhista em 
20/06/2019, cumprindo-se com os requisitos iniciais da exordial e valor. O processo 
tramita na 9ª Vara do Trabalho de Salvador, ora identificado sob o número 2000/2019. 
A reclamante requereu o pagamento de indenização por dano moral, alegando 
ser vítima de doença profissional, já que o mobiliário da empresa, segundo diz, não 
respeitava as normas de ergonomia. 
Disse, ainda, que a empresa fornecia plano odontológico gratuitamente, o que a 
levou a requerer a sua integração, para todos os fins, como salário utilidade. Afirma que, 
nos últimos dois anos, a sociedade empresária fornecia, a todos os empregados, uma 
cesta básica mensal, suprimida a partir de 20/03/2019, violando direito adquirido, pelo 
que requer o seu pagamento nos meses até a sua saída da empresa. 
Relata que, no ano de 2019, permanecia, duas vezes na semana, por mais uma 
hora na sede da sociedade empresária para participar de um culto ecumênico, 
caracterizando tempo à disposição do empregador, que deve ser remunerado como hora 
extra, o que requereu. Paula afirma que foi coagida moralmente a pedir demissão, 
porém não trouxe qualquer elemento de prova neste sentido. 
Assim, requer a anulação do pedido de demissão e o pagamento dos direitos 
como sendo uma dispensa sem justa causa. 
Por fim, formulou um pedido de adicional de periculosidade, mas não o 
fundamentou na causa de pedir. 
Paula juntou, com a petição inicial, os laudos de ressonância magnética da 
coluna vertebral, com o diagnóstico de doença degenerativa, e a cópia do cartão do 
plano odontológico, que lhe foi entregue pela empresa na admissão. Juntou, ainda, a 
cópia da convenção coletiva, que vigorou de julho de 2016 a janeiro de 2019, na qual 
consta a obrigação de os empregadores fornecerem uma cesta básica aos seus 
colaboradores a cada mês, e, como não foi entabulada nova convenção desde então, 
entende que a anterior se prorrogou automaticamente. 
Por fim, juntou a circular da empresa que informava a todos os empregados que 
eles poderiam participar de um culto na empresa, que ocorreria todos os dias ao fim do 
expediente. 
A empresa entregou em seu escritório todos os documentos do caso, inclusive os 
comprovantes de pagamentos feitos à ex-funcionária para adotar a medida cabível. 
Considere ainda que nos casos em que a lei exigir liquidação de valores, não será 
necessário que se apresente os cálculos, admitindo-se que o escritório possui setor 
próprio ou contratado especificamente para essa finalidade. 
 
Estrutura da peça 
1. Peça com formato de contestação dirigida ao juízo da 9ª Vara do Trabalho de 
Salvador 
2. Qualificação das partes: identificação do réu e da autora 
3. Indicação do Art. 847, CLT 
Preliminar 
4. De inépcia quanto ao pedido de adicional de periculosidade. Indicação Art. 330, 
§ 1º, inciso I, OU Art. 485, I, ambos do CPC 
Prescrição parcial 
5. Prescrição das pretensões anteriores a 20/06/2014 OU prescrição das pretensões 
anteriores a cinco anos do ajuizamento da ação. Indicação Art. 7º, XXIX, 
CRFB/88, OU Art. 11, CLT OU Súmula 308, I, TST 
Indenização doença profissional 
6. Indevida porque doença degenerativa não é considerada doença profissional ou 
do trabalho. Indicação Art. 20, § 1º, “a”, Lei 8.213/91 
Salário in natura 
7. Plano odontológico não integra o salário por vedação legal. Indicação Art. 458, 
§ 2º, IV ou § 5º, CLT 
Ultratividade norma coletiva 
8. Cesta básica é indevida porque a norma coletiva não tem ultratividade. 
Indicação Art. 614, § 3º, CLT OU suspensão da súmula 277 do TST. 
 
 
Tempo à disposição 
9. Período dedicado a culto não é considerado tempo à disposição por vedação 
legal. Indicação Art. 4º, § 2º, I, CLT 
Pedido de demissão 
10. Negar a existência de prova da coação, cujo ônus pertence à autora. Indicação 
Art. 818, I, CLT OU Art. 373, I, CPC. 
OU 
Negar a prática de qualquer ato ilícito capaz de provocar danos. Indicação Art. 
186 ou 927 CCB 
Acúmulo funcional 
11. Indevido o plus salarial porque a atividade é compatível com a sua condição 
pessoal. Indicação Art. 456, parágrafo único, CLT 
Encerramento 
12. Renovação da preliminar de inépcia 
13. Renovação da prejudicial de prescrição parcial 
14. Requerimento de improcedência dos pedidos do autor e indicação das provas a 
serem produzidas 
Fechamento 
15. Data, local, advogado e OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 9ª VARA DO TRABALHO DE 
SALVADOR – BA. 
 
 
Processo nº 2000/2019 
 
 
LUA Ltda., já qualificada nos autos da presente RECLAMAÇÃO 
TRABALHISTA, que lhe move PAULA MOURA, por sua procuradora signatária que junta 
neste ato instrumento de procuração com endereço profissional completo para receber 
notificações/intimações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, no prazo legal e 
com os documentos acostados, apresentar sua CONTESTAÇÃO, com fundamento no artigo 
847 CLT, combinando com o artigo 335 do CPC, consubstanciados nos motivos de fato e de 
direito a seguir articulados: 
 
I. SÍNTESE DA INICIAL 
 
Trata-se, em síntese, de Reclamação Trabalhista proposta pela Sra. Paula Moura, 
que laborou para esta Reclamada na função de faxineira no período compreendido entre 
10/10/2010 e 20/05/2019. 
Requer a Reclamante o pagamento de indenização por dano moral, alegando ser 
vítima de uma doença profissional devido ao mobiliário inadequado da empresa, que não seguia 
as normas de ergonomia. Além disso, ela menciona que a empresa fornecia um plano 
odontológico gratuito e solicita que esse benefício seja considerado parte de seu salário. 
Relata também que nos últimos dois anos de seu emprego, a empresa fornecia uma 
cesta básica mensal para todos os funcionários, mas que esse benefício foi suprimido a partir de 
20/03/2019, o que ela considera uma violação de seu direito adquirido, assim, requer o 
pagamento da cesta básica pelos meses restantes até sua saída da empresa. 
A reclamante também menciona que, no ano de 2019, era obrigada a permanecer 
na sede da empresa duas vezes por semana, por mais uma hora, para participar de um culto 
ecumênico, assim, alega que esse tempo deve ser considerado como hora extra e remunerado 
pelo empregador. 
Ademais, afirma ter sido moralmente coagida a pedir demissão, portanto, solicita a 
anulação de seu pedido de demissão e o pagamento dos direitos como se tivesse sido dispensada 
sem justa causa. 
Por fim, a reclamante faz um pedido de adicional de periculosidade. 
Como documentos anexados à petição inicial, incluiu laudos de ressonância 
magnética de sua coluna vertebral, que indicam um diagnóstico de doença degenerativa, cópia 
do cartão do plano odontológico fornecido pela empresa quando foi admitida e, além disso, 
anexou uma cópia da convenção coletiva que esteve em vigor de julho de 2016 a janeiro de 
2019, na qual constava a obrigação dos empregadores de fornecerem uma cesta básica mensal 
aos colaboradores. 
Por fim, incluiu uma circular da empresa informando aos funcionários sobre a 
possibilidade de participar de um culto na empresa, que ocorreria diariamente após o 
expediente. 
A partir da análise de todas as alegações, provas e fundamentos apresentados pela 
Reclamante, se contestará com os fundamentos que seguem, levando em consideração as leis 
trabalhistas vigentes e precedentes jurisprudenciais. 
 
II. DA PRELIMINAR DE INÉPCIA AO PEDIDO DE ADICIONAL DE 
PERICULOSIDADE 
 
A Reclamante formulou um pedido de adicional de periculosidade, mas não o 
fundamentou na causa de pedir. 
Ora, incumbe à parte reclamante realizar pedido certo e determinado, pois, ainda 
que haja o princípio da informalidade nesta justiçaespecializada, a parte deverá atender aos 
requisitos mínimos da petição inicial, nos termos dos artigos 319 do CPC e 840 da CLT, de 
forma a garantir a observância dos princípios do devido processo legal, contraditório e ampla 
defesa. 
Considerando que a reclamante não delimitou as parcelas a sofrerem as 
repercussões do adicional de periculosidade pretendido, e tendo em vista tratar-se de matéria de 
ordem pública, requer o reconhecimento da inépcia da petição inicial, no particular, nos termos 
do artigo 337, IV e § 5º do CPC e, por consequência, a extinção do processo sem resolução do 
mérito, com fundamento nos artigos 485, I e 330, § 1º, inciso I do CPC. 
 
III. DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL 
 
A Reclamante, Sra. Paula Moura, laborou para a Reclamada no período de 
10/10/2010 a 20/05/2019, tendo distribuído a presente ação aos 20/06/2019. 
Nesse sentido, a Constituição Federal, em seu art. 7º, XXIX, prevê a prescrição nas 
relações trabalhistas, tanto no que se relaciona ao prazo para a ação, bem como para a cobrança 
dos créditos trabalhistas, nestes termos: 
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de 
outros que visem à melhoria de sua condição social: 
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de 
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os 
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a 
extinção do contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 28, de 2000)” 
Deste modo, não há de se incorporar no pleito a análise das verbas trabalhistas que 
excedam o período de 05 (cinco) anos contados da data do ajuizamento da ação, em 
conformidade, ainda, com a Súmula 308, do Tribunal Superior do Trabalho: 
“SÚMULA Nº 308 - PRESCRIÇÃO QÜINQÜENAL 
I. Respeitado o biênio subsequente à cessação contratual, a 
prescrição da ação trabalhista concerne às pretensões imediatamente 
anteriores a cinco anos, contados da data do ajuizamento da 
reclamação e, não, às anteriores ao quinquênio da data da extinção 
do contrato.” 
Requer, assim, o reconhecimento da prescrição quinquenal dos pedidos anteriores a 
20/06/2014 extinguindo o processo com resolução do mérito no concernente a esses pedidos. 
 
IV. DO MÉRITO 
 
a. DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS 
 
Requer a reclamante o pagamento de indenização por dano moral, alegando ser 
vítima de doença profissional, já que o mobiliário da empresa, segundo diz, não respeitava as 
normas de ergonomia. 
Ocorre que, os laudos de ressonância magnética da coluna vertebral, juntados pela 
mesma, constam com diagnóstico de doença degenerativa. 
As doenças degenerativas não são consideradas doença do trabalho, 
porquanto não há nexo causal direto com o trabalho, ou seja, independem do fator laboral e 
podem aparecer ainda que o trabalhador esteja desempregado ou aposentado, conforme 
legislação: 
“Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991 
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo 
anterior, as seguintes entidades mórbidas: 
I - Doença profissional, assim entendida a produzida ou 
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada 
atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério 
do Trabalho e da Previdência Social; 
II - Doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou 
desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é 
realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação 
mencionada no inciso I. 
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho: 
a) a doença degenerativa;” 
Nestes termos, de rigor a improcedência do pedido de indenização por danos 
morais, por não haver nexo causal entre a doença e a atividade exercida. 
 
b. DO PLANO ODONTOLÓGICO - SALÁRIO UTILIDADE 
Alega a Reclamante que a empresa fornecia plano odontológico gratuitamente, o 
que a levou a requerer a sua integração, para todos os fins, como salário utilidade. 
Razão não lhe assiste, senão vejamos: 
Artigo 458 da CLT - Decreto Lei nº 5.452 de 01 de Maio de 1943 
Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, 
para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou 
outras prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato ou 
do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/CLT-Decreto-Lei-n-5.452-de-01-de-Maio-de-1943#art-458
será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas 
nocivas. 
[...] 
§ 2º Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas 
como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: 
[...] 
IV – Assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada 
diretamente ou mediante seguro-saúde; 
[...] 
§ 5º O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou 
odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com 
medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, 
despesas médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando 
concedido em diferentes modalidades de planos e coberturas, não 
integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o salário 
de contribuição, para efeitos do previsto na alínea q do § 9o do art. 
28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. 
Restando clara a vedação legal para o pleito da Reclamante, requer seja o pedido 
no que tange a integração do valor pago a título de plano odontológico como salário utilidade. 
 
c. DA CESTA BÁSICA 
 
Afirma a Reclamante que, nos últimos dois anos, esta Reclamada fornecia a todos 
os empregados, uma cesta básica mensal, a qual foi suprimida a partir de 20/03/2019, violando 
direito adquirido, requerendo, assim, o seu pagamento nos meses até a sua saída da empresa. 
Infere-se da cópia da convenção coletiva, que esta vigorou de julho de 2016 a 
janeiro de 2019, na qual consta a obrigação de os empregadores fornecerem uma cesta básica 
aos seus colaboradores a cada mês. 
Ocorre que, ao fim da vigência do acordo ou convenção coletiva do Trabalho, as 
normas pactuadas perdem sua validade, não sendo possível o prolongamento de seus efeitos no 
tempo, conforme se observa do 3º do artigo 614 da CLT: 
 “Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou 
acordo coletivo de trabalho superior a dois anos, sendo vedada a 
ultratividade. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)” 
Posto isso, não há que se falar em direito adquirido, tendo em vista que a 
empregadora cumpriu estritamente o estipulado em convenção coletiva, que se findou sem que 
fosse implantada uma nova convenção desde então. 
De rigor a improcedência do pedido de pagamento da cesta básica de 20/03/2019 
até a saída da obreira (20/05/2019). 
 
d. DAS HORAS EXTRAS - PRÁTICAS RELIGIOSAS NA EMPRESA 
 
 Relata a obreira que, no ano de 2019, permanecia, duas vezes na semana, por 
mais uma hora na sede da Reclamada para participar de um culto ecumênico, caracterizando 
tempo à disposição do empregador, que deve ser remunerado como hora extra, o que requereu. 
Razão não lhe assiste, senão vejamos: 
“Artigo 4 do Decreto Lei nº 5.452 de 01 de maio de 1943 (CLT) 
Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o 
empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou 
executando ordens, salvo disposição especial expressamente 
consignada. 
[...] 
§ 2º [...]. permanecer nas dependências da empresa para exercer 
atividades particulares, entre outras: 
I - Práticas religiosas; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
(Vigência)” 
Observa-se que a circular da empresa, juntada pela própria Reclamante, informava 
apenas que os funcionários poderiam participar de um culto que ocorreria todos os dias ao fim 
do expediente. 
Portanto, tratava-se de um convite, e não de uma obrigação, evidenciando-se que a 
Reclamante comparecia ao culto voluntariamente, não configurando tempo à disposição da 
empresa, razão pela qual requer o indeferimento do pedido de remuneração comohora extra do 
tempo em prática religiosa. 
 
e. DO PEDIDO DE DEMISSÃO 
 
A Reclamante afirma que foi coagida moralmente a pedir demissão, requerendo a 
anulação do pedido de demissão e o pagamento dos direitos como sendo uma dispensa sem justa 
causa. 
Ocorre que a obreira não corroborou suas alegações. 
O ônus da prova em torno da nulidade do pedido de demissão por vício do 
consentimento pertence ao empregado, senão vejamos: 
“Artigo 818 do Decreto Lei nº 5.452 de 01 de maio de 1943 
Art. 818. O ônus da prova incumbe: (Redação dada pela Lei nº 
13.467, de 2017) 
I - Ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
II - Ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo 
ou extintivo do direito do reclamante. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 
2017)” 
 A Reclamante não provando, de forma inequívoca, a prática de atos ilícitos pela 
reclamada que afetassem a sua livre manifestação da vontade, não há falar em nulidade 
do pedido de demissão, tampouco em sua conversão em demissão sem justa causa, devendo ser 
julgado o pedido improcedente. 
 
V. PEDIDOS E REQUERIMENTOS FINAIS 
 
Diante o exposto, requer: 
a) O recebimento da presente contestação; 
 
b) Seja acolhida a preliminar de inépcia da inicial em razão de haver pedido 
genérico, com consequente extinção do processo sem resolução de mérito; 
 
c) Seja acolhida a prejudicial de mérito, no que tange a prescrição parcial do 
período anterior a 20/06/2014, com base no art. 7º, inciso XXIX, CF e na 
Súmula 308 do TST; 
 
d) a improcedência dos pedidos listados abaixo, condenando o Reclamante ao 
pagamento das custas processuais e honorários advocatícios: 
a. indenização por dano moral baseada na doença ocupacional alegada 
pela Reclamante, uma vez que não houve qualquer dano ocasionado a 
Reclamante que ensejasse esse pagamento, observado que a doença 
dela é degenerativa; 
b. integração plano odontológico ao salário utilidade, que por expressa 
vedação legal do art. 458, § 2º, inciso IV e § 5º, não pode ser feita; 
c. pagamento do valor referente as cestas básicas, por ter ficado 
demonstrado que a norma coletiva juntada estava sem vigência e sua 
ultratividade não é permitida, na forma do art. 614, § 3º da CLT; 
d. tempo à disposição, pois a permanência na empresa pela Reclamante 
era voluntária para prática religiosa; 
e. anulação do pedido de demissão, uma vez que não houve comprovação 
do vício alegado pela Reclamante; 
 
e) Provar o alegado por todos os meios admitidos em direito, especialmente o 
depoimento da Reclamante, oitiva de testemunha e juntada de novos 
documentos. 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local, DIA de MÊS de ANO 
ADVOGADO - OAB/UF nº XXX

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