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TEORIAS DA PERSONALIDADE II

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DISCIPLINA: TEORIAS DA PERSONALIDADE II
TEMA: FOBIA, ANSIEDADE E PÂNICO
ORIENTADOR: Hugo Horta Tanizaka Alvarenga 
SÃO PAULO, 2022
INTEGRANTES
· Gabrielli Sandes Feitosa - RGM: 28240243
· Jaciane da Rosa Campos - RGM: 28233441
· Giovanna de Barros Gomes - RGM: 26429641
· Robson dos Santos Cerqueira - RGM: 25783637
· Laíz Canez dos Santos - RGM: 26617935
· Clara Rivera dos Santos - RGM: 26583003
· Thauane da Cruz Silva - RGM: 26040018
SÃO PAULO, 2022
Introdução 
Sensações de medo, sentimentos de ansiedade, preocupações, aversões, entre outros sintomas, são comuns na vida de muitas pessoas e são características que podem ser compartilhadas por certos transtornos mentais como pânico, fobia e ansiedade. 
Ao analisarmos os aspectos dos transtornos citados, torna-se notória a relevância principalmente dos termos ansiedade e medo. Ambos passam a ser reconhecidos como patologias quando são exagerados, desproporcionais em relação ao estímulo, ou qualitativamente diversos do que se observa como norma naquela faixa etária e interferem com a qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho diário do indivíduo. (Castillo, Rocondo, Asbahr, Manfro, 2000) 
Os transtornos ansiosos são os quadros psiquiátricos mais comuns tanto em crianças quanto em adultos. No início da década de 90, o National Comorbidity Survey apontava uma prevalência de transtornos de ansiedade durante a vida de 24,9%, sendo o transtorno de ansiedade social (TAS) o mais frequente, com uma prevalência durante a vida de 13,3%. Nesse mesmo estudo, o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e o transtorno do pânico (TP) apresentavam prevalência durante a vida de 5,1% e 3,5%, respectivamente. (Menezes, Fontenelle, Mululo, Versiani, 2007)
Em junho de 2022, foi divulgada pela Organização Mundial da Saúde, OMS, a maior revisão sobre a saúde mental mundial desde a virada do século. De acordo com o levantamento, quase 1 bilhão de pessoas viviam com transtorno mental em 2019, sendo 14% adolescentes. 
Em síntese, ao evidenciarmos a prevalência e incidência dos transtornos mentais, propomos no desenvolvimento deste trabalho um entendimento mais abrangente sobre o assunto que traz consigo consequências de sofrimento psíquico e prejuízo funcional.
1. Fobia 
1.1 Definição
De acordo com a psiquiatria, as fobias são consideradas transtornos fóbico - ansiosos definidos como “medos persistentes'' de situações que normalmente não incomodam a maioria das pessoas. O indivíduo procura evitá-las e, se isto não é possível, sente grandes manifestações de ansiedade. Tem noção clara que seus receios são absurdos, mas não consegue controlá-los”.
Se acompanharmos a obra de Freud, podemos ver que a definição de fobia desliza da neurose de angústia à histeria de angústia, mas pode ser um sintoma encontrado na neurose obsessiva e em quadros psicóticos. 
Definição de fobia no dicionário: "Sentimento exagerado de medo ou de aversão a algo." [Patologia] Sensação patológica de angústia intensa e persistente, caracterizado pela aversão a certos objetos, circunstâncias, sentimentos etc.
Ou, em uma explicação mais simples, a fobia é um tipo de transtorno de ansiedade caracterizado pelo medo irracional de uma situação, lugar, objeto, animal ou até mesmo uma atividade, mesmo que isso não represente qualquer perigo.
As classificações dos quadros fóbicos surgiram a partir de 1870, mas só ganharam diagnóstico próprio na CID (Classificação Internacional de Doenças) em 1947 e na DSM (Classificação da Associação Psiquiátrica Americana) em 1952. Antes disso estavam incluídos nos quadros neuróticos. 
1.2 Sintomas
Os sintomas mais comuns de uma pessoa fóbica são:
1. Medo (acentuado e persistente);
2. Medo irracional (presença ou expectativa de estar próximo ao objeto ou algo);
3. Comportamento de paralisia ou fuga;
4. Ansiedade;
5. Suor excessivo;
6. Enjoo;
7. Batimento cardíaco acelerado;
8. Respiração rápida;
9. Choro;
10. Gritos;
11. Irritações;
12. Desmaios.
1.3 Classificação 
Em 1970, Marks classificou os quadros fóbicos em agorafobia, fobia social e fobias específicas. Esta classificação foi utilizada no DSM-III, DSMIII-R e na CID-10.
1.3.1 Agorafobia
É definido pelo medo irracional de lugares fechados, abertos ou de multidões, temendo não conseguir escapar de certa situação ou de não ter alguém por perto para lhe ajudar caso apresente sintomas incapacitantes, como pânico ou crises agudas de ansiedade. Ou também, medo de um conjunto de situações que tem em comum o fato de serem públicas. Medo de se afastar de casa e de pessoas que transmitam segurança, levando ao fato de que uma pessoa agorafóbica depende de um acompanhante ao seu lado, onde possa se apoiar em momentos de angústia.
As manifestações clínicas da agorafobia são os ataques de pânico espontâneos, súbitos e inesperados e, em seguida, os pacientes começam a sentir apreensão e ansiedade antecipatória. Há, entretanto, pacientes com agorafobia sem pânico.
Este transtorno passou a ser bastante estudado a partir de 1970, com o desenvolvimento de técnicas de tratamento por meio de psicoterapia de orientação comportamental e de psicofarmacoterapia (muitos psiquiatras consideram o quadro refratário às terapias psicodinâmicas). Sendo o transtorno mais frequente entre os pacientes fóbicos que procuram tratamento.
1.3.2 Fobia Social
É caracterizado por uma ansiedade ou medo irracional de situações sociais corriqueiras. A pessoa teme ser rejeitada, humilhada, tem medo de situações em que a pessoa julga expor-se à avaliação dos outros. Por isso evita, por exemplo, conhecer pessoas novas, ir em festas, falar em público, conversar com figuras de autoridade etc. Outra característica da fobia social é quando o sujeito confronta ou permanece na situação temida, a ansiedade é acompanhada de manifestações autonômicas, e quando ocorre a evitação destas situações, há um comprometimento das suas relações sociais, profissionais e amorosas.
 Alguns sintomas relatados são: palpitações, tremores, suor, tensão muscular etc.
1.3.3 Fobias Específicas
Caracterizam-se por comportamentos de esquiva em relação a estímulos restritos e determinadas situações. Os pacientes que sofrem de fobias específicas são os que apresentam menor grau de sofrimento entre os fóbicos, dada a maior facilidade de evitar o contato com o objeto.
Elas podem se ser categorizadas em 4 tipos:
1. Animal: Quando a fobia é causada por algum animal, como aranhas, cães, insetos etc.;
2. Ambiente natural: Quando a origem da fobia é algum evento natural como alturas, tempestades, água etc;
3. Sangue-injeção-ferimentos: Quando procedimentos e objetos médicos são a fonte da fobia;
4. Situacional: Quando a fobia se dá em determinadas situações, como voar de avião, entrar em elevadores, ficar em locais fechados, etc.
Também existem fobias relacionadas ao medo de sons altos, pessoas fantasiadas entre outros.
2. Ansiedade 
Segundo o DSM 5 (Manual Diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, 5ª Edição) os transtornos de ansiedade compartilham características, como o medo e ansiedade excessivos e perturbações comportamentais relacionadas. Sendo o medo a resposta emocional a ameaça iminente, real ou percebida pelo indivíduo, enquanto a ansiedade é a antecipação da ameaça de uma futura. Esses dois estados se relacionam, mas se diferenciam pelo medo estar associado a períodos de excitabilidade autonômica aumentada (tremores, taquicardia, palidez) respostas necessárias para para luta e fuga, pensamentos de perigo imediato e comportamentos de fuga. A ansiedade é mais frequentemente associada a tensões musculares, estado de vigilância em preparação para ameaças futuras e comportamentos de cautela ou afastamento.
Em ambos casos há ativação do sistema nervoso autônomo simpático, que quando ativo libera adrenalina, que estimula o corpo a mobilizar sua energia, que atuando em harmonia com o sistema parassimpático mantém a homeostase, porém, em casos extremos, onde há situações de perigo, seja ele real ou não, causamalterações biológicas que nos preparam para enfrentar essas situações, como a dilatação das pupilas, aumento da pressão sanguínea, resfriamento do corpo através da transpiração, etc. (Mayers & DeWall, 2019)
O DSM aponta que os transtornos de ansiedade diferem entre si nos tipos de objetos ou situações que induzem ao medo, ansiedade ou comportamento de esquiva. Visto que os transtornos de ansiedade possuem tendência a serem comórbidos, um transtorno vem acompanhado de outro transtorno, podendo ser diferenciados através de exames de quais os tipos de situações que o indivíduo teme ou evita e dos pensamentos ou crenças associadas.
2.1 O DSM classifica os transtornos de ansiedade como CID 10, sendo eles:
F40 Transtornos fóbico-ansiosos
F40.0: Agorafobia;
F40.1: Fobias sociais;
F40.2: Fobias específicas (isoladas);
F40.8: Outros transtornos fóbico-ansiosos;
F40.9: Transtorno fóbico-ansioso não especificado.
F41: Outros transtornos ansiosos;
F41.0: Transtorno de pânico (ansiedade paroxística episódica);
F41.1: Ansiedade generalizada (TAG);
F41.2: Transtorno misto ansioso e depressivo;
F41.3: Outros transtornos ansiosos mistos;
F41.8: Outros transtornos ansiosos especificados;
F41.9: Transtorno ansioso não especificado.
2.2 Teoria Freudiana sobre a ansiedade
2.2.1 Primeira formulação freudiana da ansiedade 
Freud acreditava que no ato do nascimento diversas sensações, como os efeitos sobre a ação do coração e sobre a respiração, se tornava um modelo do que seria um perigo mortal, sendo a separação da mãe, combinada a sensações fisiológicas, a primeira experiência de ansiedade, sendo assim, uma ansiedade tóxica (FREUD, 1915-1917. p. 397-398)
A partir da constituição do ego, via aquisição da linguagem, durante o segundo ano de vida, as manifestações de ansiedade, seriam uma repetição do primeiro estado de ansiedade, sendo acompanhadas das mesmas reações fisiológicas vividas pelo bebê no ato do nascimento, isto é, a ativação do sistema simpático do sistema nervoso(GOLDGRUB, 2010). Freud acrescenta que "O primeiro estado de ansiedade foi tão firmemente incorporado no organismo , através de incontáveis séries de gerações, que um único indivíduo não pode escapar do afeto de ansiedade" (FREUD, 1915-1917, p. 397-398).
“Não é possível, a princípio, discernir como a ansiedade surge da libido; apenas podemos reconhecer que a libido está ausente e que a ansiedade está em seu lugar” (SOARES & ALMEIDA, APUD, FREUD, 1916. p. 404). "A libido(excitação sexual) que era rejeitada ou não utilizada pelo Ego encontrava descarga direta sob a forma de ansiedade (FREUD, 1925-1926. p.158)
Em sua primeira teoria, Freud também apontou que existem dois tipos de ansiedade, realística e neurótica.
1 Ansiedade realística 
A angústia realista é racional e compreensível, é uma reação à percepção de um perigo externo, ou seja, de um dano esperado, previsto; está vinculada ao reflexo da fuga. Afirma ainda que, em outras situações, na ansiedade realista, é justamente o maior saber do objeto causador de ansiedade que deixa o sujeito mais ansioso, porque lhe permite antecipar o perigo (SOARES & ALMEIDA, APUD, FREUD, 1916/2014)
2 Ansiedade neurótica
Pessoas que sofrem desse tipo de ansiedade estão em constante estado de apreensão, é uma ansiedade livremente flutuante, ou seja, sem motivos aparentes. A esse estado Freud denominou ´ansiedade expectante` ou ´expectativa ansiosa`. Pessoas que sofrem com esse tipo de ansiedade estão em constante estado de alerta, preveem sempre a possibilidade mais terrível, interpretam todo acaso como sinal de alguma desgraça, exploram toda incerteza no pior sentido (FREUD, 1915-1917).
"Semelhante tendência a uma expectativa do mal pode ser encontrada na forma de traço de caráter em muitas pessoas de quem não se pode, de outro modo, dizer serem doentes; diz-se que são super ansiosas ou pessimistas" (FREUD, 1915-1917).
2.2.2 Segunda formulação freudiana da ansiedade
Aqui Freud faz uma objeção ao seu ponto de vista anterior, invertendo a ordem dos fatores: enquanto que na primeira a ansiedade decorria da libido ligada aos impulsos instintivos reprimidos, agora em sua segunda formulação, torna o Ego a fonte da ansiedade. Nesse segundo caso, a energia que o ego desprende é dessexualizada. A relação que, na formulação anterior era estreita, entre a libido e a ansiedade foi enfraquecida.
Essa mudança aconteceu a partir da experiência clínica de Freud, pois ele percebeu que existia antagonismo entre a ansiedade e o sintoma. Essas mudanças são anunciadas no texto “Inibição, Sintoma e Angústia” onde se aprofunda na causa da ansiedade, destacando que sua origem surge a partir do recalque, e que o Ego é o lugar onde a ansiedade irá se fixar, ao contrário da primeira que, antes a repressão, não o recalque, constituiria a origem da ansiedade (GOLDGRUB, 2010, APUD, FREUD, 1916). "A objeção a esse ponto surgiu por termos considerado o Ego a sede única da ansiedade" (FREUD, 1916. p. 159). 
Nesta segunda formulação Freud apontou que a ansiedade vem antes do sintoma. Em seu texto “Novas Conferências Introdutórias à Psicanálise” (SOARES & ALMEIDA, APUD, FREUD, 1933/2010), afirma que quando a ansiedade ultrapassa um certo limiar, acaba dando lugar ao sintoma. Além disso, caso a estabilidade do sintoma seja ameaçada, acontece quando o sujeito decide enfrentá-lo, por exemplo, através de um processo analítico ou de psicoterapia, a ansiedade voltará a se manifestar (SOARES & ALMEIDA, APUD, GOLDGRUB, 2014). 
“[...] parece, com efeito, que a geração da ansiedade é o que surgiu primeiro, e a formação dos sintomas, o que veio depois, como se os sintomas fossem criados a fim de evitar a irrupção do estado de ansiedade” (GOLDGRUB, 2010, APUD, FREUD, 1933/2010, p. 106). 
Em sua segunda teoria, Freud diz que a ansiedade sinaliza um perigo que o sujeito não consegue identificar e essa reação diante do perigo, tendo relação com uma situação traumática que o sujeito viveu e que se mantém através de uma grande carga afetiva. Essas situações passadas deixam o sujeito com medo da perda do objeto de desejo, seja ele materno ou de amor, o expondo à experiência da castração e da morte (SOARES & ALMEIDA, APUD, Theisen, 2015). É importante ressaltar também que, uma formulação não anula a outra.
3. Pânico 
3.1 O Transtorno de Pânico segundo o DSM-5 
De acordo com o DSM-5, o Transtorno de Pânico se refere a ataques de pânico recorrentes. Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro ou mais de uma lista de 13 sintomas físicos e cognitivos. (DSM-5, pg.209)
 O ataque de pânico pode se originar a partir de um estado calmo ou de um estado ansioso, esperado ou inesperado. No estado calmo, o início do ataque de pânico é o ponto no qual existe um aumento abrupto no desconforto. No estado ansioso, é o ponto em que a ansiedade começa a se desenvolver. O ataque de pânico esperado é quando os ataques para os quais existe um sinal ou desencadeante óbvio. Já o ataque inesperado, acontece quando não há gatilhos ou desencadeante óbvio no momento da ocorrência, como por exemplo, durante o sono (ataques de pânico noturno), no momento em que a pessoa acorda do sono em estado de pânico. (DSM-5, pg.215) 
Segundo o DSM-5, o ataque de pânico não é um transtorno mental, e, consequentemente, não pode ser codificado, pois, os ataques de pânico podem ocorrer no contexto de um transtorno de ansiedade, transtornos depressivos, transtornos pós-traumáticos, transtornos por uso de substâncias. Podem ocorrer também ataques de pânico por conta de algumas condições médicas, tais como, sequelas deixadas por ataques cardíacos, respiratórios, vestibular e gastrintestinais. (DSM-5, pg.214) 
De acordo com Helene Shinohara (2005), o Transtorno de Pânico é um dos transtornos de ansiedade que atinge aproximadamente 3% da população, e, para poder diagnosticar uma pessoa de Transtorno de Pânico, são necessários ataques de pânico inesperados recorrentes. 
3.1.1 Critérios Diagnósticos O DSM-5 define4 critérios para poder diagnosticar o Transtorno de Pânico, são eles: 
A. Ataques de pânico recorrentes e inesperados. Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro ou mais dos seguintes sintomas:
1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia. 
2. Sudorese. 
3. Tremores ou abalos. 
4. Sensações de falta de ar ou sufocamento. 
5. Sensações de asfixia. 
6. Dor ou desconforto torácico. 
7. Náusea ou desconforto abdominal._ 
8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio. 
9. Calafrios ou ondas de calor. 
10.Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento). 
11. Desrealização ou despersonalização. 
12. Medo de perder o controle ou “enlouquecer”. 
13. Medo de morrer. (DSM-5, pg. 208) 
B. Pelo menos um dos ataques foi seguido de um mês (ou mais) de uma ou de ambas as seguintes características: 
1. Apreensão ou preocupação persistente acerca de ataques de pânico adicionais ou sobre as suas consequências. 
2. Uma mudança adaptativa significativa no comportamento relacionada aos ataques. (DSM-5, pg. 209) 
C. A perturbação não é consequência dos efeitos psicológicos de uma substância ou de outra condição médica. (DSM-5, pg. 209) 
D. A perturbação não é tão bem explicada por outro transtorno mental, como por exemplo, os ataques de pânico que não ocorrem apenas em resposta a situações sociais temidas, como no transtorno de ansiedade social, em resposta à objetos ou situações fóbicas circunscritas, como na fobia específica. (DSM-5, pg. 209) 
3.1.2 Fatores de Risco e Prognóstico Com base no que foi escrito no DSM-5 (2014), os fatores de risco e prognóstico podem ocorrer em três situações: Temperamentais, Ambientais e Genéticos e fisiológicos. 
Nas Temperamentais, o DSM define como: Afetividade negativa e sensibilidade à ansiedade; são fatores de riscos para o início de ataques de pânico e, separadamente, para preocupação acerca do pânico, embora seu status de risco para o diagnóstico de transtorno de pânico seja desconhecido. (DSM-5, pg. 211) 
Ambientais: A maioria dos indivíduos relata estressores identificáveis nos meses anteriores ao seu primeiro ataque de pânico. Más experiências, utilização de substâncias são um fator de risco para ataques e transtorno de pânico. (DSM-5, pg. 211) Genéticos e Fisiológicos: Acredita-se que múltiplos genes confiram vulnerabilidade ao transtorno de pânico. Os modelos atuais dos sistemas neurais para o transtorno de pânico enfatizam a amígdala e estruturas relacionadas, assim como em outros transtornos de ansiedade. Existe o risco aumentado para transtorno de pânico entre filhos de pais com transtorno de ansiedade, depressão e bipolar. 
Distúrbios respiratórios, como asma, estão associados ao transtorno de pânico, em termos de história passada, comorbidade e história familiar. (DSM-5, pg. 211) 
3.2 O Transtorno de Pânico segundo a Psicanálise 
O interesse pelo Pânico na psicanálise surge quando se trata de especificar os estados de angústia intensos e extremos. A leitura dos textos freudianos nos mostra que, desde o início, os ataques repentinos, extremos e incontroláveis de angústia eram concebidos como distintos das outras formas ansiosas. (Veridiana Costa, Edilene Queiroz, 2011) 
Com base no que Freud propôs em sua obra “Psicologia das Massas e Análise do Eu” (1921), o pânico seria o resultado da ruptura inesperada dos laços amorosos do indivíduo com a figura do líder. Quando há uma ruptura inesperada dos laços que ligam o indivíduo com a figura do líder, o sujeito vê-se desamparado e em confronto com o fluxo da libido que, até então, era ligado ao líder. (Patrícia Dib, 2006) 
O Transtorno de Pânico tem a característica de não preparo, o que submete o eu a um estado de angústia avassaladora, tendo em vista que, a angústia se desenvolve de tal forma que invade por completo o mundo afetivo do ego, tornando-se incontrolável, a preparação para o perigo não tem lugar, e o ego fica totalmente submerso e desamparado. (Veridiana Costa, Edilene Queiroz, 2011) 
Desta maneira, o Transtorno de pânico pode ser compreendido através da falta da figura do líder, deixando-o desamparado. O desamparo é a dimensão com o qual o psiquismo indica com isso a sua fragilidade, desta forma, o psiquismo se confronta e passa a ser vivido como pânico. (Patrícia Dib, 2006) 
3.3 Tratamento 
3.3.1 Tratamento Psicofarmacológico 
O controle agudo de uma crise de pânico em curso, é geralmente feito com tranquilizantes da classe dos benzodiazepínicos. Essas drogas bloqueiam crises de maneira rápida e eficaz, porém apresentam potencial de abuso e dependência. (Davidson, 1997, APUD, Yuristella Yano, Sonia Meyer, Teng Tung, 2009) 
O uso de antidepressivos no controle dos ataques de pânico é considerado a principal estratégia no psicofarmacológico do transtorno de pânico. O uso de drogas como clomipramina, imipramina, fluoxetina, têm eficácia comprovada no controle dos ataques de pânico. (Gentil, et al., 1993, APUD, Yuristella Yano, Sonia Meyer, Teng Tung, 2009) 
O tratamento inicia-se com doses baixas e, posteriormente, são elevadas gradualmente até a melhora ou controle das crises. Em alguns casos, podem ocorrer no início uma piora, porém, em seguida acontece uma melhora. (Yuristella Yano, Sonia Meyer, Teng Tung, 2009) 
Quando as crises passam a ser controladas com o antidepressivo, o benzodiazepínico pode ser retirado gradualmente. Mesmo assim, o tratamento com essas drogas deve continuar por vários meses, após a remissão das crises. O período mínimo do uso dessas drogas é de seis meses, após a remissão das crises, mas o ideal seriam de dezoito meses. (Yuristella Yano, Sonia Meyer, Teng Tung, 2009) 
3.3.2 Tratamento Psicológico 
A abordagem mais utilizada para o tratamento do Transtorno de Pânico é a Terapia cognitivo comportamental (TCC), que tem como premissa básica o descondicionamento das sensações corporais e do medo, utilizando os princípios de aprendizagem para enfraquecer comportamentos desadaptados. (Yuristella Yano, Sonia Meyer, Teng Tung, 2009) 
Além disso, utiliza-se procedimentos que visam a identificação de pensamentos distorcidos para posterior confrontação com a realidade. Sendo assim, a TCC tem como objetivo: 
1. Fazer uma avaliação das ocorrências dos ataques de pânico espontâneos ou situacionais, a sua frequência, os estímulos desencadeantes, os pensamentos disfuncionais, as esquivas fóbicas e as possíveis dificuldades decorrentes do quadro. (Yuristella Yano, Sonia Meyer, Teng Tung, 2009) 
2. Fornecer informações clínicas sobre o problema e esclarecer o papel da ansiedade no dia-a-dia das pessoas, assim como da importância dos medicamentos. Pois, essas informações facilitam a adesão ao tratamento, pois o paciente se sente compreendido e amparado, podendo assim ter maior confiança na pessoa do terapeuta. (Yuristella Yano, Sonia Meyer, Teng Tung, 2009) 
3. A utilização de técnicas para lidar contra a crise, tais como o treino respiratório, o relaxamento, exposição e a reestruturação cognitiva. O terapeuta deve reforçar a importância da prática diária das técnicas para que o cliente possa familiarizar-se com as mesmas e utilizá-las quando necessário, pois, o sucesso terapêutico depende dessa prática. (Yuristella Yano, Sonia Meyer, Teng Tung, 2009) 
3.3.3 Tratamento Combinado 
De acordo com os autores Demétrio, Tung, Yano & Weigt (1999), o tratamento combinado seria eficaz quando o quadro de pânico é acompanhado de agorafobia e/ou depressão, nos casos em que não há comorbidade, ou seja, somente pânico, em curto prazo, tanto a TCC isolada como a terapia medicamentosa sozinha poderiam oferecer melhoras. Porém, em longo prazo, o tratamento combinado não ofereceria vantagens sobre o tratamento isolado com o TCC, ou seja, nem sempre o tratamento combinado pode ser a melhor estratégia. (Yuristella Yano, Sonia Meyer, Teng Tung, 2009) 
3.4 Definição de pânico 
3.4.1 Ataque de Pânico 
De acordo com John Barnhill (2020), o ataque de pânico é um período breve em que a pessoa sente angústia,ansiedade ou medo extremo, que tem início súbito e são acompanhados por sintomas físicos e/ou emocionais. Os ataques de pânico podem fazer parte de outros transtornos psiquiátricos, tais como ansiedade e depressão. Alguns ataques de pânico podem ocorrer em resposta a uma situação específica. 
3.4.2 Transtorno de Pânico 
O Transtorno do Pânico consiste em ataques de pânico recorrentes que causam uma preocupação excessiva com ataques futuros e/ou modificações de comportamento para evitar situações que poderiam desencadear um ataque. O transtorno atinge cerca de 3% da população anualmente, geralmente o Transtorno de Pânico tem início no final da adolescência ou no início da idade adulta. (Helene Shinohara, 2005)
4. Conclusão
Com base no que foi apresentado, vimos que o transtorno fóbico e o transtorno de pânico, estão ligados ao transtorno de ansiedade. Esses transtornos têm sintomas bastante parecidos, tais como o medo extremo, acompanhado de sintomas físicos e/ou emocionais, angústia, ansiedade excessiva e perturbações comportamentais. 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência global de ansiedade cresceu cerca de 25% no primeiro ano de COVID-19. Com base nos dados do Congresso Brasileiro de Psiquiatria, cerca de 13% dos brasileiros, totalizando 26 milhões de pessoas sofrem com fobia social. No ano de 2019, quase 10% da população, cerca de 18,6 milhões de pessoas, conviviam com o Transtorno de Pânico. 
Com base nesses dados, observamos que, o número de pessoas com problemas psicológico vem crescendo em grandes proporções, e notamos a importância dos tratamentos psiquiátrico, e do tratamento Psicofarmacológico, que auxiliam no tratamento destes transtornos mentais 
Contravia, a resistência do tratamento ainda é um desafio para a prática clínica, que começa em conceitos não operacionalizados de resposta e resistência e termina em escassez de estudos controlados sobre estratégias de tratamento neste último cenário clínico.
Referências 
Google Livros. Fobia (colecao Clinica Psicanalitica)
<https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=5O07IPmNu1QC&oi=fnd&pg=PA9&dq=fobia&ots=CngnUcga0R&sig=CaUirPutFf0RBSwXasRi4ri0yo8&redir_esc=y#v=onepage&q=fobia&f=false> . Acesso em 28 de outubro de 2022.
Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
PSICOLOGIA. David G. Mayers. C Nathan DeWall - 11.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2022.
REFLEXÕES PSICANALÍTICAS SOBRE A ANSIEDADE NO CONTEXTO ACADÊMICO. Autores: SOARES, ALMEIDA, SOUZA, FILHO & LUCENA. <https://www.editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2021/TRABALHO_EV150_MD1_SA118_ID1760_27072021224842.pdf> Acesso em: 28 de outubro de 2022.
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