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João Vitor Silva Gama 2019027709 Para todo sistema elétrico deve ser realizado o planejamento da operação. Para os estruturados sobre usinas hidrelétricas principalmente, pois dependem diretamente do fluxo de água dos rios para gerar eletricidade. Em períodos de seca ou de chuvas intensas, as condições hidrológicas podem mudar rapidamente e afetar significativamente a produção de energia hidrelétrica. Portanto, o planejamento cuidadoso da operação energética de um sistema hidrelétrico é fundamental para garantir que a oferta de energia elétrica atenda à demanda dos consumidores em todos os momentos. Tal planejamento envolve a previsão da disponibilidade de água para geração de energia, o gerenciamento de reservatórios de água, o planejamento de manutenção e reparos de equipamentos e principalmente a coordenação com outros sistemas elétricos interconectados. O planejamento da operação energética pode ser dividido em três horizontes distintos: curto prazo, médio prazo e longo prazo. Cada horizonte tem suas próprias características e requer diferentes modelos e técnicas de planejamento para lidar com os problemas específicos. i) Curto prazo: até 12 meses. Foco: operação do sistema elétrico em tempo real (programação para suprimento da curva de carga). Os principais objetivos deste horizonte são a garantia da segurança e da estabilidade do sistema, a minimização de custos operacionais/maximização da receita das empresas de energia elétrica. Nesse horizonte, é necessário realizar previsões de disponibilidade de geração, e estado das linhas de transmissão. ii) Médio prazo: 1-5 anos. Foco: São levados em consideração para esse planejamento condições plurianuais, como volume de reservatórios, e manutenção de equipamentos/reabastecimento de matéria prima. São utilizadas ferramentas de análise de risco e suprimento de demanda com base em dados probabilísticos. iii) Longo prazo: 10-30 anos. Foco: planejamento da expansão e geração de grandes empreendimentos (linhas de transmissão de extra alta tensão e/ou longas distâncias. Grandes centrais geradoras) Utilizam-se cenários (conservador/moderado/agressivo) para estabelecer previsões e elaborar diretivas para suprimento desses cenários. Tais cenários são baseados em interpolações de dados dos governos atuais recentes (evolução do PIB, acesso à energia elétrica, taxas de natalidade, expectativa de vida, condições climáticas...) Consequências operativas do uso de reservatórios hídricos: - Aumento da segurança e confiabilidade do sistema elétrico, uma vez que a geração hidrelétrica é mais previsível e pode ser ajustada rapidamente de acordo com a demanda. - Flexibilidade operacional maior, já que os reservatórios permitem o armazenamento de água em períodos de alta disponibilidade para serem utilizados em períodos de escassez, permitindo assim uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos. - Possibilidade de se obter receita adicional ao comercializar o excedente de energia gerado a partir do armazenamento em períodos de alta disponibilidade hídrica. Consequências operativas do não uso de reservatórios hídricos: - Maior dependência de fontes não despacháveis ou combustíveis fósseis. - Maior exposição a riscos decorrentes de mudanças climáticas e variações na disponibilidade hídrica. - Menor flexibilidade operacional, uma vez que não há como armazenar energia para utilização em períodos de escassez hídrica. - Maior dificuldade em garantir a estabilidade e a segurança do sistema elétrico. O risco de déficit se refere à probabilidade de ocorrer um déficit de energia em um determinado período, ou seja, a demanda e perdas superior a geração. Esse déficit pode resultar em apagões, racionamento de energia ou aumento dos preços de energia elétrica no mercado. Esse indicativo é influenciado por diversos fatores, como condições climáticas, custo de matéria prima, capacidade de transmissão de energia pelas redes... Para gerenciar o risco de déficit, é necessário realizar um planejamento adequado do sistema elétrico, levando em consideração os fatores que afetam a oferta e a demanda de energia elétrica, bem como implementar medidas de mitigação de risco. Essas medidas podem incluir a construção de novas usinas de geração, o aumento da capacidade de transmissão de energia, a implementação de programas de eficiência energética e o uso de mecanismos de incentivo à geração de energia em momentos de escassez, como as bandeiras tarifárias. A depender do cenário nacional/mundial no período, o uso de fontes renováveis no planejamento da operação pode trazer características positivas ou negativas. Por um lado, a utilização de fontes renováveis de energia, como a energia eólica e solar dificulta o planejamento a curto prazo, uma vez que as condições climáticas podem variar bruscamente em uma região, e para evitar o risco de apagão, o sistema elétrico e suas fontes despacháveis precisam assumir essa carga rapidamente, funcionando como um filtro. Da mesma forma, a energia solar é produzida durante o dia, quando a demanda por energia elétrica é menor, não acompanhando a curva de carga, necessitando inerentemente de outras centrais geradoras com operação em horário complementar. Portanto, a utilização de fontes renováveis pode exigir a adoção de medidas adicionais para garantir a estabilidade do sistema elétrico, como a implementação de sistemas de armazenamento de energia e a construção de novas linhas de transmissão. Por outro lado, não depender do combustível fóssil e seu preço no mercado externo (importação) aumenta a soberania de um país, na medida que sua matriz elétrica não se torna tão exposta economicamente ao lobby internacional dos grandes produtores de petróleo, como os países europeus enfrentaram e vem enfrentando com a questão política na Ucrânia. O racionamento ocorre quando a demanda por energia elétrica excede a oferta disponível e não há capacidade suficiente para atender a todos os consumidores. Nesse caso, é necessário tomar medidas drásticas, como cortes programados no fornecimento de energia elétrica para reduzir o consumo e equilibrar a oferta e demanda. O risco de déficit é a probabilidade de ocorrer um déficit de energia em um determinado período, ou seja, a demanda por energia elétrica não poderá ser atendida pela oferta disponível. Quando o risco de déficit é alto, aumentam as chances de ocorrer um racionamento de energia elétrica. O problema do despacho de potência em sistemas puramente térmicos é um problema de otimização em que se busca determinar a geração de energia elétrica em cada usina termelétrica de um sistema elétrico, de modo a atender a demanda por energia elétrica com o menor custo possível. Nesse tipo de sistema elétrico, a geração de energia elétrica é realizada exclusivamente por usinas termelétricas que queimam combustíveis fósseis, como carvão, gás natural e óleo combustível, para produzir energia elétrica. Essas usinas termelétricas possuem diferentes custos de operação, que variam de acordo com o tipo de combustível utilizado, a tecnologia empregada e a idade da usina. O problema do despacho de potência em sistemas puramente térmicos é caracterizado pela necessidade de atender à demanda por energia elétrica, que pode variar ao longo do dia. A solução desse problema envolve a determinação de quais usinas termelétricas devem ser acionadas e em que quantidade, de modo a atender à demanda com o menor custo possível. Para resolver o problema do despacho nesses sistemas, é necessário levar em consideração diferentes fatores econômicos (visando menor custo global simples, fora transmissão), como os custos de operação e manutenção, as restrições operativas, custo do combustível, logística, e regulação da fonte, ou seja, capacidade de atender as variações na demanda por energia elétrica. Tais dados sãofornecidos a programas de otimização que buscam minimizar os custos. O problema de alocação de unidades geradoras termelétricas é um problema de otimização que consiste em determinar a melhor combinação de usinas termelétricas para atender à demanda de energia elétrica momentânea e suas variações cíclicas (diária, semana e sazonal), considerando as restrições operativas e os custos de operação e manutenção de cada usina. Num sistema diverso em matrizes, as usinas termelétricas são geralmente acionadas para suprir a demanda de energia elétrica quando outras fontes de geração não são suficientes para atender à demanda ou quando há restrições operativas na geração hidrelétrica, por exemplo, devido à falta de água nos reservatórios, ou racionamento para períodos de seca vindouros.
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