Buscar

Ansiedade e a Importância do Descanso

Prévia do material em texto

Ansiedade
Joana é uma menina muito ávida, apaixonada por conhecimento e ama uma rotina lotada de tarefas. Há muito tempo a moça segue um ritmo frenético, quase não dorme, não come, não sai e se cobra muito o tempo todo. Joana se sente insuficiente, em seus desabafos com as amigas sempre se queixa do seu mau desempenho nas atividades.
 Todos ao seu redor admiram muito a menina pelos seus esforços; sua mãe é a primeira a tecer elogios e mais elogios para todas as pessoas sobre o quanto sua filha é dedicada e não para um só segundo. O que todos não sabem é que essa rotina vinha consumindo todas as forças e saúde da moça.
Ontem enquanto estava sentada na mesa de estudos, perdida em meio as anotações, organizações, reuniões, trabalho, prazos... Joana se viu tomada por uma sensação estranha, a ansiedade tomou conta dela. E a única coisa que conseguia e desejava fazer era parar. Se permitiu naquele momento o descanso. Descanso! Aquela palavra quase desconhecida em seu dicionário, martelava agora em seu cérebro do mesmo modo que sua cabeça lateja de dor intensa. 
Ainda que seu corpo estivesse em repouso, sua mente estava a mil por hora. Se sentia culpada por descansar. Afinal, dizia a moça a ela mesma
– Era muito mais vantajoso eu estar fazendo minhas coisas.
– Aqui eu não estou produzindo nada. Minhas coisas, tenho mil tarefas. 
Tinha medo, se desesperara...
– Vou voltar, tentar, agora!
Nada... olhou ao seu redor, procurou o telefone, ligou imediatamente para sua amiga Maria. Depois de uma longa conversa, Joana se pegou até rindo ao final. 
Aliviada, Joana decidiu deitar-se no sofá e assistir a um filme. Enquanto escolhia, sua campainha tocou. Era sua amiga Cíntia. A menina estava em prantos de choro parada em frente a porta; sem entender Joana abraçou sua amiga e deu um copo d’água a fim de acalmá-la. Perguntou o que houvera? O porquê dela estar assim? Cíntia, entre soluços, respondeu: 
– É mais uma daquelas crises de ansiedade. 
Mais uma vez Joana a abraçou.
Quando Cíntia se acalmou, enfim, Joana passou a dizê-la: 
– Amiga, hoje me permitir descansar para recomeçar, após isso consegui me reorganizar. 
– Sentir necessidade de pôr minha casa interior em ordem, caso contrário nada fluiria. 
– Sabe, me questiono, como, em qual momento injetaram em nós essa ideia de agirmos como máquinas? 
– Desejamos mais de 24h por dia, produtividade por segundo, superação, correria e ao final estamos presos ao quanto devemos fazer e esquecemos o quanto precisamos ser. 
– Cada vez mais distante do outro e proporcionalmente de nós mesmos. Afinal, perdida nas minhas demandas não me sobra um só instante para pensar no outro e nem em mim. 
– Ahh, te digo mais. Cheguei no final do dia sem entender muita coisa ainda. 
– Sei que isso tudo pode voltar a qualquer momento. Mas sei também que vai passar. 
– Agora vem cá, se joga nesse sofá, me ajuda escolher um bom filme. Descansa comigo. 
Cíntia, olhando fraternalmente para amiga, disse com ar descansado:
 – Obrigada!!! 
– Qual é o nome do filme mesmo? 
– Ahh, a pipoca tá queimando... 
A cada dia vale o seu cuidado.

Continue navegando