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Parasitologia Clínica Dr. Bruno Eduardo Silva de Araujo TÉCNICAS PARASITOLÓGICAS UTILIZANDO AMOSTRA SANGUÍNEA 01 Considerações Gerais ● É possível diagnosticar diferentes estágios de hemoparasitas no sangue periférico humano: § Parasitando hemácias § Plasmódios (Plasmodium vivax, P. falciparum, P. malariae) § Babésia (Babesia bigemina) Considerações Gerais ● É possível diagnosticar diferentes estágios de hemoparasitas no sangue periférico humano: § Fora das hemácias § Filárias (Wuchereria bancrofti, Mansonella ozzardi, Onchocerca volvulus) § Tripanossomos (Trypanosoma cruzi) Considerações Gerais ● É possível diagnosticar diferentes estágios de hemoparasitas no sangue periférico humano: § Nos monócitos § estágios amastigotas da Leishmania Preparações de Esfregaços ● 2 tipos: os espessos e os estirados ● A combinação pode oferecer melhores resultados Esfregaços estirados ● Empregados para: § o estudo das hemácias § a contagem diferencial dos leucócitos § Diagnóstico de estágios dos Plasmodium: quando a densidade dos parasitos for alta § Sensibilidade do diagnóstico é menor que a da gota espessa Esfregaços estirados ● Preparação 1. Uma gota de sangue fresco perto de uma das extremidade da lâmina 2. Fazer um ângulo de 20-45° entre a segunda lâmina e a gota de sangue 3. Estirar a gota de sangue em direção ao lado oposto (se for necessário, deixar um espaço para o esfregaço espesso) 4. Mínimo de 2cm de comprimento com margens livres 5. Deixar secar a temperatura ambiente Esfregaços estirados ● Preparação Esfregaços estirados Esfregaços espessos (gota espessa) ● Método oficialmente utilizado no Brasil, para o diagnóstico da malária ● Visualização do parasito, através de microscopia ótica, após coloração pelo método de Walker ou Giemsa. ● Permite a diferenciação específica dos parasitos a partir da análise de sua coloração, morfologia e de seus estádios de desenvolvimento no sangue periférico, devido a sua alta concentração Esfregaços espessos (gota espessa) 1. Aplicar 3 gotas na parte central da lâmina, de maneira que fiquem próximas umas das outras. 2. Tais gotas são reunidas para formar “uma mancha” circular (usa-se a ponta de uma outra lâmina) 3. Conservar a lâmina assim preparada em lugar abrigado, até que fique inteiramente seca (no mínimo após 1 hora) Esfregaços espessos (gota espessa) 4. Desemoglobinizar a lâmina colocando em posição vertical e mergulhada em um frasco contendo água destilada morna (10 minutos) 5. Ao retirar a lâmina da água, nota-se que o sangue perdeu sua cor, tornando-se esbranquiçado. Esfregaços espessos (gota espessa) Esfregaços espessos (gota espessa) Esfregaços espessos (gota espessa) Coloração dos esfregaços sanguíneos ● Mais difundidos são os de: Leishman, Wright, Field, Giemsa, JSB, Walker e Shute. ● Fixador combinado com o corante (coloração de Wright) ● Fixação é realizada antes da coloração (coloração de Giemsa) Concentração do sangue ● Aumentam o número de organismos recuperados nas amostras sanguíneas, ampliando a sensibilidade do exame ● Métodos desenvolvidos para o isolamento e concentração de tripanossomos, leishmânias e microfilárias Concentração do sangue ● São indicados quando: § os organismos suspeitos não são identificados nos esfregaços espessos § a taxa do parasitismo, sendo muito baixa, dificulta a identificação das espécies. Centrifugação do sangue (creme leucocitário) ● Mais simples procedimento para a pesquisa de parasitos no creme leucocitário ● Esse método é empregado para a detecção da Leishmania donovani, de tripanossomos e de microfilárias no sangue periférico Método da centrifugação tríplice ● Indicada para detectar a presença de tripanossomos no sangue periférico ● Especialmente usada quando o nível da parasitemia é muito baixo ● Retirar as hemácias com 1 ou 2 centrifugações em baixa velocidade ● Centrifugar o sobrenadante e realizar o exame direto a fresco tripomastigotas ativamente Métodos indiretos ● Fase crônica da doença de chagas: dificuldade de encontrar parasitas pelos métodos diretos ● Métodos indiretos: permitem a multiplicação do flagelado Xenodiagnóstico ● Detecção de T. cruzi nas fezes e na urina do inseto ● Exposição do paciente a picada do vetor ● Insetos cultivados em laboratório sugam o sangue do paciente por 20 a 30 minutos ● Após 30 a 60 dias inseto: leve compressão do abdômen dos insetos ● Aplicada geralmente no antebraço Xenodiagnóstico Hemocultura ● T. cruzi é capaz de crescer e de multiplicar-se em diferentes meios de cultura acelulares que contenham hemina ou derivados da hemoglobina. ● As culturas são mantidas a 28°C e examinadas em intervalos de 15 dias até um total de quatro meses Protozoários de vias digestivas e geniturinárias 02 Introdução ● A relação parasito-hospedeiro mais eficiente: parasito consegue invadir o organismo de seu hospedeiro sem ser percebido facilmente ● Escolha da via infecciosa mais eficiente depende: ○ o ciclo de vida do parasito, ○ seus hospedeiros intermediários, ○ seus hospedeiros definitivos e a ○ facilidade de transmissão associada a essa via. Vias de transmissão ● Vias diretas: estão associadas ao contato direto entre hospedeiros (contato com saliva, contato direto com lesões, contato sexual ou contato físico) ● Vias de transmissão indiretas: ocorrem quando há elementos potencialmente patogênicos no ambiente (vias respiratórias e oral, por meio da ingestão de alimento ou de água contaminada) Vias de transmissão o Vias digestivas e geniturinárias são excelentes portas de entrada de microrganismos o Alguns são capazes de resistir bastante tempo em situações consideradas adversas, tais como a exposição às alterações de pH do trato gastrointestinal e o pH ácido do estômago Vias de transmissão o Intestino ○ Dois segmentos: ■ intestino delgado: dividido em duodeno, jejuno e íleo ■ intestino grosso: dividido em ceco e cólon Vias de transmissão ● Duodeno: ○ Primeira porção do intestino delgado, estendendo-se do piloro até o jejuno ○ Transformação do quimo (ainda bolo alimentar) em quilo ● Ceco ○ recebe o quilo e promove a absorção de água e de alguns nutrientes; Vias de transmissão ● Reto ○ porção final do intestino grosso, local onde o bolo fecal fica armazenado temporariamente para ser conduzido e eliminado pelo ânus Vias de transmissão Vias de transmissão ● Vias geniturinárias ○ iniciam nos rins, que são formados pelos néfrons, suas subunidades funcionais Vias de transmissão ● Vias geniturinárias ○ Rins ■ possuem conexão direta com os ureteres, dois longos canais tubulares que descem através da cavidade abdominal para a região pélvica e desaguam na bexiga ○ Bexiga ■ Armazenar temporariamente a urina, até ficar suficientemente cheio, provocando a micção Vias geniturinárias ● Vias urinária feminina ○ Separada do sistema reprodutor ○ Não tem contato com outra microbiota Vias geniturinárias ● Homens: sistema unido com troca de microbiota entre os dois sistemas ● Homem apresenta mais casos de resistência a infecções urinárias ○ maior diversidade de microbiota e produção de líquidos neutralizantes de pH quando comparado ao sistema urinário feminino Amebas patogênicas e comensais do intestino ● Amebas ○ protozoários eucariontes, com núcleo celular protegendo o material genético ○ variam de 10 µm a 60 µm e são classificadas de acordo com sua forma de locomoção Amebas patogênicas e comensais do intestino ● Amebas ○ movimentação delas ocorre através dos pseudópodes, formados pela movimentação do citoplasma Amebas patogênicas e comensais do intestino ● Amebas ○ Alimentação: fagocitose (heterotróficas) ○ Reprodução assexuada Amebas patogênicas e comensais do intestino ● Amebas Comensais ○ realizam uma relação ecológica harmônica interespecífica (uma relação sem danos para nenhum dosindivíduos de espécies diferentes) ■ Ex: Entamoeba gengivalis (mucosa oral), e Entamoeba coli e Entamoeba nana (intestino grosso) Amebas patogênicas e comensais do intestino ● Amebas Comensais ○ causam manifestação de sintomas e desenvolvimento de doença em casos de oportunismo (imunidade comprometida, uso de corticóides ou AIDS) Amebas patogênicas ● Entamoeba histolytica ○ responsável pela manifestação da amebíase ○ Amebíase: tende a ocorrer em regiões com condições socioeconômicas desfavoráveis e saneamento básico inadequado Amebas patogênicas ● Entamoeba histolytica ○ Amebíase: ■ Anualmente, estima-se que 40 a 50 milhões de pessoas desenvolvam colite amebiana no mundo ■ Morte de 40 a 70 mil indivíduos acometidos. ■ Maior parte das mortes: quadros diarreicos duradouros, principalmente em crianças, causando casos extremos de desidratação. Entamoeba histolytica ● Ciclo de vida e manifestações clínicas 1. Ingestão de alimentos contaminados com os cistos. Chegam até o início do intestino grosso 2. Desencistamento: rompimento da parede cística. Liberação do metacisto 3. Metacistos sofrem divisões com formação dos trofozoítos. (ficam aderidos à parede intestinal, alimentando-se de bactérias e detritos) Entamoeba histolytica ● Ciclo de vida e manifestações clínicas 4. Após reprodução assexuada de trofozoítos: formação de cistos (saem nas fezes) 5. Trofozoítos podem invadir a submucosa intestinal chegando até a circulação (pele, pulmão e cérebro). Se transformam em hematófagos Entamoeba histolytica Entamoeba histolytica ● Manifestações clínicas ○ 80-90% a infecção e a amebíase é assintomática ○ Quando invasão dos tecidos do cólon: alternância entre constipação e a diarreia intensa, flatulências precedidas de dor abdominal com cólica, (fezes possam ser liberadas contendo muco e sangue) Entamoeba histolytica ● Manifestações clínicas ○ casos graves: amebose intestinal crônica, colite amebiana fulminante, abcesso amebiano pulmonar Entamoeba histolytica ● Diagnóstico ○ Padrão ouro: Exame Parasitológico de Fezes (EPF) ○ Análise microscópica e morfológica dos trofozoítos e cistos. ○ Trofozoítos ■ Morfologia: tamanho entre 12 e 20 µm, forma irregular, com um núcleo com cariossoma central e com cromatina periférica formada de grânulos delicados e com distribuição irregular. ■ Nos vacúolos, podemos verificar hemácias. Entamoeba histolytica ● Diagnóstico ○ Trofozoítos Entamoeba histolytica ● Diagnóstico ○ Cistos ■ apresentam um tamanho similar (10 a 15 µm) e podem ser encontrados nas formas maduras e imaturas. ■ O cisto imaturo: forma arredondada, com 1 ou mais núcleos, com cariossoma central, corpos cromatoides (em forma de bastão ou charuto) e, ocasionalmente, vacúolos de glicogênio. ■ Já o cisto maduro apresenta quatro núcleos e ausência de corpos cromatoides Entamoeba histolytica ● Diagnóstico ○ Cistos ■ Entamoeba histolytica ● Diagnóstico ○ Cistos ■ Entamoeba histolytica ● Diagnóstico ○ Análise de fezes formadas, utiliza-se métodos de (Faust), e flutuação espontânea (Willis) ○ Exame a fresco das fezes para identificação de trofozoítos vivos ○ Melhor opção diagnóstica: análise morfológica em fezes coletadas em potes com conservantes, corados com hematoxilina-férrica Entamoeba histolytica ● Diagnóstico Entamoeba hartmanni, E. dispar, E. coli ● As amebas possuem ciclo de vida semelhante, independentemente da espécie ● Em muitos casos a infecção por essas amebas somente ocorre para grupos de risco específicos (idosos residentes de asilos, indivíduos privados de liberdade, com imunidade baixa) ● Amebíases mais raras (estão espalhadas em todo o mundo) ● Aproximadamente 10% dos casos estão relacionados à amebíase invasiva Entamoeba hartmanni, E. dispar, E. coli ● Diagnóstico ○ Padrão ouro: exame parasitológico de fezes com identificação dos cistos ou trofozoítos. E. coli ● Morfologia ○ Cistos ■ esférico ou ligeiramente ovoide, com visualização de sua parede cística espessa ■ Sem vacúolos citoplasmáticos, possuem de 1 a 8 núcleos, com cariossomo excêntrico com presença de corpos cromatoides finos E. coli ● Morfologia ○ Trofozoítos ■ forma irregular, membrana citoplasmática delgada e com citoplasma com vacúolos grandes (aspecto de “sujo”). ■ O núcleo apresenta o cariossoma excêntrico e grosseiro Entamoeba hartmanni, E. dispar ● Morfologia ○ E. hartmanni e E. díspar podem ser confundidas com formas pequenas de E. histolytica ; ○ O diagnóstico diferencial se dá pela morfologia do núcleo ou pelo tamanho dos cistos (menores do que E. histolytica). ○ Diagnóstico espécie-específico: reação em cadeia polimerase (PCR) ou hemaglutinação indireta e imunoflorescência indireta. Entamoeba hartmanni, E. dispar, E. coli ● Morfologia Entamoeba hartmanni, E. dispar, E. coli ● Morfologia Entamoeba hartmanni, E. dispar, E. coli ● Morfologia Endolimax nana e Iodamoeba butschlii ● Não são patogênicos ao homem e raramente causam infecção ● Seus trofozoítos medem cerca de 5-12 µm (E. nana o menor protozoário capaz de infectar o homem) ● Apresentam vacúolos citoplasmáticos, também contendo bactérias e fungos ● Cistos levemente ovais ou esféricos, medem entre 4 e 10 µm, com quatro núcleos pouco visíveis e cromatina fina. ● Corpos cromátides pequenos arredondados ou quadrados. Quando corados com lugol, seu citoplasma apresenta coloração verde-clara Endolimax nana e Iodamoeba butschlii Endolimax nana e Iodamoeba butschlii Profilaxia e Tratamento ● Medida profilática principal: investimento em saneamento básico adequado ● Tratamento ○ Metronidazol: 500 a 750 mg, três vezes/dia durante 7 a 10 dias. ○ Tinidazol: 2 g, 1 vez/dia em adultos e em crianças > 3 anos de idade por três a cinco dias Flagelados de vias digestivas e geniturinárias ● Os protozoários flagelados são aqueles que se locomovem sempre com o auxílio de flagelos. ● Podem ser organismos comensais ou patogênicos presentes em nosso trato digestivo/geniturinário ● Destacam-se Giardia lamblia e Trichomonas vaginalis Flagelados de vias digestivas e geniturinárias ● Trichomonas vaginalis e Tricomoníase ○ Tricomoníase é uma infecção negligenciada do trato vaginal ou trato genital masculino causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis ○ Número de casos diagnosticados de T. vaginalis dentre os homens é pequeno em relação às mulheres (falta de sintomas e ir menos aos médicos do que as mulheres) Flagelados de vias digestivas e geniturinárias ● Trichomonas vaginalis e Tricomoníase ○ Os trofozoítos são transmitidos, principalmente, por via sexual ○ Está presente em 39% das mulheres com neoplasia intraepitelial cervical e possui mais casos de frequência naquelas que possuem quadros de hipertensão ou diabetes Flagelados de vias digestivas e geniturinárias ● Trichomonas vaginalis e Tricomoníase ○ Pode provocar infertilidade em 20% dos casos (adesão do parasito às tubas uterinas; ○ Induzir o parto prematuro; causar alteração de pH vaginal; gerar redução do peso do feto ao nascer; feto natimorto e morte. Trichomonas vaginalis ● Ciclo de vida ○ Trofozoíto: ■ Encontrado em secreções vaginais/prostáticas ou em resíduos de urina, fase para realização do diagnóstico ■ Forma infectante ■ Não vemos a formação de cistos Trichomonas vaginalis ● Manifestações clínicas ○ Nas mulheres: ■ O protozoário infecta principalmente o epitélio do trato genital ou da uretra ■ 20% das mulheres infectadas pelo desenvolvem corrimento com odor fétido ■ Dor durante as reações sexuais, poliúria e dor ao urinar. Trichomonas vaginalis ● Manifestações clínicas ○ Homens: ■ Pode apresentar sintomas leves ou agudos (uretrite purulenta ou leitosa) ■ Pequena sensação de prurido e fisgadas na uretra (“cocheira”), Trichomonas vaginalis ● Diagnóstico ○ Exame direto, com a análise microscópica ○ Mulheres ■ coletadas a urina (peloEAS – elementos anormais do sedimento) e a secreção vaginal ou cervical (Swab) ou Papanicolau. ○ Homens ■ Secreção uretral a partir da alça de platina ■ Esperma através da masturbação em pote estéril Trichomonas vaginalis ● Diagnóstico ○ Exame direto a fresco, os protozoários normalmente perdem seus flagelos, sendo necessária rápida observação ○ Para aumentar a sensibilidade do exame a fresco, recomenda-se a utilização de corantes ○ Nas preparações fixadas e coradas, ele é tipicamente elipsoide, piriforme ou oval. Trichomonas vaginalis ● Diagnóstico ○ Estruturas ovais ou redondas, com tamanho entre 5 e 20 µm, com o citoplasma corado de cinza-azulado e apresenta grânulos castanho- avermelhados Trichomonas vaginalis ● Diagnóstico Trichomonas vaginalis ● Diagnóstico ○ Padrão-ouro: cultura em meios específicos, que possibilita um diagnóstico mesmo quando há baixa carga de parasitas, no entanto é mais demorado ○ Diagnostico diferencial: análise genética do parasito pelo PCR. Giardia lamblia e Giardíase ● Maior possibilidade de infecção ocorre através da ingestão de alimentos e água contaminados com os trofozoítos ● Manipulação inadequada dos alimentos e a irrigação de lavouras com água contaminada são fatores determinantes para a transmissão ● Outras formas: Manuseio de objetos de crianças e sexo anal sem preservativo Giardia lamblia e Giardíase ● Taxas de incidência: mais frequentes nas faixas etárias entre 1 e 4 anos, devido ao comportamento infantil ser associado a baixo índice de higiene e muito contato interpessoal ● Distribuída em todo o mundo, com destaque para as regiões tropicais e subtropicais. ● O Brasil apresenta alta prevalência da doença, dependendo do estado, estando em maior número nos estados mais pobres Giardia lamblia e Giardíase ● Ciclo de vida ○ Apresenta um ciclo moxênico, ou seja, com um único hospedeiro ○ A contaminação inicia após a ingestão de alimentos com os cistos ○ No TGI: o cisto começa seu processo de desencistamento no estômago ○ Ao chegar duodeno, o cisto se rompe, liberando os trofozoítos ○ Trofozoítos aderem à mucosa intestinal e se multiplicam ○ A encistação ocorre quando os parasitas transitam em direção ao cólon Giardia lamblia e Giardíase Giardia lamblia e Giardíase ● Manifestações ○ diarreia aquosa, que pode se alternar com fezes moles e gordurosas, ○ cansaço, fadiga ou mal-estar, ○ dores abdominais, cólicas abdominais e inchaço, arrotos constantes e com mau cheiro, náuseas e perda de peso. ○ Suas manifestações clínicas podem sumir em pouco tempo (dificulta o diagnóstico) Giardia lamblia e Giardíase ● Diagnóstico ○ realizado através do exame físico, onde o médico normalmente pressiona levemente a região abdominal para conferir casos de dores ou desconfortos e verifica a mucosa oral e a pele do paciente, na tentativa de detectar sinais de desidratação Giardia lamblia e Giardíase ● Diagnóstico ○ diagnóstico clínico não é conclusivo em muitos casos, principalmente naqueles em que há baixa carga do parasito. ○ EPFs são solicitados para investigação dos cistos e trofozoítos. Giardia lamblia e Giardíase ● Diagnóstico ○ Fezes formadas: identificação de cistos, ■ preparações a fresco pelo método direto, com salina ou lugol ■ por métodos de sedimentação, Faust ou MIFC (mertiolato-iodo-formalina) Giardia lamblia e Giardíase ● Diagnóstico ○ Fezes diarreicas: identificação de trofozoítos ■ preparações a fresco pelo método direto, com salina, lugol ou hematoxilina férrica Giardia lamblia e Giardíase ● Diagnóstico ○ Recomendado que sejam coletadas sempre três amostras consecutivas, em vez de coleta de fezes frescas ○ Análise morfológica ■ Cistos ● estrutura oval ou elipsoide (variando entre 8 e 15 µm) ● parede cística delicada, com 2 a 4 núcleos ● com corpos parabasais dispostos transversalmente ● axonemas dispostos longitudinalmente. Giardia lamblia e Giardíase ● Análise morfológica ○ Cistos Giardia lamblia e Giardíase ● Análise morfológica ○ Cistos Giardia lamblia e Giardíase ● Análise morfológica ○ Trofozoítos ■ em formato piriforme (pera) e com simetria bilateral ■ membrana nuclear delicada, com dois núcleos com cariossoma central, corpos parabasais, axonemas dispostos longitudinalmente e quatro flagelos Giardia lamblia e Giardíase ● Análise morfológica ○ Trofozoítos Giardia lamblia e Giardíase ● Análise morfológica ○ Trofozoítos Giardia lamblia e Giardíase ● Medidas profiláticas ○ Tratamento correto de águas de uso público ○ Boa higiene pessoal ○ Utilização de preservativos Giardia lamblia e Giardíase ● Tratamento ○ Tinidazol, tomado em dose única ○ Metronidazol, que é ingerido três vezes por dia durante cinco a sete dias ○ Nitazoxanida disponível em forma líquida: administrada mais facilmente para crianças e em comprimidos. ■ Tomada duas vezes ao dia por três dias. ■ Também possui efeitos colaterais, como enjoos, náuseas, tonturas e vômitos
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