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Instalações Prediais e Conforto Ambiental Prof. Marcelo Ferreira Fatec Tatuapé Curso Tecnologia em Construção de Edifícios Disciplina 28-Ago-2018 Conforto espacial. Acessibilidade 3 Ambiente construído adequado O ser humano tende a modificar o ambiente para poder viver nele. Ao longo da história, foi adaptando o meio natural, algumas vezes com maior, outras com menor respeito. Do mesmo modo fez com suas cidades, casa e objetos, a fim de torná-los mais adequados ao seu uso. Quanto mais um ambiente se ajusta às necessidades do usuário, mais confortável ele é. Entretanto, se ocorrer o inverso, quando o ambiente construído não leva em conta as necessidades ou limitações humanas, ele pode chegar a ser mais inóspito que o meio natural. Antropometria Espaços habitáveis são construído por pessoas para serem utilizados por pessoas. No processo de projeto do ambiente construído as dimensões e os movimentos do corpo humano são determinantes para a forma e o tamanho dos equipamentos, mobiliário e espaço, ou pelo menos deveriam ser. De modo recorrente utilizamos medidas humanas (braços, pés, estatura, etc.) para termos noção da dimensão de algo (escala humana). O corpo humano é usado como unidade de medida e de referência como, por exemplo, na escala e na proporção de edificações. O estudo que relaciona as dimensões físicas do ser humano com sua habilidade e desempenho ao ocupar um espaço em que realiza várias atividades, utilizando-se de equipamentos e mobiliários adequados para o desenvolvimento das mesmas, é denominado antropometria. 5 Ergonomia Nas últimas décadas houve um aumento da preocupação com as dimensões humanas e corporais, como fatores decisivos no processo de projetar. A denominada engenharia das configurações do homem (EUA) ou Ergonomia (Europa) é "uma ciência interdisciplinar que estuda as relações entre as pessoas e seus ambientes". Integra psicologia, antropologia, fisiologia, medicina e engenharia. Entre as mais importantes dessas configurações está a dimensão e o tamanho do corpo humano, à medida que se relaciona com a chamada adequação ergonômica do usuário ao ambiente. Onde o conceito de "projetar a partir do próprio homem" poderia fazer mais sentido do que no campo da engenharia civil e arquitetura? A interface entre usuário e ambiente projetado, ou adaptado ao ser humano, deve garantir conforto, segurança e uma vivência eficiente do ambiente, o que inclui a acessibilidade. Adequação aos usuários da edificação O profissional da construção civil passou a considerar aspectos fisiológicos, psicológicos e antropométricos (o estudo das medidas do corpo humano) de problemas de projeto ou design que inicialmente eram específicos, por exemplo, às viagens espaciais. Mais importante, entretanto, era a percepção e aceitação básica de que a análise das configurações humanas constituía parte integral do processo de projeto. Entre as mais importantes destas configurações está a dimensão e o tamanho do corpo humano, à medida que se relaciona com a chamada adequação ergonômica do usuário ao ambiente, um aspecto da chamada interface homem-máquina, termo constantemente mencionado pelos estudiosos da área. A maior parte da aplicação desse tipo de engenharia humana (ergonomia) atingiu os setores militar e industrial. Infelizmente, as aplicações de caráter social como aquelas encontradas no projeto de edificações (casas, escritórios, instalações de saúde, escolas, etc.), até certo momento, foram relativamente ignoradas. 7 Dinâmica de espaços no uso diário Sobretudo espaços públicos como corredores, saguões e vestíbulos estão sujeitos a grande intensidade de uso envolvendo picos flutuantes de fluxo e ocupação. Em teatros, centros de convenções, sociais ou esportivos, a programação de eventos determina os períodos de ocupação. A previsão adequada da locomoção humana através desses espaços públicos é um elemento fundamental para a elaboração do projeto, bem como para as instalações de serviços de apoio. A qualidade da interface entre o corpo humano e os espaços interiores tem influência não só no nível de conforto do usuário, mas também na segurança pública. Para determinar largura de portas, corredores e dimensões de escadas, o corpo humano deve ser visto como medida fundamental. Os espaços públicos devem atender também às necessidades do usuário deficiente. As torneiras devem estar dentro do alcance de um usuário de cadeira de rodas, por exemplo, o projeto das escadas deve atender aos idosos e não possuir barreiras físicas. 8 Diversidade de usuários A massificação dos processos produtivos após a Revolução Industrial e a especulação imobiliária crescente acarretaram um distanciamento entre o produto final e as reais necessidades do usuário. Assim, este tem de fazer um esforço para se adaptar a um ambiente projetado para uma pessoa ideal, que muitas vezes é o reflexo dos interesses econômicos, que a veem como um consumidor. Quanto mais o usuário se distancia das características desse consumidor ideal, mais difícil resulta a interação entre ele e o ambiente. Se no processo de concepção do projeto não for considerada a diversidade de usuários quanto a sexo, dimensões, idade, cultura, destreza, força e demais características, é possível que apenas uma porcentagem reduzida da população possa utilizar os espaços confortavelmente. O conceito de desenho livre de barreiras acabou evoluindo para o de desenho universal, adotado inicialmente nos Estados Unidos. Universal por se destinar a qualquer pessoa e por ser fundamental para tornar possível a realização das ações essenciais praticadas na vida cotidiana, o que na verdade é uma consolidação dos pressupostos dos direitos humanos. 9 Alguns conceitos Acessibilidade. Possibilidade e condição de alcance para utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos. Acessível. Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento que pode ser alcançado, visitado e utilizado por qualquer pessoa, inclusive por aquelas com deficiência. Barreiras. Qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segurança e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação. Podem ser arquitetônicas, de transportes ou de comunicação. Área de aproximação. Espaço sem obstáculos em que a pessoa que utiliza cadeira de rodas pode realizar manobras a fim de utilizar o mobiliário ou o elemento com autonomia e segurança. Área de transferência. Espaço necessário para que uma pessoa que utiliza cadeira de rodas possa se posicionar próxima ao mobiliário para o qual necessita transferir-se. 10 Tipos de deficiência (1/2) Uma deficiência pode ser a redução, limitação ou inexistência de condições de percepção das características dos ambientes, em caráter temporário ou permanente. Segundo o Decreto Nº 5.296/2004, podem ser do tipo: ■ Deficiência auditiva. Perda bilateral, parcial ou total de 41 decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1000Hz, 2000Hz e 3000Hz. ■ Deficiência física. Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano. Acarretam o comprometimento da função física. Exceção: deformidades estéticas e as que não produzem dificuldades para o desempenho de funções. 11 Tipos de deficiência (2/2) ■ Deficiência mental. Funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos 18 anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas. ■ Deficiência múltipla. Associação de duas ou mais deficiências. ■ Deficiência visual. Cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica. E também: baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica. 12 Princípios básicosde ambiente inclusivo (1/3) Para obter ambientes e produtos adaptados à capacidade e às necessidades dos usuários, devem-se adotar, durante todo o processo de elaboração do projeto, os seguintes critérios norteadores: ■ Facilitar para todos e sempre o uso dos ambientes ou dos produtos a serem projetados. ■ Contar com uma amostra representativa de usuários potenciais como participantes dos processos de elaboração do projeto e de avaliação, com a finalidade de assegurar que os produtos e espaços sejam adequados quanto às características antropométricas e funcionais, bem como compatíveis com os hábitos e a cultura dos usuários finais. 13 Princípios básicos de ambiente inclusivo (2/3) Com base nesses critérios, o projetista deve adaptar seu método de trabalho, sem perder de vista em nenhum momento que, na maioria dos ambientes construídos, o usuário pode: ■ Ser homem, mulher ou criança, ter qualquer idade, qualquer altura entre 0,70 m e 2,10 m, pesar entre 15 kg e 180 kg, possuir um corpo assimétrico. ■ Ter visão reduzida ou ser cego. ■ Ter capacidade de audição e fala alterados. ■ Ter capacidades cognitivas, de compreensão ou de linguagem limitadas. 14 Princípios básicos de ambiente inclusivo (3/3) Continuação: ■ Ter capacidade de memória limitada. ■ Ter reflexos lentos. ■ Ter dificuldades para sentar-se ou levantar-se ou de manipulação. ■ Ter apenas uma mão ou não ter mãos. ■ Usar próteses (substitui membros), órteses (auxiliam membros) ou ajudas técnicas. ■ Ter dificuldades para andar, andar lentamente, caminhar com muletas, bengalas, andadores ou outros aparatos ou ter de utilizar cadeira de rodas para se locomover. Obs.: Dinâmica dos “olhos vendados”. Exemplos de instalações de acessibilidade 16 Recomendações a novas edificações Segundo o Censo de 2000, identificou-se 24,5 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o equivalente a 14,5% da população brasileira. Esse é um argumento muito significativo para que o profissional de eventos valorize à realidade dos portadores de deficiência, e atender a normas legais vigentes. Principais recomendações: ■ Projetar ou adaptar edificações para receber todos cidadãos, incluindo as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. ■ Incluir todos os custos à acessibilidade no primeiro orçamento previso para a edificação. 17 Adequações em edificações existentes Há situações em que serão necessárias intervenções com custo elevado, como por exemplo: reformas, adaptações, pinturas, etc. Há, porém, diversos aspectos que não necessitam vultuosos investimentos para adequar a acessibilidade em edificações. Exemplo de adequações de acessibilidade em edificações existentes: ■ Promover autonomia. ■ Disponibilizar banheiros adaptados. ■ Disponibilizar vagas de estacionamento ou embarque e desembarque. ■ Considerar todas as pessoas nos Planos de Emergência. 18 Desenho Universal (1/2) Para um ambiente construído (edificação ou área urbana) alcançar o status de agradável e cômodo, existem alguns princípios a considerar. De modo resumido, esse ambiente deve: ■ Possibilitar a chegada a todos os lugares, inclusive aos edifícios públicos e privados. ■ Possibilitar a entrada em todos os edifícios públicos e privados. ■ Possibilitar a utilização de todas as instalações públicas e privadas e dos espaços externos em que elas se inserem. 19 Desenho Universal (2/2) A aplicação desses quesitos, em consonância com a manutenção da autonomia e da segurança do usuário, assegurará a mobilidade, a acessibilidade e o pleno uso do ambiente para o perfeito desenvolvimento das atividades dos indivíduos. Esses princípios devem ser considerados desde o momento do planejamento dos projetos até a execução das obras de edificações e dos ambientes urbanos, a fim de possibilitar uma mobilidade sustentável, expressão que resume e define as políticas que visam garantir a eficiência das cidades e espaços públicos sem abrir mão do respeito aos interesses coletivos. Norma NBR 15575 Norma de desempenho A cada dia a denominada norma "Edificações Habitacionais - Desempenho" (ABNT NBR 15575) vem sensibilizando os profissionais da construção civil para a necessidade de sua aplicação. Conforme indicado na introdução da NBR 15575, essa norma tem foco nas exigências do usuário, o que altera sobremaneira o que se espera do resultado final dos profissionais agentes da construção civil. “A abordagem desta Norma explora conceitos que muitas vezes não são considerados em Normas prescritivas específicas, como, por exemplo, a durabilidade dos sistemas, a manutenibilidade da edificação e o conforto tátil e antropodinâmico dos usuários”. Habitabilidade (item 4.3 da Norma 15575) Parte da norma técnica traz o seguinte texto: “As exigências do usuário relativas à habitabilidade são expressas pelos seguintes fatores: ■ estanqueidade (item 10); ■ desempenho térmico (item 11); ■ desempenho acústico (item 12); ■ desempenho lumínico (item 13); ■ saúde, higiene e qualidade do ar (item 15); ■ funcionalidade e acessibilidade (item 16); ■ conforto tátil e antropodinâmico (item 17)”. Funcionalidade e acessibilidade (1/3) Item 16.1. Altura mínima de pé direito Requisito. Apresentar altura mínima de pé-direito dos ambientes da habitação compatíveis com as necessidades humanas. Critério. A altura mínima de pé-direito não pode ser inferior a 2,5 m. Item 16.2. Disponibilidade mínima de espaços para uso e operação da habitação. Requisito. Apresentar espaços mínimos dos ambientes da habitação compatíveis com as necessidades humanas. Critério. Para os projetos de arquitetura de unidades habitacionais, sugere-se prever no mínimo a disponibilidade de espaço nos cômodos do edifício habitacional para colocação e utilização dos móveis e equipamentos-padrão listados no Anexo G de caráter informativo. Funcionalidade e acessibilidade (2/3) Item 16.3. Continuação. Premissas de projeto. O projeto deve prever para as áreas comuns e, quando contratado, também para as áreas privativas, as adaptações que normalmente referem-se a: a) acessos e instalações; b) substituição de escadas por rampas; c) limitação de declividades e de espaços a percorrer; d) largura de corredores e portas; e) alturas de peças sanitárias; f) disponibilidade de alças e barras de apoio. Funcionalidade e acessibilidade (3/3) Item 16.3. Adequação para pessoas com deficiências físicas ou pessoas com mobilidade reduzida. Requisito. A edificação deve prever o numero mínimo de unidades para pessoas com deficiência física ou com mobilidade reduzida estabelecido na legislação vigente, e estas unidades devem atender aos requisitos da NBR 9050. As áreas comuns devem prever acesso a pessoas com deficiência física ou com mobilidade reduzida e idosos. Critério. As áreas privativas devem receber as adaptações necessárias para pessoas com deficiência física ou com mobilidade reduzida nos percentuais previstos na legislação, e as áreas de uso comum sempre devem obedecer ao que estabelece a ABNT NBR 9050. Conforto tátil e antropodinâmico (1/3) Item 17.1. As diretrizes para verificação das exigências dos usuários com relação a conforto tátil e antropodinâmico são normalmente estabelecidas nas respectivas Normas prescritivas dos componentes, bem como nas ABNT NBR 15575-2 (sistemas estruturais) a ABNT NBR 15575-6 (sistemas hidrossanitários). No caso de edifícios habitacionais destinados aos usuários com deficiências físicas e pessoas com mobilidade reduzida (PMR), os dispositivos de manobra, apoios, alças e outros equipamentos devem obedecer às prescrições da ABNT NBR 9050. Conforto tátil e antropodinâmico (2/3) Item 17.2. Conforto tátil e adaptação ergonômica. Requisito. Não prejudicar as atividades normais dos usuários, dos edifícios habitacionais, quanto ao caminhar, apoiar, limpar, brincar e semelhantes.Não apresentar rugosidades, contundências, depressões ou outras irregularidades nos elementos, componentes, equipamentos e quaisquer acessórios ou partes da edificação. Critério. Os elementos e componentes da habitação (trincos, puxadores, cremonas, guilhotinas etc.) devem ser projetados, construídos e montados de forma a não provocar ferimentos nos usuários. Relativamente às instalações hidrossanitárias, devem ser atendidas as disposições da ABNT NBR 15575-6. Os elementos e componentes que contam com Normalização específica (portas, janelas, torneiras e outros) devem ainda atender às exigências das respectivas Normas. Conforto tátil e antropodinâmico (3/3) Item 17.3. Adequação antropodinâmica de dispositivos de manobra. Requisito. Apresentar formato compatível com a anatomia humana. Não requerer excessivos esforços para a manobra e movimentação. Critério. Os componentes, equipamentos e dispositivos de manobra devem ser projetados, construídos e montados de forma a evitar que a força necessária para o acionamento não exceda 10 N nem o torque ultrapasse 20 Nm. Conforto espacial Qualidade do espaço de uso Essa “introdução” apresentada pretendeu situar os aspectos norteadores do denominado conforto espacial, tecnicamente identificado por conforto tátil e antropodinâmico. Conforto espacial em edificações O conforto espacial é efetivado a partir dos seguintes aspectos: Dimensionamento de: ■ Espaços de uso. ■ Espaços de circulação horizontal: - Acessibilidade física. - Por meio de equipamentos e instalações específicas (veículos, esteiras rolantes horizontais. ■ Espaços de circulação vertical: - Escadas fixas. - Rampas. - Plataformas elevatórias. - Escadas rolantes. - Esteiras rolantes inclinadas. - Elevadores. Topologia. Dimensionamento de espaços: espaços de uso Forma e tamanho de ambientes “Os edifícios são construídos para pessoas, para serem habitados por elas”. “Em cada processo projetual” de edificações “as dimensões e os movimentos do corpo humano são os determinantes da forma e tamanho dos equipamentos, mobiliário e espaço, ou pelo menos deveriam ser” (BOUERI, 1991, p. 1.1). A partir de conceitos, sobretudo de Antropometria e Ergonomia, o projetista irá propor a organização do espaço da edificação. Espera-se que o resultado desse processo seja a percepção positiva de conforto tátil e antropodinâmico pelo usuário da edificação. Espaço de uso ou espaço de atividades é a área necessária para se realizar uma atividade, ou o espaço necessário para se utilizar um mobiliário, ou uma peça sanitária ou um eletrodoméstico de modo adequado do ponto de vista ergonômico e antropométrico (LAPETINA, 2007). Espaços de uso No mercado mobiliário (de móveis, mobília) há uma variação extensa de dimensões e de modelos de mobiliário, o que condiciona o espaço ocupado pelo móvel e seu espaço de uso, além de combinar e compartilhar o espaço com outros móveis. A usabilidade do móvel, portanto, está relacionada às restrições espaciais do projeto arquitetônico da edificação. Por exemplo: cinco centímetros a mais ou a menos ocasionam diferenças decisivas na escolha do mobiliário, pois, uma cama de casal poderia não proporcionar um uso adequado ou até mesmo não caber em um determinado dormitório (ORNSTEIN, BENEVENTE e FERREIRA, 2006, p. 2). Panero e Zelnik (1/2) Uma referência bibliográfica relevante nesse contexto é dos autores Julius Panero e Martin Zelnik que publicaram em 1979 o "Dimensionamento humano para espaços interiores", que é um livro de consulta e referência para projetos. Segundo os autores, "com poucas exceções, a maior parte dos padrões de referência simplesmente não estão baseados em dados antropométricos suficientemente fundamentados”. “A dimensão física geralmente envolve problemas de espaço livre e alcance, enquanto a dimensão visual envolve o campo de visão nos planos horizontal e vertical. Ambas são funções diretas ou indiretas das dimensões humanas e da variação de articulações motoras”. Panero e Zelnik (2/2) Ainda, segundo os autores, "a falta de sensibilidade em relação às dimensões humanas, no projeto de vários componentes de espaços interiores, pode ocasionar não apenas o desconforto ao usuário, mas também, em alguns casos, lesões corporais e até mesmo a morte". Exemplo de espaço de uso: cozinha (1/2) . Exemplo de espaço de uso: cozinha (2/2) . Exemplo de espaço de uso: sanitário Ao se definir o arranjo físico de um banheiro, é possível determinar as relações constantes entre espaços de atividades definidos para cada item quando são combinados em uma disposição de banheiro. Escritórios coletivos (1/2) Nos escritórios coletivos, tanto quanto nos privativos, a interface entre o usuário sentado e a mesa é da maior importância. A qualidade da interface entre estação de trabalho e usuário é determinante no grau de conforto e bem-estar do grupo de funcionários e na eficiência de produção dentro daquele espaço. Escritórios coletivos (2/2) Dimensionamento de espaços: de circulação horizontal Circulação horizontal (1/2) Na circulação horizontal deve-se garantir que qualquer pessoa possa se movimentar, no pavimento onde se encontra, com total autonomia e independência. Para isso, os percursos devem estar livres de obstáculos, atender às características referentes ao piso e apresentar dimensões mínimas de largura na circulação. Para o deslocamento de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida é necessário prever áreas de rotação e de aproximação, possibilitando assim a livre circulação e total utilização do espaço construído. Circulação horizontal (2/2) Segundo Panero e Zelnik, espaços de circulação horizontal podem incluir corredores de edifícios públicos, de larguras variando entre 152,4 a 365,8 cm, áreas de pedestres, praças em ambientes fechados, grandes áreas de circulação e saguões de passageiros em terminais de transporte. O planejamento dessas áreas pode ser bastante complexo, envolvendo fatores como fluxo e volume, tempo e distância, velocidade de movimento das pessoas, comprimento de filas. Em geral, são requisitados os serviços de um especialista em planejamento de áreas de pedestres para o projeto dos espaços maiores. Espaços públicos - Corredores Na circulação de pedestres, o corpo humano deve servir como elemento básico de medida e o tamanho de uma pessoa de grandes dimensões, como modelo, no estabelecimento de espaços livres. Segundo Panero e Zelnik: Diretrizes de projeto – Corredores As circulações horizontais, acessos e saídas de emergência devem atender às normas técnicas da ABNT; aos códigos de edificações municipais e ao Decreto Estadual nº 46.076 do Corpo de Bombeiros. As saídas de emergência devem atender à Instrução Técnica nº 11/01 - Corpo de Bombeiros. As circulações em um mesmo nível, de utilização privativa, em uma unidade residencial, terão largura mínima de 80 cm sem limitação de comprimento. As circulações de uso comum terão largura mínima de 1,20 m para os primeiros 10 m de comprimentos contados a partir do eixo da caixa de escada de uso comum ou escape. Para as distâncias maiores de 10 m, acrescentar 2 cm na largura em cada metro excedente. Rotas de acesso e circulações (1/2) Critérios a serem considerados: ■ Os pisos devem ser constituídos de material impermeável, resistente à tráfego intenso, serem regulares, contínuos, estáveis e antiderrapantes, sob qualquer condição climática. ■ As circulações devem estar livres de barreiras arquitetônicas e de obstáculos que impeçam ou dificultem o deslocamento de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. ■ Evitar a execução de desníveis nas áreas de circulação, porém se estes forem necessários prever solução em rampas conforme NBR 9050 garantindo acessibilidade às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida a todos os ambientes(ver também: Circulação Vertical). Rotas de acesso e circulações (2/2) ■ Prever áreas de manobra para cadeira de rodas nas circulações internas e externas com dimensões mínimas de 1,50x1,50m de modo a permitir o giro de 360º. ■ Prever área de aproximação (espaço adicional mínimo de 0,60m contíguo aos vãos das portas) para abertura das portas por usuários de cadeiras de rodas ou pessoas com mobilidade reduzida. Prefeitura de São Paulo A circulação interna das edificações deve atender a tabela abaixo: Prefeitura de São Paulo - Desníveis Em edificações os desníveis: ■ devem ser evitados em rotas acessíveis. ■ com até 5 mm não necessitam de tratamento. ■ entre 5 mm e 15 mm devem ser tratados como rampa com inclinação máxima de 1:2 (50%) ■ superiores a 15 mm devem atender aos requisitos de rampas e degraus. Prefeitura de São Paulo - Pisos Os pisos em edificações devem atender às seguintes características: ■ possuir superfície regular, firme, contínua, antiderrapante (sob quaisquer condições climáticas) e livre de barreiras ou obstáculos. ■ inclinação transversal da superfície de no máximo 2% para pisos internos e máxima de 3% para pisos externos. ■ as juntas de dilatação e grelhas, quando necessárias, devem estar embutidas no piso transversalmente à direção do movimento, com vãos máximos de 1,5 cm entre as grelhas e preferencialmente instaladas fora do fluxo principal de circulação. ■ os capachos devem estar embutidos no piso, não ultrapassando 0,5 cm de altura. ■ os carpetes ou forrações devem estar firmemente fixados no piso para evitar dobras ou saliências. Sinalização tátil de piso (1/2) A sinalização tátil no piso funciona como orientação às pessoas com deficiência visual ou baixa visão no percurso das rotas acessíveis. Esta sinalização pode ser de alerta ou direcional. A sinalização de alerta deve ser utilizada na identificação de início e término de rampas, escadas fixas, escadas rolantes, junto à porta dos elevadores e desníveis de palco ou similares, para indicar risco de queda. O dimensionamento deve estar de acordo com a figura, com altura dos relevos entre 3 mm e 5 mm. Sinalização tátil de piso (2/2) A sinalização tátil direcional deve: ■ ser instalada no sentido do deslocamento. ■ ter larguras entre 0,20 e 0,60 m. ■ ser utilizada como referência para o deslocamento em locais amplos, ou onde não houver guia de balizamento. ■ atender ao dimensionamento da figura 17, com altura dos relevos entre 3 e 5 mm. Ambos os pisos (de alerta e direcional) devem ter coloração contrastante com o piso do entorno. Dimensionamento de espaços de circulação vertical: escadas fixas Escadas fixas (1/3) As escadas fixas devem garantir: ■ largura livre mínima recomendada de 1,50 m e admissível de 1,20 m. ■ patamar de 1,20 m de comprimento no sentido do movimento, a cada 3,20 m de altura ou quando houver mudança de direção. ■ piso tátil para sinalização, com largura entre 0,25 m e 0,60 m, afastado no máximo 0,32 m do limite da mudança do plano e localizado antes do início e após o término da escada. O piso tátil servirá como orientação para as pessoas com deficiência visual em sua locomoção. Escadas fixas (2/3) ■ faixa de sinalização em cor contrastante em todos os degraus. ■ não utilizar degraus com espelhos vazados nas rotas acessíveis. ■ o primeiro e o último degraus de um lance de escada a uma distância mínima de 0,30 m do espaço de circulação. Dessa forma, o cruzamento entre as circulações horizontal e vertical não é prejudicado. ■ inclinação transversal máxima admitida de 1%. Escadas fixas (3/3) . Fórmula de Blondel para escadas (1/2) Quando você sobe ou desce uma escada você entra no “modo automático” na qual você não precisa ficar raciocinado “primeiro o pé direito, depois o pé esquerdo, agora o pé direito…”. Para que isso aconteça o dimensionamento dos degraus deve ser realizado de forma que exista uma relação de profundidade e altura, que é onde entra a fórmula de Blondel. Essa fórmula foi desenvolvida por Nicolas François Blondel que nada mais é do que a energia dispendida para subir e descer escadas. Blondel observou que o passo de uma pessoa em marcha normal varia de 63 a 64 cm e ao subir uma escada a pessoa diminui o passo de acordo com a altura do degrau. Fórmula de Blondel para escadas (2/2) A conclusão de Blondel foi de que cada vez que o degrau aumenta 1 cm o passo diminui 2 cm, sendo essa a dimensão de uma escada confortável, onde o esforço dispendido para subir uma escada deve ser o mais próximo possível do dispendido para uma caminhada no plano horizontal. Com isso chega-se ao dimensionamento dos degraus de uma escada onde um espelho (altura do degrau) deve ficar entre 16 e 18 cm e o piso (pisada ou profundidade do degrau) tem que ter no mínimo 25 cm. NBR 9050 Acessibilidade em edificações Ao utilizar a fórmula de Blondel deve-se tomar um cuidado importante que é atender as normas de segurança da ABNT. A norma NBR 9050 (Acessibilidade em edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos) orienta utilizar a fórmula de Blondel, porém, não qualquer resultado da fórmula. Como a fórmula trabalha com um sistema de proporção/conforto o dimensionamento do piso e do espelho pode variar, porém, segundo a norma, pode-se utilizar valores que fiquem dentro do resultado indicado no próximo slide. Características da escada pela NBR 9050 Segundo a NBR 9050: ■ Uma sequência de três degraus ou mais é considerada escada. ■ As dimensões dos pisos e espelhos devem ser constantes em toda a escada ou degraus isolados. Para o dimensionamento, devem ser atendidas as seguintes condições: a) 0,63 m ≤ p + 2e ≤ 0,65 m, b) pisos (p): 0,28 m ≤ p ≤ 0,32 m e c) espelhos (e): 0,16 m ≤ e ≤ 0,18 m; ■ A largura das escadas deve ser estabelecida de acordo com o fluxo de pessoas, conforme ABNT NBR 9077. A largura mínima para escadas em rotas acessíveis é de 1,20 m, e deve dispor de guia de balizamento. Corrimãos (1/4) Definidos em normas, os padrões para corrimãos garantem segurança e mobilidade, auxílio para impulso e orientação para as pessoas com deficiência visual. Os corrimãos devem garantir: ■ seção conforme a figura. ■ prolongamento mínimo de 0,30 m no início e no término de escadas e rampas. Corrimãos (2/4) ■ acabamento recurvado nas extremidades, para maior segurança das pessoas. ■ altura de 0,92 m do piso, medidos da geratriz superior para corrimão em escadas fixas e degraus isolados. ■ alturas associadas de 0,70 m e de 0,92 m do piso, medidos da geratriz superior, para corrimão em rampas; a primeira altura é destinada principalmente ao uso de pessoas em cadeiras de rodas no caso de rampas.. Corrimãos (3/4) ■ instalação obrigatória nos dois lados de escadas fixas, degraus isolados e rampas (eles devem ser contínuos). ■ instalação central em escadas e rampas somente quando estas tiverem largura superior a 2,40 m. Os corrimãos centrais podem ser interrompidos quando instalados em patamares com comprimento superior a 1,40 m; neste caso, garante-se o espaçamento mínimo de 0,80 m entre o término de um segmento de corrimão e o início do seguinte para a passagem de uma pessoa. Corrimãos (4/4) . Guia de balizamento A guia de balizamento pode ser de alvenaria ou outro material alternativo, com a mesma finalidade, com altura mínima de 5 cm. Deve atender às especificações da figura e ser garantida em rampas e em escadas. Guarda-corpo O guarda-corpo é um elemento de proteção de proteção, a meia altura, em forma de gradil ou alvenaria e que protege as faces laterais de escadas, terraços, balcões, rampas, varanda, sacadas, vãos, etc., em função de desníveis de piso ou ambientes elevados. Dimensionamento de espaços de circulação vertical: rampas Rampas (1/2) As rampas devem garantir: ■ largura livre recomendada de 1,50 m, sendoadmissível a largura mínima de 1,20 m. ■ quando não existirem paredes laterais, as rampas devem possuir guias de balizamento com altura mínima de 0,05 m executadas nas projeções dos guarda-corpos. ■ patamares no início e final de cada segmento de rampa com comprimento recomendado de 1,50 m e mínimo admitido de 1,20 m, no sentido do movimento. Rampas (2/2) ■ piso tátil de alerta para sinalização, com largura entre 0,25 m e 0,60 m, distante no máximo a 0,32 m da mudança de plano e localizado antes do início e após o término da rampa. O piso tátil servirá como orientação para as pessoas com deficiência visual em sua locomoção. ■ inclinação transversal de no máximo 2% em rampas internas e 3% em rampas externas. ■ deverão existir sempre patamares próximos a portas e bloqueios. 71 Panero e Zelnik As rampas são elementos importantes de acesso para deficientes. Patamares devem ser previstos em todos os pontos de mudança de direção nas rampas e nos pontos de entrada e saída. Prefeitura de São Paulo – Rampas Vista superior da rampa: Vista lateral da rampa: Rampas: inclinação segundo a norma A Norma define rampa como qualquer superfície com inclinação igual ou superior a 5%. A inclinação de uma rampa é dada pela fórmula: A Norma estabelece limites de altura máximos a serem vencidos por cada seguimento de rampa, em função de sua inclinação.: i: inclinação em porcentagem h: altura do desnível c: comprimento Dimensionamento de espaços de circulação vertical: equipamentos eletromecânicos Transporte mecânico dentro de edificações Os equipamentos mecânicos para o deslocamento de pessoas hoje são um aspecto essencial do projeto de qualquer edificação grande e envolvem um consumo de energia considerável, além da instalação de geradores de energia de segurança, para o aso de faltar eletricidade. Antes da disponibilização geral dos sistemas confiáveis e seguros dos quais atualmente se dispõe, a altura dos prédios era restrita ao número de pavimentos que os indivíduos se sujeitavam a subir usando escadas. É interessante observar que os sistemas mecânicos muitas vezes envolvem a escolha entre as vantagens e desvantagens de fazer o transporte de um número pequeno de usuários de modo muito rápido (com baixo movimento total da população) ou o transporte de um grande número de usuários de modo mais lento (com alto movimento total de população). Equipamentos eletromecânicos Os equipamentos eletromecânicos são uma alternativa para garantir a circulação vertical acessível a todas as pessoas. Em edifícios de uso público, por exemplo, os equipamentos que proporcionem maior autonomia, como elevadores e plataformas, devem ser utilizados para que a pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida possa se locomover sem auxílio de terceiros. Tipos de equipamentos eletromecânicos utilizados em edificações: ■ Plataforma elevatória. ■ Elevadores. ■ Escadas rolantes. ■ Esteiras rolantes. Dimensionamento de espaços de circulação vertical: equipamentos eletromecânicos - plataformas elevatórias Plataformas elevatórias (1/2) As plataformas podem ser utilizadas nos planos vertical ou inclinado. Como não é normalizado pela ABNT, o equipamento deve atender as seguintes normas técnicas internacionais: ISO 9386-1/2000, para plataforma de elevação vertical. Deve-se garantir que: ■ as dimensões mínimas sejam 0,80 m X 1,25 m (privado) e 0,90 m X 1,40 m (público) ■ a projeção do seu percurso esteja sinalizada no piso. Plataformas elevatórias (2/2) ■ a plataforma não obstrua a escada. Neste caso, usa-se a plataforma basculante. ■ as portas ou barras não sejam abertas se o desnível entre a plataforma e o piso for superior a 7,5 cm*. ■ o Símbolo Internacional de Acesso – SIA esteja visível em todos os pavimentos para indicar a existência da plataforma móvel. Percurso vertical da plataforma elevatória O equipamento deve ser utilizado: ■ para vencer desníveis de até 2,00 m em edificações de uso público ou coletivo e até 4,00 m em edificações de uso particular, com fechamento contínuo até 1,10 m do piso. ■ para vencer desníveis de até 9,0 m em edificações de uso público ou coletivo, somente com caixa enclausurada. ■ quando houver passagem através de laje, caixa enclausurada obrigatória. Dimensionamento de espaços de circulação vertical: equipamentos eletromecânicos - elevadores Normas (1/2) A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) emitiu as seguintes normas sobre Elevadores Elétricos, Escadas Rolantes e Esteiras Rolantes: Elevadores Elétricos - Terminologia (Norma NBR-5666). Define os termos empregados em instalações de Elevadores Elétricos. Elevadores Elétricos de Passageiros - Requisitos de segurança para construção e instalação (Norma NBR NM-207). Editada em novembro de 1999 esta norma cancela e substitui a NBR-7192 passando a ter vigência a partir de 30-12-1999. Trata de requisitos de segurança relativos a elevadores elétricos de passageiros e estabelece as regras mínimas para instalação de elevadores nos edifícios/construções. Normas (2/2) Cálculo de Tráfego nos Elevadores - Procedimento (Norma NBR-5665). Fixa as condições mínimas que devem ser observadas no cálculo de tráfego das instalações de elevadores de passageiros. Projeto, Fabricação e Instalação de Escadas Rolantes e Esteiras Rolantes - Procedimento (Norma NBR-NM 195). Fixa as condições mínimas a serem observadas na elaboração do projeto, na fabricação e na instalação de escadas e esteiras rolantes. Várias leis federais, estaduais ou municipais, em especial os códigos de obras, fazem exigências adicionais, complementando as normas existentes e sempre obedecendo pelo menos aos seus requisitos mínimos. Esquema: com casa de máquinas (1/2) A cabina é montada sobre uma plataforma, em uma armação de aço constituída por duas longarinas fixadas em cabeçotes (superior e inferior). O conjunto cabina, armação e plataforma denomina-se carro. O contrapeso consiste em uma armação metálica formada por duas longarinas e dois cabeçotes, onde são fixados pesos (intermediários), de tal forma que o conjunto tenha peso total igual ao do carro acrescido de 40 a 50% da capacidade licenciada. Tanto a cabina como o contrapeso deslizam pelas guias (trilhos de aço do tipo T), através de corrediças. As guias são fixadas em suportes de aço, os quais são chumbados em vigas, de concreto ou de aço, na caixa (caixa de elevadores). Esquema: com casa de máquinas (2/2) Projeto de elevador com casa de máquinas. Esquema: sem casa de maquinas (1/2) A construção de edifícios sem casa de máquinas para instalação de elevadores se tornou possível para edifícios residenciais de médio porte e edifícios comerciais de pequeno porte e tráfego. Os equipamentos de tração passam a ser instalados na parte extrema superior da caixa enquanto os dispositivos de comando se distribuem pela cabina, botoeiras de chamadas dos pavimentos e interior do batente da porta do último pavimento. Esquema: sem casa de maquinas (2/2) Nestas instalações o contrapeso está localizado normalmente ao lado, na caixa. Obra civil É formado por Casa de Máquinas, Caixa e Poço. Cálculo da lotação da cabina A relação entre a lotação e a área útil da cabina é dada pela tabela. Importante: - A lotação da cabina é calculada à razão de 75 kg por pessoa. - O carro é dimensionado para receber carga uniformemente distribuída, em carregamento gradual. Dimensionamento de espaços de circulação vertical: equipamentos eletromecânicos - escadas e esteiras rolantes Como funciona uma escada rolante? É um sistema no qual degraus são deslocados em um circuito fechado sobre um plano inclinado e a força necessária é oriunda de um motor de acionamento. Esse motor aciona, por meio de correntes, um conjunto de degraus interligados e o conjunto do corrimão. Essesistema é projetado num plano inclinado e sustentado por uma estrutura metálica rígida treliçada. O sistema de guiamento dos degraus é fabricado sobre esta treliça. Os degraus guiados são dispostos por meio de um ciclo sem fim. O conceito apresentado acima é bastante simplificado. A escada rolante, em todos os seus subsistemas, é um equipamento complexo e que abriga diversificada tecnologia. Assim como em qualquer equipamento, pesquisadores especialistas na área de transporte vertical atualizam componentes e novas funcionalidades são apresentadas a cada novo estudo. Escadas rolantes (1/6) Escadas rolantes são, em última análise, escadas móveis, mas nas quais se espera que as pessoas fiquem paradas em um degrau, enquanto este se desloca. Por essa razão, as dimensões dos degraus (pisos e espelhos) não são determinados pelos mesmos critérios empregados nas escadas normais. Esse também é o motivo pelo qual subir uma escada rolante parada é mais difícil do que fazê-lo em uma escada convencional. Dependendo do projeto (velocidade e largura) as escadas rolantes podem transportar mais de 10 mil pessoas por hora. Escadas rolantes (2/6) O formato padrão de uma escada rolante é determinado por uma treliça de aço que compõe a estrutura de sustentação da escada, unindo dois pavimentos. Os degraus individuais de uma escada rolante têm seção quase triangular e são conectados a duas guias diferentes, que formam um circuito e determinam a posição relativa da cada degrau, além do movimento. Uma das guias faz parte do mecanismo de força (a corrente), à qual a borda de ataque do degrau é conectada em cada um de seus lados, fazendo o degrau ser puxado pelo circuito. Escadas rolantes (3/6) A borda inferior simplesmente acompanha, tendo dois rodízios instalados sobre uma guia. Esse movimento acompanha o da corrente acionadora, mas alternar a posição relativa do trilho em relação à corrente acionadora inverte o sentido da escada rolante. Escadas rolantes (4/6) Alternando-se o espaço entre os dois ciclos, os degraus são mantidos na horizontal ao longo do deslocamento e, quando termina a inclinação no topo e na base da escada rolante, os espelhos dos degraus tombam sob os pisos. Esse processo é assistido por meio de uma série de encaixes nos quais cada degrau se conecta com o seguinte em um sistema tipo macho e fêmea. Escadas rolantes (5/6) Uma escada rolante é acionada por um motor elétrico acomodado dentro da treliça de sustentação, cuja marcha sincroniza o movimento da corrente acionadora com o do corrimão, para mantê-lo alinhado com os degraus. O corrimão nada mais é que uma esteira revestida de borracha sintética que acompanha o percurso dos degraus, embora seja desvinculada do mecanismo principal de acionamento dos degraus. Escadas rolantes (6/6) Considerações para o projeto e a construção de uma escada rolante: - Deve-se deixar uma área de piso desobstruída de profundidade equivalente ao dobro do comprimento dos degraus e de largura igual à da escada rolante mais 100 mm de cada lado. - O pé-direito mínimo de 2.130 mm (medido na vertical, em relação à linha de inclinação) deve ser mantido ao longo de todo o percurso. - O corrimão deve ficar, no mínimo, a uma distância de 100 mm na horizontal e 25 mm na vertical de qualquer superfície adjacente. - Todas as superfícies de piso conectadas devem ser contínuas e qualquer desnível abrupto não pode ser superior a 6 mm. Como funciona uma esteira rolante? Em resumo, uma esteira rolante é um equipamento que realiza o transporte de pessoas e cargas por meio de um plano horizontal ou inclinado que se desloca devido ao acionamento de um motor conectado ao sistema. São equipamentos similares às escadas rolantes com a diferença de que, em toda a extensão, a superfície de deslocamento permanece plana (horizontal ou inclinada). Existem dois tipos básicos de esteiras rolantes: com paletes e com cinta (lona de deslocamento). Apesar da semelhança com escadas rolantes, nas esteiras não há degraus e a superfície de deslocamento deve se manter plana durante todo o percurso uma vez que os usuários podem ficar parados ou se deslocar e, ainda, conduzir objetos móveis, como carrinhos de compras, por exemplo. Esteiras rolantes (1/3) Pode-se considerar que as esteiras rolantes (ou esteiras rolantes mecânicas para passageiros) têm as mesmas características de projeto e desempenho que as escadas rolantes, transportando quantidade similares de pessoas e sujeitando-se a velocidades e sistemas mecânicos também semelhantes. Esteiras rolantes (2/3) O modelo apresentado tem capacidade de 7.200 pessoas por hora. Os sistemas atuais têm capacidade de até 8.000 pessoas por hora. velocidade de funcionamento varia entre 0,45 a 0,6 m/s. Largura livre da esteira: entre 1.000 e 1400 mm. Uma esteira rolante mecânica para passageiros pode ser plana ou ter inclinação de: - até 12° para receber carrinhos de bebê, carrinhos de supermercado, etc., ou - ter entre 15° a 18° de inclinação em instalações especiais. Esteiras rolantes (3/3) Geralmente apresentam-se de duas formas: palete e contínua. O tipo com paletes é simplesmente uma escada rolante em nível na qual os degraus individuais (paletes) correm na horizontal (ou ficam inclinados, conforme necessário). Esse tipo de esteira rolante de fato apresenta uma vantagem, devido à interconexão criada pelos sulcos maiores entre os degraus, o que permite que a velocidade varie ao longo do trajeto. Nos pontos de embarque e desembarque de passageiros, os sulcos se fecham sob uma velocidade inferior, mas essa aumenta na porção intermediária do percurso. O segundo tipo de esteira rolante é composto por uma esteira transportadora contínua de cintas de metal ou borracha que corre sobre roletes. Vantagens Escadas e esteiras rolantes (com complemento de elevadores), asseguram um fluxo de tráfego ininterrupto. É possível estabelecer combinações, de acordo com os requisitos de cada cliente. Vantagens das escadas e esteiras rolantes: • São convidativas, com seus degraus e pallets móveis. • Ajudam a canalizar os fluxos de passageiros. • Exibem uma elevada capacidade de transporte. • Transportam as pessoas de modo contínuo. • Asseguram que todos os andares sejam frequentados de modo uniforme. Requisitos de transporte vertical Em princípio, as esteiras rolantes devem ser instaladas sempre que é preciso transportar carrinhos de compras ou bagagem. Para determinar os requisitos de transporte (pessoas por hora), é preciso levar em conta os seguintes parâmetros: • Tipo do edifício (escritórios, shopping centers, cinemas, estações de metrô, aeroportos; tráfego em um só sentido, tráfego nos dois sentidos; edifícios com uma só atividade ou várias atividades diferentes). • Horários de pico de tráfego (horários de início e final de expediente dos escritórios). • Fator populacional com base na área úti. • Taxa de rotatividade dos clientes por andar em lojas de departamentos. • Nível de conforto do transporte desejado em cada unidade (sem aglomeração, conveniente, com aglomeração). Capacidades teórica e efetiva (1/2) As capacidades teóricas de transporte dependem da largura e da velocidade das escadas rolantes. A capacidade efetiva de transporte situa-se entre 40 e 80% da capacidade teórica de transporte, dependendo da densidade de usuários e da largura dos degraus. A capacidade das esteiras rolantes é calculada de forma correspondente, levando em conta o transporte dos carrinhos de compras ou bagagem. Capacidades teórica e efetiva (2/2) . Inclinação adequada: escadas rolantes (1/2) Inclinações de 30° e 35° representam o padrão internacional para escadas rolantes. Inclinação de 30°. Essa inclinação proporciona o maior conforto de deslocamento e máxima segurança para o usuário. Inclinaçãode 35°. A escada rolante de 35° é a solução mais eficiente, pois requer menos espaço e pode ser implementada de forma mais econômica. No entanto, essa inclinação dá a sensação de ser muito íngreme em desníveis superiores a 5 metros (particularmente no movimento de descida). De acordo com a norma EN 115, a inclinação de 35° não é admissível no caso de desníveis superiores a 6 metros. Além disso, tal inclinação não é permitida nos países que adotam a norma ANSI americana. Inclinação adequada: escadas rolantes (2/2) Inclinação adequada: esteiras rolantes Inclinações de 10°, 11° e 12° representam o padrão internacional comum para esteiras rolantes inclinadas. Os usuários consideram a inclinação de 10° como a de movimento mais confortável. Utiliza-se a inclinação de 12° sempre que o espaço disponível é limitado. Em geral, é possível fornecer esteiras rolantes horizontais com inclinações entre 0° e 6°. Larguras de escadas rolantes As escadas rolantes são oferecidas com larguras de 600, 800 e 1000 mm para os degraus. O degrau mais utilizado é o de 1000 mm, pois ele oferece um acesso desimpedido à área dos pés, mesmo com bagagem ou sacolas de compras. As outras duas larguras de degraus são empregadas em locais menos frequentados ou onde o espaço é limitado. Velocidade: escadas rolantes (1/2) 0,5 m/s para o fluxo contínuo de clientes Esta é a velocidade ideal para escadas e esteiras rolantes do setor comercial. A combinação de uma capacidade de transporte suficiente, segurança otimizada e requisitos mínimos de espaço converteu essa velocidade em padrão internacional para essa aplicação. Velocidade: escadas rolantes (2/2) 0,60 ou 0,65 m/s para requisitos de transporte intermitente. Esta velocidade é recomendada para o desembarque intermitente de passageiros, tal como ocorre em estações ferroviárias ou de metrô. Ela demonstrou ser adequada também em centros de feiras comerciais. Percursos horizontais mais extensos e curvas de transição maiores são necessários em tais velocidades, a fim de garantir uma segurança e um fator de carga otimizados para a escada ou esteira rolante. Cálculo da capacidade de transporte (1/3) A capacidade de transporte de uma escada rolante (C) em pessoas por minuto pode ser calculada com a seguinte fórmula: C = 60 * V * k * s Onde: V é a velocidade ao longo do percurso inclinado (m/s); k é a densidade média de pessoas (pessoas por degrau); s é o número de degraus por metro (m). Por exemplo: para um espelho de 400 mm, s = 2,5. Cálculo da capacidade de transporte (2/3) A densidade de degraus, em tese, relaciona-se com a largura da escada rolante, e considera-se: - Para 600 mm de largura, k = 1,0. - Para 800 mm de largura, k = 1,5. - Para 1000 mm de largura, k = 2,0. As pessoas não costumam ocupar uma escada rolante até sua capacidade máxima, então, recomenda-se utilizar a metade desses valores. Cálculo da capacidade de transporte (3/3) Um exemplo da tabela indica que um degrau de 1000 mm a uma velocidade de 0,50 m/s transportará 150 pessoas por minuto, mas, na realidade, deve-se considerar que o valor será de 75 pessoas por minuto, ou 4.500 por hora. Larguras de esteiras rolantes (1/2) Os pallets estão disponíveis em larguras de 800 e 1000 mm para as esteiras rolantes inclinadas (de 10° a 12°). A largura mais utilizada é a de 1000 mm. Como as esteiras rolantes com essa largura de pallet são também adequadas para o transporte de carrinhos de compras ou bagagem, elas são utilizadas principalmente em shopping centers e estações de transporte público. Larguras de esteiras rolantes (2/2) Esteiras rolantes com uma largura de 1000 mm são normalmente recomendadas, já que os paletes devem ser 400 mm mais largos que os carrinhos de compras, no caso de esteiras que aceitam tais carrinhos. No caso de esteiras rolantes com inclinações entre 0° e 6°, os pallets estão disponíveis nas larguras de 800, 1000, 1200 e 1400 mm. Nos aeroportos, há uma crescente tendência para o uso de esteiras com largura de 1200 ou 1400 mm, já que tal largura permite que os usuários ultrapassem passageiros com carrinhos de bagagem. Topologia Topologia aplicada a edificações A topologia é um tópico com origens na Matemática, e pode ser aplicada ao contexto de projeto de edificações como contribuição metodológica. Problema das pontes de Königsberg (1/2) O início dos estudos sobre Grafos remonta a Euler (século XVIII), que formulou o primeiro problema do que seria chamada posteriormente de "a Teoria dos Grafos", a partir de uma questão relevante para a arquitetura, mas especificamente ao planejamento urbano. O problema das pontes de Königsberg (atualmente Kaliningrado, Alemanha) na Prússia apresentada a seguinte questão: "Na cidade, cortada pelo rio Nagel, formada por duas margens e duas ilhas centrais unidas por sete pontes, seria possível passar pelas quatro área iniciando em um ponto qualquer, cruzando todas as pontes apenas uma vez e voltar ao ponto inicial?” Problema das pontes de Königsberg (2/2) Tendo como elementos centrais para a resolução do problema as quatro área e as sete pontes, Euler construiu um diagrama simplificado em que as quatro partes da cidade são representadas por pontos e as pontes por linhas unindo esses pontos. Partindo do fato de que para cada ponto da cidade deve haver uma chegada e uma partida e que elas devem ser distintas, pois se deve cruzar uma ponte ou passar por cada linha do grafo uma única vez, só haverá uma rota possível se o número de ligações incidindo em cada um dos pontos for constante. O que não ocorre no caso das pontes de Königsberg e, como Euler demonstrou, o problema não tem solução. Teoria dos Grafos (1/2) Da definição de grafo, dois são seus elementos constituidores, o objeto (vértice) e a relação (aresta), seguidos de um elemento condicional para a sua representação, o espaço euclidiano. Dada a sua característica topológica de guardar relações mesmo que alterada sua forma, os grafos são representações não regidas por condicionantes métricas e formais, penas por relações topológicas entre seus pontos; os vértices podem ser posicionados em qualquer parte do espaço representacional e as curvas não necessitam seguir dimensões fixas, já que a posição no espaço e a dimensão métrica não são relevantes. Teoria dos Grafos (2/2) A forma na representação por grafos é, então, algo secundário, relevante apenas na procura por maior concisão e clareza na transmissão das relações entre objetos. Exemplo de planta baixa A figura mostra um exemplo de bloco de edificação de um condomínio residencial. No caso, são mostrados 4 unidades habitacionais). Exemplo de diagrama de topologia A seguir, tem-se um esquema da topologia das relações entre ambientes de um apartamento da figura do slide anterior. Pode-se notar que o acesso ao apartamento se dá por meio do ambiente sala, e que para se chegar ao ambiente área de serviço deve-se passar pelos ambientes sala, cozinha, circulação e, finalmente, a área de serviço. Exemplo . Exemplo . Exemplo de estudo topológico (1/2) . Exemplo de estudo topológico (2/2) .
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