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Direitos da Criança, Adolescente e Idoso na História

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Profa. Andreia Ferreira
UNIDADE I
Direitos da Criança,
Adolescente e Idoso
Nesta disciplina, na unidade I, estudaremos:
 Histórico do surgimento da caridade;
 As ações dos Estados para os vulneráveis;
 Bem-estar Social: “Welfare State”;
 O trabalho infantil no século XIX;
 Adesão do Estado aos postulados neoliberais;
 No Brasil, a adesão ao neoliberalismo e a contrarreforma do Estado.
Direitos da Criança, Adolescente e Idoso
Como eram as ações em prol dos mais vulneráveis antes do estágio pré-capitalista 
de desenvolvimento humano e antes da Revolução Industrial? 
 Martinelli (2009) nos diz que, durante a Antiguidade, havia uma prática comum em alguns 
povos, uma espécie de intervenção que ficou conhecida como Confrarias do Deserto. Essas 
confrarias surgiram por volta de 3000 a.C. e eram comuns no Antigo Egito, na Grécia, na 
Itália e na Índia.
Direitos da Criança, Adolescente e Idoso
 Essas confrarias foram, inicialmente, organizadas para conceder gêneros alimentícios 
e facilitar a marcha de caravanas pelo deserto. Com o tempo, elas foram organizadas 
também nas cidades e passaram a oferecer esmolas esporádicas, visitas domiciliares para 
idosos e viúvas, além da concessão de gêneros alimentícios, roupas e calçados. Nas 
confrarias do povo judeu havia uma priorização para atender as viúvas, os órfãos, os idosos 
e os doentes. Essas poucas ações eram mantidas com recursos provenientes de doações de 
grupos privados e de grupos religiosos (MARTINELLI, 2009).
Direitos da Criança, Adolescente e Idoso
Fonte: 
https://www.gosp
elprime.com.br/a
-resposta-para-o-
seu-problema-
vem-do-ceu/
 Martinelli (2009) afirma que, a partir do surgimento do cristianismo, temos o estímulo a 
práticas caritativas, sobretudo as organizadas por pessoas vinculadas à Igreja. Acreditava-se 
que, por meio da caridade, seria possível a expiação dos pecados e a garantia de um espaço 
no céu depois da morte. Dentro da Igreja Católica, surgiu um filósofo que representava 
esse ideal, Tomás de Aquino, descrito como um santo, uma vez que propunha aos católicos 
realizar a caridade. São Tomás de Aquino, de fato, conseguiu estimular os católicos de tal 
forma, que eram muitas as ações que buscavam desenvolver a caridade. Contudo, essas 
ações eram relacionadas a concessão de benefícios afins para os segmentos mais 
empobrecidos, não havendo uma continuidade e nem, tampouco, uma regra para a 
concessão.
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Fonte: https://www.guiaestudo.com.br/sao-tomas-de-aquino
Ações do Estado:
 Em 1349, na Inglaterra: Estatuto dos Trabalhadores – trabalhadores com menos de 60 anos 
e que possuíam condições físicas deveriam trabalhar e esta remuneração era um valor 
mínimo e irrisório.
 Em 1351, na Grã-Bretanha, o rei Eduardo III determinou que todos os que recebessem ajuda 
da caridade deveriam devolver a ajuda recebida por meio do trabalho (dizimados pela 
peste negra).
 Segundo Pereira (2011, p. 62), “surge, daí, a estreita relação entre assistência social 
e trabalho, que vai se constituir em um imperativo categórico no capitalismo”.
Direitos da Criança, Adolescente e Idoso
 Ainda em 1351, na Grã-Bretanha, surgiu a Lei dos Trabalhadores, iniciando um processo 
de fixação do valor de salários. 
 Segundo Pereira (2011), ele nos diz que se acreditava que a pessoa que transitava 
era o “vagabundo”; consta que a “vagabundagem” era extremamente acompanhada 
e podia até ser punida.
 “As temidas “vagabundagem” e mendicância não foram debeladas por essa forma 
de controle social que incluía surras, mutilações e queimaduras com ferro em brasa 
nos andarilhos, embora estes, àquela época, não fossem tão numerosos como se fazia crer” 
(PEREIRA, 2011, p. 62).
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 No ano de 1530, o rei Henrique II definiu que as paróquias poderiam arrecadar dinheiro entre 
os fiéis para prestar caridade a quem precisasse. É a partir daí que há uma mudança na 
forma de compreender o pobre, o mendigo, quando, para mendigar, passa a ser necessária 
uma autorização. Assim, a perseguição que observamos anteriormente com relação aos 
mendigos vai sendo suavizada.
 Em 1563, Estatuto dos Artesãos (preparo de 7 anos): pais encaminham os filhos.
 Em 1601, Lei dos Pobres: com critérios para a concessão de auxílio.
 Em 1795, Lei de Speenhamland, pessoas empregadas 
e desempregadas que possuíam renda abaixo do mínimo 
recebiam um complemento para a sobrevivência, calculado 
no preço do pão do período.
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Lei dos Pobres, criada em 1601:
 “[...] pobres impotentes (idosos, enfermos crônicos, cegos e doentes mentais), que deveriam 
ser alojados nas poorhouses ou almshouses (asilos ou hospícios); pobres capazes 
para o trabalho ou mendigos fortes, que deveriam ser postos a trabalhar nas chamadas 
workhouses; e os capazes para o trabalho, mas que se recusavam a fazê-lo (os corruptos), 
que deveriam ser encaminhados para reformatórios ou casas de correção. Além destes, 
havia crianças dependentes (órfãs ou abandonadas), que eram entregues a qualquer 
habitante que quisesse empregá-las em serviços domésticos ou não cobrasse nada 
(ou muito pouco) pelos seus sustentos (PEREIRA, 2011, p. 64).
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Na Antiguidade, havia uma prática de intervenção comum em alguns povos. Esta prática surgiu 
por volta de 3000 a.C e ficou conhecida como Confrarias do Deserto. Em quais locais ficaram 
mais conhecidas?
a) Egito, Grécia, Itália e Índia.
b) França, Itália e Grécia.
c) Egito, Índia e Marrocos.
d) Itália, Egito e Índia.
e) NDA.
Interatividade
Na Antiguidade, havia uma prática de intervenção comum em alguns povos. Esta prática surgiu 
por volta de 3000 a.C e ficou conhecida como Confrarias do Deserto. Em quais locais ficaram 
mais conhecidas?
a) Egito, Grécia, Itália e Índia.
b) França, Itália e Grécia.
c) Egito, Índia e Marrocos.
d) Itália, Egito e Índia.
e) NDA.
Resposta
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O Estado de Bem-estar Social: 
“Welfare State”
 No seu livro, tem várias referências 
no qual os autores contribuem com 
reflexões, estudos realizados ao observar 
os fenômenos que ocorriam na sociedade 
naquele momento: de um lado 
a vertente do grande desenvolvimento 
industrial e do outro os trabalhadores desta 
indústria e a população menos favorecida.
 Pereira (2011) coloca-nos que, 
em decorrência da ampliação significativa 
do pauperismo que afetava, 
substancialmente, a vida da população 
daquele período, sobretudo a partir 
de meados do século XIX, se mostrou 
necessária a intervenção do Estado.
 Assim, para atender essas expressões 
de pauperismo, geradas pelo capitalismo 
em sua fase industrial, o Estado precisou 
constituir ações e serviços para essa nova 
necessidade social.
Principais teóricos que embasaram as compreensões sobre o Estado 
de Bem-estar Social:
 T. H. Marshall foi um importante sociólogo inglês que, no final dos anos 1940, elaborou 
uma teoria que buscava legitimar a necessidade do Welfare State. Marshall entendia 
que o Welfare State deveria garantir os direitos sociais por meio da prestação 
de serviços sociais públicos.
Direitos da Criança, Adolescente e Idoso
 Marshall ainda recomendava que o Welfare State deveria viabilizar a participação popular, 
incentivando mecanismos que conferissem viabilidade ao direito democrático das pessoas. 
Suas noções de participação e de democracia estiveram, no entanto, influenciadas por uma 
compreensão sobre classes sociais que não se observam nos postulados de Keynes 
e Beveridge, conforme veremos no decurso de nossos estudos (PEREIRA, 2011).
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 A análise de Beveridge recomendava a revisão do sistema de proteção social 
da Grã-Bretanha, pois, segundo a sua compreensão, mesmo com todas as ações 
de proteção social ainda havia grande quantidade de segmentosempobrecidos.
 Nessas leis estavam previstos o auxílio-doença e auxílio-desemprego; pensão aos 
aposentados (aos 65 anos para homens e 60 para mulheres); auxílio-maternidade, viuvez, 
funeral e a criação de uma normativa nacional sobre a assistência, como contraponto à Lei 
dos Pobres, de 1834 (Timmins). Foram criadas, também, políticas de emprego e um Sistema 
Nacional de Saúde não contributivo e universal, com elementos essenciais ao funcionamento 
do esquema de seguridade social em seu conjunto (PEREIRA, 2011).
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 Segundo Beveridge, por meio dessas ações deveriam ser vencidos os cinco gigantes 
que comprometiam o desenvolvimento dos seres humanos: “[...] a ignorância, a sujeira, 
a enfermidade, a preguiça e a miséria” (PEREIRA, 2011, p. 94). Para combater esses 
gigantes, Beveridge estabeleceu um mínimo social como referência a um padrão necessário 
à sobrevivência dos seres humanos. Esse padrão, no entanto, foi considerado como muito 
baixo em relação às necessidades apresentadas pelas pessoas naquele momento e recebeu 
críticas de alguns teóricos e estudiosos.
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Behring e Boschetti (2010, p. 94), na tentativa de sistematizar os pilares que sustentariam 
o Welfare State, proposto por Beveridge, indicam os seguintes princípios:
 Responsabilidade estatal na manutenção das condições de vida dos cidadãos, por meio 
de um conjunto de ações em três direções: regulação da economia de mercado a fim 
de manter um elevado nível de emprego; prestação pública de serviços sociais universais, 
como educação, segurança social, assistência médica e habitação; e um conjunto 
de serviços sociais pessoais;
 Universalidade dos serviços sociais;
 Implantação de uma “rede de segurança” de serviços de assistência social.
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 Diante da crise que se evidencia e que tem na quebra da Bolsa de Nova Iorque uma das 
suas maiores expressões, o pensamento de Keynes, também chamado de 
“keynesianismo”, surge como uma alternativa à crise capitalista. Grande parte desse 
conteúdo de Keynes está expresso no livro “Teoria geral do emprego, do juro e da moeda”. 
Como alternativa para a crise, o autor propunha a intervenção do Estado como ação para 
reativar a produção e o consumo, e para defender a liberdade individual e a economia de 
mercado.
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 O neoliberalismo trata-se, no entanto, de um projeto ideológico, político e econômico 
que propõe uma série de orientações que evocam a necessidade de alteração no formato 
exercido até então, no que diz respeito à regulação econômica. Contudo, seus postulados 
não estiveram restritos a economistas e estadistas; exerceram influência na vida social como 
um todo e chegaram à sociedade, sobretudo, pelos meios de comunicação social. Isso fez 
com que houvesse, por parte da sociedade, uma “satanização do Estado”, já que tudo que 
é público passa a ser compreendido como ruim, como negativo. Já o mercado, passa 
a ser santificado.
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 Behring e Boschetti (2010, p. 62), buscando sistematizar as principais colocações 
do liberalismo, indicam: predomínio ao individualismo, o bem-estar individual maximiza 
o bem-estar coletivo, predomínio da liberdade e da competitividade, naturalização da miséria, 
predomínio da lei da necessidade, manutenção de um Estado mínimo; as políticas sociais 
estimulam o ócio e o desperdício e, por isso, a política social deve ser apenas um paliativo.
Direitos da Criança, Adolescente e Idoso
O Estado de Bem-estar Social também ficou conhecido com a terminologia Welfare State
com quais objetivos:
a) Conflitos sociais, Lei dos Pobres e condicionantes sociais e econômicas.
b) Rede de serviços sociais, atendimento à população por meio de políticas sociais.
c) Experiências inglesas, seguro social e capitalismo.
d) Estado, Segunda Guerra Mundial e classes sociais.
e) Lei geral da acumulação capitalista, tempo de trabalho e lucro adicional.
Interatividade
O Estado de Bem-estar Social também ficou conhecido com a terminologia Welfare State
com quais objetivos:
a) Conflitos sociais, Lei dos Pobres e condicionantes sociais e econômicas.
b) Rede de serviços sociais, atendimento à população por meio de políticas sociais.
c) Experiências inglesas, seguro social e capitalismo.
d) Estado, Segunda Guerra Mundial e classes sociais.
e) Lei geral da acumulação capitalista, tempo de trabalho e lucro adicional.
Resposta
Portanto, temos:
 “[...] por um lado, a satanização do Estado: o Estado é tido como o diabo, responsável 
por todas as desgraças e os infortúnios que afetam a sociedade capitalista. Por outro lado, 
a exaltação e a santificação do mercado e da iniciativa privada, vista como a esfera 
da eficiência, da probidade e da austeridade, justificando a política das privatizações”. 
(IAMAMOTO, 2001, p. 35)
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 “[...] o Estado Social é despótico porque, além de impedir a economia de funcionar, nega 
aos usuários dos serviços sociais oportunidades de escolhas e autonomia de decisão”; “[...] 
o Estado Social, comparado ao mercado, é ineficiente e ineficaz na administração 
de recursos”;
 “[...] o Estado Social é paternalista e, por isso, moralmente condenável, porque incentiva 
a ociosidade e a dependência, ao mesmo tempo em que, com a sua carga 
de regulamentações, desestimula o capitalista de investir”; “[...] o Estado Social é perdulário, 
porque gasta vultosos recursos para obter modestos resultados”; “[...] que o Estado Social 
é corrupto”. (PEREIRA, 2008, p. 37)
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O papel dos sindicatos:
O Estado deveria se mostrar forte apenas para inibir o controle dos sindicatos e para controlar 
os gastos dos recursos que eram destinados à área social. Deveria também mostrar-se isento 
no que diz respeito à intervenção na economia, contrapondo-se totalmente ao keynesianismo. 
Para isso, seria necessária uma disciplina extremamente rígida que, de fato, se mostrasse 
capaz de reduzir os custos na área social e reestabelecer a taxa natural de desemprego. Com 
a ampliação do desemprego, os sindicatos seriam automaticamente desarticulados. Como será 
possível organização sindical se não há trabalhadores?
(ANDERSON, 1995).
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 O governo de Thatcher, no entanto, foi pioneiro e teria sido um dos que mais conseguiu 
oferecer concentricidade aos princípios neoliberais. Além disso, Thatcher promoveu um 
amplo programa de privatização das empresas públicas rentáveis, como a habitação, antes 
predominantemente pública, das indústrias de aço, da eletricidade, do petróleo e também 
do sistema de água e gás.
 Outro país importante na adesão aos princípios neoliberais, os Estados Unidos, teve Reagan 
como representante. O presidente reduziu os impostos para os mais ricos, elevou os juros 
e eliminou a greve, conseguindo desarticular um único movimento grevista que se mostrava 
forte durante o seu governo.
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 A adesão ao neoliberalismo na América Latina, sendo as experiências mais expressivas 
as do Chile, Bolívia, México, Argentina e Peru.
 O Chile de Pinochet começou seus programas de maneira dura: desregulação, desemprego 
massivo, repressão sindical, redistribuição de renda em favor dos ricos, privatização de bens 
públicos [...] O neoliberalismo chileno, bem entendido, pressupunha a abolição 
da democracia e a instalação de uma das mais cruéis ditaduras militares do pós-guerra.
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Trabalho infantil:
 No século XV, a criança era tratada sem diferenciações; não havia preocupação 
com a sua sensibilidade;
 Não existia nenhuma diferenciação para atender o universo infantil;
 Crianças e adultos, todos no mesmo ambiente;
 Sem regalias ou adequações à sua etapa de desenvolvimento; Não havia a preocupação com o conforto e com a segurança;
 O índice de mortalidade infantil era alto.
Direitos da Criança, Adolescente e Idoso
 No que diz respeito à intervenção junto aos segmentos mais vulneráveis, as intervenções 
do Estado passam a ser orientadas para “[...] a pobreza e as condições de penúria material 
de muitas famílias; o trabalho de crianças nos moinhos, nas fábricas e minas; o 
analfabetismo e o potencial ameaçador das massas deseducadas”. (PEREIRA, 2011, p. 38)
 Aliás, era muito comum o trabalho desses segmentos.
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Fonte: 
https://hypescience.com/f
otos-chocantes-revelam-
o-triste-cotidiano-do-
trabalho-infantil-nos-eua-
no-seculo-xx/
 O trabalho infantil e degradante era comum para o período, mas começa a merecer a 
atenção e a preocupação do Estado.
Direitos da Criança, Adolescente e Idoso
Fonte: 
https://www.reddit.com/r/brasil/c
omments/c9tpn6/crian%C3%A7
as_trabalhando_em_uma_mina
_de_carv%C3%A3o_em/
Do que trata-se o neoliberalismo?
a) Legislações polêmicas sobre a questão da pobreza.
b) Recursos dos proprietários da terra para as ações propostas.
c) Projeto ideológico, político e econômico para a regulação da economia.
d) Estado de Bem-estar Social para a qualidade de vida.
e) NDA.
Interatividade
Do que trata-se o neoliberalismo?
a) Legislações polêmicas sobre a questão da pobreza.
b) Recursos dos proprietários da terra para as ações propostas.
c) Projeto ideológico, político e econômico para a regulação da economia.
d) Estado de Bem-estar Social para a qualidade de vida.
e) NDA.
Resposta
O Estado de Bem-estar Social e a adesão do Brasil ao receituário neoliberal:
Welfare State:
 Intervenção estatal na regulação econômica;
 Pleno emprego;
 Serviços sociais, políticas sociais;
 Teóricos como Keynes, Marshall e Beveridge.
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Estado neoliberal:
 Não intervenção do Estado na economia;
 Minimização do poder do sindicato;
 Diminuição considerável do gasto social;
 Teórico: Hayek.
Direitos da Criança, Adolescente e Idoso
 Momento um: grande parte dos trabalhadores estava alocada no espaço rural, onde estava, 
também, a fonte da economia brasileira.
 Momento dois: por conta do processo de instituição do capitalismo em terras brasileiras, 
temos o processo de urbanização e de consolidação da classe trabalhadora. A 
industrialização, por seu lado, motiva a agregação das pessoas em espaços comuns, algo 
que não era usual no Brasil por conta do trabalho concentrado na zona rural. A partir desse 
momento, começaram as críticas ao peso da herança escravista em nossa sociedade, bem 
como das condições laborais que afetavam o novo trabalhador brasileiro.
Direitos da Criança, Adolescente e Idoso
 Havia segmentos empobrecidos no país, mas as ações eram organizadas pela caridade 
privada de determinados grupos burgueses ou pelas igrejas. O Estado brasileiro não se 
ocupou com as alternativas para a classe pobre, apenas legislou, ou seja, criou normativas 
para melhor qualificar a vida do trabalhador; contudo, essas leis também foram poucas 
e escassas.
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 No âmbito da questão da legislação, temos leis que buscavam contemplar os direitos de 
determinados trabalhadores, extensivos a categorias tidas como fundamentais para o 
capitalismo naquele momento. Assim, ainda no ano de 1889, os trabalhadores ferroviários 
conquistaram o direito à pensão e também a 15 dias de férias. O mesmo direito foi estendido 
para os trabalhadores do Ministério da Fazenda, no ano de 1890. Em 1892, 
era a vez dos funcionários da Marinha brasileira alcançarem o direito à pensão.
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 Somente em 1923, tivemos uma lei mais ampla e que buscava disciplinar o direito à pensão 
e também à possibilidade de organização das caixas de socorro para outras categorias de 
trabalhadores. Trata-se da Lei Eloy Chaves, que obriga a criação de caixas de aposentadoria 
e pensão (CAPs) para determinadas categorias de trabalhadores e não mais caixas 
de socorro. Nesse novo formato, as CAPs recebiam a contribuição dos trabalhadores, 
dos empregadores e do Estado, e buscavam socorrer os trabalhadores em momentos 
de dificuldade ocasionados pelas doenças, acidentes ou mesmo pela idade. As primeiras 
CAPs criadas foram as dos ferroviários e dos marítimos (BEHRING; BOSCHETTI, 2010).
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 Outras conquistas aconteceram para a classe trabalhadora, além da autorização de pensões 
e férias no período, ao menos no que concerne no aspecto legal. Em 1891, temos a lei que 
regulamentava o trabalho infantil e, em 1911, a lei que reduzia a jornada de trabalho para 12 
horas diárias. Por fim, no ano de 1919, temos a lei que regulamentava os acidentes 
de trabalho, pois a ocorrência de acidente passa a ser responsabilidade do empregador.
 No âmbito da proteção à infância, temos a criação, em 1927, do Código de Menores:
uma legislação de caráter punitivo para intervir junto àqueles compreendidos 
como delinquentes ou marginais.
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 Em 1930, temos a criação do Ministério do Trabalho e, em 1932, a Carteira de Trabalho.
 Com esse ministério, há a consolidação de uma série de direitos e proteções para a classe 
trabalhadora: a regulação dos acidentes de trabalho, a ampliação das aposentadorias 
e pensões, a constituição do auxílio-doença e maternidade, a criação do auxílio-família 
e também a criação do seguro-desemprego.
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 Em 1930, foi criado o Ministério do Trabalho e, em 1932, a Carteira de Trabalho, a qual 
passa a ser documento da cidadania no Brasil: eram portadores de alguns direitos àqueles 
que dispunham de emprego registrado em carteira. Essa é uma das características 
do desenvolvimento do Estado social brasileiro: seu caráter corporativo e fragmentado, 
distante da perspectiva da universalização de inspiração beveridgiana (BEHRING; 
BOSCHETTI, 2010, p. 106).
Direitos da Criança, Adolescente e Idoso
 Cabe destacar que, a partir da Era Vargas, tivemos uma ampliação significativa das CAPs, 
que tanto se expandiram que motivaram a consolidação dos Institutos de Aposentadoria e 
Pensões Sociais. As IAPS eram a congregação de várias CAPs, de acordo com a categoria 
de trabalhadores. O primeiro IAPS criado foi o dos marítimos, em 1933. Esses institutos não 
estavam restritos a prestar cuidado aos segmentos de trabalhadores desvalidos por meio da 
concessão de pensões sociais, mas também prestando cuidados à saúde e empréstimos 
para a classe trabalhadora alcançar a casa própria.
Direitos da Criança, Adolescente e Idoso
 O Estado não possuía uma política social de saúde, logo, tinha acesso à saúde apenas 
quem contribuía com algum instituto. O Estado apenas organizava campanhas sanitárias 
para conter endemias e epidemias e, portanto, atuava de forma pontual e residual. Quem 
tinha necessidade de atendimento médico e não estava vinculado a nenhum instituto, deveria 
procurar as Santas Casas, instituições mantidas pela Igreja Católica e que prestavam 
atenção a doentes e mendigos, aqueles enjeitados socialmente.
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 O Serviço Social da Indústria ou SESI, foi criado para proporcionar o bem-estar 
ao trabalhador vinculado à indústria. O SESI também viabilizava informações sobre as 
questões previdenciárias e os serviços assistenciais, além de educação popular e programas 
de relacionamento entre industriários e trabalhadores. Por desenvolver uma série de ações 
voltadas ao lazer, o serviço acabou inserindo-se em espaços além da formação oferecida.
 O SENAC prestava a formação, mas voltada aos trabalhadores que atuavam 
no comércio, oferecendo informações para operários, trabalhadores em geral, assessorias e 
empregadores.
 Essas instituições ainda estão em funcionamentono nosso 
país e são consideradas referências para a formação e o lazer 
orientado para a classe trabalhadora. Na atualidade, 
consideramos o sistema 3 S:
 Sesc;
 Senac;
 Sesi.
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 Em 1974, foi criado o Ministério da Previdência Social, composto pela Legião Brasileira 
de Assistência Social, pela Fundação Nacional de Bem-estar do Menor e pela Central 
de Medicamentos. O Ministério da Previdência Social também incorporava a Empresa 
de Processamento de Dados da Previdência Social (Dataprev). Essa estrutura foi 
transmutada e, em 1977, foi criado o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social 
(SINPAS). Assim, temos a agregação de ações relacionadas à saúde, à Previdência Social 
e à assistência social por meio do SINPAS e dos serviços prestados na área de abrangência 
desse sistema.
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Em quais locais se apresentavam o trabalho infantil no século XIX?
a) Nos faróis, no transporte público e nas ruas.
b) No campo, na escola e nas praças.
c) Na indústria e nos espaços culturais.
d) Nos centros de convivência e nas aldeias.
e) Nos moinhos, nas fábricas e nas minas de carvão.
Interatividade
Em quais locais se apresentavam o trabalho infantil no século XIX?
a) Nos faróis, no transporte público e nas ruas.
b) No campo, na escola e nas praças.
c) Na indústria e nos espaços culturais.
d) Nos centros de convivência e nas aldeias.
e) Nos moinhos, nas fábricas e nas minas de carvão.
Resposta
ATÉ A PRÓXIMA!

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