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Aula_15_Química_Ambiental

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DISCIPLINA
QUÍMICA AMBIENTAL
AULA 15
POLÍMEROS E O MEIO AMBIENTE
AUTOR
MILTON BEZERRA DO VALE
TECNÓLOGO 
EM GESTÃO 
AMBIENTAL
DISCIPLINA
QUÍMICA AMBIENTAL
AULA 15
POLÍMEROS E O MEIO AMBIENTE
AUTOR
MILTON BEZERRA DO VALE
TECNÓLOGO 
EM GESTÃO 
AMBIENTAL
GOVERNO DO BRASIL
Presidente da República
DILMA VANA ROUSSEFF
Ministro da Educação
ALOIZIO MERCADANTE
Diretor de Ensino a Distância da CAPES
JOÃO CARLOS TEATINI
Reitor do IFRN
BELCHIOR DE OLIVEIRA ROCHA
Diretor do Câmpus EaD/IFRN
ERIVALDO CABRAL
Diretora Acadêmica do Câmpus EaD/IFRN
ANA LÚCIA SARMENTO HENRIQUE
Coordenadora Geral da UAB /IFRN
ILANE FERREIRA CAVALCANTE
Coordenador Adjunto da UAB/IFRN
JÁSSIO PEREIRA 
Coordenadora do Curso 
de Tecnologia em Gestão Ambiental
MARIA DO SOCORRO DIÓGENES PAIVA
TECNÓLOGO EM GESTÃO AMBIENTAL
Química Ambiental
AULA 15 - Polímeros e o meio ambiente
Professor Pesquisador/Conteudista
MILTON BEZERRA DO VALE
Direção da Produção de Material Didático
ROSEMARY PESSOA BORGES
Coordenação de Produção de Mídia Impressa e de 
Design Gráfico 
LEONARDO DOS SANTOS FEITOZA
Projeto Gráfico
BRENO XAVIER
Diagramação
JOACI DE PAULA
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POLÍMEROS E MEIO AMBIENTE
APRESENTANDO A AULA
Nessa aula, o estudo de polímeros será relacionado 
com o meio ambiente, através do estudo da reciclagem de 
resíduos sólidos.
No nosso caso específico, a reciclagem de polímeros 
(pneus, papéis, plástico) implica conhecer as várias técnicas, 
as quais têm a finalidade de aproveitar detritos como matéria-
prima na manufatura de novos produtos ou reuso do próprio 
material. a ideia é reutilizá-los no ciclo de produção, com 
objetivo de diminuir o impacto ambiental gerado pelos 
polímeros.
DEFININDO OBJETIVOS
Após a realização dos estudos correspondentes a esta 
aula, você será capaz de:
• relacionar os materiais poliméricos e o meio 
ambiente;
• conceituar reciclagem de resíduos sólidos e 
poliméricos;
• identificar os tipos de reciclagem dos plásticos;
• conhecer aplicações dos plásticos mais conhecidos 
e os seus códigos de reciclagem.
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QUÍMICA AMBIENTAL
DESENVOLVENDO O CONTEÚDO
1. Introdução
Um dos grandes desafios ambientais atuais é a disposição final do lixo urbano, 
no qual são encontrados diversos materiais poliméricos, sendo os principias os 
papéis, os pneus, as fibras e os plásticos presentes em nosso cotidiano. Além disso, 
a natureza química dos plásticos e dos pneus (borracha) apresenta uma grande 
resistência à biodegradação, necessitando tempo de permanência muito longo. 
Por exemplo, os plásticos sintéticos necessitam de cerca de quatro a cinco séculos 
para se degradarem no meio ambiente. A reciclagem dos polímeros é a solução para 
minimizar este problema.
 
2. O lixo e os polímeros
O lixo doméstico e comercial deve ser armazenado em depósitos adequados 
(aterros sanitários) para diminuir de forma significativa a poluição ambiental, 
tornando-os menos perigosos. A maior fonte desses resíduos sólidos que são 
destinados aos aterros sanitários é residencial e de estabelecimentos comerciais. A 
fração dos polímeros corresponde a cerca de 40%, relacionadas ao composta por 
plásticos, papéis (destacando os jornais e as embalagens), têxtil, borracha e couro. 
Verifica-se a correspondência do aumento da porcentagem do papel com maior 
nível de desenvolvimento.
Nos aterros sanitários, utiliza-se geomembranas de material plástico para 
fornecer uma proteção adicional à permeabilização do solo. 
Outra forma de destino final destes resíduos, além dos aterros, é a incineração, 
que corresponde a um percentual pequeno de aplicação. Ela é pouco utilizada, pois 
seu custo de implantação e operacional é muito elevado e os gases liberados no meio 
ambiente podem apresentar dioxinas e furanos, que são substâncias tóxicas, além de 
contribuir para o aumento do efeito estufa, pela liberação do gás carbônico. Sendo 
assim, a incineração de lixo é utilizada apenas para resíduos perigosos. Por exemplo, 
resíduos da saúde e produtos químicos tóxicos.
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POLÍMEROS E MEIO AMBIENTE
Os resíduos de polímeros no meio ambiente são responsáveis pelos seguintes 
problemas: aumento no tamanho dos lixões e aterros; má compactação dos aterros; 
interferência na degradação da matéria orgânica; formação de substâncias tóxicas; 
proliferação de mosquitos; criadouro e esconderijo de ratos e poluição visual.
A política do gerenciamento de resíduos consta em prevenir, reduzir, reutilizar, 
reciclar, tratar e dispor. Os sistemas de tratamento não são perfeitos, pois apresentam 
algumas desvantagens, dentre elas , alto custo. A melhor situação é a não geração 
de resíduos, mas, como não é possível, é necessária a reutilização ou reciclagem dos 
mesmos, para diminuir a quantidade de resíduos destinados ao tratamento.
Reciclagem de lixo
A reciclagem é o processo de reaproveitamento do material descartado ou 
que irá para o “lixo”, seja recuperando, reprocessando ou reutilizando esse material 
(matéria-prima) para outro uso. Dessa forma, evita-se a sua disposição final em forma 
de resíduo no aterro ou lixão.
A reciclagem pode trazer vários benefícios, tais como: diminuição da quantidade 
de lixo a ser aterrada, aumentado a sua vida útil; preservação de recursos naturais 
(matéria-prima, água); economia de energia; ajuda a proteger o meio ambiente 
através da diminuição dos impactos ambientais e a minimização da poluição; insere 
o lixo na produção e gera de empregos diretos e indiretos.
Todos os polímeros são recicláveis, sejam papéis, papelões, plásticos, borrachas 
ou fibras, desde a reutilização até à geração de energia.
3.1 Reciclagem da borracha
A representação maior das borrachas no lixo são os pneus velhos, que são um 
dos grandes fatores da poluição do meio ambiente e uma preocupação para a saúde 
pública. A carcaça de pneu é uma matéria-prima abundante no Brasil e no mundo. 
Segundo estimativas oficiais, apenas uma pequena parcela dos pneus descartados são 
reciclados. São vários os problemas causados por pneus velhos, como assoreamento 
de rios e lagos, perigo de incêndio e proliferação de insetos. Além de serem de lenta 
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QUÍMICA AMBIENTAL
degradação, a sua queima a céu aberto produz muita fumaça contendo poluentes 
como monóxido de carbono, compostos de enxofre, metais pesados, PAHs e dioxinas.
A borracha é um material considerado de importância estratégica, devido ao 
papel que desempenha principalmente no transporte rodoviário.
A destinação dos pneus usados é a seguinte:
• reforma (recauchutagem): é a adição de nova borracha de piso sobre 
a estrutura do pneu liso (gasto), desde que o pneu velho esteja em boas 
condições de conservação.
• recuperação: trituração dos pneus e moagem dos resíduos, reduzidos a 
pó fino. São usados na mistura com asfalto, nas fábricas de cimento como 
combustível e a fuligem incorporada à massa do cimento.
• regeneração ou desvulcanização: a borracha do pneu triturado é separada 
dos outros componentes mediante a adição de solventes e produtos 
químicos.
Esses materiais são aplicados em tapetes de automóveis, mantas para quadras 
esportivas, pisos industriais e borrachas de vedação, são comuns ainda os 
seguintes usos:
• Pneus inteiros: pistas de corrida, por exemplo, na Fórmula 1; drenagem 
de gases em aterros sanitários; contenção de encostas; no Brasil, os pneus 
reaproveitamento como estrutura de recifes artificiais no mar, visando o 
aumento da produção pesqueira.
• Pirólise: decomposição química por calor. Na ausência de oxigênio, as 
temperaturas variam de 150 ºC a 1600 ºC.
• Reciclagem energética dos pneus: um pneu contém a energia de 9,4 
litros de petróleo e possui poder calorífico superior ao carvão, no Brasil, são 
utilizados nos fornos de indústrias de cimento e na usina da Petrobras em 
São Mateus do Sul, no Paraná, incorporados no processo de extração de 
xisto betuminoso.
 
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POLÍMEROS E MEIO AMBIENTE
Reciclagem dos plásticos
Os plásticos industriais mais importantessão todos de origem sintética. Algumas 
das razões para tanto sucesso do plástico são sua leveza, o fato de ser maleável, não 
se estilhaçar, quando se quebra, ser resistente à corrosão e ter um preço acessível. 
São descartados no lixo urbano do Brasil cerca de 6% em massa de plásticos, numa 
variedade enorme conforme a Figura 1, dificultando a coleta seletiva. Cerca de 16% 
dos plásticos produzidos no Brasil são reciclados. Dessa forma, o país é o 3º maior 
reciclador do mundo.
figura 1
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Os problemas ambientais originados pelos plásticos estão relacionados com os 
seguintes fatores: volume elevado, ocupando de 15% a 20% do volume de lixo sua 
queima gera gases tóxicos; possui tempo de degradação de 100 a 500 anos.
Os plásticos mais utilizados no mundo são o polietileno, PET e PVC. Os plásticos 
virgens mais comumente reciclados recebem um código de reciclagem de numeração 
de 1 a 7, dentro do triângulo que representa a reciclagem, de acordo com a norma NBR 
13230 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), com o objetivo de auxiliar 
separação dos plásticos manualmente. Os plásticos de códigos 1 a 6 representam 
cerca de 90% do lixo plástico, os quais estão representados no Quadro 1, com os seus 
principais usos na forma original e na forma reciclado. Este código de identificação 
dos plásticos é também utilizado em outros países.
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QUÍMICA AMBIENTAL
H2O
Ca, Mg (CO3)2 Ca
2+ + Mg2+ + 2CO3
2-
CO3
2- + H2O HCO3
- + OH-
HCO3
- + H2O H2CO3 + OH
-
3OH- + Al3+ Al(OH)3
Número atribuído 
ao plástico para 
reciclagem
Acrônimo 
e nome do 
polímero
Usos do plástico 
original
Usos do plástico 
reciclado
PET
Poli (etileno 
tereftalato)
Garrafas para 
bebidas, frasco para 
alimentos, produto 
farmacêutico e de 
limpeza.
Fibras de carpete, 
fibras de enchimento 
cerdas para vassouras 
e escovas, para 
isolantes, recipientes 
de uso não- alimentar, 
tecido.
PEAD
Polietileno de 
Alta Densidade
Garrafas para 
leite, suco e água, 
sacolas (flexíveis), 
tubos para gás e 
líquidos (emissário)
Frasco de óleo e 
sabão, canecas, 
sacolas, canos de 
drenagem.
PVC
Policloreto de 
Venila
Frasco para comida, 
água e limpeza, ex 
limpa vidro, filmes 
para envolver 
alimentos, blisters 
para embalagem, 
materiais de 
construção, tubos e 
conexões, calçados
Canos de drenagem, 
telhas, cones de 
trânsito.
PEBD
Polietileno de 
baixa densidade
Sacolas flexíveis 
para lixo, pão, 
leite, cereais, 
filmes flexíveis e 
recipientes
Sacos de lixo, canos 
para irrigação, 
garrafas de óleo.
PP Polipropileno
Alças, tampinhas de 
garrafas, tampas, 
filmes, garrafas, 
embalagem 
de margarina, 
autopeças.
Peças automotivas, 
fibras, baldes, lixeira.
 
PS Poliestireno
copos descartáveis, 
embalagem, 
talheres, móveis, 
utensílios 
domésticos.
Isolantes, brinquedos, 
bandejas, embalagens 
rígidas.
Quadro 1 – Os plásticos comumente reciclados.
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POLÍMEROS E MEIO AMBIENTE
Os tipos de reciclagem dos plásticos mais comuns são: reciclagem mecânica, 
reciclagem química e reciclagem energética.
3.2.1 Reciclagem mecânica
A reciclagem mecânica consiste na conversão dos descartes plásticos em grãos, 
que em seguida, são moldados. Esse processo possui etapas de triagem, lavagem, 
secagem, aglutinação, extrusão (fusão do material), resfriamento e transformação em 
grãos. Pode envolver aditivação do polímero, visando à melhoria de suas propriedades 
finais. É um tipo de recuperação em que, a princípio, o material apenas submete-se a 
processos físicos.
É a técnica mais barata e mantém uma boa qualidade do produto e, praticamente, 
todo o PET reciclado no Brasil passa pelo processo mecânico. 
Não são reciclados mecanicamente os seguintes plásticos: acrílico, espuma, 
cabo de panelas, tomadas, embalagem de biscoito, fraldas descartáveis, canetas e 
plásticos com metais. Os frascos e garrafas plásticas recicladas por esse processo não 
podem ser utilizados para contato direto com alimentos e fármacos. Os plásticos 
reciclados são utilizados como sacos de lixo, solados, pisos, conduítes, mangueiras, 
componentes de automóveis, fibras e muitos outros.
3.2.2 Reciclagem química
O plástico sofre despolimerização (“quebra”) por aquecimento controlado, 
transformando-se em produtos químicos (por exemplo, monômeros, 
hidrocarbonetos) ou combustíveis que servem como matéria-prima em refinarias ou 
centrais petroquímicas. O produto obtido é de elevada qualidade, sendo de iguais 
características de um produto original, entretanto o custo ainda é muito elevado, não 
sendo atrativo para as empresas. A reciclagem química é ideal para tratar misturas 
Outros Vários Madeira, postes, cercas, pastilhas.
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QUÍMICA AMBIENTAL
de plásticos, uma vez que há diminuição de custos, pois o uso deste processo evita a 
seleção do material e o seu pré- tratamento.
Os tipos de reciclagem química ocorrem por vários processos físico-químicos. 
Entre eles, destacamos: pirólise, gaseificação com oxigênio ou ar, hidrogenação a 
quente e quimólise.
A pirólise consiste em quebra das macromoléculas poliméricas, pela ação do 
calor na ausência de oxigênio. Sua reação gera frações de hidrocarbonetos, que serão 
processados em refinarias. Esse processo é o mais utilizado da reciclagem química.
A gaseificação consiste em quebra das macromoléculas poliméricas pela ação 
do calor com ar ou oxigênio, gerando um gás que chamamos de “gás de síntese”, 
contendo hidrogênio e monóxido de carbono.
A hidrogenação consiste na quebra das macromoléculas poliméricas pela ação 
do calor e hidrogênio, gerando compostos que serão processados em refinarias.
A quimólise consiste em quebra das macromoléculas poliméricas, parcial ou 
totalmente, em monômeros na presença de água, glicol e metanol, podendo ser 
gerados compostos tais como eteno e propeno.
3.2.3 Reciclagem energética ou recuperação energética
A reciclagem energética é a queima dos plásticos com intuito de obter energia, 
isto é, considera o plástico como combustível. Os plásticos possuem alta capacidade 
calorífica (Quadro 2). Na sua combustão, liberam grande quantidade de calor 
(superior ao do carvão e próximo ao produzido pelo óleo combustível), que pode ser 
aproveitado na forma de energia elétrica, ou até mesmo, energia térmica, ressaltando 
a necessidade de estrito controle dos gases provenientes da queima. Ocorre uma 
redução de cerca de 70% a 90% da massa do material, restando apenas um resíduo 
inerte esterilizado. Nesse tipo de recuperação, o PVC é excluído, já que sua queima 
pode gerar, além do HCl, dioxinas cancerígenas.
Essa técnica é uma alternativa amplamente utilizada em vários países como 
Japão, Alemanha, Finlândia, Noruega, Estados Unidos, Suécia, entre outros.
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POLÍMEROS E MEIO AMBIENTE
Outro tipo de classificação da reciclagem dos plásticos foi estabelecido no 
início dos anos 90 pela Sociedade Americana de Ensaios de Materiais, por meio da 
norma D5033 (ASTM, 1991). Esta classificacão é formada por quatro categorias, de 
acordo com a procedência da matéria- prima e o processo a que será submetida. 
1) reciclagem primária ou pré-consumo: a matéria-prima é limpa, como 
no caso dos resíduos de indústrias de plásticos. Por exemplo, peças fora de 
especificação, rebarbas das linhas de produção e aparas. O produto obtido tem 
desempenho equivalente ao produto fabricado a partir de resinas virgens. 
2) reciclagem secundária ou como pós- consumo: a matéria-prima é proveniente de 
resíduos sólidos urbanos, ou seja, são os resíduos plásticos pós- consumo descartados. 
O produto final apresenta geralmente propriedades finais inferiores à resina virgem. 
3) reclicagem terciária: a matéria-prima é submetida a processos 
químicos na produção de insumos químicos ou combustíveis orgâncios. 
4) reciclagem quaternária: a matéria-primaé queimada para gerar energia.
Relacionando as duas clissificações, temos que a reciclagem primária e 
secundária equivale a reciclagem mecânica, a reciclagem terciária equivale a 
reciclgaem química e à reciclagem quaternária equivalem a reciclagem energética. 
Quadro 2 - Poder calorífico de alguns produtos.
Combustível Poder calorífico (kJ/Kg)
Plásticos provenientes 
do lixo urbano 9.495
Plásticos separados 
especificamente 44.310
Carvão 25.320
Madeira seca 14.770
PE 46.000
PVC 19.000
Óleo combustível 44.000
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QUÍMICA AMBIENTAL
3.3 Plástico biodegradável
A grande aceitação dos materiais plásticos sintéticos é devida a sua leveza, 
resistência, durabilidade e preço baixo. Porém, a sua durabilidade passa a ser um 
problema ambiental muito grande quando se torna lixo. As pesquisas procuram 
soluções para esse impacto no meio ambiente através de criação de plásticos 
biodegradáveis que possam sofrer biodegradação com relativa facilidade, na qual os 
seus produtos não contaminem o solo ou a água.
A biodegradação é a degradação causada por microorganismos presentes no 
meio ambiente. Para ocorrer a biodegradação, além dos microrganismos é necessário 
a presença de fatores tais como: oxigênio, luz, calor, umidade, manejo contínuo, etc.
O polímero de biodegradáveis (biopolímero) é derivado de fontes renováveis 
provenientes basicamente de produtos agrícolas (celulose, amido,látex). Os 
biopolímeros geralmente são biodegradáveis ou compostáveis.
A degradação dos polímeros são as reações nas quais as cadeias poliméricas são 
quebradas em partes menores. Existem dois tipos básicos de degradação polimérica: 
a oxi-degradação e a biodegradação. Na oxi-degradação, a degradação é resultante 
da oxidação do produto, enquanto na biodegradação, a degradação do produto é 
causada por atividade biológica de ocorrência natural, podendo acontecer de duas 
formas: biodegradação aeróbica e anaeróbica
Os plásticos oxi-degradáveis não desaparecem na natureza. O que realmente 
ocorre é a fragmentação desses produtos, transformando-os em pequenas partículas. 
Geralmente induzido pelo calor, luz ultravioleta (comprimentos de onda entre 290 e 
400 nm) e pela presença de oxigênio. Portanto, se esse processo ocorrer no meio 
ambiente, dificulta a reciclagem e ao mesmo tempo polui.
3.4 Reciclagem de Papéis
O Brasil recicla cerca de 37% de seus papéis e 60% do papelão. Podem ser 
reciclado até 8 vezes, pois são materiais biodegradáveis, além de serem fonte de 
energia, podendo gerar até 7602 kJ/kg. Os jornais levam de 2 a 4 semanas para se 
degradarem naturalmente, as embalagens de 1 a 4 meses.
15
POLÍMEROS E MEIO AMBIENTE
ATIVIDADE 01
1.1. Responda:
a) Quais os polímeros que poluem o meio ambiente da 
sua cidade?
b) Que destino é dado aos polímeros da sua cidade?
c) O seu município conta com coleta seletiva?
1.2. Qual a solução para o problema ambiental do lixo 
proveniente dos polímeros?
1.3. Faça uma pesquisa com as embalagens plásticas 
dos produtos domésticos e responda:
a) qual é o plástico mais empregado nestas embalagens?
b) qual é o plástico menos empregado nestas embalagens?
Verifica-se a correspondência do aumento da porcentagem do papel nos 
resíduos sólidos com um maior nível de desenvolvimento. Na obtenção do papel 
virgem é gasto um quarto de energia a mais em comparação com o papel descartado, 
além de o consumo de água é muita vezes maior. Economiza-se 2,5 barris de petróleo, 
98 mil litros de água ser 2.500 kw/h de energia elétrica com uma tonelada de papel 
reciclado. Não são reciclados os papéis: vegetais, parafinados, higiênicos, toalhas, 
tocos de cigarro, fotografias, fraldas descartáveis, absorventes higiênicos, copos, 
guardanapos, carbonos, plastificados e metalizados.
As embalagens Longa Vida (Tetra Pak) são constituídas por papel duplex (75%), 
polietileno de baixa densidade (20%) e alumínio (5%). Sua função é criar uma barreira 
para os agentes externos, sem a necessidade de conservantes nem de refrigeração.
Ete material possui poder calorífico de 22.155 kJ/kg, isso significa que uma tonelada 
equivale a 500 kg de óleo combustível.
A importância da reciclagem do papel é que uma tonelada de pasta celulósica 
de aparas (rebarba ou reciclado) é igual a uma tonelada de pasta celulósica química 
(usada pela primeira vez). Essa quantidade equivale ao corte de 64 árvores de pinho 
ou 34 de eucaliptos, isso significa que a reciclagem do papel é completa.
16
QUÍMICA AMBIENTAL
1.4. Quais o polímeros podem ser reciclados?
1.5. O que é incineração? Cite três exemplos de polímeros indicados 
para esse processo (não indicados para reciclagem mecânica ou 
química).
1.6. Quais as vantagens da reciclagem mecânica?
1.7. Qual a diferença da reciclagem energética e a incineração de 
polímeros?
RESUMINDO
Nesta aula, aprendemos a importância da reciclagem, 
relacionadondo-a estudo dos polímeros. vimos que um dos 
grandes desafios ambientais atuais é a disposição final do lixo 
urbano, no qual são encontrados diversos polímeros, sendo 
os principias: os papéis, os pneus, as fibras e os plásticos 
presentes em nosso cotidiano, além disso vimos também 
que a natureza química dos plásticos e dos pneus apresenta 
uma grande resistência à biodegradação. A reciclagem dos 
polímeros descartados nos lixões é uma possível solução para 
minimizar este problema. Existem várias formas de se reciclar 
os polímeros, sendo que a escola do processo depende da 
tecnologia disponível.
LEITURA COMPLEMENTAR
FRANCHETTI, Sandra Mara M. e MARCONATO, José Carlos. 
Importância das propriedades físicas dos polímeros na 
reciclagem. Química Nova na Escola, n. 18, 42-45, 2003.
17
POLÍMEROS E MEIO AMBIENTE
AVALIANDO SEUS CONHECIMENTOS
Considerando a leitura desta aula e leituras 
complementares desenvolvidas por você, resolva as 
seguintes questões.
1. O polímero polui? Justifique.
2. Quais as vantagens e desvantagens da reciclagem 
energética?
3. Os plásticos são 100% recicláveis? Justifique.
4. Os plásticos termorrígidos são utilizados em 
qual tipo de reciclagem? Cite três exemplos de 
termorrígidos.
5. Cite quatro vantagens da reciclagem de papéis.
6. Em relação à reciclagem química, responda:
a) quais os tipos de reciclagem química?
b) qual o seu objetivo?
7. Redução produtiva, incineração, degradação, 
reciclagem: qual a solução para o problema ambiental 
acarretado pelos polímeros artificiais? Quias dessas 
medidas estão sendo implementadas no Brasil e em 
sua cidade?
MARIA, Luiz Cláudio de Santa, et ali. Coleta seletiva: 
separação dos plásticos. Química Nova na Escola, n. 
17, 32-35, 2003.
18
QUÍMICA AMBIENTAL
CONHECENDO AS REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13230: simbologia indicativa 
de reciclabilidade e identificação de materiais plásticos. Rio de Janeiro, 1994. BAIRD, 
Colin. Química Ambiental. 2 ed., São Paulo: Bookman, 2002.
CANTO, Eduardo Leite do. Plástico: Bem supérfluo ou mal necessário? 3a ed. São 
Paulo, Moderna, 1995. MANO, E.B. Introdução aos Polímeros. São Paulo, Editora 
Edgard Blücher Ltda., 1985.
MARCONATO, J. C. e FRANCHETTI, S.M.M. Decomposição térmica do PVC e detecção 
do HCl utilizando um indicador ácido-base natural. Química Nova na Escola, n. 14, 
40-42, 2001.

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