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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ENGENHARIA QUÍMICA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA LAISSA APARECIDA PRAXEDES DOS REIS DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE MICROEMULSÕES DE ÓLEO DE ABACATE PARA USO COSMÉTICO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PONTA GROSSA 2019 LAISSA APARECIDA PRAXEDES DOS REIS DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE MICROEMULSÕES DE ÓLEO DE ABACATE PARA USO COSMÉTICO Projeto de Trabalho de Conclusão de curso apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Química, do Departamento de Engenharia Química da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Alessandra Cristine Novak Sydney PONTA GROSSA 2019 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Ponta Grossa Curso de Engenharia Química TERMO DE APROVAÇÃO Desenvolvimento e caracterização de microemulsões de óleo de abacate para uso cosmético por Laíssa Aparecida Praxedes dos Reis Monografia apresentada no dia 06 de junho de 2019 ao Curso de Engenharia Química da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Ponta Grossa. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho Aprovado. ____________________________________ Prof. Dr. Luciano Fernandes (UTFPR) ____________________________________ Prof. Dr. Eduardo Bittencourt Sydney (UTFPR) ____________________________________ Profa. Dra. Alessandra Cristine Novak Sydney (UTFPR) Orientador _________________________________ Profa. Dra. Juliana de Paula Martins Responsável pelo TCC do Curso de Engenharia Química A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso de Engenharia Química. Dedico este trabalho aos meus amados pais, irmãos e futuro marido. Pessoas que me apoiaram, me deram forças e incentivo para chegar onde cheguei. AGRADECIMENTO Agradeço primeiramente a Deus por iluminar os meus passos nessa trajetória, por me guiar em caminhos não muito fáceis mas que seriam essenciais para o meu desenvolvimento espiritual. Aos meus pais, que sempre estiveram ao meu lado me apoiando e me incentivado em toda e qualquer decisão tomada. Obrigada por seus sábios conselhos e também puxões de orelhas. Aos meus irmãos, que me incentivaram e me deram conselhos durante toda essa jornada, por terém compartilhado comigo suas experiências de vida e acadêmicas. Ao meu noivo, por sempre trazer um sorriso no rosto e dizer que tudo ficará bem. Por ter acreditado que eu era capaz mesmo quando eu mesma não acreditava e por me incentivar e fazer de tudo para que eu seja uma excelente profissional. A minha orientadora, Prof. Dra. Alessandra Cristine Novak Sydney que me acompanhou desde o início e não mediu esforços para que o nosso projeto tivesse êxito e obrigada por todo conhecimento transmitido. A todos os professores da UTFPR que disponibilizaram tempo para me auxiliar com dúvidas. “Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista.” (Aldo Novak) RESUMO REIS, L. A. P.; Desenvolvimento e caracterização de microemulsões de óleo de abacate para uso cosmético. 2019. 51 f. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em Engenharia Química). Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa, 2019. O abacate (Persea americana), fruto abundante na América Latina, é conhecido pelo seu alto valor nutricional e também por possuir um alto teor de lipídeos. O óleo deste fruto possui propriedades de hidratação, regeneração e formação de colágeno na pele, com isso torna-se uma matéria prima promissora para uso cosmético. Microemulsões (ME) são sistemas emulsionados formados por dois líquidos imiscíveis, geralmente água e óleo, e um componente que diminua tensão superficial entre eles, ou seja, um tensoativo. A partir disso, o presente trabalho teve por objetivo desenvolver e caracterizar microemulsões contendo o óleo de abacate. No estudo foram preparados três tipos de sistemas composto por água, óleo de abacate e tensoativo (Tween80), porém em cada sistema foi utilizado um co-tensotivo diferente sendo eles glicerina, álcool butílico e Span80. A partir da inspeção visual das misturas foi criado um diagrama de fases pseudoternário para cada sistema e a partir disso foi escolhido uma formulação de cada diagrama para serem preparadas pelo método de inversão de fases e posteriormente caracterizadas em relação ao seus aspectos macroscópicos, pH, condutividade e estabilidade. Na análise do pH as formulações se mostraram aptas para o uso tópico, uma vez que seus valores ficaram compreendidos entre 6,5 - 8,0, faixa na qual não há irritamento do tecido cutâneo. A partir das análises de condutividade foi possível caracterizar as formulações como sendo do tipo Óleo em Água (O/A). Os sistemas estudados se mostraram parcialmente estáveis. Dentre eles, o que apresentou caracterisiticas de ME foi o sistema contendo álcool butílico, porém para possibilitar o seu uso na indústria cosmética mais estudos devem ser realizados. Palavras-chave: Microemulsão. Óleo de Abacate. Glicerina. Álcool Butílico. Span80 ABSTRACT REIS, L. A. P.; Development and characterization of avocado oil microemulsions for cosmetic use. 2019. 51 p. Completion of course work (Bachelor of Chemistry Engineering). Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa, 2019. The avocado (Persea americana), abundant fruit in Latin, is known for its high nutritional value and also for having a high content of lipids. The oil of this fruit has properties of hydration, regeneration and formation of collagen in the skin, with this it becomes a promising raw material for cosmetic use. Microemulsions (ME) are emulsified systems formed by two immiscible liquids, usually water and oil, and a component that reduces surface tension between them, that is, a surfactant. From this, the present work aimed develop and characterize microemulsions containing avocado oil. In the study, three types of systems were prepared: water, avocado oil and surfactant (Tween80), but in each system a different cosurfactant was used: glycerin, butyl alcohol and Span80. From the visual inspection of the mixtures a pseudo-ternary phase diagram was created for each system and from this a formulation of each diagram was chosen to be prepared by the method of inversion of phases and later characterized in terms of their macroscopic aspects, pH, conductivity and stability. In the pH analysis the formulations were suitable for topical use, since their values were between 6,5 – 8,0, in which there is no irritation of the cutaneous tissue. From the conductivity analyzes it was possible to characterize the formulations as being O/W type. The systems studied were partially stable. Among them, which presents characteristics of ME was the system containing butyl alcohol, but to enable its use in the cosmetic industry more studies should be performed. Keywords: Microemulsion. Avocado oil. Glycerin. Butyl Alcohol. Span80. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Formação de Micelas...............................................................................17 Figura 2 – Tipos de microemulsão............................................................................18 Figura 3 –Inserção da molécula de óleo na estrutura do tensoativo........................19 Figura 4 – Estrutura do tensoativo.............................................................................20 Figura 5 – Alteração da interface óleo/água a partir da inserção de um co-tensoativo com variação de temperatura (T), T1>T2>T3............................................................21 Figura 6 – Diagrama de fases pseudoternário......................................................... .23 Figura 7 – Sistema para preparo da amostra pelo método da titulação....................26 Figura 8 – Diagramas pseudoternários para os sistemas contendo TG (a), TA (b) e TS (c) ........................................................................................................................30 Figura 9 – Amostras após o preparo pelo método de inversão de fases..................34 Figura 10 – Amostras após o teste de centrifugação................................................37 Figura 11 – Amostras após o teste de gelo/degelo...................................................37 LISTA DE SIGLAS E ACRÔNIMOS A/O Água em óleo EHL Equilíbrio hidrófilo-lipófilo DFPT Diagrama de fases pseudoternário ME Microemulsão O/A Óleo em água TA Tween80 e álcool butílico TC Tensoativo e co-tensoativo TG Tween80 e glicerina TS Tween80 e Span80 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12 2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 14 2.1 OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 14 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................ 14 3 REVISÃO LITERÁRIA ........................................................................................... 15 3.1 ABACATE ........................................................................................................ 15 3.2 SISTEMA EMULSIONADO .............................................................................. 15 3.2.1 Tipos e Composição de Microemulsões .................................................... 17 3.2.1.1 Fase oleosa ......................................................................................... 18 3.2.1.2 Fase aquosa ........................................................................................ 19 3.2.1.3 Tensoativo ........................................................................................... 19 3.2.1.4 Co-tensoativo ...................................................................................... 20 3.3 EQUILÍBRIO HIDRÓFILO-LIPÓFILO (EHL) .................................................... 21 3.4 DIAGRAMA DE FASES PSEUDOTERNÁRIO (DFPT) .................................... 22 3.5 CARACTERIZAÇÃO DE MICROEMULSÕES ................................................. 23 4 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 25 4.1 MATERIAIS ...................................................................................................... 25 4.2 MÉTODOS ....................................................................................................... 25 4.2.1 Construção do Diagrama de Fases Pseudoternário .................................. 25 4.2.2 Seleção e Preparação da Formulação ...................................................... 26 4.2.3 Caracterização do Sistema ........................................................................ 27 4.2.3.1 pH ........................................................................................................ 27 4.2.3.2 Condutividade ...................................................................................... 27 4.2.4 Estabilidade do Sistema ............................................................................ 27 4.2.4.1 Centrifugação ...................................................................................... 27 4.2.4.2 Estresse térmico .................................................................................. 27 4.2.4.3 Ciclo gelo/degelo ................................................................................. 28 5 RESULTADOS ....................................................................................................... 29 5.1 CONSTRUÇÃO DO DIAGRAMA DE FASES PSEUDOTERNÁRIO ............... 29 5.2 SELEÇÃO E PREPARO DAS FORMULAÇÕES ............................................. 32 5.3 CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA ................................................................. 34 5.3.1 pH .............................................................................................................. 34 5.3.2 Condutividade ............................................................................................ 35 5.4 ESTABILIDADE DO SISTEMA ........................................................................ 36 5.4.1 Centrifugação ............................................................................................ 36 5.4.2 Estresse Térmico e Ciclo Gelo/Degelo ...................................................... 37 6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 39 7. TRABALHOS FUTUROS ..................................................................................... 41 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42 APÊNDICE A ............................................................................................................ 48 APÊNDICE B ............................................................................................................ 49 APÊNDICE C ............................................................................................................ 50 12 1 INTRODUÇÃO Produtos cosméticos são muitos comuns no dia-a-dia, sendo utilizados com o intuito de embelezar, proteger e higienizar a pele, cabelos e unhas. A cosmetologia é uma área que está em constante desenvolvimento, sendo recentemente incorporado à esta ciência o termo nanocosméticos. Este termo é designado para descrever aqueles cosméticos com a capacidade de transportar e liberar fármacos ou ativos na pele de modo mais eficiente (GOMES; GABRIEL, 2006; GALEMBECK; CSORDAS, 2009). O pioneiro no estudo referente à aplicação transdérmica foi Rein, que em 1924 afirmou que a maior barreira para o transporte transdérmico é a epiderme mais externa da pele, também conhecida como estrato córneo (REIN, 1924 apud PRAUSNITZ; MITRAGOTRI; LANGER, 2004). A partir de então surgiram diversas propostas para ultrapassar esta barreira e permitir que fármacos e vitaminas atinjam as camadas externas da pele e até mesmo a corrente sanguínea (TORCHILIN, 2006). Segundo Tadros e Kessell (2004) uma das alternativas para o transporte transdérmico é a nanotecnologia, pois suas partículas possuem tamanhos menores que 5 nm facilitando assim a absorção de substâncias ativas. A microemulsão, apesar de conter na sua denominação o prefixo micro, que indica uma dimensão de 10-6m, é um sistema termodinamicamente estável composto por nanopartículas, que usualmente possuem dimensões da ordem de 10-9m. A sua formação consiste em mistura de água, óleo, tensoativo e co-tensoativos (FORMARIZ et al., 2005; DAMASCENO et al., 2010). Para que a microemulsão seja efetivamente capaz de realizar o transporte de ativos é necessário que a mesma seja um sistema estável, e para isso a escolha de seus componentes é de suma importância. O óleo de abacate (Persea americana)é um composto que possui um alto teor de hidratação, sendo rico em vitaminas, proteínas e potássio. Uma outra propriedade deste óleo é que ele auxilia na cicatrização e na formação do colágeno. Devido às suas propriedades, o óleo de abacate é amplamente utilizado na indústria cosmética e farmacêutica (TANGO; TURATTI, 1992; SOARES; ITO, 2000; NAYAK; RAJU; RAO, 2008). Por isso o óleo de abacate se torna um composto promissor para a sua utilização em microemulsões. 13 Os tensoativos são responsáveis por romper a tensão superficial da água, porém o seu uso pode ser minimizado se um co-tensoativo for inserido na emulsão. Sua função além de proporcionar uma maior flexibilidade a interface do tensoativo, também evita que a emulsão se torne gelatinosa. A escolha deste composto deve ser feita com cautela, pois muitos destes podem causar irritação e queimação na pele. Para o uso tópico são indicados como co-tensoativos ésteres e álcoois de cadeia curta, variando entre 3 e 6 carbonos (DALTIN, 2011; HEGDE; VERMA; GHOSH, 2013). Devido ao exposto o presente projeto visa averiguar qual composto, dentre eles a glicerina, o álcool butílico e o Span 80, será mais efetivo na estabilidade da microemulsão. 14 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Desenvolver microemulsões para uso cosmético utilizando um sistema composto por óleo de abacate e diferentes co-tensoativos. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Obter diagramas de fases pseudoternários utilizando diferentes co- tensoativos; • Selecionar uma formulação a partir das regiões de microemulsão dos diagramas; • Caracterizar as microemulsões em relação ao pH e condutividade; • Avaliar a estabilidade das microemulsões. 15 3 REVISÃO LITERÁRIA 3.1 ABACATE O abacate (Persea americana) foi cultivado inicialmente na América Central, porém, hoje é encontrado em diversos países da América Latina e outras regiões com climas semelhantes a estes países. De acordo com a Food and Organization of the United States, entre o período de 2004 e 2013 o México foi o líder de produção deste fruto. O Brasil, durante este período, ficou entre os 10 maiores produtores, com uma produção de 157.482 toneladas no ano de 2013 (SOARES; ITO, 2000; ZÜGE, 2015). O óleo do abacate é basicamente composto de ácidos graxos, sendo aproximadamente 70% ácido oleico e aproximadamente 14% ácido linoleico. Este óleo também é rico em proteínas, betacaroteno, potássio e vitaminas do tipo A, C, D e E (SWISHER, 1988; TANGO; TURATTI, 1992). O fruto é composto por casca, polpa e caroço sendo possível extrair óleo dos três segmentos. Como o fruto é aproveitado como um todo, gerando alto teor de óleo, o seu poder econômico é maximizado tendo inúmeras utilizações. O óleo do abacate possui propriedades que ajudam na cicatrização de feridas, formação de colágeno e pode ser utilizado como transportador de ativos medicinais, sendo então muito utilizado na indústria farmacêutica. Dependendo da variedade do fruto, a taxa de hidratação do óleo pode variar de 70% a 82%, se tornando um produto de grande valia para a indústria cosmética. Além disso, o óleo se destaca por formar emulsões com facilidade e absorver perfumes, sendo que esta última característica o torna um produto muito utilizado na produção de sabonetes e cremes (TANGO; TURATTI, 1992; SOARES; ITO, 2000; LÓPEZ, 2002; NAYAK; RAJU; RAO, 2008; FERRARI, 2015). 3.2 SISTEMA EMULSIONADO A emulsão é um sistema contendo uma fase aquosa e uma fase oleosa, onde um deles está disperso no outro em forma de gotículas, cujos tamanhos variam entre 16 1 e 100µm e para a sua estabilização é necessário o uso de um tensoativo. Por possuir partículas muitos pequenas, a emulsão possui uma área interfacial muito grande e com isso a sua energia livre de formação também se torna grande fazendo com que o sistema não seja termodinamicamente estável. Os sistemas denominados nanoemulsão e microemulsão possuem os mesmos componentes da emulsão, porém são diferenciados pelo tamanho de suas partículas e por algumas de suas características, sendo a microemulsão o sistema que possui partículas de menor tamanho se comparado aos outros sistemas (KULSHRESHTHA; SINGH; WALL, 2010). Dentre os sistemas emulsionados, a microemulsão é amplamente utilizada como um sistema de transporte de ativos para aplicação transdérmica (FORMARIZ et al., 2005). A primeira vez que se ouviu falar de um sistema, que mais tarde viria a ser definido por Schulman et al. (1959) como microemulsão (ME), foi estudado por Hoar e Schulman (DAMASCENO et al., 2010; SOLANS; KUNIEDA, 1997). Em seus estudos iniciais Hoar e Schulman (1943) reportaram a formação de um sistema estável, transparente e não condutor contendo determinadas concentrações de óleo, água, tensoativo e um álcool (co-tensoativo), sendo os níveis de tensoativos e água elevados, pois é essa relação que garante que o tensoativo não seja dissociado. Para que uma microemulsão seja formada é necessário que ocorra uma diminuição da área das interfaces interna e externa do sistema. Quando a tensão superficial do sistema é minimizada, a energia de Gibbs (energia para que a reação ocorra) também é minimizada e com isso se obtém um sistema termodinamicamente estável, significando que uma vez o sistema formado o mesmo se mantém estável até que alguma energia externa atue sob ele (LAWRENCE; REES, 2000; HARWOOD; HERRING; PETRUCCI, 2001). A formação de micelas (Figura 1) e a solubilização micelar é de grande ajuda para que não só a área superficial da água seja diminuída, mas também para que não exista. Este processo de solubilização acontece quando uma das fases (geralmente a lipídica) se insere entre as estruturas lipofílicas das micelas do tensoativo, com isso a fase deixa de existir, pois não se tem contato com moléculas de sua própria espécie reduzindo assim a área da interface (DALTIN, 2011). Danielsson e Lindman (1981) e McClements (2012) complementaram a definição de microemulsão como sendo um sistema que também é 17 termodinamicamente estável. Isso é possível devido à energia de dispersão da microemulsão ser menor que a energia da solução contendo as fases iniciais separadas entre si. Figura 1 – Formação de Micelas Fonte: Adaptado de Santanna (2003) O tamanho da partícula de uma ME varia entre 5-200nm o que torna este sistema promissor para o uso transdérmico, uma vez que suas partículas são pequenas e a sua absorção é facilitada. No âmbito da cosmetologia, devido as suas características, a ME pode ser utilizada para incorporar agentes que melhoram a aparência da pele e que combatam inflamações (D’CRUZ; UCKUN, 2011; HEGDE; VERMA; GHOSH, 2013). 3.2.1 Tipos e Composição de Microemulsões Como mostrado na Figura 2, um sistema microemulsionado pode ser classificado, em relação ao seu tipo, de três maneiras: A/O (água em óleo), O/A (óleo em água) e bicontínua. O que define o tipo de estrutura da ME é basicamente o equilíbrio hidrófilo-lipófilo (EHL) do tensoativo e do óleo (HOAR; SCHULMAN, 1943; ROSOFF, 1989; KREILGAARD, 2002). O sistema A/O é definido como sendo uma molécula de água dispersa em óleo envolta por tensoativos/co-tensoativos, em que a parte apolar está voltada para a fase oleosa. Em sistemas O/A ocorre o inverso, moléculas de óleo dispersos em água com a parte apolar do tensoativo/co-tensoativo voltada para o centro da 18 molécula. Já a estrutura bicontínuaé descrita como sendo a fase de transição entre a estrutura A/O e O/A, nesta fase tanto a água como o óleo estão em fases contínuas de estruturas alongadas (CONSTANTINIDES; YIV, 1994; D’CRUZ; UCKUN, 2001; OLIVEIRA et al., 2004). Figura 2 – Tipos de microemulsão Fonte: Preto (2016) De acordo com Damasceno et al. (2010) uma ME, seja A/O ou O/A, é obtida a partir da agitação mecânica de dois líquidos imiscíveis. Com agitação, uma das fases é dispersa na outra, formando assim um sistema homogêneo. No entanto, ela não é estável e facilmente volta ao seu estado inicial bifásico. Para que o sistema se torne estável se faz necessário a utilização de um tensoativo. Em alguns casos para que a quantidade de tensoativo utilizada seja reduzida utiliza-se um co-tensoativo à mistura. 3.2.1.1 Fase oleosa A fase oleosa (lipídica) tem um papel de extrema importância na estrutura da ME devido ser a substância que influencia no tamanho e formato das gotículas. Ao se tratar de uma ME destinada para uso tópico, o papel da fase lipídica é mais abrangente, sendo um fator determinante para absorção do sistema microemulsionado na pele e também responsável por incorporar possíveis cargas de fármacos e ativos para a pele (CONSTANTINIDES, 1995; GERSHANIK; BENITA, 2000). Como descrito por Daltin (2011), a fase lipídica se aloja na estrutura lipofílica do tensoativo. Porém, o tamanho da cadeia do óleo em relação à cadeia hidrofóbica 19 do tensoativo, faz com que a curvatura da camada interfacial se altere de tal modo que haja uma variação na inserção do óleo entre a estrutura do tensoativo (Figura 3), ou seja, altera a solubilidade do óleo no tensoativo (LAWRENCE; REES, 2000; REN et al., 2014). Figura 3 – Inserção da molécula de óleo na estrutura do tensoativo Fonte: Evans e Wennerstrom (1994) apud Lawrence e Rees (2000) 3.2.1.2 Fase aquosa Desde os primeiros estudos sobre ME até hoje, a água é um componente imprescindível para se obter um sistema microemulsionado. No âmbito científico a água é utilizada para as mais variedades finalidades, no caso de ME este composto ajuda na absorção de medicamentos via tópica ou transdérmica (WILLIANS; BARRY, 2003). A mistura de água e óleo é um ambiente propício para que bactérias se desenvolvam, por isso a adição de um conservante deve ser considerada para ajudar na estabilidade da ME. Como exemplo de conservantes podemos citar os ésteres alquílicos (conhecidos como parabenos), o fenóxietanol, isotiazolinonas, álcool benzílico, clorobutanol (OLIVEIRA, 2008; BEDIN, 2011). 3.2.1.3 Tensoativo Segundo Santana (2003) e Tadros (2005), os tensoativos (Figura 4) são compostos anfipáticos, ou seja, possuem afinidade por substâncias polares e não polares. A sua estrutura consiste de uma parte hidrofóbica (apolar) usualmente 20 designada como “cauda”, e uma parte hidrofílica (polar) mais comumente chamada de “cabeça”. A classificação do tensoativo se dá pela sua estrutura hidrofílica que pode ser iônica ou não iônica. Os tensoativos iônicos se subdividem em catiônicos, aniônicos e anfóteros. De acordo com Santanna (2003) os tensoativos catiônicos mais conhecidos são os sais quaternários de amônio, já os aniônicos mais utilizados são as aminas e compostos sulfonados e como exemplo de tensoativos anfóteros tem-se as betaínas e fosfolipídios. Para uso cosmético os tensoativos mais utilizados são os não-iônicos devido a baixa toxicidade, dentre eles os mais utilizados são os álcoois graxos etoxilados. Figura 4 – Estrutura do tensoativo Fonte: Santanna (2003) O tensoativo age na ME diminuindo a tensão superficial entre os líquidos imiscíveis do sistema. Em uma ME para fins cosméticos, o tensoativo a ser utilizado deve possuir interface flexível, uma baixa toxicidade e não causar irritação tanto na pele quanto nos olhos. Os tensoativos não-iônicos além de atender os requisitos descritos anteriormente possuem mais uma vantagem: não sofrem alterações estruturais devido à variação de pH (PAPE et al., 1999; FORMARIZ et al., 2005; TADROS, 2005; SINGH et al., 2013). 3.2.1.4 Co-tensoativo O uso de co-tensoativos em ME está se tornando cada vez mais usual devido a sua capacidade de ser adsorvido na interface óleo/água. A Figura 5 representa o co-tensoativo agindo na interface do tensoativo com variação da temperatura. O co- tensoativo age sob a interface do tensoativo tornando-a mais flexível e diminuindo a sua viscosidade. Geralmente os co-tensoativos mais utilizados para uso cosmético 21 são os álcoois de cadeias curtas (entre 3 e 6 carbonos), pois estes compostos geralmente não causam irritação cutânea (DALTIN, 2011; HEGDE; VERMA; GHOSH, 2013). Figura 5 – Alteração da interface óleo/água a partir da inserção de um co-tensoativo com variação de temperatura (T), T1>T2>T3 Fonte: Adaptado de Stubenrauch (2008) Segundo Date, Nagarsenker (2008) e Daltin (2011) um outro papel importante dos co-tensoativos é causar uma perturbação na interface do tensoativo, evitando que a emulsão se torne um gel. 3.3 EQUILÍBRIO HIDRÓFILO-LIPÓFILO (EHL) O equilíbrio hidrófilo-lipófilo (EHL) é definido como sendo o equilíbrio entre o tamanho e a força de grupos hidrofílicos e lipofílicos que compõe a estrutura de emulsificantes (tensoativos e co-tensoativos). Com o intuito de classificar estes compostos, foi designado valores para o EHL que variam de 1 a 40. O valor de EHL para tensoativos iônicos não ultrapassa o valor 20, já para tensoativos não iônicos, que possuem uma alta polaridade, o valor de EHL pode chegar a 40. É importante ressaltar que o EHL e a solubilidade são características do emulsificante que diferem entre si, porém, possuem uma certa relação. Emulsificantes com baixos valores de EHL tendem a se solubilizar em óleo formando emulsões do tipo A/O mais estáveis, já por um outro lado, compostos com altos valores de EHL tendem a se solubilizar 22 em água formando emulsões O/A mais estáveis. Entretanto, essa relação não é tão exata, pois podem existir diferentes emulsificantes com o mesmo valor de EHL, porém, com solubilidades diferentes (GRIFFIN, 1949; HOLMBERG et al., 2002; DALTIN, 2011). Quadro 1 – Classificação do uso de emulsificantes de acordo com a faixa EHL Faixa de EHL Aplicação 3–6 Emulsionante A/O 7–9 Umectante 8–14 Emulsionante O/A 9–13 Detergente 10–13 Solubilizante acima de 12 Dispersante de sólido em água Fonte: Adaptado de Daltin (2011) 3.4 DIAGRAMA DE FASES PSEUDOTERNÁRIO (DFPT) O diagrama de fases é uma ferramenta muito utilizada para se determinar o tipo de estrutura de um sistema emulsionado, sendo possível identificar regiões onde se tem microemulsões, sistemas bifásicos, emulsões, géis entre outros. Os diagramas mais comuns são os ternários, cuja composição consiste de água, óleo e tensoativo. Sendo representado por um triângulo equilátero, o diagrama de fases dispõe seus componentes em cada um dos vértices do triângulo, representando 100% da fase indicada (SILVA et al., 2009; LONGO, 2006). Quando se tem um sistema composto de água, óleo, tensoativo e co- tensoativos, o digrama deixa de ser ternário e passa a ser designado como diagrama de fases pseudoternário (DFPT). No DFPT em um de seus vértices, há uma mistura de dois componentes geralmente, uma combinação entre tensoativo e co-tensoativo (LAWRENCE; REES, 2000). A Figura 6 representa um DFPT, onde é possível ler o valor da mistura de tensoativo e co-tensoativo seguindo a linha tracejada, utilizando a linha pontilhada para a água e a linha contínua para óleo. Sendo assim, o pontode destaque no 23 diagrama representa uma composição de 30% de tensoativo/co-tensoativo, 40% de água e 30% de óleo (LONGO, 2006). Figura 6 – Diagrama de fases pseudoternário Fonte: Adaptado de Longo (2006) 3.5 CARACTERIZAÇÃO DE MICROEMULSÕES Fatores como tamanho da partícula, pH e condutividade são de extrema importância para se determinar o tipo e a estabilidade do sistema microemulsionado (REIS, 2014). Para uso de microemulsão em aplicação transdérmica é necessário certificar que o tamanho das partículas do sistema são pequenas o suficiente para que sua absorção seja efetiva. O fator que pode alterar a estabilidade do sistema é explicado pelo processo de coalescência, que é quando partículas de um mesmo composto em um sistema disperso tendem a se fundir, formando partículas maiores (CONSTANTINIDES; TUSTIAN; KESSLER, 2003; DRISCOLL, 2006). O pH também é um indicativo da estabilidade da microemulsão, pois o seu baixo valor é um indicativo de ácidos graxos livre no sistema, ou seja, o óleo se encontra em forma contínua. Outro fator que pode alterar o pH da microemulsão é a forma de armazenamento do mesmo, sendo que se estocado em local com elevadas temperaturas há uma considerável diminuição do pH (DRISCOLL, 2006). 24 A condutividade nos fornece um dado essencial para a determinação do tipo de microemulsão, identificando se a mesma é do tipo O/A ou A/O. A água possui eletrólitos enquanto o óleo não os tem, por isso, quando a água é a fase contínua é possível identificar uma alta condutividade, por outro lado, quando o óleo é a fase contínua a condutividade é quase inexistente (NIELLOUD; MESTRES, 2000). 25 4 MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 MATERIAIS Os materiais utilizados na realização deste trabalho estão dispostos no Quadro 2, sendo os mesmos cedidos pela professora orientadora e pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Quadro 2 – Lista de matéria-prima e reagentes Fonte: Autoria Própria (2019) 4.2 MÉTODOS 4.2.1 Construção do Diagrama de Fases Pseudoternário No preparo da emulsão utilizou-se uma mistura de tensoativo e co-tensoativo (TC), sendo assim obtivemos uma mistura de Tween 80 e glicerina (TG), Tween 80 e álcool butílico (TA) e Tween 80 e Span 80 (TS), nas proporções 1:1 para TG e TA e na proporção 3:7 para TS. Para cada TC foram realizadas misturas com óleo nas proporções 1:9, 2:8, 3:7, 4:6, 5:5, 6:4, 7:3, 8:2 e 9:1, sendo seu volume final de 5mL. Cada proporção foi dividida em 11 amostras, nas quais foram adicionados volumes de água pré definidos sendo a mistura agitada vigorosamente pelo agitador tipo Vortex (Global Trade Technology, XH-CU) por aproximadamente 5 minutos (LI; FOGLER, 1978; FANUN, 2010; ASSIS, 2014; REIS, 2014; PRETO, 2016). Após o preparo, as Composto Função Fornecedor Óleo de Abacate Fase oleosa Duom Tween 80 Tensoativo Art Alimentos Span 80 Co-tensoativo Mix das essências Glicerina Co-tensoativo Alphatec Álcool Butílico Co-tensoativo Synth 26 misturas foram armazenadas a temperatura ambiente e depois de 24 horas foram classificadas de acordo com a sua característica visual. 4.2.2 Seleção e Preparação da Formulação Para a proporção 9:1 de todas as misturas TC, fez-se 11 amostras de acordo com a formulação do diagrama pseudoternário. Para o preparo das amostras foi utilizado o método da titulação (Figura 7), no qual a água foi adicionada gota a gota enquanto o sistema estava sob agitação. Figura 7 – Sistema para preparo da amostra pelo método da titulação Fonte: Autoria Própria (2019) A partir dessas amostras, uma formulação de cada TC foi escolhida e preparada pelo método de inversão de fases e caracterizada 24h depois. O método consistiu em misturar o óleo de abacate e o Tween 80, sendo aquecidos em banho maria (Novatecnica) a 80± 5°C, separadamente a mistura água e co-tensoativo também foram aquecidos a 80± 5°C. Após o aquecimento verteu-se a mistura aquosa na fase oleosa sendo mantida sob agitação no Vortex (Global 27 Trade Technology, XH-CU) por aproximadamente 5 minutos (FERNANDEZ; ANDRÉ; RIEGER, 2004). 4.2.3 Caracterização do Sistema 4.2.3.1 pH O pH do sistema foi determinado no pHmetro digital (Even, PHS-3E). A análise foi realizada após a calibração do eletrodo com soluções tampões de 4 e 7 à uma temperatura de 25± 1°C. 4.2.3.2 Condutividade A condutividade foi determinada no condutivímetro digital (Hanna Instruments – HI2300). A leitura da condutividade foi obtida após inserir o eletrodo na solução. 4.2.4 Estabilidade do Sistema Para a determinação da estabilidade foram avaliados parâmetros como centrifugação, estresse térmico e ciclo de gelo/degelo de acordo com o Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos da ANVISA (2004). 4.2.4.1 Centrifugação A centrifugação é a primeira etapa para se avaliar a estabilidade de um sistema emulsionado. Amostras de 15mL de TG, TA e TS foram centrifugadas à 2555 G durante 30 minutos, após este tempo as amostras foram analisadas macroscopicamente para verificar se o teste ocasionou uma separação de fases do sistema. 4.2.4.2 Estresse térmico Amostras de 10mL foram submetidas a um aquecimento inicial de 35°C em banho maria (Novatecnica), seguindo com um aumento de temperatura gradual de 5°C a cada 30 minutos até atingir a temperatura de 50°C. A cada transição de 28 temperatura, as amostras foram avaliadas visualmente para verificar se houve separação de fases. 4.2.4.3 Ciclo gelo/degelo Foram realizados 6 ciclos de aquecimento e resfriamento, sendo 3 ciclos de aquecimento composto por 24 horas da amostra em estufa a 40± 1°C e 3 ciclos de congelamento composto por 24 horas em congelador a -5± 1°C. A cada ciclo a amostra foi avaliada macroscopicamente com o intuito de verificar se houve separação de fases. 29 5 RESULTADOS 5.1 CONSTRUÇÃO DO DIAGRAMA DE FASES PSEUDOTERNÁRIO Neste estudo a composição do DFPT foi construída por água destilada, óleo de abacate, Tween 80 e um co-tensoativo. Para este estudo o tensoativo Tween 80 foi utilizado, pois de acordo com Preto (2016) se trata de um composto que não possui toxicidade e não irrita a pele. Um outro componente importante para o sistema é o co-tensoativo, sendo os mais utilizados em emulsões são os álcoois de cadeia curta e ésteres (DALTIN, 2011; HEGDE; VERMA; GHOSH, 2013). Os co-tensoativos escolhidos foram a glicerina, o álcool butílico e o Span 80. A escolha destes, foi feita levando em consideração que glicerina e o álcool butílico são álcoois de cadeia curta. O Span 80 foi escolhido pois além de ser um éster, segundo Preto (2016) a sua combinação com o Tween 80 forma uma microemulsão estável. A escolha dos co-tensoativos também foi baseada em seu caráter não-iônico, pois compostos com essa característica são os mais utilizados em emulsões devido a sua baixa toxicidade, não provocar irritações e promover uma maior permeabilidade de fármacos na pele (GRAMPUROHIT; RAVIKUMAR; MALLYA, 2010; SACHDEVA, 1999). A escolha das proporções de TC foram feitas randomicamente com exceção de TS, pois em estudos anteriores um sistema emulsionado com a proporção 3:7 apresentou partículas de menores secomparada as demais proporções. A preparação das amostras consistiu em adicionar água ao sistema e a cada adição e agitação, as amostras foram analisadas visualmente e classificadas em: Separação de Fases, Emulsão Leitosa, Emulsão Leitosa Viscosa e Emulsão Transparente. A partir das amostras obtidas construiu-se o DFPT para cada TC como mostrado na Figura 8. Na análise dos diagramas observou-se que os mesmos não apresentaram uma estrutura como planejado. O diagrama ideal consiste de pontos que cobrem desde a sua base até o topo, porém nos diagramas obtidos a quantidade de água que foi adicionada às amostras foram as mesmas a cada adição 30 fazendo com que a proporção do sistema não ultrapassasse a 50% para o óleo de abacate e para TC. Figura 8 – Diagramas pseudoternários para os sistemas contendo TG (a), TA (b) e TS (c) a b 31 c Legenda: SF – Separação de Fases; EL – Emulsão Leitosa; EV – Emulsão Leitosa Viscosa; ET – Emulsão Transparente. Fonte: Autoria Própria (2019) Cada conjunto de 11 amostras formam uma determinada proporção do sistema. Após 24h de preparo e classificação das amostras, a turbidez do conjunto foi analisada para cada proporção de cada TC como mostra a Tabela 1. Tabela 1 – Turbidez do sistema de misturas de diferentes tensoativos e co-tensoativos Proporção (TC:Óleo) Tween80/Glicerina (NTU) Tween80/Álcool Butílico (NTU) Tween80/Span80 (NTU) 1:9 >1100 >1100 76 2:8 >1100 >1100 315 3:7 >1100 >1100 79,5 4:6 >1100 >1100 90,7 5:5 >1100 576 84,2 6:4 >1100 285 114 7:3 704 >1100 121 8:2 667 >1100 155 9:1 543 >1100 216 Fonte: Autoria Própria (2019) 32 Segundo Oladimeji e Orafidiya (2002) a relação do tamanho da partícula e sua distribuição afetam a estabilidade do sistema. Sendo possível estimar se uma partícula é pequena ou não através do método turbidimétrico. A análise turbidimétrica é definida por um feixe de luz que atravessa uma solução sendo sua difusão afetada, ou seja, o feixe de luz incidente possui uma intensidade maior do que a propagada. O tamanho das partículas da solução afeta a distribuição e intensidade da luz incidente, assim como o seu grau de esfericidade e sua coloração, (HULST, 1981; HOROWITZ; MERTEN; MINELLA; MORO, 2014). Partículas com diâmetro pequeno possuem superfícies que refletem mais por unidade de área, devido possuir uma maior área específica, sendo assim influência na leitura da turbidez fazendo com que o seu valor seja elevado (CASTRO; KOBIYAMA; PEREIRA; SARI, 2017). Porém isso somente ocorre se as partículas não estiverem muitos próximas umas às outras, caso contrário o valor da turbidez será baixo. Na análise da Tabela 1 foi possível verificar que a para TG e TA os valores de turbidez foram muito altos, alguns deles ultrapassou a escala do equipamento. Observou-se que as amostras com elevado valor de turbidez não formaram uma emulsão, mas sim uma separação de fases o que explica os valores encontrados, uma vez que a maioria dos componentes ficaram sobrenadantes. Para TS todas as amostras preparadas formaram emulsões viscosas, sendo algumas delas não totalmente homogêneas o que explica a variação nos valores turbidimétricos obtidos. Neste caso pode-se considerar também a influência do formato das partículas, pois de acordo com Horowitz, Merten, Minella e Moro (2014) partículas de formato irregular são mais eficientes em espelhar a luz no sentido da propagação do que da incidência, aumentando assim o valor da turbidez. 5.2 SELEÇÃO E PREPARO DAS FORMULAÇÕES Com o intuito de escolher uma formulação, as proporções realizadas foram analisadas visualmente para identificar qual possuía mais amostras emulsionadas do que separação de fases. Com isso notou-se que a proporção 9:1 possuía essa característica, sendo então realizadas 11 amostras individuais (Apêndice A, B e C) para identificar qual a melhor formulação a ser analisada. Após 24h de preparo e 33 classificação das amostras, a turbidez do conjunto foi analisada para cada proporção de cada TC como mostra a Tabela 2. A escolha das formulações foi realizada de acordo com as suas características macroscópicas e de turbidez. Tabela 2 – Turbidez do sistema de misturas de TC para a proporção 9:1 Amostra Tween80/Glicerina (NTU) Tween80/Álcool Butílico (NTU) Tween80/Span80 (NTU) 1 70,3 158 368 2 159 225 191 3 >1000 498 397 4 >1000 395 201 5 >1000 33,97 156 6 >1000 928 139 7 >1000 783 167 8 >1000 >1000 174 9 >1000 >1000 220 10 >1000 >1000 221 11 >1000 >1000 198 Fonte: Autoria Própria (2019) Microemulsões são sistemas transparentes/translúcidos formado por partículas muito pequenas. Ao se tratar de uma análise turbidimétrica, quando se tem uma partícula cujo tamanho é pequeno e esférico, há um maior espelhamento no sentido da luz incidente, com isso há uma diminuição do valor da turbidez (DAMASCENO et al., 2010; HOROWITZ; MERTEN; MINELLA; MORO, 2014). Sendo assim as amostras escolhidas foram a 1 (Apêndice A), 5 (Apêndice B) e 2 (Apêndice C). A emulsão escolhida para TS não foi a com o menor valor de turbidez, porém a que apresentou uma emulsão mais homogênea com uma turbidez não tão elevada. Realizada a escolha das formulações (Tabela 3), as amostras foram preparadas pelo método de inversão de fases e caracterizadas 24h depois do seu preparo. 34 Tabela 3 – Composição das formulações escolhidas Componentes Tween80/Glicerina Tween80/Álcool Butílico Tween80/Span80 Tens./Co-Tens. (%) 50,12 18,08 34,69 Óleo (%) 5,56 2,07 3,91 Água (%) 44,3 79,8 61,39 Fonte: Autoria Própria (2019) Figura 9 – Amostras após o preparo pelo método de inversão de fases Fonte: Autoria Própria (2019) 5.3 CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA A partir dos dados físico-químicos de uma emulsão é possível confirmar se a mesma é uma microemulsão. São análises tais como: pH, condutividade, viscosidade, sedimentação, que parecem triviais, mas são de extrema importância para definir um sistema emulsionado e sua possível comercialização (LAWRENCE; REES, 2000; DANTAS; MACIEL; NETO; ROSSI, 2007). 5.3.1 pH Uma microemulsão é mais estável na faixa de pH entre 6,5 – 8,0. Se o pH for menor que 6,5 significa que está ocorrendo a hidrólise dos triglicerídeos e fosfolipídios, fazendo com que a quantidade de ácidos graxos livres na emulsão aumente. Em termos tópicos o pH da formulação não pode ultrapassar os limites da 35 tolerância biológica cutânea, por isso o pH deve estar compreendido na faixa de 5,5 – 8,0 (CAMPOS; FRONZA; TEIXEIRA, 2004; BEDOR et al., 2009). Sendo assim, na análise da Tabela 3 foi possível concluir que as formulações estudas se encontram na faixa de pH estipulada na literatura, eximindo assim uma possível irritação cutânea devido ao pH e aumentando as chances de estabilidade da emulsão. Tabela 4 – pH do sistema contendo diferentes co-tensoativos Glicerina Álcool Butílico Span 80 pH 6,80 6,72 6,86 Fonte: Autoria Própria (2019) 5.3.2 Condutividade A condutividade é uma ferramenta que nos permite explorar as mudanças estruturais de uma emulsão. Uma microemulsão do tipo A/O geralmente é formada por quantidades pequenas de água e uma fase contínua de óleo, com isso têm-se uma baixa condutividade,uma vez que o óleo não é um bom condutor. À medida que a quantidade de água aumenta pequenos canais de água são formados entre as partículas de água, com isso a estrutura da microemulsão passa a ser do tipo O/A (MO; ZHONG; ZHONG, 2000; BOWER, 2002). As porcentagens de água nas amostras preparadas (Tabela 3), foram elevadas enquanto as de óleo seguiu-se o inverso, ou seja, com essas relações não foi possível obter uma microemulsão com uma estrutura A/O, e sim uma O/A que pode ser confirmada com a análise dos dados de condutividade. Na Tabela 5 temos que as condutividades para as formulações estudadas foram relativamente altas se comparadas a uma estrutura A/O que quase não possui condutividade, com isso foi possível corroborar que a estruturas das emulsões são do tipo O/A. Tabela 5 – Condutividade do sistema contendo diferentes co-tensoativos Glicerina Álcool Butílico Span 80 Condutividade (mS.cm-1) 21 24 30 Fonte: Autoria Própria (2019) 36 5.4 ESTABILIDADE DO SISTEMA A estabilidade de emulsões pode variar com o tempo e alguns fatores que aceleram ou retardam essa estabilidade, tal como temperatura, incompatibilidade química, entre outros. Um produto não precisa necessariamente ser descartado, pois sua estabilidade é baixa devido alguns fatores, mas é de extrema importância conhecer suas limitações para que se possa fazer uma melhor classificação e uso do produto (ANVISA, 2004). 5.4.1 Centrifugação Dentre os principais testes de estabilidade está a centrifugação, pois este é um dos métodos que diferencia uma emulsão de uma microemulsão. Isso porque microemulsões possuem uma elevada resistência a sedimentações (ROSSI, 2007 apud PRINCE, 1977). No teste de centrifugação a formulação que continha glicerina foi designada como 1, a com álcool designada como 2 e a com Span 80 como 3. Na Figura 10 é possível visualizar as amostras após o teste de centrifugação. Com este teste foi possível afirmar que as amostras 2 e 3 apresentaram uma ótima estabilidade, não ocorrendo nenhuma modificação dos seus estados iniciais, porém a amostra de número 1 apresentou uma separação de fases. Essa separação pode ter ocorrido devido uma falha no processo de agitação do sistema, o que de acordo com Damasceno et al. (2010), Reis (2014) e Preto (2016) é um dos principais fatores para que um microemulsão seja formada. 37 Figura 10 – Amostras após o teste de centrifugação Legenda: 1 – Glicerina; 2 – Álcool Butílico; 3 – Span 80 Fonte: Autoria Própria (2019) 5.4.2 Estresse Térmico e Ciclo Gelo/Degelo Em ambos testes, estresse térmico e ciclo de gelo/degelo o fator envolvido é a temperatura. Nos experimentos realizados ambos os casos foi possível verificar que as amostras estudadas não possuem uma boa tolerância a temperatura como mostrado na Figura 9. Figura 11 – Amostras após o teste de gelo/degelo Fonte: Autoria Própria (2019) 38 No teste de gelo/degelo após o segundo ciclo de aquecimento as amostras de TG e TS apresentaram separação de fases, já para TA essa separação ocorreu somente após o último ciclo de aquecimento. No teste de estresse térmico, as amostras TG e TS apresentaram separação de fases a uma temperatura de 45°C, enquanto TA apresentou turvação após ser aquecida a 50°C. De acordo com o manual da ANVISA (2004), amostras submetidas a baixas temperaturas podem ocasionar turvação e cristalização da mesma, já para temperaturas elevadas podem desencadear reações químicas e físicas como mudança de cor, viscosidade e atividade dos componentes. Porém as instabilidades geradas no sistema podem ser ocasionadas de possíveis erros no preparo e na armazenagem da amostra. A instabilidade devido a temperatura pode ser explicada pelo estudo conduzido por Calvo e Prietro (2013) que diz que a temperatura afeta mais especificamente o tensoativo, fazendo com que a sua propriedade de diminuir a tensão entre líquidos imiscíveis seja afetada. Os principais tensoativos afetados são os não-iônicos, como exemplo Tween 80, o aumento da temperatura causa uma desidratação do grupo oxietileno e com isso o tensoativo diminui o seu caráter hidrofílico e aumenta o lipofílico. Em todos os testes de estabilidade realizados observou-se que o álcool apresentou uma certa vantagem se comparado aos outros co-tensoativos. Segundo Calvo e Prietro (2013) o uso de um álcool com o tensoativo Tween 80 potencializa a solubilização do sistema, assim como diminui a sua viscosidade e torna a emulsão mais estável. 39 6. CONCLUSÃO A partir dos dados obtidos pode-se concluir que para a construção completa de um diagrama de fases pseudoternário é necessário que diferença entre a quantidade de água e óleo do sistema seja maior. Devido a pequena diferença do volume entre a fase oleosa e aquosa não foi possível identificar com clareza as características macroscópicas das amostras, porém ao trabalhar com amostras individuais de uma proporção específica foi possível verificar qual proporção teve maior tendência a ser uma microemulsão. Em termos analíticos, todas as formulações se mostraram aptas ao uso tópico, uma vez que o seu pH de 6,80 para a glicerina, 6,72 para o álcool butílico e 6,86 para o Span80 estão compreendidos na faixa especificada para uso tópico, sendo o mesmo entre 5,5 – 8,0. Em termos de estabilidade o limite inferior aceitável para o pH é de 6,5, sendo assim a faixa entre 6,5 – 8,0 é a ideal para se ter um produto estável e de uso tópico. A condutividade por sua vez caracterizou o sistema segundo a sua estrutura, sendo ela do tipo O/A o que significa que as emulsões formadas possuem uma fase contínua de água onde nela estão presentes gotículas de óleo. Essa configuração O/A é vantajosa, pois as partículas de óleo possuem um diâmetro pequeno e com isso a sua absorção pelas camadas mais profundas da pele é facilitada, aumentando assim o grau de hidratação da pele. As amostras estudadas se mostraram estáveis em relação a centrifugação, sendo que somente a mistura de Tween 80 e glicerina não se inclui neste quadro. Já nos testes envolvendo temperatura nenhuma das amostras apresentaram um resultado satisfatório quanto a sua estabilidade. Dentre os 3 tipos de emulsões TC caracterizadas a que apresentou maior estabilidade e possivelmente menor tamanho de partículas (chegando próximo a uma microemulsão) foi a mistura de Tween 80 com Álcool Butílico, mas o seu uso tópico deve ser estudado mais profundamente devido suas características inflamáveis e possíveis danos a saúde humana. Em resumo, com este trabalho foi possível adquirir conhecimentos sobre a técnica de preparação de microemulsões assim como obter diagramas de fases 40 pseudoternários. Foi ainda possível observar que algumas das emulsões obtidas se mostraram consistentes, podendo ser utilizada para uso tópico. 41 7. TRABALHOS FUTUROS Para trabalhos futuros sugere-se a variação das proporções de tensoativos e co-tensoativos, assim como um aperfeiçoamento das formulações dos diagramas pseudoternários. Os componentes de uma microemulsão são essenciais para a sua formação. Neste trabalho buscou-se utilizar os componentes mais adequados para a obtenção de ME de acordo com a teoria, porém há uma vasta variedade de tensoativos e co- tensoativos que podem ser utilizados. Com isso, aconselha-se o estudo de diferentestensoativos/co-tensoativos em trabalhos futuros. Em um próximo estudo é válido testar a utilização de um outro método de agitação, um equipamento que garanta a total homogeneização do sistema ou até mesmo a utilização de um equipamento de ultrassom como complemento da agitação. Devido a agitação vigorosa do sistema, a metodologia da titulação não pode ser aplicada corretamente, devido o tubo de preparo da amostra não ser adequado. Por isso, sugere-se que em estudos futuros os tubos sejam maiores ou que seja utilizado um equipamento de titulação que possua agitação. As amostras caracterizadas foram preparadas pelo método de inversão de fases, porém a metodologia da titulação mostrou resultados macroscópicos satisfatórios. Sendo assim, sugere-se uma análise mais aprofundada das amostras preparadas pelo método da titulação. 42 REFERÊNCIAS ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos. Brasília, 2004. ASSIS, G. B. Desenvolvimento e caracterização de microemulsões contendo óleo essencial de alecrim – Rosmarinus officinalis. (LAMIACEAE) 2014. 50 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Curso Superior em Farmácia, Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2014. BEDIN, A. C. Nanoemulsões contendo benzoilmetronidazol: desenvolvimento, caracterização e estudo de liberação in vitro. 2011. 110 f. Dissertação (Mestre em Farmacologia) – Programa de Pós-Graduação em Farmacologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Toledo, 2011. BEDOR, D. G. C.; et al. Estudo de liberação e permeação in vitro do diclofenaco de dietilamônio em microemulsão gel-like. Química Nova. v. 32, n. 6, p. 1389-1393, 2009. BOWER, D. I. An Introduction of Polymer Physics. 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APÊNDICE A Figura A-1: Amostras individuais da proporção 9:1 de Tween80/Glicerina 49 APÊNDICE B Figura B-1: Amostras individuais da proporção 9:1 de Tween80/Álcool Butílico 1 7 6 5 4 3 2 10 9 8 11 50 APÊNDICE C Figura C-1: Amostras individuais da proporção 9:1 de Tween80/Span80 1 2 5 4 3 7 6 9 8 10 11 51 1 3 2 4 5 6 7 8 9 10 11
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