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Agricultura-alternativa-em-Santa-Catarina

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A agricultura Alternativa em 
Santa Catarina 
 
 
Francisco Gelinski Neto 
 
 
N º 10/2002 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO SÓCIO-ECONÔMICO 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS 
Campus Universitário – Trindade 
CEP 88049-970 – Florianópolis – Santa Catarina 
Tel.: (48) 331.9458 – Fax.: (48) 331.9776 
 
 
 
A AGRICULTURA ALTERNATIVA EM SANTA CATARINA1
Francisco Gelinski Neto2
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Na segunda metade dos 90 o mundo assistiu atônito o surgimento de diversos 
problemas relacionados aos alimentos, abrangendo desde a doença da vaca-louca, à dioxina 
na ração de suínos na Europa, bem como o envenenamento de crianças na Bélgica por 
ingestão de refrigerantes contaminados naquele país. Mais recentemente ressurge com 
força a febre aftosa em diversos países ao redor do globo, sem que ainda se tenha 
equacionado completamente o problema da doença vaca-louca. Isto, aliado ao surgimento 
dos produtos transgênicos, que para muitos significa uma grande ameaça ambiental, bem 
como a uma tendência em muitos países ao consumo de alimentos considerados mais 
saudáveis, tem provocado um crescimento exponencial pela demanda de produtos de 
agricultura alternativa (ecológicos, orgânicos, biodinâmicos agroecológicos, etc.). 
 O agricultor brasileiro estimulado por este novo nicho de mercado e graças à 
existência no país de organismos certificadores como o Instituto Biodinâmico, já é um 
ofertador de produtos “naturais” tais como: açúcar orgânico, café orgânico, boi verde, soja 
orgânica, laranja, banana e arroz agroecológico. 
Tabela 1 - Os Negócios com orgânicos no Brasil 
SAFRA 
VALOR (em milhões de dólares) 
1999/2000 150 
2000/2001 300 
2001/2002 390* 
Fonte: A Agroecologia..., 2001, Arimura, 2002. * Previsão 
 Na tabela 1, percebe-se o grau de evolução dos negócios com orgânicos no Brasil. 
A estimativa em termos de total de área cultivada era de 25 mil hectares, em 1999/2000, o 
 
1 Agradecimento especial para: Paulo S. Tagliari coordenador técnico de agroecologia da EPAGRI, Luiz 
Carlos Rebelatto dos Santos coordenador técnico da Rede Ecovida, Roque Hentschke Presidente da 
FUNDAGRO. 
2 Mestre em economia rural pela URGS e Professor do Departamento de Ciências Econômicas – UFSC. 
 1
 2
que representaria cerca de 2% do total da área cultivada no Brasil. Saliente-se que diversas 
fazendas estão incorporando áreas para produção de boi orgânico, o que elevará as 
estatísticas de áreas com a produção orgânica. As exportações respondem por 70% do 
mercado listado na tabela 1. 
 O tema agricultura orgânica tem sido salientado pelo programa Globo Rural, da 
rede Globo, no qual foi mostrada reportagem especial nos dias 19 de agosto e 26 de agosto 
de 2001, tratando de criação de boi orgânico e de produção de açúcar orgânico 
respectivamente, onde mostrou algumas técnicas, e benefícios tanto econômicos quanto 
ecológicos desta prática. 
 O Estado de Santa Catarina também participa deste novo ramo do agronegócio. 
Aqui se produz além de hortaliças orgânicas, o arroz agroecológico e a maçã no sistema de 
produção integrada, sendo este último um conceito relativamente novo em termos de 
mercado, para atender demanda específica de alguns países europeus os quais passam a 
exigir produtos agrícolas sob esta nova ótica (Pereira Filho, 2001). 
 Neste artigo caracterizam-se os termos quase que sinônimos agricultura natural, 
agricultura biológica, agricultura biodinâmica, agricultura orgânica, agroecologia e outras, 
mas que não o são, pelo menos em sua origem e, que denominam de forma geral a 
agricultura alternativa. Além disso, pretende-se verificar a evolução no estado de Santa 
Catarina deste tipo de agricultura, bem como levantar as instituições que tratam do tema. 
Em anexo listam-se os endereços eletrônicos de instituições ligadas à agroecologia e, de 
revistas técnicas de agricultura alternativa. 
 
2. AS DENOMINAÇÕES DA AGRICULTURA ALTERNATIVA 
 
Segundo Paulus (1999) alguns movimentos do que se convenciona denominar 
agricultura alternativa surgiram no início do século XX, durante os anos 20 e 30, quando a 
agricultura moderna estava ainda em fase de implantação na Europa e nos Estados Unidos e 
estes movimentos foram denominados por Ehlers (1996) de “rebeldes”. Ainda segundo 
Paulus (1999), contemporaneamente, a denominação agroecologia é o arcabouço conceitual 
da proposta alternativa à agricultura moderna. A seguir quadro comparativo das correntes 
de AA. 
 QUADRO 1 – Movimentos ou correntes da Agricultura Alternativa 
Denominação Fundador(es)/ 
Seguidores 
Filosofia Aplicação Prática Diferença com outra 
corrente 
Alcance atual 
Agricultura 
Biodinâmica 
Steiner 1924 - Alemanha “A Biodinâmica busca através de 
suas orientações trabalhar a 
propriedade como um organismo, 
onde o todo reflete o equilíbrio de 
suas partes. Para isso, trabalha as 
relações existentes entre o solo, 
planta, animal, homem e o universo e 
as energias que envolvem e 
influenciam cada um e o todo. 
Energias essas que fogem as 
percepções dos sentidos físicos do 
homem”(Debarba, 2000, P,4). 
 
Através da utilização 
dos “preparados 
biodinâmicos”, na 
adubação ou para 
tratamentos 
Fitossanitários. 
É, justamente a aplicação 
dos “preparados 
biodinâmicos” sobre pilhas 
de compostos ou, sobre as 
plantas, a principal 
diferença com a Agricultura 
Orgânica.
“A ABD está presente em diversos países e continentes, mas 
mais atuante na Europa. Possui sua própria rede de 
comercialização e seu próprio sistema de certificação, 
fiscalização e credenciamento de produtores. No Brasil, a 
Estância Demétria, o Instituto Biodinâmico de 
Desenvolvimento Rural (ambos em Botucatu, SP) e o 
Instituto Verde Vida (Curitiba, PR) são as instituições que 
atuam sistematicamente com ABD, tanto no campo da 
produção e da comercialização, como no campo da 
consultoria, da organização, da educação e da certificação” 
(Jesus, 1996, p.18). Em Santa Cartarina a ABD sul envolve 
técnicos e produtores com o objetivo de discutir e estimular a 
agricultura Biodinâmica. 
Agricultura 
Biológica 
Suíço Hans Müler – 
década dos 30. O Alemão 
Hans Rushas sistematizou 
os fundamentos ao redor 
dos anos 60. 
Para continuidade da fertilidade dos 
solos devia se trabalhar com manejo 
rotacionando culturas, e práticas de 
adubação orgânica de origem animal 
Fertilizar os solos 
com adubos 
orgânicos de origem 
animal, incorporação 
de rochas moídas. 
Fazer rotação de 
culturas (Ehlers, 
1996, apud Paulus 
1999). 
Jesus (1996) considera as 
diferenças entre Agricultura 
Biológica e a Agricultura 
Orgânica mais em termos de 
nomenclatura do que 
propriamente em termos de 
distinção teórica-filosófica 
ou prática. 
A agricultura biológica populariza-se com os trabalhos de 
Claude Aubert na França (Aubert, L’Agriculture Biologique, 
1977), “nesse livro é apresentada a irracionalidade dos 
métodos agrícolas industriais, assim como os fundamentos e 
as bases práticas da AB” (Jesus, p.18,1996). Aubert por sua 
vez foi influenciado por Francis Chabossou, de cujo trabalhos 
originou-se a teoria da Trofobiose3(Paulus, 1999). 
Agricultura 
Orgânica 
Agrônomo inglês Albert 
Howard 1941. 
Seguidores: Lady Eve 
Balafour, J.I. Rodale, 
Nicolas Lampkin. 
A base da sustentabilidade da 
agricultura é a conservação da 
fertilidade do solo e nisto tem papel 
fundamental a matéria orgânica e os 
microorganismos do solo e também 
há necessidade de integração entre 
produção vegetal e animal para 
manter ou recuperar a fertilidade do 
solo (Paulus,1999). 
Para Howard a verdadeira base da 
saúde e da resistência a doenças não 
é outra senão a conservação da 
fertilidade do solo e que os insetos e 
fungos não são a verdadeira causa 
das doenças das plantas, pois só 
atacam variedades inadequadas ou 
cultivadas de forma inadequada 
Howard criou e 
difundiu o métodoIndore que é a 
compostagem e 
comprovou a 
viabilidade da prática 
orgânica do mesmo 
em fazendas de 
grandes extensões, 
nos seus trabalhos na 
Índia. 
A utilização das técnicas 
desta corrente está mais 
ligado ao enfoque 
econômico visando ao lucro, 
o que tem provocado 
conflitos com outras 
abordagens mais ligadas ao 
ecossocialismo (Jesus 
1996). 
i)Lady Eve Balafour fundou a entidade Soil Association, e 
publicou o livro The Living Soil and Haughley Experiment, 
em 1975; ii) J.I Rodale, fundouo fortíssimo movimento pela 
AO, e que, publica a revista Organic Gardening, com mais de 
1 milhão de assinantes no mundo. Além disso, a Rodale 
Express publica livros e outros materiais, criou-se também o 
Rodale Institute, em Emmaus, Pensylvania, o qual faz 
pesquisa e extensão e ensino na área de AO; iii) Professor 
Nicolas Lampkin, publicou o livro Agricultura Orgânica, em 
1990 (Jesus, 1996). 
Internacionalmente existe a instituição Federação 
Internacional dos Movimentos de Agricultura Orgância 
(IFOAM), com sede em Tholley-Thelley, na Alemanha 
(Jesus, 1996). No Brasil a AAO (Associação de Agricultura 
Orgânica), fundada em 1989 divulga fomenta, normatiza e 
certifica a agricultura orgânica. 
 
 
3 Trofobiose – segundo esta teoria a principal causa do ataque de agentes biológicos em uma planta é o seu estado de desequilíbrio nutricional. Este desequilíbrio tenderia a ocorrer com a aplicação 
maciça de fertilizantes químicos (principalmente nitrogenados), bem como a utilização de várias formulações de agrotóxicos, facilitando assim a ação dos agentes patogênicos, porém se a planta estiver 
equilibrada nutricionalmente os agentes não conseguem se estabelecer (Paulus, 1999). 
 3
Denominação Fundador(es)/ 
Seguidores 
Filosofia Aplicação Prática Diferença com outra 
corrente 
 
Alcance atual 
Agricultura 
Ecológica 
 Professor Hartmut 
Vogtmann, Alemanha, 
anos oitenta, na 
Universidade de Kassel-
Witzenhausen, de 
disciplina, evoluiu para a 
criação do Departamento 
de Agricultura Ecológica 
na Universidade de 
Wagenigen, onde há um 
mestrado nessa área4. 
Outros difusores da 
Agricultura Ecológica: José 
Lutzenberger, agrônomo 
brasileiro lançou em 1975 o 
“Manifesto Ecológico 
Brasileiro”. O Casal 
Primavesi estudaram os solos 
tropicais de forma 
diferenciada e inovadora para 
a época, criando novos 
conceitos de manejo e 
conservação de solos tropicais 
(Jesus, 1996). 
A Agricultura Ecológica procura um 
maior equilíbrio com o ambiente, 
buscando desenhos agrícolas mais 
integrados e o manejo dos solos mais 
racional. Além disso é dirigida à 
propriedades médias e grandes e não 
somente às pequenas (Jesus, 1996). 
Racionalização no 
manejo dos solos 
principalmente 
tropicais, evitar a 
aração e gradagens. 
Eviatar solo exposto, 
mantendo-o coberto e 
fazendo o manejo da 
cobertura verde ou 
morta. Utilizar com 
parcimônia a 
fertilização química 
visando evitar danos 
aos microorganismos 
ai presentes 
Ela é menos restritiva com 
relação ao uso de insumos 
do que a Agricultura 
Biológica e a Agricultura 
Orgânica e, além disso 
também é dirigida às 
propriedades médias e 
grandes e não apenas às 
pequenas propriedades. 
Na Alemanha, o estado de Hessen contratou o professor 
Vogtmann para estabelecer um plano geral de 
desenvolvimento agrícola, baseado nos princípios da 
Agricultura Ecológica (Jesus, 1996). 
Principalmente no caso da Alemanha, Suíça, Áustria a 
maioria das associações de Produtores Orgânicos e 
Certificadoras utilizam o refrencial teórico da Agricultura 
Ecológica e em menor grau da Agricultura Biodinâmica. 
 No Brasil se desenvolveram diversos grupos e associações e 
ONGs com trabalhos ecológicos. Por exemplo: Associação 
dos Agricultores Ecológicos de Ipê e Antônio Prado 
(AECIA), Associação Ecológica Sul Catarinense 
(AECOSUL) 
Agricultura 
Natural 
 
Originada no Japão com 
dois grupos principais: 
Mokiti Okada (1935) e 
Fukuoka. Este escreveu o 
livro Agricultura Natural 
(1978). Okada criou uma 
religião que tinha como 
uma de suas bases 
métodos “naturais” de 
agricultura (Jesus, 1996). 
 
 Pprega uma estratégia de 
intervenção mínima do homem nos 
processos da natureza, como por 
exemplo ausência de aração, capinas, 
uso de fertilizantes e pesticidas. “A 
base desta proposta fundamenta-se 
na sucessão natural de espécies 
(cereais, leguminosas e frutíferas), as 
quais são produzidas sem o aporte de 
insumos externos e sem alterar a base 
dos ecossistemas locais” (Paulus, 
1999, p.71). 
 
Produção de 
compostos inoculados 
com 
microorganismos 
conhecidos 
comercialmente como 
EM (epecific 
microorganism), que 
também podem ser 
inoculados no solo. 
Utilizados 
principalmente para 
produção de 
hortigranjeiros. 
A distinção com outras 
correntes está justamente na 
utilização dos 
microorganismos 
específicso par inoculação. 
A diferença entre Fukuoka e 
Mokiti Okada está em que 
aquele faz uma obordagem 
filosófico-científico ética, 
que não possui o mesmo 
caráter religioso deste, 
embora adote alguns 
princípios orientais (Jesus, 
1996, p.21). 
Do Japão o movimento espalhou-se pelo mundo. Em 1982 foi fundado 
o Centro Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura 
Natural ainda no Japão. Em seguida, a Mokiti Okada Internacional 
(MOA Internacional) foi fundada em Washington DC e a World 
Sustainable Agriculture Association (WSAA), também nos EUA 
(Jesus, 1996). 
 “A corrente Okada possui 56 filiais em 36 países incluindo o Brasil, 
onde existem seguidores e praticantes tanto da religião, quanto de seu 
sistema agrícola, contando inclusive com estruturas de pesquisa no 
estado de São Paulo. Shiro Miyasaka, famoso pesquisador brasileiro, 
assumiu a direção dos trabalhos da MOA no Brasil com pesquisas em 
AN” (idem, p.20). No Brasil os seus adeptos estão ligados à 
denominada Igreja Messiânica e se localizam principalmente em São 
Paulo, organizados na Fundação Mokiti Okada e na Associação Mokiti 
Okada. 
 
 
 
 
 
 
4 As áreas de pesquisa do mestrado são: a) Análise de Sistemas Agrícolas e Pesquisa Agrícola; b) Extensão e Educação; e, c) Planejamento, Manejo e Uso Sustentado do Solo e dos Recursos Naturais 
(Jesus, 1996). 
 
 4
 5
Denominação Fundador(es)/ 
Seguidores 
Filosofia Aplicação Prática Diferença com outra 
corrente 
Alcance atual 
Permacultura Molisson & Holmgren 
(1983) Livro 
Permacultura Um – uma 
agricultura permanente 
nas comunidades em 
geral. 
Sistema evolutivo integrado de 
espécies vegetais e animais perenes 
ou auto-perpetuadas úteis ao homem. 
O cultivo é visto apenas como 
componente de um sistema total, 
como parte de um sistema 
permacultural. Segundo Paulus 
(1999, p. 74) “a proposta implícita na 
permacultura é a prática de uma 
agricultura da mente, no sentido de 
ser pensada e planejada 
conscientemente, tanto em termos 
espaciais quanto de evolução da 
sucessão ecológica”. 
 
“Indicado para regiões 
de florestas tropicais e 
subtropicais. Não 
permite nenhuma 
intervenção no solo, quer 
seja aração ou 
gradeação. Não utiliza 
adubação mineral e nem 
composto. Alterna o 
cultivo de gramíneas 
com leguminosas, 
deixando sempre uma 
palhada sobre o solo , 
através de roçadas” 
(Debarba, p.5, 2000). 
 
As diferenças com outras 
correntes estão relacionadas 
às práticas que impedem 
qualquer mobilização de 
solo bem como de utilização 
de compostos, somente 
permitindo a utilização de 
cultivos em sucessão com a 
intenção de maximizar a 
produção. 
No Brasil, existem algumas iniciativas nesta linha de 
pensamento, como é o caso do Instituto de Permacultura do 
Rio Grande do Sul, o qual se propõe a “divulgar os princípios 
e os métodos que possibilitam a construção de ambientes 
humanos sustentáveis (empresas éticas, condomínios 
ecológicos, comunidades auto-sustentáveis)” . Este instituto 
foi criado em 1992 após um curso realizado em Porto Alegre, 
coma participação de Bill Mollison, ganhador do Prêmio 
Nobel Alternativo, por seu trabalho permacultural na 
Austrália, desde o início dos anos 70 (Paulus, 1999, p.74). 
Além desta iniciativa,segundo Jesus (1996) formou-se há 
alguns anos um grupo de estudos de permacultura no estado 
da Bahia. 
 
Agroecologia A agroecologia como ciência 
passou a ser mais conhecida 
após os trabalhos dos 
agroecologistas californianos 
liderados por Miguel Altieri 
(Paulus, 1999). 
Além disso, o trabalho de 
diversas ONGS Latino 
Americanas dedicadas à 
agricultura campesina e 
familiar no início dos 80 deu 
grande impulso à 
agroecologia (Tagliari, 2002). 
O movimento agroecológico, 
ganhou muito impulso com o 
Consórcio Latino Americano 
de Agroecologia e 
Desenvolvimento – Clades 
(Tagliari, 2002). 
“A agroecologia é uma ciência, é um 
conjunto de conceitos, princípios e 
métodos que permitem estudar, 
manejar e avaliar um ecossistema 
agrícola, oferecendo diretrizes para 
um agricultura mais sustentável, 
ambientalmente sadia, socialmente 
justa e economicamente viável” 
(Altieri, p. 18, 2002). 
Agricultura 
diversificada, rotação 
de culturas, pouca ou 
nenhuma 
dependência de 
insumos externos, 
integração produção 
animal e vegetal. 
Controle biológico de 
pragas e doenças. 
A principal diferença em 
relação às demais está em 
sua origem: é tipicamente 
americana, e procura 
resgatar os conhecimentos 
autoctenes em termos de 
agricultura familiar. Procura 
a sustentabilidade dos 
sistemas no qual insere o 
homem5. 
 
A partir da reunião dos 25 decanos das Universidades Latino-
Americanas em 1991 promovida pelo Clades, muito se 
avançou. Os convênios com as Universidades de Andaluzia e 
de Córdoba (Espanha) permitiram formar pessoal capacitado a 
ensinar e divulgar agroecologia e o desenvolvimento 
sustentável. Estão surgem cursos de mestrado como é o caso 
do Mestrado de Agroecossistemas da UFSC, criando assim 
massa crítica para implementar uma estratégia agroecológica. 
Os países com maior atuação na agroecologia são: Cuba, 
Brasil, Nicarágua e Peru. Os professores pesquisadores 
Miguel Altieri, Clara Nicholls e Stephen Gliessman da 
Universidade da Califórni/Berkeley publicaram livros da área. 
Fonte: Elaborado pelo autor com referências citadas no interior do quadro. 
 
 
5 A agricultura moderna ou convencional procura dominar a natureza, atuando sobre a mesma com um coquetel de produtos5 visando aumentar a produtividade. Por outro lado “a 
filosofia da agricultura alternativa prefere trabalhar com a natureza a domina-la. A lei do retorno ou da reciclagem é fundamental para os conservacionistas, em oposição ao 
consumismo presente na agricultura convencional” (Franco e Tagliari 1994, p. 10). 
Segundo Debarba (2000) além das escolas de agricultura alternativa anteriormente 
citadas existem outras escolas ou movimentos que derivam dos já descritos, sendo alguns 
deles: método Lemaire_ Boucher, Método Jean, Método Rush- Muller, Método Pain, etc. 
Atualmente a IFOAM (International Federation of Organic Argriculture 
Movimentes), trabalha para agregar todas as associações e pessoas que pesquisam, ensinam 
e divulgam as técnicas da agricultura alternativa, e também com os que produzem, 
processam, e comercializam alimentos orgânicos e insumos naturais (Debarba, 2000). 
 
3. A PRODUÇÃO INTEGRADA 
 
A definição do Sistema de Produção Integrada, ou, simplesmente Produção 
Integrada (PI) é a empregada pela Organização Internacional para a Luta Biológica (OILB) 
(...)”produção econômica de frutas de alta qualidade que priorize o uso de métodos 
ecologicamente mais seguros, minimizando o uso de agroquímicos e seus efeitos colatarais 
indesejados, pondo ênfase na proteção do ambiente e na saúde humana” (Protas, 2001, 
p.20). 
É a produção convencional, mas que procura uma maior racionalização na utilização 
de agroquímicos, por exemplo na definição do momento adequado para aplicação de um 
inseticida, o qual somente seria aplicado se a infestação da praga atingir o nível de dano 
econômico, o que evitaria a aplicação indiscriminada dos produtos tóxicos, a partir do 
momento que se observasse a presença de uma dada praga (inseto) na plantação. Além 
disso, essa modalidade de produção respeitaria os períodos de carência para colheita de 
produtos após o uso de agroquímicos, procurando também utilizar-se do controle através de 
predadores ou inimigos naturais das pragas. 
A Produção Integrada (PI) nasceu na década dos 70 na Espanha e é uma tendência 
na agricultura principalmente européia, pois está transformando-se em exigência para 
comercialização de frutas frescas. A Europa só importará frutas se produzidas neste novo 
sistema de produção a partir de 2003, ou seja, se o Brasil quiser continuar exportando frutas 
deverá se adequar às técnicas da produção integrada (Mercado...,2001). 
O novo sistema estaria em acordo com a busca do desenvolvimento sustentável da 
agricultura, através da adoção de tecnologias que respeitem o meio ambiente, utilizando-se 
racionalmente os agrotóxicos e que atinjam qualidade no alimento produzido. Incentiva-se 
 6
que o agricultor introduza cada vez mais o uso de técnicas naturais, podendo-se portanto 
considerar a PI como um meio termo entre agricultura tradicional (convencional) e a 
agricultura alternativa. Seria uma “mudança de comportamento e de nível tecnológico”, 
segundo o técnico Joaquim Naka da Secretaria de Fruticultura do Ministério da Agricultura 
(Mercado...,2001). 
“O produtor precisará de uma infra-estrutura básica. Centro de recolhimento 
de embalagens plásticas, controle do uso de agrotóxicos, informações sobre 
clima e velocidade do vento são algumas das necessidades. É importante 
também ter capacidade de rastrear a produção” (Mercado...,2001, p. 6). 
 
 O novo sistema de produção para ter credibilidade deverá estar claramente 
estabelecido, e, para tanto o Governo Federal já definiu o marco para funcionamento do 
sistema. Desta forma o conjunto de normas, regras e diretrizes apresentadas pelo governo 
tiveram inspiração no regulamento da Organização Internacional pela Luta Biológica e são 
uma lista de práticas obrigatórias, recomendadas e proibidas, visando atender às principais 
cadeias exportadoras brasileiras de frutas: maçã, banana, manga, mamão, uva, pêssego e 
citros. O governo através do Programa de Produção Integrada (PIF) pretende tornar os 
agricultores mais competitivos e inserir o Brasil nos negócios internacionais com as frutas 
(Mercado...,2001). 
 O trabalho com a maçã foi o pioneiro em produção integrada no Brasil, iniciado em 
1997, através de parceria entre a EMBRAPA (de Bento Gonçalves e de Vacaria, ambas no 
RS) e a Associação de Brasileira de Produtores de Maça, culminou no estabelecimento de 
Normas de Produção Integrada, bem como na constituição de Projeto de P&D para 
produção integrada de maçã. O bom resultado alcançado com a PI de maçã, aliada à 
demanda internacional por este tipo de produto, estimularam as demais cadeias a 
desenvolver suas produções sob esta nova ótica. Além disso, o Programa de 
Desenvolvimento da Fruticultura (Profruta), lançado em 2000 contempla projetos de P&D 
para as outras seis cadeias6 de produção de frutas citadas acima. Estão envolvidas as 
seguintes instituições nos vários projetos: EMBRAPA (vários centros), Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul, empresa Valexport, Instituto Capixaba de Pesquisa, 
assistência Técnica e Extensão Rural, Universidade de Brasília, Estação Experimental de 
Bebedouro em SP e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral -SP (Protas, 2001). 
 7
 Paralelamente às questões tecnológicas estão sendo desenvolvidos os regulamentos, 
normas e procedimentos para certificação de origem e rastreabilidade da produção sob 
coordenação do Ministério da Agricultura (Protas, 2001). 
 
4. A AGRICULTURA ALTERNATIVA EM SANTA CATARINAEsta modalidade de agricultura tem se desenvolvido sobremaneira em Santa 
Catarina devido a um conjunto de elementos propícios: i) o desenvolvimento do Projeto 
Microbacias I, coordenado pela EPAGRI, o qual passou a criar uma mentalidade 
conservacionista no meio técnico e entre os agricultores; ii) mais recentemente o Projeto 
Microbacias II o qual está fundamentado na noção de desenvolvimento rural sustentável; 
iii) a missão das empresas de extensão pesquisa e fomento do estado as quais passaram a 
focalizar o aumento de renda dos produtores bem como a sustentabilidade do produtor e da 
propriedade agrícola; iv) a atuação das organizações não governamentais; v) a atuação de 
universidades, principalmente da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na 
criação do Mestrado de agroecosistemas e do curso de Engenharia Ambiental; vi) a atuação 
privada com iniciativas individualizadas como foi o caso de Egídio Locks , proprietário do 
antigo Supermercado Santa Mônica, que foi um dos primeiros estimuladores da produção 
orgânica em Santa Rosa de Lima, berço da Associação dos Agricultores Ecológicos das 
Encostas da Serra Geral (AGRECO); vii) a crescente demanda de produtos agroecológicos 
(orgânicos) dado o interesse por alimento mais saudável por parte dos consumidores; viii) a 
normatização federal para a comercialização de produtos orgânicos com legislação 
específica para tal; ix) o surgimento das certificadoras no rastro da legislação. Em suma, 
esse conjunto de fatores tem levado o Estado a este ambiente adequado ao crescimento 
desta atividade, o que resultou no surgimento de associações de produtores e também de 
empresas comercializadoras destes produtos como é o caso da Via Pax, Daterra, Prodapys e 
outras. 
 No Estado atuam organizações governamentais e não governamentais 
desenvolvendo atividades de ensino, pesquisa, educação, organização e comercialização 
dentro desta especialização da agricultura. 
 
6 As seis cadeias: pêssego, uva, manga, mamão, citros, banana. Veja mais sobre isto em Protas 2001, p.21. 
 8
 A Universidade Federal de Santa Catarina oferece o curso de Mestrado em 
Agroecossistemas7, sediado no Centro de Ciências Agrárias. “Concebido para gerar 
conhecimento sobre interações complexas ao nível de ecossistemas” e além disto, tem o 
objetivo de: promover a capacidade de produzir o conhecimento especializado e perceber 
sua significação frente às propriedades de agroecossistemas, em relações interdisciplinares 
necessárias à sustentabilidade da produção e ao manejo ambiental (UFSC, s.d.). Segundo 
dados da Pró-Reitoria de Pós-Graduação foram defendidas 39 dissertações até o ano de 
2000. 
 EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – O Centro Nacional 
de Pesquisa em Suínos e Aves, localizado em Concórdia vem desenvolvendo pesquisas e 
extensão com o produto frango colonial Embrapa 041, em nove estados do país, para 
agricultores independentes. Em Santa Catarina a EMBRAPA está também desenvolvendo 
convênio com a Cooperdeza de Campos Novos para as famílias de pequenos produtores, 
com o objetivo de atender a um nicho de mercado diferenciado propiciando maior renda 
àqueles, segundo Elsio Figueiredo pesquisador (Rodrigues, 2001). 
 A atuação do Estado – Posicionamento de Governo – de acordo com Paulo 
Tagliari, coordenador de agroecologia da EPAGRI, no final de 2000 especificamente 
durante o mês de outubro o Governador de Estado declarou durante o Fórum de Produção 
Orgânica que deseja o estado de Santa Catarina livre de agrotóxicos (defensivos agrícolas- 
venenos). Isto ensejou a criação da Comissão Estadual de Abolição de Agrotóxicos no final 
de 2000. Para concretizar aquele objetivo, elaborou-se plano de abolição gradual no uso de 
agrotóxicos e estabelecimento de um sistema laboratorial de análise de resíduos de 
agrotóxicos. 
 As metas intermediárias para alcançar aquele objetivo só poderão ocorrer na medida 
que estejam disponíveis recursos financeiros, o que está sendo conseguido através de dois 
fundos: Fundo de Desenvolvimento Rural (FDR) e do Fundo Rotativo de Estímulo à 
Pesquisa Agropecuária (FEPA). Isto vem contribuir para a continuidade da atuação da 
EPAGRI na área de agroecologia. 
 O estímulo à agricultura orgânica no estado é clara, pois vai investir em 2001 e 
2002, R$ 4 milhões em projetos de pesquisa e novos empreendimentos na área de 
 
7 O curso pode ser encontrado na seguinte página: http://www.cca.ufsc.br; 
 9
http://www.cca.ufsc.br
agricultura orgânica, principalmente para a montagem de agroindústrias de produtos 
orgânicos para a qual serão destinados R$ 2,25 milhões, procurando atender 1,5 mil 
famílias segundo o Secretário Estadual da Agricultura Odacir Zonta (Kiefer, 2001). 
 A EPAGRI8 – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Difusão de Tecnologia de 
Santa Catarina S.A. É uma empresa mista que tem desenvolvido atividades de pesquisa e 
difusão em cultivos alternativos como é o caso da cebola agroecológica (produto lançado 
pioneiramente pela empresa há quatro anos pela estação experimental de Ituporanga), o 
arroz agroecológico e a rizipscicultura (criação de peixes em consórcio com arroz irrigado). 
 A EPAGRI há três anos capacita técnicos e agricultores em cursos 
profissionalizantes da agroecologia, tendo treinado 600 agricultores e 150 técnicos até o 
final de 2000 e, com previsão de atingir somente neste ano 400 agricultores e 200 técnicos ( 
Tagliari, 2001 - entrevista). 
 Além do treinamento a empresa também desenvolve ações de pesquisa com projeto 
específico de pesquisa em Agroecologia, no qual constam 10 sub projetos com 33 
experimentos nos seguintes produtos: fruticultura temperada, cereais, pastagem, hortaliças e 
cebola ( Tagliari, 2001 - entrevista). 
 Em data recente, 3 de setembro a EPAGRI assinou convênio com a Fundação 
Lyndolpho Silva para fomentar a exportação de produtos ecológicos em Santa Catarina. A 
citada fundação foi criada pela Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) 
e a (EMBRAPA) para estimular a agricultura familiar. Uma de suas cinco agências está 
localizada em Mafra SC. A primeira ação de um programa que terá duração de quatro anos, 
foi a participação de empresas que comercializam produtos orgânicos no 13º Salão 
Internacional de Alimentação Natural e Ambiente Sana 2001, em Bolonha, na Itália em 
setembro. Participarão a Nardelli Produtos Alimentícios, com arroz orgânico; a Prodapys, 
com produtos apícolas para a beleza e saúde; O Armazém Vieira com sua aguardente; a Via 
Pax Ltda., com soja orgânica entre outros e a Daterra, com banana passa. A lista de 
produtos que poderão interessar ao consumidor europeu é grande bastando torna-los 
conhecidos e organizar a sua disponibilização, pois segundo Murilo Flores (coordenador 
 
 
8 Acesse através do seguinte encerço: http// www.epagri.rct-sc.br. 
 
 10
http://www.epagri.rct-sc.br
técnico da fundação) a demanda européia por produtos ecológicos supera a oferta( Wilke, 
2001). 
FUNDAGRO9 – Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Rural Sustentável do 
Estado de Santa Catarina –- é uma organização não governamental, sem fins lucrativos e 
de caráter técnico-científico. A finalidade básica da Fundagro é promover e apoiar as ações 
e serviços que busquem o desenvolvimento rural sustentável do Estado de Santa Catarina, 
em especial a pesquisa agropecuária, a assistência técnica e a extensão rural, que visem a 
recuperação e a preservação dos recursos naturais e do meio ambiente(Fundagro, s.d.). 
É também uma certificadorade produtos agroecológicos, atualmente assistindo a 89 
produtores, cuja maioria já estão produzindo organicamente e os demais em fase de 
conversão para a agricultura agroecológica. Tabela 2 evolução de certificações da 
Fundagro. 
Tabela 2 - Unidades Produtoras Certificadas Pela FUNDAGRO 
Ano Número produtores 
1999 54 
2000 72 
2001 89 
Fonte: Elaborada pelo autor com dados fornecidos pela Fundagro. 
A lista de produtos certificados é bastante abrangente englobando principalmente 
hortaliças, mas também grãos, frutas e temperos, além de tubérculos e raízes10. No selo 
fornecido pela FUNDAGRO salienta-se que é produto orgânico. 
A Fundagro não faz restrição à forma de comercialização escolhida pelo produtor, 
porém, sugere a comercialização direta ao consumidor e, estimula a participação dele em 
feiras, como a que ocorre em Florianópolis aos sábados na praça São Sebastião, junto ao 
Colégio Menino Jesus, situada na rua Bocaiúva. 
 Rede Ecovida de Agroecologia – é o conjunto de instituições (organizações não 
governamentais e empresas consumidoras), produtores agrícolas (famílias rurais), técnicos 
 
9 Entre em contato através do seguinte endereço: fundagro@epagri.rct-sc.br. 
 
10 Entre as hortaliças citam-se: cenoura, alface, repolho couve etc, em relação a grãos citam-se a soja, milho, 
arroz, feijão etc, tubérculos: batata inglesa, batata salsa, batata doce, etc, raízes: mandioca (aipim), frutas: 
goiaba, figo, pêssego, maça, uva etc. 
 11
mailto:fundagro@epagri.rct-sc.br
(pessoas físicas), consumidores, e outros interessados na produção agroecológica nos três 
estados do sul do Brasil (Rede Ecovida, s.d.). 
A exemplo da Fundagro, a Rede é uma certificadora, que trabalha com o conceito de 
Certificação Participativa e com selo específico e que estimula seus participantes a 
criarem mecanismos paralelos de comercialização de seus produtos agroecológicos, 
objetivando ligar ou criar canais entre produtores e consumidores. O selo que atesta a 
produção destaca que é produto ecológico. 
A Rede Ecovida de Agroecologia também é denominada de Rede de Tecnologias 
Alternativas Sul (Rede T.A. Sul) é composta de uma gama de atores ou membros 
envolvidos, desde grupos de produtores a Organizações Não Governamentais até 
consumidores e processadores de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Fazem parte 
da Rede pelo menos 20 instituições, entre elas citam-se: Associação de Pequenos 
Agricultores do Oeste Catarinense (APACO) apaco@unoesc.rct-sc.br, Associação de 
Preservação do Meio Ambiente do Alto do Itajaí (APREMAVI), Centro de Apoio ao 
Pequeno Agricultor (CAPA SANTA CRUZ) capa@unisc.com.br, Centro Ecológico Ipê 
Serra (CE) centro.ecologico@uol.com.br, Centro de Tecnologia Alternativas Populares 
(CETAP) cetap@pro.via-rs.com.br, Centro Vianei de Educação Popular (VIANEI) 
vianei@cav.udesc.br, Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo 
(CEPAGRO) guarapuvu@ig.com.br. A coordenação geral da rede este ano de 2001 está 
localizada no CEPAGRO, na pessoa do Sr. Luiz Carlos Rebelatto dos Santos. 
A Rede Ecovida é composta por uma Coordenação Geral e em cada estado por uma 
coordenação estadual. Nos estados existem ainda 15 núcleos regionais, sendo que em 
Santa Catarina são os seguintes: Planalto Serrano, Planalto Norte, Vale do Itajaí, Meio 
Oeste, Oeste, Extremo Norte e Florianópolis. Atuam na Rede 20 ONGs com vários projetos 
e mais ou menos 120 associações ou organizações de agricultores, sendo que ocorre um 
encontro anual ampliado em um dos Estados para discussões gerais e decisões diversas 
(Rebelatto dos Santos, 2001 - entrevista). 
 A oficialização da Rede Ocorreu em abril de 1999, na Assembléia Legislativa de 
Santa Catarina por ocasião da audiência pública sobre a Rede. Naquela ocasião já existiam 
25 grupos de produção agroecológica ou em transição, envolvendo entre 200 a 250 
famílias. Atualmente, agosto de 2001 já são 60 grupos abrangendo 500 famílias e mais 
 12
mailto:apaco@unoesc.rct-sc.br
mailto:capa@unisc.com.br
mailto:centro.ecologico@uol.com.br
mailto:cetap@pro.via-rs.com.br
mailto:vianei@cav.udesc.br
mailto:guarapuvu@ig.com.br
outras 1000 famílias que estão em diversos níveis de transição para a agricultura 
agroecológica (Rebelatto dos Santos, 2001 – entrevista). 
Apesar das palavras agroecológico, orgânico e ecológico parecerem estar atreladas à 
atuação da EPAGRI, FUNDAGRO (consta do selo) e REDE ECOVIDA (consta do selo), 
não significa que o trabalho destas instituições se prendam àquelas concepções filosóficas, 
pois, na produção a ênfase é dada ao respeito à natureza e ao homem evitando-se o uso de 
agroquímicos, quer sejam defensivos agrícolas ou fertilizantes solúveis e, não se prendendo 
a esta ou aquela concepção filosófica. 
As organizações citadas anteriormente são alguns agentes fomentadores da 
agricultura alternativa em Santa Catarina. A seguir são listadas algumas organizações de 
produtores em Santa Catarina: 
- BIORGA – Associação dos Produtores Bio-Orgânicos de Mondai; 
- Associação Ecológica Recanto da Natureza – Produtores de Santo Amaro da 
Imperatriz, Águas Mornas e Alfredo Wagner; 
- Cooperalho – Produtores de Alho de Curitibanos – produção de alho ecológico 
destinado ao Carrefour, segundo as normas fornecidas pelo comprador; 
- Coapel – Cooperativa Agropecuária Lealdade Ltda – município de Leoberto 
Leal; 
- Acevam – Associação de Colonos Ecologistas do Vale do Mampituba – Praia 
Grande; 
- Agrupar – Grupos de Pequenos Agricultores de Canoinhas; 
- Associação dos Produtores de Frutas de Porto União; 
- Apaco – Associação dos Pequenos Agricultores do Oeste Catarinense; 
- Agreco – Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral, 
com sede em Santa Rosa de Lima; 
- Associação de Produtores Ecológicos de Florianópolis. 
 
 Graças ao trabalho da EPAGRI e também das instituições não governamentais é 
que cerca de 2 mil famílias cultivam organicamente em Santa Catarina. 
Entre as diversas associações de produtores a Agreco pode ser considerada entre 
uma das pioneiras e a maior em termos de atuação com produtos agroecológicos. Foi 
 13
fundada em 1996 inicialmente com 12 famílias e atualmente conta com mais de 200 
famílias, espalhadas em 11 minicípios. Graças às parcerias com prefeituras da região e 
UFSC/EPAGRI/BB/BESC/Ministério de Desenvolvimento Agrário a associação caminha a 
passos largos. Graças ao Desenvolver (Programa de Desenvolvimento da Agricultura 
Familiar Catarinense pela Verticalização da Produção) e projeto do CEPAGRO –Centro de 
Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo a Agreco está implementando 53 projetos de 
agroindústria, divididos em 14 tipos de unidade, o que vai garantir ampliação de renda e 
trabalho para cerca de 211 famílias e gerando 707 empregos diretos. Além da produção e 
industrialização o projeto é amplo tendo alcance social e cultural através da criação de 
Associação de Agroturismo com a denominação de Acolhida na Colônia, que envolve 
cerca de 20 famílias em 5 municípios da região. “Os trabalhos da Agreco11 hoje são um 
exemplo para muitos grupos de agricultores que estão se organizando, não só em Santa 
Catarina, mas também em outros Estados do país” (Tagliari, p.31, 2000). 
Outro elo importante neste ramo do agronegócio são os Comercializadores-
industrializadores, destacando-se: Verde Fácil, Quintal da Ilha, Da Terra, Nardelli 
Produtos alimentícios, Prodapys, Via Pax, Armazém Vieira, Agreco, Supermercados12, 
Feiras,Lojas de produtos naturais, Gama Comercial Importação e Exportação Ltda, Terra 
Preservada. 
 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
 Observando-se as concepções filosóficas a Agricultura Ecológica seria a menos 
restritiva com relação ao uso de insumos do que a Agricultura Biológica e a Agricultura 
Orgânica e, por outro lado a Agricultura Natural seria a concepção mais radicalmente 
diferentedo padrão considerado moderno ou convencional da agricultura. 
 Através das leituras e entrevistas percebe-se que o termo orgânico estaria mais 
associado a esquemas de produção e comercialização de maiores volumes de produtos, 
estando portando a idéia associada à busca do lucro, de mesma forma que a utilização do 
 
11 Agreco – veja mais sobre isto em Tagliari, P.S. Associação de agricultores é exemplo de desenvolvimento 
rural sustentável. Revista Agropecuária Catarinense. V.13, n.2, jul.2000. Agreco – fone 48 654 00 38 , 
www.agreco.com.br e-mail: agreco@bom.matrix.com.br
12 A desvantagem em adquirir o produto agroecológico em supermercados é que muitas vezes o preço do 
produto é muito maior do que diretamente dos produtores ou em feiras. 
 14
http://www.agreco.com.br
mailto:agreco@bom.matrix.com.br
sistema de produção integrada seria um esquema mercadológico, o que ao nosso entender 
não tiraria o mérito de tal programa, já que esta estaria sendo uma exigência do mercado 
consumidor. 
 De qualquer forma é impossível negar a tendência mundial que está ocorrendo em 
busca de maior qualidade dos alimentos e também do ambiente em que se vive. 
 Em Santa Catarina o ambiente propício criado através da atuação das diversas 
organizações aponta no sentido de rápida evolução nos cultivos agroecológicos seguindo ou 
até superando a tendência mundial. 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
ARIMURA, F. Agricultura Orgânica cresce. Gazeta Mercantil. Curitiba. 29 mar. 2002. 
Caderno B, p. 14. 
AUBERT, C. L’Agriculture Biologique: porquoi et comment la pratiquer. 3a. ed. Paris, Lê 
Courrier du Livre, 1977, 367p. 
A AGROECOLOGIA no Mundo, Brasil e Santa Catarina. Disponível na Internet. 
http:/www.epagri.rct-sc.Br/agroecologia.html. 27 Jun.2001. 
DEBARBA, J.F. A Agricultura Alternativa –Histórico e Filosofias. In Curso 
Profissionalizante de Agroecologia (apostila). Florianópolis: EPAGRI, [2000?]. 
EHLERS, E.M. Agricultura Sustentável: origens e perspectivas de um novo paradigma. 
Livros da Terra, São Paulo, 1996. 
FRANCO, H. M. e TAGLIARI, P.S. A agricultura que não envenena. Agropecuária 
Catarinense. Florianópolis. V. 7, n. 3, set 1994. p. 6 a 13. 
JESUS, Eli Lino de. Da agricultura alternativa à agroecologia: para além das disputas 
conceituais. Agricultura Sustentável, v.3, n.1/2, Jan./dez. 1996, EMBRAPA – Brasília. 
KIEFER, R. Governo investe em agricultura orgânica. Gazeta Mercantil. Curitiba, 3 abr. 
2001. Caderno Santa Catarina, p. 4. 
MERCADO Internacional quer produção integrada. Gazeta Mercantil. Curitiba, 27 jun. a 3 
jul. 2001. Caderno Por Conta Própria, p. 6. 
MOLLISON B. e HOLGREN, D. Permacultura Um –uma agricultura permanente nas 
comunidades em geral. São Paulo: Ground, 1983. 
NORGAARD, R.B. A Base Epistemológica da Agroecologia. ALTIERI, M. (org.) 
Agroecologia – as bases científicas da agricultura alternativa. P. 42 –63. 1989. 
PAULUS, Gervásio, Do Padrão Moderno à Agricultura Alternativa: possibilidades de 
transição. Dissertação de mestrado. UFSC/CCA, Florianópolis, 1999. 
PEREIRA FILHO, Jorge. Mercado Internacional quer produção integrada. Gazeta 
Mercantil. Curitiba, 27 de jun. a 3 de jul 2001, caderno por conta própria, p. 6. 
PROTAS, J.F.da S. Integração repensada. Revista Agroanalyses FGV, Rio de Janeiro, 
v.21, n.8, ago.2001. p. 20 a 21. 
 
 
 15
REBELATTO DOS SANTOS, L. C. Rede Ecovida. Ago. 2001, Entrevista concedida a 
Francisco Gelinski Neto no CEPAGRO. 
REDE ECOVIDA. Normas de Organização e Funcionamento. Lages, jul.2000. 
RODRIGUES, F. Cooperdeza pode criar frango colonial. Gazeta Mercantil. Curitiba, 28 
ago. 2001, Caderno Santa Catarina, p. 3. 
TAGLIARI, P.S. Associação de agricultores é exemplo de desenvolvimento rural 
sustentável. Agropecuária Catarinense. Florianópolis. v. 13, n.2, jul. 2000. p.28 a 31. 
TAGLIARI, P.S. Santa Catarina Pretende ser modelo em agroecologia. Agropecuária 
Catarinense. Florianópolis. V. 15, n. 1, mar. 2002. p. 15 – 21. 
TAGLIARI, P.S. EPAGRI. Ago. 2001, entrevista concedida a Francisco Gelinski Neto. 
UFSC. Mestrado em Agroecossistemas. Florianópolis, Centro de Ciências Agrárias, s.d. 
(Folder de divulgação). 
WILKE, J. Estado parte para exportação de produtos ecológicos. Gazeta Mercantil. 
Curitiba, 4 set. 2001, Caderno Santa Catarina, p. 1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16
 
ANEXO 
 
1. ENDEREÇOS DE INSTITUIÇÕES LIGADAS À AGROECOLOGIA – ASSUNTOS 
CORRELACIONADOS 
Quadro – Endereços eletrônicos de Instituições ligadas à Agroecologia 
 
http://www.aao.org.br Associação de Agricultura Orgânica – divulga, fomenta, 
normatiza e certifica a agricultura orgânica no Brasil. 
Promove cursos e fóruns técnicos. 
http://www.agruco.org/ Página Web do Programa de Agroecologia da 
Universidade de Cochabamaa. Disponibiliza 
informações gerais de atividades e projetos 
desenvolvidos nos âmbitos da pesquisa, formação e 
interação social. Informações gerias de temas como 
ecologia, agroecologia, saber local, biodiviersidade, 
economia camponesa, agrofloresta, conservação de solos 
etc. espanhol 
http://www.abd.com.br/ Endereço da Associação Brasileira de Agricultura 
Biodinâmica. Entidade que desenvolve trabalho de 
promoção da agricultura ecológica e certificação de 
produtos orgânicos. Aqui há informações sobre 
publicações, pesquisas e outras atividades da ABD. 
Português 
http://www.ambiental.net/claes/redlaces/index.html Red Latinoamerica Y Caribeña de Ecologia Social. 
Congrega diversas instituições e pessoas interessadas em 
ecologia social e humana. O ingresso na Rede permite 
participar de discussões eletrônicas, receber textos e um 
boletim de informações, sendo esta participação gratuita. 
Espanhol. 
http://girr.npde.ufrpe.br/~agrisust/ Rede de Agricultura Sustentável – Centenas de links, 
notícias, eventos, chats para discussão, banco de 
informações, banco de profissionais, resumo de teses, de 
monografias,de pesquisas científicas, bibliografia sobre 
agricultura sustentável, arquivos para download, etc. 
Português. 
http://nature.berkeley.edu/~agroeco3/ Agroecology in action - diversas informações, links e 
documentos sobre agroecologia e transgênicos. 
Vinculado à Universidade de Berkeley (EUA) e ao 
trabalho de Miguel A Altieri. Inglês 
http://www.agroecology.org/ Agroecology Home – Está vinculada ao trabalho de 
Stephen Gliessmann e o grupo de pesquisadores da 
Universidade da Califórnia Santa Cruz. Fornece diversas 
informações úteis, textos, links, cursos e atividades que 
vêm sendo desenvolvidas. Ingleês/ espanhol 
http://www.elogica.com.br/pj/asptane/asptane2.html AS-PTA – ONG que se notabilizou pelo 
desenvolvimento de trabalhos em agroecologia e 
desenvolvimento sustentável. Textos para download, 
dicas, links, publicações à venda e programas que vem 
sendo desenvolvidos . Português. 
http://www.agirazul.com.br/ Agir Azul – Notícias e informações ambientais, links e 
documentos sobre questões ambientais e transgênicos. É 
possível participar de lista de discussão sobre educação 
ambiental. Português. 
http://www.oneworld.org/ileia/index.htm ILEIA Home Page – Organização da Holanda que 
promove metodologias e técnicas voltadas à promoção 
da agricultura sustentável. Textos, links, informações 
 17
http://www.aao.org.br
http://www.agirazul.com.br/
http://www.oneworld.org/ileia/index.htm
sobre softwares e referências bibliográficas e 
publicações para aquisição. Inglês. 
http://www.planetaorganico.com.br Planeta Orgânico – disponibiliza diversas informações 
ligadas a produção comercialização e consumo de 
produtos orgânicos. A linha editorial tem cunho 
comercial, porém apresenta informações interessantes e 
relevantes.Português 
http://www.members.fortunecity.com/consciencia/
ecolinks.htmlEco-Links – fornece inúmeras referências de linkls sobre 
agricultura ecológica e atividades afins. Fornece acesso 
facilitado a outros sites, através de uma classificação de 
temas ambientais e ecológicos. Português. 
http://www.biodiversidadla.org/ Biodiversidad em América Latina – Local de 
intercâmbio entre organizações latino-americanas que 
trabalham em defesa da biodiversidade. Existem 
diversos documentos e notícias ligadas à questão de 
recursos genéticos (OGMs, Biopirataria, Biodiversidade) 
e desenvolvimento local sustentável. Espanhol 
http://www.worldwatch.og.br/ Worldwatcch Institute – Sediado em Washington, 
trabalha na promoção de uma sociedade sustentável. 
Adquira o livro Estado do Mundo 2000, neste enderço. 
Português. 
http://www.agrorganica.com.Br O portal da Agroecologia Brasileira – agricultura 
orgânica, Agr. Ecológica, Certificação agrícola, 
Adubação Orgânica, Compóstagem, Defensivos 
Alternativos e Naturais, controle. 
Fonte: Elaborado pelo autor com base na Revista Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, 
diversos números e também da internet. 
 
 
2. REVISTAS TÉCNICAS DA ÁREA DE AGRICULTURA ALTERNATIVA 
- Agroecologia e Agricultura Familiar – Centro Vianei de Educação Popular, 
Lages, Sc, fone: 49 222 42 55 , E-mail vianei@cav.udesc.br 
 
- Agricultura Orgânica – Revista Del Grupo de Agricultura Orgânica de la 
Associación Cubana de Técnicas Agrícolas Y Forestares (ACTAF). E-mail 
actaf@minag.gov.cu 
 
- Agricultura Sustentável – EMBRAPA/CNPMA, Jaguariúna, fone 19 – 867 56 33, 
E-mail postmaster@cnpma.embrapa.br 
 
- Agricultura Biodinâmica – Associação Brasileira de Agricultura 
Biodinâmica, E-mail abd@abd.com.br 
 
- Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável – EMATER/RS, fone 51 233 
31 44 , E-mail agroeco@emater.tche.br 
 
- Agroecologia Hoje – E-mail agroecologia@uol.com.br 
Página www.agroecologia.com.br
 
 
 
 
 
 18
http://www.planetaorganico.com.br
http://www.members.fortunecity.com/consciencia/
http://www.agrorganica.com.Br
mailto:vianei@cav.udesc.br
mailto:actaf@minag.gov.cu
mailto:postmaster@cnpma.embrapa.br
mailto:abd@abd.com.br
mailto:agroeco@emater.tche.br
mailto:agroecologia@uol.com.br
http://www.agroecologia.com.br
	 
	 
	UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
	Campus Universitário – Trindade 
	Tel.: (48) 331.9458 – Fax.: (48) 331.9776 
	 
	1. INTRODUÇÃO 
	Tabela 1 - Os Negócios com orgânicos no Brasil 
	SAFRA
	i)Lady Eve Balafour fundou a entidade Soil Association, e publicou o livro The Living Soil and Haughley Experiment, em 1975; ii) J.I Rodale, fundouo fortíssimo movimento pela AO, e que, publica a revista Organic Gardening, com mais de 1 milhão de assinantes no mundo. Além disso, a Rodale Express publica livros e outros materiais, criou-se também o Rodale Institute, em Emmaus, Pensylvania, o qual faz pesquisa e extensão e ensino na área de AO; iii) Professor Nicolas Lampkin, publicou o livro Agricultura Orgânica, em 1990 (Jesus, 1996). 
	Internacionalmente existe a instituição Federação Internacional dos Movimentos de Agricultura Orgância (IFOAM), com sede em Tholley-Thelley, na Alemanha (Jesus, 1996). No Brasil a AAO (Associação de Agricultura Orgânica), fundada em 1989 divulga fomenta, normatiza e certifica a agricultura orgânica. 
	 Professor Hartmut Vogtmann, Alemanha, anos oitenta, na Universidade de Kassel-Witzenhausen, de disciplina, evoluiu para a criação do Departamento de Agricultura Ecológica na Universidade de Wagenigen, onde há um mestrado nessa área . 
	Originada no Japão com dois grupos principais: Mokiti Okada (1935) e Fukuoka. Este escreveu o livro Agricultura Natural (1978). Okada criou uma religião que tinha como uma de suas bases métodos “naturais” de agricultura (Jesus, 1996). 
	 Pprega uma estratégia de intervenção mínima do homem nos processos da natureza, como por exemplo ausência de aração, capinas, uso de fertilizantes e pesticidas. “A base desta proposta fundamenta-se na sucessão natural de espécies (cereais, leguminosas e frutíferas), as quais são produzidas sem o aporte de insumos externos e sem alterar a base dos ecossistemas locais” (Paulus, 1999, p.71). 
	Do Japão o movimento espalhou-se pelo mundo. Em 1982 foi fundado o Centro Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura Natural ainda no Japão. Em seguida, a Mokiti Okada Internacional (MOA Internacional) foi fundada em Washington DC e a World Sustainable Agriculture Association (WSAA), também nos EUA (Jesus, 1996). 
	 “A corrente Okada possui 56 filiais em 36 países incluindo o Brasil, onde existem seguidores e praticantes tanto da religião, quanto de seu sistema agrícola, contando inclusive com estruturas de pesquisa no estado de São Paulo. Shiro Miyasaka, famoso pesquisador brasileiro, assumiu a direção dos trabalhos da MOA no Brasil com pesquisas em AN” (idem, p.20). No Brasil os seus adeptos estão ligados à denominada Igreja Messiânica e se localizam principalmente em São Paulo, organizados na Fundação Mokiti Okada e na Associação Mokiti Okada. 
	Molisson & Holmgren (1983) Livro Permacultura Um – uma agricultura permanente nas comunidades em geral. 
	Sistema evolutivo integrado de espécies vegetais e animais perenes ou auto-perpetuadas úteis ao homem. O cultivo é visto apenas como componente de um sistema total, como parte de um sistema permacultural. Segundo Paulus (1999, p. 74) “a proposta implícita na permacultura é a prática de uma agricultura da mente, no sentido de ser pensada e planejada conscientemente, tanto em termos espaciais quanto de evolução da sucessão ecológica”. 
	“Indicado para regiões de florestas tropicais e subtropicais. Não permite nenhuma intervenção no solo, quer seja aração ou gradeação. Não utiliza adubação mineral e nem composto. Alterna o cultivo de gramíneas com leguminosas, deixando sempre uma palhada sobre o solo , através de roçadas” (Debarba, p.5, 2000). 
	No Brasil, existem algumas iniciativas nesta linha de pensamento, como é o caso do Instituto de Permacultura do Rio Grande do Sul, o qual se propõe a “divulgar os princípios e os métodos que possibilitam a construção de ambientes humanos sustentáveis (empresas éticas, condomínios ecológicos, comunidades auto-sustentáveis)” . Este instituto foi criado em 1992 após um curso realizado em Porto Alegre, com a participação de Bill Mollison, ganhador do Prêmio Nobel Alternativo, por seu trabalho permacultural na Austrália, desde o início dos anos 70 (Paulus, 1999, p.74). Além desta iniciativa,segundo Jesus (1996) formou-se há alguns anos um grupo de estudos de permacultura no estado da Bahia. 
	“A agroecologia é uma ciência, é um conjunto de conceitos, princípios e métodos que permitem estudar, manejar e avaliar um ecossistema agrícola, oferecendo diretrizes para um agricultura mais sustentável, ambientalmente sadia, socialmente justa e economicamente viável” (Altieri, p. 18, 2002).
	Agricultura diversificada, rotação de culturas, pouca ou nenhuma dependência de insumos externos, integração produção animal e vegetal. Controle biológico de pragas e doenças. 
	A principal diferença em relação às demais está em sua origem: é tipicamente americana, e procura resgatar os conhecimentos autoctenes em termos de agricultura familiar. Procura a sustentabilidade dos sistemas no qual insere o homem . 
	A partir da reunião dos 25 decanos das Universidades Latino-Americanas em 1991 promovida pelo Clades, muito se avançou. Os convênios com as Universidades de Andaluzia e de Córdoba (Espanha) permitiram formar pessoal capacitado a ensinar e divulgar agroecologia e o desenvolvimento sustentável. Estão surgem cursos de mestrado como é o caso do Mestrado de Agroecossistemas da UFSC, criando assim massa crítica para implementar uma estratégia agroecológica. 
	Os países com maior atuação na agroecologia são: Cuba, Brasil, Nicarágua e Peru. Os professores pesquisadores Miguel Altieri, Clara Nicholls e Stephen Gliessman da Universidade da Califórni/Berkeley publicaram livros da área. 
	Fonte: Elaborado pelo autor com referênciascitadas no interior do quadro. 
	3. A PRODUÇÃO INTEGRADA 
	BIBLIOGRAFIA 
	DEBARBA, J.F. A Agricultura Alternativa –Histórico e Filosofias. In Curso Profissionalizante de Agroecologia (apostila). Florianópolis: EPAGRI, [2000?]. 
	ANEXO 
	1. ENDEREÇOS DE INSTITUIÇÕES LIGADAS À AGROECOLOGIA – ASSUNTOS CORRELACIONADOS 
	2. REVISTAS TÉCNICAS DA ÁREA DE AGRICULTURA ALTERNATIVA

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