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DIREITO PROCESSUAL PENAL
COMPETÊNCIA E JURISDIÇÃO
Livro Eletrônico
2 de 81www.grancursosonline.com.
Carolina Carvalhal Leite Brito
Competência e Jurisdição
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Competência e Jurisdição ..............................................................................................4
1. Competência Criminal .................................................................................................5
1.1. Jurisdição e Competência ..........................................................................................5
2. Espécies de Competência ........................................................................................... 7
3. Fixação da Competência Criminal ...............................................................................8
4. Critério Alternativo ou Facultativo de Estabelecer Competência ................................9
5. Critérios Secundários ............................................................................................... 10
6. Competência Absoluta .............................................................................................. 11
6.1. Competência em Razão da Matéria (Ratione Materiae) ........................................... 12
6.2. Competência por Prerrogativa de Função (Ratione Personae) ................................17
6.3. Competência Funcional..........................................................................................23
7. Competência Relativa ...............................................................................................24
7.1. Competência Territorial ou Competência Ratione Loci (arts. 69, I, e 70 a 71 do 
CPP) .............................................................................................................................25
7.2. Foro no Caso de Crimes Cometidos a Bordo de Embarcações ou de Aeronaves ....26
7.3. Situações Especiais ...............................................................................................27
7.4. Competência Territorial pelo Domicílio do Réu ...................................................... 28
8. Prevenção ............................................................................................................... 28
8.1. Hipóteses Legais ....................................................................................................29
9. Conexão .................................................................................................................. 30
9.1. Conexão Intersubjetiva ........................................................................................... 31
9.2. Conexão Objetiva, Lógica ou Material ou Teleológica ............................................. 31
9.3. Conexão Instrumental, Probatória ou Processual .................................................. 31
10. Continência .............................................................................................................32
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Carolina Carvalhal Leite Brito
Competência e Jurisdição
DIREITO PROCESSUAL PENAL
10.1. Continência por Cumulação Subjetiva ou Continência Subjetiva (Continência 
Concursal) ....................................................................................................................32
10.2. Continência por Cumulação Objetiva ....................................................................33
11. Regras Aplicáveis à Conexão e Continência (Art. 78 do CPP) ....................................33
11.1. Concurso entre a Competência do Júri e a de Outro Órgão da Jurisdição Comum 
(Art. 78, I, do CPP) .......................................................................................................33
11.2. Concurso de Jurisdições Distintas .........................................................................34
11.3. Concurso de Jurisdições da Mesma Categoria .......................................................34
11.4. Separação de Processos .......................................................................................34
12. Perpetuação da Jurisprudência (Perpetuatio Jurisdictionis) .....................................36
12.1. Crimes Dolosos contra a Vida ...............................................................................37
13. Conflito de Competência .........................................................................................37
Questões de Concurso ..................................................................................................39
Gabarito ....................................................................................................................... 51
Gabarito Comentado .....................................................................................................52
Referências ..................................................................................................................78
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Competência e Jurisdição
DIREITO PROCESSUAL PENAL
COMPETÊNCIA E JURISDIÇÃO 
Olá, futuro(a) advogado(a)!
Firme e forte? Bom demais voltar aqui com vocês. Gratidão pelas manifestações de cari-
nho que tenho recebido. Minha maior satisfação vocês já sabem né: todo mundo com a sua 
carteirinha da Ordem.
A proposta dessa aula é sintetizar todo o conhecimento que vocês trazem da graduação, 
revisar e direcionar para o exame da Ordem.
Lindinho(a), nós não vamos perder tempo com o que não é importante para a nossa prova. 
A palavra de ordem é foco e objetividade! Isso é o que buscamos como meta! 
Essa já será nossa quinta aula, vamos discorrer sobre Competência e jurisdição no Pro-
cesso Penal e passear entre os artigos 70 ao 91 do código de Processo Penal. Essa matéria 
não cai, despenca. É muita lei seca e jurisprudência dos Tribunais Superiores também. Vamos 
nos concentrar, estudar a doutrina de forma bem didática, resolver e analisar todas as ques-
tões dos últimos exames da OAB, aplicados pela banca FGV, separadas por assunto e quando 
não houver exercícios suficientes, mostrar como o tema é cobrado por outras bancas.
Muito importante verificar como nossos tribunais superiores tratam com o assunto, colo-
cando aqui suas decisões e interpretações majoritárias para você não perder nenhuma ques-
tão e dentro do possível, vamos transcrever a legislação pertinente, assim você ganha mais 
tempo.
Dentro da necessidade e relevância dos assuntos, colocaremos mapas mentais, tabelas, 
isso com o intuito de chamar sua atenção para aquilo que você não pode deixar de saber.
Ademais, temos nosso fórum de dúvidas e também me coloco a disposição para sanar 
qualquer uma que venham a ter.
E aí, animado(a)? Mãos à obra!
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Competência e Jurisdição
DIREITO PROCESSUAL PENAL
1. CompetênCia Criminal
1.1. Jurisdição e CompetênCia
A vida em sociedade produz inevitáveis conflitos de interesses. Por vezes esses conflitos 
são resolvidos pelaspróprias partes em litígio, seja através de transações, renúncias ou ou-
tros meios de auto composição. Vedada a autotutela, salvo em casos excepcionais, caso haja 
resistência de uma das partes à pretensão da outra, surge a necessidade do Estado, através 
do processo, resolver esse conflito de interesses opostos, dando a cada um o que é seu e rein-
tegrando a ordem e a paz no meio social, substituindo-se à vontade das partes, coativamente 
em prol da segurança jurídica e da ordem social.
Etimologicamente, vem da jurisdictio, que significa a ação de dizer o direito, concentrada, 
em regra, no Poder Judiciário, sem prejuízo da atuação de outros órgãos.
A jurisdição, enquanto exercício de poder, é regida pelos seguintes princípios:
a) Investidura;
b) Indelegabilidade;
c) Juiz natural;
d) Inafastabilidade;
e) Inevitabilidade ou irrecusabilidade;
f) Correlação, reflexão ou relatividade;
g) Emendatio Libelli;
h) Mutatio libelli.
Por sua vez, encontramos as seguintes características inerentes a jurisdição:
a) Inércia;
b) Substitutividade;
c) Lide;
d) Atuação do direito;
e) imutabilidade.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
PRINCÍPIOS DA 
JURISDIÇÃO
INDELEGABILIDADE: a atividade decorrente de imperativo 
legal, não sendo admitido transferir por ato discricionário do 
juiz e/ou tribunal.
INVESTIDURA: é a condição de magistrado, atuando como 
consectário lógico para o exercício da função. Caso contrário, 
o ato é inexistente.
INEVITABILIDADE: a submissão à jurisdição independe da 
vontade das partes, é ato de poder.
CORRELAÇÃO: atividade jurisdicional é delimitada pela 
imputada na inicial acusatória.
MUTATIO LIBELLI: se os fatos narrados na inicial forem 
distintos, deve o MP ter vistas para aditar a inicial acusatória.
INAFASTABILIDADE: toda lesão ou ameaça de lesão deve ser 
apreciada pelo Poder Judiciário.
EMENDATIO LIBELLI: permite que na sentença sejam 
corrigidos eventuais equívocos quanto ao enquadramento 
típico na inicial acusatória.
JUIZ NATURAL: o juiz competente é aquele definido 
legalmente na data em que ocorreu o delito, independente 
do dia em que será deflagrado o processo.
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Competência e Jurisdição
DIREITO PROCESSUAL PENAL
CARACTERÍSTICAS 
INERENTES À 
JURISDIÇÃO
Inércia: atividade jurisdicional precisa de provocação, 
cabendo ao órgão acusador provocar o Judiciário, por meio 
do exercício do direito de ação.
Atuação do Direito: o exercício jurisdicional busca legitimar a 
justa aplicação da lei, impondo-se.
Imutabilidade: com o trânsito em julgado do provimento 
jurisdicional, preclusos os respectivos recursos, a decisão irá 
revestir-se da imutabilidade pela coisa julgada material.
Substitutividade: monopoliza o jus puniendi, o Estado 
substitui as partes para resolver os casos penais.
Lide: é o conflito de interesses qualificado pela pretensão 
resistida. No processo penal, em rigor, não se fala em lide, já 
que defesa e acusação possuem o mesmo objetivo, que é a 
prestação jurisdicional.
Para melhor compreensão da matéria “competência” no processo penal, fundamental é o 
estudo dos princípios do juiz natural e do juiz imparcial, o que já foi feito no capítulo de prin-
cípios do processo penal, para onde deve o nobre estudante, dar uma olhadinha novamente.
2. espéCies de CompetênCia
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: 
I– o lugar da infração; 
II– o domicílio ou residência do réu; 
III– a natureza da infração; 
IV– a distribuição; 
V– a conexão ou continência; 
VI– a prevenção; 
VII– a prerrogativa de função.
A doutrina tradicionalmente distribui a competência considerando quatro aspectos diferen-
tes:
2.1) Ratione materiae: estabelecida em virtude da natureza da infração penal praticada 
(CPP, art. 69, III). Ex.: competência da Justiça Militar para julgar crimes militares.
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2.2) Ratione funcionae (ou prerrogativa de função): em regra, fala-se em ratione personae: 
leva em consideração as funções desempenhadas pelo agente como critério para a fixação 
de competência (CPP, art69, III). Ex.: Senadores e deputados federais são julgados pelo STF 
(CF, 102, I, “b”).
2.3) Ratione loci: delimita a competência da Justiça pela fixação da competência territo-
rial, seja pelo lugar da infração, seja pelo domicílio ou residência do réu (art. 69, I e II).
2.4) Competência funcional: é a distribuição feita pela lei entre diversos juízes da mesma 
instância ou de instâncias diversas, senão, vejamos:
2.4.1) COMPETÊNCIA funcional pelas fases do processo: de acordo com a fase do proces-
so, um órgão jurisdicional diferente exerce a competência. Ex. juiz responsável pela instrução 
e julgamento e o outro competente para a fase da execução.
2.4.2) Competência funcional pelo objeto do juízo: a divisão de tarefas ocorre em face do 
conteúdo do julgamento. Ex. é o que ocorre no júri, já que os jurados têm competência para 
apreciar os quesitos que lhe são formulados.
2.4.3) Competência funcional pelos graus de jurisdição: é a verticalização da competên-
cia, seja em razão da interposição de recursos, ou de ações que podem tramitar originalmente 
nos tribunais, como habeas corpus, mandado de segurança.
3. Fixação da CompetênCia Criminal
É o caminho que se percorre quando da fixação da competência, o qual pode assim ser 
sintetizado, parando-se na fase em que a competência estiver determinada ou prosseguindo-
-se até que seja devidamente fixada:
3.1) Competência de justiça: qual é a justiça competente? A doutrina divide em Justiças 
Comum e Especial. São consideradas Justiça Especial: Justiça militar da União e dos Esta-
dos; Justiça Eleitoral; Justiça do Trabalho; Justiça Política (crime de responsabilidade). Da 
Justiça comum fazem parte a justiça comum Federal (geral, júri e juizados) e a Justiça Esta-
dual (júri, geral e juizados).
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3.2) Competência originária: o acusado é titular de foro por prerrogativa de função? O acu-
sado encontra-se no exercício de cargo ou função que o sujeite diretamente a determinado 
tribunal perante o qual deva ser oferecida a peça acusatória?
3.3) Competência de foro ou territorial: qual o foro competente para processar e julgar a 
ação penal? Qual comarca?
3.4) Competência de juízo: qual o juízo competente para processar e julgar a infração pe-
nal? Há vara especializada para o julgamento?
3.5)Competência interna ou de juiz: qual o juiz ou órgão internamente competente? Em 
regra, havendo juiz titular e substituto em uma mesma vara, a competência é determinada a 
partir da distribuição.
3.6) Competência recursal: a qual órgão jurisdicional compete o julgamento de eventual 
recurso? Em regra, recai sobre órgão jurisdicional superior.
4. Critério alternativo ou FaCultativo de estabeleCer CompetênCia
Trata-se do domicílio ou residência do réu (art. 69, II, CPP). Esse critério é utilizado em 
duas situações:
4.1) Como critério alternativo: quando não for conhecido o local onde foi praticada a in-
fração penal (art. 72 do CPP).
DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou 
residência do réu.
§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção.
§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que 
primeiro tomar conhecimento do fato.
4.2) Como critério facultativo: nas hipóteses de ação penal exclusivamente privada. Aqui, 
o uso do domicílio do réu fica na opção exclusiva do querelante, sendo irrelevante se conhe-
cido ou não o lugar da infração (art. 73 do CPP).
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da 
residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
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5. Critérios seCundários
5.1) Prevenção (art. 69, VI, CPP): haverá a prevenção quando, havendo dois ou mais juízes 
igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles se antecipar ao(s) outro(s) 
na prática de atos de jurisdição (atos com carga decisória).
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: 
I– o lugar da infração; 
II– o domicílio ou residência do réu; 
III– a natureza da infração; 
IV– a distribuição; 
V– a conexão ou continência; 
VI– a prevenção.
5.2) Normas de organização judiciária (art. 74, CPP): busca-se definir o Juiz competente 
dentro da Comarca a que incumbir o processo e julgamento da ação criminal, o que é feito 
depois de firmada a competência ratione materiae (Justiça Federal, Justiça Estadual, Militar 
etc.) e após definido o foro competente para a apuração segundo os critérios lugar do crime, 
domicílio e residência do réu e prevenção.
DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO
Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização judiciária, 
salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.
§ 1º Competirá privativamente ao tribunal do juri o julgamento dos crimes previstos no 
Código Penal, arts. 121, §§ 1º e 2º, 122 e 123, consumados ou tentados.
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 
2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados
§ 2º Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração da 
competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdi-
ção do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência prorrogada.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art122p
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§ 3º Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à competência 
de juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo 
próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir a sentença (art. 492, § 2º).
5.3) Distribuição (art. 69, IV, CPP): quando, no mesmo foro, houver mais de uma vara 
igualmente competente.
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: I– o lugar da infração; II– o domicílio ou residên-
cia do réu; III– a natureza da infração; IV– a distribuição;
5.4) Conexão ou continência (art. 69, V, CPP): são hipóteses de modificação da compe-
tência que apenas ocorrem nas condições expressamente previstas – a primeira, no art. 76 
do CPP, e a segunda, no art. 77 do mesmo diploma legal.
A COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA
Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
I – se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias 
pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por 
várias pessoas, umas contra as outras;
II – se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para 
conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
III – quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na 
prova de outra infração.
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:
I – duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II – no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1º, 53, segunda 
parte, e 54 do Código Penal.
6. CompetênCia absoluta
Em que pese não haver expressa disposição legal acerca do assunto, doutrina e jurispru-
dência são uníssonas em dividir as espécies de competência em absoluta e relativa.
A competência absoluta foi criada com base no critério de interesse público.
Ela não pode ser modificada, ou seja, cuida-se de competência improrrogável ou imodifi-
cável. Nesse sentido art. 62 do CPC.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art410.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art492..
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art51
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art53
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art53
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável 
por convenção das partes.
Ademais, a competência absoluta é causa de nulidade absoluta: pode ser arguida a qual-
quer momento, mesmo após o trânsito em julgado (após a formação da coisa julgada somen-
te pode ser arguida em favor do acusado, por meio da revisão criminal ou habeas corpus) vez 
que o prejuízo é presumido. 
Ela pode ser reconhecida ex offício pelo magistrado enquanto não esgotada sua jurisdi-
ção pela prolação da sentença.
Se a competência absolutanão admite modificações, a conexão e continência, que são 
causas modificativas da competência, não podem alterar uma regra de competência absoluta. 
Exemplos de competência absoluta: em ratione materiae, funcionae e competência funcional.
Vamos as três hipóteses de competência absoluta:
6.1. CompetênCia em razão da matéria (ratione materiae)
É aquela que leva em conta a natureza da infração a ser julgada.
i) Justiça Eleitoral: nos termos do art. 35, II, do Código Eleitoral, compete aos Juízes Elei-
torais processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos. A maior 
parte dos tipos penais eleitorais concentra-se no Código Eleitoral (Lei 4.737/1965). No entan-
to, diversas leis editadas posteriormente introduziram comportamentos típicos, visando com 
isso adaptar a realidade jurídica às necessidades, peculiaridades e tecnologias existentes em 
cada momento histórico. Ex: Lei 6.091, de 15 de agosto de 1974;
ii) Justiça Militar: quanto à caracterização de uma conduta como crime militar, condicio-
na-se à observância dos seguintes requisitos:
(i) Tipificação no Código Penal Militar (crime militar próprio) ou na legislação penal co-
mum (crime militar impróprio).
(ii) Enquadramento da conduta nos art. 9º e 10 do CPM, dispositivos que definem o que se 
consideram crimes militares em tempo de paz e em tempo de guerra.
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Competência e Jurisdição
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Frise-se que havendo conexão ou continência entre crime militar e crime comum, deve ser 
feita a cisão processual, ficando o crime militar a cargo da Justiça Militar e o crime comum 
afeto à Justiça Comum.
iii) Justiça Federal:
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas 
na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de 
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II – as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domici-
liada ou residente no País;
III – as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo 
internacional;
IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou inte-
resse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contraven-
ções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V – os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no 
País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V – A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído 
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra 
o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII – os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constran-
gimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
VIII – os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, ex-
cetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX – os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da 
Justiça Militar;
X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta 
rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas refe-
rentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
XI – a disputa sobre direitos indígenas.
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver 
domicílio a outra parte.
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Carolina Carvalhal Leite Brito
Competência e Jurisdição
DIREITO PROCESSUAL PENAL
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que 
for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda 
ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal em que forem 
parte instituição de previdência social e segurado possam ser processadas e julgadas na 
justiça estadual quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara federal.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Re-
gional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da Repú-
blica, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados 
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o 
Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslo-
camento de competência para a Justiça Federal.
Dizer o direito:
Quem julga, no Brasil, crime cometido por brasileiro no exterior e cuja extradição tenha 
sido negada? – Justiça Estadual, – Justiça Federal
O fato de o delito ter sido cometido por brasileiro no exterior, por si só, não atrai a com-
petência da Justiça Federal.
Assim, em regra, compete à Justiça Estadual julgar o crime praticado por brasileiro no 
exterior e que lá não foi julgado em razão de o agente ter fugido para o Brasil, tendo o 
nosso país negado a extradição para o Estado estrangeiro. Somente será de competên-
cia da Justiça Federal caso se enquadre em alguma das hipóteses do art. 109 da CF/88. 
STF. 1ª Turma. RE 1.175.638 AgR/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/4/2019 (Info 
936).
Vejam quanta jurisprudência:
Compete à Justiça Federal o processamento e o julgamento da ação penal que versa so-
bre crime praticado no exterior que tenha sido transferida para a jurisdição brasileira, por 
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Competência e Jurisdição
DIREITO PROCESSUAL PENAL
negativa de extradição. STJ. 3ª Seção. CC 154.656-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 
25/04/2018 (Info 625).
À luz do preconizado no art. 109, V, da CF, a competência para processamento e julga-
mento de crime será da Justiça Federal quando preenchidos 03 (três) requisitos essenciais e 
cumulativos, quais sejam, que: a) o fato esteja previsto como crime no Brasil e no estrangeiro; 
b) o Brasil seja signatário de convenção ou tratado internacional por meio do qual assume o 
compromisso de reprimir criminalmente aquela espécie delitiva; e c) a conduta tenha ao me-
nos se iniciado no Brasil e o resultado tenha ocorrido,ou devesse ter ocorrido no exterior, ou 
reciprocamente. (STF, RE 628624/MG, DJe 06.04.2016).
Compete à JUSTIÇA ESTADUAL a execução de medida de segurança imposta a militar li-
cenciado. STJ. 3ª Seção. CC 149.442-RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 09/05/2018 
(Info 626).
Compete à Justiça Federal a condução do inquérito que investiga o cometimento do delito 
previsto no art. 334, § 1º, IV, do Código Penal, na hipótese de venda de mercadoria estrangeira, 
permitida pela ANVISA, desacompanhada de nota fiscal e sem comprovação de pagamento 
de imposto de importação. STJ. Plenário. CC 159.680-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fon-
seca, julgado em 08/08/2018 (Info 631).
Compete à Justiça Federal apreciar o pedido de medida protetiva de urgência decorren-
te de crime de ameaça contra a mulher cometido por meio de rede social de grande alcan-
ce, quando iniciado no estrangeiro e o seu resultado ocorrer no Brasil. STJ. 3ª Seção. CC 
150.712-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 10/10/2018.
Em caso de conexão entre crime de competência da Justiça comum (federal ou estadu-
al) e crime eleitoral, os delitos serão julgados conjuntamente pela Justiça Eleitoral Compete 
à Justiça Federal apreciar o pedido de medida protetiva de urgência decorrente de crime de 
ameaça contra a mulher cometido por meio de rede social de grande alcance, quando iniciado 
no estrangeiro e o seu resultado ocorrer no Brasil. STJ. 3ª Seção. CC 150.712-SP, Rel. Min. 
Joel Ilan Paciornik, julgado em 10/10/2018.
DIREITO PROCESSUAL PENAL. DEFINIÇÃO DA COMPETÊNCIA PARA APURAÇÃO DA PRÁ-
TICA DO CRIME PREVISTO NO ART. 241 DO ECA. Não tendo sido identificado o responsá-
vel e o local em que ocorrido o ato de publicação de imagens pedófilo-pornográficas em 
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Competência e Jurisdição
DIREITO PROCESSUAL PENAL
site de relacionamento de abrangência internacional, competirá ao juízo federal que pri-
meiro tomar conhecimento do fato apurar o suposto crime de publicação de pornografia 
envolvendo criança ou adolescente (art. 241 do ECA). Por se tratar de site de relaciona-
mento de abrangência internacional – que possibilita o acesso dos dados constantes de 
suas páginas, em qualquer local do mundo, por qualquer pessoa dele integrante – deve 
ser reconhecida, no que diz respeito ao crime em análise, a transnacionalidade neces-
sária à determinação da competência da Justiça Federal. Compete à Justiça Federal 
processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material porno-
gráfico envolvendo criança ou adolescente (arts. 241, 241-A e 241-B do ECA), quando 
praticados por meio da rede mundial de computadores (internet). STF. Plenário. RE 
628624/MG, Rel. Orig. Min. Marco Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado 
em 28 e 29/10/2015 (repercussão geral) (Info 805). A competência territorial é da Seção 
Judiciária do local onde o réu publicou as fotos, não importando o Estado onde se loca-
lize o servidor do site: STJ. CC 29.886/SP, julgado em 12/12/2007. Informativo 532/STJ
A Seção entendeu que compete à Justiça estadual processar e julgar os crimes de injú-
ria praticados por meio da rede mundial de computadores, ainda que em páginas ele-
trônicas internacionais, tais como as redes sociais Orkut e Twitter. Asseverou-se que 
o simples fato de o suposto delito ter sido cometido pela internet não atrai, por si só, a 
competência da Justiça Federal. (STJ, 3ª Seção, 2012)
A No crime de publicação de pornografia e não tendo sido identificado o responsável e 
o local em que ocorrido o ato de publicação de imagens pedófilo-pornográficas em site 
de relacionamento de abrangência internacional, competirá ao juízo federal que primeiro 
tomar conhecimento do fato apurar o supostvolvendo criança ou adolescente (art. 241 
do ECA). (STJ, 3ª Seção, 2013)
A Não compete à Justiça Federal julgar queixa-crime proposta por particular contra 
outro particular pelo simples fato de as declarações do querelado terem sido prestadas 
na Procuradoria do Trabalho. A competência será da Justiça Estadual. Caso concreto: o 
querelante entendeu que as declarações prestadas pelo querelado no MPT ofenderam a 
sua honra e que o depoente praticou calúnia e difamação. STJ. 3ª Seção. CC 148.350-PI, 
Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 9/11/2016 (Info 593).
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Competência e Jurisdição
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COMPETÊNCIA. CONTRAVENÇÃO PENAL
É da competência da Justiça estadual o julgamento de contravenções penais, mesmo 
que conexas com delitos de competência da Justiça Federal. Informativo 511/STJ
Compete à Justiça Federal o julgamento dos crimes de contrabando e de descaminho, 
ainda que inexistentes indícios de transnacionalidade na conduta. STJ. 3ª Seção. CC 
160.748-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/09/2018 (Info 635).
Olha a importância das súmulas:
SÚMULA N. 235-STJ: A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles 
já foi julgado.
SÚMULA VINCULANTE N. 36-STF: Compete à Justiça Federal comum processar e julgar 
civil denunciado pelos crimes de falsificação e de uso de documento falso quando se 
tratar de falsificação da Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de Habi-
litação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha do Brasil. STF. Plenário. 
Aprovada em 16/10/2014.
SÚMULA N. 48-STJ: Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita proces-
sar e julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação de cheque.
SÚMULA N. 521-STF: O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de 
estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é 
o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado.
SÚMULA N. 244-STJ: Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de 
estelionato mediante cheque sem provisão de fundos.
SÚMULA N. 200-STJ: O Juízo Federal competente para processar e julgar acusado de 
crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.
6.2. CompetênCia por prerrogativa de Função (ratione personae)
É aquela estabelecida em decorrência das funções desempenhadas pelo agente, e não em 
razão da pessoa, predomina na doutrina o entendimento de que não há ofensa ao princípio 
da isonomia.
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Competência e Jurisdição
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Nesse sentido, dispõe o art. 84, caput, do CPP que:
A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de 
Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, 
relativamente às pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabili-
dade.
STF STJ TRFs TJs
Infrações penais comuns:
– Presidente da República
– Vice-Presidente
– membros do Congresso Nacio-
nal
– seus próprios Ministros
– Procurador-Geralda República 
(art. 102, I, b, da CF).
Infrações penais comuns e de 
responsabilidade:
– Ministros de Estado
– Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aero-
náutica, ressalvado o disposto 
no art. 52, I (estabelecendo a 
competência do Senado Federal 
para julgar os comandantes das 
forças armadas em crimes de 
responsabilidade conexos com 
os do Presidente da República e 
Vice)
– membros dos Tribunais Supe-
riores, do Tribunal de Contas da 
União
– chefes de missão diplomática 
em caráter permanente (art. 102, 
I, c, da CF).
Infrações penais comuns: Gover-
nadores dos Estados e do Distrito 
Federal (art. 105, I, a, da CF).
Infrações penais comuns e de res-
ponsabilidade: – Desembargado-
res dos Tribunais de
Justiça dos Estados e do Distrito 
Federal
– membros dos Tribunais de 
Contas dos Estados e do Distrito 
Federal, dos Tribunais Regionais 
Federais, dos Tribunais Regionais 
Eleitorais e do Trabalho
– membros dos Conselhos ou Tri-
bunais de Contas dos Municípios 
e do Ministério Público da União 
que oficiem perante Tribunais.
Infrações penais comuns e de 
responsabilidade:
– Juízes Federais da área de sua 
jurisdição, incluídos os da Jus-
tiça Militar e da Justiça do Tra-
balho
– membros do Ministério
Público da União, ressalvada a 
competência da Justiça Eleito-
ral (art. 108, I, a, da CF).
– Prefeitos Municipais que pra-
ticarem crimes submetidos à 
Justiça Federal (Súmula 702 do 
STF).
Infrações penais comuns e de 
responsabilidade:
– Juízes Estaduais e do Distrito 
Federal
– membros do Ministério 
Público, ressalvada a compe-
tência da Justiça
Eleitoral (art. 96, III, da CF)
– Prefeitos Municipais que pra-
ticarem crimes submetidos à 
Justiça Estadual (art. 29, X, da 
CF).
A prerrogativa de foro subsiste apenas em relação aos crimes que tenham relação com o 
cargo ou mandato eletivo exercida e alcança, tão somente, os crimes praticados no exercício 
do cargo ou mandato que a confere.
Uma vez finalizada a instrução processual e publicado o despacho de intimação das partes 
para apresentação de alegações ou memoriais, encerra-se a possibilidade de deslocamento 
da competência para o julgamento, sendo irrelevante se o agente, depois desse momento, 
passou a ocupar cargo ou a exercer mandato a que lhe confere prerrogativa de função ou se 
já cessou a ocupação do cargo ou o exercício do mandato que justificava essa prerrogativa.
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Competência e Jurisdição
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Acusados com foro por prerrogativa de função não têm direito ao duplo grau de jurisdição, 
aí entendido como a possibilidade de reexame integral da sentença de primeiro grau a ser 
confiado a órgão diverso do que a proferiu e de hierarquia superior na ordem judiciária.
6.2.1. Exceção da Verdade
De acordo com o art. 85:
Nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as pessoas que a Constituição 
sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes 
caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da verdade.
A justificativa para a regra em questão é clara: movida ação penal privada por crime de 
calúnia por querelante dotado de foro por prerrogativa de função, o processo deverá correr 
perante juiz de 1ª instância. Ocorre que, oposta exceção da verdade pelo querelado (CP, art 
138, § 3º), ou seja, propondo-se o acusado a demonstrar verdade do fato que imputou ao que-
relante, tem-se que, do julgamento da exceção da verdade, poderá resultar o reconhecimento 
de crime, razão pelo qual seu julgamento deve ficar a cargo do tribunal competente, de acordo 
com o foro por prerrogativa de função.
Vale lembrar que, caso um indivíduo desprovido de foro por prerrogativa de função seja 
condenado em 1ª instância, condenação da qual haja apelado, não caberá ao STF o jul-
gamento da respectiva apelação, tendo em vista o novo entendimento daquela Corte, 
nos seguintes termos: “o foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes 
cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas”. 
STF. 1ª Turma AP 962/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, 
julgado em 16/10/2018 (Info 920).
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Competência e Jurisdição
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*Quadro retirado do livro Manual de Processo Penal-Renato Brasileiro.
Muita atenção às Súmulas:
Súmula n. 704, STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido 
processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por 
prerrogativa de função de um dos denunciados.
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Competência e Jurisdição
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STJ: As hipóteses de foro por prerrogativa de função perante o STJ restringem-se àque-
las em que o crime for praticado em razão e durante o exercício do cargo ou função. 
STJ. Corte Especial. AgRg na APn 866-DF, Rel. Min. Luís Felipe Salomão, julgado em 
20/06/2018 (Info 630)
DD– STJ: A iminente prescrição do crime praticado por Desembargador excepciona o 
entendimento consolidado na APn 937 – o foro por prerrogativa de função é restrito a 
crimes cometidos ao tempo do exercício do cargo e que tenham relação com o cargo – e 
prorroga a competência do Superior Tribunal de Justiça. STJ. Corte Especial. QO na APn 
703-GO, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 01/08/2018 (Info 630)
Arquivamento da investigação com relação à autoridade com foro privativo e remessa 
dos autos para a 1ª instância para continuidade quanto aos demais. Se o STF entende 
que não há indícios contra a autoridade com foro privativo e se ainda existem outros 
investigados, a Corte deverá remeter os autos ao juízo de 1ª instância para que continue 
a apuração da eventual responsabilidade penal dos terceiros no suposto fato criminoso. 
STF. 1ª Turma. Inq 3158 AgR/RO, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Rosa 
Weber, julgado em 7/2/2017 (Info 853).
A simples menção ao nome de autoridades detentoras de prerrogativa de foro, seja em 
depoimentos prestados por testemunhas ou investigados, seja em diálogos telefônicos 
interceptados, assim como a existência de informações, até então, fluidas e dispersas a 
seu respeito, são insuficientes para o deslocamento da competência para o Tribunal hie-
rarquicamente superior. STF. 2ª Turma. Rcl 25497 AgR/RN, rel. Min. Dias Toffoli, julgado 
em 14/2/2017(Info 854).
DIZER O DIREITO -STF O crime de corrupção passiva praticadopor Senador da Repú-
blica, se não estiver relacionado com as suas funções, deve ser julgado em 1ª instância 
(e não pelo STF). Não há foro por prerrogativa de função neste caso. O fato de o agente 
ocupar cargo público não gera, por si só, a competência da Justiça Federal de 1ª ins-
tância. Esta é definida pela prática delitiva. Assim, se o crime não foi praticado em detri-
mento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou 
empresas públicas (inciso IV do art. 109 da CF/88) e não estava presente nenhuma outra 
hipótese do art. 109, a competência para julgar o delito será da Justiça comum estadual. 
STF. 1ª Turma. Inq 4624 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/10/2019 (Info 955).
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Competência e Jurisdição
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DD– STF: Se os fatos criminosos que teriam sido supostamente cometidos pelo Depu-
tado Federal não se relacionam ao exercício do mandato, a competência para julgá-los 
não é do STF, mas sim do juízo de 1ª instância. Isso porque o foro por prerrogativa de 
função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacio-
nados às funções desempenhadas (STF AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, jul-
gado em 03/05/2018).
6.3. CompetênCia FunCional
Ela se estabelece tendo por parâmetro a distribuição de tarefas entre órgãos dentro da 
mesma persecução penal. Não se confunde a competência funcional com a prerrogativa por 
foro de função. Quais são os três subitens da competência funcional?
i) Fase do processo: O legislador pode preestabelecer órgãos distintos para fases espe-
cíficas do processo. É o que ocorre com a determinação de um juiz do conhecimento e outro 
para execução penal (organizar o desempenho funcional dos juízes). É um vetor de eficiência 
da Administração Pública.
ii) Objeto do juízo: O legislador pode estabelecer que o que foi trazido pela demanda seja 
parcelado em juízes distintos. Do objeto levado a juízo temos uma repartição de tarefas. Da 
demanda apreciada no processo, poderemos conferir parcelas a figuras distintas, é o que 
ocorre no Júri, em que os jurados possuem competência funcional para analisar a imputação 
fática, votando os quesitos, ao passo que ao juiz presidente compete aplicar a lei, confeccio-
nando a sentença de forma vinculada aos quesitos;
iii) Grau de jurisdição: também conhecido como competência funcional vertical, resulta no 
duplo grau de jurisdição e nos permite escalonar a estrutura do Judiciário na organização do 
sistema recursal e, eventualmente, das ações originárias perante Tribunais, como ocorre com 
o habeas corpus, mandado de segurança e revisão criminal.
É possível que a interceptação telefônica seja decretada por um juiz que atue em Vara de 
Central de Inquéritos Criminais mesmo que ele não seja o competente para conhecer da 
futura ação penal que será proposta. Não há, neste caso, nulidade na prova colhida, nem 
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Competência e Jurisdição
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violação ao art. 1º da Lei n. 9.296/1996, considerando que este dispositivo não fixa regra 
de competência, mas sim reserva de jurisdição para quebra do sigilo das comunicações. 
Em outras palavras, ele não trata sobre qual juízo é competente, mas apenas quer dizer 
que a interceptação deve ser decretada pelo magistrado (Poder Judiciário). Admite-se a 
divisão de tarefas entre juízes que atuam na fase de inquérito e na fase da ação penal. 
Assim, um juiz pode atuar na fase pré-processual decretando medidas que dependam 
da intervenção do Poder Judiciário, como a interceptação telefônica, mesmo que ele não 
seja o competente para julgar a ação penal que será proposta posteriormente. STF. 2ª 
Turma. HC 126536/ES, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 1º/3/2016 (Info 816).
7. CompetênCia relativa
A competência relativa foi criada com base no interesse preponderante das partes. A re-
gra da competência relativa pode ser modificada.
A incompetência relativa é causa de no máximo, nulidade relativa, a qual deve ser arguida 
no momento oportuno (resposta à acusação– CP, art 396-A), sob pena de preclusão. Frise-se 
que o prejuízo deve ser comprovado.
Pode ser reconhecida ex officio pelo magistrado, porém somente até o início da instrução 
processual, em virtude da adoção do princípio da identidade física do juiz (CPP-art 399, § 2º). 
Não se aplica ao processo penal a súmula n. 33 do STJ– “A incompetência relativa não pode 
ser declarada de ofício”, só tem aplicabilidade no Processo Civil.
Ademais, pode ser arguida por meio de exceção de incompetência, porém, como o magis-
trado pode conhecê-la de ofício, nada impede que a parte aborde a incompetência relativa de 
outra forma.
Como a incompetência relativa admite a modificação de competência, a conexão e a con-
tinência podem funcionar como critérios modificativos da competência, tornando competen-
te para o caso concreto juiz que não o seria sem elas. Nesse sentido art. 54 do CPC. Exemplos: 
ratione loci, competência por distribuição, competência por prevenção (súmula 706 do STF), 
conexão, continência.
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Competência e Jurisdição
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7.1. CompetênCia territorial ou CompetênCia ratione loCi (arts. 69, 
i, e 70 a 71 do Cpp)
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:
I – o lugar da infração:
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO
Art. 70.A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, 
no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. § 1º Se, iniciada a 
execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada 
pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução. § 2º Quando o último 
ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o 
crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. § 3º Quando incerto 
o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a in-
fração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á 
pela prevenção.
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou 
mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Trata-se aqui da fixação da competência a partir do lugar do crime. Há três teorias que 
procuram definir o lugar do crime para fins de fixação do foro competente: teoria da atividade, 
teoria do resultado e teoria da ubiquidade.
1) Teoria do resultado: O CPP, no art. 70, adotou a teoria do resultado, considerando com-
petente, em regra, o juízo do lugar onde a infração se consumou, ou, sendo hipótese de tenta-
tiva, o local onde o último ato de execução foi praticado.
DICA
Não confunda o local da consumação como local do exauri-
mento. Consumação define competência, exaurimento, não.
Súmula n. 521, STF: O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de 
estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é 
o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado.
2) Teoria da atividade: por essa teoria, considera-se competente o juízo do local onde fora 
praticada a conduta. Excepcionalmente, adota-se essa teoria nos seguintes casos: Homicí-
dio, quando o resultado morte tenha ocorrido em local diverso daquele onde se deu a conduta; 
– Infrações de menor potencial ofensivo (art. 63, Lei n. 9.099/1995);
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3) Teoria da ubiquidade: considera-se como local do crime tanto o lugar em que se pro-
cessou a ação ou omissão (art. 70, § 1º), como aquele em que ocorreu ou deveria ter ocorrido 
o resultado (art. 70, § 2º).
Excepcionalmente, adota-se essa teoria nos seguintes casos:
• Crimes à distância: aqueles que têm sua execução iniciada em um determinado país, e 
a consumação em outro;
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência 
será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o 
juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resul-
tado.
• Incerteza de limite territorial entre duas ou mais jurisdições ou incerteza de jurisdição;
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a juris-
dição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a 
competência firmar-se-á pela prevenção.
• Crime continuado;
• Crime permanente.
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou 
mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
7.2. Foro no Caso de Crimes Cometidos a bordo de embarCações ou 
de aeronaves
Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da 
Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, 
será competente o juízo da Capital da República.
Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da República, ou nos 
rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais, em alto-mar, serão proces-
sados e julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o crime, 
ou, quando se afastar do País, pela do último em que houver tocado.
Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do espaço aéreo correspon-
dente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço 
aéreo correspondente ao território nacional, serão processados e julgados pela justiça da comarca 
em cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de onde houver partido a 
aeronave.
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Art. 91. Se não se firmar a competência de acordo com as normas estabelecidas nos arts. 89 e 90, 
será competente o juízo da Capital da República.
Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas estabelecidas nos arts. 89 
e 90, a competência se firmará pela prevenção
Tratando-se de crime cometido a bordo de qualquer embarcação ou aeronave, nacional 
ou estrangeira, que se encontra em porto ou aeroporto brasileiro, competente para o processo 
e julgamento é o foro do local em que localizado o porto ou aeroporto, independentemente da 
nacionalidade do autor e vítima.
Tratando-se de navio ou aeronaves brasileiras atracados em porto ou aeroporto estran-
geiro, é competente o foro da Capital do Estado onde por último residiu o acusado ou, se nun-
ca residiu no Brasil, o foro da Capital da República (art. 88, CPP).
Tratando-se de crime cometido a bordo de navio brasileiro ou aeronave brasileira em via-
gem, aproximando-se do Brasil, é competente o foro do primeiro porto ou aeroporto em que 
atracar a embarcação ou a aeronave. Caso, porém, estejam se afastando do País, competente 
é o foro do último porto ou aeroporto brasileiro em que estiveram atracadas antes do crime 
(arts. 89 e 90, CPP).
Se, contudo, a par dessas disciplinas, persistir incerto o foro competente, a competência 
será definida pela prevenção (art. 91, CPP). Ex: Navio brasileiro parte de Buenos Aires em di-
reção ao Estado do Ceará. Durante a viagem, ocorre um determinado crime, vindo a embarca-
ção, depois, a atracar no porto da cidade de Rio Grande (RS). Nesse caso, o foro competente 
para o processo e julgamento do delito será a Justiça Federal de Rio Grande (art. 109, IX, CF 
e art. 89, CPP).
7.3. situações espeCiais
I – Crimes qualificados pelo resultado: ocorre quando o agente atua com dolo na conduta 
e dolo quanto ao resultado qualificador, ou dolo na conduta e culpa no que diz respeito ao 
resultado qualificador (crime preterdoloso), a exemplo do que ocorre com o crime de lesão 
corporal qualificada pelo resultado aborto (CP, art. 129, § 2º, V). Em relação a tais delitos, fir-
ma-se a competência pelo local da produção do resultado qualificador.
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II – Crimes plurilocais: são aqueles em que a ação ou omissão ocorre em um determinado 
lugar e o resultado, em local distinto. Nesse caso, adota-se a teoria do resultado, consideran-
do-se competente o foro do local da consumação do delito.
7.4. CompetênCia territorial pelo domiCílio do réu
a) Incerteza quanto ao lugar da infração: caso não seja possível determinar o lugar da 
infração, a competência será firmada pelo domicílio ou residência do réu (CPP, art. 72, caput) 
 – forum domicilii. Tem-se aí o chamado foro supletivo/subsidiário.
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou 
residência do réu.
§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção.
b) Crimes de ação penal exclusivamente privada: nessa hipótese, mesmo sendo conheci-
do o local da infração, possibilita-se ao querelante optar pelo foro do domicílio do réu.
§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que 
primeiro tomar conhecimento do fato.
8. prevenção
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou 
mais juízes igualmente competentes ou com jurisdiçãocumulativa, um deles tiver antecedido 
aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que ante-
rior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 78, II, c).
Prevenção vem de prevenire, que significa antecipar-se, chegar primeiro. Juiz prevento 
é aquele que primeiro pratica um ato no processo, ou que ainda na fase investigativa adota 
medidas referente ao futuro processo, notadamente cautelares de natureza pessoal ou real, 
com a prisão preventiva, temporária etc.
Nos termos do art. 83 do CPP, ocorrerá a prevenção quando, havendo dois ou mais juízes 
igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles se anteceder ao(s) outro(s) 
na prática de atos de jurisdição (atos decisórios).
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Apenas geram prevenção atos de jurisdição praticados por autoridade judiciária compe-
tente.
8.1. Hipóteses legais
a) Hipótese de ter ocorrido o crime na divisa entre duas ou mais jurisdições, quando con-
correrem quaisquer das seguintes situações (art. 70, § 3º, c/c o art. 83, ambos do CPP);
(i) Incerteza quanto à localização exata da divisa entre os territórios pertencentes às ju-
risdições distintas;
(ii) Incerteza quanto ao local exato da prática do delito, apesar de conhecidos os limites 
territoriais atinentes a cada jurisdição;
(iii) Infração cuja prática alcança territórios pertencentes a jurisdições distintas.
b) Hipóteses de crime continuado ou crimes permanentes (art. 71 c/c o art. 83, ambos do 
CPP):
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou 
mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
(i) Crime continuado: existência de várias infrações independentes, todas da mesma es-
pécie, as quais, por terem sido cometidas em condições semelhantes de tempo, lugar e exe-
cução, são reunidas, por ficção jurídica, como se fossem apenas uma, aplicando-se a pena da 
mais grave (se diversas), acrescida de 1/6 até 2/3 (art. 71 do CP).
(ii) Crimes permanentes: são aqueles cuja consumação ocorre com uma única ação, mas 
o resultado se prolonga no tempo. Ex.: cárcere privado, associação criminosa.
c) Hipótese de réu sem residência certa, ou ignorado seu paradeiro; de réu com mais de 
uma residência conhecida, cada qual em âmbitos jurisdicionais diferentes; de corréus com 
residências em Comarcas distintas (art. 72, §§ 1º e 2º, c/c o art. 83, ambos do CPP);
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou 
residência do réu. § 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela pre-
venção. § 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o 
juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
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d) Hipótese de dois ou mais juízes igualmente competentes em razão de conexão ou con-
tinência, sem que haja possibilidade de resolver o impasse pelos critérios definidos no art. 78, 
II, a e b (art. 78, II, c, CPP);
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as se-
guintes regras 
I – no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a 
competência do júri:
II– no concurso de jurisdições da mesma categoria: 
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave: 
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas 
penas forem de igual gravidade: 
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos: 
III – no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação;
IV – no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.
e) Hipótese de crime cometido a bordo de navio ou aeronave, não sendo possível definir o 
último ponto de partida nem o próximo destino depois do crime (art. 91 CPP).
Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas estabelecidas nos arts. 89 
e 90, a competência se firmará pela prevenção
9. Conexão
Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
I – se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias 
pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por 
várias pessoas, umas contra as outras;
II – se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para 
conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
III – quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na 
prova de outra infração.
Conexão é a interligação entre duas ou mais infrações, e por esta razão, devem ser julga-
das em um só processo.
Apresentam-se como:
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9.1. Conexão intersubJetiva
Envolve vários crimes e várias pessoas obrigatoriamente. Comporta as seguintes varia-
ções.
a) Conexão intersubjetiva por simultaneidade: é o vínculo entre as infrações estabelecido 
pela similitude de tempo e espaço. (CPP, art. 76, I, 1ª parte). Ex.: passeata na Explanada e co-
meçam a depredar os ministérios.
b) Conexão intersubjetiva por concurso (ou concursal): ocorre quando duas ou mais in-
frações tiverem sido cometidas por várias pessoas em concurso, ainda que em tempo e local 
diversos (CPP, art. 76, I, 2ª parte). Aqui não importa se as infrações foram praticadas em tem-
pos diferentes.
c) Conexão intersubjetiva por reciprocidade: ocorre quando duas ou mais infrações tive-
rem sido cometidas por diversas pessoas umas contra as outras (CPP, art. 76, I, parte final).
9.2. Conexão obJetiva, lógiCa ou material ou teleológiCa
Ocorre quando um crime é praticado para facilitar a execução do outro.
a) Conexão objetiva teleológica (art. 76, II, 1º verbo, do CPP): ocorre quando o fim visado 
com a prática delituosa é facilitar a prática de outro crime. Ex.: lesões corporais contra a moça 
com o objetivo de evitar sua resistência e assim roubar seu celular.
b) Conexão objetiva consequencial (art. 76, II, verbos remanescentes, do CPP): hipótese 
em que o objetivo do crime é ocultar, conseguir a impunidade ou vantagem do crime já prati-
cado. Ex.: ocultação de cadáver para encobrir crime de homicídio.
9.3. Conexão instrumental, probatória ou proCessual
Ocorre quando a prova de um crime influencia na existência do outro (CPP, art.76, III). Aqui 
não há qualquer exigência de relação de tempo e espaço entre os dois delitos, bastando que a 
prova de um crime tenha capacidade para influir na prova de outro delito. Ex.: prova do crime 
de furto auxiliando na prova do delito de receptação.
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Se o crime do art. 241-A do ECA for praticado por meio do computador da residência do 
agente localizada em São Paulo (SP), mesmo assim ele poderá ser julgado pelo juízo 
de Curitiba (PR) se ficar demonstrado que a conduta do agente ocorreu com investiga-
ções que tiveram início em Curitiba, onde um grupo de pedófilos ligados ao agente foi 
preso e, a partir daí, foram obtidas todas as provas. Neste caso, a competência do juízo 
de Curitiba ocorrerá por conexão, não havendo ofensa ao princípio do juiz natural. STF. 
1ª Turma. HC 135883/PR, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de 
Moraes, julgado em 6/6/2017 (Info 868).
A existência de crimes conexos de competência da Justiça Comum, como corrupção 
passiva e lavagem de capitais, não afasta a competência da Justiça Eleitoral, por força 
do art. 35, II, do CE e do art. 78, IV, do CPP. STF. 2ª Turma. PET 7319/DF, Rel. Min. Edson 
Fachin, julgado em 27/3/2018 (Info 895).
10. ContinênCia
Trata-se de um vínculo jurídico entre duas ou mais pessoas, ou entre dois ou mais fatos 
delitivos, que concorrem para a realização de um único delito ou quando as infrações são 
praticadas através de uma só conduta.
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:
I – duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II – no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1º, 53, segunda parte, e 
54 do Código Penal.
10.1. ContinênCia por Cumulação subJetiva ou ContinênCia subJetiva 
(ContinênCia ConCursal)
Temos um só delito, praticado por duas ou mais pessoas, que, por essa razão, serão jul-
gadas em conjunto.
Não confunda: a diferença entre a conexão intersubjetiva e a continência subjetiva: na co-
nexão, são vários crimes e várias pessoas; na continência, são várias pessoas e um único 
crime.
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10.2. ContinênCia por Cumulação obJetiva
Ocorre nas hipóteses de concurso formal de crimes (CP, art. 70), aberratio ictus ou erro na 
execução (CP, art. 73, segunda parte), e aberratio delicti ou resultado diverso do pretendido 
(CP, art. 74, segunda parte).
11. regras apliCáveis à Conexão e ContinênCia (art. 78 do Cpp)
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as se-
guintes regras: (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
I – no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a 
competência do júri; (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
Il – no concurso de jurisdições da mesma categoria: (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; (Redação dada pela 
Lei n. 263, de 23.2.1948)
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas 
penas forem de igual gravidade; (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; (Redação dada pela Lei n. 263, de 
23.2.1948)
III – no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação; (Reda-
ção dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
IV – no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta. (Redação dada pela Lei 
n. 263, de 23.2.1948)
11.1. ConCurso entre a CompetênCia do Júri e a de outro órgão da 
Jurisdição Comum (art. 78, i, do Cpp)
Cuidando-se de conexão e continência entre crime comum e crime da competência do 
júri, quem exercerá força atrativa é o júri, de acordo com o art. 78, inciso I, do CPP. Ex.: estupro 
e homicídio cometidos em conexão. Ambos os delitos serão julgados pelo tribunal do júri, 
pouco importando se ambos os crimes foram cometidos na mesma comarca ou no mesmo 
Estado da Federação.
Súmula n. 704 do STF: Não viola as garantias do Juiz natural, da ampla defesa e do 
devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao 
foro por prerrogativa de função de um dos denunciados
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11.2. ConCurso de Jurisdições distintas
a) Concurso entre a jurisdição comum e a especial: no concurso entre a jurisdição comum 
e a especial (ressalvada a Justiça Militar – CPP, art. 79, inciso I), prevalece a especial (CPP, 
art. 78, inciso IV). Assim, caso um crime eleitoral seja conexo a um crime comum de compe-
tência da Justiça Estadual, prevalece a competência da Justiça Eleitoral para julgar ambos os 
delitos.
b) Concurso entre órgãos de jurisdição superior e inferior: No concurso de jurisdições de 
diversas categorias, predomina a de maior graduação (CPP, art. 78, inciso III).
c) Concurso entre a Justiça Federal e a Estadual: havendo conexão entre crimes de com-
petência da Justiça Federal e da Justiça Estadual, prevalece a competência da Justiça Fede-
ral.
11.3. ConCurso de Jurisdições da mesma Categoria
Jurisdições da mesma categoria são aquelas entre as quais não há nenhuma hierarquia 
jurisdicional, como entre dois juízes estaduais de 1º grau, dois juízes federais de 1º grau etc. 
Nesse caso, serão aplicadas as seguintes regras:
a) Preponderância do lugar em que foi praticada a infração a que for cominada a pena 
mais grave. Quanto à definição sobre o que seja “pena mais grave”, deve-se, primeiramente, 
levar em conta a natureza da pena cominada – reclusão é mais grave do que a detenção; esta, 
por sua vez, é mais grave que a prisão simples e a multa. Sendo da mesma natureza, deverá 
ser considerada a quantidade de pena prevista in abstracto – primeiramente a pena máxima

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