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03-IPCA-Conforto-Olfativo-Qualidade-do-Ar-e-Salubridade

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Instalações Prediais e Conforto Ambiental
Prof. Marcelo Ferreira
Fatec Tatuapé
Curso Tecnologia em Construção de Edifícios
Disciplina
21-Ago-2018
Conforto olfativo: Qualidade do Ar e Salubridade.
O que é conforto olfativo?
Conforto olfativo está associado aos cheiros e odores detectados 
pelo órgão olfativo do usuário de um ambiente.
Está associado ao bem-estar e ao prazer ou ao mal-estar, podendo 
afetar prejudicialmente a saúde do usuário. 
O conforto olfativo está também relacionado às condições de 
ventilação dos ambientes internos, taxa de renovação de ar 
suficiente em função da atividade dos ambientes, a existências de 
fontes externas e internas de odores indesejáveis, e à adoção de 
soluções para os seus efeitos.
Geralmente, o impacto de um odor resulta na combinação de 
fatores que interagem coletivamente: frequência, intensidade, 
duração e localização. 
Conceitos e definições (1/3)
■ Ar viciado. Mistura gasosa que não apresenta as condições ideais 
de concentrações de poluentes, sejam eles químicos ou biológicos, 
estabelecidas por instituições relacionadas à qualidade do ar interno.
■ Boa qualidade do ar interno. Conjunto de propriedades físicas, 
químicas e biológicas do ar que não apresentem agravos à saúde 
humana.
■ Condicionamento de ar. Processo pelo qual são atribuídas ao ar as 
características desejadas de umidade e temperatura.
■ Edifícios “selados”. Edifícios no qual a troca de ar entre o meio 
interno e o externo é feita quase que exclusivamente através do 
sistema de ventilação forçada ou pelo ar condicionado. Não há 
ventilação natural ou se houver ocorre em pequena quantidade. A 
fachada do mesmo equivale a um envelope, sem janelas, dificultando 
as trocas de ar.
Conceitos e definições (2/3)
■ Qualidade interna do ar. Entendida como o conjunto de 
propriedades químicas (como a ausência de poluentes é impraticável 
em residências e no comércio, entende-se como a manutenção das 
concentrações dos poluentes abaixo dos níveis considerados como 
seguros), físicas (temperatura e umidade adequadas) e biológicas 
(também, manutenção das concentrações ou quantidades de micro-
organismos abaixo dos níveis considerados como seguros) que 
assegurem conforto e segurança à saúde dos usuários.
■ Limpeza relacionada ao ar ambiente. Conjunto de operações 
preventivas que consistem na remoção de sujeiras dos componentes 
do sistema de climatização, evitando, deste modo, sua dispersão pelo 
ambiente externo.
Conceitos e definições (3/3)
■ Manutenção. Atividades técnicas e administrativas destinadas a 
preservar as características de desempenho técnico dos componentes 
ou sistemas de climatização.
■ Ventilação variada. Tipo de ventilação criada por sistemas de 
manuseio de ar que são projetados para condicionar o ar (mantê-lo com 
uma temperatura e umidade constantes) através da variação das taxas 
de entrada/saída para garantir conforto térmico.
■ Ventilação. Quantidade de ar necessária ao controle da umidade e da 
qualidade do ar interno.
Aumento da percepção de conforto
Ambientes construídos originalmente serviam de abrigo contra as 
intempéries.
Com a desenvolvimento do conhecimento do homem sobre o 
ambiente interno e o externo ao edifício, outras exigências foram 
progressivamente sendo adicionadas aos requisitos básicos já 
conhecidos (segurança da edificação e impermeabilidade e/ou 
estanqueidade a chuvas, ventos e neve, por exemplo).
Cada vez mais, a questão do conforto, seja ele térmico, visual, olfativo 
ou auditivo, foi sendo valorizada.
A evolução dos edifícios e o advento da economia de energia 
fizeram estes se tornarem cada vez mais fechados (menos 
permeáveis), paralelamente ao aumento do grau de automatização.
Menor troca de ar exterior-interior
A dependência de controles computadorizados, sistemas forçados 
de ventilação, sistemas de ar condicionado, dentre outros, foi 
crescendo.
Sistemas de ventilação tornaram-se mais sofisticados. com maior 
controle sobre quantidades de ar introduzidas no edifício, 
baseadas unicamente em requisitos de carga térmica nos espaços 
ocupados.
Pode-se dizer que o único critério utilizado, no que diz respeito ao ar 
interior, foi a temperatura e a umidade.
Outros parâmetros envolvendo a qualidade do ar utilizado dentro dos 
edifícios foram, até então, ignorados.
Qualidade do ar interior (IAQ)
Se, por um lado, houve uma preocupação crescente com a economia 
de energia, por outro, a qualidade do ar interno (IAQ, indoor air 
quality) foi deixada de lado.
Controles e avanços nos sistemas automatizados causaram uma 
redução dramática nas perdas de energia nos últimos trinta anos e 
as taxas de infiltração de ar caíram.
O resultado disso é que as concentrações médias dos vários 
poluentes no ar interno aumentaram substancialmente.
Registros externos (dampers) de entrada de ar eram dispostos de 
modo a permitir um mínimo de captação de ar, ou mesmo eram 
fechados para diminuir os gastos com refrigeração.
Poluentes em edificações
Hoje, sabe-se que uma série de poluentes (dentre eles, monóxido de 
carbono, dióxido de carbono, amônia, óxido de enxofre e nitrogênio) 
são produzidos dentro do edifício por:
■ materiais de construção baseados em solventes orgânicos,
■ por materiais de limpeza,
■ bolor (estágio inicial da ação dos fungos),
■ mofo (estágio mais avançado da ação dos fungos),
■ metabolismo humano e 
■ também pelas próprias atividades do homem, como cozinhar 
ou lavar e secar roupas.
Tais poluentes comprometem a saúde e o rendimento do trabalho 
dos usuários
Sick Building Syndrome (SBS)
Alguns edifícios já estão sendo chamados de “doentes”, devido à 
péssima qualidade do ar em seus recintos.
Também foi criada a expressão “Sick Building Syndrome” (SBS), 
caracterizada por um estado doentio transitório dos usuários, já que 
os sintomas normalmente desaparecem quando as pessoas afetadas 
deixam o edifício.
Sua origem está relacionada ao fato de que aqueles com manutenção 
inadequada de suas torres de resfriamento e sistema de ventilação são 
fontes de microorganismos, conforme EPA (Environmental Protection 
Agency, 1991).
São chamados de “doentes” aqueles onde por volta de 20% dos 
usuários (ROBERTSON, 1995), apresentam uma série de sintomas, 
tais como: dor de cabeça, náuseas, cansaço, irritação dos olhos, 
nariz e garganta, falta de concentração, problemas de pele, entre outros.
Building Related Ilness (BRI)
É importante ressaltar que há uma distinção entre a SBS e as doenças 
relativas ao edifício (Building Related Ilness, BRI).
As doenças relacionadas ao edifício estão relacionadas a uma 
infecção verdadeira, e não temporária, dos usuários. Ela pode ser 
detectada por testes de laboratório e é causada por micro-organismos 
como bactérias, vírus e fungos.
Há uma diferença sutil entre SBS e BRI: um edifício que possui a SBS 
não provoca doenças, ele colabora no sentido de agravar males de 
pessoas predispostas ou, como já mencionado, de provocar um estado 
doentio transitório em algumas pessoas. Uma pessoa asmática por 
exemplo, ao entrar em um edifício doente, provavelmente sentirá uma 
irritação no sistema respiratório enquanto permanecer no local.
Já edifícios que possuam a BRI, podem provocar doenças, tais 
como: asma, infecções bacteriológicas, virais ou por fungos.
Ar fresco
No caso do SBS, as queixas são frequentemente resolvidas pelo 
aumento da ventilação, por um controle ou substituição mais efetivos 
das prováveis fontes de poluentes e pela melhoria da manutenção.
Já o BRI é um estágio avançado da SBS.
A sujeira, poeira, umidade e água parada, típicos da manutenção pobre 
que causa a SBS, tornam o local ideal para a reprodução de micro-
organismos
Algumas vezes, o problema da SBS pode ser atenuado simplesmente 
pelo aumento do fornecimento de ar fresco, contudo, este procedimento 
não irá resolver o problema da BRI.
Prevenir a poluição interna
Algunsações podem ser tomadas para prevenir que a poluição 
interna do ar afete a saúde dos usuários:
■ inspecionar o projeto e as práticas de operação dos 
sistemas de ventilação,
■ controlar as taxas de admissão de ar externo, variando-as 
conforme a necessidade e
■ examinar os sistemas de refrigeração, aquecimento e 
umidificação.
Uma segunda etapa consistiria na coleta e análise das 
concentrações de gases nocivos em pontos específicos do edifício.
A última fase seria o monitoramento contínuo do que ocorre no 
mesmo.
Ambiente artificial
Possuir um edifício saudável significa, ao menos, ter uma boa 
qualidade interior do ar, através do uso de adequadas taxas de 
ventilação, de sistemas de automação predial e de um 
monitoramento contínuo das instalações.
Atualmente, há uma estimativa de que grande parte das pessoas, 
principalmente em ambientes urbanos, passa entre 80 e 90% do seu 
tempo dentro de edifícios.
De acordo com PARKER (1993), isto significa que, na maior parte do 
tempo, estamos sujeitos a um ambiente artificial que é modificado 
pelo espaço fechado do edifício. E o que é pior, modificado de 
maneira negativa, já que o problema da qualidade do ar é real e 
crescente.Segundo RAW (1997), sua natureza é difícil de se avaliar, 
pois muitos componentes químicos diferentes estão envolvidos e 
alguns deles não são perceptíveis como, por exemplo, o radônio.
Fatores que afetam a IAQ
A qualidade do ar interno pode ser afetada por:
■ Ventilação.
■ Contaminantes químicos.
■ Contaminantes biológicos.
■ Materiais particulados.
■ Ocupantes do edifício.
■ Outros contaminantes.
IAQ: Ventilação
O controle dos poluentes é a maneira mais efetiva de manter o ar 
interno limpo. Entretanto, o controle de todas as fontes, ou pelo menos 
a mitigação de suas emissões, nem sempre é possível ou praticável. A 
ventilação, natural ou mecânica, é a segunda maneira mais efetiva de 
proporcionar condições aceitáveis de ar interno.
No começo do século passado, as normas de ventilação para 
edificações, pediam por aproximadamente 25 m3/h de ar externo 
fresco para cada um dos ocupantes.
Como resultado da crise do petróleo na década de 1970, medidas 
nacionais de economia de energia impuseram uma redução nessas 
taxas para aproximadamente 8 m3/h para cada um dos usuários do 
edifício, segundo a ASHRAE (1989). A ASHRAE revisou os padrões de 
ventilação e concluiu que é possível, com a tecnologia atual, fornecer 
uma taxa de 25 m3/h por usuário sem gastos adicionais de energia.
IAQ: Contaminantes químicos (1/4)
Monóxido de carbono (CO). Exaustões provenientes de veículos em 
garagens, aquecedores a gás ou a querosene não ventilados, chaminés 
e lareiras com vazamentos, aquecedores de água, fogões e quaisquer 
outros aparelhos em que haja combustão são fontes internas de CO.
É um gás produzido com base na queima incompleta de material 
combustível rico em carbono. Apesar de suas aplicações na indústria, 
é um gás asfixiante muito tóxico que, dependendo do tempo de 
exposição e da quantidade inalada, pode levar à morte.
Gás incolor, inodoro, inflamável, menos denso que o ar atmosférico. 
Em alguns casos, torna-se visível ao sair do escapamento na forma de 
fuligem. Já foi utilizado em câmaras de gás durante a II Guerra Mundial 
em campos de concentração nazistas.
IAQ: Contaminantes químicos (2/4)
Monóxido de carbono (CO). A principal via de intoxicação com o 
monóxido de carbono é a respiratória, que faz com que o CO chegue 
aos pulmões rapidamente e cause a intoxicação. Depois de inalado, o 
monóxido de carbono é difundido pelos vasos sanguíneos, combinando-
se com a hemoglobina.
O CO possui cerca de 200 vezes mais afinidade com a hemoglobina 
que o gás oxigênio e, ao ligar-se a ela, diminui a quantidade de 
hemoglobina disponível para o transporte de O
2
 pelo corpo humano. 
Essa competição com o oxigênio pode levar à morte por asfixia.
Atualmente existem detectores de monóxido de carbono que podem 
ser instalados em locais para auxiliar na identificação de vazamentos, 
uma vez que o CO é um gás de difícil detecção pelos sentidos 
humanos.
IAQ: Contaminantes químicos (3/4)
Dióxido de carbono (CO
2
). É um excelente indicador da 
adequabilidade da ventilação e pode ser usado para determinar se 
outros contaminantes internos se acumularam ou não.
Sua concentração é a base de funcionamento de muitos sistemas de 
ventilação e é utilizada como uma medida de conformidade com vários 
padrões.
Para condições normais de ocupação, concentrações acima de 
10.000 ppm, já indicam que as taxas de ventilação podem estar 
inadequadas para diluir outros poluentes mais nocivos que podem 
estar presentes.
IAQ: Contaminantes químicos (4/4)
Óxido e dióxido de nitrogênio (NO e NO
2
). É um gás venenoso, 
inodoro e incolor, que é produzido em combustões a alta temperatura.
Dióxido de enxofre (SO
2
). É um gás incolor com um cheiro 
característico em altas concentrações. É um subproduto da combustão 
de combustíveis fósseis.
Amônia (NH
3
). É um gás incolor, mais leve que o ar, não é inflamável, 
tem cheiro característico e sufocante, é tóxico, corrosivo e muito 
solúvel em água.
Compostos Orgânicos Voláteis (VOCs). Compostos com Carbono e 
Hidrogênio. Destaque para o Formaldeído encontrado em espumas 
de isolamento, partes de chapas, incluindo madeira compensada, 
“fiberglass” (fibra de vidro), adesivos, colas, conservantes em 
algumas tintas, alguns produtos de papel, vidro.
IAQ: Contaminantes biológicos (1/2)
Pessoas e animais domésticos liberam fungos e bactérias, 
reservatórios de água permitem o crescimento dos mesmos e o ar 
externo pode trazê-los também.
No ar interno, a contaminação microbiológica pode ser um problema 
sério, sendo que uma série de fatores permitem o crescimento e a 
liberação desses agentes biológicos no ar.
Alta umidade, ventilação reduzida, edifícios “selados” e sistemas de 
aquecimento, ventilação e ar condicionado que possuem água ou 
condensação em algumas partes (torres de resfriamento) permitem o 
crescimento e a distribuição de vários micro-organismos.
Dentre esses fatores, a alta umidade relativa do ar é um dos mais 
importantes, pois permite o aumento das populações de ácaros e o 
crescimento de fungos sobre superfícies úmidas.
IAQ: Contaminantes biológicos (2/2)
A principal estratégia para diminuir os problemas com micro-
organismos é evitar ou pelo menos manter o crescimento dos mesmos 
dentro de um nível mínimo. Isso pode ser alcançado pelas ações:
■ remover fontes de água que permitam o crescimento dos fungos;
■ manter a umidade relativa do ar menor que 60%;
■ remover materiais orgânicos porosos claramente infectados, como 
tapetes embolorados;
■ umidificadores portáteis de ar devem ser evitados em escritórios 
porque raramente eles são mantidos em condições próprias de uso e 
acabam se tornando fontes;
■ o uso de filtros eficientes no sistema de tomada de ar externo é 
importante, para controlar a entrada de esporos de fungos e outros 
contaminantes biológicos. Eles devem ser trocados periodicamente.
Ocupantes do edifício
A variedade de contaminantes que resultam da atividade humana é 
muito grande. Pode-se considerar a fumaça de cigarro como a 
principal fonte interna. Enquanto os fumantes expõem-se à principal 
carga da fumaça, pessoas ao redor de fumantes (os fumantes 
passivos) estão involuntariamente sujeitos a quantidades significantes 
de partículas inaláveis
A atividade metabólica humana por si só altera a qualidade do ar por 
diminuir a concentração de oxigênio e aumentar a de dióxido de 
carbono.
Respiração, transpiração e a preparação de alimentos adicionam 
vapor d’água, bem como outras substâncias que geram odores à 
atmosfera interna.
Outros contaminantes: radônio (1/4)
Radônio é um gás incolor, sem cheiro e radioativo, produzido pelo 
decaimento do elemento químico radio.
Ele ocorre naturalmente em quase todos os solos e rochas,sendo 
que, ao passar pelo solo e pela água em seu interior, entra nos 
edifícios através de rachaduras no concreto das paredes e pisos, 
de tubulações posicionadas no chão, buracos e qualquer outra 
abertura em suas fundações.
Materiais de construção podem liberá-lo também. Entretanto, estes 
materiais raramente provocam problemas de radônio por si só.
O efeito à saúde predominante associado a elevados níveis deste 
gás é o câncer de pulmão.
Outros contaminantes: radônio (2/4)
A principal fonte de radônio é o próprio solo sobre o qual o imóvel foi 
construído.
Inúmeros fatores contribuem para que ocorra a “concentração” de 
radônio em ambientes confinados (casas e escritórios), mas o mais 
significativo é relacionado com a engenharia, projeto e até mesmo 
com os materiais empregados na construção de um imóvel.
Ao emanar do solo e encontrar um local confinado, o radônio se 
“concentra” contaminando o ambiente, tornando-se um fator de risco 
muito grande para a saúde de todos os ocupantes, especialmente 
as crianças e fumantes.
Outros contaminantes: radônio (3/4)
Cada residência é projetada em uma planta baixa diferente (com 
diferentes materiais, idades, estrutura, diâmetro, condições de 
conservação e limpeza, etc.) e essas diferenças podem ser 
significativas para a “acumulação” de radônio no ambiente interior.
Mesmo dentro de uma única residência, diferentes ambientes podem 
ter grande variação da concentração de radônio.
Historicamente, ambientes com taxa de renovação de ar insuficiente 
e que permanecem boa parte do tempo fechados possuem maior 
concentração de radônio quando comparados aqueles que 
permanecem boa parte do tempo abertos (com grande circulação e/ou 
renovação de ar).
Outros contaminantes: radônio (4/4)
Segundo o autor, todos os ambientes confinados possuem radônio.
A única dúvida é o quanto há de radônio no ambiente. E só há um 
jeito de obter essa resposta. Através da análise de radônio em 
diferentes ambientes do imóvel.
Padrões internacionais estabelecidos pela OMS e USEPA (Agência de 
Proteção Ambiental Americana) estabelecem que a concentração de 
radônio em um ambiente confinado deve ser inferior a 4 pCi/L 
(medida da taxa de decaimento radioativo do radônio).
Ambientes com níveis de radônio acima 4 pCi/L de tornam-se 
potencialmente perigosos à saúde e quanto maior a concentração de 
radônio maior o risco a que os ocupantes estão expostos. Estes 
ambientes devem ser “tratados” para minimização da concentração 
até níveis aceitáveis.
Medidas para reduzir contaminantes (1/2)
De acordo com a EPA, são medidas para reduzir a exposição aos 
contaminantes em uma residência:
■ não fumar ou permitir que os outros o façam, caso o fumo não 
possa ser evitado, aumentar a ventilação na área em que o fumo 
é executado através da abertura de janelas ou do uso de 
ventiladores;
■ instalar exaustores ou ventiladores em cozinhas e banheiros 
para reduzir a exposição a agentes biológicos;
■ aparelhos que produzam combustão devem estar bem 
calibrados e posicionados em locais que permitam boas 
condições de exaustão de suas emissões;
Medidas para reduzir contaminantes (2/2)
■ as bandejas de água de condicionadores de ar, umidificadores 
e refrigeradores devem ser limpas com frequência Carpetes ou 
tapetes molhados devem ser limpos e removidos;
■ utilizar o porão como uma área de vivência somente se ele tiver 
uma ventilação adequada e não tiver vazamentos. Usar 
umidificadores de ar, caso necessário, mantendo a umidade entre 
30 e 50%;
■ ao utilizar produtos de limpeza, certificar-se de utilizá-los 
somente em locais com boas condições de ventilação e de 
acordo com as instruções fornecidas pelo fabricante;
■ lareiras devem ser verificadas frequentemente, para limpeza e 
manutenção.
Portaria 3523/98 (Ministério da Saúde) 1/2
A Portaria 3523 tem por objetivo aprovar procedimentos que visem 
minimizar o risco potencial à saúde dos ocupantes, baseado nos 
critérios EPA (1995), considerando-se que: 
■ americanos passam tipicamente 90% de suas vidas em 
ambientes fechados;
■ a ventilação nos edifícios foi determinada como inadequada 
em mais de 50% dos 300 edifícios na qual o Instituto Nacional de 
Saúde dos EUA (NIOSH) conduziu investigações de qualidade 
do ar interno, sendo que, em aproximadamente 30% deles, um 
contaminante interno específico foi encontrado;
Portaria 3523/98 (Ministério da Saúde) 2/2
■ o ar interno pode estar 100 vezes pior que o externo, 
segundo a EPA;
■ a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que em torno 
de 30% dos novos edifícios construídos ou reformados possuam 
problemas de IAQ.
É importante ressaltar que esta norma é voluntária, isto significa que 
ela é obrigatória apenas depois que um estado ou localidade 
(município) a adota no seu código de edificações as diretrizes EPA 
(1990).
Além do mais, a maioria dos códigos de edificações relativos à 
ventilação são padrões apenas para o modo como edifícios em uma 
jurisdição em particular devem ser projetados. Não são padrões 
obrigatórios para o modo como os edifícios são operados.
Toxidade
Consiste na capacidade do agente químico produzir efeitos nocivos 
ao organismo humano.
É sempre medida em relação com outros agentes e varia entre as 
espécies biológicas e dentro da mesma espécie.
O coeficiente (da toxidade) é a dose tóxica por quilo-animal.
A dose fatal é considerada aquela capaz de eliminar 100% dos 
animais da mesma espécie, a dose fatal média é a que tem 
condições de matar 50% dos mesmos animais.
Espécies de venenos
Os três reinos da natureza podem fornecer substâncias tóxicas:
■ venenos minerais (sulfato de cobre, acetato de chumbo),
■ venenos vegetais (estricnina, morfina), que são os mais 
temíveis;
■ venenos animais, descobertos ao fim do século passado, 
quase simultaneamente, pelo italiano SELMI e pelo francês 
ARMAND GAUTIER (leucomaínas e ptomaínas). As leucomaínas 
produzem-se nos órgãos durante os estados patológicos, e as 
ptomaínas originam-se da putrefação orgânica.
Vias de absorção em seres humanos
A absorção pode ser definida como o processo por meio do qual o 
agente tóxico atravessa as membranas celulares para alcançar a 
circulação sanguínea.
■ Via oral, digestiva ou trato gastrintestinal (TGI).
■ Via cutânea.
■ Via respiratória, pulmonar ou inalatória.
Muitas intoxicações ocupacionais são decorrentes da aspiração de 
substâncias contidas no ar. O fluxo sanguíneo contínuo exerce uma 
ação de dissolução muito boa e muitos agentes químicos podem 
ser absorvidos rapidamente a partir dos pulmões.
Os agentes passíveis de sofrerem absorção pulmonar são os gases 
e vapores e os aerodispersoides
Classificação dos aerodispersoides
A classificação de agentes químicos que mais utiliza-se em nosso 
cotidiano é baseada em seu estado físico.
AerodispersoidesAerodispersoides
LíquidosLíquidos
SólidosSólidos
NévoasNévoas
NeblinasNeblinas
FibrasFibras
FumosFumos
PoeirasPoeiras
Partículas geradas por ruptura
mecânica de líquidos.
Partículas geradas por ruptura
mecânica de líquidos.
Partículas geradas pela condensação
de vapores de substâncias líquidas
a temperatura normal.
Partículas geradas pela condensação
de vapores de substâncias líquidas
a temperatura normal.
Longo e fino filamento de determinado
material (conforme NHO-04)
Longo e fino filamento de determinado
material (conforme NHO-04)
Partículas formadas pela
condensação/oxidação de vapor de
substância sólida a temperatura normal.
Partículas formadas pela
condensação/oxidação de vapor de
substância sólida a temperatura normal.
Partículas formadas pela
ruptura mecânica de sólidos.
Partículas formadas pela
ruptura mecânica de sólidos.
Gases e Vapores
Além dos aerodispersoides (particulado sólido ou líquido), pode-se ter 
também contaminantes na fase gasosa. Se esse contaminante, em 
condições normais, já estaria no estado gasoso, está-se diante de um 
gás. Se, no entanto,o contaminante é um líquido em condições 
normais, sua fase gasosa será chamada de vapor.
Gases e VaporesGases e Vapores
OrgânicosOrgânicos Aqueles que contêm carbono em sua estrutura molecular(metano, etileno, acetona, benzeno, etc.).
Aqueles que contêm carbono em sua estrutura molecular
(metano, etileno, acetona, benzeno, etc.).
ÁcidosÁcidos
Aqueles que já são ácidos, ou que se tornam ácidos ao
reagir com água (dióxido de enxofre, cloro, gás sulfídrico,
ácido cianídrico, etc.).
Aqueles que já são ácidos, ou que se tornam ácidos ao
reagir com água (dióxido de enxofre, cloro, gás sulfídrico,
ácido cianídrico, etc.).
AlcalinosAlcalinos
Aqueles que, quando reagem com a água, formam uma
solução básica ou alcalina (amônia, fosfina, arsina, etc.).
Aqueles que, quando reagem com a água, formam uma
solução básica ou alcalina (amônia, fosfina, arsina, etc.).
InertesInertes
Aqueles que, nas CNTP, não reagem com outras substâncias
químicas. Em altas concentrações podem formar atmosferas
deficientes em O
2
 (nitrogênio, CO
2
, metano, acetileno, etc.)
Aqueles que, nas CNTP, não reagem com outras substâncias
químicas. Em altas concentrações podem formar atmosferas
deficientes em O
2
 (nitrogênio, CO
2
, metano, acetileno, etc.)
Ventilação
Dá-se o nome de ventilação ao processo de renovação do ar de um 
recinto.
O objetivo fundamental da ventilação é controlar a pureza e o 
deslocamento do ar em um ambiente fechado, embora, dentro de 
certos limites, a substituição do ar também possa controlar a 
temperatura e a umidade do ambiente.
Importância da ventilação
A ventilação proporciona a renovação do ar do ambiente, sendo de 
grande importância para a higiene em geral e para o conforto 
térmico.
A renovação do ar dos ambientes proporciona a dissipação de calor e 
a desconcentração de vapores, fumaça, poeiras, de poluentes, 
enfim.
A ventilação (natural ou artificial) é o deslocamento do ar através do 
edifício, através de aberturas, umas funcionando como entrada e 
outras, como saída. 
As aberturas para ventilação deverão estar dimensionadas e 
posicionadas de modo a proporcionar um fluxo de ar adequado ao 
recinto.
Objetivo da ventilação
Salubridade e conforto térmico.
 Ventilação salutar e higiênica.
 Ventilação para remoção de carga térmica.
Ventilação para salubridade
Ar atmosférico respirável
A atmosfera terrestre é constituída de ar, que é uma massa gasosa, 
com mais de 500 km de espessura.
Recebe o nome de ar respirável aquele próximo ao nível do mar, em 
uma camada correspondente a 1 ou 2% da espessura total da 
atmosfera (entre 5 e 10 km).
A composição média aproximada do ar atmosférico respirável (ar 
puro), em condições normais, é, em volume (composição volumétrica):
Além dos inevitáveis odores, poeiras e micro-organismos
Ar no interior de edificações
O ar contido em recintos fechados destinados à habitação e ao uso 
humano recebe o nome de ar ambiente.
Esse ar, naturalmente, não tem a mesma composição do ar puro, 
podendo em muitos casos apresentar alterações substanciais que o 
tornam inadequado para a respiração.
Diz-se que um ambiente é salubre quando o ar nele contido 
apresenta propriedades físicas (pressão, temperatura, umidade e 
movimentação) e químicas tais que possibilitam favoravelmente a 
vida humana.
Glossário sobre o tema (1/2)
Asfixia ou sufocação está relacionada à dificuldade ou impossibilidade 
de respirar e que leva à falta de oxigênio no organismo.
Fumos. Partículas sólidas formadas pela condensação/oxidação de 
vapores de substâncias sólidas a temperatura normal. As operações 
mais comuns onde há a presença de fumos são as de soldagem e 
fundição.
Grisu. É um gás altamente inflamável que é formando principalmente 
por metano (CH
4
) e que ao entrar em contato com o oxigênio do ar, 
explode ao contato de uma chama.
Miasma. Emanação proveniente de substâncias animais ou vegetais 
em decomposição. Uma das correntes mais antigas da medicina 
associava as epidemias a certas impurezas existentes no ar, 
denominadas miasmas. Supunha-se que os miasmas se originavam a 
partir de exalações de pessoas e animais doentes, emanações dos 
pântanos, de dejetos e substâncias em decomposição.
Glossário sobre o tema (2/2)
Miasma (cont.). Sua presença era detectada através do mau cheiro. 
Acreditava-se que ao impedir a propagação dos maus odores, seria 
possível prevenir ou evitar as epidemias.
Curiosamente, essa teoria “não-científica”, que se tornou especialmente 
popular no século XVIII e início do século XIX, foi responsável pelo 
surgimento do movimento higienista desse período, que salvou 
milhões de vidas.
Paradoxalmente, a teoria microbiana das doenças, que estava 
“cientificamente correta”, dificultou a descoberta de alguns dos 
processos de transmissão das enfermidades, além de criar fortes 
obstáculos para a compreensão de doenças que não são causadas por 
micro-organismos, mas pela carência de vitaminas. Os abusos devidos 
ao excesso de confiança nessa teoria levaram à morte milhões de 
pessoas.
Modificações físicas do ar: pressão (1/2)
O peso da camada de ar, que circunda o globo terrestre, exerce 
pressão sobre as camadas inferiores da atmosfera, e toma o nome 
de pressão atmosférica.
Ao nível do mar, a pressão atmosférica, em média, normalmente 
vale 101.322 N/m2 ou 101.322 Pa ou, aproximadamente, 10 m de 
coluna d’água.
Modificações sensíveis da pressão atmosférica normal ocorrem 
quando nos afastamos verticalmente do nível tomado como 
referência, que é o nível do mar. Como a pressão atmosférica é uma 
decorrência do peso da camada de ar que envolve nosso planeta, 
ela sofre uma redução ou um aumento quando nos elevamos ou 
baixamos em relação à superfície da Terra.
Aproximação somente para dar ideia de escala:
Modificações físicas do ar: pressão (2/2)
Quando a pressão atmosférica atinge valores muito inferiores à 
normal (101.322 N/m2 = 10.332 kgf/m2), a pressão parcial do 
oxigênio do ar (que é diretamente proporcional à pressão total da 
mistura) torna-se insuficiente para oxigenar a hemoglobina 
sanguínea nos pulmões.
A respiração torna-se difícil e começam a se manifestar os 
transtornos conhecidos como “mal-das-montanhas”.
A cerca de 3.000 m de altitude, a pressão atmosférica cai para dois 
terços de seu valor ao nível do mar, e pessoas não habituadas a 
essas alturas podem se sentir mal.
Oxigênio
Nem todo oxigênio que inspiramos é aproveitado para a respiração, 
pois o ar expirado contém ainda cerca de 15,4% de oxigênio em 
volume.
Podemos então tomar 14% (cerca de 2/3 da porcentagem normal, que 
é de 20,99%) como o índice mínimo de oxigênio aconselhável para 
o ar destinado à respiração.
Experiências têm demonstrado que, ao nível do mar, para um 
porcentagem de oxigênio de 10% ocorre a asfixia.
Efeitos da escassez de oxigênio
Efeitos (em ordem crescente de impacto no organismo humano):
■ Quando o oxigênio escasseia e aumenta a concentração de 
gás carbônico nas células, o primeiro ponto afetado é o 
sistema nervoso central, que controla todas as funções do 
organismo.
■ Os sintomas começam com mal-estar, náusea e dor de 
cabeça. Depois vêm distúrbios nas funções motoras; a 
pessoa sente dificuldades para se movimentar.
■ Ocorrem, em seguida, perturbações de comportamento 
(fobia, pânico, agressividade), até a entrada no estado de 
coma.
■ A escassez de oxigênio mata as células do cérebro. A lesão 
do sistema nervoso causa parada respiratória e a morte.
Poluição e necessidade de ventilação
Substâncias consideradas contaminantes do ar e que estão de alguma 
forma relacionadas com o edifício, sendo que podem ser provenientes 
do exterior ou do interior do mesmo.
Contaminantes do ar
Podem ser classificados em:
Fontes de contaminação do ar
As fontes de contaminação do ar são variadas e inúmeras.
Principais poluentes do ar interior
.
Alergênico: Substância ou composto capaz de provocar alergia em certaspessoas.
NO
X.
 óxidos de nitrogênio
VOCs. Volatile Organic Compounds (Compostos Orgânicos Voláteis).
O
3.
 ozõnio
Limites higiênicos admissíveis
Os limites higiênicos admissíveis para os diversos contaminantes 
depende fundamentalmente:
■ do ambiente considerado,
■ da natureza do contaminante,
■ do tempo de exposição das pessoas ao contaminante.
O aumento do CO
2
, embora não seja um gás tóxico, indica a redução 
do oxigênio e a presença de miasma. Admitindo-se que a 
porcentagem de CO
2
 no ar cresça proporcionalmente à porcentagem 
de miasma, aceita-se universalmente 0,1% como índice máximo 
aconselhável para o anidrido carbônico ou dióxido de carbono contido 
no ar de ambientes destinados unicamente à habitação.
Nesse tipo de ambiente, para uma porcentagem de CO
2
 igual a 10%, 
verifica-se a asfixia e, para cerca de 15%, a morte.
Limites máximos
.
Quantidade de ar necessária à ventilação
O estudo da combustão mostra que na queima de um combustível 
convencional qualquer (composto de carbono e hidrogênio), cada 
quilograma de oxigênio consumido produz cerca de 3.260 kcal.
A respiração é um processo que fornece o oxigênio necessário à 
combustão dos hidratos de carbono (alimentos), fonte de energia de 
nosso organismo.
Uma pessoa normal, em repouso, para manter suas funções 
fisiológicas involuntárias (metabolismo basal = 75 kcal/h), consome em 
média:
Portanto são 0,017 m3/h ou 17 litros/h de oxigênio (a 20°C e 
760 mm Hg).
Um maratonista gasta cerca de 150 litros/h de oxigênio.
Oxigênio necessário à respiração (1/2)
Nem todo o oxigênio do ar é aproveitado no processo de respiração, 
pois o ar inspirado contém 20,99% de oxigênio e o ar expirado 
apresenta uma parcela média de 15,4% em volume de oxigênio.
Nessas condições, apenas 5,5% do volume do ar é realmente 
aproveitado para o metabolismo humano.
Desse modo, pode-se dizer que o ar realmente necessário para a 
respiração, nas condições indicadas, é:
Oxigênio necessário à respiração (2/2)
Se o ar expirado fosse imediatamente substituído e, portanto, não 
voltasse aos pulmões, o ar necessário à ventilação por pessoa em 
repouso seria apenas 0,31 m3/h.
O problema, entretanto, não é de substituição e sim de diluição 
(lembrar que o ar considerado puro para o organismo humano é aquele 
com determinados gases em uma proporção bastante específica), já 
que o ar de ventilação é misturado com o do ambiente, o qual, embora 
já utilizado, volta novamente a ser respirado.
Nessas condições, dependendo da atividade das pessoas (que 
aumenta o seu metabolismo e, portanto, o seu consumo de oxigênio) e 
do tipo de ambiente (produção de contaminantes), a quantidade de ar 
necessária à ventilação poderá ser de 25 até cerca de 200 ou mais 
vezes maior que 0,31 m3/h.
Critérios para determinação de ar necessário
Na prática, a determinação da quantidade de ar necessária à 
ventilação, baseada na diluição dos diversos elementos nocivos à vida, 
é feita por meio de certos critérios, como por exemplo:
■ Índice de CO
2
.
■ Conceito de ração de ar.
■ Temperatura do ambiente.
■ Índice de renovação do ar.
Índice de CO
2
Foi visto que o índice máximo aconselhável de CO
2
 aceito 
universalmente é de 0,1% em ambiente doméstico. Para a ventilação 
permanente de um ambiente destinado unicamente à habitação, o 
volume de ar a ser utilizado é dado pela equação:
Considerando uma pessoa em repouso, sentada, cujo metabolismo é 
100 kcal/h e cuja produção de CO
2
 é cerca de 20 L/h, para os índices 
de ki = 0,03 e kf = 0,1 indicados, pode-se calcular:
Conceito de ração de ar (1/2)
Para locais onde a contaminação do ar se deve unicamente às 
pessoas que os ocupam, pode-se calcular a quantidade de ar 
necessária à ventilação por meio de uma quantidade de ar 
recomendada por pessoa, em função da finalidade do ambiente a 
ventilar, a qual toma o nome de ração de ar.
Fonte: ASHRAE Handbook of fundamentals - 1972.
Ar exterior para renovação (ração de ar: ABNT NBR 6401)
Conceito de ração de ar (2/2)
Vazão de ar mínima recomendada para atender às exigências de 
higiene dos usuários.
Temperatura do ambiente
Quando se trata da ventilação de ambientes onde são produzidas 
grandes quantidades de calor, mas sem grande poluição, como salas 
de máquinas, de caldeiras, de fornos, cozinhas, churrasqueiras, etc., 
ou mesmo ambientes sujeitos a grandes cargas de insolação, nos 
quais se deseja manter uma temperatura interna (t
i
) pouco superior à 
do exterior (t
e
), a quantidade de ar necessária será dada por:
Índice de renovação do ar (1/3)
A relação entre o volume do ar de ventilação que penetra no 
ambiente (m3/h) e o volume do ambiente (m3) representa o número de 
vezes que o ar do recinto é renovado em uma hora. Essa variável 
recebe o nome de “índice de renovação do ar” (n).
Normalmente a ventilação natural tem um índice de renovação do ar 
da ordem de 1 a 2, ou seja, em uma hora a renovação do ar ocorre 
entre 1 e 2 vezes.
Disposições adequadas das aberturas de ventilação podem 
aumentar muito esse valor. Na ventilação artificial, o índice de 
renovação do ar atinge valores entre 6 e 20.
Valores acima de 20 são considerados excepcionais e requerem 
atenção especial a fim de se evitar deslocamentos de ar com 
velocidades excessivas.
Índice de renovação do ar (2/3)
Segundo a tabela (Alucci), se houver menos de 4 metros cúbicos de 
volume de ar disponível por pessoa em um recinto, serão 
necessários 35 metros cúbicos de ventilação por hora e por pessoa 
no período noturno ou 44 metros cúbicos no período diurno.
Em outras palavras, se uma pessoa estiver em um recinto cujo volume 
é menor que 4 metros cúbicos, serão necessários 35 metros cúbicos 
de ventilação por hora à noite ou 44 metros cúbicos de ventilação 
durante o dia.
Esses dados possibilitam calcular o Índice de Renovação do Ar, cuja 
equação é:
Índice de renovação do ar (3/3)
Segundo a norma ABNT 6401, a velocidade do ar na zona de 
ocupação, isto é, no espaço compreendido entre o piso e o nível 1,5 
m, deve ficar entre 0,025 e 0,25 m/s.
Excepcionalmente será permitido ultrapassar os limites apontados, na 
vizinhança de grades de insuflamento ou de retorno que, por 
necessidade de construção, podem ter sido localizadas abaixo do nível 
de 1,5 m e no espaço normalmente ocupado por pessoas.
Fonte: COSTA, 2005.
Índices de renovação do ar
Exercício resolvido 1
Dados um dormitório de 8 m2 de área e pé direito de 2,7 m. Qual o 
Índice de Renovação do Ar (N) considerando que 2 pessoas dormem 
nesse ambiente?
O volume do ambiente é:
Sendo 2 pessoas no ambiente, temos que há 10,8 m3 por pessoa. 
Considerando a ventilação mínima necessária (período noturno):
A partir da tabela, verifica-se que são necessário 15 m3/h por pessoa, 
portanto, no ambiente são necessário 30 m3/h de ventilação mínima no 
período noturno.

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