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TCC 29 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER E SUAS IMPLICAÇÕES PSICOSSOCIAIS

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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER E SUAS IMPLICAÇÕES 
PSICOSSOCIAIS 
Driely Mariely Crizólogo Silva 
Laura Freire de Andrade 
 
 
RESUMO 
 
O presente artigo é resultado de uma pesquisa que discorre sobre a violência doméstica contra a mulher e suas 
implicações psicossociais, e teve como intuito colher dados que fomentem a construção do debate acerca das 
possíveis formas de enfretamento e superação da violência, além de proporcionar uma reflexão sobre o espaço 
do homem e da mulher na sociedade, com a intenção de desconstruir a cultura machista e possibilitando a 
representatividade feminina. A pesquisa buscou compreender quais são as consequências causadas na vida das 
mulheres que vivenciaram ou estão vivenciando a situação de violência. O objetivo da pesquisa foi demonstrar 
quais são essas implicações e descrever a violência doméstica, elencando as consequências psicossociais na vida 
da mulher, além de descrever o serviço da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher e analisar os 
possíveis caminhos para o enfrentamento e superação da violência. Para tal, realizou-se um estudo qualitativo 
utilizando a metodologia do grupo focal, realizado em três encontros, contando com seis participantes 
mulheres. Os dados coletados foram avaliados mediante a Análise de Conteúdo. Os resultados demonstram 
consequências diversas, tais como: baixa autoestima, depressão, afastamento do meio social, entre outras. 
Conclui-se que a violência doméstica é uma ocorrência complexa que está coligada às relações de gênero e a 
cultura do machismo, onde tal violência por diversos fatores é naturalizada dentro das famílias e pela sociedade. 
É imprescindível que a vítima receba atendimento profissional multidisciplinar que a proporcione um 
acolhimento humanizado vale ressaltar que o papel de acolhimento da família da vítima no processo é 
fundamental. 
 
Palavras-chave: Violência doméstica. Gênero. Consequências psicossociais. 
 
 
ABSTRACT 
 
 
This article discusses domestic violence against women and its psychosocial implications, aiming to gather data 
that will stimulate the construction of the debate about possible forms of coping and overcoming violence, as 
well as providing a reflection on the role of both genres in society, aiming the deconstruction of sexist culture 
and enabling more female representation. The research sought to understand the women who have experienced 
or are experiencing violence consequences in life. The goal of this research was to demonstrate what these 
implications are and to describe domestic violence, listing the psychosocial consequences in women's lives, 
describing the service of the Specialized Attendance Department and analyzing the possible ways of overcoming 
violence. For this, a qualitative study was carried out through the focus group, which happened after three 
meetings with six women. The data collected were analyzed using Content Analysis. The results demonstrate 
several consequences, such as: low self-esteem, depression, withdrawal from the social environment, etcetera. 
We conclude that domestic violence is a complex occurrence that is related to gender relations and sexist culture, 
where such violence is naturalized within families and society. It is imperative that the victim receive 
professional care that provides a humanized reception, it is worth emphasizing that the family's role in the 
process is fundamental. 
 
Keywords: Domestic violence. Genre. Psychosocial consequences 
 
Graduanda em Psicologia na Faculdade Ciências da Vida (FCV). 
E-mail: mariely-drika@hotmail.com 
Psicóloga, especialista em atendimentos a usuários de álcool e outras drogas. Mestre em Psicologia. Professora 
do curso de Bacharelado em Psicologia na Faculdade Ciências da Vida (FCV). 
E-mail: laurafreire.8@hotmail.com. 
2 
 
1INTRODUÇÃO 
 
 
A violência doméstica pode ser considerada uma das consequências das relações de 
poder entre gêneros, como também das desigualdades e da inferioridade enfrentadas pelas 
mulheres frente aos homens (LIMA et al., 2006). A diferença de gênero decorre do processo 
de socialização, no qual a mulher é ensinada a cuidar do lar e a cuidar do companheiro e o 
homem aprende a ser a autoridade da casa. Essa “cultura” faz com que a mulher inserida no 
contexto de violência doméstica tenha dificuldades em identificá-la e tomar uma atitude 
diante da situação (BEAUVOIR, 1980, p. 9). 
A presente pesquisa aborda a temática sobre violência doméstica contra a mulher, e a 
partir do tema surge um questionamento: “Quais as consequências das implicações 
psicossociais causadas em mulheres vítimas de violência doméstica na cidade de Sete Lagoas 
e região?”. Alguns autores elucidam como possíveis consequências o medo, a angústia, o 
afastamento do meio social, a insegurança, a baixa autoestima, a humilhação, dentre outros 
aspectos. Esses fatores, de ordem social, econômica, cultural e psicológica, articulam-se entre 
si, trazendo à tona a problemática que envolve as mulheres no contexto de violência (LIMA 
et.al., 2006). Nesse sentido, viu-se a necessidade de elaborar três hipóteses a serem 
pesquisadas, sendo elas: os danos causados à saúde mental, física e social da vítima; o receio 
de delatar o parceiro pelo descrédito das políticas públicas, e por fim os prejuízos que a 
mulher vítima de violência doméstica apresenta ao naturalizar a circunstância vivenciada. 
A metodologia utilizada envolveu uma revisão bibliográfica de artigos científicos e 
dissertações sobre a temática, com o objetivo de proporcionar uma visão geral das 
implicações psicossociais vivenciadas por mulheres vítimas de violência doméstica. Para 
discorrer sobre a relevância do tema, foi utilizado como método de pesquisa de campo, o 
grupo focal. Foram realizados três encontros com seis mulheres, em que duas delas vivenciam 
a violência doméstica e as outras quatro já tinham vivenciado a violência, todas as 
participantes são residentes da cidade de Sete Lagoas/MG e região. Os resultados obtidos 
foram avaliados com baseamento na abordagem qualitativa e tratados por meio da análise de 
conteúdo (BARDIN, 1997). 
O presente trabalho justifica-se pela necessidade de compreendermos os impactos 
vivenciados por mulheres vítimas de violência doméstica e analisar as influências sociais no 
contexto em que as elas estão inseridas, a partir dos relatos apresentados pelas participantes. 
Segundo levantamento realizado no Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no ano de 2016, 
3 
 
foi realizado 4.606 registros de mortes de mulheres no Brasil, o que representa a morte de 
uma mulher a cada duas horas, sendo que apenas 621 casos foram considerados feminicídio 
(FBSP, 2017). Diante desses fatos, o presente trabalho teve por intuito descrever a violência 
doméstica, objetivando evidenciar quais são as consequências psicossociais desse tipo de 
violência para a vítima. Dessa forma, a pesquisa tornou-se essencial pela relevância da 
temática e pelo crescente número de mortes relacionadas ao sexo feminino, além de 
proporcionar uma reflexão sobre o espaço da masculinidade e da feminidade na sociedade, 
com a finalidade de desconstruir a cultura machista, possibilitando mais representatividade 
feminina e menos violência. 
O objetivo geral da pesquisa foi demonstrar as implicações psicossociais vivenciadas 
por mulheres vítimas de violência doméstica, na cidade de Sete Lagoas/MG e região. E os 
objetivos específicos foram: descrever a violência doméstica e elencar as consequências 
psicossociais na vida da mulher vítima de violência doméstica, na cidade de Sete Lagoas/MG 
e região; descrever o serviço de atendimento realizado na Delegacia Especializada em 
Atendimento à Mulher, ressaltando a importância do psicólogo e analisar os possíveis 
caminhos para o enfrentamento e superação da violência doméstica. 
 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO2.1 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER E OS EFEITOS PSICOSSOCIAIS 
 
 
Para Beauvoir (1980), todas as construções de gênero que assumimos como inatas 
necessitam ser desconstruídas, desde o momento em que elas não somente identificam as 
diferenças entre os sexos, mas principalmente reforçam as desigualdades. A definição das 
diferenças entre masculino e feminino tem servido para categorizar as mulheres como 
inferiores aos homens e assim, torná-las submissas. Segundo Velasco et al. (2018), o número 
de mulheres assassinadas no Brasil de acordo com as informações oficiais de 2017, aumentou 
significativamente, totalizando 4.473 homicídios dolosos, sendo 946 considerados 
feminicídio, ou seja, as mulheres foram assassinadas por motivo de gênero, e a maioria das 
ocorrências identificaram o parceiro da vítima como o causador do crime. Devido à grande 
4 
 
incidência dos crimes contra a mulher, viu-se a necessidade de criar uma lei especifica para as 
proteger no âmbito doméstico, para tal, foi criada Lei Maria da Penha. 
Segundo de acordo com a Lei Maria da Penha - Lei 11340/06, configura-se violência 
doméstica contra a mulher o ato violento que gera prejuízo corporal, sexual, psicológico ou 
dano patrimonial e moral a ela. Contudo, não é necessário que a agressão ocorra no espaço 
doméstico; basta ter consanguinidade ou uma relação de convivência entre o autor homem ou 
mulher. A Lei Maria da Penha (2006) descreve a violência física contra mulher, qualquer 
conduta que cause agravo à saúde ou a integridade corporal da vítima. Já a violência 
psicológica, acontece quando causa perda emocional e diminuição da autoestima da vítima, 
podendo causar prejuízos ao desenvolvimento e ao comportamento de crenças, ações e 
decisões da mulher, mediante humilhação, chantagem, xingamentos, manipulação, entre 
outros, por parte do agressor. 
Para Lima et al., (2015), violência sexual é o comportamento que obriga a mulher a 
assistir, manter ou fazer parte de uma relação sexual, mediante ameaças, humilhações e 
xingamentos. Configura-se também violência sexual a prática que obriga a mulher a se 
prostituir, o ato de impedi-la de fazer o uso de procedimento contraceptivo ou que a force à 
gravidez ou ao aborto. Já a violência patrimonial é compreendida como qualquer processo que 
configure retenção, minimização, estrago parcial ou total de seus objetos, utensílios de 
trabalho, documentos pessoais e bens, podendo ser compreendida também quando o agressor 
ameaça e coage a vítima para que esta transfira os bens para ele. A violência moral incide 
quando o agressor utiliza de meios para caluniar ou difamar a mulher, como exemplo: expor 
vídeos íntimos do casal, expor fotos sem autorização da mulher, manipular situações 
ofensivas e desrespeitosas à vítima, entre outros (BRASIL, 2006). 
 Para Pires, Silvestre e Altenfelder (2010), são inúmeros os impactos da violência na 
vida da mulher. Dentre eles, pode-se destacar o adoecimento psíquico, que pode contribuir 
para o aparecimento e desenvolvimento de problemas gastrointestinais, hipertensão, 
transtornos mentais, entre outros. Em relação à agressão física, elas podem ocasionar 
traumatismos, como fraturas, deformidades físicas e hemorragias. Compreende-se que o 
histórico violento que as mulheres vivenciam é umas das consequências que dificultam a sua 
socialização, podendo causar vergonha, medo, insegurança à vítima. 
 
 
2.2 CARACTERIZAR O PAPEL DA DELEGACIA ESPECIALIZADA DE 
ATENDIMENTO À MULHER 
5 
 
A primeira Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) criada no país 
foi no estado de São Paulo, implantada no dia 06 de agosto de 1985, com a finalidade de 
romper os preconceitos existentes nas outras delegacias e com objetivo de que tal violência, 
enfim, se tornasse manifesta e notória. A concepção da Delegacia Especializada para 
Atendimento à Mulher teve como escopo combater a violência cometida à figura feminina, 
avaliada como uma medida de implementação de políticas públicas para o enfrentamento 
dessa realidade, ofertando serviços de modo preventivo e repressivo, como atuações de 
apuração, averiguação e tomada de decisão para fim de resguardar os direitos das mulheres. 
Compreende-se que os profissionais que atuam nas DEAM devem proporcionar um 
acolhimento humanizado e sem julgamentos, pois as mulheres que procuram o serviço para 
registrar o acontecido se apresentam fragilizadas, com sua integridade física e psicológica 
desestabilizada (BRASIL, 2010). 
 O contexto de violência onde a mulher está inserida é uma temática bastante 
complexa, que envolve vários fatores de ordem social, econômica, cultural, psicológica, entre 
outros. A atuação do psicólogo dentro das DEAM se faz necessária por proporcionar o 
atendimento das mulheres através do olhar diferenciado, ou seja, conduzindo a mesma a uma 
visão para além do papel de vítima, resgatando seus direitos e fazendo com que ela possa 
ressignificar as experiências vividas (CREPOP, 2013). 
 
 
2.3 ANALISAR OS POSSÍVEIS CAMINHOS DE ENFRENTAMENTO E SUPERAÇÃO 
DA VIOLÊNCIA 
 
 
Segundo Herreira et al. (2014), a violência doméstica é um evento traumático que 
atinge a vítima em diversas dimensões. Diante dos traumas causados pela violência 
doméstica, muitas mulheres se paralisam e não conseguem agir diante da circunstância, o que 
pode acarretar problemas de saúde mental e física. Contudo, outras mulheres conseguem 
enfrentar a situação, apresentando comportamentos de superação e retomada à vida, fato este 
que corrobora a capacidade de resiliência da mesma (HERREIRA et al., 2014). 
É importante destacar que o enfrentamento e superação da violência doméstica não é 
apenas um processo que depende da vítima, e sim algo considerado no âmbito coletivo. 
Considerando a relevância da sociedade no contexto da violência doméstica é imprescindível 
que a cultura do machismo seja desconstruída, para que a vítima possa resgatar seu valor 
6 
 
enquanto mulher e cidadã e a partir daí, construir novos projetos de vida, dando seguimento à 
sua rotina (SULSBACH, 2018). Além da contribuição da sociedade para a superação da 
mulher frente à violência, os serviços que ofertam atendimento à vítima e a família exercem 
papel fundamental no processo (GALVÃO, 2015). 
 
 
3 METODOLOGIA 
 
 
Este artigo é resultado de uma pesquisa de abordagem qualitativa, que teve como 
objetivo proporcionar uma visão geral das implicações psicossociais vivenciadas por 
mulheres vítimas de violência doméstica. Para discorrer sobre a relevância do tema, foi 
realizada uma busca bibliográfica de artigos científicos e teses datadas entre os anos de 2014 a 
2018, selecionadas em revistas eletrônicas tais como Scientific Eletronic Library Online 
(SCIELO). A pesquisa de campo se fez necessária para explorar a temática, coletar dados 
concretos e atuais, viabilizando compreender os impactos da violência na vida das mulheres. 
Portanto, como estratégia metodológica foi utilizado o grupo focal, que permitiu através dos 
encontros grupais, uma maior interação entre as mulheres participante e a pesquisadora. 
Como orienta a metodologia do grupo focal, foram realizados três encontros com 
mulheres que viveram ou estão vivenciando a situação de violência doméstica, que possuem 
idade igual ou superior a dezoito anos, residentes na cidade de Sete Lagoas e região. Os 
encontros aconteceram em uma sala cedida por uma Unidade da Igreja Católica na cidade de 
Sete Lagoas. Seguindo os critérios éticos para realização do grupo focal, o local foi escolhido 
por conveniência, devido à proximidade do centro da cidade, onde acreditou-se ser de fácil 
acesso para todas as participantes (ANDRADE, 2013). 
A participação das mulheres na pesquisa aconteceu de forma voluntária. A realização 
dos encontros só se deu após a leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido, por todas as participantes voluntárias. Sendo assim,as todas as mulheres 
concordaram com os procedimentos a serem executados nos três encontros propostos. A 
realização do grupo focal para esta pesquisa proporcionou a interação entre o pesquisador e as 
participantes, através das discussões focadas em tópicos específicos, além de promover a 
identificação entre as mulheres e o tema pesquisado (ABROCESI, 2001). 
Como estratégia de divulgação da pesquisa e seleção das participantes voluntárias, 
foram distribuídos cartazes sobre a temática. Os cartazes foram divulgados por meios das 
7 
 
redes sociais e nas dependências da Faculdade Ciências da Vida, no período de vinte e quatro 
de agosto de dois mil e dezoito a quatorze de setembro de dois mil e dezoito. No primeiro 
momento, foi agendado o contato individual com as seis mulheres que demonstraram 
interesse, com o intuito de conhecer cada participante, identificar a relação delas com o 
assunto pesquisado e colher dados pessoais, tais como: nome completo, cidade em que vive, 
data de nascimento, telefone para contato, se é vítima de violência doméstica ou se já foi 
vítima, além de realizar a apresentação e leitura do Termo de Consentimento Livre 
Esclarecido. Vale ressaltar que tais dados são sigilosos e importantes para facilitar a análise 
do pesquisador. Durante a realização dos encontros foi reforçada a importância de todas as 
integrantes participarem de forma ativa, contribuindo com relatos das experiências vividas por 
elas (ANDRADE, 2013). 
Além dos resultados levantados nos grupos focais, também foram recolhidos dados 
por meio da observação e da pesquisa de campo, cujo propósito foi reunir as informações 
sobre a violência doméstica e, a partir daí, analisar no intuito de comprovar ou refutar as 
seguintes hipóteses: a violência doméstica causa danos à saúde mental, física e social da 
vítima; as mulheres que sofreram violência doméstica tem receio de denunciar o agressor por 
descrédito das políticas públicas e; a mulher perde sua integridade quando naturaliza a 
violência doméstica. 
Assim, foram realizados três encontros com seis mulheres, das quais, quatro já 
sofreram violência doméstica e duas ainda estão vivenciando a violência. Para a execução da 
pesquisa, uma psicóloga voluntária foi convidada para ajudar a pesquisadora na observação 
do grupo e uma estudante de psicologia foi a responsável por administrar os recursos 
tecnológicos para a gravação dos encontros, que tiveram uma média de duração de duas horas 
e trinta minutos cada. 
O método do grupo focal permitiu à pesquisadora agir com maior maleabilidade para 
proporcionar um momento de discussão entre o grupo. A fim de coletar os dados necessários 
para análise da pesquisa qualitativa, os áudios foram gravados (sob autorização e 
conhecimento das participantes) e posteriormente transcritos na íntegra para a análise do 
conteúdo. Os dados colhidos foram analisados através da análise de conteúdo, que é definida 
por Bardin (1997) como um conjunto de métodos de análise das informações através de 
técnicas sistemáticas e objetivas das falas das participantes, que permitem à inferência do 
conhecimento ligado a produção destas mensagens. Ainda segundo a autora, a análise de 
conteúdo pode ser compreendida mediante três etapas imprescindíveis, sendo elas: pré-
análise, investigação do material e tratamento dos resultados obtidos através da interpretação. 
8 
 
A pré-análise é considerada como uma etapa de organização do material a ser 
analisado, ordenado a partir da formulação de hipóteses e objetivos que fundamentam a 
interpretação final. A segunda etapa consiste na exploração do material com o propósito de 
verificar o conteúdo, que é dividido por partes, conforme o contexto apresentado e, por 
último, a terceira etapa se resume em discutir os resultados apresentados, orientados através 
de informações e elucidações (BARDIN, 1997). Foram criadas categorias de acordo com a 
análise dos dados coletados nos três encontros realizados com mulheres que sofreram ou 
sofrem a violência doméstica. Desta forma, contou-se com categorias posteriormente 
definidas após a coleta dos dados. 
Para facilitar o entendimento, foi desenvolvida uma tabela com os números que 
representam a quantidade de mulheres que participaram da pesquisa, nomes de flores que 
substituem os verdadeiros nomes das mulheres (para manter o sigilo das participante), a 
cidade em que elas residem atualmente, idade e a informação se foram vítimas de violência 
doméstica ou se atualmente vivenciam a situação, estas informações foram utilizadas como 
critérios de inclusão para a pesquisa. Segue abaixo a tabela: 
 
Número de 
Mulheres 
Nome Fictício Cidade Idade Já foi vítima 
Atualmente é 
vítima 
1 Magnólia Sete lagoas 28 X 
2 Margarida Sete lagoas 25 X 
3 Mimosa Sete lagoas 25 X 
4 Jasmim Sete lagoas 36 X 
5 Rosa Belo Horizonte 30 X 
6 Violeta Curvelo 27 X 
FONTE: Dados coletados mediante realização dos encontros. 
 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 
Os resultados obtidos com a realização dos encontros serão apresentados e discutidos a 
seguir. Para preservar o sigilo das participantes, como já dito, os trechos das falas serão 
representados por nomes de flores e a sua respectiva idade. Foi possível identificar 
9 
 
consequências das decorrências psicossociais ocasionadas em mulheres vítimas de violência 
doméstica através dos dados coletados nas falas das participantes. Optou-se por divulgar os 
resultados e a discussão em categorias para melhor compreensão dos resultados encontrados. 
 
 
4.1VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E OS SENTIMENTOS ENVOLVIDOS 
 
 
Para Wilhelm e Tonet (2007), quando o homem percebe que a sua companheira está 
conseguindo alcançar independência financeira sendo menos submissa a ele, faz despertar um 
sentimento ameaçador, onde a sua masculinidade é considerada culturalmente menor por estes 
fatores, com isso o companheiro passa a se comportar de forma agressiva no relacionamento. 
Segundo os autores, as mulheres que passam pela situação de violência doméstica, alimentam 
a esperança da mudança de comportamento do companheiro, acreditam nas promessas e 
arrependimentos declarados em forma de amor, outras justificam a violência a fatores 
externos, como o consumo de bebida alcoólica, fator espiritual e episódio atípico de 
descontrole emocional, entre vários outros fatores (WILHELM e TONET, 2007), como se 
pode observar nos trechos abaixo: 
“Sou médica e meu ex-marido também é médico, ele achava um absurdo eu ir para o 
hospital dar plantão, quantas vezes ele me falou: Pra que isso? Pra que ir para o 
plantão se desgastar esse tanto e ganhar essa mixaria? Você sabe que se você optar 
por ficar em casa eu tenho condições financeiras suficientes para te bancar, você 
trabalha por que quer!” (ROSA, 30). 
 
“Quando eu trabalhava eu sustentava a casa, pagava as contas, depois que tive minha 
filha, não consegui mais trabalhar, não me sentia útil e capaz, por muitas vezes ele 
me dizia: Você não é capaz e eu acreditei” (MAGNÓLIA, 28). 
 
“Eu gosto muito dele, vivemos quatro momentos muito horríveis, mas tem muitos 
momentos mais felizes[...] ele quer melhorar, ele me pediu um tempo e eu quero 
pensar sobre isso, ele me enviou uma carta com quatro páginas, pedindo desculpas 
por tudo” (MARGARIDA, 25). 
 
“[...] Eu justificava como algo espiritual, sabe? Meu Deus, não é ele, eu olhava pro 
olho dele e não parecia que era ele, sabe quando você fala com a pessoa e ela não te 
escuta?” (MAGNÓLIA,28). 
 
“O problema todo é a bebida é só ele beber que começa a ficar assim, se ele parar de 
beber as coisas se resolvem” (MARGARIDA,25). 
 
No momento dos relatos das participantes foi possível notar a angústia ao falar dos 
seus parceiros. Muitas relataram que parece um vício, que elas sabem que vão sofrer com 
eles, mas os sentimentos afetivos são maiores e elas não conseguem se ver livres deles. 
10 
 
Magnólia relatou nosencontros que por diversas vezes tentou se libertar desse “vício,” disse 
que já se relacionou com outros homens após o termino do casamento, porém o ex 
companheiro a persegue e faz diversas ameaças tanto a ela quanto ao rapaz, que por medo e 
insegurança do que pode acontecer, prefere se manter afastado de Magnólia. Os relatos de 
ameaças após o término do relacionamento estiveram presentes nas falas de outras 
participantes, como a de Mimosa, que relatou um episódio onde o ex-namorado foi até a 
faculdade onde estuda fazer ameaças. Rosa também relatou que o ex-marido enviou 
mensagens ameaçadoras a obrigando a retirar as queixas na delegacia. Ambas participantes 
demonstraram sentimentos confusos com relação ao agressor, relataram sentimentos de pena 
pelo histórico de vida deles, raiva por eles terem agredido a elas, sentimento de culpa e 
esperança na melhora do ex companheiro. 
 
 
4.2 CONSEQUÊNCIAS FÍSICAS, PSICOLOGICAS E SOCIAIS ÀS MULHERES QUE 
SOFRERAM VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. 
 
 
Segundo Silva e Gueiros (2018), a violência contra a mulher tem uma culminante 
carga de complicações, ocasionando diferentes consequências e impactos tanto na vida social, 
como também na saúde física e emocional da mulher, colocando em risco seu bem-estar, 
autoestima e integridade. Alguns impactos físicos podem ser caracterizados por lesões, 
edemas e hematomas, contusões, invalidez, fraturas, queimaduras, entre outros. Os impactos 
emocionais podem ser compreendidos como: depressão, síndrome do pânico, insônia, 
pesadelos, pensamentos de autoextermínio, entre outros. Além disso, em muitos casos 
acontecem o afastamento do meio social, por vergonha, julgamento, por medo de conversar 
com pessoas que o ex companheiro não gosta e a falta de vontade em sair de casa (PIRES, 
SILVESTRE E ALTENFELDER, 2010). Conforme falas descritas abaixo: 
“Primeiro a violência começou verbal, através de xingos e gritos que me colocava lá 
embaixo, coisas que eu nunca imaginaria que alguém falaria comigo, porque nem 
meu pai e minha mãe falaram comigo” (MARGARIDA, 25). 
 
“Eu nunca sofri agressão física, meu ex-marido nunca chegou a me bater, eu sofri a 
violência psicológica, ele usava joguinhos psicológicos e chantagem emocional [...] 
eles fazem com que você duvide de você: você acha que alguém vai te querer? você 
está pegando o boi, você não vai achar outro homem como eu” (JASMIM, 36). 
 
“Uma das consequências que ele deixou em mim foi o medo, medo de andar na rua, 
medo de me relacionar com outras pessoas, baixa autoestima, tenho muito medo 
dele me ver conversando com alguma pessoa na rua” (MAGNÓLIA, 28) 
11 
 
“As agressões duraram por horas, ele começou a me dar socos, eu desmaiei por três 
vezes, daí ele me deu um soco no olho[...], ele ficava falando que ia acabar com meu 
nariz, e dizia que se eu saísse que ele ia me matar” (ROSA, 30). 
 
“[...] Eu era torturada a ponto de enfiar coisas debaixo da minha unha e eu não 
achava que isso era agressão [...]. Até um dia que ele me abandonou na rua e me 
mandou ir embora, eu fui, e no outro dia senti uma dor muito forte no meu braço, eu 
caí, fiz xixi na roupa, só chorava, foi quando eu desenvolvi a síndrome do pânico” 
(MIMOSA, 25). 
 
São várias as consequências causadas pela violência doméstica e diante das falas das 
mulheres ficou evidente o quanto elas se encontram fragilizadas pelos impactos dessa 
realidade. As mulheres relataram que não receberam nenhum tipo de suporte psicológico 
através do serviço público. Rosa, Magnólia e Jasmim disseram que o suporte psicológico que 
receberam foi através do serviço particular. Já Mimosa e Margarida relataram que procuraram 
os serviços gratuitos de atendimento psicológico na clínica escola da Faculdade Ciências da 
Vida. Ambas relataram a importância do papel do psicólogo como auxílio para elas no 
processo de superação e enfrentamento da violência. 
 
 
4.3 CAMINHOS E SUPORTE PARA O ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA 
 
 
Segundo Sulsbach (2018) para o enfrentamento e superação da situação de violência 
doméstica sofrida pela vítima é preciso que haja um suporte profissional e interdisciplinar, 
que acolha a mulher de forma íntegra e humanizada, oferecendo todo suporte e amparo 
necessário para seguir em frente. Vale ressaltar que o atendimento da Delegacia Especializada 
de Atendimento à Mulher tem um papel imprescindível no processo, uma vez que é através 
desse serviço que a mulher recorre aos seus direitos jurídicos que garantem a sua liberdade e 
segurança. Em Sete Lagoas – MG, além da Delegacia Especializada de Atendimento à 
Mulher, podem ser citados outros serviços que acolhem a vítima, entre eles: o Centro de 
Referência Especializada em Assistência Social (CREAS) que tem como objetivo trabalhar 
com a mulher o seu direito violado com apoio da equipe de psicólogos e assistentes sociais; o 
Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) que trabalha com a mulher o 
fortalecimento de vínculos familiares e outras demandas que surgirem; e a Defensoria 
Pública, que auxilia a mulher com aparo jurídico gratuito (DISQUE 180, 2018). 
Segundo Windt e Leontina (2011), a família educa seus filhos desde o princípio a 
seguir o seu gênero, ou seja, ensinam quais comportamentos e sentimentos cabem a uma 
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menina e a um menino. É construído desde o início também o conceito de família e o papel de 
cada um dentro do lar. Dentro dessa cultura familiar, quando há violência doméstica, por 
muitos motivos essas violências são naturalizadas e fazem com que os filhos presenciem o 
contexto e acreditem que é natural a mulher ser submetida a tais situações. Isso pode dificultar 
futuramente uma posição da mulher na compreensão de um relacionamento não saudável, 
onde a violência está inserida, conforme os fragmentos a seguir: 
“Eu acho que muito disso tá ali, no que foi gerado na mulher, do que você tem que 
aceitar, [...] e até hoje tenho muita dificuldade de assimilar as agressões, pra mim 
tudo era aceitável, acontecia uma coisa, ah! isso é aceitável” (MAGNÓLIA, 28). 
 
“Meu ex companheiro é meu primo, [...] ele me deu um soco e quebrou meu nariz, 
nem ele nem a mãe dele me socorreram, não me levaram para o hospital[...]. A 
família foi contra a medida, pois, disseram que eu iria acabar com o vínculo familiar 
entre eles” (VIOLETA, 27). 
 
“Eu agradeço muito a minha família, por tudo, tudo mesmo, se não fossem eles eu 
acho que teria voltado pro meu ex” (ROSA,30). 
 
“A minha mãe fala: Margarida, não volta pra ele! Ele não presta, não vai mudar. Sai 
dessa” (MARGARIDA, 25). 
 
“[...] Eu só consegui passar por tudo isso por causa do apoio da minha família [...], 
recebi apoio policial, no dia foram várias viaturas na minha casa, me levaram para o 
hospital porque eu estava muito machucada e levaram meu ex pra delegacia” 
(ROSA, 30). 
 
“Eu aceitei tudo porque pra mim era natural [...] era isso que eu via em casa, meu pai 
agredia fisicamente minha mãe, eu presenciei por diversas vezes” 
(MAGNÓLIA,28). 
 
Nos encontros do grupo focal foi possível notar o sofrimento da maioria das 
participantes ao relatar os acontecimentos e o quanto elas se sentiram e se sentem 
desamparadas tanto pela família quanto pelos serviços de acolhimento à mulher. No caso da 
Magnólia em específico, pode-se observar a repetição do ciclo familiar envolvido na violência 
doméstica, pois ela relatou ter presenciado violências dentro da casa dos pais. É possível 
compreender através das falas das participantes que a baixa autoestima é um fator 
predominante como consequência da violência doméstica. Segundo elas, esse fator é um 
dificultador para tomadas de atitudes, uma vez que está ligada ao sentimento de incapacidade, 
medo de ficar sozinha e vergonha do que vão falar sobre a situação. A insegurança e o medo 
de não conseguir um apoio judicial que garanta os seus direitos também foi considerado pelas 
participantes, um dos fatores queas dificultam denunciar e tomar providências cabíveis à 
situação. Após os debates, chegou-se à conclusão que além do apoio psicológico, jurídico, 
sócio assistencial e médico, o papel da família como amparo e suporte para enfrentamento e 
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superação da situação é imprescindível, quando a família é um local em que se pode voltar e 
ser acolhida! 
 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Essa pesquisa teve como escopo geral demonstrar as implicações psicossociais 
vivenciadas por mulheres vítimas de violência doméstica em Sete Lagoas/MG e região. 
Durante os encontros foi possível observar o quanto as participantes se apresentaram 
fragilizadas e confusas com relação aos seus sentimentos. O sentimento de confusão foi 
relatado por todas as participantes, onde se alternava entre amor, raiva, pena, arrependimento 
e culpa. Foi possível observar também que algumas das participantes se afastaram do 
convívio social, para evitar os julgamentos das pessoas, por vergonha e até mesmo por medo 
dos ex companheiros. 
Foi mencionado pelas participantes, inúmeras consequências causadas pela violência 
doméstica, dentre elas: hematomas pelo corpo, depressão, desenvolvimento do transtorno de 
síndrome do pânico, dificuldade em se relacionar afetivamente com outras pessoas e baixa 
autoestima. Após relatarem as consequências sofridas, chegou-se à conclusão da importância 
do apoio psicológico como suporte na superação e no enfrentamento dessa situação. Além dos 
serviços da psicologia e outros serviços ofertados pelo estado, considera-se o papel da família 
um suporte fundamental para o processo. 
É importante enfatizar que os dados coletados através do grupo focal contaram apenas 
com seis participantes, com idade igual/superior a dezoito anos, devido à dificuldade de 
contato com esse público. Houve limitações decorrentes da abordagem metodológica 
escolhida para realizar a pesquisa. princípio nove mulheres tiveram interesse em participar 
dos encontros, porém por motivos pessoais e para não se exporem ao público, preferiram não 
prosseguir com a participação. Quanto à demarcação do referencial sobre violência doméstica, 
foi necessário utilizar materiais com mais de cinco anos de emissão, tendo em vista que estes 
materiais foram considerados a partir da sua importância para fortalecer a argumentação da 
pesquisa científica presente. 
Foi possível notar algumas implicações no decorrer da presente pesquisa aos relatos 
das participantes que se apresentaram muito emotivas. Durante a fala da participante 
Magnólia, ficou explícito no primeiro encontro a angústia ao trazer relatos da sua vivência, a 
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qual atualmente passa por conflitos com o ex companheiro e seu pai. No segundo encontro 
Magnólia se apresentou mais segura e determinada a mudar a situação, relatou que está 
cansada de tanta violência e que acionou uma advogada para resguardar seus direitos e disse 
estar disposta a enfrentar as dificuldades que surgirem, além de expor grande vontade de se 
mudar da casa dos pais. No final do terceiro encontro, ambas participantes pediram que o 
grupo continuasse ressaltando grande satisfação do acolhimento oferecido pela pesquisadora. 
A relevância desta pesquisa se faz a partir do conhecimento sobre a temática, além de 
apresentar as consequências da violência doméstica na vida da mulher e os possíveis 
caminhos para o enfrentamento e superação do mesmo. 
Reconhece-se que a violência doméstica contra a mulher é representada pela 
construção de gênero, onde tal violência por diversos fatores é naturalizada dentro das 
famílias e pela sociedade. Portanto, sugere-se que outros pesquisadores investiguem a 
sucessão da violência doméstica e a reincidência dessa violência para o agressor e para a 
vítima, desenvolvendo pesquisas que relatem os temas aqui sugeridos para que, 
consequentemente possam proporcionar um olhar mais humanizado para quem vivencia essa 
situação. 
 
 
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