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Profa. Andreia Ferreira UNIDADE I Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Nesta disciplina, na unidade I, estudaremos: Histórico do surgimento da caridade; As ações dos Estados para os vulneráveis; Bem-estar Social: “Welfare State”; O trabalho infantil no século XIX; Adesão do Estado aos postulados neoliberais; No Brasil, a adesão ao neoliberalismo e a contrarreforma do Estado. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Como eram as ações em prol dos mais vulneráveis antes do estágio pré-capitalista de desenvolvimento humano e antes da Revolução Industrial? Martinelli (2009) nos diz que, durante a Antiguidade, havia uma prática comum em alguns povos, uma espécie de intervenção que ficou conhecida como Confrarias do Deserto. Essas confrarias surgiram por volta de 3000 a.C. e eram comuns no Antigo Egito, na Grécia, na Itália e na Índia. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Essas confrarias foram, inicialmente, organizadas para conceder gêneros alimentícios e facilitar a marcha de caravanas pelo deserto. Com o tempo, elas foram organizadas também nas cidades e passaram a oferecer esmolas esporádicas, visitas domiciliares para idosos e viúvas, além da concessão de gêneros alimentícios, roupas e calçados. Nas confrarias do povo judeu havia uma priorização para atender as viúvas, os órfãos, os idosos e os doentes. Essas poucas ações eram mantidas com recursos provenientes de doações de grupos privados e de grupos religiosos (MARTINELLI, 2009). Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Fonte: https://www.gosp elprime.com.br/a -resposta-para-o- seu-problema- vem-do-ceu/ Martinelli (2009) afirma que, a partir do surgimento do cristianismo, temos o estímulo a práticas caritativas, sobretudo as organizadas por pessoas vinculadas à Igreja. Acreditava-se que, por meio da caridade, seria possível a expiação dos pecados e a garantia de um espaço no céu depois da morte. Dentro da Igreja Católica, surgiu um filósofo que representava esse ideal, Tomás de Aquino, descrito como um santo, uma vez que propunha aos católicos realizar a caridade. São Tomás de Aquino, de fato, conseguiu estimular os católicos de tal forma, que eram muitas as ações que buscavam desenvolver a caridade. Contudo, essas ações eram relacionadas a concessão de benefícios afins para os segmentos mais empobrecidos, não havendo uma continuidade e nem, tampouco, uma regra para a concessão. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Fonte: https://www.guiaestudo.com.br/sao-tomas-de-aquino Ações do Estado: Em 1349, na Inglaterra: Estatuto dos Trabalhadores – trabalhadores com menos de 60 anos e que possuíam condições físicas deveriam trabalhar e esta remuneração era um valor mínimo e irrisório. Em 1351, na Grã-Bretanha, o rei Eduardo III determinou que todos os que recebessem ajuda da caridade deveriam devolver a ajuda recebida por meio do trabalho (dizimados pela peste negra). Segundo Pereira (2011, p. 62), “surge, daí, a estreita relação entre assistência social e trabalho, que vai se constituir em um imperativo categórico no capitalismo”. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Ainda em 1351, na Grã-Bretanha, surgiu a Lei dos Trabalhadores, iniciando um processo de fixação do valor de salários. Segundo Pereira (2011), ele nos diz que se acreditava que a pessoa que transitava era o “vagabundo”; consta que a “vagabundagem” era extremamente acompanhada e podia até ser punida. “As temidas “vagabundagem” e mendicância não foram debeladas por essa forma de controle social que incluía surras, mutilações e queimaduras com ferro em brasa nos andarilhos, embora estes, àquela época, não fossem tão numerosos como se fazia crer” (PEREIRA, 2011, p. 62). Direitos da Criança, Adolescente e Idoso No ano de 1530, o rei Henrique II definiu que as paróquias poderiam arrecadar dinheiro entre os fiéis para prestar caridade a quem precisasse. É a partir daí que há uma mudança na forma de compreender o pobre, o mendigo, quando, para mendigar, passa a ser necessária uma autorização. Assim, a perseguição que observamos anteriormente com relação aos mendigos vai sendo suavizada. Em 1563, Estatuto dos Artesãos (preparo de 7 anos): pais encaminham os filhos. Em 1601, Lei dos Pobres: com critérios para a concessão de auxílio. Em 1795, Lei de Speenhamland, pessoas empregadas e desempregadas que possuíam renda abaixo do mínimo recebiam um complemento para a sobrevivência, calculado no preço do pão do período. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Lei dos Pobres, criada em 1601: “[...] pobres impotentes (idosos, enfermos crônicos, cegos e doentes mentais), que deveriam ser alojados nas poorhouses ou almshouses (asilos ou hospícios); pobres capazes para o trabalho ou mendigos fortes, que deveriam ser postos a trabalhar nas chamadas workhouses; e os capazes para o trabalho, mas que se recusavam a fazê-lo (os corruptos), que deveriam ser encaminhados para reformatórios ou casas de correção. Além destes, havia crianças dependentes (órfãs ou abandonadas), que eram entregues a qualquer habitante que quisesse empregá-las em serviços domésticos ou não cobrasse nada (ou muito pouco) pelos seus sustentos (PEREIRA, 2011, p. 64). Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Na Antiguidade, havia uma prática de intervenção comum em alguns povos. Esta prática surgiu por volta de 3000 a.C e ficou conhecida como Confrarias do Deserto. Em quais locais ficaram mais conhecidas? a) Egito, Grécia, Itália e Índia. b) França, Itália e Grécia. c) Egito, Índia e Marrocos. d) Itália, Egito e Índia. e) NDA. Interatividade Na Antiguidade, havia uma prática de intervenção comum em alguns povos. Esta prática surgiu por volta de 3000 a.C e ficou conhecida como Confrarias do Deserto. Em quais locais ficaram mais conhecidas? a) Egito, Grécia, Itália e Índia. b) França, Itália e Grécia. c) Egito, Índia e Marrocos. d) Itália, Egito e Índia. e) NDA. Resposta Direitos da Criança, Adolescente e Idoso O Estado de Bem-estar Social: “Welfare State” No seu livro, tem várias referências no qual os autores contribuem com reflexões, estudos realizados ao observar os fenômenos que ocorriam na sociedade naquele momento: de um lado a vertente do grande desenvolvimento industrial e do outro os trabalhadores desta indústria e a população menos favorecida. Pereira (2011) coloca-nos que, em decorrência da ampliação significativa do pauperismo que afetava, substancialmente, a vida da população daquele período, sobretudo a partir de meados do século XIX, se mostrou necessária a intervenção do Estado. Assim, para atender essas expressões de pauperismo, geradas pelo capitalismo em sua fase industrial, o Estado precisou constituir ações e serviços para essa nova necessidade social. Principais teóricos que embasaram as compreensões sobre o Estado de Bem-estar Social: T. H. Marshall foi um importante sociólogo inglês que, no final dos anos 1940, elaborou uma teoria que buscava legitimar a necessidade do Welfare State. Marshall entendia que o Welfare State deveria garantir os direitos sociais por meio da prestação de serviços sociais públicos. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Marshall ainda recomendava que o Welfare State deveria viabilizar a participação popular, incentivando mecanismos que conferissem viabilidade ao direito democrático das pessoas. Suas noções de participação e de democracia estiveram, no entanto, influenciadas por uma compreensão sobre classes sociais que não se observam nos postulados de Keynes e Beveridge, conforme veremos no decurso de nossos estudos (PEREIRA, 2011). Direitos da Criança, Adolescente e Idoso A análise de Beveridge recomendava a revisão do sistema de proteção social da Grã-Bretanha, pois, segundo a sua compreensão, mesmo com todas as ações de proteção social ainda havia grande quantidade de segmentosempobrecidos. Nessas leis estavam previstos o auxílio-doença e auxílio-desemprego; pensão aos aposentados (aos 65 anos para homens e 60 para mulheres); auxílio-maternidade, viuvez, funeral e a criação de uma normativa nacional sobre a assistência, como contraponto à Lei dos Pobres, de 1834 (Timmins). Foram criadas, também, políticas de emprego e um Sistema Nacional de Saúde não contributivo e universal, com elementos essenciais ao funcionamento do esquema de seguridade social em seu conjunto (PEREIRA, 2011). Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Segundo Beveridge, por meio dessas ações deveriam ser vencidos os cinco gigantes que comprometiam o desenvolvimento dos seres humanos: “[...] a ignorância, a sujeira, a enfermidade, a preguiça e a miséria” (PEREIRA, 2011, p. 94). Para combater esses gigantes, Beveridge estabeleceu um mínimo social como referência a um padrão necessário à sobrevivência dos seres humanos. Esse padrão, no entanto, foi considerado como muito baixo em relação às necessidades apresentadas pelas pessoas naquele momento e recebeu críticas de alguns teóricos e estudiosos. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Behring e Boschetti (2010, p. 94), na tentativa de sistematizar os pilares que sustentariam o Welfare State, proposto por Beveridge, indicam os seguintes princípios: Responsabilidade estatal na manutenção das condições de vida dos cidadãos, por meio de um conjunto de ações em três direções: regulação da economia de mercado a fim de manter um elevado nível de emprego; prestação pública de serviços sociais universais, como educação, segurança social, assistência médica e habitação; e um conjunto de serviços sociais pessoais; Universalidade dos serviços sociais; Implantação de uma “rede de segurança” de serviços de assistência social. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Diante da crise que se evidencia e que tem na quebra da Bolsa de Nova Iorque uma das suas maiores expressões, o pensamento de Keynes, também chamado de “keynesianismo”, surge como uma alternativa à crise capitalista. Grande parte desse conteúdo de Keynes está expresso no livro “Teoria geral do emprego, do juro e da moeda”. Como alternativa para a crise, o autor propunha a intervenção do Estado como ação para reativar a produção e o consumo, e para defender a liberdade individual e a economia de mercado. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso O neoliberalismo trata-se, no entanto, de um projeto ideológico, político e econômico que propõe uma série de orientações que evocam a necessidade de alteração no formato exercido até então, no que diz respeito à regulação econômica. Contudo, seus postulados não estiveram restritos a economistas e estadistas; exerceram influência na vida social como um todo e chegaram à sociedade, sobretudo, pelos meios de comunicação social. Isso fez com que houvesse, por parte da sociedade, uma “satanização do Estado”, já que tudo que é público passa a ser compreendido como ruim, como negativo. Já o mercado, passa a ser santificado. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Behring e Boschetti (2010, p. 62), buscando sistematizar as principais colocações do liberalismo, indicam: predomínio ao individualismo, o bem-estar individual maximiza o bem-estar coletivo, predomínio da liberdade e da competitividade, naturalização da miséria, predomínio da lei da necessidade, manutenção de um Estado mínimo; as políticas sociais estimulam o ócio e o desperdício e, por isso, a política social deve ser apenas um paliativo. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso O Estado de Bem-estar Social também ficou conhecido com a terminologia Welfare State com quais objetivos: a) Conflitos sociais, Lei dos Pobres e condicionantes sociais e econômicas. b) Rede de serviços sociais, atendimento à população por meio de políticas sociais. c) Experiências inglesas, seguro social e capitalismo. d) Estado, Segunda Guerra Mundial e classes sociais. e) Lei geral da acumulação capitalista, tempo de trabalho e lucro adicional. Interatividade O Estado de Bem-estar Social também ficou conhecido com a terminologia Welfare State com quais objetivos: a) Conflitos sociais, Lei dos Pobres e condicionantes sociais e econômicas. b) Rede de serviços sociais, atendimento à população por meio de políticas sociais. c) Experiências inglesas, seguro social e capitalismo. d) Estado, Segunda Guerra Mundial e classes sociais. e) Lei geral da acumulação capitalista, tempo de trabalho e lucro adicional. Resposta Portanto, temos: “[...] por um lado, a satanização do Estado: o Estado é tido como o diabo, responsável por todas as desgraças e os infortúnios que afetam a sociedade capitalista. Por outro lado, a exaltação e a santificação do mercado e da iniciativa privada, vista como a esfera da eficiência, da probidade e da austeridade, justificando a política das privatizações”. (IAMAMOTO, 2001, p. 35) Direitos da Criança, Adolescente e Idoso “[...] o Estado Social é despótico porque, além de impedir a economia de funcionar, nega aos usuários dos serviços sociais oportunidades de escolhas e autonomia de decisão”; “[...] o Estado Social, comparado ao mercado, é ineficiente e ineficaz na administração de recursos”; “[...] o Estado Social é paternalista e, por isso, moralmente condenável, porque incentiva a ociosidade e a dependência, ao mesmo tempo em que, com a sua carga de regulamentações, desestimula o capitalista de investir”; “[...] o Estado Social é perdulário, porque gasta vultosos recursos para obter modestos resultados”; “[...] que o Estado Social é corrupto”. (PEREIRA, 2008, p. 37) Direitos da Criança, Adolescente e Idoso O papel dos sindicatos: O Estado deveria se mostrar forte apenas para inibir o controle dos sindicatos e para controlar os gastos dos recursos que eram destinados à área social. Deveria também mostrar-se isento no que diz respeito à intervenção na economia, contrapondo-se totalmente ao keynesianismo. Para isso, seria necessária uma disciplina extremamente rígida que, de fato, se mostrasse capaz de reduzir os custos na área social e reestabelecer a taxa natural de desemprego. Com a ampliação do desemprego, os sindicatos seriam automaticamente desarticulados. Como será possível organização sindical se não há trabalhadores? (ANDERSON, 1995). Direitos da Criança, Adolescente e Idoso O governo de Thatcher, no entanto, foi pioneiro e teria sido um dos que mais conseguiu oferecer concentricidade aos princípios neoliberais. Além disso, Thatcher promoveu um amplo programa de privatização das empresas públicas rentáveis, como a habitação, antes predominantemente pública, das indústrias de aço, da eletricidade, do petróleo e também do sistema de água e gás. Outro país importante na adesão aos princípios neoliberais, os Estados Unidos, teve Reagan como representante. O presidente reduziu os impostos para os mais ricos, elevou os juros e eliminou a greve, conseguindo desarticular um único movimento grevista que se mostrava forte durante o seu governo. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso A adesão ao neoliberalismo na América Latina, sendo as experiências mais expressivas as do Chile, Bolívia, México, Argentina e Peru. O Chile de Pinochet começou seus programas de maneira dura: desregulação, desemprego massivo, repressão sindical, redistribuição de renda em favor dos ricos, privatização de bens públicos [...] O neoliberalismo chileno, bem entendido, pressupunha a abolição da democracia e a instalação de uma das mais cruéis ditaduras militares do pós-guerra. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Trabalho infantil: No século XV, a criança era tratada sem diferenciações; não havia preocupação com a sua sensibilidade; Não existia nenhuma diferenciação para atender o universo infantil; Crianças e adultos, todos no mesmo ambiente; Sem regalias ou adequações à sua etapa de desenvolvimento; Não havia a preocupação com o conforto e com a segurança; O índice de mortalidade infantil era alto. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso No que diz respeito à intervenção junto aos segmentos mais vulneráveis, as intervenções do Estado passam a ser orientadas para “[...] a pobreza e as condições de penúria material de muitas famílias; o trabalho de crianças nos moinhos, nas fábricas e minas; o analfabetismo e o potencial ameaçador das massas deseducadas”. (PEREIRA, 2011, p. 38) Aliás, era muito comum o trabalho desses segmentos. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Fonte: https://hypescience.com/f otos-chocantes-revelam- o-triste-cotidiano-do- trabalho-infantil-nos-eua- no-seculo-xx/ O trabalho infantil e degradante era comum para o período, mas começa a merecer a atenção e a preocupação do Estado. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Fonte: https://www.reddit.com/r/brasil/c omments/c9tpn6/crian%C3%A7 as_trabalhando_em_uma_mina _de_carv%C3%A3o_em/ Do que trata-se o neoliberalismo? a) Legislações polêmicas sobre a questão da pobreza. b) Recursos dos proprietários da terra para as ações propostas. c) Projeto ideológico, político e econômico para a regulação da economia. d) Estado de Bem-estar Social para a qualidade de vida. e) NDA. Interatividade Do que trata-se o neoliberalismo? a) Legislações polêmicas sobre a questão da pobreza. b) Recursos dos proprietários da terra para as ações propostas. c) Projeto ideológico, político e econômico para a regulação da economia. d) Estado de Bem-estar Social para a qualidade de vida. e) NDA. Resposta O Estado de Bem-estar Social e a adesão do Brasil ao receituário neoliberal: Welfare State: Intervenção estatal na regulação econômica; Pleno emprego; Serviços sociais, políticas sociais; Teóricos como Keynes, Marshall e Beveridge. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Estado neoliberal: Não intervenção do Estado na economia; Minimização do poder do sindicato; Diminuição considerável do gasto social; Teórico: Hayek. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Momento um: grande parte dos trabalhadores estava alocada no espaço rural, onde estava, também, a fonte da economia brasileira. Momento dois: por conta do processo de instituição do capitalismo em terras brasileiras, temos o processo de urbanização e de consolidação da classe trabalhadora. A industrialização, por seu lado, motiva a agregação das pessoas em espaços comuns, algo que não era usual no Brasil por conta do trabalho concentrado na zona rural. A partir desse momento, começaram as críticas ao peso da herança escravista em nossa sociedade, bem como das condições laborais que afetavam o novo trabalhador brasileiro. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Havia segmentos empobrecidos no país, mas as ações eram organizadas pela caridade privada de determinados grupos burgueses ou pelas igrejas. O Estado brasileiro não se ocupou com as alternativas para a classe pobre, apenas legislou, ou seja, criou normativas para melhor qualificar a vida do trabalhador; contudo, essas leis também foram poucas e escassas. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso No âmbito da questão da legislação, temos leis que buscavam contemplar os direitos de determinados trabalhadores, extensivos a categorias tidas como fundamentais para o capitalismo naquele momento. Assim, ainda no ano de 1889, os trabalhadores ferroviários conquistaram o direito à pensão e também a 15 dias de férias. O mesmo direito foi estendido para os trabalhadores do Ministério da Fazenda, no ano de 1890. Em 1892, era a vez dos funcionários da Marinha brasileira alcançarem o direito à pensão. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Somente em 1923, tivemos uma lei mais ampla e que buscava disciplinar o direito à pensão e também à possibilidade de organização das caixas de socorro para outras categorias de trabalhadores. Trata-se da Lei Eloy Chaves, que obriga a criação de caixas de aposentadoria e pensão (CAPs) para determinadas categorias de trabalhadores e não mais caixas de socorro. Nesse novo formato, as CAPs recebiam a contribuição dos trabalhadores, dos empregadores e do Estado, e buscavam socorrer os trabalhadores em momentos de dificuldade ocasionados pelas doenças, acidentes ou mesmo pela idade. As primeiras CAPs criadas foram as dos ferroviários e dos marítimos (BEHRING; BOSCHETTI, 2010). Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Outras conquistas aconteceram para a classe trabalhadora, além da autorização de pensões e férias no período, ao menos no que concerne no aspecto legal. Em 1891, temos a lei que regulamentava o trabalho infantil e, em 1911, a lei que reduzia a jornada de trabalho para 12 horas diárias. Por fim, no ano de 1919, temos a lei que regulamentava os acidentes de trabalho, pois a ocorrência de acidente passa a ser responsabilidade do empregador. No âmbito da proteção à infância, temos a criação, em 1927, do Código de Menores: uma legislação de caráter punitivo para intervir junto àqueles compreendidos como delinquentes ou marginais. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Em 1930, temos a criação do Ministério do Trabalho e, em 1932, a Carteira de Trabalho. Com esse ministério, há a consolidação de uma série de direitos e proteções para a classe trabalhadora: a regulação dos acidentes de trabalho, a ampliação das aposentadorias e pensões, a constituição do auxílio-doença e maternidade, a criação do auxílio-família e também a criação do seguro-desemprego. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Em 1930, foi criado o Ministério do Trabalho e, em 1932, a Carteira de Trabalho, a qual passa a ser documento da cidadania no Brasil: eram portadores de alguns direitos àqueles que dispunham de emprego registrado em carteira. Essa é uma das características do desenvolvimento do Estado social brasileiro: seu caráter corporativo e fragmentado, distante da perspectiva da universalização de inspiração beveridgiana (BEHRING; BOSCHETTI, 2010, p. 106). Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Cabe destacar que, a partir da Era Vargas, tivemos uma ampliação significativa das CAPs, que tanto se expandiram que motivaram a consolidação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões Sociais. As IAPS eram a congregação de várias CAPs, de acordo com a categoria de trabalhadores. O primeiro IAPS criado foi o dos marítimos, em 1933. Esses institutos não estavam restritos a prestar cuidado aos segmentos de trabalhadores desvalidos por meio da concessão de pensões sociais, mas também prestando cuidados à saúde e empréstimos para a classe trabalhadora alcançar a casa própria. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso O Estado não possuía uma política social de saúde, logo, tinha acesso à saúde apenas quem contribuía com algum instituto. O Estado apenas organizava campanhas sanitárias para conter endemias e epidemias e, portanto, atuava de forma pontual e residual. Quem tinha necessidade de atendimento médico e não estava vinculado a nenhum instituto, deveria procurar as Santas Casas, instituições mantidas pela Igreja Católica e que prestavam atenção a doentes e mendigos, aqueles enjeitados socialmente. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso O Serviço Social da Indústria ou SESI, foi criado para proporcionar o bem-estar ao trabalhador vinculado à indústria. O SESI também viabilizava informações sobre as questões previdenciárias e os serviços assistenciais, além de educação popular e programas de relacionamento entre industriários e trabalhadores. Por desenvolver uma série de ações voltadas ao lazer, o serviço acabou inserindo-se em espaços além da formação oferecida. O SENAC prestava a formação, mas voltada aos trabalhadores que atuavam no comércio, oferecendo informações para operários, trabalhadores em geral, assessorias e empregadores. Essas instituições ainda estão em funcionamentono nosso país e são consideradas referências para a formação e o lazer orientado para a classe trabalhadora. Na atualidade, consideramos o sistema 3 S: Sesc; Senac; Sesi. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Em 1974, foi criado o Ministério da Previdência Social, composto pela Legião Brasileira de Assistência Social, pela Fundação Nacional de Bem-estar do Menor e pela Central de Medicamentos. O Ministério da Previdência Social também incorporava a Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (Dataprev). Essa estrutura foi transmutada e, em 1977, foi criado o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS). Assim, temos a agregação de ações relacionadas à saúde, à Previdência Social e à assistência social por meio do SINPAS e dos serviços prestados na área de abrangência desse sistema. Direitos da Criança, Adolescente e Idoso Em quais locais se apresentavam o trabalho infantil no século XIX? a) Nos faróis, no transporte público e nas ruas. b) No campo, na escola e nas praças. c) Na indústria e nos espaços culturais. d) Nos centros de convivência e nas aldeias. e) Nos moinhos, nas fábricas e nas minas de carvão. Interatividade Em quais locais se apresentavam o trabalho infantil no século XIX? a) Nos faróis, no transporte público e nas ruas. b) No campo, na escola e nas praças. c) Na indústria e nos espaços culturais. d) Nos centros de convivência e nas aldeias. e) Nos moinhos, nas fábricas e nas minas de carvão. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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