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Preparação Desportiva no Contexto Das Lutas

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30/05/2023, 13:22 Preparação desportiva no contexto das lutas
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04625/index.html# 1/42
Preparação
desportiva no
contexto das lutas
Prof. Juliano Spineti dos Santos
Descrição
Aplicação dos princípios científicos do treinamento desportivo na preparação física de lutadores.
Propósito
Conhecer os meios e métodos de treinamento de lutadores e como eles se associam aos princípios
científicos do treinamento desportivo é fundamental para que o serviço prestado pelo profissional de
educação física a esse público seja otimizado, mantendo a saúde associada à alta performance.
Objetivos
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Módulo 1
Princípios do treinamento aplicados às lutas
Reconhecer o princípio da individualidade biológica e o princípio da adaptação e suas aplicações nas
lutas.
Módulo 2
Os princípios da sobrecarga, continuidade e reversibilidade
Identificar os princípios da sobrecarga, da continuidade e da reversibilidade e sua aplicação às lutas.
Módulo 3
A especi�cidade e interdependência volume x intensidade
Reconhecer os princípios da especificidade e da interdependência volume x intensidade e sua aplicação
às lutas.
Introdução
Aplicar os princípios científicos do treinamento desportivo na preparação física de lutadores de forma
correta é fundamental para que o treinador tenha certeza de estar no caminho certo e baseado em
conhecimentos cientificamente testados para a melhoria do condicionamento físico do seu atleta.

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Existe uma grande variedade de autores que descrevem os princípios do treinamento físico-desportivo e não
é consensual entre todos as terminologias adotadas. Portanto, vamos descrever neste conteúdo os
princípios do treinamento que apresentam grande relevância na literatura científica e são frequentemente
utilizados e discutidos por treinadores. São eles: o princípio da individualidade biológica, o princípio da
adaptação, o princípio da sobrecarga, o princípio da continuidade, o princípio da reversibilidade, o princípio
da especificidade e o princípio da interdependência volume x intensidade. Através deste o conteúdo, vamos
fazer associações entre as definições clássicas de cada princípio científico desportivo com a aplicação
prática na elaboração de programas de treinamento com o objetivo na preparação física de lutadores.
1 - Princípios do treinamento aplicados às lutas
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer o princípio da individualidade biológica
e o princípio da adaptação e suas aplicações nas lutas.
O princípio da individualidade biológica
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A individualidade biológica aplicada à luta
De acordo com Tubino (1984, p. 100), “chama-se individualidade biológica o fenômeno que explica a
variabilidade entre elementos da mesma espécie, o que faz com que não existam pessoas iguais entre si”.
Cada ser humano possui características distintas, que vão influenciar diretamente no processo de
treinamento dos lutadores.
A metodologia usada com sucesso para um lutador pode não ser a melhor estratégia para outro lutador.
Isso pode ser explicado pelo simples fato de as pessoas serem diferentes. Elas possuem diferenças
genéticas e fenotípicas e, consequentemente, vão responder de forma diferente a todos os componentes do
treinamento, como carga de treino, treinos técnicos e táticos da luta, nutrição, resposta psicológica ao
estresse, entre outros.
E como podemos levar em consideração esse princípio científico no dia a dia da preparação física de
lutadores?
A luta já possui uma característica que facilita sua aplicação, por ser um desporto
individual, diferentemente de desportos coletivos, em que a interação entre os
indivíduos pode ser a chave do sucesso. A luta depende exclusivamente de que o
lutador esteja preparado para determinado combate, ou seja, uma preparação
específica. Caso seja possível, deve ser realizada para cada luta.
Mas é assim que ocorre na maioria das vezes? Os lutadores são preparados de forma individual?
Resposta
Na verdade, a resposta é não. Isso porque são necessários oponentes para a preparação dos lutadores,
fenômeno que diferencia, por exemplo, da preparação de corredores, triatletas, nadadores, ciclistas,
modalidades em que não existe oposição do adversário. Nesses esportes, pode ser possível uma
preparação quase exclusivamente individual.
Já na luta é necessário haver oponentes. De forma geral, os lutadores são treinados em turmas com vários
indivíduos simultaneamente. Sendo assim, uma forma de atender ao princípio da individualidade biológica é
deixarmos essas turmas mais homogêneas, dividindo os participantes por idade, graduação, nível
competitivo, categoria, objetivo profissional ou recreacional, entre outras categorias. Com essa divisão, as
estratégias de treino serão mais direcionadas e poderão atender às necessidades e características
individuais de cada lutador.
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Por exemplo, um treino entre dois lutadores de jiu-jitsu ou de qualquer outra luta, em que um é faixa preta e
o outro é faixa azul, pode ser extremamente desafiador para o faixa azul, mas pouco proveitoso para o faixa
preta. Essa lógica também pode ser usada para as diferenças de peso, idade, competitividade, entre outras.
Por outro lado, quando pensamos no alto rendimento de lutadores profissionais que buscam a excelência
na preparação para as competições, outras estratégias associadas ao princípio da individualidade biológica
podem ser usadas. Por exemplo, a base desse princípio é entender que cada indivíduo difere do outro, logo,
ao prepararmos lutadores fisicamente para as competições, nada será mais importante do que buscar
informações sobre as diferenças físicas entre os lutadores.
Comentário
E como adquirimos essas informações? Uma maneira possível é por meio de avaliações físicas que
apresentem relação com as demandas físicas dos lutadores no momento da luta. Essas informações
poderão balizar o planejamento do treinamento, funcionar como parâmetros da evolução do lutador, assim
como servir de base de cálculo para a individualização do treino de condicionamento físico do atleta, por
isso são fundamentais.
Como a avaliação física pode ajudar no treinamento de
atletas de luta?
Caso esteja atento, você pôde perceber algumas pistas de como usar a avaliação física durante o processo
de treinamento de lutadores e como esse tipo de intervenção pode estar associada ao princípio da
individualidade biológica.
Primeiramente, vamos relembrar os três objetivos da avaliação física:
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É possível que outros autores e profissionais da área apresentem outras formas, mas essas são, com
certeza, as mais usadas e abordadas na literatura acadêmica e em termos práticos.
Vamos iniciar pela identificação do perfil físico do atleta. Suponha que você seja o preparador físico de
cerca de 20 lutadores profissionais e deseje elaborar o programa de treinamento e passar informações
sobre o perfil físico de cada atleta para o treinador da equipe. Você pode avaliar todos os atletas e criar um
ranking utilizando testes estatísticos de medidas de tendência central e desvios da média e observar quem
se destaca positiva e negativamente para cada teste e, consequentemente, para cada capacidade física.
Vamos supor que você aplicou testes de força, resistência, potência e velocidade e, ao fazer o
ranqueamento, um atleta em especial se destacou nos testesassociados à força, potência e velocidade,
mas com um baixo nível no teste de resistência. A partir da obtenção desses dados, você poderá usar essas
informações para individualizar o planejamento de treinamento de cada atleta.
Identi�car o per�l físico do atleta
Avaliar e diagnosticar o seu progresso
Gerar dados para a quanti�cação do treinamento
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Será possível, por exemplo, aumentar o foco e o volume nos exercícios de resistência ao término do treino.
Com essa informação, também será importante que o treinador elabore as estratégias táticas do indivíduo,
considerando o fato de que o ponto fraco do lutador em questão é a resistência. Isso vai influenciar
negativamente o desempenho em lutas mais longas ou em lutas sucessivas com períodos curtos de
recuperação entre elas. Por outro lado, o treinador deverá explorar o fato de que ele apresentou bom nível
para as outras capacidades físicas avaliadas.
Comentário
As informações e os resultados do teste de resistência do atleta também poderão ser usados como
parâmetro de acompanhamento da sua evolução, pois o mesmo teste pode ser aplicado periodicamente
para entender se o lutador está melhorando ou pelo menos mantendo seu nível de resistência. O mesmo
teste de resistência também pode fornecer informações para a individualização do treinamento do lutador.
Por exemplo, a frequência cardíaca máxima no teste pode servir como parâmetro de intensidade nas
sessões de treino usando o cálculo da frequência cardíaca de reserva. Vamos agora conhecer alguns testes
que podem ser aplicados na avaliação de lutadores.
Tipos de testes aplicados na avaliação de lutadores
Teste de força máxima
O teste de força máxima ou teste de uma repetição máxima (1RM) pode ser realizado por meio de, no
máximo, cinco tentativas para os exercícios escolhidos pelo treinador, com um intervalo de 5 minutos entre
elas e 10 minutos antes da determinação de 1RM do exercício seguinte. A maior carga levantada para
determinado exercício pode ser considerada a força máxima do lutador para aquele trabalho e os
percentuais relativos a essa carga podem ser usados para a prescrição do treinamento de força do atleta.
Esse teste também deve ser repetido periodicamente para observar a evolução da força do atleta ao longo
da preparação física. É importante selecionar pelo menos um exercício básico de membros superiores, por
exemplo, o supino e um exercício de membros inferiores, como o agachamento.
Teste de impulsão vertical
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A força é a capacidade de desenvolver tensão e realizar um trabalho. Nesse caso define-se trabalho como
força versus distância pelo qual o objeto é movido. Já potência consiste na capacidade de realizar um
trabalho em detrimento do tempo (FLECK; SIMÃO, 2008). Trabalho e potência podem ser definidos por meio
das equações abaixo:
Rotacione a tela. 
Uma forma de estimar a evolução da potência muscular dos membros inferiores pode ser por meio do teste
de impulsão vertical. Esse teste consiste em medir o tempo de voo após a execução de um salto vertical.
Por meio da relação do tempo de voo, pode-se predizer a altura em que o atleta saiu do solo. Existem várias
formas de avaliação da impulsão vertical, dentre elas:

Plataforma de força

Tapete de salto

Sensores óticos

Aplicativos para smartphones
Provavelmente, os aplicativos são as opções mais acessíveis e com bons resultados. Esse teste pode
auxiliar ao treinador a entender o nível de potência muscular do seu atleta e a evolução da capacidade ao
longo do processo de treinamento.
Testes antropométricos
A antropometria estuda e avalia o tamanho, o peso e as proporções do corpo humano. Através dessas
medidas, podem ser estimados e preditos vários componentes corporais no crescimento e
a) Trabalho = força × distância
b) Potência = Trabalho / tempo
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desenvolvimento. Além da estatura e da massa corporal, uma das avaliações utilizadas é a da composição
corporal. A estimativa do percentual de gordura conhecida por meio da técnica de dobras cutâneas é
baseada na suposição de que a metade da gordura corporal está em tecidos subcutâneos. As medidas de
dobras cutâneas possibilitam fazer uma estimativa da quantidade de gordura corporal de uma pessoa.
Em atletas masculinos, principalmente no Brasil, é usado o protocolo de Faulkner
(1968) baseado na coleta de apenas quatro dobras cutâneas. Porém, é importante
destacar que existem diversas equações para estimativa do percentual de gordura,
portanto, você pode utilizar aquela que for mais específica para o seu grupo.
Para determinação do percentual de gordura pelo protocolo de Faulkner (1968), é utilizada a seguinte
fórmula:
Rotacione a tela. 
Essa avaliação pode ser executada periodicamente para observar a evolução morfológica do lutador ao
longo da preparação física. Desse modo, é possível entender como estão as modificações no componente
de gordura e muscular.
O princípio da adaptação
Adaptação ao treinamento
A adaptação é a lei mais universal e importante da vida. Adaptações biológicas apresentam-se como
mudanças funcionais e estruturais em quase todos os sistemas. Sobre as adaptações biológicas no
esporte, entendem-se as alterações dos órgãos e sistemas funcionais, que aparecem em decorrência das
atividades psicofísicas e esportivas (WEINECK, 1989). A adaptação funciona, de modo geral, a partir de
situações de quaisquer formas que produzem algum estresse, ou seja, qualquer situação que interfira no
equilíbrio que havia sido estabelecido anteriormente para algum corpo ou ambiente e que passa a ser
diferente por alguma questão. Em 1920, Cânon e Hussay iniciaram os estudos na área do treinamento
esportivo a respeito desse fenômeno. Posteriormente, os anos de 1950 a 1970, foram o ápice do
desenvolvimento da maior parte da literatura básica sobre a estruturação desse fenômeno.
% = (Σ 4 dobras × 0, 153) + 5, 783
Onde: quat ro dobras = subescapular; supra ilíaca; t ricipital; abdominal.
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O princípio da adaptação está inserido em qualquer prática esportiva
sistematizada, inclusive nas lutas, haja vista que as sessões de treinos compostas
por exercícios vão gerar estresse ao organismo do praticante que, para uma
adequada assimilação, provocará adaptações neurofisiológicas em busca da
homeostase.
Lembrando que homeostase pode ser definida como o estado de equilíbrio instável mantido entre os
sistemas orgânicos e a relação existente entre este e o meio ambiente. “Já estresse ou síndrome de
adaptação geral (SAG) é a reação do organismo aos estímulos que provocam adaptações ou danos ao
mesmo, sendo que esses estímulos são denominados agentes estressores ou estressantes” (TUBINO, 1984,
p. 102).
Por outro lado, é importante que o treinador esteja atento que nem todas as adaptações são positivas e
benéficas ao corpo humano, pois para cada estímulo há uma resposta diretamente associada à magnitude
do estresse acarretado pelo estímulo.
Magnitude do estímulo físico Resposta do corpo ao estresse exposto
Estímulos débeis Não acarretam consequências
Estímulos médios Apenas excitam
Estímulos médios para fortes Provocam adaptações
Estímulos muito fortes Causam danos
Tabela: Magnitude e consequência ao estímulo físico.
Tubino, 1984, p. 101.
Assim, ao pensarmos na aplicação do princípio da adaptação na prática desportiva de lutas, talvez o
primeiro passo seja entender, qualificar ou quantificar o estímulo que os exercícios ou sessões de treinos
causam aos praticantes. Cada exercício seráum estímulo físico que acarretará estresse físico ao lutador, e
é dever do treinador entender a magnitude do estímulo aplicado e a resposta estressante que esse estímulo
teve sobre o organismo do lutador. Esse estresse produz, automaticamente, mecanismos de compensação,
no momento que existe um aumento da capacidade das necessidades fisiológicas. Esse movimento de
ação e reação é justamente característico do princípio científico da adaptação.
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Como planejar as sessões de treino baseadas no
princípio da adaptação?
Uma estratégia prática da aplicação do princípio da adaptação nas sessões de treinamento em lutadores
está no planejamento ou periodização do treinamento. Isso porque as adaptações físicas em decorrência
do processo do treinamento estarão diretamente associadas à magnitude de estresse aplicado ao atleta e à
adequada relação entre estímulo e recuperação.
Uma regra básica é que quanto maior for a exigência física do treino, maior deverá ser o período de
recuperação. Nesse contexto, o primeiro passo para iniciar o planejamento de treino de um lutador é definir
a classificação da magnitude dos estímulos. Em termos práticos, o treinador poderá, baseado em
informações prévias, prever a exigência física que a sessão terá, classificando os treinos em faixas de
exigência física, veja a seguir:
Fácil
Baixa exigência física na execução dos exercícios.
Moderado
Moderada exigência física na execução dos exercícios.
Difícil
Alta exigência física na execução dos exercícios.
Muito difícil
Extremamente alta exigência física na execução dos exercícios.
Desse modo, o treinador usando sua experiência e seu conhecimento empírico poderá elaborar uma
semana de treinamento ou microciclo, planejando os treinos por nível de exigência, o que permitirá, por
exemplo, pensar em sessões mais leves, quando forem subsequentes a treinos muito difíceis, o que
promoveria uma recuperação ao atleta, mesmo que essa recuperação seja ativa. Veja um exemplo na tabela
a seguir:
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Dia da Semana
Magnitude do
Treino
Duração
Objetivo e Tipo da
Atividade
Segunda-feira Fácil 30 minutos Técnico (chutes)
Terça-feira Moderado 45 minutos
Físico-técnico
(específico +
resistência)
Quarta-feira Moderado 45 minutos
Físico-tático (força +
combates)
Quinta-feira Difícil 60 minutos Tático (combates)
Sexta-feira Leve 30 minutos
Técnico (técnicas de
luta)
Sábado Difícil 60 minutos Desafios de combates
Domingo Livre Descanso
Tabela: Exemplo de planejamento de microciclo para lutadores de MMA.
Juliano Spineti.
No exemplo descrito na tabela, é possível perceber uma estruturação semanal que inicia por uma sessão
introdutória com treino de menor exigência e, nas sessões seguintes, há um incremento da dificuldade do
estímulo, principalmente na quinta-feira, que no exemplo será um treino de alta dificuldade. Observe que há
uma redução proposital no treino do dia seguinte para que o organismo tenha capacidade de se recuperar
do bloco de carga dos dias anteriores. Por fim, foi planejada mais uma sessão de alta exigência, seguida de
um dia livre que possibilitará maior recuperação ao corpo do atleta.
Os planejamentos das sessões de treinos devem prever a curva de desempenho do
atleta, que passa por quatro estágios até atingir a homeostase (estado de equilíbrio
do organismo).
Isso porque, após a aplicação do estímulo físico, o organismo pode passar por até quatro etapas antes do
retorno da homeostase:
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É importante ressaltar que não necessariamente o atleta passará por todas as etapas. Na verdade, o
objetivo do planejamento será que ele retorne à homeostase, sem passar pela etapa quatro (involução).
Vamos supor que um treinador está preparando seu lutador para uma competição e que planeja um
microciclo de choque para ultrapassar os limites físicos do seu atleta.
Dessa forma, ele aplica seis sessões de treinos ao longo de seis dias, todas com estímulos com
classificação “muito difícil”.
Fadiga
Compensação
Supercompensação
Involução até chegar à homeostase
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Diante disso, podemos prever que a etapa fadiga, que está associada à perda de desempenho físico e ao
cansaço, terá maior magnitude e duração.
Provavelmente, ela perdurará por todo ciclo de treinamento e até por mais alguns dias adicionais. Se após
esse ciclo de treinamento o treinador promover alguns dias de descanso, o organismo entrará em
compensação e, se houver tempo e condições suficientes, haverá a supercompensação, ou seja, o corpo
aumentará seu limiar de treinamento. O organismo aumentará sua condição física e, depois, retornará a
homeostase.
Agora vamos pensar na etapa involução: explicaremos usando o mesmo exemplo. Suponha que, no quinto
dia de treino, o atleta por já estar muito cansado sofreu uma lesão muscular, e precisará ficar 14 dias sem
treinar. Nesse caso, quando o organismo entrar na homeostase, não haverá um novo estímulo para gerar
desequilíbrio ao corpo. Assim, o corpo interromperá os processos adaptativos e, ao fim dos quatorze dias,
provavelmente o limiar de treinamento será menor que o do início do estímulo físico. Veja, a seguir, a curva
de supercompensação:
Gráfico: Curva de supercompensação.
O princípio da individualidade e o princípio da adaptação
aplicados às lutas
Confira agora a conceituação do princípio da individualidade biológica e do princípio da adaptação e saiba
como aplicá-los no treinamento de lutadores.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O conhecimento sobre os princípios do treinamento desportivo aplicados às lutas é fundamental para
um bom desempenho. Uma estratégia direta e objetiva de aplicação do princípio da individualidade
biológica em lutadores é:
Parabéns! A alternativa B está correta.
Para atender ao princípio da individualidade biológica, o treinador deverá entender as individualidades
físicas do seu atleta por meio de avaliações físicas, de forma que o programa seja o mais
individualizado possível.
A Promover sessões com alta intensidade e baixo volume, atendendo à interdependência.
B Aplicar avaliação física para identificar o perfil físico do lutador.
C Utilizar exercícios nas sessões de treinamento com relação metabólica com a luta.
D Adotar uma progressão pedagógica de ensino das técnicas de luta.
E Sempre que possível, incrementar a carga de treinamento.
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Questão 2
O conhecimento sobre os princípios do treinamento desportivo e do papel do treinador aplicados às
lutas é fundamental para um bom desempenho. Uma tarefa básica do treinador, no que tange ao
princípio da adaptação, estará
Parabéns! A alternativa D está correta.
Para que seja possível planejar o período de recuperação, é necessário que o treinador estime a
magnitude de estresse que a sessão acarretará no atleta. Somente com a adoção de uma relação
ótima entre os estímulos de treinamento e o processo de recuperação as adaptações ao treinamento
serão observadas.
A
na promoção da graduação (faixa) dos lutadores quando apresentarem adaptação
adequada ao treinamento.
B
na aplicação de exercíciosque exijam adaptação do lutador em lutar em condições
extremas.
C
em buscar adaptar a sessão de treinamento às condições climáticas do dia, como
chuva, sol ou frio.
D
na classificação da magnitude dos estímulos, classificando os treinos em faixas de
exigência física.
E em fazer com que seu atleta se adapte ao estilo de luta do seu adversário.
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2 - Os princípios da sobrecarga, continuidade e
reversibilidade
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os princípios da sobrecarga, da
continuidade e da reversibilidade e sua aplicação às lutas.
O princípio da sobrecarga
A sobrecarga ao treinamento
Quando descrevemos a síndrome da adaptação geral, foi discutida a constante busca do organismo pela
homeostase (equilíbrio). Esse fenômeno é cíclico e contínuo, pois toda vez que o corpo for exposto a novas
cargas ele sofrerá novas adaptações físicas, para que esteja cada vez mais preparado a suportar novas
cargas de treinamento.
Esse processo fará com que o organismo se torne mais eficiente em suportar as cargas de treino
aplicadas. Sendo assim, ao fim de um ciclo de treinamento, a mesma carga de treinamento que era
aplicada no passado impactará cada vez menos estresse porque o corpo do atleta estará cada vez mais
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preparado para suportá-la. Até que chegue o momento em que aquela carga de treino não exija quase
que nenhuma resposta fisiológica ao corpo do indivíduo, pois o seu corpo está plenamente preparado
para aquela quantidade de carga física.
O momento exato em que se produz a adaptação aos agentes estressantes (estímulos) é, sem dúvida, um
dos pontos mais discutíveis do treinamento esportivo. Existem pontos de vista que estabelecem a
adaptação durante intervalos intermediários dos treinos, enquanto outras pesquisas defendem a tese da
adaptação após o último intervalo da sessão de treino (TUBINO, 1984).
Alguns autores também fazem indicações de aplicação do princípio da sobrecarga, referenciado nas
variáveis: volume (quantidade) e intensidade (qualidade).
Recomendação
Em termos práticos, no contexto do treinamento de atletas de luta, o treinador deve sempre considerar que,
quanto mais treino o atleta tiver, mais adaptado ao treinamento ele estará. Assim, para gerar novas
adaptações ao lutador, o treinador deverá aumentar a carga de treino (sobrecarga) de modo que exija uma
resposta ao corpo do atleta em suficiente magnitude que gere respostas adaptativas ao estímulo aplicado.
Por outro lado, é imprescindível atentar-se que sobrecarga excessiva pode gerar lesões.
Como aplicar o princípio da sobrecarga em lutadores?
Podemos citar diversos exemplos de como esse princípio aparece nas classes de luta. Um exemplo
clássico seria, sempre que possível e necessário, aumentar a dificuldade de um exercício ou do treinamento
para o aluno.
Esse princípio já é contemplado pelas filosofias didáticas das artes marciais, pois a hierarquia das
graduações das lutas já é uma forma da aplicação da sobrecarga. Isso porque, quanto mais tempo na
modalidade o lutador tiver, mais difícil serão suas sessões de treinamento. Ao passo em que aumenta a
graduação da sua arte marcial, aumenta a complexidade dos exercícios e golpes aprendidos, a intensidade
dos treinos, a dificuldade dos adversários, o volume dos exercícios etc. Conforme o lutador cria adaptações
à sua modalidade, já existe pré-definido um conjunto de fatores que irão promover aumento de sobrecarga.
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E como esse princípio pode ser usado na preparação física específica dos lutadores? Como e quando
podemos usá-lo? Essas são questões fundamentais para otimização dos processos adaptativos de
lutadores.
Talvez o primeiro passo seja definirmos os meios e métodos nos quais os lutadores são preparados. Podem
ser realizados de duas formas:
Preparação “especí�ca”
É executada dentro da sua modalidade, nos dojôs (local de treinamento de artes marciais japonesas).
Preparação “geral”
É executada nos centros de condicionamento físico, com uso de levantamento de pesos, exercícios
tracionados, de potência balística entre outras formas de condicionamento físico geral e especial.
Entretanto, o princípio da sobrecarga deve ser aplicado nas duas formas de preparação para que as
adaptações dos lutadores sejam otimizadas.
Hoje, é muito comum vermos lutadores durante sua preparação fazer o uso de técnicas oriundas do
levantamento de peso olímpico ou de exercícios derivados do “arranco” e “arranco e arremesso”. Esses são
exercícios que proporcionam grande produção de potência muscular quando executados com boa
qualidade técnica, carga e velocidade.
Dessa maneira, se o lutador fizer séries de execuções desses exercícios
sistematicamente ao longo das semanas de preparação, ele aumentará seu nível de
força, potência e resistência, pois seu corpo produzirá adaptações
neuromusculares para tornar o lutador mais eficiente na execução desse tipo de
atividade.
Considere, por exemplo, que um atleta fez ao longo de dois meses o seguinte treino de preparação geral:
exercício arranco, realizado com 60 quilos, três vezes por semana, cinco séries de cinco repetições, com
intervalo de um minuto entre as séries. Ao fim do segundo mês, é provável que seu corpo tenha promovido
adaptações que fizeram que esse treino se tornasse, pelo menos, mais fácil de ser executado. É nesse
momento que o treinador deve aumentar a sobrecarga para promover novas adaptações ao treino.

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E como ele pode aumentar a sobrecarga nesse exemplo citado acima?
Resposta
Obviamente, a primeira coisa que vem à cabeça é aumentar o peso levantado pelo atleta. Está correto? Sim,
claro, é uma forma de aumentar a sobrecarga. Mas, ao mesmo tempo, é importante saber que não é a única
forma. Existem diversas variáveis do treinamento que influenciam na dinâmica da carga de treino, tais
como: volume, intensidade, densidade, frequência, velocidade, entre outras.
Desse modo, se o treinador aumentar o peso a ser levantado, aumentará a força necessária para fazer o
exercício. Por outro lado, se ele mantiver o peso e aumentar para dez repetições, no lugar de cinco,
aumentará a resistência para finalizar a série de repetições. Se ele reduzir o intervalo de recuperação e
mantiver inalteradas as outras variáveis, aumentará a sobrecarga por um aumento da densidade do treino
na relação estímulo/recuperação.
Além de saber manipular as variáveis do treinamento para incremento da sobrecarga, é necessário saber
quando é possível e necessário o aumento da sobrecarga. Quando se deve fazer incremento da sobrecarga
em seu atleta? E a resposta é: entendendo e medindo de alguma forma a resposta do corpo do indivíduo,
frente à carga aplicada.
Em termos práticos, seria entender o quanto de estresse o estímulo provocou em seu lutador. Um modo
simples de fazer essa mensuração é por meio de escalas de autopercepção ao esforço, como a escala de
Borg (1982). Usando o exemplo supracitado das séries de arranco, vamos supor que sempre após o treino o
preparador físico perguntou ao atleta a percepção do esforço em uma escala de 0 até 10.
Provavelmente, nas primeiras sessões, o atleta deve ter respondido algo próximo a 10, mas ao passo em
que seu corpo foi criando adaptações ao exercício, esse treino foi ficando cada vez mais fácil, até o
momento em que ele respondeu um valor bem mais baixo. É nesse momento que o preparador físico pode
pensar em manipular o treino para deixá-lo mais desafiador ao corpo e gerar novas adaptações fisiológicas.
Essaé uma forma subjetiva de quantificar o estresse promovido, mas existem diversos meios de quantificar
a adaptação, como pela velocidade de execução, ao realizar testes de força, entre outras maneiras.
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Treinamento de força aplicado aos lutadores
Uma forma de aplicar o princípio da sobrecarga em lutadores é pela utilização do treinamento de força na
preparação desses atletas. Cada vez que o lutador aumentar sua força para determinado exercício, o
treinador pode aumentar a carga a ser levantada, entrando no processo de ampliação da sua força. Dentre
as capacidades físicas envolvidas na luta, a resistência divide importância com a força e a potência (HOFF;
HELGERUD, 2004).
A força máxima pode ser definida como a maior tensão produzida pelo sistema neuromuscular, a qual
pode ocorrer em situações estáticas ou dinâmicas. Por sua vez, a potência é o produto da força pela
velocidade, o que reflete a capacidade do sistema neuromuscular em gerar maior quantidade de
impulsos nervosos em determinado tempo (WISLOFF et al., 1998). A força é, portanto, uma qualidade
física básica que pode influenciar no desempenho da potência ao passo que o aumento da força é
associado ao aumento da força relativa e, consequentemente, da potência.
Ao elaborar um programa de treinamento de força e/ou treinamento de potência para lutadores, muitas
escolhas são necessárias para melhor adequação do programa ao atleta, como, por exemplo: tipo de
exercício resistido, velocidade da contração e intensidade da carga utilizada são as variáveis metodológicas
mais frequentemente citadas pela literatura científica, de modo que a manipulação delas pode promover
diferentes respostas sobre as adaptações do desempenho físico.
O levantamento de peso olímpico para lutadores
Atualmente, diversos lutadores têm aderido ao treinamento do levantamento de peso olímpico (LPO)
durante sua preparação, com o objetivo de aumentar força e potência e transferir essas capacidades para o
desempenho atlético na luta. De fato, essa pode ser uma ótima estratégia para otimizar a preparação do seu
lutador, visto que existem dois tipos de levantamentos olímpicos:

Arremesso (1º tempo – Clean, e 2º tempo – Jerk)

Aranco (Snatch)
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Ambos os exercícios de LPO, assim como os exercícios educativos de LPO, possuem caráter extremamente
complexo, pois é necessária uma grande capacidade de coordenação neuromuscular, força e mobilidade
articular para sua perfeita execução.
Para a execução desses exercícios, é necessário alta sincronização de unidades motoras e grande
coordenação intermuscular (HOFFMAN et al., 2004), o que pode ser um facilitador no desenvolvimento de
habilidades motoras relacionadas a essas solicitações neurais (HOFFMAN et al., 2004; TRICOLI et al., 2005).
Esses levantamentos treinam os lutadores a ativar de maneira eficaz maior número de fibras musculares
mais rapidamente do que qualquer outra modalidade de treinamento. O poder de explosão que resulta
desse tipo de treinamento é uma necessidade vital para qualquer esporte, sobretudo para a luta.
Praticar o levantamento olímpico ensina a aplicar força aos grupos musculares na sequência apropriada, ou
seja, partindo do centro do corpo (core) para as extremidades. Aprender essa lição técnica vital beneficia
todos os atletas que precisam aplicar força contra outra pessoa ou objeto, como é normalmente necessário
em quase todas as lutas.
Além de aprender a aplicar forças explosivas, o arremesso (Clean e Jerk) e o arranco (Snatch) condicionam
o corpo a receber tais forças de outro corpo em movimento, de maneira segura e eficaz.
Diversos estudos demonstraram que os levantamentos olímpicos têm uma capacidade única de
desenvolver:
Força
Músculos
Potência
Velocidade
Coordenação
Salto vertical
Resistência muscular
Resistência óssea
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Capacidade física de resistir ao estresse
Tricoli e outros autores (2005) após estudo em alunos do curso de educação física, observaram que o
protocolo com base em exercícios educativos de levantamento de peso olímpico propiciou melhoras na
impulsão vertical, aceleração de 10 metros e força muscular em 1RM.
Um ponto importante em nosso processo de treinamento é a utilização de
exercícios com grande nível de complexidade e funcionalidade, buscando atender a
dois princípios básicos do treinamento desportivo: especificidade e adaptação.
Isso porque, se usarmos exercícios mais complexos e com maior relação aos níveis de produção de força
do ambiente competitivo, vamos proporcionar treinos mais específicos e, consequentemente, gerar
melhores adaptações neurofisiológicas e com maior transferência para o desempenho físico esportivo.
Resumindo
Portanto, o preparador físico não só pode como deve incluir em seus protocolos de treinamento exercícios
derivados do levantamento de peso olímpico (arranco e arremesso) e exercícios de potência balística
(saltos e arremessos de pesos).
Princípios da continuidade e da reversibilidade
Um dos problemas mais complicados para os treinadores no processo de preparação do atleta está
relacionado com a segurança do aperfeiçoamento consequente e orientado de diversos aspectos dessa
preparação. Sem estar apoiado em uma ideia clara e não levando em consideração todos os seus níveis,
não é possível dirigir efetivamente esse processo. Portanto, apenas atletas com uma preparação construída
durante muitos anos asseguram a obtenção de resultados superiores na idade otimizada e são capazes de
conseguir resultados máximos.
O treinamento em longo prazo (muitos anos) representa o nível estrutural superior em que são traçadas as
tarefas mais gerais que determinam o sucesso desportivo. Assim, devem ser levados em consideração
muitos fatores e leis naturais de obtenção de resultados máximos. Nessa premissa está baseado o
princípio da continuidade (GOMES, 2009).
O princípio da continuidade está associado ao da adaptação, pois, para haver
adaptação, é preciso ter continuidade ao longo do tempo para que o organismo,
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progressivamente, se adapte às condições impostas pelos treinos sistematizados.
Segundo Tubino (1984), a ideia de que a condição atlética só pode ser conseguida após alguns anos
seguidos de treinamento está correlacionada com uma influência bastante significativa das preparações
anteriores em qualquer esquema de treinamento em andamento. De modo geral, estamos falando da
preparação a longo prazo. Não se forja um campeão de um dia para noite. Essa premissa é especialmente
verdadeira para os lutadores que, de forma geral, levam anos e até décadas de preparação para atingir o alto
nível.
O princípio da reversibilidade diz que todas as adaptações ocorridas devido ao
treinamento são reversíveis. Em outras palavras, se o treinamento for interrompido,
os atletas podem experimentar reduções em todas as suas capacidades físicas.
Esse processo pode ser chamado de destreinamento.
A reversibilidade pode ser observada no condicionamento cardiorrespiratório em poucos dias, por meio de
uma redução da atividade enzimática atuantes no sistema aeróbio. Com relação às adaptações ao
treinamento de força, a reversibilidade pode ser observada na resistência, potência e força.
As quedas nos escores de testes específicos são observadas com muita facilidade, principalmente nos
indivíduos altamente treinados. Essas reduções ocorrem primeiramente a nível neural. Se o processo de
destreinamento perdurar por mais tempo, também serão observadas perdas significativas na funçãomuscular.
Exemplo
A reversibilidade do treinamento é observada quando os atletas sofrem algum tipo de lesão, após um
período de férias, ou qualquer outra razão que impeça a progressão do treinamento. Desse modo,
treinadores têm se esforçado no sentido de aplicar o treinamento de maneira controlada e baseada nas
mais recentes evidências científicas para que lesões sejam evitadas. Ainda que ocorram, faz todo sentido
que se mantenha algum nível de treinamento, desde que não comprometa o tecido lesionado. Nesse
momento, é fundamental a atuação de uma equipe multidisciplinar, uma vez que, quanto menor o tempo de
destreinamento, menor será a magnitude das perdas das adaptações ao treinamento.
Assim, cabe à equipe decidir o tratamento mais rápido e eficaz para a cura completa da lesão a fim de se
evitar recidivas. Apesar da necessidade de um período de férias aos atletas, muitos treinadores adotam
medidas para que seus atletas se mantenham minimamente ativos nesse período e retornem às atividades
em boas condições.
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Aplicação dos princípios da continuidade e
reversibilidade na formação de lutadores a longo prazo
Seria de grande importância que cada modalidade de luta tivesse um “currículo” de formação dos seus
atletas a longo prazo. Esse “currículo” seria constituído de início, meio e fim; associando cada fase de
aprendizado ao nível de desenvolvimento biológico do jovem atleta, considerando as fases sensíveis e as
janelas de aprendizado. Com isso, seria importante que cada confederação de luta criasse um documento
com o objetivo de uniformizar os procedimentos de treinamento da sua modalidade.
Nesse plano, podem ser sugeridos modelos de planejamento nos seguintes níveis:

Anual (macrociclos)

Mensal (mesociclos)

Semanal (microciclos)

Protocolos pré-estabelecidos
A partir disso, possibilita-se o desenvolvimento de cada capacidade física durante a trajetória do atleta em
cada graduação ou fase de desenvolvimento, estabelecendo metas e metodologias aos treinadores.
Nesse documento, por exemplo, pode ser estabelecida uma “sistematização a longo prazo do treinamento”,
na qual podem ser apresentados os níveis de importância de cada capacidade física de acordo com a faixa
etária e o nível de especificidade que as tarefas devem ser desenvolvidas ao longo do ano. Tal tabela deve
ser elaborada com base nas fases sensíveis do desenvolvimento físico, de acordo com os níveis de
desenvolvimento maturacional esperados para cada idade.

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Os princípios da sobrecarga, continuidade e da
reversibilidade
Confira agora a apresentação dos princípios da sobrecarga, continuidade e reversibilidade e como estão
aplicados às lutas.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
É fundamental que um treinador conheça os princípios do treinamento de forma a aplicá-los durante
sua atuação prática. Partindo dessa premissa, assinale a alternativa que exemplifica a utilização do
princípio da sobrecarga na preparação física em lutadores:
A
Sempre que o treinador observar que o lutador consegue fazer um exercício no
treinamento de força com maior facilidade, deve aumentar o peso.
B
Propor que os atletas de boxe treinem com luvas mais pesadas para aumentar a
sobrecarga durante os golpes.
C
Planejar treinos de corridas de longa duração para atletas de judô a fim de aumentar a
sobrecarga neuromuscular.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
O princípio da sobrecarga deve ser realizado por meio de um aumento da carga de treinamento após a
observação da adaptação do sistema neurofisiológico a determinado exercício ou tarefa.
Questão 2
Sabe-se que a continuidade do treinamento é condição para que adaptações ótimas e máximas
ocorram. Assinale a opção que determina como uma confederação de luta pode auxiliar treinadores e
equipes na aplicação do princípio da continuidade:
Parabéns! A alternativa E está correta.
D Levar uma equipe de MMA para a praia no intuito de treinar na areia e proporcionar
maior sobrecarga para os músculos da panturrilha.
E
Levar uma equipe de judô para treinar com uma equipe de boxe, para que a diversidade
dos golpes e movimentos gere uma sobrecarrega nos atletas.
A
Liberar recursos financeiros para que as academias de luta da sua modalidade se
mantenham abertas, proporcionando continuidade.
B Dar continuidade nas ações sociais de inclusão de novos lutadores.
C Definir que o treinador seja o mesmo do início ao fim da preparação de um lutador.
D Ajudar as equipes a propor ações contínuas de reciclagem de seus treinadores.
E
Elaborar um currículo de formação continuada a longo prazo, definido etapas da
preparação de novos lutadores.
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O processo de preparação a longo prazo deve estar atrelado aos momentos de desenvolvimento
biológico dos atletas, assim como às fases sensíveis do desenvolvimento motor.
3 - A especi�cidade e interdependência volume x
intensidade
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os princípios da especi�cidade e da
interdependência volume x intensidade e sua aplicação às lutas.
O princípio da especi�cidade
Aplicação do princípio da especi�cidade na formação de
lutadores
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O princípio da especificidade determina que um lutador precisa passar grande parte da sua preparação
“lutando”, ou se preparando para lutar, por meio de exercícios que exijam do seu corpo demandas físicas
que ocorram na luta. Essa premissa é baseada na necessidade do treinamento em promover adaptações
neurofisiológicas que trarão melhora ao desportista em sua modalidade, pois nosso corpo sempre buscará
se adaptar às exigências físicas às quais é submetido.
Em termos práticos, se treinarmos em baixa intensidade e em longa duração, nosso corpo cada vez
ficará mais resistente. Contrariamente, se treinarmos em altas zonas de intensidade e durante curtos
períodos, se tornará mais eficiente em produzir ações em alta intensidade. Adicionalmente, as
adaptações ocorrem em níveis metabólicos, neurais e musculares. Portanto, o treinamento para ser
específico ao lutador deve abranger as demandas específicas em todos os níveis.
Para ser possível a aplicação com eficiência desse princípio no universo da luta, alguns pontos deverão ser
levados em consideração no momento do planejamento das sessões de treinamento e tipos de exercícios a
serem utilizados. O primeiro passo é eleger as capacidades físicas mais associadas às demandas físicas da
luta.
Obviamente, o universo das lutas é muito amplo, e não vamos conseguir aqui fazer uma análise detalhada
de todas as modalidades. Vamos falar de uma modalidade em alta no cenário mundial: MMA.
Nesse caso, o primeiro passo será entender a dinâmica da competição (da luta em si). Um dificultador
nesse ponto é o fato de, nos eventos de MMA, existirem variações nas regras entre os eventos. Mas, de
modo geral, o competidor faz apenas uma luta, com três rounds de três minutos de duração, com duas
pausas de recuperação de um minuto cada.
Com as informações acima, já é possível, por exemplo, traçar o perfil metabólico da luta.
Considerando conceitos básicos em fisiologia do exercício, é possível supor que a
predominância metabólica da luta seja o anaeróbiolático. A luta exige momentos
de altíssima intensidade em produção de força e potência muscular, envolvendo
grandes e simultâneos grupos musculares e, para tal, é necessária a produção de
energia em grande escala. Nessas condições, a glicólise anaeróbica é a alternativa
acertada.
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Obviamente, a dinâmica da luta vai ditar a predominância metabólica no seu decorrer e, com certeza,
também haverá em alguns momentos a utilização do metabolismo aeróbio glicolítico, assim como a
participação da produção de energia pelo metabolismo anaeróbio alático, talvez, em momentos de grande
exigência de intensidade e, principalmente, no início da luta ou de cada round.
Esse tipo de análise deve influenciar todo planejamento da preparação física do lutador, como:
Todas as escolhas devem ser pautadas a preparar o atleta para o melhor desempenho possível para luta, ao
passo que a especificidade das ações deve ser atingida em todos os níveis e através de todas as
estratégias possíveis.
Por exemplo, ao escolhermos avaliações que nortearão o planejamento do treinamento, o que trará
informações sobre o perfil físico do lutador, devemos associá-las à análise das demandas físicas da luta. A
avaliação deve fornecer informações que sejam importantes para o desempenho no momento da luta.
Re�exão
Na escolha das avaliações físicas
Nos tipos de exercícios
Na dinâmica do treinamento
Na periodização do treinamento
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Fica a indagação: um teste de VO2 máximo pode ser importante para um lutador? Talvez seja importante,
mas não determinante para o seu sucesso, porque um round da luta só dura cerca de três minutos e,
portanto, avaliar a potência anaeróbia do atleta é um teste mais específico a sua demanda metabólica na
hora do combate.
Um treinador deve pensar em todos os detalhes para elaboração de um programa de treinamento de forma
a aplicar o princípio da especificidade. Por exemplo: as sessões de treinamento devem ser programadas de
acordo com o horário em que a competição alvo está prevista.
Assim, todas as abordagens interdisciplinares também estarão inseridas nesse mesmo contexto, como, por
exemplo, o planejamento nutricional. Além disso, é fundamental que se reproduza no treinamento o
ambiente em que a luta estará inserida. Nesse contexto, podemos citar eventos que ocorram ou não no nível
do mar, em ambientes secos ou de grande umidade relativa do ar, além de considerar localidades de
temperaturas variadas.
O princípio da interdependência volume x intensidade
O desempenho atlético de qualquer tipo de atleta, independente da sua modalidade esportiva, estará
atrelado ao princípio da interpendência volume x intensidade, pois atletas de alto nível devem ser capazes
de suportar uma grande quantidade de treinamento (volume) por meio de alta qualificação (intensidade) no
trabalho. Essas duas variáveis (volume e intensidade) deverão sempre estar adequadas às fases de
treinamento, seguindo uma orientação de interdependência entre si (TUBINO, 1984). Ainda segundo Tubino,
“na maioria das vezes, o aumento dos estímulos de uma dessas duas variáveis é acompanhado da
diminuição da abordagem em treinamento da outra” (1984, p. 110). Portanto, é preciso encontrar um
equilíbrio entre esses dois fatores.
Como controlar o volume e a intensidade em sessões de
treinamento em atletas de luta?
Conceitualmente, a percepção subjetiva do esforço (PSE) é compreendida como a integração de sinais
periféricos (músculos e articulações) e centrais (ventilação) que, interpretados pelo córtex sensorial,
produzem a percepção geral ou local do empenho para a realização de uma determinada tarefa (BORG,
1982). Segundo esse modelo, a PSE seria gerada a partir da interpretação de estímulos sensoriais, por meio
de mecanismo de retroalimentação (feedback).
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O método de PSE da sessão foi sugerido por Foster e outros autores (2001) com o intuito de quantificar
a carga da sessão. Esse método se aplica com base em uma pergunta 30 minutos após o término. A
utilização da escala CR10 requer alguns procedimentos de ancoragem. O avaliador deve instruir o
avaliado a escolher um descritor e depois um número de 0 a 10, que também pode ser fornecido em
decimais (por exemplo: 5,5). O valor máximo 10 deve ser comparado ao maior esforço físico realizado
pela pessoa e o valor mínimo é a condição de repouso absoluto 0.
O cálculo da carga de treinamento, a partir do método da PSE da sessão, consiste na multiplicação do
escore da PSE pela duração total da sessão expressa em minutos, incluindo o aquecimento, a volta à calma
e as pausas entre esforços, no caso de sessões de treinamento intermitente (FOSTER, 2001). O produto da
PSE (intensidade) pela duração da sessão (volume) deve ser expresso em unidades arbitrárias (U.A). Por
exemplo, uma sessão com PSE nota 6 e duração total de 90 minutos gerou uma carga de 540U.A.
Outros parâmetros para controle da carga de
treinamento em lutadores
Outros índices úteis também podem ser obtidos através do método de PSE da sessão. Segundo Foster e
outros autores (1998), a baixa variabilidade das sessões de treinamento pode refletir em adaptações
biológicas negativas. Uma forma simples de acompanhamento da monotonia pode ser obtida por meio da
média da magnitude da carga de um período (por exemplo, uma semana) dividida pelo seu desvio padrão.
Contudo, a incidência de lesão ou infecção possuiu maior relação com altas cargas aplicadas com baixa
variabilidade.
Esse índice foi definido (FOSTER et al., 1998) como strain training e podemos obtê-lo por meio da
multiplicação da monotonia pela carga semanal.
Por exemplo:
 
 
Rotacione a tela. 
%CARGA DE TREINAMENTO = (PSE MÉDIO × TEMPO MÉDIO)/ 10
(80 min × 7(PSE))/ 10 = 56%(CARGA DA SESSÃO) (1)
MONOTONIA = MÉDIA SEMANAL/ DESVIO PADRÃO (2)
247, 8/ 185, 1 = 1, 33 (MONOTONIA)
STRAIN TRAINING = CARGA SEMANAL × MONOTONIA (3)
1735 × 1, 33 = 2307 (STRAIN TRAINING)
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Controle da percepção da dor muscular
A dor muscular de início tardio (DMIT), em muitas ocasiões, é decorrência de exercícios excêntricos. É
especulado que esse tipo de exercício cause danos à membrana celular, o que desencadeia uma resposta
inflamatória. Normalmente, os picos de DMIT acontecem 24h a 48h após a sessão de exercícios e perduram
por no máximo 96h. O desconforto da dor pode desencadear outras limitações, como: rigidez muscular,
redução da velocidade de contração e limitação da amplitude articular. Portanto, o controle dos níveis de
DMIT pode ser uma importante variável no monitoramento dos lutadores.
Representação teórica das relações entre exercício, dano muscular e DMIT.
Para esse monitoramento, pode ser utilizada a escala de 0-10 visual analogic scale (VAS). Antes das
atividades de treinamento, o avaliado deverá atribuir uma nota para a sua sensação de DMIT e indicar o
local da dor, se houver. Essa nota deve estar de acordo com a escala ordinal e suas âncoras verbais. Essa
nota deve ser documentada diariamente a fim de observar os níveis ao longo dos ciclos de treinamento.
Escala Visual Analogic Scale (VAS).
Controle da percepção da fadiga central
Também é possível realizar o monitoramento do estresse crônico do treinamento utilizando uma escala de
autoavaliação subjetiva de fadiga geral. Existem diversas ferramentas para essa avaliação. Assim como é
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feito na PSE, escalas de fadigapodem ser utilizadas. Nesse método, o atleta escolhe uma âncora verbal,
com um correspondente numérico que melhor se adeque à sua sensação de fadiga. Veja a imagem a seguir:
Escala de fadiga.
Os princípios da especi�cidade e da interdependência
volume x intensidade
Confira agora uma apresentação dos princípios da especificidade e da interdependência volume x
intensidade e como estão aplicados às lutas.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Assinale a opção que apresenta o primeiro passo para a aplicação do princípio da especificidade em
lutadores:
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Parabéns! A alternativa D está correta.
Para promover treinos específicos, o primeiro passo é analisar as demandas físicas da sua modalidade,
para assim planejar tarefas que atendam às especificidades.
Questão 2
A intensidade do treinamento deve ser constantemente mensurada para otimização dos resultados.
Assinale a opção que apresenta o instrumento mais acessível, validado e barato para a quantificação
da intensidade nas sessões de treinamento de luta:
A Apenas realizar treinos em forma de luta com diferentes oponentes.
B
Associar treinos complexos, como: fazer um treino de bicicleta ergométrica,
simultaneamente com exercícios de socos com pesos, para ser mais específico.
C
Treinar especificamente os aspectos táticos de acordo com os pontos fracos do seu
adversário.
D
Eleger as capacidades físicas associadas às demandas físicas da luta para planejar
exercícios que atendam a essas demandas em todos os níveis.
E Sempre usar a indumentária específica da sua modalidade.
A Percepção subjetiva do esforço, conhecido por PSE de Borg.
B Percepção da dor muscular de início tardio, conhecido por DMIT.
C Escala de percepção de recuperação, conhecida por PSR.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
O método PSE é uma alternativa com validação científica, sem custos e que proporcionará o
entendimento da intensidade das sessões.
Considerações �nais
No primeiro módulo, foi possível aprofundarmos em dois princípios científicos do treinamento desportivo
muito importantes: o princípio da individualidade biológica e o princípio da adaptação. Além da base
conceitual, buscamos estratégias para aplicação na prática, nos treinos de lutadores.
Em seguida, outros três princípios científicos do treinamento desportivo foram abordados: sobrecarga,
continuidade e reversibilidade. Vimos como e quando a carga de treinamento deve ser aumentada, além da
importância da continuidade dos estímulos ao longo dos anos, não só para o desenvolvimento contínuo,
mas também para evitar o processo de destreinamento.
Por fim, estudamos os princípios da especificidade e interdependência volume x intensidade. De maneira
prática, aprendermos como quantificar a intensidade das sessões, a carga de treino e outras variáveis que
podem auxiliar no controle das ações de treinos.
Podcast
D Escala de percepção do índice de bem-estar, conhecida por IBE, por McLean.
E Sistema de monitoramento por GPS.
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Ouça agora a apresentação conceitual e aplicação prática dos princípios do treinamento desportivo
associado às lutas.
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Explore +
Para aprofundar seus conhecimentos no treinamento a longo prazo, pesquise pelos trabalhos do professor
Antônio Carlos Gomes nas principais bases de pesquisa.
Para compreender melhor a aplicação do princípio da sobrecarga no treinamento de força, leia o livro Força.
Princípios Metodológicos Para o Treinamento, do professor Roberto Simão e Steven FLeck.
Pesquise sobre o Instituto de Performance do UFC, em Las Vegas, e veja como eles aplicam ciência na
preparação dos lutadores mais bem pagos do mundo.
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