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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR
JOÃO PAULO DE SOUZA ROCHA IAN GABRIEL CAVALCANTI DE ALMEIDA ISAAC ARAUJO DOS SANTOS RAISSA SANTOS RUMÃO
 
 
 ELABORAÇÃO DE REPOSTA ESCRITA 
 SALVADOR-BA
 2023
	Questão 01. Em relação à responsabilização do(a) Governador(a) e do(a) Presidente da República na prática de crimes comuns e crimes de responsabilidade, responda os itens a seguir: 
a) Qual o órgão competente para o julgamento? 
 No caso do(a) Presidente da República, o órgão competente para realizar o seu julgamento pela prática de crimes comuns é o Supremo Tribunal Federal. Já nos crimes de responsabilidade, compete privativamente ao Senado Federal processar e julgar. Depois de admitida a acusação por dois terços da Câmara dos Deputados. Dispostos no art. 51, art. 52, inciso I, e art. 86 CF/88.Já o Governador do Estado, julgado por crime de responsabilidade, será julgado por um tribunal misto que é composto de 5 deputados estaduais e 5 desembargadores, presidido pelo presidente do Tribunal de Justiça. São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento, de acordo com a Súmula Vinculante 46. Em prática de crime comum, o Governador será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça, art. 105, inciso I, a. As Constituições estaduais e a Lei Orgânica do DF dizem o seguinte: o STJ só pode receber a denúncia se houver autorização do parlamento estadual. Para o PGR, a Lei Orgânica e Constituições Estaduais não podem tratar desse tema.
b) Qual o procedimento para afastamento do cargo?
O art. 86 CF/88 diz: § 1º - O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. § 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. § 3º - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão. § 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. Se o crime comum for cometido durante o mandato, a Procuradoria Geral da República deve apresentar a denúncia no STF. O processo contra o Presidente da República deverá ser autorizado, por pelo menos dois terços dos membros da Câmara dos Deputados, art. 51 CF/88, inciso. I. A partir deste aval, o STF analisará se a denúncia é valida, e caso seja positiva, ocorre o afastamento do Presidente por 180 dias. Por fim, caso o Presidente da República seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal pela prática de crime comum, a decisão condenatória com trânsito em julgado acarretará a suspensão dos seus direitos políticos e, em consequência, a cessação imediata de seu mandato.
Nos casos de crime de responsabilidade, o processo de impeachment tem início na Câmara dos Deputados, a partir da apresentação da denúncia por qualquer cidadão, pois cabe privativamente a essa Casa autorizar, por dois terços de seus membros, a autorização ou não do processo contra o Presidente da República. Eventual autorização pela Câmara, não mais vincula o Senado, como era o entendimento antes da ADPF 378/STF.
No momento que é instaurado o processo de julgamento pelo Senado Federal, o Presidente da República ficará suspenso de suas funções, somente retornando ao exercício da Presidência se for absolvido ou se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, hipótese em que retornará ao exercício das suas funções, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
A condenação do Presidente da República pela prática de crime de responsabilidade acarretará a perda do cargo, com a inabilitação por oito (8) anos, para exercício de funções públicas, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
Dilma Rousseff, mesmo sofrendo impeachment em 2016, disputou as eleições em 2018. Isto aconteceu pois foi pedido que o seu julgamento fosse dividido em dois, um para determinar se houve o crime de responsabilidade e o outro para determinar se ela sofreria a pena de inabilitação de 8 anos. Desse modo, na primeira votação, ela foi considerada culpada, sendo condenada à perda do seu cargo, porém, na segunda votação, os senadores entenderam que ela não deveria ser incapacitada de exercer outro cargo público pelo período de 8 anos, sendo ela liberada desta penalidade.
Já os Governadores, de acordo com a Lei 1.079/50, podem também sofrer um processo de impeachment, caso cometam crimes de responsabilidade. Qualquer cidadão pode denunciar o Governador caso haja indícios de crime de responsabilidade, entretanto, deverá ser realizada perante a Assembleia Legislativa do Estado em questão, sendo necessário dois terços dos Deputados Estaduais para que a denúncia seja aceita. Caso haja a aprovação para a abertura do processo, será realizado o julgamento da autoridade, por meio de um Tribunal Especial, formado por 5 desembargadores e 5 Deputados Estaduais escolhidos pela Assembleia, sendo presidido pelo Presidente do Tribunal de Justiça Estadual. Para ser condenado, também são necessários dois terços dos votos do tribunal.
O governador do Distrito Federal foi afastado do cargo, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Essa decisão seguiu uma jurisprudência da Corte, não dependendo necessariamente de aval da Assembleia Legislativa.
O Governador, cometendo crime comum, pode ser preso e processado durante o mandato por crimes estranhos à função. A imunidade a prisão, do Presidente da República, quando julgado por um crime comum ou de responsabilidade, antes do trânsito em julgado, não se estende ao Governador. É possível a prisão cautelar e o afastamento do Governador em mandato.

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