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Síntese: A disciplina do jogo
O autor vem descrevendo que a submissão à regra social é um dos meios de que afirmação do eu pode se utilizar para a sua realização. A regra é um instrumento da personalidade, por isso precisamos compreender a natureza da regra do jogo. O amor à regra continua uma tendência profunda da alma infantil sobre a qual os psicólogos não pousaram suficientemente seus olhos.
Segundo o autor Montessori observou na criança de dois anos uma necessidade de ordem que a impele a recolocar as coisas no lugar, que lhe faz temer o não familiar; mas nessa necessidade de ordem, parece que é preciso ver a origem mais importante da regra, e por extensão, da maior parte das atividades superiores do homem.
Uma das manifestações mais viva desse amor à repetição encontra-se no desenho infantil que é um jogo de um gênero especial; a criança repete incansavelmente círculos, letra e seja lá o que, por exemplo, o autor descreve que acharam num desenho 79 rodas de carroça. Não se trata de uma simples repetição, mas a atividade infantil pode-se regrar por um nível elevado, por uma ordem matemática.
O autor afirma que a criança ama a regra; na regra a criança encontra um ambiente seguro da sua afirmação; pela regra, ela manifesta a permanência do seu ser, de sua vontade, de sua autonomia. Mas questiona: - Porque é necessário tanto tempo para que a criança se submeta às regras tradicionais da sociedade infantil?
A criança tem muito mais consciência de seu crescimento na obediência a essa regra tradicional do que na invenção de regras arbitrárias. Ela distingue bem entre o jogo verdadeiro, em que se joga pra valer, e as variantes que pode ocasionalmente inventar; para elas apenas as regras do jogo verdadeiro tem valor; as demais são meras convenções passageiras. 
Os obstáculos à disciplina das regras tradicionais, não provem, portanto de sua natureza de regras estabelecidas por outros, muito ao contrário, uma observação nesse sentido só vale para algumas regras adultas. É noutro lugar que é preciso buscar os obstáculos que impedem o estabelecimento precoce de uma sociedade de jogo segundo as regras tradicionais. O que importa não é tanto a origem e a natureza do jogo, mas sim o seu alcance social. 
Afirma que os dois obstáculos essenciais às regras do jogo são o egocentrismo e a euforia. O egocentrismo não é prerrogativa da criança, mas é temente dirigido num determinado sentido. Como o volante do automóvel que é travado. Esse egocentrismo nada mais é do que uma derivação secundária, uma formação própria ao adulto que calcula. A euforia é sempre desajeitada e sem medidas. Ela desorganiza os jogos e perturba sua ordem. 
Há outros fatores que agem do exterior: o objeto, o adulo e o grupo infantil.
Ficamos tão condicionados ao objeto que nossos atos parece ser comandados por ele. Quando a criança usa auxiliares nos jogos, deve, também ela, obedecer-lhes constantemente. O objeto desempenha um papel de suporte na imaginação.
A disciplina vinda dos adultos intervém muito menos no jogo. A regra do jogo nasce espontaneamente de um amor a ordem e do desejo de afirmação da personalidade. De qualquer maneira, ainda que o adulto interferisse, seria sob uma forma de apelo e não por meio dessa restrição que a criança sente nas ordens adultas, nas normas adultas.

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