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UNIDADE 3
CURTO PRAZO
Finanças de 
Organizadores:
Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues
Avaliações Financeiras
Prezado estudante,
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram organizados 
com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo completo e atualizado 
tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e tire suas dúvidas com os 
tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina.
Objetivo Geral 
Conhecer as técnicas de análises financeiras e o significado dos elementos utilizados para avaliação de 
riscos e análises financeiras por índices.
Objetivos Específicos 
• Entender a relação entre o risco e o retorno; 
• Elaborar a análise e tomada de decisão a partir da projeção de fluxo de caixa;
• Desenvolver as análises financeiras por índices.
Questões Contextuais
• Existe uma relação entre o risco e o retorno de um investimento?
• Qual o impacto dos riscos nas projeções de fluxo de caixa?
• Qual o impacto a alavancagem financeira sobre os índices de rentabilidade sobre o capital investido?
unidade 
3
V.1 | 2021
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 62
3.1 Fundamentos de Risco e Retorno 
Associados ao Custo de Capital
Como aprendemos nas Unidades anteriores, os investidores podem preferir 
calcular a TIR (Taxa Interna de Retorno) e comparar com as previsões do mercado 
financeiro, avaliando as taxas de juros e demais indicadores. Da mesma forma, 
observamos que se a TIR for muito superior às principais projeções, o investidor pode 
ficar mais seguro porque, no final das contas, ainda poderá perceber certo lucro. Porém, 
devemos avaliar que haverá algum risco inerente ao próprio investimento, que, de fato, 
deverá afetar de alguma forma o retorno do investidor. 
Neste sentido, é possível pressupor que, mesmo que os investidores tenham 
domínio sobre as projeções contábeis do investimento e mesmo que detenham profundo 
conhecimento sobre a administração e as regras do negócio objeto de investimento, 
ainda será necessário observar questões intangíveis, tanto do mercado quanto do 
próprio investimento. Isso significa dizer que, mesmo com todos os dados históricos 
amplamente estudados, a análise do investimentos deve avaliar três itens básicos que 
podem mudar completamente a percepção dos investidores, estamos aqui falando de 
risco, retorno e rentabilidade (GITMAN, 2010).
3.1.1 Risco
Ao se tratar de definição de risco, devemos buscar conhecimento em diversas 
ciências, de forma que podemos também obter definições diversas, porém, no que diz 
respeito as finanças corporativas, podemos obter conhecimento através do Comitê de 
Pronunciamentos Atuariais (CPA 001), que define o risco como o evento ou condição 
incerta, cuja ocorrência se dá em qualquer momento futuro, independentemente de 
vontade das partes que causam consequências financeiras. Complementando, Gitman 
(2010) avalia que este é um ponto que os investidores devem ter especial atenção na 
avaliação de qualquer projeto financeiro. O autor defende que o risco, no sentido mais 
básico, é a chance de perda financeira, ou seja, os ativos com chances maiores de perda 
são mais arriscados do que aqueles com chances menores de perdas, ou seja, podemos 
entender que quanto mais certo for o retorno de um ativo, menor será a sua variabilidade 
e, por conseguinte, menor será o risco.
Outros autores, como Damodaran (2001), ampliam este conceito, estabelecendo 
três etapas para a definição do risco.
63 Avaliações Financeiras | UNIDADE 3
• Primeiro, é preciso definir o risco em termos de alocação de recursos reais em 
relação a um retorno esperado; 
• Segundo, é necessário fazer a distinção entre um risco que é especifico a 
um ou mais investimentos e o risco que afeta um conjunto muito mais amplo 
de investimentos; 
• Terceiro, deve-se estabelecer modelos alternativos para mensurar esse risco de 
mercado e os retornos esperados que o acompanham.
Em resumo, Damodaran (2001) estabelece uma definição formal para risco, no 
sentido de que, risco é probabilidade de recebermos como retorno sobre um investimento 
algo inesperado. Porém, não podemos vincular o risco como algo ruim, pois o risco 
inclui não somente os resultados ruins, isto é, retornos mais baixos que os esperados, 
mas também resultados bons, ou seja, retornos mais altos do que os esperados. 
Ou seja, investidores esperam obter retornos durante o tempo em que detêm o 
ativo. Vale lembrar que os retornos reais obtidos nesse período de investimento podem 
ser muito diferentes dos retornos esperados, e é nesta diferença entre retornos efetivos 
e esperados que está a fonte do risco (DAMODARAN, 2001).
No mesmo sentido, Abreu Filho, Souza, Gonçalves e Cury (2006) defendem que 
o risco total de qualquer investimento é definido pelas partes sistêmica (risco sistêmico 
ou conjuntural) e não-sistêmica (risco especifico ou próprio do ativo). O risco sistêmico 
é determinado por eventos de natureza política, econômica e social. Já o risco não-
sistêmico é identificado nas características do próprio ativo.
3.2 Quantificando Riscos e Perdas 
Ainda que e os investidores tenham total domínio sobre a avaliação do 
risco sistêmico e do risco não-sistêmico, e que detenham conhecimento sobre a 
administração e as regras de negocio da empresa, será necessário tratar das questões 
intangíveis de uma organização. Isso significa dizer que mesmo com todos os dados 
e fatos referentes ao que já ocorreu na empresa, a análise de investimentos se depara 
com itens que podem mudar completamente a percepção sobre o investimento, o 
risco e o retorno.
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 64
3.2.1 Risco Inerente, Risco Residual e Custo de Proteção
No sentido de mitigar os riscos, os autores Damodaran (2001) e Abreu Filho, 
Souza, Gonçalves e Cury (2006) consideram que os riscos devem ser avaliados 
considerando a probabilidade de ocorrência e o seu impacto financeiro, como base para 
determinar o modo pelo qual deverão ser identificados e administrados, os associando 
ao objeto que podem afetar. Esses riscos são avaliados quanto à sua condição de 
inerentes e residuais.
Cabe salientar que a administração dos riscos, após identificados, leva em conta 
tanto o risco inerente quanto o residual, sendo que o risco inerente é o risco que uma 
organização terá de enfrentar na falta de medidas que a administração possa adotar 
para alterar a probabilidade ou o impacto dos eventos, e o risco residual é aquele que 
ainda permanece após a resposta da administração. Não se esqueça que a avaliação 
de riscos é aplicada primeiramente aos riscos inerentes. Após o desenvolvimento das 
respostas aos riscos, a administração passará a considerar os riscos residuais.
Ou seja, ao realizar uma avaliação de risco, o primeiro passo é identificar o 
risco inerente e, em seguida, considerar os controles eficazes e eficientes para chegar 
ao risco residual.
• Risco inerente: representa o risco que existe com os controles existentes no 
momento da identificação do mesmo risco;
• Risco residual: é o risco que permanece ou que aparece após a inclusão dos 
controles adicionais e/ou ajustes dos controles existentes.
Porém, quando tratamos da avaliação de investimentos, o mesmo raciocínio pode 
ser aplicado aos riscos que a empresa estará correndo enquanto conduz suas operações. 
Existem riscos inerentes ao negócio que podem ser assumidos, transferidos por meio de 
seguros ou mitigados, isto é, ter seu impacto reduzido por meio de ações preventivas e 
de contingências. 
Exemplo:
a. Um investidor irá adquirir um veículo para realizar suas entregas aos clientes do 
segmento empresas. Existe o risco desse veículo ser roubado ou de se envolver 
em algum acidente. Ao fazer um seguro do veículo, TRANSFERE-SE parte 
desse risco para a empresa seguradora, que o indenizará em caso de sinistro. 
b. A empresa estápreocupada em manter a integridade de seu sistema de gestão, 
que será todo feito por sistema de computador: controle de estoque, controle 
de pedidos, faturamento, folha de pagamento de pessoal etc. Esse sistema 
pode sofrer um dano contrair um vírus ou uma pane no hardware, que leve à 
65 Avaliações Financeiras | UNIDADE 3
perda de informações valiosas para a empresa. Não há seguro para isso. Mas 
ele pode instalar um sistema de backup dos dados ao final de cada dia. Esse 
sistema de backup não elimina o problema, pois ele ainda pode perder algumas 
informações e terá que arcar com os custos de manutenção, mas reduz seu 
impacto para o negócio. Dizemos que o investimento no sistema de backup 
é uma ação de MITIGAÇÃO, ou ação de contingência visando à redução do 
impacto dos eventos de risco, caso esses venham a ocorrer. 
c. A empresa também está preocupada com eventuais aumentos nos custos 
de pagamento de seus funcionários. Se investisse em máquinas com maior 
tecnologia embarcada, poderia contratar menos funcionários, mas os custos 
desse tipo de investimento estão acima da capacidade de financiamento de 
Hermínio, nosso empreendedor. Nesse caso, ele terá que ABSORVER esse 
risco de custos com pessoal, tentando manter algum fundo de reserva para 
pagamento de eventuais passivos trabalhistas ou contratação de funcionários 
temporários em caso de licenças médicas ou licença maternidade etc. 
3.2.2 Avaliação do Risco x Retorno
No contexto de que os riscos devem ser identificados, e através dos controles 
empresariais, tomamos por base que as incertezas de eventos afetam o retorno esperado 
pelo investidor, ou seja, quanto maior o risco de perda, maior deverá ser a taxa de 
atratividade (taxa de retorno) esperada pelo investidor. 
Nesta lógica, podemos definir que a remuneração dos investidores é proporcional 
ao risco, fato que transforma o risco e o retorno em variáveis básicas da tomada de 
decisão de investimentos, no sentido de que são medidas de volatilidade do próprio 
retorno, ou seja, o retorno, quando visualizado como uma expectativa de receita, pode 
ser afetado pelo risco do investimento.
Gitman (2010) avalia que o retorno é o total de ganhos subtraídos do total de 
perdas (no sentido de que as perdas minimizam o ganho) ocorridos através de um 
dado período de tempo. Com o passar do tempo, o entendimento sobre retorno foi se 
aperfeiçoando. Desta forma, Damodaran (2001) demonstrou que um retorno sobre o 
investimento pode ser mensurado de duas formas:
• Receitas Contábeis: trata da análise da medida contábil do lucro sobre o 
investimento (mensurada em declarações contábeis, com a utilização de padrões 
e princípios contábeis); 
• Fluxos de Caixa Total e Marginal: estabelece a análise através dos f luxos de 
caixa gerados por um ativo (mensurado como a diferença entre os f luxos de 
entrada e os f luxos de saída em cada período).
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 66
Damodaran (2001) argumentou que a relação entre as receitas contábeis e os 
f luxos de caixa gerados pode não ser antagônica. Segundo ele, quando se trata de 
lucros contábeis, eles têm de ser ajustados para encargos não monetários (como a 
depreciação) e necessidades de reinvestimento (desembolsos de capital), chegando 
assim aos f luxos de caixa.
Em contraponto aos indicadores econômicos (Lucros Contábeis e Fluxos de 
Caixa), Abreu Filho, Souza, Gonçalves e Cury (2006) argumentam que ao falar de 
retorno deve-se estabelecer duas variáveis: o retorno esperado, por ser uma média, é 
uma constante e o retorno efetivo, que é desconhecido até o termino do período de estudo.
3.2.3 Tratando os Riscos nas Projeções de Fluxo de Caixa
Em resumo, dos aspectos aqui estudados para a avaliação de investimentos, dois 
deles, risco e retorno, tratam das características intangíveis enquanto que a rentabilidade 
é maneira pela qual a organização pode evidenciar seus resultados, ou seja, existem 
riscos inerentes, riscos residuais e valores de proteção, que podem ser mensurados de 
forma a avaliar o investimento, 
Uma das maneiras de mitigar e controlar os riscos do investimento são as formas 
de proteção, proteção que, inicialmente, devem eliminar os riscos intangíveis e serão os 
únicos custos que certamente irão se efetivar. Ou seja, os valores de riscos inerentes e 
residuais são incertezas, eles podem ou não ocorrer, de forma que em uma boa gestão 
é fundamental para que esses riscos não ocorram de fato. Nesse caso, boa parte deles 
continuará a ser apropriada como lucro na organização. 
Assista ao vídeo do professor Edgar Abreu sobre “Risco e Retorno” para saber 
mais sobre o assunto. Disponível em: http://gg.gg/v9ksi.
VÍDEO
67 Avaliações Financeiras | UNIDADE 3
No longo prazo, em função da não ocorrência dos riscos inerentes e residuais, 
levará a empresa a formar uma “reserva de caixa” estratégica para arcar com os custos 
desses riscos inerentes e residuais. De fato, a empresa irá estimar um valor mínimo 
de reserva, por exemplo, o suficiente para cobrir as projeções de perda de um ano. 
Esse dinheiro ficará aplicado em alguma instituição financeira, em ativos de elevada 
liquidez, rendendo juros para a empresa e remunerando o valor da reserva. 
Quando atingir esse valor de reserva estratégica mínima, a empresa poderá reduzir 
ou eliminar o valor de projeção de riscos separado a cada período de apuração de resultados 
da empresa, pois já terá acumulado dinheiro suficiente para imprevistos. Na prática, a 
empresa apenas fará novas provisões quando utilizar essa reserva para cobrir os custos de 
algum evento ocorrido. É prudente reajustar a cada período o valor mínimo de reserva, 
acompanhando a inflação do período e o aumento de exposição ao risco da empresa pelo 
aumento nas operações, contratação de mais funcionários, novos investimentos etc. No final, 
todo o dinheiro que estiver sobrado na reserva é apropriado como resultado não operacional 
e será, depois de recolhidos os devidos impostos, somado aos lucros da empresa.
3.3 Análise e Tomada de Decisão a Partir 
da Projeção de Fluxo de Caixa
Via de regra, uma tomada de decisão esta relacionada a majoração do lucro e 
a manutenção da saúde financeira da empresa. Neste sentido, contextos econômicos 
modernos de concorrência de mercado exigem das empresas maior eficiência na gestão 
financeira de seus recursos, não cabendo indecisões sobre o que fazer com eles (ASSAF 
NETO; LIMA, 2011).
Neste sentido, aprendemos que a gestão dos recursos financeiros reduz as 
intempéries financeiras e os riscos da empresa. Neste ponto, os planos financeiros e 
orçamentos fornecem roteiros para atingir os objetivos da empresa. Além disso, esses 
veículos oferecem uma estrutura para coordenar as diversas atividades da empresa e 
atuam como mecanismo de controle estabelecendo um padrão de desempenho contra o 
qual é possível avaliar os eventos reais (GITMAN, 2010).
Em função destas definições, neste tópico, utilizaremos diversos indicadores, 
pois existem diferentes aspectos que devem ser analisados em conjunto.
DESTAQUE
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 68
3.3.1 Análises Financeiras por Índices
Esses indicadores são compostos por índices padronizados para facilitar a 
comparação de desempenho entre diferentes empresas, e são amplamente utilizados em 
análises contábeis por instituições financeiras, investidores e, até mesmo, para avaliar 
o desempenho de empresas com capital aberto na bolsa de valores. Esses índices são 
baseados em dois relatórios contábeis; o Balanço Patrimonial (BP) e o Demonstrativo 
de Resultados do Exercício (DRE). Da mesma forma que esses relatórios referem-se 
a um período de atividade, esses índices refletem o desempenho médio obtido pela 
empresa no mesmo período. Em resumo, não conseguimos prever o que acontecerá 
no futuro da empresa a partir desses índices: podemos apenas acompanhar tendências 
desenhadas a partir de períodos anteriores.3.3.2 Coeficientes de Estrutura de Capital
Os coeficientes de estrutura de capital, avaliam o endividamento e a capacidade 
de gerar caixa suficiente para juros e outras dívidas. Ou seja, verificamos a alavancagem 
financeira das empresas. Os principais índices aqui são o Endividamento Geral (EG) 
e o grau de Cobertura de Juros (CJ).
Figura 3.1 – Coeficientes de Estrutura de Capital.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Índice
ENDIVIDAMENTO
GERAL
(EG)
COBERTURA
DE JUROS
(CJ)
Ano 4 Ano 5 Mercado
CONFORME
negócio
MAIOR Melhor
0,66 0,66 2,12
6,28 7,67 4,23
Mede a proporção em que os a�vos 
da empresa são financiados
por terceiros.
Mede a capacidade da empresa
cumprir suas obrigações 
onerosas junto às ins�tuições 
financeiras credoras.
EG =
PASSIVO TOTAL
ATIVO TOTAL
CJ = 
LUCRO ANTES DOS JUROS E IMPOSTOS
JUROS
69 Avaliações Financeiras | UNIDADE 3
Antes de tudo, precisamos analisar esses indicadores com olhos do empreendedor 
e não com olhos de pessoa física. Você já deve ter ouvido falar várias vezes que, quando 
for adquirir um bem, o melhor é não se endividar, que se deve poupar para comprá-lo 
à vista, evitando o pagamento de juros, não é mesmo? Pois é, essa premissa pode ser 
válida para adquirimos um bem de consumo, por exemplo, mas não será utilizada para 
geração de renda. 
Para uma empresa, o financiamento na aquisição de ativos não apenas pode ser 
necessário, pois o investidor pode não dispor de todo o capital para estabelecer seu 
negócio, como também contribui para a geração de resultados. Se o negócio é viável 
e lucrativo, sobrará dinheiro para pagar fornecedores, funcionários e os empréstimos 
contraídos no banco, mas também para gerar lucro ao investidor.
Por isso, utilizamos o termo ALAVANCAGEM financeira: o capital de terceiros 
que auxilia a impulsionar os resultados obtidos com o negócio. Podemos, por meio 
de dívidas, aumentar a escala de produção, investir em máquinas tecnologicamente 
mais avançadas, ampliar a atuação em novos mercados e assim por diante - ações que, 
talvez, não se conseguiria implementar se os empresários contassem apenas com o 
capital próprio. 
Mas há limites: o grau de alavancagem deve ser adequado ao tamanho do 
negócio e da natureza das operações, ou não conseguiremos arcar com o pagamento 
das dívidas contraídas junto aos bancos. Por isso analisamos esses dois indicadores 
simultaneamente: o Endividamento Geral, que mostra o quanto a empresa está 
alavancada, e o grau de Cobertura de Juros, que demonstra o quanto há de folga no 
resultado das operações para pagamento dos juros das dívidas contraídas.
3.3.3 Coeficientes de Liquidez
Os índices de liquidez são formados a partir das obrigações e direitos previstos 
para o próximo período (lembre-se que no balanço os direitos e deveres apresentados 
já foram adquiridos e tem o vencimento previsto para o próximo ano). Pimentel, Braga 
e Casa Nova (2005) afirmam que os índices de liquidez podem ser interpretados como 
um indicativo do grau de independência da empresa em relação aos credores e de sua 
capacidade para enfrentar crises e dificuldades inesperadas, no sentido de que se os 
ativos forem maiores que os seus passivos a empresa será solvente.
Neste sentido, vamos iniciar nossa análise com o grupo de índices de liquidez, 
buscando avaliar a capacidade das empresas em honrar seus compromissos de pagamento 
junto a fornecedores, funcionários, bancos, governo etc. Existem dois indicadores 
principais, conforme apresentado na figura a seguir: o índice de Liquidez Corrente 
(LC) e o de Liquidez Seca (LS).
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 70
Figura 3.2 – Coeficientes de Liquidez.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Na liquidez corrente, são considerados todos os recursos em haver, incluindo o 
valor dos estoques, que é descontado na liquidez seca. Na verdade, quando analisamos 
estes índices, não sabemos ao certo se as empresas conseguirão reverter todo seu 
estoque em produtos vendáveis, fator que pode ser preponderante em empresas que, 
por exemplo, trabalham com produtos perecíveis ou então produtos mais específicos, 
que podem sair de linha em função de mudanças tecnológicas e perderem seu valor de 
mercado. Assim, o índice de liquidez seca é mais relevante em termos de análise.
3.3.4 Índices de Atividade
São indicadores que demonstram tanto a evolução quanto a velocidade das 
atividades operacionais, ou seja, os índices de atividade avaliam a capacidade das 
empresas em gerar caixa a partir dos recursos investidos em estoque, da utilização 
do crédito para financiar as compras dos clientes e dos investimentos em ativos, tais 
como máquinas, equipamentos etc. A figura a seguir demonstra os quatro índices que 
analisaremos neste grupo: Giro de Estoque (GE), Prazo Médio de Pagamento (PMP), 
Prazo Médio de Recebimento (PMR) e Giro Total do Ativo (GA).
Índice
LIQUIDEZ
CORRENTE
(LC)
LIQUIDEZ
SECA
(LS)
Ano 4 Ano 5 Mercado
MAIOR Melhor
MAIOR Melhor
1,80 2,11 1,75
0,48 0,61 0,67 
Mede a capacidade da empresa 
pagar suas obrigações de curto prazo, 
isto é, aquelas cujo vencimento é 
previsto para o próximo exercício.
Tem o mesmo obje�vo do índice 
anterior, mas não considera a conversão 
do valor do estoque em mercadorias 
vendidas que geraram disponibilidade 
de caixa ou contas a receber.
LC = ATIVO CIRCULANTE 
PASSIVO CIRCULANTE
LS = ATIVO CIRCULANTE - ESTOQUES
PASSIVO CIRCULANTE
71 Avaliações Financeiras | UNIDADE 3
Figura 3.3 – Índices de Atividade.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
O primeiro índice, o de Giro de Estoques, demonstra a velocidade em que 
os estoques são renovados, ou seja, a velocidade que são vendidos. Na análise deste 
indicador devemos observar que estoques são os materiais que estão finalizados em 
uma etapa de produção, aguardando a demanda da etapa seguinte, sendo esta venda 
ou consumo interno. Vale lembrar que são quatro os principais tipos de estoques: de 
matéria-prima, estoques em processos, estoque de produtos acabados e estoques de 
materiais para manutenção, reparo, consumo e movimentação. Em resumo, os estoques 
permanecem na empresa até a sua venda e sua velocidade de venda esta relacionada ao 
montante de recursos e a quantidade produtos em estoque.
O Prazo Médio de pagamento a fornecedores representa o número de dias que, 
em média, as empresas conseguem de prazo para pagar suas obrigações junto aos seus 
fornecedores. Em resumo, quanto maior o prazo de pagamento a fornecedores, maior a 
chance de fazer girar o estoque e de receber dos clientes antes de ter que cumprir suas 
obrigações, reduzindo a necessidade de investimentos em capital de giro.
O Prazo Médio de Recebimento de Vendas, segundo Padoveze (1994), 
proporciona um parâmetro de quanto tempo em média a empresa demora para receber 
suas vendas. Por fim, temos o Giro do Ativo Total, onde podemos verificar a eficiência 
total da operação das empresa, considerando o investimento em estoques, em crédito 
ÍNDICE Ano 4 Ano 5 Mercado
MAIOR
Melhor
MAIOR
Melhor
MENOR
Melhor
MAIOR
Melhor
2,02 2,00 5,45
79,78 85,89 92,74
34,94 40,92 55,87
1,59 1,56 2,87
GIRO DE
ESTOQUE
(GE)
PRAZO 
MÉDIO DE 
PAGAMENTO
(PMP)
PRAZO 
MÉDIO DE 
RECEBIMENTO
(PMR)
GIRO DO 
ATIVO TOTAL 
(GA)
Mede a liquidez do estoque da empresa, isto é, sua
habilidade em converter estoques em produtos 
vendidos e, em consequência, caixa.
Mede o prazo médio para pagamento de fornecedores.
Quanto maior for esse índice mais podemos contar com os
fornecedores para auxiliar a financiar nosso custos 
enquanto esperamos receber dos clientes.
Tem o mesmo obje�vo do índice anterior, mas não
considera a conversão do valor do estoque em mercadorias
vendidas que geraram disponibilidade de caixa ou contas a receber.
Mede a eficiência com que a empresa u�liza seus a�vos
para gerar receitas de vendas. Note que u�lizamos as
receitas líquidas, ou seja, os impostos indiretos possuem 
um impacto significa�vo sobre esse índice.
* u�lizamos ovalor da Receita Líquida de Vendas / 365 dias. 
** es�maos, no caso da Hermes, um valor de 70% do custo de mercadorias vendidas como valor 
de compras de materiais junto aos fornecedores; basta dividir esse valor por 365 dias.
GA = RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS
ATIVO TOTAL
PMR = CONTAS A RECEBER DE CLIENTES
VALOR MÉDIO DIÁRIO DE VENDAS *
PMP = FORNECEDORES
VALOR MÉDIO DIÁRIO DE COMPRAS **
GE =
CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS
ESTOQUE
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 72
ao cliente e em máquinas e equipamentos. Quanto mais eficiente, mais atualizado 
tecnologicamente, mais organizado em seus processos de produção, mais competitivo 
em relação ao mercado, maior será o giro total.
3.3.5 Coeficientes de Rentabilidade
Neste último grupo de índices, os índices de rentabilidade, avaliamos os 
resultados em relação a diversos parâmetros: em relação às vendas, em relação ao total 
investido e em relação ao total de capital próprio empregado. Os principais índices que 
selecionamos são: Margem de Lucro Bruto (MB), Margem de Lucro Operacional 
(MO), Margem de Lucro Líquido (ML), Retorno sobre o Ativo Total (ROA) e 
Retorno sobre o Capital Próprio (ROE).
Figura 3.4 – Coeficientes de Rentabilidade.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Índice Índice
MARGEM DE 
LUCRO BRUTO
(MB)
Mede o quanto do valor da receita líquida
de vendas permanece no caixa da
empresa descontados os custos
das mercadorias vendidas.
Mede o quanto do valor da receita líquida
de vendas permanece no caixa da
empresa descontados todos os custos
e despesas (com exceção de despesas 
financeiras e impostos diretos).
MB =
LUCRO BRUTO
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS
Mede o quanto do valor da receita 
líquida de vendas permanece no caixa 
da empresa descontados todos os 
custos e despesas, incluindo despesas 
financeiras e impostos diretos.
Mede a capacidade da empresa 
gerar lucros a par�r do valor 
inves�do em a�vos.
ROA = 
LUCRO DISTRIBUÍDO NO PERÍODO
ATIVO TOTAL
ML = 
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS
MO = 
LUCRO ANTES DOS JUROS E IMPOSTOS
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS
RETORNO 
SOBRE
O CAPITAL
PRÓPRIO
(ROE)
RETORNO 
SOBRE
O ATIVO
TOTAL
(ROA)
MARGEM 
DE LUCRO
LÍQUIDO
(ML)
MARGEM 
DE LUCRO
OPERACIONAL
(MO)
Mede o retorno ob�do a par�r do 
inves�mento em capital próprio.
ROA = 
LUCRO DISTRIBUÍDO NO PERÍODO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
73 Avaliações Financeiras | UNIDADE 3
Os três primeiros indicadores desse grupo acompanham as linhas do 
Demonstrativo de Resultados. Verificamos a margem de lucro em relação às Receitas 
Líquidas de Vendas considerando o custo das mercadorias vendidas (Margem de Lucro 
Bruto), as demais despesas e custos indiretos (Margem de Lucro Operacional), e as 
despesas financeiras e carga tributária (Margem de Lucro Líquido). Ao analisarmos 
esses indicadores, percebemos que os índices são decrescentes e que o valor da 
diferença entre eles indica qual a parte da operação que está capturando a maior parte 
do resultado final. 
Em geral, comparamos estes indicadores com períodos anteriores da própria 
empresa em análise, ou com empresas do mesmo seguimento do mercado. Perceba 
que o valor final do índice é sempre gerado por um numerador e um denominador e, 
nesse caso, temos que prestar bastante atenção nesses dois números. Nos numeradores 
temos sempre uma margem de lucro que representa o impacto dos custos, despesas, 
despesas financeiras e carga tributária que incide sobre o negócio. Uma maior 
eficiência na administração desses fatores com certeza pode melhorar o resultado. Mas 
o denominador comum a todos esses índices é a Receita Líquida de Vendas e isso 
pode indicar tanto a competitividade e o posicionamento da empresa no mercado em 
que atua, quanto a atratividade do produto ou serviço fornecido ou, ainda, a situação 
do mercado como um todo.
Ao buscarmos otimizar o numerador, estamos olhando predominantemente para 
fatores internos ao negócio, buscando eficiência em custos e processos. Ao olharmos 
para o denominador, estamos olhando predominantemente para fora da empresa, para 
nosso posicionamento de mercado e, ainda, para a situação macroeconômica do país. 
As causas de uma baixa rentabilidade podem estar em qualquer um desse lados. Apenas 
focar na redução de custos pode não resolver a dificuldade que representa a atuação em 
um mercado muito competitivo ou pouco atrativo.
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 74
Síntese da Unidade
Nesta Unidade, você acompanhou tópicos que demonstram técnicas de análises 
financeiras e o significado dos elementos utilizados para avaliação de riscos e análises 
financeiras por índices. Vamos relembrar os pontos mais importantes que aprendemos: 
No primeiro tópico aprendemos sobre os fundamentos de Risco e Retorno 
associados ao Custo de Capital, onde podemos verificar que haverá algum risco inerente 
ao próprio investimento, que, de fato, deverá afetar de alguma forma o retorno do 
investidor. Logo em seguida, aprendemos sobre Riscos e Perdas, onde falamos sobre a 
avaliação do risco sistêmico e do risco não-sistêmico.
Estes tópicos nos levaram a Avaliação do risco x retorno, onde verificamos que 
os riscos devem ser identificados, e através dos controles empresarias controlados, 
tomamos por base que as incertezas de eventos afetam o retorno esperado pelo investidor, 
ou seja, quanto maior o risco de perda, maior deverá ser a taxa de atratividade (taxa de 
retorno) esperado pelo investidor.
Por fim, avaliamos a Análise e Tomada de Decisão a Partir da Projeção de Fluxo 
de Caixa, onde verificamos diversos indicadores, pois existem diferentes aspectos que 
devem ser analisados em conjunto. Ainda aprendemos a sobre as Análises Financeiras 
por Índices, entendendo que elas são compostas por índices padronizados para facilitar 
a comparação de desempenho entre diferentes empresas, sendo utilizadas em análises 
contábeis por instituições financeiras, investidores e, até mesmo, para avaliar o 
desempenho de empresas.
75 Avaliações Financeiras | UNIDADE 3
Bibliografia
ABREU FILHO, J. C. F.; SOUZA, C. P.; GONÇALVES, D. A; CURY, M. V. Q. 
Finanças Corporativas. 8. ed. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2006.
ASSAF NETO, A.; LIMA, F, G. Curso de administração financeira. 2. ed. São 
Paulo: Atlas, 2011. 
DAMODARAN, A. Valuation Approaches and Metrics. New York: Stern School of 
Business, 2001.
GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2010.
HOJI, M. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada, 
estratégias financeiras, orçamento empresarial. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
LEONE, G. Custos: planejamento, implantação e controle. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MARION, J. C. Contabilidade Empresarial. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
PENA, H. H. A; HOMMA, A. K. O; SILVA, F. L. Análise de Viabilidade Econômica: 
Um Estudo Aplicado a Estrutura de Custo da Cultura do Dênde no Estado do Pará-
Amazônia-Brasil, 2010. Revista Oidles, v. 5, n.° 11, dez. 2011.
PIMENTEL, C. R.; BRAGA, R.; CASA NOVA, C. P. S.; Interação entre Rentabilidade 
e Liquidez: Um estudo exploratório. Revista de Contabilidade do Mestrado em 
Ciências Contábeis da UERJ. Rio de Janeiro, v. 10, n. 2, 2005.
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. Fundamentos de Administração 
Financeira. 9. ed. São Paulo: McGraw Hill, AMGH, 2015. 
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