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COMBATE A INCÊNDIO VEICULAR Instrutor: SD BM Alessandro Rocha de Souza O Brasil sendo um país continental e de grande extensão possui uma malha viária complexa e com isso uma frota de veículos até março de 2016 ultrapassando a marca dos 90 milhões de veículos emplacados, e o Estado do Amapá até março de 2016 com uma frota ultrapassando a marca de 175 mil veículos emplacados, segundo informações do DENATRAN. O incêndio possui uma gama bastante grande e diversificada de possibilidades, desde um incêndio num veículo pequeno, passando por incêndio em residências e dentre tantas outras possibilidades. Os veículos antigos não possuíam tanta tecnologia como hoje os veículos modernos possuem, cada vez tem-se peculiaridades tecnológicas com dispositivos de segurança eletrônicos que protegem os passageiros e evitam incêndios, onde podemos destacar: Painel corta fogo, entre o compartimento do motor e o habitáculo de um veículo em sua construção, constituídos de painéis em plástico, polímeros e fibra de vidro, como painel corta-fogo dificultando a passagem do incêndio do compartimento do motor para o habitáculo ou célula de segurança; Fonte: http://carroceria.blogspot.com.br/2009/02/parede-corta-fogo OBS: 90% dos Incêndios em veículos inicia pelo compartimento do motor Blindagem do sistema elétrico dos veículos; Corte inercial de combustível: é um instrumento que, através do seu dispositivo interno, possibilita o chaveamento da alimentação (positiva ou negativa) da bomba de combustível, trata-se de um sistema de segurança, pois DIMINUI O RISCO DE INCÊNDIO em caso de acidente e a ativação do dispositivo se dá pelo impacto que o veículo sofre ao colidir com algum obstáculo ou pela força de uma desaceleração muito brusca; Tanque de combustível colapsável. Fonte: http://www.doutorcarro.com.br/ Os veículos são divididos em compartimentos (Motor, Passageiro, célula de segurança ou habitáculo e de carga ou bagageiro) e quando o incêndio evolui de um compartimento para o outro o combate tem que ser de imediato, pois os veículos são compostos de materiais combustíveis com potencial de gerar gases tóxicos. Fonte: http://g1.globo.com/ap/amapa/ CAUSAS DE INCÊNDIO VEICULAR Acidente de trânsito; Fenômenos elétricos do tipo sobrecarga ou curto-circuito; Aquecimento do motor; Vazamento de combustíveis (Líquido ou GNV) e/ou fluidos (Líquidos inflamáveis); Atritamento entre componentes veiculares; Outras situações de risco de incêndio e explosões em veículos ( Acendedor ou brasa de cigarro). O INCÊNDIO VEICULAR PODE OCORRER EM VÁRIOS LOCAIS, INCLUINDO: Via Pública Neste caso devemos dar especial atenção à sinalização de segurança, se necessário desviar o tráfego, evitando assim a possibilidade de acidentes. Oficina Mecânica: Além das precauções de prache, devem ser removidos tambores e latas de tinta, diluente, tinner ou outros líquidos inflamáveis, bem como cilindros de acetileno e oxigênio, levando-os a um lugar seguro e fora da zona de risco. Garagens Residenciais: A guarnição deve evitar que o fogo se espalhe para a residência e considerar a possibilidade de haver vítimas de intoxicação em seu interior, devido à fumaça e gases do incêndio, inspecionando cuidadosamente todos os ambientes. Estacionamento: Proceder ao isolamento e confinamento do fogo, impedindo-o de afetar outros veículos. Se isso acontecer em porões e áreas confinadas, proceder de imediato para ventilar o local. Estações de Serviço: Confinar o fogo, de modo que ele não se espalhe, que permite a saída de outros veículos que estejam na estação e isolando a área. Incêndio Veicular Incêndio Veicular na emissora bandeirantes em Macapá RISCOS DURANTE O COMBATE AO INCÊNDIO VEICULAR Muitos são os componentes de um veiculo que podem gerar riscos as pessoas que nele se encontra e aos operadores que vão atuar no combate ao incêndio, onde podemos citar: O Magnésio; A Bateria; Os Cilindros Hidráulicos, elevadores do Capô e Tampa do Compartimento de carga; GNV e GLP. O Magnésio: É quimicamente muito ativo, separa o hidrogênio na ebulição da água e um grande número de metais pode ser preparado por redução térmica de óxidos e sais de magnésio. O magnésio pode ser misturado com água à temperatura ambiente, sem quaisquer problemas ou riscos. Mas se um fogo de magnésio for tentado extinguir com água, o fogo não se apaga e o magnésio continua a queimar enquanto possui oxigênio. Além disso, se lançar água na queima de magnésio ocorre uma reação violenta que provoca a quebra da molécula de água, liberando hidrogênio que é altamente explosivo, produzindo uma violenta explosão. Para evitar danos, o incêndio causado por magnésio deve-se cobrir com areia. Vale ressaltar que o magnésio não é o único metal inflamável. Certos metais são classificados como combustíveis devidos suas facilidade de se inflamar, e, portanto, eles são incluídos na classificação de combustíveis dentro da classe D. Entre estes metais combustíveis incluem entre outros, além de magnésio como metais combustíveis pirofóricos, temos selênio, antimônio, lítio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio, zircônio, potássio, titânio, cálcio e metais radioativos, tais como urânio ou plutônio. Fonte: http://www.casaolivetti.com.br/classes.html Efeitos de Magnésio no organismo Efeitos da exposição ao PÓ de magnésio: baixa toxicidade e não é considerado perigoso para a saúde. Pirofórico: materiais que se inflamam espontaneamente em contato com o ar. seu incêndio é de difícil controle, normalmente ocorre por abafamento. Reação Magnésio Reação Magnésio Bateria A bateria do veículo pode explodir como resultado de um curto-circuito ou uma exposição ao calor em massa. O ácido sulfúrico da bateria é corrosivo e pode lesionar uma pessoa desprotegida. Hoje em dia, a bateria pode estar localizada no veículo em vários locais, incluindo a mais comum que é no compartimento do motor, na parte de trás do bagageiro, outro local é debaixo do assento traseiro e uma menor proporção diante das rodas dianteiras em frente e por baixo do estofamento do motorista ou passageiro e também existem as baterias extras instaladas em alguns veículos com SISTEMAS DE SOM INDEPENDENTE. http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/ Sugestão Os Cilindros Hidráulicos elevadores do Capô e Tampa do Compartimento de carga; A aproximação do bombeiro ao veículo incendiado será uma das prioridades levando em consideração esse tipo de ocorrência. Os modernos equipamentos de veículos trazem dispositivos extremamente perigosos quando combinados com o fogo, incluindo os capôs com elevadores. Além disso, os sistemas de suspensões e amortecedores com seus pistões em altas temperaturas tornam-se verdadeiras lanças mortais. Outros dispositivos potencialmente perigosos são as baterias, tanque de combustível e os sistemas de airbag que podem causar ativação térmica do mesmo acompanhado por uma explosão. GNV- Gás Natural Veicular É recomendado ao gerenciar um acidente avaliar os veículos envolvidos, prestando maior atenção aos lugares de impacto, principalmente as regiões traseiras, devido a possibilidade da existência de GNV nestes locais, caso haja odor de GNV automaticamente devemos ter em mãos sistemas de combate a incêndios. Cilindro de Armazenamento Válvula de Fechamento Regulador de Pressão Sistema de Refrigeração Misturador Atenção Precauções em caso de ocorrência com GNV Em um lugar aberto deve ser manter a posição a favor do vento para se aproximar de um incêndio ou vazamento de GNV. Em áreas fechadas devem ter muito cuidado com as explosões ambientais causadas pela explosão de GNV acumulado na atmosfera, o que pode ser evitado por ventilação da sala ou saturação com agentes extintores (CO2, PQS ou água como névoa). Fonte:CBMRJ Incêndio em Veículos com GNV CUIDADO COM O B.L.E.V.E. Observar a coloração do fogo (chama azulada), que indica queima do referido gás; Deverá ser observada a duração do incêndio, assim como a coloração dos cilindros envolvidos, a fim de determinar um possível efeito de B.L.E.V.E. (boiling liquid expanding vapor explosion), EXPLOSÃO DO VAPOR EXPANDIDO PELO LÍQUIDO EM EBULIÇÃO. O combate deverá ser realizado pelo método de resfriamento dos tanques e do veículo, a fim de evitar o fenômeno B.L.E.V.E. nos cilindros envolvidos em chamas ou em aquecimento por irradiação; Deverá também ser utilizado o jato neblina em alta pressão, a fim de proceder ao efeito de arrastamento de ar (exaustão) para a dispersão da concentração do GNV. Explosão de GNV GLP – Gás Liquefeito de Petróleo O uso de GLP em veículos tem crescido em alguns países, e carros fabricados ou mesmo convertidos para rodar com GLP têm sido frequentes. Autogas é o nome dado ao GLP quando usado como combustível veicular. Os carros que rodam no Brasil e que usam gás como combustível na verdade rodam com GNV (gás natural veicular), porque no Brasil o uso de GLP como combustível é proibido, exceto para empilhadeiras (máquinas usadas para carregar e descarregar mercadorias). SEGURANÇA DURANTE A OCORRÊNCIA DE INCÊNDIO VEICULAR Mova-se cuidadosamente no local do incêndio; Estacionar a viatura, de modo a proteger a cena (pelo menos 20 m) e tente aproximar-se pela lateral do veículo em chamas; Sinalizar e isolar a cena; Realizar a avaliação do acidente (segurança, cena, situação); CALÇAR o veículo danificado e remova a possibilidade de explosão de vazamento de gás se caso após a avaliação verificar cilindro de gás; Lançar linha de ataque; Coloque junto uma segunda linha para a proteção; Posicionar-se corretamente em relação ao veículo. Ocorrência DESASTRE Sugestão para o ABT Calçar o Veiculo para evitar sua movimentação devido ao rompimento do cabo do freio de parada ORGANIZAÇÃO DA CHEGADA A CENA DA OCORRÊNCIA Ao chegar no local da ocorrência se o veículo está pegando fogo na rua e levando em consideração o tipo de estrada, rua, travessa e etc.; Estacionar a viatura num mínimo 20 m de distância do veículo e na posição de 45º em relação a via e se possível no sentido oposto da direção do vento; Coloque a sua unidade no mesmo lado da estrada, protegendo a cena (Barreira de sacrifício) ; Reforçar a cena como sinais de alerta como cones, etc. É muito importante, que logo que chegarmos ao local, devemos o mais rapidamente possível passar informações ao CIODES, principalmente referindo-se ao tipo de veículo, o volume de fogo e fumaça, a possibilidade de vítimas e a necessidade de apoio. MANEJO DA CENA Como em qualquer outra intervenção, para realizar a análise da cena temos que levar em consideração a segurança, a situação e os riscos. Zona de Segurança No isolamento da cena deve ser estabelecida uma "zona de segurança"( Fig. 09), em que os bombeiros possam operar sem interferências e sob estrita segurança, com defesa contra eventos que podem ocorrer no desenvolvimento de um incêndio, como explosões, vazamentos, propagação súbita, etc. Esta área deve ser configurada como uma circunferência imaginária ou reforçada com fita e corda, num raio de vinte (20) metros, para evitar que curiosos se intrometam no espaço necessário as equipes para operar e posicionar os equipamentos. Segurança Deve ser sempre a prioridade "número 1" em qualquer intervenção, tão logo que a equipe chegue ao local, o primeiro a ser analisado são os perigos do incidente, acrescentando a possibilidade de acidentes de trânsito, a presença de fios eletrificados, risco de explosão, presença de materiais perigosos ou de quaisquer outros fatores que a priori podem causar um incidente que representem um grave perigo as equipes e aos populares. Situações do incidente O Bravo ou Comandante da Guarnição deve coletar a maior quantidade de dados possíveis de outras pessoas (testemunhas) com referência ao incidente. São informações essenciais que orientará os bombeiros em medidas de combate ao fogo e segurança a serem adotadas. Deve ser iniciada imediatamente após o reconhecimento do veículo e seus arredores, observando os seguintes riscos potenciais anteriormente descritos a presença de vítimas em perigo, dentro ou fora do veículo. Riscos em potencial A análise da cena envolve uma avaliação geral da ocorrência, observando os seguintes fatores que podem influenciar na evolução para uma situação mais complicada para as equipes que estão atuando no sinistro, como: Condições Atmosféricas: vento (direção e intensidade), temperatura e umidade, proximidade de frentes de tempestade, etc. Ambiente da Emergência: favela, bairro residencial, área de localização central, campos industriais. Localização do veículo com outros veículos, edifícios circundantes, vegetação e subúrbios em geral. A aparência externa do veículo: com atenção especial aos sinais ou etiquetas de combustível utilizado (GNV ou GLP) ou a possibilidade de que transporte materiais perigosos. Natureza da ocorrência: fogo incipiente, em fase de queima livre, incêndio pós-acidente, explosão, incêndio em manifestações populares (típicas queimas de veículos). ZONA SEGURA E PERIGOSA Dentro da zona de segurança temos as zonas fria, morna e quente e essa ultima, zona quente, que é a zona onde esta localizada o veiculo do incidente e é a partir do veiculo sinistrado que temos as zonas que o operador poderá ou não atuar no combate ao incêndio que são as zonas segura e perigosa tendo como referencia o veículo. Zona Segura E a zona em que o operador pode atuar no combate em segurança e é delimitada a 45º Graus a partir do lado do veiculo, sendo as áreas do lado do motorista e do passageiro até o limite de 45º graus entre a frente e a traseira do veiculo (Fig. 10). Zona Perigosa E a zona em que o operador não pode atuar no combate em segurança e é delimitada a 45º Graus a partir do lado do veiculo, sendo as áreas dianteira e traseira até o limite de 45º graus entre o lados do veiculo (Fig. 10). Situação da Cena Não permitir que nenhum bombeiro circule na "Zona de Perigo" na frente ou atrás do veículo em chamas (Fig. 10). O seu posicionamento no combate deverá ser num ângulo máximo de 45 ° em relação aos lados do veículo. Regra de ouro “2 dentro e 2 fora” TÁTICAS E MÉTODOS DE COMBATE A INCÊNDIO VEICULAR Guarnição e Equipamentos A Guarnição deve ser no mínimo com uma equipe de cinco bombeiros no combate (1º Linha: Chefe e Auxiliar, 2º Linha: Chefe e auxiliar e o Condutor) e que por sua vez, equipados com elementos de entrada forçada (Alavanca Halligan) de combate a incêndio, equipamentos de espuma de extinção de incêndios, equipamentos de proteção individual EPI, incluindo Equipamento de Proteção Respiratória. Sempre que possível o combate deve ser feito por viatura com capacidade de combate a incêndio utilizando duas linhas (ataque e proteção) priorizando a preservação do compartimento dos passageiros. A guarnição deverá utilizar EPR (equipamento de proteção respiratória) tendo em vista a emissão de gases tóxicos. Situações Incêndio no Compartimento do Motor Incêndio no compartimento do passageiro Incêndio no compartimento de carga Incêndio após colisão entre veículos Ao Final o Aluno deverá: - Saber lista as causas de incêndio veicular; - Identificar os riscos durantes o combate ao incêndio veicular; - Entender o porque da segurança como número 1 durante o combate ao incêndio veicular; - Compreender a regra de ouro; - Saber definir as zonas seguras e perigosas durante o combate ao incêndio veicular. Prática Após as instruções teóricas as equipes irão para as oficinas práticas que se darão da seguinte maneira, serão quatro situações aonde os membros das equipes executarão asmissões sempre dando prioridade a segurança: 1º Situação: O CIODES aciona a equipe de combate a incêndio veicular do II CSV do CBMAP para atender uma ocorrência no Bairro do Buritizal, na rua Santos Dumont, próximo ao fundo de quintal. Os primeiros informes do CIODES dão conta de incêndio no compartimento do motor do veículo e não tem vitimas retida no veículo. Os populares aguardam a chegar da equipe do II CSV; 2º Situação: O CIODES aciona a equipe de combate a incêndio veicular do II CSV do CBMAP para atender uma ocorrência no Bairro do Muca, na rua conhecida como do copala. Os primeiros informes do CIODES dão conta de incêndio no compartimento de passageiros e não tem vitimas retida no veículo. Os populares aguardam a chegada da equipe do II CSV; 3º Situação: O CIODES aciona a equipe de combate a incêndio veicular do II CSV do CBMAP para atender uma ocorrência no Bairro central, rua cândido mendes próximo ao teatro das bacabeiras. Os primeiros informes do CIODES dão conta de incêndio no compartimento de carga do veículo e não tem vítima retida no veículo. Os populares aguardam a chegada da equipe do II CSV; 4º Situação: O CIODES aciona a equipe de combate a incêndio veicular do II CSV do CBMAP para atender uma ocorrência no Bairro do Zerão, próximo a arena do zerão. Os primeiros informes do CIODES dão conta de um incêndio no compartimento do motor após colisão frontal entre altos e não tem vítima retida no veículo. Os populares aguardam a chegada da equipe do II CSV. OBRIGADO! SD BM Alessandro Rocha de Souza Email: trabpapirus@gmail.com
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