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Morfofisiologia deMamíferos DEUTEROSTÔMIOS 2 | SEM 01 2023 TEGUMENTO ● Epiderme: epitélio estratificado + camada externa de células mortas queratinizadas; ● Derme: tecido conjuntivo fibroso (matriz: colágeno, fibras elásticas e proteoglicanos; fibroblastos; estruturas dérmicas.); ● Tecido subcutâneo (adiposo): proteção mecânica e térmica; ● Músculo eretor do pelo: ativado pelo Sistema Nervoso Autônomo Simpático, temperatura e estresse; ● Glândula apócrina: secreção volátil (odor; comunicação); ● Glândula écrina: secreção aquosa (suor ou adesão); ● Glândulas sebáceas: produzem o sebo, liberado no folículo piloso para ajudar a pelagem a repelir a água. ● Pêlos-guarda e subpelo: identificação de espécies pelo padrão morfológico da cutícula e da medula. Os pêlos-guarda são ásperos, maiores e mais evidentes na superfície externa da pelagem; enquanto o subpelo é mais fino e curto. Ambos funcionam como isolamento e na maioria dos animais marinhos os subpelos são reduzidos ou inexistentes. Alguns pêlos são especializados, como as vibrissas ou “bigodes”, com função sensorial. ● Queratinização da pele na extremidade dos dígitos: ✶ Garras: projeções cornificadas, curvadas e lateralmente compridas. ✶ Unhas:modificações das garras em forma de placas que “estabilizam” a epiderme nas pontas dos dedos dos pés e das mãos conferindo resistência - presente nos PRIMATAS (evolução de hábitos arborícolas); ✶ Cascos: modificações que recobrem a falange distal dos ungulados conferindo resistência durante a locomoção - presente nos perissodáctilos e cetartiodátctilos. ● Cornos e chifres: ✶ Cornos: derivados cornificados da epiderme, base formada por matriz óssea sobre o osso frontal (ou nasal), recoberta por camada queratinizada, presente nos dois sexos, com crescimento contínuo e sem ramificações. → Bovidae, rinocerontes (formado apenas por fibras queratinizadas), girafas (base óssea recoberta por pele). ✶ Chifres: projeções ósseas do crânio, recoberta por pele, ramificados, com dimorfismo sexual e crescimento sazonal. → Cervídeos machos, exceto nas renas. SISTEMAS INTEGRADORES ● Os sistemas integradores conectam os ambientes interno e externo do animal, criam respostas e atuam no processamento das mesmas. ● Sistema nervoso: ✶ Resposta rápida e direcionada; ✶ Movimentação. ● Sistema endócrino: ✶ Resposta mais lenta e difusa; ✶ Metabolismo. ● Organização geral do sistema nervoso dosmamíferos: ● Encéfalo: ✶ Telencéfalo: funções sensoriais, motoras e integrativas superiores; aprendizagem e memória, controle motor e emoções. ✶ Diencéfalo: recepção, reorganização e retransmissão de estímulos sensoriais para as respectivas áreas do córtex; regulação homeostática e endócrina. ✶ Mesencéfalo: integração visual e integração auditiva. ✶ Metencéfalo: coordenação motora e controle motor. ✶ Mielencéfalo: controle autonômico e respiratório. O córtex desenvolvido e com mais células pode ser resultado da busca constante por alimentos, que obrigou os mamíferos a desenvolverem estratégias de forrageio mais complexas. PROCESSOS SENSORIAIS ● Audição, olfato, visão, paladar, tato e propriocepção. ● Os receptores são estimulados por mudanças internas ou externas, gerando um impulso nervoso. ● A transdução transforma a energia (luz, pressão, som, paladar..) em impulso elétrico. ● Olfato: o sentido do olfato envolve quimiorreceptores localizados nas passagens nasais. Existem 3 componentes do circuito olfativo: epitélio olfativo, bulbo olfativo e trato olfativo. ✶ Olfato e paladar são processos sensoriais e informações integradas. ✶ Órgão vomeronasal: é um sistema olfativo acessório que auxilia na percepção de moléculas voláteis. ● Audição: ✶ Orelha externa: canal auditivo; ✶ Orelha média: 3 ossículos (bigorna, estribo e martelo) + membrana timpânica; ✶ Orelha interna: canais semicirculares, cóclea e tuba auditiva. ✶ Ultrassons em morcegos (30.000 a 150.000 Hz): detectam ecos; ✶ Ecolocação em golfinhos: melão amplia o som emitido pelos sacos de ar e o eco é captado pela mandíbula e levado até o ouvido interno. ● Visão: ✶ De 1 a 3 tipos de cones; ✶ Olhos lateralizados em presas; ✶ Olhos frontais em predadores; ✶ Tapetum lucidum: membrana que reflete a luz para os fotorreceptores; ✶ A íris varia muito dentro dos mamíferos. RESPIRAÇÃO ● A eficiência das trocas gasosas depende: ✶ Das propriedades do meio; ✶ Da área de superfície da membrana respiratória; ✶ Distância de fusão/espessura da membrana; ✶ Taxa de ventilação; ✶ Concentração de pigmentos respiratórios; ✶ Tamanho do corpo. ● Os desafios relacionados às trocas gasosas são: ✶ A membrana respiratória deve permanecer úmida; ✶ Deve haver exposição e ventilação da membrana; ✶ Deve evitar perda excessiva de água e colabamento. Mantémo ar saturado de água: 1. Glândulasmucosas; 2. Células ciliadas; 3. Glândulas de surfactantes (completo lipoproteico que reduz a tensão de superfície e evita o colabamento). ● Vias aéreas superiores: cavidade nasal, faringe, epiglote, laringe e cordas vocais. ● Vias aéreas inferiores: traqueia, brônquios primários, brônquios secundários, brônquios terciários, bronquíolos terminais, bronquíolos respiratórios e alvéolos. ● Ventilação bidirecional por bomba de aspiração costal: aumento da superfície de contato através da compartimentalização. → Forças musculares: musculatura intercostal e diafragma. → Contração gera pressão negativa na cavidade pleural - entrada do ar. CIRCULAÇÃO E TRANSPORTE INTERNOS ● Não há mistura de sangue: pode haver pressões distintas em cada lado, o que permite a existência de animais maiores. Capilares finos dos pulmões são importantes para trocas gasosas, mas não suportariam altas pressões. ● Quando os mamíferos mergulham, o sangue não faz nenhum tipo de desvio. ● O miocárdio é compacto e possui uma circulação própria (circulação coronária). ● O sangue possui água, íons, solutos orgânicos, proteínas (albumina, globulina e de coagulação) e células de transporte, armazenamento de O2, fagocitose e defesa. Os eritrócitos (hemácias) são anucleados e bicôncavos. FISIOLOGIA TÉRMICADOSMAMÍFEROS ● São endotérmicos: geram calor a partir do metabolismo para manutenção da temperatura corporal; ● São homeotérmicos: mantêm a temperatura estável dentro de rígidos limites. ● A manutenção da temperatura se dá por meio da produção metabólica de calor (termogênese) e por trocas térmicas com o ambiente. ● Conceitos relacionados à homeotermia: ✶ Termogênese: ocorre quando há hipotermia; ✶ Resfriamento ativo: ocorre quando há hipertermia. ✶ A zona térmica neutra é a “temperatura ideal” do corpo do animal. ● Fatores que afetam as trocas térmicas: ✶ Pelos: maior quantidade em ambientes mais frios. ✶ Tamanho. ● Mecanismos comportamentais de termorregulação: ✶ Seleção de microhabitats favoráveis. Ex.: ambiente subníveo. ● Mecanismos fisiológicos de termorregulação: 1. Baixas temperaturas: ✶ Tremor (involuntário); ✶ Piloereção (troca por convecção); ✶ Vasoconstrição; ✶ Uso do tecido adiposo marrom. 2. Altas temperaturas: ✶ Vasodilatação periférica; ✶ Suor (desequilíbrio eletrolítico); ✶ Ofego (é uma característica mais disseminada entre as espécies). ✶ Ajustes da taxa metabólica basal; ✶ Trocas de calor por contracorrente nos membros. ● Mecanismos de hipotermia controlada: ✶ Torpor diário: queda da temperatura em horários de inatividade, durante o verão ou inverno; ✶ Hibernação: queda da temperatura ao longo de vários dias seguidos durante o inverno; ✶ Estivação: queda da temperatura ao longo de vários dias seguidos durante o verão (reduz a taxa de perda de água pela menor ventilação: esquilos do deserto). REDUÇÃONA TAXAMETABÓLICA: 1. Inativação da termorregulação 2. Despertar: termogênese com e sem tremor (TAM). ✶ Temperatura corporal próxima à temperatura ambiente. SONODE INVERNOOU LETARGIA: ● Leve hipotermia (31ºC a 33ºC); ● Os ursos NÃOHIBERNAM. ● Manutenção de altas taxas metabólicas demandam alto aporte nutricional: ✶ Diferenciação dos dentes em incisivos, pré-molares e molares; em alguns casoshá redução ou perda de dentes como adaptação do hábito alimentar. ✶ Processamento rápido do alimento: digestão mecânica na boca e digestão química ao longo do trato digestório. ✶ Apreensão do alimento demanda energia e especializações do animal. DIGESTÃO ● Herbívoros ruminantes: estômago multicompartimentalizado. A principal câmara do estômago dos ruminantes é o RÚMEN, a qual abriga a maior parte da microbiota simbionte do animal. O intestino é longo e dá continuidade ao processo fermentativo. ● Herbívoros não-ruminantes: o estômago é menor e a digestão ocorre principalmente no CECO, e, por isso, são chamados de CEO-FUNCIONAIS. O intestino também é longo, mas não exerce a mesma função fermentativa. ● Carnívoros: estômago proporcionalmente maior e intestino pequeno, o qual exerce majoritariamente função absortiva, com ceco pequeno e pouco funcional. ● Insetívoros: estômago pequeno, intestino curto e sem a presença de ceco. Similar aos carnívoros. ● Etapas da digestão química: ✶ Saliva (glândulas salivares): essa etapa difere em algumas linhagens. ✶ Suco gástrico (mucosa gástrica). ✶ Suco pancreático (pâncreas). ✶ Suco entérico (duodeno). DIGESTÃO EMRUMINANTES ● Estômago multicompartimentalizado em rúmen, omaso, abomaso e retículo; ● Rúmen e retículo atuam como câmaras de de fermentação; ● Bactérias e protozoários ciliados sintetizam celulase; ● Produzem ácidos graxos voláteis que são fontes de energia + CO2, metano e proteína microbiana. DIGESTÃO EMANIMAIS CECO-FUNCIONAIS ● O estômago só possui uma câmara; ● Ceco e cólon longos atuam como câmaras de fermentação; ● Menor contribuição de proteínas microbianas; ● Tempo de passagem do alimento é mais rápido; ● O animal ceco-funcional tende a aproveitar menos do alimento em relação ao animal ruminante. ● Cecofagia: comportamento normal e moldado pela evolução da espécie. ✶ Animais de menor porte possuem uma taxa metabólica mais alta e obtém nutrientes e vitaminas adicionais dos cecotrofos. ✶ Cecotrofos: “fezes noturnas” ou “fezes moles”, são úmidas ricas em nutrientes. ✶ Coprofagia: ingestão de fezes normais. DIGESTÃO EMCARNÍVOROS ● Não possuem a enzima amilase salivar e receptores para o sabor doce (uma vez que o doce está associado aos vegetais). ● Ceco e cólon pouco desenvolvidos: baixo potencial para digerir fibras/carboidratos complexos. ● Metabolismo hepático é capaz de transformar os aminoácidos das proteínas em glicose para a manutenção da glicemia (gliconeogênese). ● Não convertem betacaroteno em Vitamina A e por isso precisam ingerir vísceras de outros animais EXCREÇÃO EOSMORREGULAÇÃO ● São animais que evoluíram em ambiente terrestre com pouca disponibilidade de água. ● Evitam perda de água. ● Eliminam excretas nitrogenadas tóxicas. ● Os mamíferos ganhamágua por: ✶ Ingestão de água; ✶ Água dos alimentos; ✶ Água metabólica produzida em reações catabólicas. ● E perdemágua por: ✶ Evaporação na respiração; ✶ Urina; ✶ Fezes. ● A redução da perda de água depende da capacidade de concentrar a urina. ✶ Mamíferos possuem uma urina com osmolaridade maior que o próprio plasma: urina hiperosmótica; ✶ E são UREOTÉLICOS, ou seja, apesar da necessidade de água, podem concentrar a urina. ● Animais pequenos concentram MAIS urina: relação superfície de contato/volume. ● Túbulos renais filtram grande quantidade de plasma. ● A reabsorção da água ocorre nos túbulos contorcidos proximal e distal e na Alça de Henle (gradiente osmótico). ● Quanto MAIOR a Alça de Henle, mais especializado para concentrar urina é o animal. ● A Alça de Henle permite produzir uma urina até 6x mais concentrada que o plasma sanguíneo. . ● Os mamíferos marinhos são hiposmóticos e não possuem excreção extra-renal de sal. Os mesmos removem o excesso de sal pela urina altamente concentrada, hiperosmótica em relação ao plasma. TRATOUROGENITAL ● Equidnas possuem cloaca: ● Marsupiais apresentam machos com glande bífida e fêmeas com vagina “esquerda” e “direita”: ● Eutérios apresentam o sistema já conhecido: ENDOCRINOLOGIA REPRODUTIVA ● Ovuladores espontâneos x induzidos. ● As fêmeas possuem o ciclo ESTRAL ou o cicloMENSTRUAL. ● A ovulação ocorre com o pico do LH. ● No ciclo menstrual não há um sinal comportamental aparente da ovulação e o descamamento do endométrio ocorre DEPOIS da ovulação. ● No ciclo estral há mudanças comportamentais por parte da fêmea e ANTES da ovulação ocorre a liberação de uma secreção sanguinolenta. ✶ Prolactina: efeito antagônico do LH-FSH (Anestro lactacional). → Cuidado parental. ● Ovuladores induzidos: ✶ A ovulação ocorre depois da cópula. Estímulos copulatórios → Impulsos nervosos para o SNC → Liberação do hormônio liberador de gonadotrofinas → Secreção de LH → Pico de LH no ovário → Ovulação. ● Sincronização dos ciclos reprodutivos em ambientes com variações sazonais: ✶ Espécies com reprodução sazonal e nascimento na primavera. ✶ Monoéstricos: um ciclo/cio por período. ✶ Poliéstricas: mais de um ciclo/cio por período. ● Placenta: ✶ Metatérios: placenta cório-vitelínica. ✶ Eutérios: placenta alanto-córica. ● Altricial: os filhotes demoram semanas ou meses para se desenvolverem, abrirem os olhos e começarem a andar e se comunicar depois do nascimento. ● Precocial: os filhotes já nascem “maduros”, de olhos abertos e andando após algumas horas. DIAPAUSA EMBRIONÁRIA ● O embrião fica parado na fase de blastocisto no útero antes de ser fecundado, enquanto amãe ainda tem outro filhote recém nascido na bolsa. ● Ocorre em marsupiais e alguns pinípedes.
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