Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NÃO PODE FALTAR PROTEÍNAS E ENZIMAS Christian Grassl Imprimir PRATICAR PARA APRENDER Caro aluno, chegamos à última seção da Unidade 1, na qual abordaremos a estrutura da proteína, a digestão intracelular das proteínas, as enzimas e a catálise enzimática. As proteínas são extremamente importantes para o desenvolvimento, o crescimento e a manutenção do organismo, exercendo uma grande variedade de funções. Temos proteínas que atuam na defesa do organismo (anticorpos, citocinas), transporte e armazenamento de substâncias (hemoglobina, ferritina), regulação do volume plasmático (albumina), movimento (actina, miosina), sustentação (queratina, colágeno), Fonte: Shutterstock. 0 V e r a n o ta çõ e s hormônios (insulina, hormônio do crescimento) e em tantas outras funções. Uma das funções mais importantes das proteínas e que possibilitam a existência da vida é a de catalisadoras. O organismo é um complexo conjunto de reações químicas, que chamamos de metabolismo. Praticamente todas as reações químicas do nosso metabolismo são muito lentas, sendo incompatíveis com a manutenção da vida, por isso o papel crucial das enzimas, as proteínas que agem como catalisadoras biológicas. As enzimas aumentam a velocidade das reações químicas que ocorrem no organismo, possibilitando a produção de energia, a digestão de nutrientes, a síntese de biomoléculas (lipídios, nucleotídeos e carboidratos), a replicação do DNA, o crescimento celular etc. Ainda nesta seção, estudaremos os níveis de estrutura das proteínas e a relação entre estrutura tridimensional e função das proteínas. Estudaremos a relação entre informação genética e a proteína funcional. Mutações nos genes alteram as informações genéticas, o que resulta em proteínas com estruturas alteradas e, possivelmente, com ausência ou prejuízo da função. Essas mutações genéticas são causas ou fatores predisponentes de muitas doenças. Na sua prática pro�ssional, você, provavelmente, entrará em contato com os aminoácidos, os peptídeos e as proteínas em diferentes situações, logo, os assuntos abordados nesta seção são relevantes para a sua formação pro�ssional, levando-o a ser um pro�ssional capacitado para compreender, analisar e resolver várias situações clínicas. Para contextualizar a sua aprendizagem, imagine que você está trabalhando com pesquisas cientí�cas em uma grande empresa farmacêutica. O setor em que você está empregado é o de desenvolvimento de fármacos antivirais. A sua linha de pesquisa envolve 0 V e r a n o ta çõ e s o estudo de um determinado vírus, denominado provisoriamente de vírus X. Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios e têm grande importância clínica devido ao potencial patogênico. O vírus X tem uma estrutura extremamente simples, formado por um genoma de RNA �ta simples, envolvido por uma capa proteica chamada de capsídeo e externamente há um envoltório lipídico chamado de envelope. Além disso, o vírus carrega uma enzima especí�ca chamada de DNA polimerase dependente de RNA ou transcriptase reversa. No envelope do vírus, há proteínas que reconhecem uma proteína especí�ca na membrana da célula hospedeira, no caso, os linfócitos T. Uma vez que ocorre a interação entre a proteína viral e a proteína do linfócito T, o vírus consegue penetrar na célula. Uma vez dentro da célula, o vírus libera o seu genoma RNA que servirá de molde para a síntese de DNA dupla �ta viral em uma reação catalisada pela transcriptase reversa. O DNA viral é integrado no genoma do linfócito T em uma reação catalisada por outra enzima especí�ca do vírus, a integrase. No mercado, há fármacos que inibem várias enzimas virais importantes, o que prejudica a replicação do vírus e reduz a carga viral do paciente. Porém, muitos desses fármacos estão perdendo efeito, pois estão surgindo cepas virais resistentes. O grande problema do tratamento contra esse vírus é a alta taxa de mutação que ocorre durante a replicação viral. Após essa exposição, surgem questões importantes que devem ser do seu domínio para o progresso da pesquisa: 1. Na etapa de �xação do vírus no linfócito T, ocorre a interação entre a proteína viral e a proteína celular, segundo o modelo chave- fechadura. Algumas pessoas possuem mutação no gene que expressa a proteína reconhecida pelo vírus, o que resulta em alteração na conformação proteica. As pessoas portadoras dessa 0 V e r a n o ta çõ e s mutação gênica são resistentes ao vírus, frente a isso, como você explicaria esse fato? 2. Os vírus X possuem uma alta taxa de mutação durante a replicação viral. Como isso afeta a estrutura e a função das proteínas virais? 3. Ao conversar com um amigo não pertencente à área da Saúde sobre o seu trabalho, ele questionou o motivo de tantas pesquisas. Bastava criar um medicamento para bloquear a proteína celular que é reconhecida pelo vírus! E, aí? A solução é assim, simples mesmo? Qual seria a sua resposta ao amigo? 4. A empresa farmacêutica pretende desenvolver um tratamento direcionado às enzimas transcriptase reversa e integrase. Proponha um modelo de ação aos fármacos que serão desenvolvidos. 5. Como a enzima transcriptase reversa atua? Explique considerando o substrato, a energia de ativação e o produto formado na catálise enzimática. Essas questões são apenas o ponto de partida para mais questionamentos e para estimular a sua procura por mais conhecimentos. A situação-problema proposta é uma pequena amostra da importância das proteínas na prática clínica e nas pesquisas na área da saúde. A superação das di�culdades nos estudos com dedicação, esforço e força de vontade promove um crescimento e um amadurecimento enquanto ser humano e como futuro pro�ssional. Seja o protagonista da sua história de conquistas acadêmicas e pro�ssionais. Então, aos estudos! CONCEITO-CHAVE Nesta seção, estudaremos os aspectos estruturais e funcionais das proteínas, que são fundamentais para o desenvolvimento, o crescimento e a manutenção do organismo, exercendo diversas 0 V e r a n o ta çõ e s funções. Entre essas funções, podemos destacar a defesa do organismo (anticorpos, citocinas, complexo principal de histocompatibilidade), a sustentação (colágeno, elastina, queratina), o transporte e o armazenamento de substâncias (hemoglobina, mioglobina, ferritina), movimento (actina, miosina, troponinas, tropomiosina), a recepção de sinais para a célula (receptores para neurotransmissores, hormônios e outros ligantes), a geração de impulsos elétricos (canais sódio voltagem- dependentes), os hormônios (insulina, glucagon, hormônio do crescimento), a manutenção do volume intracelular (bomba sódio- potássio ATPase), a manutenção do volume plasmático (albumina), a regulação da pressão arterial (angiotensina) e os catalisadores (enzimas). Existem milhares de proteínas diferentes no ser humano, cada qual com uma sequência única de aminoácidos. As informações para a síntese dessas sequências únicas estão nos genes, nos segmentos do DNA (ácido desoxirribonucleico). As moléculas de DNA, por sua vez, formam os cromossomos que estão presentes nos núcleos das células, portanto, no DNA, estão codi�cadas as informações para a síntese de qualquer proteína ou peptídeo do organismo. As informações genéticas, presentes no DNA, não são decodi�cadas diretamente pelos ribossomos. Por isso, é necessário, inicialmente, sintetizar uma molécula intermediária. No caso, essa molécula é o RNA (ácido ribonucleico) do tipo mensageiro. Dessa forma, a molécula de DNA serve de molde para a síntese do RNA mensageiro, reação catalisada pela enzima RNA polimerase, em um processo chamado de transcrição. Em seguida, o RNA mensageiro leva a informação contida no gene para os ribossomos, estruturas citoplasmáticas formadas por proteínas e RNA ribossômico, que fazem a “leitura” desse RNA e “traduzem” a informação em sequência de aminoácidos. A síntese de 0 V e r a n o ta çõ e s proteínas é denominada tradução,pois a linguagem de bases nitrogenadas é traduzida para a linguagem de aminoácidos, portanto, as informações contidas no DNA são expressas em proteínas. Para exercer a sua atividade, a proteína deve apresentar um arranjo tridimensional especí�co ou de conformação, e para se atingir essa complexidade estrutural, é possível considerar quatro níveis de organização da estrutura de uma proteína: estrutura primária, estrutura secundária, estrutura terciária e estrutura quaternária. A estrutura primária corresponde à sequência linear de aminoácidos unidos entre si pelas ligações peptídicas. Como visto na seção anterior, a ligação peptídica é formada pela ligação entre o grupo carboxila de um aminoácido e o grupo amino de outro aminoácido, com formação de uma molécula de água. A Figura 1.12 mostra a formação da ligação peptídica e a sequência primária. Essas sequências de aminoácidos dependem das informações genéticas que são traduzidas pelos ribossomos. Figura 1.12 | Reação de formação da ligação peptídica e da estrutura primária 0 V e r a n o ta çõ e s Fonte: elaborada pelo autor. O próximo nível de organização estrutural é a estrutura secundária. Ela é composta por arranjos de aminoácidos que se repetem ao longo da sequência linear, resultado das interações entre os aminoácidos vizinhos. Essas interações são mediadas por pontes ou ligações de hidrogênio entre o átomo de oxigênio do grupo carboxila de um aminoácido e o átomo de hidrogênio do grupo amino de outro aminoácido localizados próximos na sequência linear. Existem muitas estruturas secundárias estáveis ao longo da cadeia proteica, porém as duas mais frequentes são a hélice (alfa) e a folha (beta). A hélice apresenta estrutura helicoidal, bem compacta e com as cadeias laterais dos resíduos (aminoácidos constituintes da cadeia proteica), estendendo-se para fora do eixo central. A folha apresenta estrutura composta por dois ou mais segmentos da cadeia proteica que estão em paralelo e unidos por ligações de hidrogênio. Como o esqueleto da α β α β 0 V e r a n o ta çõ e s cadeia proteica apresenta uma forma de zigue-zague, essa estrutura também recebe o nome de folha pregueada. Ambas as estruturas estão representadas na �gura 1.13. Figura 1.13 | Representação das estruturas secundárias Fonte: elaborada pelo autor. Na estrutura terciária, a proteína adquire a sua conformação tridimensional por meio do dobramento da cadeia polipeptídica. As cadeias laterais de aminoácidos próximos ou distantes interagem entre si, além das interações entre as estruturas secundárias presentes na cadeia polipeptídica. A estrutura terciária é estabilizada pelas ligações intermoleculares, como as ligações de hidrogênio, as ligações de van der Waals, as pontes dissulfeto e as ligações iônicas. Na proteína com estrutura terciária, há regiões funcionais chamadas de domínios, responsáveis pela interação com o substrato ou ligante. Portanto, na estrutura terciária, a proteína apresenta função. Caso a proteína seja composta por duas ou mais cadeias polipeptídicas, interagindo entre si, a estrutura resultante é a quaternária. Cada uma dessas cadeias β 0 V e r a n o ta çõ e s polipeptídicas, dentro da estrutura quaternária, é chamada de subunidade. Como exemplo, temos a hemoglobina, uma proteína formada por quatro subunidades. As interações intermoleculares que estabilizam a estrutura quaternária são: ligações de hidrogênio, pontes dissulfeto (ver a Figura 1.15), ligações de van der Waals e ligações iônicas. A proteína em estrutura quaternária também apresenta função. Na Figura 1.14, podemos ver a representação das estruturas terciária e quaternária, ambas as estruturas estabilizadas por interações intermoleculares. Figura 1.14 | Representação das estruturas terciária e quaternária Fonte: elaborada pelo autor. ASSIMILE A ligação de hidrogênio se forma entre o hidrogênio (polo positivo) de uma molécula e o oxigênio (polo negativo) de outra molécula. Nas moléculas apolares (hidrofóbicas), não há presença de polos positivo e negativo permanentes, porém podem ocorrer distorções momentâneas nas nuvens de elétrons dos átomos constituintes, formando dipolos 0 V e r a n o ta çõ e s transitórios. Com isso, surgem interações entre os polos de cargas opostas enquanto durar o dipolo transitório, logo, as ligações de van der Waals são momentâneas e bem mais fracas que as interações entre as moléculas polares. As ligações iônicas ocorrem entre as cargas elétricas de moléculas diferentes, podendo ser atrativas (entre cargas opostas) ou repulsivas (entre cargas com sinais iguais). A ponte dissulfeto ocorre entre os grupos sul�drila (-SH) de dois resíduos de cisteína, podendo estar na mesma cadeia polipeptídica (estrutura terciária) ou em cadeias polipeptídicas diferentes (estrutura quaternária). Todas essas interações intermoleculares são fracas e rompidas pelo calor e por alterações do pH do meio. Figura 1.15 | Formação da ponte dissulfeto a partir de dois aminoácidos cisteína Fonte: elaborada pelo autor. 0 V e r a n o ta çõ e s O dobramento da cadeia polipeptídica é determinado pela interação entre as cadeias laterais dos aminoácidos adjacentes e distantes que estão presentes na sequência linear, portanto, a sequência de aminoácidos da estrutura primária determina o padrão de dobramento da proteína. Uma alteração na sequência primária, decorrente de mutação no gene, resulta em alteração no padrão de dobramento da proteína, o que pode acarretar em perda ou prejuízo da sua função, causa ou fator predisponente de muitas doenças. Existem proteínas que participam do processo do dobramento das cadeias polipeptídicas chamadas de chaperonas ou proteínas de choque térmico. Além do dobramento da cadeia polipeptídica, as propriedades funcionais das proteínas também são dependentes de modi�cações pós-traducionais que ocorrem no retículo endoplasmático rugoso e no complexo de Golgi com a adição de grupos químicos nos aminoácidos presentes na proteína. Por exemplo, a adição de grupo hidroxila (hidroxilação) nos aminoácidos prolina e lisina da proteína colágeno resulta na formação de hidroxiprolina e hidroxilisina, respectivamente. Esses dois aminoácidos modi�cados são essenciais para a atividade do colágeno na resistência à tensão em vários tecidos (pele, parede dos vasos sanguíneos, ossos etc.). A desnaturação da proteína é a perda da sua estrutura tridimensional (terciária ou quaternária) devido ao rompimento das interações intermoleculares entre os seus aminoácidos constituintes, resultado da ação do calor e/ou de alterações do pH. Com a desnaturação, a proteína perde a sua função. Já as ligações peptídicas são mantidas, pois são rompidas apenas pela ação de enzimas especí�cas (as proteases) em um processo chamado de proteólise. EXEMPLIFICANDO O calor e a alteração de pH podem romper apenas parte das interações intermoleculares entre os aminoácidos constituintes de uma proteína, mas o su�ciente para prejudicar a sua função. Por isso, é importante a manutenção 0 V e r a n o ta çõ e s do pH do sangue, obtido pelos sistemas-tampão, sistema respiratório e sistema renal, para manter as funções do organismo (revisar a seção 1). As vacinas e as insulinas (fármacos usados para reduzir a glicemia) são constituídas de proteínas e, por isso, podem ter as suas estruturas e funções prejudicadas com as altas temperaturas, portanto, vacinas e insulinas devem ser mantidas refrigeradas para se preservar as suas funções. As proteínas são constantemente sintetizadas e degradadas, permitindo a renovação proteica. Além disso, muitas proteínas são dobradas de forma errada e precisam ser degradadas. A degradação proteica ocorre por meio do rompimento das ligações peptídicas, um processo chamado de proteólise, catalisado por enzimas especí�cas: as proteases e peptidases. No meio intracelular, a proteólise é realizada pelos lisossomos e pelosproteassomos. Os lisossomos são vesículas membranosas que contêm diversas enzimas, como proteases, lipases, ribonucleases e outras. Essas enzimas funcionam em pH ligeiramente ácido, em torno de 5, degradando as proteínas de origem extracelular e as intracelulares pelo processo de autofagia. Os proteassomos são complexos proteicos, formados por uma unidade catalítica central e duas unidades regulatórias nas extremidades, que realizam uma proteólise dependente de ATP. Inicialmente, as proteínas que precisam ser degradadas são ligadas a uma cadeia de várias proteínas chamadas de ubiquitina, em uma sequência de eventos com participação de enzimas e com gasto de energia. A proteína alvo marcada com a cadeia de poliubiquitina é reconhecida pela unidade regulatória do proteassomo; as ubiquitinas são removidas da proteína alvo, que, em seguida, é direcionada para o centro catalítico do proteassomo para o processo de proteólise; na outra extremidade do 0 V e r a n o ta çõ e s proteassomo, pequenos peptídeos, os produtos da proteólise, são liberados; e no citoplasma, peptidases degradam esses pequenos peptídeos, liberando os aminoácidos. Figura 1.16 | Proteólise dependente de ATP realizada pelo proteassomo Fonte: elaborada pelo autor. Uma classe especial de proteínas (as enzimas) são responsáveis por acelerar as reações químicas que ocorrem no organismo. Na seção 1, chegamos a estudar as reações químicas, então, para relembrarmos, em uma reação química, as moléculas iniciais, chamadas de reagentes, são transformadas em novas moléculas, diferentes das iniciais, chamadas de produtos. A ocorrência de uma reação química depende da colisão entre as moléculas reagentes em uma posição favorável e com energia necessária para o rompimento das ligações químicas entre os átomos. Essa energia é chamada de energia de ativação e permite a formação de uma estrutura intermediária entre os reagentes e os 0 V e r a n o ta çõ e s produtos. É Esse estado de transição que permite um rearranjo de átomos com novas ligações químicas, o que resulta na formação de novas moléculas (produtos). Em cada reação química, as quantidades de reagentes e de produtos variam em um intervalo de tempo. Essa variação é chamada de velocidade da reação química. Há três fatores que aumentam a velocidade de uma reação química: o primeiro é a elevação da temperatura que produz um aumento da velocidade de movimento das moléculas reagentes (maior energia cinética), com isso, mais moléculas reagentes apresentam energia igual ou superior à energia de ativação, o que aumenta o número de colisões que resultam em reação química. O segundo fator é a maior concentração de moléculas reagentes, pois aumenta as chances de colisões entre essas moléculas, e o terceiro fator é a presença de catalisadores, substâncias que reduzem a energia de ativação de uma reação química. Dessa maneira, ocorre maior número de colisões entre as moléculas reagentes que resultam em formação de novos produtos e, consequentemente, no aumento da velocidade dessa reação química. Os catalisadores dos nossos organismos são as enzimas. Na �gura 1.17, podemos ver um grá�co que compara os valores da energia de ativação em uma reação química não catalisada por enzima e em uma reação química catalisada por enzima. Figura 1.17 | Catálise enzimática e energia de ativação 0 V e r a n o ta çõ e s Fonte: elaborada pelo autor. As reações químicas que ocorrem no organismo são extremamente lentas e não podem sustentar a vida sem a presença das enzimas. Essas proteínas são os catalisadores biológicos e aceleram a velocidade das reações químicas do organismo. O termo metabolismo se refere ao conjunto das reações químicas do organismo, então, podemos dizer que as enzimas catalisam o metabolismo. Cada reação química é catalisada por uma enzima especí�ca, e essa especi�cidade é consequência da estrutura tridimensional (terciária ou quaternária) da enzima, pois durante o dobramento da enzima, ocorre a formação de fendas, em que as moléculas reagentes se encaixam adequadamente. As moléculas reagentes são chamadas de substratos, enquanto que as fendas na estrutura tridimensional são chamadas de sítios catalíticos. Dessa maneira, podemos dizer que os substratos e os sítios catalíticos possuem formatos complementares, o que permite o encaixe 0 V e r a n o ta çõ e s adequado. O cientista alemão Emil Fischer propôs, no início do século XX, o modelo chave-fechadura para explicar o complexo enzima- substrato. Atualmente, o mecanismo catalítico das enzimas é melhor compreendido. Inicialmente, os sítios catalíticos não têm um formato rígido para os substratos, assim, à medida que ocorrem as interações entre os sítios catalíticos e os substratos, há uma pequena alteração na conformação das enzimas, o que permite um melhor ajuste dos sítios catalíticos ao redor dos substratos. Esse é o modelo de ajuste (ou encaixe) induzido, como está representado na Figura 1.18. Dessa forma, há o aumento das interações entre os substratos e os sítios catalíticos das enzimas, o que possibilita reduzir a energia de ativação das reações químicas e, consequentemente, aumentar a velocidade dessas reações químicas. A catálise enzimática (reação química catalisada pela enzima) pode ser in�uenciada por três fatores: concentração de substrato, temperatura e pH. Em relação ao primeiro fator, quanto maior a concentração de substrato, maior é a saturação das enzimas (sítios catalíticos ocupados por substratos) e maior é a velocidade da catálise enzimática. Em relação à temperatura, existe um valor ótimo para a atividade máxima das enzimas. Com o aumento ou a diminuição da temperatura em relação ao valor ótimo, a atividade enzimática é reduzida. Quanto ao terceiro fator, as enzimas possuem valores ótimos de pH para as suas atividades catalíticas. Em geral, a maioria das enzimas tem atividade catalítica máxima em pH neutro, porém algumas enzimas possuem outros valores ótimos de pH. Por exemplo: a pepsina (a enzima proteolítica do suco gástrico), que possui pH ótimo em torno de 2 a 3. Figura 1.18 | Modelo do ajuste induzido 0 V e r a n o ta çõ e s Fonte: elaborada pelo autor. REFLITA A hipotermia tem papel de neuroproteção em casos de lesões neurológicas, como em casos de acidentes vasculares encefálicos isquêmicos (AVEi). Após o retorno da oxigenação ao tecido isquêmico, o estresse oxidativo pode promover lesões adicionais na área lesada. O estresse oxidativo é um processo que envolve enzimas na produção de espécies reativas de oxigênio. Considerando apenas esse mecanismo �siopatológico, re�ita como a hipotermia pode preservar a zona de penumbra isquêmica (tecido nervoso em risco que circunda a área isquêmica central). A hipotermia poderia ser útil também nas lesões isquêmicas do miocárdio? A nomenclatura das enzimas é dada conforme o substrato ou a reação química catalisada e o su�xo -ase. Por exemplo: a lactase, enzima que catalisa a hidrólise da lactose, o açúcar encontrado no leite. Outro exemplo: a aspartato aminotransferase, enzima que catalisa a transferência do grupo amino do glutamato para o oxaloacetato, o que resulta na formação do aspartato. Há exceções na nomenclatura de enzimas, pois algumas mantêm os seus nomes originais, como a pepsina (protease presente no suco gástrico) e a tripsina (protease presente no suco pancreático). Para manter atividade catalítica adequada, as enzimas precisam da participação de um componente químico chamado de cofator. A holoenzima é o nome dado para o 0 V e r a n o ta çõ e s conjunto formado pela enzima e pelo cofator. Os cofatores podem ser íons inorgânicos ou moléculas orgânicas. Como exemplos de íons inorgânicos como cofatores, temos o íon na hexocinase (enzima que catalisa a transferência do grupo fosfato do ATP para a glicose com a formação do produto glicose 6-fosfato) e o íon na anidrase carbônica (enzima que catalisaas reações químicas do sistema-tampão do íon bicarbonato). As moléculas orgânicas que atuam como cofatores são chamadas de coenzimas, em geral, derivadas de vitaminas. Como exemplos de coenzima, temos a �avina adenina dinucleotídeo ou FAD, derivada da vitamina B2 ou ribo�avina, presente na succinato desidrogenase (enzima que catalisa a conversão do fumarato em succinato no ciclo de Krebs), e o tetrahidrofolato, derivado do ácido fólico, presente em várias reações químicas de síntese de aminoácidos e nucleotídeos. Muitas proteínas têm importância na prática clínica, atuando como biomarcadores para diagnóstico e prognóstico de doenças ou danos teciduais. No caso de lesões isquêmicas do miocárdio, que podem evoluir para o infarto agudo do miocárdio (IAM), temos os seguintes biomarcadores: 1. Creatina quinase – 2 ou CK-2 ou CK-MB: a creatina quinase é a enzima que catalisa a fosforilação da creatina, formando a fosfocreatina, um reservatório de energia para os tecidos. Essa enzima é formada por duas subunidades, B e M. Existem três isoformas da enzima: CK-1 ou CK-BB (encontrada no encéfalo e músculo liso), CK-2 ou CK-MB (encontrada no miocárdio) e CK-3 ou CK-MM (predominante no músculo esquelético). Quando há lesão das células do miocárdio, como ocorre em caso de infarto agudo do miocárdio (IAM), CK-2 ou CK-MB é liberada para a corrente sanguínea, aumentando a sua concentração plasmática. Essa concentração plasmática se eleva de 3 a 8 horas após a lesão Mg2+ Zn2+ 0 V e r a n o ta çõ e s miocárdica, atingindo o pico entre 12 e 24 horas, e normaliza em 72 a 96 horas. 2. Troponinas: proteínas que regulam o processo contrátil de músculos esquelético e cardíaco. Há três tipos: troponina T (possui a�nidade com a tropomiosina, outra proteína que participa da regulação da contração muscular), troponina I (possui a�nidade pela actina, proteína responsável pela contração muscular com a miosina) e troponina C (possui a�nidade pelos íons cálcio, responsáveis pelo início da contração muscular). As �bras musculares cardíacas possuem as troponinas T (TnT) e I (TnI) especí�cas, enquanto que a troponina C é não especí�ca. Assim, quando há lesão no miocárdio, as troponinas cardioespecí�cas (cTnT e cTnI) são liberadas para a corrente sanguínea, havendo um aumento da concentração plasmática dessas proteínas. Essa concentração atinge o pico 12 horas após o início da lesão e permanece elevada por 3 a 10 dias. 3. Mioglobina: proteína presente nas �bras musculares cardíaca e esquelética e responsável por armazenar e facilitar a difusão de gás oxigênio no citoplasma das �bras musculares. Apesar da inespeci�cidade, a dosagem plasmática dessa proteína pode auxiliar no diagnóstico de infarto agudo do miocárdio (IAM). Após lesão do miocárdio, a concentração plasmática se eleva em 1 a 2 horas, atingindo o pico de cerca de 12 horas e normalizando em 24 horas. Aprofundando um pouco mais na cinética enzimática, vamos analisar gra�camente a relação entre a velocidade da catálise enzimática e a variação da concentração de substrato. Essa relação é importante para entendermos os mecanismos dos inibidores enzimáticos. Então, vamos estudar a equação de Michaelis-Menten, um modelo para explicar a relação entre velocidade da reação química e concentração de substratos. Nesse modelo, foi introduzido um parâmetro para se medir a a�nidade da enzima pelo seu substrato: a constante de Michaelis (Km). 0 V e r a n o ta çõ e s Essa constante é uma característica da interação entre uma determinada enzima e seu substrato, portanto, o valor da constante varia conforme a enzima envolvida na reação química. O valor da constante de Michaelis corresponde, numericamente, à concentração de substrato em que a velocidade da reação química é metade de seu valor máximo. Quando todos os sítios catalíticos das enzimas envolvidas estão ocupados pelos substratos, a velocidade da reação química atinge o seu valor máximo. Podemos visualizar melhor esses conceitos no grá�co da Figura 1.19. Figura 1.19 | Grá�co que mostra a relação entre concentração de substrato e velocidade da reação química catalisada por enzima Fonte: elaborada pelo autor. O valor da constante de Michaelis determina a a�nidade da enzima pelo substrato. Um valor de constante alto indica baixa a�nidade, pois é necessária uma maior concentração de substrato para se interagir com as enzimas e atingir a metade da velocidade máxima da reação química. Já um valor de constante baixo indica alta a�nidade da enzima pelo substrato, pois uma concentração menor de substratos já é o su�ciente para se alcançar a metade da velocidade máxima da reação química. Na Figura 1.20, temos a comparação, no grá�co, de dois diferentes valores de constante de Michaelis (Km). 0 V e r a n o ta çõ e s Figura 1.20 | Grá�co que compara a cinética enzimática de duas enzimas com valores diferentes de constante de Michaelis Fonte: elaborada pelo autor. EXEMPLIFICANDO A constante de Michaelis pode explicar a sensibilidade de algumas pessoas às bebidas alcóolicas. O etanol ingerido nas bebidas sofre metabolismo no fígado, sendo convertido, em uma reação catalisada pela enzima álcool desidrogenase, em acetaldeído. Em seguida, a enzima aldeído desidrogenase catalisa a conversão do acetaldeído em acetato, e há duas isoformas de aldeído desidrogenase, uma mitocondrial com valor de Km mais baixo e uma citoplasmática com valor mais alto de Km. Nas pessoas mais sensíveis ao etanol, a isoforma mitocondrial é menos ativa, e, desse modo, o acetaldeído acaba sendo metabolizado de forma predominante pela isoforma citoplasmática. O resultado é uma reação química mais lenta, decorrente da menor a�nidade do acetaldeído pela enzima, o que leva a um acúmulo de acetaldeído no 0 V e r a n o ta çõ e s organismo. O acúmulo dessa substância é o responsável pelos sintomas desagradáveis que algumas pessoas mais sensíveis ao etanol sentem, como taquicardia e rubor facial. A atividade enzimática pode ser interrompida ou reduzida pela ação de substâncias chamadas de inibidores. Esses inibidores interagem com as enzimas, alterando os parâmetros da cinética química, como a velocidade máxima da reação química e a constante de Michaelis. Os inibidores são importantes para a regulação de vias metabólicas, como também na prática clínica, pois muitos fármacos e substâncias tóxicas atuam na inibição de enzimas. A inibição da enzima pode ser reversível, quando ocorre a dissociação rápida da interação entre inibidor e enzima, ou irreversível, quando a dissociação da interação entre inibidor e enzima ocorre muito lentamente ou, até mesmo, não ocorre. Os tipos mais comuns de inibição reversível são a competitiva e a não competitiva. Na inibição competitiva, o inibidor compete com o substrato pelo sítio catalítico, reduzindo a velocidade da reação química. O valor da constante de Michaelis é aumentado na presença do inibidor competitivo, o que indica que uma maior concentração de substrato é necessária para se atingir a metade da velocidade máxima da reação química. A inibição competitiva pode ser neutralizada com o aumento da concentração de substrato, e como os inibidores competitivos podem bloquear vias metabólicas, são chamados também de antimetabólitos. Muitos antimetabólitos são usados na prática da saúde para tratamento de várias condições clínicas. O fármaco metotrexato, utilizado na quimioterapia do câncer, é um antimetabólito que inibe de forma competitiva a enzima di-hidrofolato redutase, bloqueando vias metabólicas de biossíntese de bases nitrogenadas purinas e pirimidinas que entram na composição dos nucleotídeos. Outro exemplo é o grupo das estatinas (como exemplo, temos: Atorvastatina e Sinvastatina), 0 V e r a n o ta çõ e s fármacos que inibem de forma competitiva a enzima hidroxi- metilglutaril-CoA-redutase (HMG-CoA-redutase) e, consequentemente, reduzem a síntese de colesterol pelas células.Na inibição não competitiva, o inibidor e o substrato ligam-se em sítios diferentes na mesma enzima. Dessa maneira, o inibidor pode se ligar tanto à enzima livre quanto à enzima ligada ao substrato. A inibição não competitiva não é anulada com o aumento da concentração de substratos, como ocorre na inibição competitiva; os inibidores não competitivos não alteram a a�nidade da enzima pelo substrato, por isso, o valor da constante de Michaelis não é alterado, porém a velocidade máxima da reação química é reduzida. Em geral, os inibidores não competitivos estão mais relacionados com a Toxicologia, como os pesticidas organofosforados, que inibem de forma não competitiva a enzima acetilcolinesterase, responsável por catalisar a hidrólise da acetilcolina. Outro exemplo é o chumbo, que reage com os grupos sul�drila (-SH) dos resíduos de cisteína, inibindo, de forma não competitiva, várias enzimas. Na Figura 1.21, podemos comparar a cinética da catálise enzimática em 3 situações: apenas com a enzima, a enzima com o inibidor competitivo e a enzima com inibidor não competitivo. Figura 1.21 | Grá�co que compara as curvas da reação em três situações: apenas com a enzima, enzima + inibidor competitivo e enzima + inibidor não competitivo 0 V e r a n o ta çõ e s Fonte: elaborada pelo autor. Os inibidores irreversíveis ligam-se, de forma muito estável, aos sítios catalíticos das enzimas. A dissociação desses inibidores das enzimas ocorre de forma muito lenta ou inutiliza a enzima. Nas duas situações, a atividade catalítica da enzima está prejudicada, e um exemplo é o ácido acetilsalicílico, um anti-in�amatório não esteroide que inibe, de forma irreversível, a enzima ciclo-oxigenase (COX). O antibiótico penicilina, outro exemplo, atua como inibidor irreversível da enzima transpeptidase bacteriana, enzima que catalisa a ligação cruzada entre as moléculas de peptideoglicano, essencial para a estabilidade da parede celular da bactéria. Outro exemplo que podemos citar é o alopurinol, um fármaco utilizado no tratamento de gota, que inibe, de forma irreversível, a enzima xantina-oxidase, o que impede a geração de ácido úrico. Aqui, terminamos esta seção dedicada ao estudo das propriedades físico-químicas e funcionais das proteínas, bem como das enzimas e sua atividade catalítica. Trata-se da última seção da Unidade 1; na próxima, iniciaremos a Unidade 2, que será dedicada ao estudo dos carboidratos. 0 V e r a n o ta çõ e s FAÇA A VALER A PENA Questão 1 Considerando a relação estrutura-função, a capacidade funcional de uma proteína é dependente da sua estrutura tridimensional. Durante o dobramento da proteína, há a formação de fendas, chamadas de sítios ativos, nas quais há interação com o substrato ou ligante. Dessa maneira, a proteína exerce a sua função. Baseando-se nos seus conhecimentos sobre a organização estrutural das proteínas, assinale a alternativa correta. a. Com a desnaturação, a proteína retorna à sua estrutura primária, porém ainda mantém função devido à preservação dos sítios ativos. b. A estrutura terciária é composta por arranjos de aminoácidos que se repetem ao longo da cadeia polipeptídica. c. Na estrutura primária, a sequência linear é mantida pelas ligações de hidrogênio entre os aminoácidos. d. Tanto na estrutura terciária quanto na estrutura quaternária, a proteína apresenta capacidade funcional. e. As ligações químicas que estabilizam a estrutura terciária são fortes e só rompidas pela ação de enzimas especí�cas Questão 2 O conjunto de proteínas do organismo é constantemente renovado (turnover proteico). Essa renovação proteica depende da integração dos processos de síntese e de degradação das proteínas. Esses processos são altamente regulados para manter a quantidade adequada de proteínas para as diversas funções, desde metabólicas até o controle do crescimento e de diferenciações celulares. Considerando os conceitos aprendidos sobre síntese e degradação proteicas, assinale a alternativa correta. a. As informações da sequência de aminoácidos estão armazenadas no DNA, que, por sua vez, associa-se aos ribossomos para a síntese de proteínas em um processo chamado de transcrição. b. A proteína-alvo é marcada por poliubiquitina para ser reconhecida pela unidade regulatória do proteassomo e, em seguida, é direcionada ao centro catalítico, onde é degradada em 0 V e r a n o ta çõ e s REFERÊNCIAS pequenos peptídeos. c. A marcação pela ubiquitina é essencial para que a proteína-alvo seja reconhecida por receptores especí�cos nos lisossomos. Em seguida, em pH alcalino, as proteases lisossomais degradam a proteína-alvo. d. As proteínas extracelulares são endocitadas pela célula e o endossomo se funde com o lisossomo. No interior do lisossomo, ocorre a proteólise dependente de ATP dessas proteínas mediada pelo proteassomo. e. As informações contidas no DNA são transcritas no RNA mensageiro, que, em seguida, associa-se aos proteassomos. Dessa maneira, as informações do RNA mensageiro são traduzidas em sequência de aminoácidos pelo proteassomo. Questão 3 As enzimas são uma classe especial de proteínas, essenciais para a manutenção da vida. As vias metabólicas relacionadas à produção de energia, biossíntese e degradação são dependentes das enzimas. Em casos de enzimas defeituosas, as reações químicas catalisadas por essas enzimas são prejudicadas e, consequentemente, desenvolve-se um quadro patológico. Em relação às propriedades estruturais e funcionais das enzimas, assinale a alternativa correta. a. Apesar de interagir corretamente com a fenilalanina, a enzima fenilalanina hidroxilase não consegue reduzir a energia de ativação da reação de conversão da fenilalanina em tirosina, por isso, desenvolve-se um quadro patológico: a fenilcetonúria. b. A atividade das enzimas não depende do pH do meio, por isso, a manutenção do pH sanguíneo por sistemas-tampão é desnecessária para a capacidade funcional das enzimas. c. O ácido ascórbico (vitamina C) é cofator de enzimas para a hidroxilação da prolina e lisina no colágeno. Apesar de atuar como cofator, a ausência de ácido ascórbico não interfere nas propriedades funcionais do colágeno. d. Na catálise enzimática, as enzimas aumentam a energia de ativação, pois, assim, mais moléculas de substrato passam a ter energia su�ciente para romper as ligações entre os átomos, o que favorece a formação dos produtos. e. Muitas enzimas têm importância clínica no diagnóstico e prognóstico de doenças ou danos teciduais. Um exemplo é a creatina quinase tipo 2 ou MB, que é biomarcador de lesões no músculo cardíaco. 0 V e r a n o ta çõ e s BERG, J. M.; TYMOCZKO, J. L.; STRYER, L. Estrutura e Composição das Proteínas. In: BERG, J. M.; TYMOCZKO, J. L.; STRYER, L (Org.). Bioquímica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. FERRIER, D. R. Bioquímica Ilustrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019. FUJII, J. Proteínas catalisadoras: enzimas. In: BAYNES, J. W.; DOMINICZAK, M. H. (Org.). Bioquímica médica. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. KENNELLY, P. J.; RODWELL, V. W. Água e pH. In: RODWELL, V. W. et al. (Org.). Bioquímica Ilustrada de Harper. 30. ed. Porto Alegre: AMGH, 2017. NAGAI, R.; TANIGUCHI, N. Aminoácidos e proteínas. In: BAYNES, J. W.; DOMINICZAK, M. H. (Org.). Bioquímica médica. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. NELSON, D. L.; COX, M. M. (Org.). Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. NUSSBAUM, R. L.; MCINNES, R. R.; WILLARD, H. F. Bases moleculares, bioquímicas e celulares das doenças genéticas. In: NUSSBAUM, R. L.; MCINNES, R. R.; WILLARD, H. F. (Org.). Thompson & Thompson genética médica. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. SMITH, C.; MARKS, A. D.; LIEBERMAN, M. Enzimas como catalisadores. In: SMITH, C.; MARKS, A. D.; LIEBERMAN, M (Org.). Bioquímica médica básica de Marks: uma abordagem clínica. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 0 V e r a n o ta çõ e s
Compartilhar