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A agricultura Alternativa em Santa Catarina Francisco Gelinski Neto N º 10/2002 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO SÓCIO-ECONÔMICO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS Campus Universitário – Trindade CEP 88049-970 – Florianópolis – Santa Catarina Tel.: (48) 331.9458 – Fax.: (48) 331.9776 A AGRICULTURA ALTERNATIVA EM SANTA CATARINA1 Francisco Gelinski Neto2 1. INTRODUÇÃO Na segunda metade dos 90 o mundo assistiu atônito o surgimento de diversos problemas relacionados aos alimentos, abrangendo desde a doença da vaca-louca, à dioxina na ração de suínos na Europa, bem como o envenenamento de crianças na Bélgica por ingestão de refrigerantes contaminados naquele país. Mais recentemente ressurge com força a febre aftosa em diversos países ao redor do globo, sem que ainda se tenha equacionado completamente o problema da doença vaca-louca. Isto, aliado ao surgimento dos produtos transgênicos, que para muitos significa uma grande ameaça ambiental, bem como a uma tendência em muitos países ao consumo de alimentos considerados mais saudáveis, tem provocado um crescimento exponencial pela demanda de produtos de agricultura alternativa (ecológicos, orgânicos, biodinâmicos agroecológicos, etc.). O agricultor brasileiro estimulado por este novo nicho de mercado e graças à existência no país de organismos certificadores como o Instituto Biodinâmico, já é um ofertador de produtos “naturais” tais como: açúcar orgânico, café orgânico, boi verde, soja orgânica, laranja, banana e arroz agroecológico. Tabela 1 - Os Negócios com orgânicos no Brasil SAFRA VALOR (em milhões de dólares) 1999/2000 150 2000/2001 300 2001/2002 390* Fonte: A Agroecologia..., 2001, Arimura, 2002. * Previsão Na tabela 1, percebe-se o grau de evolução dos negócios com orgânicos no Brasil. A estimativa em termos de total de área cultivada era de 25 mil hectares, em 1999/2000, o 1 Agradecimento especial para: Paulo S. Tagliari coordenador técnico de agroecologia da EPAGRI, Luiz Carlos Rebelatto dos Santos coordenador técnico da Rede Ecovida, Roque Hentschke Presidente da FUNDAGRO. 2 Mestre em economia rural pela URGS e Professor do Departamento de Ciências Econômicas – UFSC. 1 2 que representaria cerca de 2% do total da área cultivada no Brasil. Saliente-se que diversas fazendas estão incorporando áreas para produção de boi orgânico, o que elevará as estatísticas de áreas com a produção orgânica. As exportações respondem por 70% do mercado listado na tabela 1. O tema agricultura orgânica tem sido salientado pelo programa Globo Rural, da rede Globo, no qual foi mostrada reportagem especial nos dias 19 de agosto e 26 de agosto de 2001, tratando de criação de boi orgânico e de produção de açúcar orgânico respectivamente, onde mostrou algumas técnicas, e benefícios tanto econômicos quanto ecológicos desta prática. O Estado de Santa Catarina também participa deste novo ramo do agronegócio. Aqui se produz além de hortaliças orgânicas, o arroz agroecológico e a maçã no sistema de produção integrada, sendo este último um conceito relativamente novo em termos de mercado, para atender demanda específica de alguns países europeus os quais passam a exigir produtos agrícolas sob esta nova ótica (Pereira Filho, 2001). Neste artigo caracterizam-se os termos quase que sinônimos agricultura natural, agricultura biológica, agricultura biodinâmica, agricultura orgânica, agroecologia e outras, mas que não o são, pelo menos em sua origem e, que denominam de forma geral a agricultura alternativa. Além disso, pretende-se verificar a evolução no estado de Santa Catarina deste tipo de agricultura, bem como levantar as instituições que tratam do tema. Em anexo listam-se os endereços eletrônicos de instituições ligadas à agroecologia e, de revistas técnicas de agricultura alternativa. 2. AS DENOMINAÇÕES DA AGRICULTURA ALTERNATIVA Segundo Paulus (1999) alguns movimentos do que se convenciona denominar agricultura alternativa surgiram no início do século XX, durante os anos 20 e 30, quando a agricultura moderna estava ainda em fase de implantação na Europa e nos Estados Unidos e estes movimentos foram denominados por Ehlers (1996) de “rebeldes”. Ainda segundo Paulus (1999), contemporaneamente, a denominação agroecologia é o arcabouço conceitual da proposta alternativa à agricultura moderna. A seguir quadro comparativo das correntes de AA. QUADRO 1 – Movimentos ou correntes da Agricultura Alternativa Denominação Fundador(es)/ Seguidores Filosofia Aplicação Prática Diferença com outra corrente Alcance atual Agricultura Biodinâmica Steiner 1924 - Alemanha “A Biodinâmica busca através de suas orientações trabalhar a propriedade como um organismo, onde o todo reflete o equilíbrio de suas partes. Para isso, trabalha as relações existentes entre o solo, planta, animal, homem e o universo e as energias que envolvem e influenciam cada um e o todo. Energias essas que fogem as percepções dos sentidos físicos do homem”(Debarba, 2000, P,4). Através da utilização dos “preparados biodinâmicos”, na adubação ou para tratamentos Fitossanitários. É, justamente a aplicação dos “preparados biodinâmicos” sobre pilhas de compostos ou, sobre as plantas, a principal diferença com a Agricultura Orgânica. “A ABD está presente em diversos países e continentes, mas mais atuante na Europa. Possui sua própria rede de comercialização e seu próprio sistema de certificação, fiscalização e credenciamento de produtores. No Brasil, a Estância Demétria, o Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento Rural (ambos em Botucatu, SP) e o Instituto Verde Vida (Curitiba, PR) são as instituições que atuam sistematicamente com ABD, tanto no campo da produção e da comercialização, como no campo da consultoria, da organização, da educação e da certificação” (Jesus, 1996, p.18). Em Santa Cartarina a ABD sul envolve técnicos e produtores com o objetivo de discutir e estimular a agricultura Biodinâmica. Agricultura Biológica Suíço Hans Müler – década dos 30. O Alemão Hans Rushas sistematizou os fundamentos ao redor dos anos 60. Para continuidade da fertilidade dos solos devia se trabalhar com manejo rotacionando culturas, e práticas de adubação orgânica de origem animal Fertilizar os solos com adubos orgânicos de origem animal, incorporação de rochas moídas. Fazer rotação de culturas (Ehlers, 1996, apud Paulus 1999). Jesus (1996) considera as diferenças entre Agricultura Biológica e a Agricultura Orgânica mais em termos de nomenclatura do que propriamente em termos de distinção teórica-filosófica ou prática. A agricultura biológica populariza-se com os trabalhos de Claude Aubert na França (Aubert, L’Agriculture Biologique, 1977), “nesse livro é apresentada a irracionalidade dos métodos agrícolas industriais, assim como os fundamentos e as bases práticas da AB” (Jesus, p.18,1996). Aubert por sua vez foi influenciado por Francis Chabossou, de cujo trabalhos originou-se a teoria da Trofobiose3(Paulus, 1999). Agricultura Orgânica Agrônomo inglês Albert Howard 1941. Seguidores: Lady Eve Balafour, J.I. Rodale, Nicolas Lampkin. A base da sustentabilidade da agricultura é a conservação da fertilidade do solo e nisto tem papel fundamental a matéria orgânica e os microorganismos do solo e também há necessidade de integração entre produção vegetal e animal para manter ou recuperar a fertilidade do solo (Paulus,1999). Para Howard a verdadeira base da saúde e da resistência a doenças não é outra senão a conservação da fertilidade do solo e que os insetos e fungos não são a verdadeira causa das doenças das plantas, pois só atacam variedades inadequadas ou cultivadas de forma inadequada Howard criou e difundiu o métodoIndore que é a compostagem e comprovou a viabilidade da prática orgânica do mesmo em fazendas de grandes extensões, nos seus trabalhos na Índia. A utilização das técnicas desta corrente está mais ligado ao enfoque econômico visando ao lucro, o que tem provocado conflitos com outras abordagens mais ligadas ao ecossocialismo (Jesus 1996). i)Lady Eve Balafour fundou a entidade Soil Association, e publicou o livro The Living Soil and Haughley Experiment, em 1975; ii) J.I Rodale, fundouo fortíssimo movimento pela AO, e que, publica a revista Organic Gardening, com mais de 1 milhão de assinantes no mundo. Além disso, a Rodale Express publica livros e outros materiais, criou-se também o Rodale Institute, em Emmaus, Pensylvania, o qual faz pesquisa e extensão e ensino na área de AO; iii) Professor Nicolas Lampkin, publicou o livro Agricultura Orgânica, em 1990 (Jesus, 1996). Internacionalmente existe a instituição Federação Internacional dos Movimentos de Agricultura Orgância (IFOAM), com sede em Tholley-Thelley, na Alemanha (Jesus, 1996). No Brasil a AAO (Associação de Agricultura Orgânica), fundada em 1989 divulga fomenta, normatiza e certifica a agricultura orgânica. 3 Trofobiose – segundo esta teoria a principal causa do ataque de agentes biológicos em uma planta é o seu estado de desequilíbrio nutricional. Este desequilíbrio tenderia a ocorrer com a aplicação maciça de fertilizantes químicos (principalmente nitrogenados), bem como a utilização de várias formulações de agrotóxicos, facilitando assim a ação dos agentes patogênicos, porém se a planta estiver equilibrada nutricionalmente os agentes não conseguem se estabelecer (Paulus, 1999). 3 Denominação Fundador(es)/ Seguidores Filosofia Aplicação Prática Diferença com outra corrente Alcance atual Agricultura Ecológica Professor Hartmut Vogtmann, Alemanha, anos oitenta, na Universidade de Kassel- Witzenhausen, de disciplina, evoluiu para a criação do Departamento de Agricultura Ecológica na Universidade de Wagenigen, onde há um mestrado nessa área4. Outros difusores da Agricultura Ecológica: José Lutzenberger, agrônomo brasileiro lançou em 1975 o “Manifesto Ecológico Brasileiro”. O Casal Primavesi estudaram os solos tropicais de forma diferenciada e inovadora para a época, criando novos conceitos de manejo e conservação de solos tropicais (Jesus, 1996). A Agricultura Ecológica procura um maior equilíbrio com o ambiente, buscando desenhos agrícolas mais integrados e o manejo dos solos mais racional. Além disso é dirigida à propriedades médias e grandes e não somente às pequenas (Jesus, 1996). Racionalização no manejo dos solos principalmente tropicais, evitar a aração e gradagens. Eviatar solo exposto, mantendo-o coberto e fazendo o manejo da cobertura verde ou morta. Utilizar com parcimônia a fertilização química visando evitar danos aos microorganismos ai presentes Ela é menos restritiva com relação ao uso de insumos do que a Agricultura Biológica e a Agricultura Orgânica e, além disso também é dirigida às propriedades médias e grandes e não apenas às pequenas propriedades. Na Alemanha, o estado de Hessen contratou o professor Vogtmann para estabelecer um plano geral de desenvolvimento agrícola, baseado nos princípios da Agricultura Ecológica (Jesus, 1996). Principalmente no caso da Alemanha, Suíça, Áustria a maioria das associações de Produtores Orgânicos e Certificadoras utilizam o refrencial teórico da Agricultura Ecológica e em menor grau da Agricultura Biodinâmica. No Brasil se desenvolveram diversos grupos e associações e ONGs com trabalhos ecológicos. Por exemplo: Associação dos Agricultores Ecológicos de Ipê e Antônio Prado (AECIA), Associação Ecológica Sul Catarinense (AECOSUL) Agricultura Natural Originada no Japão com dois grupos principais: Mokiti Okada (1935) e Fukuoka. Este escreveu o livro Agricultura Natural (1978). Okada criou uma religião que tinha como uma de suas bases métodos “naturais” de agricultura (Jesus, 1996). Pprega uma estratégia de intervenção mínima do homem nos processos da natureza, como por exemplo ausência de aração, capinas, uso de fertilizantes e pesticidas. “A base desta proposta fundamenta-se na sucessão natural de espécies (cereais, leguminosas e frutíferas), as quais são produzidas sem o aporte de insumos externos e sem alterar a base dos ecossistemas locais” (Paulus, 1999, p.71). Produção de compostos inoculados com microorganismos conhecidos comercialmente como EM (epecific microorganism), que também podem ser inoculados no solo. Utilizados principalmente para produção de hortigranjeiros. A distinção com outras correntes está justamente na utilização dos microorganismos específicso par inoculação. A diferença entre Fukuoka e Mokiti Okada está em que aquele faz uma obordagem filosófico-científico ética, que não possui o mesmo caráter religioso deste, embora adote alguns princípios orientais (Jesus, 1996, p.21). Do Japão o movimento espalhou-se pelo mundo. Em 1982 foi fundado o Centro Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura Natural ainda no Japão. Em seguida, a Mokiti Okada Internacional (MOA Internacional) foi fundada em Washington DC e a World Sustainable Agriculture Association (WSAA), também nos EUA (Jesus, 1996). “A corrente Okada possui 56 filiais em 36 países incluindo o Brasil, onde existem seguidores e praticantes tanto da religião, quanto de seu sistema agrícola, contando inclusive com estruturas de pesquisa no estado de São Paulo. Shiro Miyasaka, famoso pesquisador brasileiro, assumiu a direção dos trabalhos da MOA no Brasil com pesquisas em AN” (idem, p.20). No Brasil os seus adeptos estão ligados à denominada Igreja Messiânica e se localizam principalmente em São Paulo, organizados na Fundação Mokiti Okada e na Associação Mokiti Okada. 4 As áreas de pesquisa do mestrado são: a) Análise de Sistemas Agrícolas e Pesquisa Agrícola; b) Extensão e Educação; e, c) Planejamento, Manejo e Uso Sustentado do Solo e dos Recursos Naturais (Jesus, 1996). 4 5 Denominação Fundador(es)/ Seguidores Filosofia Aplicação Prática Diferença com outra corrente Alcance atual Permacultura Molisson & Holmgren (1983) Livro Permacultura Um – uma agricultura permanente nas comunidades em geral. Sistema evolutivo integrado de espécies vegetais e animais perenes ou auto-perpetuadas úteis ao homem. O cultivo é visto apenas como componente de um sistema total, como parte de um sistema permacultural. Segundo Paulus (1999, p. 74) “a proposta implícita na permacultura é a prática de uma agricultura da mente, no sentido de ser pensada e planejada conscientemente, tanto em termos espaciais quanto de evolução da sucessão ecológica”. “Indicado para regiões de florestas tropicais e subtropicais. Não permite nenhuma intervenção no solo, quer seja aração ou gradeação. Não utiliza adubação mineral e nem composto. Alterna o cultivo de gramíneas com leguminosas, deixando sempre uma palhada sobre o solo , através de roçadas” (Debarba, p.5, 2000). As diferenças com outras correntes estão relacionadas às práticas que impedem qualquer mobilização de solo bem como de utilização de compostos, somente permitindo a utilização de cultivos em sucessão com a intenção de maximizar a produção. No Brasil, existem algumas iniciativas nesta linha de pensamento, como é o caso do Instituto de Permacultura do Rio Grande do Sul, o qual se propõe a “divulgar os princípios e os métodos que possibilitam a construção de ambientes humanos sustentáveis (empresas éticas, condomínios ecológicos, comunidades auto-sustentáveis)” . Este instituto foi criado em 1992 após um curso realizado em Porto Alegre, coma participação de Bill Mollison, ganhador do Prêmio Nobel Alternativo, por seu trabalho permacultural na Austrália, desde o início dos anos 70 (Paulus, 1999, p.74). Além desta iniciativa,segundo Jesus (1996) formou-se há alguns anos um grupo de estudos de permacultura no estado da Bahia. Agroecologia A agroecologia como ciência passou a ser mais conhecida após os trabalhos dos agroecologistas californianos liderados por Miguel Altieri (Paulus, 1999). Além disso, o trabalho de diversas ONGS Latino Americanas dedicadas à agricultura campesina e familiar no início dos 80 deu grande impulso à agroecologia (Tagliari, 2002). O movimento agroecológico, ganhou muito impulso com o Consórcio Latino Americano de Agroecologia e Desenvolvimento – Clades (Tagliari, 2002). “A agroecologia é uma ciência, é um conjunto de conceitos, princípios e métodos que permitem estudar, manejar e avaliar um ecossistema agrícola, oferecendo diretrizes para um agricultura mais sustentável, ambientalmente sadia, socialmente justa e economicamente viável” (Altieri, p. 18, 2002). Agricultura diversificada, rotação de culturas, pouca ou nenhuma dependência de insumos externos, integração produção animal e vegetal. Controle biológico de pragas e doenças. A principal diferença em relação às demais está em sua origem: é tipicamente americana, e procura resgatar os conhecimentos autoctenes em termos de agricultura familiar. Procura a sustentabilidade dos sistemas no qual insere o homem5. A partir da reunião dos 25 decanos das Universidades Latino- Americanas em 1991 promovida pelo Clades, muito se avançou. Os convênios com as Universidades de Andaluzia e de Córdoba (Espanha) permitiram formar pessoal capacitado a ensinar e divulgar agroecologia e o desenvolvimento sustentável. Estão surgem cursos de mestrado como é o caso do Mestrado de Agroecossistemas da UFSC, criando assim massa crítica para implementar uma estratégia agroecológica. Os países com maior atuação na agroecologia são: Cuba, Brasil, Nicarágua e Peru. Os professores pesquisadores Miguel Altieri, Clara Nicholls e Stephen Gliessman da Universidade da Califórni/Berkeley publicaram livros da área. Fonte: Elaborado pelo autor com referências citadas no interior do quadro. 5 A agricultura moderna ou convencional procura dominar a natureza, atuando sobre a mesma com um coquetel de produtos5 visando aumentar a produtividade. Por outro lado “a filosofia da agricultura alternativa prefere trabalhar com a natureza a domina-la. A lei do retorno ou da reciclagem é fundamental para os conservacionistas, em oposição ao consumismo presente na agricultura convencional” (Franco e Tagliari 1994, p. 10). Segundo Debarba (2000) além das escolas de agricultura alternativa anteriormente citadas existem outras escolas ou movimentos que derivam dos já descritos, sendo alguns deles: método Lemaire_ Boucher, Método Jean, Método Rush- Muller, Método Pain, etc. Atualmente a IFOAM (International Federation of Organic Argriculture Movimentes), trabalha para agregar todas as associações e pessoas que pesquisam, ensinam e divulgam as técnicas da agricultura alternativa, e também com os que produzem, processam, e comercializam alimentos orgânicos e insumos naturais (Debarba, 2000). 3. A PRODUÇÃO INTEGRADA A definição do Sistema de Produção Integrada, ou, simplesmente Produção Integrada (PI) é a empregada pela Organização Internacional para a Luta Biológica (OILB) (...)”produção econômica de frutas de alta qualidade que priorize o uso de métodos ecologicamente mais seguros, minimizando o uso de agroquímicos e seus efeitos colatarais indesejados, pondo ênfase na proteção do ambiente e na saúde humana” (Protas, 2001, p.20). É a produção convencional, mas que procura uma maior racionalização na utilização de agroquímicos, por exemplo na definição do momento adequado para aplicação de um inseticida, o qual somente seria aplicado se a infestação da praga atingir o nível de dano econômico, o que evitaria a aplicação indiscriminada dos produtos tóxicos, a partir do momento que se observasse a presença de uma dada praga (inseto) na plantação. Além disso, essa modalidade de produção respeitaria os períodos de carência para colheita de produtos após o uso de agroquímicos, procurando também utilizar-se do controle através de predadores ou inimigos naturais das pragas. A Produção Integrada (PI) nasceu na década dos 70 na Espanha e é uma tendência na agricultura principalmente européia, pois está transformando-se em exigência para comercialização de frutas frescas. A Europa só importará frutas se produzidas neste novo sistema de produção a partir de 2003, ou seja, se o Brasil quiser continuar exportando frutas deverá se adequar às técnicas da produção integrada (Mercado...,2001). O novo sistema estaria em acordo com a busca do desenvolvimento sustentável da agricultura, através da adoção de tecnologias que respeitem o meio ambiente, utilizando-se racionalmente os agrotóxicos e que atinjam qualidade no alimento produzido. Incentiva-se 6 que o agricultor introduza cada vez mais o uso de técnicas naturais, podendo-se portanto considerar a PI como um meio termo entre agricultura tradicional (convencional) e a agricultura alternativa. Seria uma “mudança de comportamento e de nível tecnológico”, segundo o técnico Joaquim Naka da Secretaria de Fruticultura do Ministério da Agricultura (Mercado...,2001). “O produtor precisará de uma infra-estrutura básica. Centro de recolhimento de embalagens plásticas, controle do uso de agrotóxicos, informações sobre clima e velocidade do vento são algumas das necessidades. É importante também ter capacidade de rastrear a produção” (Mercado...,2001, p. 6). O novo sistema de produção para ter credibilidade deverá estar claramente estabelecido, e, para tanto o Governo Federal já definiu o marco para funcionamento do sistema. Desta forma o conjunto de normas, regras e diretrizes apresentadas pelo governo tiveram inspiração no regulamento da Organização Internacional pela Luta Biológica e são uma lista de práticas obrigatórias, recomendadas e proibidas, visando atender às principais cadeias exportadoras brasileiras de frutas: maçã, banana, manga, mamão, uva, pêssego e citros. O governo através do Programa de Produção Integrada (PIF) pretende tornar os agricultores mais competitivos e inserir o Brasil nos negócios internacionais com as frutas (Mercado...,2001). O trabalho com a maçã foi o pioneiro em produção integrada no Brasil, iniciado em 1997, através de parceria entre a EMBRAPA (de Bento Gonçalves e de Vacaria, ambas no RS) e a Associação de Brasileira de Produtores de Maça, culminou no estabelecimento de Normas de Produção Integrada, bem como na constituição de Projeto de P&D para produção integrada de maçã. O bom resultado alcançado com a PI de maçã, aliada à demanda internacional por este tipo de produto, estimularam as demais cadeias a desenvolver suas produções sob esta nova ótica. Além disso, o Programa de Desenvolvimento da Fruticultura (Profruta), lançado em 2000 contempla projetos de P&D para as outras seis cadeias6 de produção de frutas citadas acima. Estão envolvidas as seguintes instituições nos vários projetos: EMBRAPA (vários centros), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, empresa Valexport, Instituto Capixaba de Pesquisa, assistência Técnica e Extensão Rural, Universidade de Brasília, Estação Experimental de Bebedouro em SP e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral -SP (Protas, 2001). 7 Paralelamente às questões tecnológicas estão sendo desenvolvidos os regulamentos, normas e procedimentos para certificação de origem e rastreabilidade da produção sob coordenação do Ministério da Agricultura (Protas, 2001). 4. A AGRICULTURA ALTERNATIVA EM SANTA CATARINAEsta modalidade de agricultura tem se desenvolvido sobremaneira em Santa Catarina devido a um conjunto de elementos propícios: i) o desenvolvimento do Projeto Microbacias I, coordenado pela EPAGRI, o qual passou a criar uma mentalidade conservacionista no meio técnico e entre os agricultores; ii) mais recentemente o Projeto Microbacias II o qual está fundamentado na noção de desenvolvimento rural sustentável; iii) a missão das empresas de extensão pesquisa e fomento do estado as quais passaram a focalizar o aumento de renda dos produtores bem como a sustentabilidade do produtor e da propriedade agrícola; iv) a atuação das organizações não governamentais; v) a atuação de universidades, principalmente da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na criação do Mestrado de agroecosistemas e do curso de Engenharia Ambiental; vi) a atuação privada com iniciativas individualizadas como foi o caso de Egídio Locks , proprietário do antigo Supermercado Santa Mônica, que foi um dos primeiros estimuladores da produção orgânica em Santa Rosa de Lima, berço da Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral (AGRECO); vii) a crescente demanda de produtos agroecológicos (orgânicos) dado o interesse por alimento mais saudável por parte dos consumidores; viii) a normatização federal para a comercialização de produtos orgânicos com legislação específica para tal; ix) o surgimento das certificadoras no rastro da legislação. Em suma, esse conjunto de fatores tem levado o Estado a este ambiente adequado ao crescimento desta atividade, o que resultou no surgimento de associações de produtores e também de empresas comercializadoras destes produtos como é o caso da Via Pax, Daterra, Prodapys e outras. No Estado atuam organizações governamentais e não governamentais desenvolvendo atividades de ensino, pesquisa, educação, organização e comercialização dentro desta especialização da agricultura. 6 As seis cadeias: pêssego, uva, manga, mamão, citros, banana. Veja mais sobre isto em Protas 2001, p.21. 8 A Universidade Federal de Santa Catarina oferece o curso de Mestrado em Agroecossistemas7, sediado no Centro de Ciências Agrárias. “Concebido para gerar conhecimento sobre interações complexas ao nível de ecossistemas” e além disto, tem o objetivo de: promover a capacidade de produzir o conhecimento especializado e perceber sua significação frente às propriedades de agroecossistemas, em relações interdisciplinares necessárias à sustentabilidade da produção e ao manejo ambiental (UFSC, s.d.). Segundo dados da Pró-Reitoria de Pós-Graduação foram defendidas 39 dissertações até o ano de 2000. EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – O Centro Nacional de Pesquisa em Suínos e Aves, localizado em Concórdia vem desenvolvendo pesquisas e extensão com o produto frango colonial Embrapa 041, em nove estados do país, para agricultores independentes. Em Santa Catarina a EMBRAPA está também desenvolvendo convênio com a Cooperdeza de Campos Novos para as famílias de pequenos produtores, com o objetivo de atender a um nicho de mercado diferenciado propiciando maior renda àqueles, segundo Elsio Figueiredo pesquisador (Rodrigues, 2001). A atuação do Estado – Posicionamento de Governo – de acordo com Paulo Tagliari, coordenador de agroecologia da EPAGRI, no final de 2000 especificamente durante o mês de outubro o Governador de Estado declarou durante o Fórum de Produção Orgânica que deseja o estado de Santa Catarina livre de agrotóxicos (defensivos agrícolas- venenos). Isto ensejou a criação da Comissão Estadual de Abolição de Agrotóxicos no final de 2000. Para concretizar aquele objetivo, elaborou-se plano de abolição gradual no uso de agrotóxicos e estabelecimento de um sistema laboratorial de análise de resíduos de agrotóxicos. As metas intermediárias para alcançar aquele objetivo só poderão ocorrer na medida que estejam disponíveis recursos financeiros, o que está sendo conseguido através de dois fundos: Fundo de Desenvolvimento Rural (FDR) e do Fundo Rotativo de Estímulo à Pesquisa Agropecuária (FEPA). Isto vem contribuir para a continuidade da atuação da EPAGRI na área de agroecologia. O estímulo à agricultura orgânica no estado é clara, pois vai investir em 2001 e 2002, R$ 4 milhões em projetos de pesquisa e novos empreendimentos na área de 7 O curso pode ser encontrado na seguinte página: http://www.cca.ufsc.br; 9 http://www.cca.ufsc.br agricultura orgânica, principalmente para a montagem de agroindústrias de produtos orgânicos para a qual serão destinados R$ 2,25 milhões, procurando atender 1,5 mil famílias segundo o Secretário Estadual da Agricultura Odacir Zonta (Kiefer, 2001). A EPAGRI8 – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Difusão de Tecnologia de Santa Catarina S.A. É uma empresa mista que tem desenvolvido atividades de pesquisa e difusão em cultivos alternativos como é o caso da cebola agroecológica (produto lançado pioneiramente pela empresa há quatro anos pela estação experimental de Ituporanga), o arroz agroecológico e a rizipscicultura (criação de peixes em consórcio com arroz irrigado). A EPAGRI há três anos capacita técnicos e agricultores em cursos profissionalizantes da agroecologia, tendo treinado 600 agricultores e 150 técnicos até o final de 2000 e, com previsão de atingir somente neste ano 400 agricultores e 200 técnicos ( Tagliari, 2001 - entrevista). Além do treinamento a empresa também desenvolve ações de pesquisa com projeto específico de pesquisa em Agroecologia, no qual constam 10 sub projetos com 33 experimentos nos seguintes produtos: fruticultura temperada, cereais, pastagem, hortaliças e cebola ( Tagliari, 2001 - entrevista). Em data recente, 3 de setembro a EPAGRI assinou convênio com a Fundação Lyndolpho Silva para fomentar a exportação de produtos ecológicos em Santa Catarina. A citada fundação foi criada pela Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) e a (EMBRAPA) para estimular a agricultura familiar. Uma de suas cinco agências está localizada em Mafra SC. A primeira ação de um programa que terá duração de quatro anos, foi a participação de empresas que comercializam produtos orgânicos no 13º Salão Internacional de Alimentação Natural e Ambiente Sana 2001, em Bolonha, na Itália em setembro. Participarão a Nardelli Produtos Alimentícios, com arroz orgânico; a Prodapys, com produtos apícolas para a beleza e saúde; O Armazém Vieira com sua aguardente; a Via Pax Ltda., com soja orgânica entre outros e a Daterra, com banana passa. A lista de produtos que poderão interessar ao consumidor europeu é grande bastando torna-los conhecidos e organizar a sua disponibilização, pois segundo Murilo Flores (coordenador 8 Acesse através do seguinte encerço: http// www.epagri.rct-sc.br. 10 http://www.epagri.rct-sc.br técnico da fundação) a demanda européia por produtos ecológicos supera a oferta( Wilke, 2001). FUNDAGRO9 – Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Rural Sustentável do Estado de Santa Catarina –- é uma organização não governamental, sem fins lucrativos e de caráter técnico-científico. A finalidade básica da Fundagro é promover e apoiar as ações e serviços que busquem o desenvolvimento rural sustentável do Estado de Santa Catarina, em especial a pesquisa agropecuária, a assistência técnica e a extensão rural, que visem a recuperação e a preservação dos recursos naturais e do meio ambiente(Fundagro, s.d.). É também uma certificadorade produtos agroecológicos, atualmente assistindo a 89 produtores, cuja maioria já estão produzindo organicamente e os demais em fase de conversão para a agricultura agroecológica. Tabela 2 evolução de certificações da Fundagro. Tabela 2 - Unidades Produtoras Certificadas Pela FUNDAGRO Ano Número produtores 1999 54 2000 72 2001 89 Fonte: Elaborada pelo autor com dados fornecidos pela Fundagro. A lista de produtos certificados é bastante abrangente englobando principalmente hortaliças, mas também grãos, frutas e temperos, além de tubérculos e raízes10. No selo fornecido pela FUNDAGRO salienta-se que é produto orgânico. A Fundagro não faz restrição à forma de comercialização escolhida pelo produtor, porém, sugere a comercialização direta ao consumidor e, estimula a participação dele em feiras, como a que ocorre em Florianópolis aos sábados na praça São Sebastião, junto ao Colégio Menino Jesus, situada na rua Bocaiúva. Rede Ecovida de Agroecologia – é o conjunto de instituições (organizações não governamentais e empresas consumidoras), produtores agrícolas (famílias rurais), técnicos 9 Entre em contato através do seguinte endereço: fundagro@epagri.rct-sc.br. 10 Entre as hortaliças citam-se: cenoura, alface, repolho couve etc, em relação a grãos citam-se a soja, milho, arroz, feijão etc, tubérculos: batata inglesa, batata salsa, batata doce, etc, raízes: mandioca (aipim), frutas: goiaba, figo, pêssego, maça, uva etc. 11 mailto:fundagro@epagri.rct-sc.br (pessoas físicas), consumidores, e outros interessados na produção agroecológica nos três estados do sul do Brasil (Rede Ecovida, s.d.). A exemplo da Fundagro, a Rede é uma certificadora, que trabalha com o conceito de Certificação Participativa e com selo específico e que estimula seus participantes a criarem mecanismos paralelos de comercialização de seus produtos agroecológicos, objetivando ligar ou criar canais entre produtores e consumidores. O selo que atesta a produção destaca que é produto ecológico. A Rede Ecovida de Agroecologia também é denominada de Rede de Tecnologias Alternativas Sul (Rede T.A. Sul) é composta de uma gama de atores ou membros envolvidos, desde grupos de produtores a Organizações Não Governamentais até consumidores e processadores de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Fazem parte da Rede pelo menos 20 instituições, entre elas citam-se: Associação de Pequenos Agricultores do Oeste Catarinense (APACO) apaco@unoesc.rct-sc.br, Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto do Itajaí (APREMAVI), Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (CAPA SANTA CRUZ) capa@unisc.com.br, Centro Ecológico Ipê Serra (CE) centro.ecologico@uol.com.br, Centro de Tecnologia Alternativas Populares (CETAP) cetap@pro.via-rs.com.br, Centro Vianei de Educação Popular (VIANEI) vianei@cav.udesc.br, Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (CEPAGRO) guarapuvu@ig.com.br. A coordenação geral da rede este ano de 2001 está localizada no CEPAGRO, na pessoa do Sr. Luiz Carlos Rebelatto dos Santos. A Rede Ecovida é composta por uma Coordenação Geral e em cada estado por uma coordenação estadual. Nos estados existem ainda 15 núcleos regionais, sendo que em Santa Catarina são os seguintes: Planalto Serrano, Planalto Norte, Vale do Itajaí, Meio Oeste, Oeste, Extremo Norte e Florianópolis. Atuam na Rede 20 ONGs com vários projetos e mais ou menos 120 associações ou organizações de agricultores, sendo que ocorre um encontro anual ampliado em um dos Estados para discussões gerais e decisões diversas (Rebelatto dos Santos, 2001 - entrevista). A oficialização da Rede Ocorreu em abril de 1999, na Assembléia Legislativa de Santa Catarina por ocasião da audiência pública sobre a Rede. Naquela ocasião já existiam 25 grupos de produção agroecológica ou em transição, envolvendo entre 200 a 250 famílias. Atualmente, agosto de 2001 já são 60 grupos abrangendo 500 famílias e mais 12 mailto:apaco@unoesc.rct-sc.br mailto:capa@unisc.com.br mailto:centro.ecologico@uol.com.br mailto:cetap@pro.via-rs.com.br mailto:vianei@cav.udesc.br mailto:guarapuvu@ig.com.br outras 1000 famílias que estão em diversos níveis de transição para a agricultura agroecológica (Rebelatto dos Santos, 2001 – entrevista). Apesar das palavras agroecológico, orgânico e ecológico parecerem estar atreladas à atuação da EPAGRI, FUNDAGRO (consta do selo) e REDE ECOVIDA (consta do selo), não significa que o trabalho destas instituições se prendam àquelas concepções filosóficas, pois, na produção a ênfase é dada ao respeito à natureza e ao homem evitando-se o uso de agroquímicos, quer sejam defensivos agrícolas ou fertilizantes solúveis e, não se prendendo a esta ou aquela concepção filosófica. As organizações citadas anteriormente são alguns agentes fomentadores da agricultura alternativa em Santa Catarina. A seguir são listadas algumas organizações de produtores em Santa Catarina: - BIORGA – Associação dos Produtores Bio-Orgânicos de Mondai; - Associação Ecológica Recanto da Natureza – Produtores de Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas e Alfredo Wagner; - Cooperalho – Produtores de Alho de Curitibanos – produção de alho ecológico destinado ao Carrefour, segundo as normas fornecidas pelo comprador; - Coapel – Cooperativa Agropecuária Lealdade Ltda – município de Leoberto Leal; - Acevam – Associação de Colonos Ecologistas do Vale do Mampituba – Praia Grande; - Agrupar – Grupos de Pequenos Agricultores de Canoinhas; - Associação dos Produtores de Frutas de Porto União; - Apaco – Associação dos Pequenos Agricultores do Oeste Catarinense; - Agreco – Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral, com sede em Santa Rosa de Lima; - Associação de Produtores Ecológicos de Florianópolis. Graças ao trabalho da EPAGRI e também das instituições não governamentais é que cerca de 2 mil famílias cultivam organicamente em Santa Catarina. Entre as diversas associações de produtores a Agreco pode ser considerada entre uma das pioneiras e a maior em termos de atuação com produtos agroecológicos. Foi 13 fundada em 1996 inicialmente com 12 famílias e atualmente conta com mais de 200 famílias, espalhadas em 11 minicípios. Graças às parcerias com prefeituras da região e UFSC/EPAGRI/BB/BESC/Ministério de Desenvolvimento Agrário a associação caminha a passos largos. Graças ao Desenvolver (Programa de Desenvolvimento da Agricultura Familiar Catarinense pela Verticalização da Produção) e projeto do CEPAGRO –Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo a Agreco está implementando 53 projetos de agroindústria, divididos em 14 tipos de unidade, o que vai garantir ampliação de renda e trabalho para cerca de 211 famílias e gerando 707 empregos diretos. Além da produção e industrialização o projeto é amplo tendo alcance social e cultural através da criação de Associação de Agroturismo com a denominação de Acolhida na Colônia, que envolve cerca de 20 famílias em 5 municípios da região. “Os trabalhos da Agreco11 hoje são um exemplo para muitos grupos de agricultores que estão se organizando, não só em Santa Catarina, mas também em outros Estados do país” (Tagliari, p.31, 2000). Outro elo importante neste ramo do agronegócio são os Comercializadores- industrializadores, destacando-se: Verde Fácil, Quintal da Ilha, Da Terra, Nardelli Produtos alimentícios, Prodapys, Via Pax, Armazém Vieira, Agreco, Supermercados12, Feiras,Lojas de produtos naturais, Gama Comercial Importação e Exportação Ltda, Terra Preservada. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Observando-se as concepções filosóficas a Agricultura Ecológica seria a menos restritiva com relação ao uso de insumos do que a Agricultura Biológica e a Agricultura Orgânica e, por outro lado a Agricultura Natural seria a concepção mais radicalmente diferentedo padrão considerado moderno ou convencional da agricultura. Através das leituras e entrevistas percebe-se que o termo orgânico estaria mais associado a esquemas de produção e comercialização de maiores volumes de produtos, estando portando a idéia associada à busca do lucro, de mesma forma que a utilização do 11 Agreco – veja mais sobre isto em Tagliari, P.S. Associação de agricultores é exemplo de desenvolvimento rural sustentável. Revista Agropecuária Catarinense. V.13, n.2, jul.2000. Agreco – fone 48 654 00 38 , www.agreco.com.br e-mail: agreco@bom.matrix.com.br 12 A desvantagem em adquirir o produto agroecológico em supermercados é que muitas vezes o preço do produto é muito maior do que diretamente dos produtores ou em feiras. 14 http://www.agreco.com.br mailto:agreco@bom.matrix.com.br sistema de produção integrada seria um esquema mercadológico, o que ao nosso entender não tiraria o mérito de tal programa, já que esta estaria sendo uma exigência do mercado consumidor. De qualquer forma é impossível negar a tendência mundial que está ocorrendo em busca de maior qualidade dos alimentos e também do ambiente em que se vive. Em Santa Catarina o ambiente propício criado através da atuação das diversas organizações aponta no sentido de rápida evolução nos cultivos agroecológicos seguindo ou até superando a tendência mundial. BIBLIOGRAFIA ARIMURA, F. Agricultura Orgânica cresce. Gazeta Mercantil. Curitiba. 29 mar. 2002. Caderno B, p. 14. AUBERT, C. L’Agriculture Biologique: porquoi et comment la pratiquer. 3a. ed. Paris, Lê Courrier du Livre, 1977, 367p. A AGROECOLOGIA no Mundo, Brasil e Santa Catarina. Disponível na Internet. http:/www.epagri.rct-sc.Br/agroecologia.html. 27 Jun.2001. DEBARBA, J.F. A Agricultura Alternativa –Histórico e Filosofias. In Curso Profissionalizante de Agroecologia (apostila). Florianópolis: EPAGRI, [2000?]. EHLERS, E.M. Agricultura Sustentável: origens e perspectivas de um novo paradigma. Livros da Terra, São Paulo, 1996. FRANCO, H. M. e TAGLIARI, P.S. A agricultura que não envenena. Agropecuária Catarinense. Florianópolis. V. 7, n. 3, set 1994. p. 6 a 13. JESUS, Eli Lino de. Da agricultura alternativa à agroecologia: para além das disputas conceituais. Agricultura Sustentável, v.3, n.1/2, Jan./dez. 1996, EMBRAPA – Brasília. KIEFER, R. Governo investe em agricultura orgânica. Gazeta Mercantil. Curitiba, 3 abr. 2001. Caderno Santa Catarina, p. 4. MERCADO Internacional quer produção integrada. Gazeta Mercantil. Curitiba, 27 jun. a 3 jul. 2001. Caderno Por Conta Própria, p. 6. MOLLISON B. e HOLGREN, D. Permacultura Um –uma agricultura permanente nas comunidades em geral. São Paulo: Ground, 1983. NORGAARD, R.B. A Base Epistemológica da Agroecologia. ALTIERI, M. (org.) Agroecologia – as bases científicas da agricultura alternativa. P. 42 –63. 1989. PAULUS, Gervásio, Do Padrão Moderno à Agricultura Alternativa: possibilidades de transição. Dissertação de mestrado. UFSC/CCA, Florianópolis, 1999. PEREIRA FILHO, Jorge. Mercado Internacional quer produção integrada. Gazeta Mercantil. Curitiba, 27 de jun. a 3 de jul 2001, caderno por conta própria, p. 6. PROTAS, J.F.da S. Integração repensada. Revista Agroanalyses FGV, Rio de Janeiro, v.21, n.8, ago.2001. p. 20 a 21. 15 REBELATTO DOS SANTOS, L. C. Rede Ecovida. Ago. 2001, Entrevista concedida a Francisco Gelinski Neto no CEPAGRO. REDE ECOVIDA. Normas de Organização e Funcionamento. Lages, jul.2000. RODRIGUES, F. Cooperdeza pode criar frango colonial. Gazeta Mercantil. Curitiba, 28 ago. 2001, Caderno Santa Catarina, p. 3. TAGLIARI, P.S. Associação de agricultores é exemplo de desenvolvimento rural sustentável. Agropecuária Catarinense. Florianópolis. v. 13, n.2, jul. 2000. p.28 a 31. TAGLIARI, P.S. Santa Catarina Pretende ser modelo em agroecologia. Agropecuária Catarinense. Florianópolis. V. 15, n. 1, mar. 2002. p. 15 – 21. TAGLIARI, P.S. EPAGRI. Ago. 2001, entrevista concedida a Francisco Gelinski Neto. UFSC. Mestrado em Agroecossistemas. Florianópolis, Centro de Ciências Agrárias, s.d. (Folder de divulgação). WILKE, J. Estado parte para exportação de produtos ecológicos. Gazeta Mercantil. Curitiba, 4 set. 2001, Caderno Santa Catarina, p. 1. 16 ANEXO 1. ENDEREÇOS DE INSTITUIÇÕES LIGADAS À AGROECOLOGIA – ASSUNTOS CORRELACIONADOS Quadro – Endereços eletrônicos de Instituições ligadas à Agroecologia http://www.aao.org.br Associação de Agricultura Orgânica – divulga, fomenta, normatiza e certifica a agricultura orgânica no Brasil. Promove cursos e fóruns técnicos. http://www.agruco.org/ Página Web do Programa de Agroecologia da Universidade de Cochabamaa. Disponibiliza informações gerais de atividades e projetos desenvolvidos nos âmbitos da pesquisa, formação e interação social. Informações gerias de temas como ecologia, agroecologia, saber local, biodiviersidade, economia camponesa, agrofloresta, conservação de solos etc. espanhol http://www.abd.com.br/ Endereço da Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica. Entidade que desenvolve trabalho de promoção da agricultura ecológica e certificação de produtos orgânicos. Aqui há informações sobre publicações, pesquisas e outras atividades da ABD. Português http://www.ambiental.net/claes/redlaces/index.html Red Latinoamerica Y Caribeña de Ecologia Social. Congrega diversas instituições e pessoas interessadas em ecologia social e humana. O ingresso na Rede permite participar de discussões eletrônicas, receber textos e um boletim de informações, sendo esta participação gratuita. Espanhol. http://girr.npde.ufrpe.br/~agrisust/ Rede de Agricultura Sustentável – Centenas de links, notícias, eventos, chats para discussão, banco de informações, banco de profissionais, resumo de teses, de monografias,de pesquisas científicas, bibliografia sobre agricultura sustentável, arquivos para download, etc. Português. http://nature.berkeley.edu/~agroeco3/ Agroecology in action - diversas informações, links e documentos sobre agroecologia e transgênicos. Vinculado à Universidade de Berkeley (EUA) e ao trabalho de Miguel A Altieri. Inglês http://www.agroecology.org/ Agroecology Home – Está vinculada ao trabalho de Stephen Gliessmann e o grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia Santa Cruz. Fornece diversas informações úteis, textos, links, cursos e atividades que vêm sendo desenvolvidas. Ingleês/ espanhol http://www.elogica.com.br/pj/asptane/asptane2.html AS-PTA – ONG que se notabilizou pelo desenvolvimento de trabalhos em agroecologia e desenvolvimento sustentável. Textos para download, dicas, links, publicações à venda e programas que vem sendo desenvolvidos . Português. http://www.agirazul.com.br/ Agir Azul – Notícias e informações ambientais, links e documentos sobre questões ambientais e transgênicos. É possível participar de lista de discussão sobre educação ambiental. Português. http://www.oneworld.org/ileia/index.htm ILEIA Home Page – Organização da Holanda que promove metodologias e técnicas voltadas à promoção da agricultura sustentável. Textos, links, informações 17 http://www.aao.org.br http://www.agirazul.com.br/ http://www.oneworld.org/ileia/index.htm sobre softwares e referências bibliográficas e publicações para aquisição. Inglês. http://www.planetaorganico.com.br Planeta Orgânico – disponibiliza diversas informações ligadas a produção comercialização e consumo de produtos orgânicos. A linha editorial tem cunho comercial, porém apresenta informações interessantes e relevantes.Português http://www.members.fortunecity.com/consciencia/ ecolinks.htmlEco-Links – fornece inúmeras referências de linkls sobre agricultura ecológica e atividades afins. Fornece acesso facilitado a outros sites, através de uma classificação de temas ambientais e ecológicos. Português. http://www.biodiversidadla.org/ Biodiversidad em América Latina – Local de intercâmbio entre organizações latino-americanas que trabalham em defesa da biodiversidade. Existem diversos documentos e notícias ligadas à questão de recursos genéticos (OGMs, Biopirataria, Biodiversidade) e desenvolvimento local sustentável. Espanhol http://www.worldwatch.og.br/ Worldwatcch Institute – Sediado em Washington, trabalha na promoção de uma sociedade sustentável. Adquira o livro Estado do Mundo 2000, neste enderço. Português. http://www.agrorganica.com.Br O portal da Agroecologia Brasileira – agricultura orgânica, Agr. Ecológica, Certificação agrícola, Adubação Orgânica, Compóstagem, Defensivos Alternativos e Naturais, controle. Fonte: Elaborado pelo autor com base na Revista Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, diversos números e também da internet. 2. REVISTAS TÉCNICAS DA ÁREA DE AGRICULTURA ALTERNATIVA - Agroecologia e Agricultura Familiar – Centro Vianei de Educação Popular, Lages, Sc, fone: 49 222 42 55 , E-mail vianei@cav.udesc.br - Agricultura Orgânica – Revista Del Grupo de Agricultura Orgânica de la Associación Cubana de Técnicas Agrícolas Y Forestares (ACTAF). E-mail actaf@minag.gov.cu - Agricultura Sustentável – EMBRAPA/CNPMA, Jaguariúna, fone 19 – 867 56 33, E-mail postmaster@cnpma.embrapa.br - Agricultura Biodinâmica – Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica, E-mail abd@abd.com.br - Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável – EMATER/RS, fone 51 233 31 44 , E-mail agroeco@emater.tche.br - Agroecologia Hoje – E-mail agroecologia@uol.com.br Página www.agroecologia.com.br 18 http://www.planetaorganico.com.br http://www.members.fortunecity.com/consciencia/ http://www.agrorganica.com.Br mailto:vianei@cav.udesc.br mailto:actaf@minag.gov.cu mailto:postmaster@cnpma.embrapa.br mailto:abd@abd.com.br mailto:agroeco@emater.tche.br mailto:agroecologia@uol.com.br http://www.agroecologia.com.br UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Campus Universitário – Trindade Tel.: (48) 331.9458 – Fax.: (48) 331.9776 1. INTRODUÇÃO Tabela 1 - Os Negócios com orgânicos no Brasil SAFRA i)Lady Eve Balafour fundou a entidade Soil Association, e publicou o livro The Living Soil and Haughley Experiment, em 1975; ii) J.I Rodale, fundouo fortíssimo movimento pela AO, e que, publica a revista Organic Gardening, com mais de 1 milhão de assinantes no mundo. Além disso, a Rodale Express publica livros e outros materiais, criou-se também o Rodale Institute, em Emmaus, Pensylvania, o qual faz pesquisa e extensão e ensino na área de AO; iii) Professor Nicolas Lampkin, publicou o livro Agricultura Orgânica, em 1990 (Jesus, 1996). Internacionalmente existe a instituição Federação Internacional dos Movimentos de Agricultura Orgância (IFOAM), com sede em Tholley-Thelley, na Alemanha (Jesus, 1996). No Brasil a AAO (Associação de Agricultura Orgânica), fundada em 1989 divulga fomenta, normatiza e certifica a agricultura orgânica. Professor Hartmut Vogtmann, Alemanha, anos oitenta, na Universidade de Kassel-Witzenhausen, de disciplina, evoluiu para a criação do Departamento de Agricultura Ecológica na Universidade de Wagenigen, onde há um mestrado nessa área . Originada no Japão com dois grupos principais: Mokiti Okada (1935) e Fukuoka. Este escreveu o livro Agricultura Natural (1978). Okada criou uma religião que tinha como uma de suas bases métodos “naturais” de agricultura (Jesus, 1996). Pprega uma estratégia de intervenção mínima do homem nos processos da natureza, como por exemplo ausência de aração, capinas, uso de fertilizantes e pesticidas. “A base desta proposta fundamenta-se na sucessão natural de espécies (cereais, leguminosas e frutíferas), as quais são produzidas sem o aporte de insumos externos e sem alterar a base dos ecossistemas locais” (Paulus, 1999, p.71). Do Japão o movimento espalhou-se pelo mundo. Em 1982 foi fundado o Centro Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura Natural ainda no Japão. Em seguida, a Mokiti Okada Internacional (MOA Internacional) foi fundada em Washington DC e a World Sustainable Agriculture Association (WSAA), também nos EUA (Jesus, 1996). “A corrente Okada possui 56 filiais em 36 países incluindo o Brasil, onde existem seguidores e praticantes tanto da religião, quanto de seu sistema agrícola, contando inclusive com estruturas de pesquisa no estado de São Paulo. Shiro Miyasaka, famoso pesquisador brasileiro, assumiu a direção dos trabalhos da MOA no Brasil com pesquisas em AN” (idem, p.20). No Brasil os seus adeptos estão ligados à denominada Igreja Messiânica e se localizam principalmente em São Paulo, organizados na Fundação Mokiti Okada e na Associação Mokiti Okada. Molisson & Holmgren (1983) Livro Permacultura Um – uma agricultura permanente nas comunidades em geral. Sistema evolutivo integrado de espécies vegetais e animais perenes ou auto-perpetuadas úteis ao homem. O cultivo é visto apenas como componente de um sistema total, como parte de um sistema permacultural. Segundo Paulus (1999, p. 74) “a proposta implícita na permacultura é a prática de uma agricultura da mente, no sentido de ser pensada e planejada conscientemente, tanto em termos espaciais quanto de evolução da sucessão ecológica”. “Indicado para regiões de florestas tropicais e subtropicais. Não permite nenhuma intervenção no solo, quer seja aração ou gradeação. Não utiliza adubação mineral e nem composto. Alterna o cultivo de gramíneas com leguminosas, deixando sempre uma palhada sobre o solo , através de roçadas” (Debarba, p.5, 2000). No Brasil, existem algumas iniciativas nesta linha de pensamento, como é o caso do Instituto de Permacultura do Rio Grande do Sul, o qual se propõe a “divulgar os princípios e os métodos que possibilitam a construção de ambientes humanos sustentáveis (empresas éticas, condomínios ecológicos, comunidades auto-sustentáveis)” . Este instituto foi criado em 1992 após um curso realizado em Porto Alegre, com a participação de Bill Mollison, ganhador do Prêmio Nobel Alternativo, por seu trabalho permacultural na Austrália, desde o início dos anos 70 (Paulus, 1999, p.74). Além desta iniciativa,segundo Jesus (1996) formou-se há alguns anos um grupo de estudos de permacultura no estado da Bahia. “A agroecologia é uma ciência, é um conjunto de conceitos, princípios e métodos que permitem estudar, manejar e avaliar um ecossistema agrícola, oferecendo diretrizes para um agricultura mais sustentável, ambientalmente sadia, socialmente justa e economicamente viável” (Altieri, p. 18, 2002). Agricultura diversificada, rotação de culturas, pouca ou nenhuma dependência de insumos externos, integração produção animal e vegetal. Controle biológico de pragas e doenças. A principal diferença em relação às demais está em sua origem: é tipicamente americana, e procura resgatar os conhecimentos autoctenes em termos de agricultura familiar. Procura a sustentabilidade dos sistemas no qual insere o homem . A partir da reunião dos 25 decanos das Universidades Latino-Americanas em 1991 promovida pelo Clades, muito se avançou. Os convênios com as Universidades de Andaluzia e de Córdoba (Espanha) permitiram formar pessoal capacitado a ensinar e divulgar agroecologia e o desenvolvimento sustentável. Estão surgem cursos de mestrado como é o caso do Mestrado de Agroecossistemas da UFSC, criando assim massa crítica para implementar uma estratégia agroecológica. Os países com maior atuação na agroecologia são: Cuba, Brasil, Nicarágua e Peru. Os professores pesquisadores Miguel Altieri, Clara Nicholls e Stephen Gliessman da Universidade da Califórni/Berkeley publicaram livros da área. Fonte: Elaborado pelo autor com referênciascitadas no interior do quadro. 3. A PRODUÇÃO INTEGRADA BIBLIOGRAFIA DEBARBA, J.F. A Agricultura Alternativa –Histórico e Filosofias. In Curso Profissionalizante de Agroecologia (apostila). Florianópolis: EPAGRI, [2000?]. ANEXO 1. ENDEREÇOS DE INSTITUIÇÕES LIGADAS À AGROECOLOGIA – ASSUNTOS CORRELACIONADOS 2. REVISTAS TÉCNICAS DA ÁREA DE AGRICULTURA ALTERNATIVA
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