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As diferentes nomenclaturas da EAD no 
mundo e a legislação brasileira
Apresentação
Já parou para pensar no que tem por trás de cada nomenclatura? A educação a distância é 
conhecida por sua sigla EAD no Brasil. Mas e em outras partes do mundo? Como é aplicada e quais 
são as diferenças? É fato que no Brasil a escalabilidade é uma característica marcante e a nossa 
extensão territorial também proporciona uma interessante reflexão do que a EAD pode fazer para o 
desenvolvimento educacional pela sua flexibilidade e autonomia dos estudantes.
Entender a história e a legislação da EAD no Brasil vai lhe proporcionar uma visão sistêmica dessa 
modalidade e entender as exigências e estruturas necessárias das instituições de ensino tanto para 
o ensino médio como para o ensino superior. A EAD une a praticidade de estudar no tempo e 
espaço que o aluno puder, personaliza o movimento da aprendizagem e promove a inclusão dos 
estudos. É preciso fazer EAD e entender como aplicar as metodologias e os objetos de 
aprendizagem ideais para que seja aplicado um ensino de qualidade. A EAD não é um repositório, 
ao contrário do que muitos praticam.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as nomenclaturas da EAD no mundo, além de 
estudar a legislação brasileira, que estabelece os princípios dessa modalidade de educação.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Conceituar EAD.•
Comparar as diferentes nomenclaturas do ensino on-line no Brasil e exterior.•
Identificar as legislações brasileiras que mudaram a história da EAD.•
Desafio
É fato que está cada vez mais desafiador ser professor para os nativos digitais, porque estão à 
frente do tempo com relação às tecnologias. Segundo Presnky (2001), as conexões neurais desses 
estudantes são diferente dos imigrantes digitais, ou seja, de quem nasceu antes dessa geração. 
Talvez isso explique um pouco esse desafio. Contudo, o fato é que os professores precisam se 
envolver com as tecnologias e, principalmente, saber usar e planejar aulas para garantir que o 
objetivo de aprendizagem seja cumprido.
De acordo com essas ideias, reflita sobre a seguinte situação.
Sendo assim, que tipo de planejamento você pode realizar para ter sucesso nessa atividade? A 
sugestão é que a proposta esteja de acordo com sua área de formação ou temática de interesse.
Infográfico
Os marcos históricos da EAD no Brasil mostram que o advento da criação da Universidade Aberta 
do Brasil (UAB) aumentou a popularização dessa modalidade, potencializando a conclusão do 
ensino superior e dos cursos de pós-graduação. Foi sem dúvida um momento primordial em 
contexto nacional, qualificando cada vez mais o processo de ensino e aprendizagem, desde a 
educação básica. Afinal, professores qualificados revelam alunos engajados com a construção do 
conhecimento.
Neste Infográfico, você vai ver pontos relevantes sobre a contextualização da UAB na propagação 
da EAD.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/5e9bbc17-1775-4b47-8978-b04f3d585367/4b9112df-1afa-4b88-aa9b-9c53a7583eaf.jpg
Conteúdo do livro
Os processos educacionais no século XXI estão em plena transformação, especialmente devido às 
novas demandas tecnológicas e virtuais, que exercem grande influência na dinâmica do processo de 
ensino e aprendizagem. Nesse âmbito, a EAD é uma das modalidades de educação que mais cresce 
em cenário tanto nacional quanto internacional. É por meio da EAD que diferentes contextos 
virtuais vêm sendo assumidos para qualificar a aprendizagem dos alunos. Esses contextos diversos 
assumem ideias e conceitos que caminham por nomenclaturas e legislações.
No capítulo As diferentes nomenclaturas da EAD no mundo e a legislação brasileira, base teórica 
desta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as principais nomenclaturas e modelos da EAD, 
bem como seus objetivos e suas viabilidades. Além disso, vai conhecer as leis nacionais que 
organizam e orientam essa modalidade de educação para que você entenda o percurso de 
conquistas da EAD.
Boa leitura.
INTRODUÇÃO 
À EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIA – EAD
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Conceituar EAD. 
 > Comparar as diferentes nomenclaturas do ensino on-line no Brasil e exterior.
 > Identificar as legislações brasileiras que mudaram a história da EAD. 
Introdução
No século XXI, caracterizado como a era da informação, o rápido acesso ao mundo 
digital permite que a sociedade viva intensamente essa perspectiva, sobretudo por 
meio do advento da internet. Nesse contexto, a educação a distância (EAD) está mais 
presente no cotidiano das pessoas do que se pode imaginar, caracterizando-se por 
ser uma modalidade em que alunos e professores estão separados fisicamente, 
mas unidos pelo objetivo de construir conhecimento, independentemente do 
espaço e do tempo. 
Imagine as várias vantagens que essa modalidade de educação pode oferecer: 
estudar de acordo com sua disponibilidade, seu tempo e sua organização, de onde 
você estiver; estudar no conforto do seu lar, de pijama, nos intervalos do trabalho 
As diferentes 
nomenclaturas da 
EAD no mundo e a 
legislação brasileira 
Tamires Pereira Duarte Goulart
ou ainda diante da bela paisagem de uma praia. Isso tudo se torna possível dentro 
do contexto EAD. 
Neste capítulo, você entenderá o percurso histórico da EAD e como essa moda-
lidade foi se tornando no cenário mundial e brasileiro uma ferramenta importante 
para oportunizar a continuação dos estudos de milhões de pessoas. 
Conceito e história da EAD
A história da EAD começou muito antes dos aparelhos celulares, da inter-
net, dos smartphones, tablets ou computadores. Seu legado foi inspirado 
na comunicação a distância, quando as principais informações ainda eram 
trocadas entre as pessoas por meio de cartas. Aqui no Brasil, datam de 1904 
os primeiros registros da EAD, quando em jornais eram ofertados de forma 
classificada cursos de datilografia por correspondência. Assim, esse modelo 
didático teve um início voltado à ideia de profissionalização. 
Em torno de 1920, as emissoras de rádio assumiram um importante papel 
dentro da perspectiva de transmissão de conhecimento a distância. Entre 
1960 e 1970, mediante o Código Brasileiro de Telecomunicações, foram criados 
programas em redes privadas de transmissão voltados à educação, como a 
TV Cultura e a TV Escola (ALVES, 2011). Mais recentemente, na tentativa de 
oportunizar a conclusão dos estudos para adultos que não tiveram acesso à 
escolarização na idade certa, o programa Telecurso 2000 foi um movimento 
importante tanto para o mercado de trabalho quanto para o avanço em 
termos a distância. 
No entanto, foi a partir do surgimento da internet nos anos 1990 e seu 
avanço no início do novo milênio que a EAD teve um salto em suas possibi-
lidades de oferta e aceitabilidade do público, tendo como principal objetivo 
a disseminação do conhecimento por meio de um processo de ensino e 
aprendizagem que oportuniza a escolarização para o maior número de alunos. 
O acesso às telas smart, aos laptops e a uma maior velocidade de conexão 
com as informações só tem aumentado, sendo que o estudante de EAD é 
tanto consumidor quanto produtor de informações, e esse mecanismo aponta 
para uma crescente ainda maior nos próximos anos. Souza (2016) enfatiza 
que a internet massifica cada vez mais o ensino, fazendo com que pessoas 
ao redor do mundo possam adquirir conhecimento sem frequentar grandes 
universidades. 
As diferentes nomenclaturas da EAD no mundo e a legislação brasileira 2
A Figura 1 apresenta uma linha temporal com os marcos históricos mais 
significativos em âmbito mundial.
Figura 1. Linha do tempo da história da EAD em contexto mundial.
Fonte: Adaptada de Vasconcelos ([2006]) e Alves (2011).
As diferentes nomenclaturas da EAD no mundo e a legislação brasileira 3
Por sua vez, a Figura 2 apresenta uma linha temporalsimilar, mas dessa 
vez destacando os marcos históricos da evolução da EAD em âmbito nacional.
Figura 2. Linha do tempo da história da EAD em contexto nacional.
Fonte: Adaptada de Vasconcelos ([2006]) e Alves (2011).
As diferentes nomenclaturas da EAD no mundo e a legislação brasileira 4
Observe que o advento da criação da Universidade Aberta do Brasil (UAB) 
em 2005 foi um passo importante para as políticas públicas brasileiras, dando 
maior oportunidade para que o ensino público, gratuito e de qualidade chegue 
ao maior número de brasileiros que desejam concluir seus estudos em nível 
de graduação. Esse foi sem dúvida um marco para o ensino, em especial 
para o aperfeiçoamento profissional dos professores e, consequentemente, 
para qualificação e melhoria do ensino básico ofertado nas escolas públicas 
municipais e estaduais. 
De modo geral, a EAD vem marcando esse espaço de estudos e qualificação 
profissional, tornando-se uma modalidade procurada por milhões de pessoas. 
Na próxima seção, você vai entender as diferentes formas assumidas pelo 
contexto de ensino on-line.
Nomenclaturas do ensino on-line no Brasil 
e exterior
Não há dúvidas em relação à importância que a EAD assume perante à dis-
seminação do conhecimento, proporcionando a muitos a continuidade dos 
estudos, o que de forma presencial não poderiam fazê-lo. É importante 
entender que, sob a perspectiva da EAD, dois momentos no processo de 
ensino e aprendizagem são utilizados: os momentos síncronos e os momentos 
assíncronos. 
Os momentos síncronos são aqueles em que o professor realiza 
uma aula ao vivo com os alunos, e mesmo em espaços diferentes 
todos se conectam ao mesmo tempo. Os momentos assíncronos, por sua vez, 
são caracterizados pelas aulas gravadas pelo professor, disponíveis aos alunos 
para que possam assistir quando puderem e quantas vezes forem necessárias. 
O desenvolvimento das tecnologia da informação e comunicação (TIC) e o 
amplo acesso em relação à internet facilitaram em grande escala a interação 
e a ampliação educativa na EAD. Para envolver o aluno nessa dinâmica de 
estudos a distância, algumas habilidades precisam ser dimensionadas pelo 
próprio aluno, tais como:
 � motivação;
 � autonomia; 
 � disciplina;
As diferentes nomenclaturas da EAD no mundo e a legislação brasileira 5
 � compromisso;
 � gerenciamento de tempo e espaço;
 � domínio de recursos digitais;
 � atenção;
 � organização. 
Outras habilidades, no entanto, precisam ser pensadas e planejadas 
pelo outro lado, ou seja, pela universidade ou empresa que oferta o curso a 
distância. Uma dessas habilidades é a capacidade de organização do material 
ofertado e a preparação de conteúdos atrativos e que promovam a apren-
dizagem do aluno, levando em conta seu poder explicativo, tendo em vista 
que, muitas vezes, esse estará estudando sozinho. 
Para facilitar essa ideia, a EAD conta com os ambientes virtuais que acabam 
se tornando a sala de aula de cada estudante — uma sala de aula virtual, 
que organiza e disponibiliza estratégias de aprendizado levando em conta 
várias medidas. Na sequência, você vai conhecer algumas abordagens que 
possibilitam esse processo. 
A partir da perspectiva de EAD, que surgiu há muitos anos, a educação 
on-line, que é a modalidade de educação realizada pela internet, contando 
com a interação entre professor–aluno pelas formas síncronas ou assíncronas, 
cresceu em todas as áreas didáticas. De acordo com Almeida (2003), essas 
formas garantem três modelos comunicativos: comunicação de um a um, de 
um para muitos e de muitas pessoas para muitas pessoas. 
A seguir, examinaremos as principais dentre as muitas alternativas que 
foram surgindo e ganhando força no cenário educacional com o objetivo de 
cumprir demandas específicas de setores e áreas do conhecimento.
 � E-learning: é uma modalidade que se desenvolveu com suporte da 
internet a partir de necessidades de empresas relacionadas com o 
treinamento de seus funcionários, cujas práticas estão centradas na 
seleção, organização e disponibilização de recursos didáticos hiper-
mediáticos. A ideia de um estudo voltado para o e-learning busca 
principalmente apoio nos computadores. Segundo Almeida (2003), 
muitos dos estudantes dessa modalidade alegam baixa capacidade 
de interação e troca de experiências. 
 � B-learning (blended learning, ou aprendizagem mesclada/híbrida): 
derivado da modalidade e-learning, traz a inovação do ensino híbrido. 
De acordo com Roza, Veiga e Roza (2020), o conceito de b-learning 
As diferentes nomenclaturas da EAD no mundo e a legislação brasileira 6
pode ser entendido como uma possibilidade de combinação entre 
o ensino presencial e o ensino on-line. É por meio das TICs que essa 
ideia vem sendo ampliada. Por sua vez, Moran (2015) entende que a 
educação sempre foi mesclada, ao combinar vários tempos, atividades, 
metodologias e diferentes públicos.
O ensino híbrido, segundo Bacich, Tanzi Neto e Trevisani (2015), segue 
uma tendência de mudança que ocorreu em praticamente todos 
os serviços e processos de produção de bens que incorporaram os recursos 
das tecnologias digitais. Dessa forma, é uma modalidade de ensino que une o 
que há de maior potencial na educação presencial com o que há mais de mais 
significativo na EAD. 
 � U-learning (ubiquitous learning, ou aprendizagem onipresente): adap-
tando-se às necessidades modernas e aliando os avanços tecnológico 
e digital, em especial a evolução das telas (tablets, smartphones, etc.), 
surge o formato u-learning, para facilitar ainda mais o processo de EAD. 
Assim, a aprendizagem onipresente, tradução da ideia dessa aborda-
gem, entende ser possível o maior engajamento de alunos, por meio, 
por exemplo, de um aparelho de celular, prevendo uma aprendizagem 
autônoma, independente de um tutor de ensino. 
 � M-learning (mobile learning, ou aprendizagem móvel): na busca por 
potencializar a EAD por meio de dispositivos móveis, esta é uma aborda-
gem que procura utilizar esses dispositivos a favor da aprendizagem, a 
fim de promover o conhecimento. A ideia de produção e transmissão de 
conteúdo está relacionada a essa modalidade, permitindo que o aluno 
seja mais do mero consumidor de informações, tornando-se também 
um produtor do conhecimento. O formato da exposição dos conteúdos 
aqui também ganha novas dimensões: mapas mentais, esquemas, 
tópicos, infográficos, realidades aumentadas, podcasts, vídeos 360°, 
bibliotecas virtuais, entre outros, a fim de facilitar o entendimento 
do aluno e apresentando praticidade para o ensino-aprendizagem. 
Vale destacar que em todas as quatro perspectivas recém examinadas, o 
aluno ganha um novo olhar ativo e protagonista, engajando-se e envolvendo-
-se em suas aprendizagens e conseguindo atribuir sentido e significado para 
a construção do conhecimento. 
As diferentes nomenclaturas da EAD no mundo e a legislação brasileira 7
Também vale mencionar que entre as alternativas da EAD há o chamado 
ensino remoto, uma modalidade que segue os padrões da EAD, em que alunos 
e professores estão separados temporal e espacialmente, mas que tem o 
caráter e a finalidade emergenciais, sendo utilizada em situações excepcionais, 
em que o ensino presencial torna-se inviável, como no caso de pandemias, 
isolamentos sociais e catástrofes.
A Figura 3 traz um esquema contemplando as considerações tecidas nesta 
seção. 
Figura 3. EAD e ramificações das possibilidades de ensino on-line.
Toda essa nomenclatura pode variar, mas a essência das propostas são a 
mesma: ampliar as ofertas de EAD, aliando-se às melhores formas e metodo-
logias para isso. Os Estados Unidos, por exemplo, têm apostado na educação 
híbrida, também entendida como ensino híbrido, semipresencial, semivirtual, 
aprendizagem combinada, entre outras denominações, para qualificar sua 
educação básica. Dessa forma, desde o início de sua vida escolar os estudantes 
já estão em contato com essa nova forma de fazer educação. 
No Brasil, a aposta mais recente, suscitada pelo períodopandêmico, 
em que a escola precisou cumprir o isolamento social, foi o ensino remoto. 
Nessa perspectiva, os alunos da educação básica tiveram por dois anos aulas 
totalmente on-line, com momentos síncronos em plataformas como Google 
Meet, Zoom, Microsoft Teams, etc. Atualmente, com o retorno das aulas pre-
senciais e o término do isolamento social, tende-se à uma prática híbrida, no 
As diferentes nomenclaturas da EAD no mundo e a legislação brasileira 8
entendimento de que o professor precisa resgatar o que há de maior potencial 
nas aulas presenciais e o que teve de maior produtividade no ensino remoto, 
combinando esses dois momentos no seu planejamento para desenvolver um 
aluno criativo, dinâmico e protagonista. O ensino superior a distância, nesse 
mesmo sentido, vem apostando no ensino híbrido, proporcionando momentos 
presenciais aos graduandos nos polos das universidades; no entanto, também 
há opções de graduações totalmente a distância. 
Esse cenário de alternativas tornou-se possível por meio de legislações 
que aos poucos foram ampliando os caminhos da EAD. Assim, na próxima 
seção, você poderá refletir sobre as principais leis que versam sobre essa 
modalidade de ensino. 
Legislações brasileiras que mudaram 
a história da EAD
A trajetória da EAD é marcada por importantes leis e decretos em cenário 
nacional, com o objetivo de qualificar e ampliar essa modalidade de ensino. 
No Quadro 1, você encontrará os principais marcos legislativos nacionais e 
seu principal foco em relação à EAD.
Quadro 1. Principais leis e decretos sobre a EAD e seus respectivos objetivos
Legislação brasileira Objetivo
Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional nº
9394/1996
Regulamentar a EAD e as modalidades 
ofertadas.
Decreto nº 5.622, de 19 de 
dezembro de 2005
Entender a EAD como a modalidade educacional 
em que a mediação didático-pedagógica nos 
processos de didáticos ocorre com a utilização 
de meios e tecnologias de informação e 
comunicação, com estudantes e professores 
desenvolvendo atividades educativas em 
lugares ou tempos diversos, bem como 
apresentar critérios para essa abordagem.
Decreto nº 5.773, de 9 de 
maio de 2006
Dispor sobre o exercício das funções de 
regulação, supervisão e avaliação de 
instituições de educação superior e cursos 
superiores de graduação e sequenciais no 
sistema federal de ensino.
(Continua)
As diferentes nomenclaturas da EAD no mundo e a legislação brasileira 9
Legislação brasileira Objetivo
Decreto nº 6.303, de 12 de 
dezembro de 2007
Trazer mudanças sobre as diretivas da 
regulação, credenciamento, regras de avaliação, 
supervisão e avaliação de instituições de 
educação superior e cursos superiores de 
graduação e sequenciais no sistema federal de 
ensino.
Resolução nº 1, de 11 de 
março de 2016
Conselho Nacional de 
Educação (CNE)
Apresentar as Diretrizes e Normas Nacionais 
para a oferta de Programas e Cursos de 
Educação Superior na Modalidade a Distância.
Portaria nº 1.134, de 10 de 
outubro de 2016
Direcionar e fundamentar as ofertas de cursos 
na modalidade EAD.
Decreto nº 9.057, de 25 de 
maio de 2017
Possibilitar o credenciamento de instituições 
de ensino superior para cursos de EAD sem o 
credenciamento para cursos presenciais.
A garantia dessas leis, portarias, decretos e regulamentações vigentes 
torna possível que a EAD esteja sempre em busca de melhorias que visem a 
qualidade e o aperfeiçoamento do ensino. De todo modo, o Brasil ainda tem 
muito a avançar em relação à EAD, e é notório que o processo de transforma-
ção vem acontecendo não apenas nessa modalidade de ensino, mas também 
na educação presencial. Tampouco se pode negar que a abordagem on-line, 
especialmente sob a perspectiva do ensino híbrido e das metodologias ativas, 
está se tornando uma realidade também no ensino básico (fundamental e mé-
dio). Esse é um fator importante que promove a expansão dessa modalidade. 
Além disso, em especial em período pós-pandemia covid-19, o ensino 
on-line atraiu novos olhares e melhores entendimentos por parte dos estu-
dantes e comunidade escolar. É importante, sim, que desde cedo os alunos 
já estejam cientes de como ocorre a aprendizagem em modalidade EAD, para 
que possam desenvolver as habilidades essenciais para garantir a construção 
do conhecimento, incluindo autonomia, organização e disciplina. 
Nesse cenário, não há como retroceder, e a EAD só avançará cada dia mais. 
A legislação está aí para comprovar isso e contribuir para esses avanços. Essa 
premissa revela o potencial dessa modalidade, que vai além do tempo e do 
espaço. As ofertas de trabalho nesse âmbito também apontam para um novo 
caminho, já que a demanda de produção em EAD necessita do engajamento 
de vários profissionais. Pensar nisso é se preparar para um futuro com muitas 
expectativas e possibilidades. 
(Continuação)
As diferentes nomenclaturas da EAD no mundo e a legislação brasileira 10
As inovações tecnológicas precisam caminhar a favor da aprendizagem, 
desenvolvendo um aluno crítico, maker e protagonista ao envolvê-lo num 
processo dinâmico, criativo e produtivo. Para isso, novas leis ainda precisarão 
ser criadas, reforçando a importância de empregar a EAD para contemplar 
de alguma forma a realidade do estudante e as perspectivas do futuro social 
e profissional. 
Você sabe o que é um aluno maker? É um aluno que faz, cria e cons-
trói, não somente recebendo informações, mas também criando 
conteúdos. O conceito vem da metodologia ativa denominada cultura maker, 
que entende o “colocar a mão na massa”. 
Na busca de aperfeiçoamento e qualificação profissional, estão previstos 
na legislação e em modalidade EAD os cursos livres. Profissionais e estudantes 
das mais diversas áreas buscam na internet cursos de curta duração para 
ampliação do currículo e capacitação sobre algum assunto. O mercado nesse 
contexto apresenta muitas ofertas, em que o aluno organiza seus próprios 
horários e estilos didáticos para continuar seus estudos. São cursos que 
não requerem autorização do Ministério da Educação e são reconhecidos 
em todo território nacional, amparados pela Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação nº 9394/96, pelo Decreto nº 5.154/04 e pela Deliberação CEE 14/97 
(Indicação CEE 14/97). 
Atualmente, a EAD está numa crescente, com foco em cursos de graduação, 
pós-graduação e aperfeiçoamento profissional. Em Portugal, por exemplo, já 
existe universidade pública ofertando cursos de mestrado e doutorado nessa 
modalidade, como a Universidade dos Açores (UAC). Essa é uma realidade 
que tende a se espalhar em vários países, e em breve certamente chegará ao 
Brasil, em âmbito de política pública nas universidades federais. 
Na educação básica, por sua vez, já se entende a relevância do uso das 
novas tecnologias e do ensino híbrido, fato que potencializa a EAD, pois 
consegue preparar o estudante para um ótimo aproveitamento de aulas e 
conteúdos digitais. Essa tendência vai ao encontro das necessidades atuais, 
principalmente dos nativos digitais. Em termos gerais, é de fundamental 
relevância entender as nomenclaturas e ramificações existentes dentro da 
perspectiva EAD para que se possa avançar em termos de legislação e das 
possibilidades de buscar o aperfeiçoamento nesse âmbito. 
As diferentes nomenclaturas da EAD no mundo e a legislação brasileira 11
Referências 
ALMEIDA, M. E. B DE. Educação a distância na internet: abordagens e contribuições dos 
ambientes digitais de aprendizagem. Em Foco: Educação e Pesquisa, v. 29, n. 2, p. 327-340, 
jul./dez. 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ep/a/dSsTzcBQV95VGCf6GJbtpLy/
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ALVES, L. Educação a distância: conceitos e história no Brasil e no mundo. Revista 
Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância, v. 10, 2011. Disponível em: http://seer.
abed.net.br/index.php/RBAAD/article/view/235. Acesso em: 11 set. 2022.
BACICH, L.; TANZI NETO, A.; TREVISANI, F. M. (org.). Ensino híbrido: personalização e 
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MORAN, J. Educação híbrida: um conceito-chave para a educação, hoje. In: BACICH, L.; 
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ROZA, J. C.; VEIGA, A. M. R.; ROZA, M. P. Blended learning: revisão sistemática da literatura 
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Disponível em: https://www.scielo.br/j/edur/a/PDGg3zvjgc6LS6jKhtttQZn/?lang=pt. 
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SOUZA, M. C. O poder da educação on-line: como a internet vem reformulando a edu-
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s. n.], 2016. E-book.
VASCONCELOS, S. P. G. Educação a distância: histórico e perspectivas. In: FÓRUM DE 
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Leituras recomendadas
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Curitiba: Ibpex, 2015. Disponível em: https://www.abed.org.br/site/pt/midiateca/
censo_ead/. Acesso em: 11 set. 2022.
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fica_2015_16517716664395_1715.pdf. Acesso em: 11 set. 2022.
As diferentes nomenclaturas da EAD no mundo e a legislação brasileira 12
SÃO PAULO. Conselho Estadual de Educação. Deliberação CEE nº 14/97. Fixa diretrizes 
para a educação profissional no sistema de ensino do Estado de São Paulo. São 
Paulo: CEE, 1997. Disponível em: http://siau.edunet.sp.gov.br/ItemLise/arquivos/notas/
delcee14_97.htm. Acesso em: 11 set. 2022.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores 
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
As diferentes nomenclaturas da EAD no mundo e a legislação brasileira 13
Dica do professor
Das nomenclaturas que assumem o cenário da EAD, duas delas têm sido utilizadas frequentemente 
não somente para os cursos de graduação e pós-graduação, como para a educação básica, em 
especial devido ao período vivenciando pela escola durante a pandemia da covid-19. São elas: 
ensino híbrido e ensino remoto. Entretanto, há diferença na prática entre essas nomenclaturas?
Nesta Dica do Professor, você vai entender os princípios desses dois modelos de EAD.
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Exercícios
1) A EAD é uma modalidade de ensino organizada que requer do aluno uma série de 
habilidades para que o processo de aprendizagem se efetive. Sobre o conceito dessa 
modalidade de educação, marque a alternativa correta. 
A) A EAD é uma modalidade de educação em que os alunos e professores estão separados pelo 
tempo e pelo espaço, mas unidos pela aplicabilidade de tecnologias da informação e 
comunicação (TICs).
B) A EAD é uma modalidade de educação em que a figura do professor é potencialmente 
substituída pelos avanços da tecnologia, o que permite a autonomia do aluno no processo de 
aprendizagem.
C) A EAD é uma modalidade de educação em que a figura do estudante é secundária, tendo em 
vista o pouco esforço que precisa realizar para acompanhar o processo de ensino e 
aprendizagem.
D) A EAD é uma modalidade de educação em que professor e aluno são convidados a construir o 
processo de ensino e aprendizagem de uma maneira mais rápida e acessível do que na 
educação presencial.
E) A EAD é uma modalidade de educação que visa ao aumento do número de pessoas com o 
diploma de licenciatura em todos os países, independentemente do alinhamento entre a teria 
e a prática.
2) A partir dos anos de 1990, quando o acesso à internet se tornou maior em todos os países, a 
EAD ganhou mais força e popularidade. Diante disso, políticas públicas surgiram para 
promover e qualificar as práticas a distância, estabelecendo o objetivo central dessa 
modalidade.
Assinale a alternativa que descreve o principal objetivo da EAD.
A) Ofertar graduações e pós-graduações gratuitas a todos que não tiveram acesso ainda na 
idade jovem e inserir esse público no mercado de trabalho.
B) Disseminar o conhecimento por meio de um processo de ensino e aprendizagem que 
oportunize a escolarização de qualidade para o maior número de alunos.
Unicamps
Realce
Unicamps
Realce
C) Divulgar a supremacia que as TICs assumem no processo de ensino e aprendizagem, sem elas 
a educação falha.
D) Ampliar a rápida qualificação profissional de jovens e adultos, que podem em curto período 
conquistar vários certificados em EAD.
E) Promover as instituições privadas de ensino, levando em conta que a EAD é uma modalidade 
de educação privada e precisa da garantia de recursos.
3) A EAD tem conquistado seu espaço no cenário educacional, mostrando seu potencial de 
realizar práticas pedagógicas que promovem o conhecimento. Para isso, conta com uma 
série de marcos históricos que vão revelando a importância de políticas públicas em sua 
ampliação.
Sobre os marcos da EAD em contexto brasileiro, assinale a opção que apresenta um fato 
verdadeiro.
A) Em 1939, a inauguração da Universidade do Ar permitiu que milhares de alunos estudassem 
por apostilas e realizassem a correção das atividades por meio de um programa de rádio.
B) Em 1976, a TV Escola foi criada para promover, por meio da EAD, a qualificação e o 
aperfeiçoamento de vários profissionais, entre eles professores, enfermeiros e veterinários.
C) Em 1976, a inauguração do Instituto Universal Brasileiro garantiu que milhares de alunos 
fossem atendidos por correspondência, formando-se em cursos das áreas de educação e 
mecânica.
D) Em 1996, foi criada a Universidade Aberta de Brasília, fato que permitiu que todas as 
universidades federais brasileiras aderisem ao sistema de EAD em suas ofertas.
E) Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira regulmentou o contexto da EAD 
na educação brasileira, orientando e normatizando sua oferta.
Estratégias de aprendizagem inovadoras demandam diversidade de espaços e de recursos 
responsivos, ou seja, com leitura em vários dispositivos (tablet, computador, celular).
A professora Pâmela planeja suas aulas e sua prática pedagógica centradas na perspectiva 
do modelo de aprendizagem onipresente, isto é, utiliza o avanço tecnológico para engajar os 
alunos. Assim, ela utiliza recursos que não precisam de tutoria, destacando a autonomia do 
aluno.
4) 
Unicamps
Realce
Levando em conta essas características pedagógicas,é correto afirmar que essa abordagem 
EAD está inserida no contexto de:
A) m-learning.
B) u-learning.
C) e-learning.
D) b-learning.
E) ensino híbrido.
5) Leis, portarias e decretos brasileiros garantem e organizam a perspectiva da EAD no país, 
promovendo grande avanço nessa modalidade de ensino. Diante dessa legislação, assinale a 
alternativa que apresenta um objetivo previsto em lei para a consolidação da EAD.
A) Direcionar o processo de avaliação das instituições públicas e privadas em âmbito EAD para o 
caráter de diagnóstico.
B) Determinar a metodologia e a abordagem digital que os professores da EAD devem seguir.
C) Apresentar as diretrizes e normas nacionais para a oferta de programas e cursos de educação 
superior na modalidade a distância.
D) Ampliar as diretrizes e normas nacionais para a oferta de programas que viabilizem o ensino 
fundamental na modalidade a distância.
E) Determinar os recursos e projetos digitais e virtuais que poderão fazer parte da metodologia 
da EAD.
Unicamps
Realce
Unicamps
Realce
Na prática
No contexto EAD, cada nova abordagem que surge, de acordo com as necessidades e os avanços 
do mundo, requer estudo e dedicação dos professores EAD para a garantia da qualidade e 
promoção da aprendizagem. Os alunos público-alvo da educação especial também exigem 
qualificação e preparo do professor para que seu conteúdo chegue de forma efetiva em sua vida, 
cumprindo os princípios da inclusão e equidade.
Confira, Na Prática, uma reflexão sobre como promover a inclusão do aprendizado para alunos com 
deficiência diante do modelo e-learning.
 
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
O uso do e-learning como ferramenta de ensino e aprendizagem
O e-learning é uma poderosa ferramenta educacional, desde que processos fundamentais sejam 
realizados, como a melhoria contínua dos sistemas utilizados e o treinamento das pessoas. Saiba 
mais sobre o e-learning na educação fazendo a leitura deste artigo.
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Estilos de aprendizagem em EAD: construção e evidências de 
validade de instrumento
Este artigo aborda os estilos de aprendizagem no contexto da EAD voltada à educação superior. Os 
estilos de aprendizagem são variáveis essenciais para o sucesso da EAD, pois referem-se às 
características dos estudantes e às estratégias que aplicam ao realizarem cursos nessa modalidade.
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As políticas brasileiras para a educação superior a distância: 
desafios da expansão
A legislação brasileira referente à EAD foi regulamentada na década de 1990, portanto, é recente. 
Este artigo discute o processo pelo qual as políticas voltadas à EAD vem passando em prol da 
qualidade da educação, sobretudo por conta do aumento significativo da procura por cursos nessa 
modalidade.
https://www.cc.faccamp.br/ojs-2.4.8-2/index.php/RTA/article/view/1390/687
 http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812018000100009 
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EAD com Terry Anderson e Neuza Pedro
Promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, de Portugal, este vídeo reúne Neuza 
Pedro (professora na Universidade de Lisboa e pesquisadora na área de EAD) e Terry Anderson 
(pesquisador e professor na Universidade de Athabasca, Canadá) para um debate acerca da 
inserção súbita (e improvisada) da EAD no ensino durante a pandemia da covid-19.
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Competências em EAD
A EAD alterou não apenas o espaço físico ou a forma de enviar e receber conteúdos, mas a 
exigência de todos os sujeitos envolvidos uma nova forma de pensar e fazer a educação. Nesse 
sentido, surgiu a figura do tutor, que é um professor auxiliar, um mediador. Saiba mais sobre o tutor 
e seus papéis na EAD lendo o Capítulo 7 desta obra, Competências dos atores da educação a 
distância: professor, tutor e aluno.
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http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0122-72382019000100193 
https://www.youtube.com/embed/fk5PNBrNKrs
Os profissionais e fornecedores da EAD
Apresentação
Uma grande mudança vem ocorrendo na área da educação, e não é de hoje que isso acontece. O 
ensino está em constante atualização, muitas vezes, por questões de modelo de ensino, outras, por 
necessidade ou, ainda, por urgência do momento. Uma coisa é certa: essas mudanças são 
necessárias e essenciais para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem.
O modelo tradicional, se não fracassou, está necessitado de avanços. Com tantos avanços 
tecnológicos, inclusive na área da educação, é preciso perceber que as ferramentas digitais, os 
avanços e a evolução da educação a distância (EAD) se mostram mais instigantes, atrativos e 
efetivos do que o modelo presencial tradicional.
A geração de estudantes nativos digitais, nascidos neste período de grandes avanços tecnológicos, 
se mostra apta a acompanhar essa evolução na educação. Com a informação em tempo real, “na 
palma da mão”, o ensino tradicional, considerado maçante por muitos discentes, vem caindo em 
desuso com a falta de interesse por parte dos alunos. Isso torna imprescindível a adaptação e a 
apropriação de novas habilidades e competências por parte dos profissionais de educação, sob o 
risco de ficarem para trás nessa grande revolução e evolução do ensino.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai identificar as profissões que atuam e podem atuar nas 
equipes multidisciplinares da EAD. Também serão descritas as diferenças entre as características 
dos profissionais do ensino presencial e dos profissionais de EAD. Por fim, você vai conhecer as 
habilidades e competências que deverão ser desenvolvidas e o que se espera do profissional de 
EAD neste momento de transição e de avanços na educação.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar as profissões que atuam em uma equipe de EAD.•
Comparar as atividades dos profissionais da modalidade presencial e da EAD.•
Apontar os principais fornecedores do mercado EAD.•
Desafio
Os profissionais da EAD devem apresentar habilidades e competências específicas para uma eficaz 
atuação no ensino a distância. Ao se apropriar desses conhecimentos, o profissional se habilita a 
atuar dentro de um contexto de revolução e evolução digitais que vêm ocorrendo em ritmo 
acelerado nos últimos anos.
Esse profissional estará apto a atuar, inovar e desenvolver soluções para a instituição de educação 
em que venha a atuar, aprimorando os métodos de ensino e agregando novas metodologias de 
ensino mais eficazes e atuais.
Analise a situação a seguir:
Considerando esse cenário, responda:
a) De forma geral, que conhecimentos e habilidades a equipe deve ter para ajudar nas melhorias do 
material?
b) Qual contribuição cada um dos profissionais da equipe poderia oferecer para promover a 
melhoria dos processos de ensino e aprendizagem e de avaliação realizados por meio do ambiente 
virtual? Lembre-se de que a equipe de EAD é formada por diversos outros profissionais. Não se 
prive de citá-los, caso necessário.
Infográfico
Os profissionais de uma equipe multidisciplinar que atuam na EAD precisam desenvolver 
habilidades e competências específicas para sua atuação nessa área.
Neste Infográfico, você vai conhecer quem são os fornecedores especializados em EAD e qual é a 
função de cada um na equipe do projeto de EAD. 
 
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Conteúdodo livro
Na experiência de realizar um curso a distância, muitas vezes não imaginamos a quantidade de 
profissionais, com suas respectivas competências, que se faz necessária para que a atividade-fim 
seja realizada. Uma complexa equipe com diferentes saberes trabalha antecipadamente para 
garantir uma melhor experiência para o aluno. Da mesma maneira, em muitas etapas da construção 
dos materiais instrucionais, várias são as organizações que prestam suporte, seja com a 
disponibilização do ambiente virtual de aprendizagem e da biblioteca virtual ou, até mesmo, com o 
armazenamento em servidores na nuvem, que possibilitam o acesso a qualquer momento pelos 
alunos.
No capítulo Os profissionais e fornecedores da EAD, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, 
você vai estudar esses e outros aspectos referentes às pessoas físicas e jurídicas que possibilitam 
que a educação a distância atenda aos projetos pedagógicos idealizados pelas instituições de 
ensino.
Boa leitura.
INTRODUÇÃO 
À EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIA – EAD
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Identificar as profissões que atuam numa equipe de EAD.
 > Comparar as atividades dos profissionais da modalidade presencial e 
da EAD.
 > Apontar os principais fornecedores do mercado EAD.
Introdução
A educação a distância (EAD) apresenta particularidades ímpares se comparada 
à educação presencial. Nos seus primórdios, percebia-se claramente carên-
cias na equipe de apoio ao desenvolvimento desta modalidade de ensino e 
aprendizagem, bem como no perfil de professores. Porém, gradativamente as 
paredes que separavam a educação presencial da EAD foram demolidas, até 
que, com o advento da pandemia, tudo veio ao chão. Projetos pedagógicos 
que eram puramente presenciais tiveram que se adaptar para garantir a 
continuidade de seus serviços educacionais, reduzindo as impressões — às 
vezes equivocadas — sobre a modalidade virtual. Atualmente, as competên-
cias de docentes e da equipe multidisciplinar de suporte à EAD fundem-se 
com a educação presencial. Em muitas instituições de ensino superior (IES), 
os quadros funcionais são compostos pelo mesmo conjunto de pessoas. Da 
mesma forma, expandiu-se a quantidade de fornecedores de EAD. Diz-se no 
Os profissionais e 
fornecedores da EAD
Claudio Marlus Skora
meio econômico que, se há demanda, o mercado encontrará meios de ofertar 
soluções para atendê-la. Diante do conjunto de tecnologias disponíveis, é 
bom saber selecionar aquelas que poderão atender as demandas dos projetos 
pedagógicos das IES neste novo ambiente de aprendizado, em que o presencial 
e o virtual convivem quase sem distinção. 
Neste capítulo, você estudará os principais aspectos do trabalho de pro-
fissionais fornecedores no âmbito de EAD que prestam serviços para projetos 
pedagógicos a distância promovidos por instituições de ensino.
A equipe da EAD
A oferta de EAD apresenta complexidades diferentes daquelas formas tra-
dicionais de ensino, e a principal razão disso é que a preparação de quase 
todo processo deve ocorrer antecipadamente ao momento do encontro entre 
alunos e professores. Enquanto o momento da aula ocorre necessariamente 
de maneira síncrona na educação presencial, para aquela mediada por tecno-
logias de informação e comunicação (TICs) uma série de eventos anteriores 
se faz necessária. 
Para que esses momentos ocorram, uma equipe multidisciplinar de profis-
sionais deve atuar. De acordo com os Referenciais de qualidade para educação 
superior a distância trata-se de uma: 
Equipe responsável por elaborar e/ou validar o material didático. Conta com 
professores responsáveis por cada conteúdo de cada disciplina, bem como os 
demais profissionais nas áreas de educação e técnica (webdesigners, desenhistas 
gráficos, equipe de revisores, equipe de vídeo, etc.) (BRASIL, 2007, p. 19).
Apesar da diversidade de maneiras de se ofertar a EAD, em todas as 
modalidades existe uma infraestrutura humana, tecnológica e física res-
ponsável para que a experiência didática seja disponibilizada ao aluno. 
Vejamos a seguir uma lista dos profissionais essenciais para a composição 
da equipe de EAD:
 � Analista de back-office — mantém a boa apresentação e eficiência 
das informações do site e do curso on-line, atualizando a interface da 
página de acordo com o interesse dos alunos.
Os profissionais e fornecedores da EAD2
 � Coordenador de EAD — gerencia a equipe de EAD, reunindo os esforços 
para o cumprimento do planejamento da área.
 � Curador — coordena todos os fatores que promovem melhor aprendi-
zagem dentro das mais inovadoras técnicas didáticas.
 � Designer de multimídias — responsável por planejar e desenvolver 
projetos nos ambientes digitais.
 � Designer gráfico — desenvolve os projetos de comunicação e 
entretenimento.
 � Designer instrucional — responsável por planejar, coordenar e ava-
liar os processos e estratégias educacionais com o uso de novas 
tecnologias.
 � Mediadores — responsáveis pelo controle e acompanhamento de 
informações, cumprimento de cronograma e tarefas no ambiente 
virtual.
 � Professor conteudista — responsável pelos assuntos abordados e por 
uma comunicação eficaz, trazendo informações que servirão de dados 
para atender a proposta de aprendizagem.
 � Revisor de textos — com formação em linguagens, responsável por 
escrita correta, dinâmica e coerente, mantendo coesão textual.
 � Tutor — efetua a apresentação dos conteúdos e domina o ambiente 
virtual de aprendizagem. Elabora os planos de aula e tutoria, efetuando 
a mediação entre alunos e professor.
 � Videomaker — sugere roteiros, faz a orientação técnica aos professores 
e trabalha na edição dos materiais audiovisuais.
A equipe técnica e administrativa tem como fundamento de trabalho 
propiciar todo o suporte da atividade-meio, de modo a:
[...] oferecer o apoio necessário para a plena realização dos cursos ofertados, 
atuando na sede da instituição junto à equipe docente responsável pela gestão 
do curso e nos polos descentralizados de apoio presencial (BRASIL, 2007, p. 22-23). 
Os escopos de trabalho desses profissionais podem ser classificados 
como aqueles com propósitos administrativos e aqueles com atribuições 
tecnológicas, como observado no Quadro 1.
Os profissionais e fornecedores da EAD 3
Quadro 1. Dimensões do trabalho das equipes multidisciplinares
Administrativo Tecnológico
 � Acompanhamento do cumprimento 
de prazos processuais e de 
produção de materiais
 � Avaliação e certificação dos 
estudantes
 � Cuidados com as exigências 
legais em todas as instâncias 
acadêmicas
 � Funções de secretaria acadêmica
 � Registro e acompanhamento de 
procedimentos de matrícula
 � Apoio aos professores 
conteudistas na produção de 
materiais didáticos em diversas 
mídias
 � Manutenção e zeladoria de 
materiais e equipamentos 
tecnológicos
 � Responsabilidade pelo suporte e 
desenvolvimento dos sistemas de 
informática
 � Suporte técnico aos estudantes
 � Suporte técnico para laboratórios 
e bibliotecas
Fonte: Adaptado de Brasil (2007).
Entre todos os integrantes da equipe multidisciplinar Behar (2013) e Brasil 
(2007) destacam a importância dos professores e dos tutores. Behar (2013) 
descreve que o docente na EAD cumpre mais do que atividades pedagógicas, 
pois se encarrega de outros afazeres. Concordando com essa premissa, os 
Referenciais de qualidade para educação superior a distância (BRASIL, 2007) 
ressaltam que o trabalho dos docentes na EAD compreende um escopo mais 
amplo quando comparado às funções daqueles presenciais. Nas IES que 
promovem EAD, os professores devem ser capazes de: 
 � estabelecer os fundamentos teóricos do projeto; 
 � selecionar e preparar todo o conteúdo curricular articulado a proce-
dimentos e atividades pedagógicas; 
 � identificar os objetivos referentes a competências cognitivas, habili-
dades e atitudes; 
 � definir bibliografia, videografia, iconografia, audiografia, tanto básicas 
quanto complementares; 
 � elaborar o material didático para programas a distância;� realizar a gestão acadêmica do processo de ensino-aprendizagem, 
em particular motivar, orientar, acompanhar e avaliar os estudantes;
 � avaliar se continuamente como profissional participante do coletivo 
de um projeto de ensino superior a distância. 
Os profissionais e fornecedores da EAD4
O outro agente importante na equipe de EAD é o tutor, profissional com 
formação igual ou superior à graduação que atua em sua área de formação 
como suporte aos alunos para as eventuais dificuldades encontradas quando 
do uso do ambiente virtual de aprendizagem, bem como na compreensão de 
algum ponto específico da disciplina (BRASIL, 2007). Na visão de Gabarrone 
(2017), cabe a esse profissional assumir o papel de criação, orientação e apoio 
em diversos momentos da jornada do aluno, assumindo essencialmente a 
responsabilidade de mediar a aprendizado com o uso das TICs seleciona-
das pela IES no projeto de EAD implantado. Suas atribuições específicas 
variam de uma organização para outra, mas podem incluir atividades de 
feedback, correção de exercícios e provas, esclarecimento de pontos das 
disciplinas, interação em fóruns assíncronos, condução de chats síncronos, 
entre outras funções. 
Os tutores podem exercer suas atividades de maneira presencial ou a 
distância. Conforme os Referenciais de qualidade para educação superior a 
distância, o tutor a distância “atua a partir da instituição, mediando o processo 
pedagógico junto a estudantes geograficamente distantes, e referenciados 
aos polos descentralizados de apoio presencial” (BRASIL, 2007, p. 21). As 
principais atribuições correspondem a:
[...] criação de espaços de construção coletiva de conhecimento, selecionar material 
de apoio e sustentação teórica aos conteúdos e, frequentemente, faz parte de suas 
atribuições participar dos processos avaliativos de ensino-aprendizagem, junto 
com os docentes (BRASIL, 2007, p. 21). 
Por sua vez, o tutor presencial que atende os estudantes em horários 
preestabelecidos: 
[...] deve conhecer o projeto pedagógico do curso, o material didático e o conteúdo 
específico dos conteúdos sob sua responsabilidade, a fim de auxiliar os estudantes 
no desenvolvimento de suas atividades individuais e em grupo, fomentando o 
hábito da pesquisa, esclarecendo dúvidas em relação aos conteúdos específicos, 
bem como ao uso das tecnologias disponíveis (BRASIL, 2007, p. 21). 
Muitas vezes, são atribuições do tutor presencial realizar avaliações, 
ministrar aulas práticas e acompanhar procedimentos em laboratórios es-
pecíficos e nos campos de estágio. Devido a suas atribuições, devem manter 
contato extremo com os demais membros da equipe multidisciplinar de modo 
a fornecer feedback constante sobre como os alunos estão se desenvolvendo 
e opinando sobre as experiências didáticas. 
Os profissionais e fornecedores da EAD 5
De modo geral, a complexidade da EAD exige o trabalho de uma equipe 
multidisciplinar composta por diversas pessoas com competências comple-
mentares. À luz do que se detalha nos padrões de qualidade da educação à 
distância, compete a esses profissionais acompanhar todo o processo que 
corresponde à jornada do aluno em sua aprendizagem, exercendo atividades-
-meio e atividades-fim de modo a cumprir com o modelo de EAD definido no 
projeto pedagógico. 
Competências dos profissionais de EAD
Há quase uma verdadeira “guerra semântica” para definir o que é compe-
tência. Isso acontece porque o termo é objeto de estudo de várias ciências, 
como pedagogia, psicologia e outras. Dessa forma, obter uma uniformidade 
de entendimento é tarefa quase impossível. Por outro lado, esse consenso 
nem deve ser buscado. Cada ciência tem seu campo de estudo definido e, 
dessa maneira, precisa de flexibilidade para o conceito de competência de 
forma a provar suas intencionalidades de pesquisa.
Dávalos e Vásquez (2013) contribuem para as discussões semânticas 
abordando competências sobre os pontos de vista individual e profissional. 
Ao se debruçarem sobre os pensamentos e discussões do tema no âmbito 
individual, eles descrevem que: 
[...] as competências individuais são os conjuntos de características pessoais e 
conhecimento que dão às pessoas a capacidade de desempenhar funções cor-
respondente à sua ocupação de forma satisfatória. São repertórios de comporta-
mentos que algumas pessoas dominam melhor do que outras, o que torna eficaz 
em determinada situação. As competências representam, então, uma linha de 
união entre as características individuais e as qualidades necessárias para realizar 
missões profissionais precisas (DÁVALOS; VÁSQUEZ, 2013, documento on-line).
Prosseguem os autores ao discorrer sobre a interpretação de competência 
profissional Dávalos e Vásquez (2013, documento on-line): 
[...] a capacidade de aplicar, em condições operacionais e de acordo com nível 
exigido, as habilidades, conhecimentos e atitudes adquiridos pelo treinamento e 
experiência, incluindo possíveis novas situações que possam surgir.
Entre os diversos conceitos existentes para competências, opta-se pela 
definição de Fleury e Fleury (2001, p. 187), que as define como “um saber 
agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir 
Os profissionais e fornecedores da EAD6
conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à 
organização e valor social ao indivíduo”. Há a visão aqui de que um pro-
fissional competente é aquele que sabe agir em situações diversas, indo 
além do prescrito e tomando iniciativas quando necessário. O conceito 
também indica que a competência não está ligada apenas a uma relação 
de conhecimentos teóricos e empíricos que as pessoas dominam sobre um 
determinado tema.
Percebe-se, então, que não basta saber tudo sobre uma determinada coisa, 
pois ter competência sobre algo é muito maior do que isso. Para Amaral et al. 
(2008), a definição de competência deve ser compreendida em três dimensões: 
a tríade conhecimento + habilidade + atitude (CHA). Ela pode ser compreendida 
de uma forma fácil: num primeiro momento, tem-se o conhecimento, que deve 
ser entendido como a busca pelo saber. Constantemente, deve-se buscar 
aprender e reaprender, uma vez que, conforme dominamos uma competência 
ou até mesmo subimos de posição na hierarquia das organizações, deparamos 
com problemas de maior complexidade. Dessa forma, quanto mais sabemos 
mais estamos preparados para enfrentar desafios mais complexos e, como 
consequência, mais capacitados nos tornamos.
Em seguida, apresenta-se a habilidade, ou seja, saber utilizar o conheci-
mento adquirido para resolver os problemas. Vale ressaltar que a habilidade 
não é a mera aplicação do conhecimento, mas também a utilização de co-
nhecimentos diversos nunca pensados para cada situação. Isso é uma forma 
de demonstrar criatividade: encontrar novos usos para os conhecimentos 
adquiridos, criando ideias.
A competência amadurece por completo quando demonstramos atitude, 
que consiste em saber fazer acontecer. Com atitude, conseguimos apresentar 
excelentes resultados com a melhor utilização do conhecimento e da habi-
lidade. Trata-se de mobilizar de modo eficaz pessoas e recursos na direção 
desejada.
Como resultado do desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e 
atitudes, pode-se afirmar, como fazem Amaral et al. (2008, documento on-
-line), que uma pessoa competente: “passa a ser a consequência da utilização 
adequada pelo profissional de seus atributos de competência, isto é, dos 
conhecimentos, habilidades e atitudes que possui e que são compatíveis 
com a função que ele desempenha”.
É relevante adicionar também a compreensão de Ruas (2005, p. 39), 
segundo o qual o conceito de competência também assimila a ideia de 
capacidade: 
Os profissionais e fornecedores da EAD 7
Capacidades seriam conhecimentos, habilidades e atitudes desenvolvidas em 
diversas situações (como a formação superior, a experiência prática) e passíveis 
de serem mobilizadas em situações específicas no trabalho. O exercício de uma 
competênciaconsistirá na combinação e na mobilização dessas capacidades para 
cumprir uma demanda de trabalho, ou um evento.
Ruas (2005) acrescenta que é preciso contextualizar cada competência 
a ser realizada. Uma forma de ilustrar isso é observar em cada situação 
quais recursos são necessários para elaborar determinado trabalho e quais 
são as formas de realizá-lo. Ao fazer a melhor escolha possível, colocam-
-se em prática as condições necessárias para exercer tal competência. 
Aqui percebe-se mais uma vez a necessidade de saber cada vez mais: ao 
possuirmos mais conhecimentos, podemos ter um leque maior de opções 
de escolha e, desta forma, aumentamos nossa competência na solução 
de problemas.
Na EAD, há competências alusivas a um dos agentes principais do processo 
de ensino e aprendizado mediado pelas TICs: o docente. Esse profissional 
deve ter uma tríade de saberes para sua atuação: 
 � competências de conteúdo;
 � competências pedagógicas; 
 � competências tecnológicas. 
Ademais, é preciso identificar que o conjunto de competências dos do-
centes é diferente nas modalidades a distância e presencial: 
 � Corpo docente na modalidade a distância — conjunto de profissionais 
vinculados à IES com funções que envolvem o conhecimento do con-
teúdo, avaliação, estratégias didáticas, organização metodológica, 
interação e mediação pedagógica, como autor de material didático, 
coordenador de curso e professor responsável por disciplina. 
 � Corpo docente na modalidade presencial — para fins de avaliação, 
considera-se corpo docente o conjunto de professores com formação 
mínima em nível de especialização, vinculados à IES, que desenvolvam 
atividades de ensino na graduação (BRASIL, 2017).
Os profissionais e fornecedores da EAD8
Ao cotejar as responsabilidades dos docentes nas duas modalidades, 
percebe-se que, para fins de avaliação, espera-se do corpo docente 
na modalidade a distância um conjunto de saberes mais completo do que na 
modalidade presencial. Atenua-se a distinção, porém, quando se percebe que 
poucos são os docentes que atuam exclusivamente numa das modalidades e 
que, devido aos impactos da pandemia da covid-19, todos praticamente tiveram 
que migrar para o meio virtual, agregando, assim, competências por meio da 
experiência empírica forçada, subsidiada ou não por um sistema de capacitação 
das instituições de ensino. 
O construto das competências apresenta múltiplas interpretações e di-
ficilmente será encontrada uma concordância semântica entre as diversas 
acepções do termo. Também percebe-se que, devido os acontecimentos da 
recente pandemia, distinguir as competências dos docentes e da equipe 
multidisciplinar de apoio a EAD daquela presencial faz pouco sentido, uma 
vez que a pandemia reduziu os hiatos e levou — mesmo que forçosamente — 
todos à virtualização da educação. 
Fornecedores na EAD
Para que a EAD seja ofertada por uma IES, um conjunto de procedimentos 
deve ser realizado, desde a etapa de planejamento e inclusão do propósito 
no Plano de Desenvolvimento Institucional até o momento em que o aluno 
tem o seu aprendizado mediado por TICs. 
Em muitas situações, as faculdades, centros universitários e universida-
des não asseguram internamente todos os recursos necessários para atuar 
na EAD. Isso ocorre por falta de recursos financeiros ou de tempo para o 
desenvolvimento interno, ou ainda por estratégia deliberada para que o 
foco fique no gerenciamento do processo-fim e não se estenda à produção 
de soluções para as atividades-meio. Para possibilitar que o aluno tenha 
uma experiência de aprendizado completa, as IES recorrem à terceirização 
de parte dos subsistemas de apoio à oferta da EAD, por meio da contratação 
de fornecedores. 
De acordo com a Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED, 
[2022a], documento on-line): “a prestação de serviço consiste na contratação 
de uma empresa especializada para realizar uma tarefa específica para a 
contratante”. Para essa associação, na EAD muitas são as organizações que 
Os profissionais e fornecedores da EAD 9
prestam apoio para as IES realizarem a oferta da educação nessa modalidade. 
Entre os processos subsidiados, encontramos: 
[...] produção de materiais didáticos em diversos formatos, como vídeos, anima-
ções, textos, etc.; digitalização de materiais; aplicação de materiais didáticos em 
plataformas digitais; gravação de aulas em vídeo, entre outros (ABED, [2022a], 
documento on-line). 
Expandindo a relação de fornecedores para a EAD, a Abed ([2022a]) apre-
senta uma lista de possibilidades de contratação de serviços e produtos 
para a atuação no setor: 
 � agência de consultoria e serviços em marketing digital;
 � agência de publicidade;
 � assessoria de imprensa;
 � consultoria pedagógica e educacional;
 � desenvolvimento de conteúdo para EAD;
 � editorial (produção de conteúdo textuais impressos ou digitais e/ou 
multimídia);
 � impressão e gráfica;
 � produção audiovisual;
 � recursos didáticos para metodologias ativas, simuladores e jogos 
educacionais;
 � tecnologia da informação (hardware).
No censo que a Abed [2022b] realiza constantemente, verificou-se a 
incidência de quais são os serviços mais frequentes cuja contratação é 
patrocinada pelas faculdades, centros universitários e universidades, e até 
mesmo por organizações não educacionais, mas que estruturaram suas 
universidades corporativas. Na Figura 1, percebe-se que soluções para 
webconferência, tais como Zoom, Teams e Meet, aparecem em primeiro 
lugar. Na segunda posição vem a contratação de bibliotecas virtuais, 
seguida, por 38% das IES pesquisadas, da contratação de plataformas 
denominadas Learning Management System (LMS), ou Ambientes Virtuais 
de Aprendizagem (AVA). 
Os profissionais e fornecedores da EAD10
Figura 1. Serviços contratados pelas instituições em 2020, por segmento, em %.
Fonte: Adaptada de Abed [2022b].
Especificamente, nomeando em ordem alfabética os principais for-
necedores de LMS no Brasil, temos: 
 � Blackboard;
 � Canvas;
 � D2L Brasil;
Os profissionais e fornecedores da EAD 11
 � Digital Pages;
 � DTCom;
 � Edools;
 � Grupo A;
 � Otimize-TI;
 � Soluções baseadas em Moodle;
 � Thinkr (GUIA..., 2018).
Ao se contratar um fornecedor, alguns cuidados precisam ser tomados. 
Pensando em seus associados, a Abed teceu algumas recomendações. A pri-
meira delas consiste na análise da necessidade da contratação. Nesse aspecto: 
[...] é importante que a organização contratante tenha um coordenador especializado 
em EAD para que o projeto da ação educativa seja desenvolvido. O coordenador 
deve conhecer as etapas de planejamento, desenvolvimento e avaliação de um 
projeto de EAD (ABED, [2022a], documento on-line).
Tal fato, que à primeira vista parece ser uma obviedade, é de real per-
tinência, uma vez que a IES contratante vai se deparar com um ambiente 
com necessidades e linguagens diferentes da educação presencial, e cujas 
competências são mais específicas. Antes de realizar contratações de for-
necedores, cabe ao coordenador realizar as seguintes indagações (ABED, 
[2022a], documento on-line):
Qual é o público da ação educativa em EAD? Quais suas características? Quais 
são os objetivos da ação educativa? Quais são os recursos humanos e financeiros 
disponíveis na instituição para a contratação? Quais etapas do projeto podem ser 
desenvolvidas pela equipe da instituição contratante e quais precisam ser terceiri-
zadas? Qual é o tempo disponível para a realização do trabalho a ser contratado? 
Quais responsáveis da instituição contratante ficarão encarregados do acompa-
nhamento do trabalho da empresa contratada e como esse acompanhamento 
será realizado? Em quantas etapas o projeto pode ser desenvolvido? (Exemplo: 
planejamento, produção, implantação, entre outros).
Compreendido o projeto de EAD a ser implantado, parte-se para a definição 
e comunicação clara do serviço desejado. Nesta etapa, a coordenação de 
implantação da EAD na IES já conhece o escopo do projeto e pode elaborar 
as premissaspara avaliar as necessidades a serem incorporaras ao projeto 
por meio das competências de terceiros. Deve-se ter o cuidado de especificar, 
Os profissionais e fornecedores da EAD12
principalmente por meio de contratos, todos os pontos essenciais, de modo 
a evitar discordâncias entre o que é esperado pelo contratante e aquilo que 
é entregue pelo fornecedor. Conforme lembra a Abed ([2022a], documento 
on-line): “Uma organização com vasta experiência em resolver diversos pro-
blemas de EAD em instituições diferentes pode oferecer soluções que não 
foram pensadas pela contratante e que podem ser mais efetivas e pertinentes”. 
Uma ação de parceria constante deve nortear as relações entre IES e 
empresas de suporte a EAD. 
Segundo a Abed ([2022a]), outra etapa a ser cumprida pelas IES quando da 
contratação de serviços de apoio a EAD é a pesquisa de mercado sobre pres-
tadoras de serviço. É preciso conhecer de antemão os padrões de qualidade 
do serviço e seu respeito aos prazos, atributos essenciais na educação, seja 
qual for a modalidade. Como medida efetiva, a associação sugere contactar 
outras IES atendidas pela empresa, bem como pesquisar se existem demandas 
judiciais contra o fornecedor, por exemplo.
A Abed ([2022a], documento on-line) também lembra que é preciso es-
tabelecer os critérios para avaliação das propostas, diante de aspectos 
administrativos, técnicos e financeiros, como detalhado a seguir: 
Do ponto de vista administrativo, por exemplo, para que uma empresa seja 
selecionada, ela deve apresentar documentação previamente determinada. A 
orientação para a definição dos documentos necessários deve ser fornecida pelo 
setor financeiro e administrativo da contratante (exemplo: registro, comprovação 
de pagamento de impostos, entre outros). Do ponto de vista técnico, é neces-
sário definir os critérios usados para avaliar as propostas, como adequação ao 
público, originalidade, tempo para realização, entre outros. Do ponto de vista 
financeiro, os critérios também devem ser divulgados. Por exemplo, o critério 
para seleção pode ser o menor preço ou o valor disponível pela contratante para 
a realização do projeto. Também pode ser a relação entre a melhor proposta 
técnica e o menor preço. 
Por meio de critérios objetivos, a IES poderá aferir as propostas e iden-
tificar aquelas que realizarão a melhor entrega de valor para os propósitos 
de EAD delineados pela organização. 
Outra medida salutar no processo de escolha e entrega de serviços 
dos fornecedores é o acompanhamento do processo de produção. A in-
tencionalidade dessa ação reside em evitar atrasos no cumprimento de 
cronogramas de execução e produção realizados às pressas, comprome-
tendo a qualidade. 
Os profissionais e fornecedores da EAD 13
É preponderante também que todas as etapas do processo tenham 
algum tipo de inferência do Núcleo de Educação a Distância, como 
prescreve a Abed ([2022a], documento on-line), ao detalhar que: 
[...] se a prestação de serviço é a produção de um programa de vídeo, é importante 
prever a análise e avaliação do roteiro antes da gravação. Quando o material ainda 
está no roteiro, é possível corrigir aspectos de conteúdo ou pedagógicos que seriam 
de difícil correção depois da gravação. 
Tal cuidado evita retrabalhos que incidiriam em majoração de custos. 
Por fim, uma última medida é ressaltada pela Abed ([2022a]) ao considerar 
as preocupações quanto à contratação de empresas terceirizadas para a 
realização de atividades educacionais a distância: a avaliação das etapas de 
trabalho e do projeto. As métricas de avaliação devem ser construídas em 
comum acordo entre contratante e contratada, de modo a perceber o mais 
rápido possível se algum ponto está ocorrendo fora do previsto. Segundo a 
Abed ([2022a], documento on-line): 
A avaliação nas etapas permite negociações e mudanças de rumo, quando for o 
caso. Evita acumular distorções nas interpretações e garante seguir uma trilha 
mais segura na direção do desenvolvimento dos produtos. A contratante e a con-
tratada devem buscar uma parceria em que cada um colabore da melhor maneira 
possível no processo.
A preocupação aqui é garantir aos gestores que o investimento realizado 
traga o retorno esperado e, ao mesmo tempo, garantir prontidão para o ajuste 
de rumos caso se perceba que o serviço estregue não atende às expectativas. 
É muito importante conhecer também os detalhes dos contratos firmados 
para decidir quanto à pertinência e ao ensejo de trocar de fornecedor, caso 
esta seja a melhor alternativa para as instituições que ofertam a EAD.
Muitas IES ou universidades corporativas efetivam a oferta de seus ser-
viços educacionais por meio de parcerias que colaboram com os projetos 
disponibilizando plataformas de webconferência, bibliotecas e ambientes 
virtuais de aprendizagem, entre tantas outras soluções disponíveis. Para evitar 
dissabores na contratação de terceiros, uma série de recomendações deve 
ser seguida, de modo a garantir que os investimentos realizados entreguem 
a qualidade esperada. 
Os profissionais e fornecedores da EAD14
Referências 
ABED. Censo EAD.BR 2020: relatório analítico da aprendizagem a distância no Brasil. 
Curitiba: InterSaberes, [2022b].
ABED. Orientações para escolha de fornecedores de soluções para a educação a dis-
tância: projeto de EAD: algumas dicas para contratação de fornecedores de serviços 
e soluções. São Paulo: Abed, [2022a]. Disponível em: https://www.abed.org.br/site/pt/
universo_ead/orientacoes_fornecedores/. Acesso em 08/09/2022.
AMARAL, R. M. et al. Modelo para o mapeamento de competências em equipes de 
inteligência competitiva. Ciência da Informação, v. 37, n. 2, 2008. Disponível em: https://
revista.ibict.br/ciinf/article/view/1208. Acesso em: 23 set. 2022.
BEHAR, P. A. Competências em educação a distância. Porto Alegre: Penso, 2013.
BRASIL. Ministério da Educação. Instrumento de avaliação de cursos de graduação 
presencial e a distância. Brasília: MEC, 2017.
BRASIL. Ministério da Educação. Referenciais de qualidade para educação superior a 
distância. Brasília: MEC, 2007.
DÁVALOS, C. G.; VÁSQUEZ, G. A. N. Las competencias: una propuesta conceptual hacia la 
unificación multidimesional en el contexto de los recursos humanos. European Scien-
tific Journal, v. 9, n. 10, p. 391-402, 2014. Disponível em: https://core.ac.uk/download/
pdf/328024035.pdf. Acesso em: 23 set. 2022.
FLEURY, M. T. L.; FLEURY, A. Construindo o conceito de competência. Revista de Admi-
nistração Contemporânea, v. 5, p. 183-196, 2001. Disponível em: https://rac.anpad.org.
br/index.php/rac/article/view/152. Acesso em: 23 set. 2022.
GABARRONE, M. R. Cocriação didática: o processo colaborativo de produção de material 
didático para curso semipresencial. 2017. 116 f. Dissertação (Mestrado em Educação) 
— Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, 2017.
GUIA de fornecedores. Ensino Superior, mar. 2018. Disponível em: https://revistaensi-
nosuperior.com.br/guia-fornecedores. Acesso em: 23 set. 2022.
RUAS, R. et al. Os novos horizontes da gestão: aprendizagem organizacional e compe-
tências. Porto Alegre: Bookman, 2005.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores 
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Os profissionais e fornecedores da EAD 15
Dica do professor
As habilidades inerentes aos profissionais e fornecedores da educação estão em transição. Uma 
mudança vem ocorrendo nos últimos anos em função do avanço da EAD. Isso exige que os 
profissionais e fornecedores se adaptem aos novos moldes desse ramo, para que sejam absorvidos 
pelas instituições e, também, em suas equipes de trabalho.
A atuação dos fornecedores é de suma importância para o bom andamentodo processo de 
implementação e desenvolvimento da EAD. O problema é que existem profissionais e fornecedores 
de excelência que ainda não “viraram a chave” para a EAD. Mesmo com a importante evolução das 
ferramentas de melhoria, aprimoramento e desenvolvimento de competências e habilidades, alguns 
profissionais ainda estão voltados ao ensino presencial e às demais modalidades tradicionais.
Para entrar nesse caminho que a educação abre com a evolução das tecnologias, faz-se necessário 
conhecer alguns tópicos que são relevantes na área. Esses tópicos devem ser de conhecimento dos 
profissionais que não apenas desejam, mas que devem se inserir nesse novo rumo da educação, 
sendo seu entendimento necessário para o bom desenvolvimento das atividades profissionais na 
EAD e o reconhecimento de bons fornecedores desse ramo.
Nesta Dica do Professor, você vai ver alguns conceitos relevantes para o desenvolvimento com 
êxito das atividades pertinentes aos profissionais e fornecedores de EAD.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/1ac6bdcd21cf2e7338396c78d9e0f7e9
Exercícios
1) Atualmente, ocorre a revolução do ensino — e por que não dizer uma evolução? A forma de 
aprender e ensinar está mudando cada vez mais rápido, as ferramentas digitais avançam em 
um constante aprimoramento, e os processos educacionais se reinventam a todo instante. 
Mas a questão que mais chama a atenção é que a velocidade com que as pessoas se 
adaptam às tecnologias é tão rápida quanto a velocidade em que essas tecnologias evoluem.
Assim, cabe um questionamento: se é possível adaptar-se de uma forma tão prática e rápida 
a esses avanços tecnológicos, por que o processo de ensino e aprendizagem não avança 
concomitantemente? Assinale a resposta correta:
A) Os avanços tecnológicos não se adequam às aplicações que são direcionadas à área da 
educação. Isso faz com que se tenha uma lacuna em relação aos avanços da tecnologia e à 
evolução das tecnologias de comunicação e informação que acontecem continuamente.
B) Os avanços na educação são independentes dos avanços tecnológicos e digitais. Há um 
distanciamento entre a utilização e o aprimoramento dos recursos digitais na aprendizagem e 
no seu uso na área de tecnologia da informação, o que justifica esse distanciamento.
C) Os avanços na educação ocorrem rapidamente. Os avanços tecnológicos, as habilidades e as 
competências são importantes. O impeditivo é que os profissionais ainda não se apropriaram 
das habilidades inerentes ao ensino, resultando em alunos desestimulados.
D) Os avanços na educação ocorrem em seu próprio tempo. Alunos têm dificuldades de 
aprendizagem. Ressalta-se a falta de acesso ao ensino presencial de qualidade, não 
permitindo a convivência e a construção de relações que contribuiriam para o crescimento 
pessoal.
E) Os avanços das tecnologias e ferramentas digitais de ensino ocorrem de forma concomitante, 
porém a velocidade com que isso acontece em comparação com a área de ensino é o 
diferencial. A evolução das tecnologias é mais lenta do que a evolução da aprendizagem.
Muitos institutos de ensino superior absorveram profissionais de educação da modalidade 
presencial para as equipes multidisciplinares na EAD. Alguns desses profissionais 
apresentam grande resistência às mudanças que vêm ocorrendo no que diz respeito às 
tecnologias educacionais e às teorias que se desenvolvem a partir desses avanços. As 
habilidades e competências desses profissionais são voltadas para o ensino presencial, e eles 
sempre atuaram dessa forma. Tentar absorver um profissional que ainda não se apropriou 
dos saberes necessários para atuar nessa nova modalidade é muito complexo.
2) 
Unicamps
Realce
Com base nos estudos realizados, quais habilidades e competências são de suma 
importância para que um profissional tenha êxito na modalidade de EAD? Assinale a 
alternativa correta:
A) É importante que o profissional voltado à EAD desenvolva habilidades na área da 
comunicação e informação, já que tais competências não fazem parte de sua formação. Isso é 
possível de se realizar facilmente, uma vez que tais mudanças não ocorrem com grande 
velocidade.
B) O profissional deverá se capacitar no desenvolvimento de materiais educacionais para a 
utilização em suas aulas, bem como produzir vídeos e animações que serão utilizadas em suas 
atividades.
C) O profissional deverá desenvolver aptidões relativas à comunicação, pois a nova modalidade 
de ensino exige que o profissional se expresse como exímio palestrante, organizando ideias e 
sendo bem-sucedido em repassá-las aos discentes.
D) O profissional deve desenvolver habilidades e competências para o uso de tecnologias, a 
realização e a criação de planejamentos na nova realidade da EAD, capacitando-se e se 
preparando para inovar e criar práticas atrativas que permitam a aprendizagem significativa.
E) O profissional da EAD deverá desenvolver a habilidade de oratória, de forma que, ao se 
pronunciar quando estiver atuando, se faça ouvir, e quando estiver palestrando, se faça 
entender. Ele deve estar preparado para o mercado, mas não há pressa para desenvolver tais 
competências e habilidades.
3) Muitos profissionais de educação não estão preparados para atuar em EAD. Mesmo assim, 
muitos deles estão sendo absorvidos em equipes multidisciplinares, ainda que não detenham 
o conhecimento necessário para atuar na modalidade EAD.
O que motiva as instituições de ensino a contratarem ou absorverem esse profissional em 
seu quadro multidisciplinar de trabalho na modalidade EAD? Assinale a alternativa correta:
A) O tempo de serviço do profissional e o carisma dele durante a execução do trabalho são 
fatores preponderantes para a manutenção nos quadros da empresa.
B) A simpatia e a desenvoltura do profissional no trato com os alunos são características 
preponderantes e suficientes para a sua atuação na equipe multidisciplinar.
A capacidade de se reinventar em uma nova realidade de ensino EAD, agregando habilidades 
e competências que permitirão o planejamento, a produção e a execução de atividades 
C) 
Unicamps
Realce
Unicamps
Realce
dentro da instituição de ensino EAD, são fatores suficientes para a sua atuação na equipe 
multidisciplinar.
D) O fato de o profissional participar de cursos que lhe renderão as habilidades e competências 
necessárias para o trabalho, bem como o fato de o professor de ensino presencial ter a prática 
que talvez o profissional de EAD não tenha.
E) A possibilidade de trazer a atuação da modalidade presencial para a modalidade EAD é um 
fator suficiente para a sua atuação na equipe multidisciplinar, uma vez que não há diferença 
entre as habilidades e competências dos dois tipos de profissionais.
4) A equipe multidisciplinar formada para atuar na implementação da EAD em uma instituição 
é constituída por diferentes profissionais das mais diversas áreas. Entre elas, é possível 
destacar profissionais de comunicação e informação. 
Com base nos seus estudos, quais outros profissionais são de suma importância para o bom 
andamento da implementação da EAD em uma instituição?
A) Profissionais de tecnologia da informação, engenheiro de software e pedagogo, devido à 
importância de suas habilidades.
B) Psicólogo, profissional de marketing e programador, devido à importância de suas habilidades.
C) Projetista, analista de sistemas e designer instrucional, devido à importância de suas 
habilidades.
D) Gestor organizacional, administrador e estatístico, devido à importância de suas habilidades.
E) Todos os profissionais são importantes, pois têm características específicas para cada etapa 
do projeto. 
5) Com o intuito de se adaptar às necessidades do aluno e às mudanças tecnológicas 
vivenciadas em tempo real, percebe-se que haverá a necessidade de profissionais com perfis 
específicos para cada segmento de atuação da equipe que trabalha na implementaçãoe 
gestão da EAD na instituição.
O que é preciso para proporcionar um serviço eficaz, cumpridor de metas e prazos e 
comprometido com o resultado?
A) É necessária uma gestão eficaz, flexível e identificada com o perfil do público que se deseja 
atender.
Unicamps
Realce
Unicamps
Realce
Unicamps
Realce
B) É necessário o aproveitamento dos planejamentos realizados pelos professores do ensino 
presencial, servindo de base para a execução de atividades de EAD.
C) É preciso refletir a atuação do professor em sala de aula e o que pode ser revisto para 
melhorar sua atuação diante dos alunos no ambiente escolar.
D) É preciso reconhecer que nem todos — alunos ou professores — estarão aptos a se 
desenvolver, mesmo aprimorando habilidades e competências necessárias.
E) Os profissionais responsáveis pelo aspecto organizacional são suficientes para garantir êxito 
na implementação da EAD.
Na prática
A identificação dos profissionais tem um papel importante na implementação de um projeto de 
EAD. As habilidades e competências inerentes a cada cargo devem ser compreendidas, de forma a 
permitir a correta utilização dos conhecimentos apropriados. Comparar os profissionais da 
modalidade presencial e EAD se faz necessário, pois eles têm atuações e metodologias diferentes, 
além de serem os responsáveis pela implementação do projeto de EAD em suas instituições.
É preciso conhecer as habilidades de cada profissional, de forma a reconhecer as carências da 
instituição e, por consequência, as habilidades que deverão ser aprendidas para que o profissional 
do ensino presencial, por exemplo, seja absorvido pela equipe multidisciplinar.
Acompanhe, Na Prática, um projeto desenvolvido em uma instituição de ensino que pretende 
implantar o sistema de ensino EAD, oferecendo formação pedagógica para que seus professores se 
habilitem e se apropriem da prática de EAD. Dessa forma, após a execução do projeto de criação da 
modalidade na escola, os professores já habilitados, apresentando as competências inerentes ao 
cargo, poderão ser absorvidos pela instituição em sua prática de EAD.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
 
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Ensinando na sala de aula on-line: sobrevivendo e sendo eficaz 
no “novo normal”
Este material apresenta, no Capítulo 3, “A cultura da atenção e engajamento”, algumas ocorrências 
em salas de aula on-line, com comentários de situações e reações dos discentes em relação às 
atitudes dos professores. São reconhecidas as dificuldades enfrentadas nesse “novo normal”, em 
que se busca proporcionar aos alunos a sensação de pertencerem a algo bom e instigante.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação
Esta obra é resultado das reflexões dos coordenadores e professores que participaram do Grupo de 
Experimentações em Ensino Híbrido, desenvolvido pelo Instituto Península e pela Fundação 
Lemann. Um grupo de professores é levado a vivenciar novas formas de atuação, planejamento e 
uso integrado das tecnologias digitais em sala de aula, descritas nos Capítulos 4 e 7, com o objetivo 
de verificar como poderiam impactar os resultados esperados em relação ao desempenho de suas 
turmas.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Educação a distância no mundo e no Brasil
Este artigo apresenta conceitos da EAD, sua forma de trabalho e características dos profissionais 
em diferentes regiões. No decorrer da leitura, também é apresentada a legislação sobre o assunto e 
como a EAD foi implantada no Brasil.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/19/17/ead-educacao-a-distancia-no-mundo-e-no-brasil
A experiência de aprendizagem e 
indicadores
Apresentação
A obra Ensino online e aprendizagem multimédia, organizada por Guilhermina Lobato Miranda (2009), 
mostra que ensinar e aprender na Educação a Distância (EAD) é muito mais do que transpor para 
um novo meio os velhos recursos e as atividades presenciais. E essa concepção convida a olhar 
para os conteúdos, as experiências, o engajamento e a metodologia de ensino voltados para esse 
ambiente. Nesse sentido, é possível descobrir muitas coisas que podem melhorar ainda mais a 
atuação na EAD. Assim, é fundamental que os profissionais da educação envolvidos no e-learning 
estejam preparados para as oportunidades que se abrem na contemporaneidade.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer a relação dos sistemas de gerenciamento da 
aprendizagem e as experiências que oferecem aos estudantes. Você também vai conhecer os 
principais indicadores aos quais uma equipe de EAD deve se atentar, além de entender as práticas 
que favorecem o engajamento dos alunos e dos cursistas.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir LMS e LXP e seu papel na experiência de aprendizagem do estudante.•
Apontar os principais indicadores acompanhados por uma equipe de EAD.•
Identificar práticas da IES e de fornecedores capazes de estimular o engajamento do 
estudante. 
•
Desafio
Cada vez mais as organizações estão buscando soluções para o aperfeiçoamento profissional de 
seus colaboradores, pois estão convictas de que a formação humana promove o desenvolvimento 
profissional e pessoal de seus colaboradores e amplia o compromisso destes com a própria 
organização. Assim, atualmente, os investimentos em formação envolvem a contratação de 
profissionais como pedagogos e técnicos na área da tecnologia para que ambientes virtuais sejam 
criados com o objetivo de promover as melhores experiências de aprendizagem.
Acompanhe a situação a seguir.
 
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/a6b3300e-511a-4754-a37e-0143920e5788/d60e6a55-6afd-4e4d-aaa1-3bc0dcb34ac7.jpg
Nessa proposta, você deve indicar o melhor ambiente, apresentando suas vantagens e 
desvantagens, e defender sua escolha com argumentos que apontem como favorecerá a formação 
dos funcionários tendo em vista o perfil apresentado.
Infográfico
As discussões atuais sobre EAD, ou mesmo sobre o ensino híbrido, que visam promover diferentes 
e enriquecedoras experiências de aprendizagem aos estudantes precisam, além da construção de 
plataformas cada vez mais abertas, quebrar os paradigmas da educação tradicional, de modo a 
promover o protagonismo dos estudantes na construção de seu percurso formativo. Dessa forma, 
não apenas o ambiente, mas todas as relações que nele são estabelecidas precisam ser 
ressignificadas.
Neste Infográfico, você vai conhecer alguns itens indispensáveis ao percurso formativo que 
contempla as demandas do Século XXI para o desenvolvimento humano.
 
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/04a62def-9460-4b12-bfa0-5d2ee77c0e37/fdfdf78d-b3ee-4f75-9c82-a487f1a12839.jpg
Conteúdo do livro
A história da EAD contemporânea traz como marca significativa as mudanças nas concepções de 
aprendizagem que já reconhecem que o aluno é o centro do processo. Dessa forma, os processos 
de formação incorporam novas metodologias e, para atendê-las, também os ambientes de 
aprendizagem são transformados.
Coexistem diferentes sistemas de gestão da aprendizagem, uns mais fechados, outros abertos, 
muitos adaptados, mas todos eles se constituíram historicamente com base nas demandas do 
mercado de trabalho que, cada vez mais conectado no mundo globalizado, requer um profissional 
com competências para atuar neste contexto.
No capítulo A experiência de aprendizagem e indicadores, base teórica desta Unidade de 
Aprendizagem, você vai conhecer duas plataformas de aprendizagem e suas características,assim 
como os indicadores que apoiam as equipes de EAD no acompanhamento das experiências de 
aprendizagem vivenciadas pelos estudantes. Você vai, ainda, identificar algumas práticas realizadas 
nas Instituições de Ensino Superior (IES) e alguns fornecedores que contribuem para essa 
transformação na educação.
Boa leitura.
INTRODUÇÃO 
À EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIA — EAD
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Definir LMS e LXP e seu papel na experiência de aprendizagem do estudante.
 > Apontar os principais indicadores acompanhados por uma equipe de EAD.
 > Identificar práticas da IES e de fornecedores capazes de estimular o enga-
jamento do estudante.
Introdução
No final do século XX e início do século XXI, com a expansão das tecnologias de 
informação e comunicação e as mudanças na política educacional, o Ministério da 
Educação começou a credenciar as primeiras instituições para atuarem na educação 
a distância (EAD). De acordo com Giolo (2018), no ano 2000 eram sete as instituições 
credenciadas na modalidade a distância, com 1.682 alunos. Em 2020, de acordo 
com censo realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais 
(Inep) (BRASIL, 2022), o número de alunos matriculados nessa modalidade foi de 
2.008.979, o que evidencia seu crescimento vertiginoso nos últimos 20 anos.
Esse crescimento, no entanto, não se deu apenas com a expansão do número de 
alunos. Trata-se, na verdade, de um processo histórico acompanhado por mudanças 
nas estruturas tecnológicas, nos estudos sobre a criação de experiências didáticas 
e na própria visão sobre como se aprende. Deve-se citar também o surgimento 
de novos objetos e recursos destinados à potencialização dos estudos de modo 
A experiência de 
aprendizagem 
e indicadores
Rosemary Trabold Nicacio
interativo e para o desenvolvimento de habilidades, além da gestão desse processo 
em toda sua complexidade. 
Neste capítulo, você conhecerá esse processo evolutivo e as características 
contemporâneas da educação na modalidade a distância, identificando as práticas 
que estimulam o engajamento dos estudantes, o conhecimento dos ambientes 
que promovem novas experiências de aprendizagem, bem como as concepções 
que apoiam essas mudanças. Por fim, verá quais são os indicadores que orientam 
a gestão das aprendizagens.
Plataformas de ensino ou experiências de 
aprendizagem?
Ao longo do processo histórico da educação, costuma-se dizer que pouco 
ou quase nada se modificou em relação ao ensino presencial. Em contraste, 
na modalidade a distância as mudanças são constantes e progressivas. A 
efetivação da educação na modalidade a distância contou com a imple-
mentação de processos didáticos mediados por tecnologia, provocando 
grandes investimentos em aperfeiçoamento de hardware e software e em 
metodologias que buscavam desenhar formas adequadas de distribuição e 
organização dos conteúdos. 
Essa evolução trouxe diferentes soluções em relação aos sistemas para 
a EAD. Num primeiro movimento, surgiu o learning management system 
(LMS), ou sistema de gerenciamento de aprendizagem, cuja ênfase eram as 
ferramentas que possibilitavam comunicação, coordenação dos cursos e sua 
administração. Na sequência, houve uma ampliação para o learning content 
management system (LCMS), ou sistema de gerenciamento de conteúdos de 
aprendizagem, que, como o próprio nome indica, tem ênfase nos conteúdos, 
em sua criação, armazenamento e reutilização, sendo conduzidos por objetos 
de aprendizagem. Depois destacam-se o learning activity management system 
(LAMS), ou sistema de gerenciamento de atividades de aprendizagem, cuja 
ênfase está nas atividades e, na sequência, o virtual learning environment 2.0 
(VLE), ou ambiente virtual de aprendizagem de segunda geração, cuja ênfase 
está na aprendizagem personalizada. A respeito desse processo, Rocha, 
Gouveia e Peres (2021, documento on-line) destacam que:
A riqueza do ecossistema que junta dados, informações e conhecimento com o 
digital e com recursos humanos que sejam habilitados a lidar com interação humana 
direta e por via de informação cria ambiente ideal para a transformação digital.
A experiência de aprendizagem e indicadores2
Frente a essa evolução, pensar no ambiente ideal requer, portanto, definir 
como esses sistemas são organizados, tema que examinaremos a seguir.
LMS
O LMS pode ser definido como um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) 
que tem por finalidade criar as condições para a aprendizagem num ambiente 
mediado pela tecnologia da informação (ARAÚJO JR.; MARQUESI, 2009). Todavia, 
cabe ressaltar que o termo AVA é utilizado por educadores que, apesar de 
compreenderem que existe um conceito de sistema, enfatizam o processo 
educacional interativo ali implícito. Já o termo LMS refere-se à arquitetura 
computacional propriamente dita.
Diante disso, nota-se que o sistema voltado à educação requer uma es-
treita relação entre ensino e aprendizagem, e essa relação ocorre por meio 
de dispositivos que possibilitam o diálogo e a participação dos estudantes, 
compartilhando diferentes materiais de estudo e atividades. 
São exemplos de LMS os sistemas internacionais Moodle (software 
livre), Blackboard e, em se tratando de sistema nacional, o TelEduc (da 
Unicamp), entre outros. Esses sistemas oferecem um conjunto de ferramentas de 
comunicação, como salas de bate papo, fóruns, blogs, videoblogs e portfólios. 
São muito utilizados em instituições educacionais e empresas cuja finalidade 
são os processos de ensino, aprendizagem e formação profissional. No entanto, 
desde o início seu uso apresenta desafios, que vêm sendo superados com 
mudanças tanto na estrutura do sistema quanto na evolução dos processos 
metodológicos, pois novas estratégias e perspectivas sobre a aprendizagem 
estão se modificando significativamente.
Inicialmente, os ambientes eram compreendidos como repositórios de 
informações. Nesse sentido, levando a uma utilização reduzida em relação 
aos recursos colaborativos e de interação, as ferramentas disponíveis à 
comunicação apresentavam um movimento bidirecional, cuja concepção de 
conhecimento mostrava-se “como algo (hiper)textual, aberto a conexões, à 
integração de várias linguagens (sons, textos, imagens) e âncoras” (ROSTAS; 
ROSTAS, 2009, p. 136).
Num primeiro momento, as limitações apresentadas estavam vinculadas 
muito mais a concepções didático-pedagógicas e culturais do que técnicas, 
pois as concepções de aprendizagem não poderiam ser, na EAD, mera trans-
A experiência de aprendizagem e indicadores 3
posição das concepções tradicionais vistas no ensino presencial. Segundo 
Oliveira, Cunha e Nakayama (2015, p. 160) “a aprendizagem à distância requer 
um projeto pedagógico diferente do projeto de educação presencial e ao 
mesmo tempo igual ou até mais rigoroso que um curso presencial”. 
A suposta autonomia esperada dos alunos prescinde da utilização de 
plataformas e métodos que realmente lhes proporcionem a oportunidade 
de se colocar no centro desse processo e compreender que a construção do 
conhecimento é uma competência do indivíduo. Isso, porém, não ocorre sem 
que haja a interação com o conhecimento e com as outras pessoas. Nessas 
perspectiva, Hoffmann (2021, documento on-line) descreve:
As metodologias ativas de aprendizagem, os laboratórios e os maker spaces são 
bons exemplos de um modelo centrado no aluno e construcionista, pois o estudante 
precisa colocar a “mão na massa” (hands on), aplicando os conceitos teóricos por 
meio de práticas laboratoriais, construção de protótipos, discussão entre pares, 
elaboração de projetos, resolução de problemas, discussão de casos, entre outros. 
Por fim, os simuladores são um bom exemplo de um modelo construcionista e 
padronizado.
Desse modo, as modificações que foram sendo introduzidas tornaram o 
ambiente cada vez mais interativo e intuitivo, possibilitando que as meto-
dologias ativas e construcionistas pudessem guiar os aprendizes em suas 
experiências didáticas, como veremos no modelo examinado a seguir.Plataforma de experiência de aprendizagem
A learning experience platform (LXP), ou plataforma de experiência de apren-
dizagem, é uma plataforma de aprendizagem aberta. Podemos dizer que é 
uma evolução da LMS, pois, como vimos, os sistemas estão em constante 
transformação e acompanham as novas demandas e avanços em termos 
de metodologias de aprendizagem. Em termos de avanço, temos o uso da 
inteligência artificial como ferramenta que orienta as experiências de apren-
dizagem de forma personalizada. 
Na plataforma LXP, os estudantes são os protagonistas numa aprendiza-
gem ativa, pois têm condições de selecionar e organizar conteúdos de forma 
intuitiva e com ampla interatividade. Além disso, devido às suas experiências 
e escolhas, a inteligência artificial orienta-os na direção de suas preferên-
cias, tornando a aprendizagem uma experiência personalizada e muito mais 
interessante. 
A experiência de aprendizagem e indicadores4
Os novos ambientes virtuais apoiam-se na inteligência artificial 
para orientar as experiências didáticas dos estudantes. Atualmente, 
encontramos nesse âmbito expressões como machine learning e deep learning, 
que surgiram a partir do desenvolvimento da inteligência artificial e são as 
formas de comunicação que ocorrem por um chatbot. Vamos conhecer melhor 
esses termos (SOUZA et al., 2019):
 � Chatbot refere-se a um robô que orienta a algo por meio da comunicação, 
muito comum em sites em que há uma primeira conversa que visa atender 
alguns problemas específicos. Esse robô pode ser programado em diferen-
tes níveis de comunicação, dependendo do patamar de aprendizagem da 
máquina, como melhor explicado a seguir.
 � Machine learning, ou aprendizado de máquina, é a área da ciência da compu-
tação que torna possível a inteligência artificial, criando determinadas regras 
(algoritmos) que organizam dados para solucionar um problema. Assim, por 
meio de padrões identificados, definem a possível solução diante deles. É 
um mecanismo de inteligência usado para dar resposta a problemas pre-
viamente identificados. No entanto, sempre que é colocado frente a novos 
dados, adapta-se e pode gerar novas respostas.
 � Deep learning é o aprendizado de máquina mais profundo e sofisticado, pois 
constitui uma rede neural que aprende a distinguir imagens e falas, processar 
linguagem natural e distingui-la como os seres humanos fazem, a partir de 
novas experiências. Por isso, é capaz de realizar tarefas avançadas sem a 
interferência humana. 
Você pode conhecer mais sobre o assunto consultando a leitura recomendada 
no final deste capítulo.
Na LXP, os estudantes tornam-se multiplicadores de conhecimento, devido 
ao caráter colaborativo dessa plataforma. Como a experiência é individua-
lizada, a plataforma recomenda conteúdos de acordo com o interesse do 
estudante, e o faz a partir de diferentes funcionalidades. Assim, mais do que 
interagir em fóruns e chats, na LXP o estudante é integrado a outras mídias 
sociais em que é possível diminuir o tempo de comunicação e ampliar seu 
engajamento, uma vez que suas dúvidas e questionamentos terão respos-
tas quase que imediatas dentro de uma comunidade de aprendizagem. Há 
diversos formatos para os objetos de aprendizagem, que passam por uma 
curadoria cuidadosa e constantemente atualizada, inclui-se ainda experiên-
cias com simuladores, espaços imersivos, games, microlearning, etc. Além 
disso, também são disponibilizados objetos de conhecimento como artigos, 
podcast e vídeos, de forma que os estudantes possam compor a sua própria 
A experiência de aprendizagem e indicadores 5
playlist. Desse modo, o aluno pode selecionar o formato e a mídia que melhor 
se adaptam à sua forma de aprender, podendo incluir outros materiais na 
plataforma, mantendo os temas sempre atualizados e, com isso, ampliando 
as experiências numa comunidade de aprendizagem.
No Brasil, a LXP tem sido mais utilizada dentro de organizações que in-
vestem na formação e desenvolvimento dos seus profissionais e em ensino 
no modelo híbrido, mas o conceito de experiências de aprendizagem é cada 
vez mais utilizado pelas instituições educacionais que estão pouco a pouco 
transformando seus sistemas de aprendizagem.
Como vimos nesta seção, a EAD é uma modalidade que compreende a 
integração de metodologias didáticas aos recursos tecnológicos, e essa com-
binação tem evoluído de acordo com as demandas, não apenas tem termos 
de sistema e arquitetura, mas principalmente em relação às experiências de 
aprendizagem que vem proporcionando aos estudantes.
Indicadores de acompanhamento das 
experiências de aprendizagem
Para que um estudante possa desenvolver seu percurso, é fundamental 
conhecer profundamente o ambiente em que serão realizadas as atividades 
de aprendizagem. Seja num ambiente mais fechado ou mais aberto, sua 
organização deve ser planejada de forma consciente, apoiada nos objetivos 
definidos e nas concepções de aprendizagem propostas.
As atuais discussões sobre aprendizagem por experiências têm levado 
educadores a se preocuparem com a possibilidade de serem substituídos 
pela inteligência artificial, uma vez que em ambientes abertos supõe-se 
que os alunos estejam livres para selecionar conteúdo sem o controle do 
professor, quer por meio de vídeos do YouTube ou buscas no Google, mas não 
é bem assim. Num ambiente aberto, cabe ao professor promover a curadoria 
de conteúdos. 
A experiência de aprendizagem e indicadores6
Além disso, há uma grande preocupação das equipes de EAD com a questão 
do controle que um ambiente LMS possibilita, controle este que ocorre tanto 
no âmbito da organização do curso quanto na gestão do processo, como 
vimos anteriormente. Com novos tipos de plataforma, como LXP, teremos 
outras formas de acompanhamento, daí a necessidade de conhecê-las mais 
atentamente.
Frente a essas questões, é interessante apontar os indicadores que devem 
ser acompanhados por uma equipe EAD para identificar cada um desses 
sistemas.
Indicadores a partir das experiências dos alunos
Tomando os dois sistemas estudados, LMS e LXP, vamos encontrar diferentes 
formas de uso e, consequentemente, diferentes indicadores para que as 
equipes de EAD possam acompanhar os processos de aprendizagem.
Como vimos, muitas instituições educacionais estão utilizando sistemas 
LMS adaptados para a produção de experiências de aprendizagem com a 
inclusão de inteligência artificial, mais especificamente machine learning, 
para que um chatbot oriente os alunos em seus estudos, mas essa adaptação 
não transforma uma plataforma como a LXP. No entanto, isso nos mostra que 
há uma evolução e, em termos de desenvolvimento tecnológico, como bem 
sabemos, as mudanças são muito rápidas. No entanto, há ainda uma barreira 
a ser vencida, que reside na cultura da aprendizagem, ou seja, as concepções 
ainda se mantêm presas ao controle, mas também isso vem se transformando.
Num ambiente LMS, as equipes conseguem controlar o conteúdo e a 
participação dos estudantes por diferentes relatórios gerados no ambiente. 
O Quadro 1 apresenta um retrato disso a partir do caso específico do Moodle.
A experiência de aprendizagem e indicadores 7
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A experiência de aprendizagem e indicadores 9
Observe que os estudantes são acompanhados em todas as atividades 
previstas no AVA. No entanto, podemos perceber que há uma falha nesse 
sistema, pois não é identificado se o aluno está de fato estudando, pois pode 
acessar e manter o sistema aberto sem ler o texto ou assistir ao vídeo, por 
exemplo. Mas como é um sistema fechado, as métricas tendem a mapear e 
identificar o percurso de aprendizagem dos alunos, e isso ocorre no uso das 
diferentes ferramentas didáticas que podem evidenciar outros aspectos, 
como a compreensão de dado conteúdo ou mesmo o grau de aprofunda-
mento ou envolvimento do estudante no desenvolvimento das atividades a 
ele propostas, seja em fórum de discussão ou em outros formatos possíveis 
nesse ambiente. Quando os resultados da aprendizagem evidenciam pouco 
conhecimento adquirido pelo aluno, o que é reconhecido por meio de relatórios 
gerados pelo próprio sistema, o professor fará uma intervenção de forma 
manual, ou seja, irá organizar novos conteúdos e atividades de estudo para 
o aluno. Por fim, por meio da tutoria serão realizados acompanhamentos e 
orientações.
Numa plataforma LXP, por ser aberta e oferecer menor controle, tem-se 
a impressão de não ser possível acompanhar a aprendizagem. No entanto, o 
que ocorre é que a concepção de aprendizagem é bem diferente e por isso 
os indicadores serão de outra natureza. Então vamos conhecê-los um pouco 
melhor.
Tendo em vista que a educação contemporânea está voltada ao desen-
volvimento de competências e habilidades, vamos relembrar o conceito a 
partir de Perrenoud (1999, p. 24):
[...] uma competência com uma certa complexidade envolve diversos esquemas 
de percepção, pensamento, avaliação e ação, que suportam inferências, anteci-
pações, transposições analógicas, generalizações, apreciação de probabilidades, 
estabelecimento de um diagnóstico a partir de um conjunto de índices, busca das 
informações pertinentes, formação de uma decisão etc. 
Diante disso, podemos destacar que entre as características da LXP estão 
os indicadores de competências e habilidades gerados ao longo das experi-
ências de aprendizagem dos estudantes, ou ainda de profissionais, caso se 
trate de um ensino implementado numa organização. 
O uso da machine learning acompanhando os processos de aprendizagem 
gera dados sobre os caminhos escolhidos pelo estudante para resolver de-
terminado desafio, e essa escolha segue uma lógica de pensamento. Logo, 
tem-se um mapeamento das habilidades cognitivas utilizadas pelo estudante 
e, portanto, já desenvolvidas, e aquelas que ainda precisam se desenvolver. 
A experiência de aprendizagem e indicadores10
Dessa maneira, a plataforma reorganiza os conteúdos a serem oferecidos 
para que o estudante possa reconduzir seu percurso com o desenvolvimento 
das novas habilidades. Esse indicador oferece condições mais precisas sobre 
o percurso de aprendizagem com apoio da inteligência artificial. Além disso, 
por meio de chatbot, o estudante é estimulado a manter-se atento ao estudo 
e não desistir. Enfim, o que temos é uma máquina conversando com os alunos 
e orientando-os a partir de um mapa de competências ou conhecimentos que 
estão previstos para seu perfil de desenvolvimento, uma vez que o ensino 
se torna personalizado. 
Outro aspecto importante é o histórico gerado no dispositivo que rastreia 
os conteúdos específicos estudados, gerando indicadores de usabilidade 
e, assim, demonstrando quais linguagens, caminhos ou formatos são mais 
adequados ao estudante para que continue engajado em sua aprendizagem, 
além de gerar indicadores para o trabalho da curadoria. Esse processo perso-
nalizado é orientado pela inteligência artificial. Além disso, nas plataformas 
LXP há uma maior integração com outros sistemas ou mídias sociais (social 
learning), valorizando a troca de experiências. Nesse sentido, há espaços em 
que se forma uma comunidade de aprendizagem, e mediante trocas de men-
sagens e/ou informações é possível identificar o pensamento dos estudantes 
e a forma como desenvolvem suas aprendizagens. Há também ferramentas 
de análise de discurso que podem ser utilizadas para essa finalidade. Todas 
as dúvidas, questionamentos e reflexões ficam armazenados nos espaços 
de diálogo dessa comunidade, sendo possível perceber os interesses de 
cada membro.
Como vimos, na EAD torna-se importante que as equipes acompanhem 
as aprendizagens por meio de indicadores, os quais variam em cada modelode sistema. Num modelo fechado, há relatórios diversos que monitoram o 
percurso do estudante e subsidiam o professor em suas intervenções. Já num 
ambiente aberto, que oferece experiências de aprendizagem autônomas, a 
inteligência artificial torna-se fundamental para a identificação das apren-
dizagens, sejam elas de conteúdo ou competências e habilidades. Diante 
dos resultados, redireciona-se o estudante no caminho para seu constante 
desenvolvimento. Também conta-se com um espaço coletivo, que constitui 
uma comunidade de aprendizagem em que, além da troca de experiências, 
encontram-se registros dos pensamentos, questionamentos, dúvidas, etc. Ao 
professor caberá o acompanhamento para atualizar o catálogo de informações, 
pois a curadoria torna-se imprescindível ao constante desenvolvimento e 
formação dos estudantes.
A experiência de aprendizagem e indicadores 11
Para melhor compreender na prática como isso ocorre, na próxima seção 
vamos conhecer uma experiência de aprendizagem escolar e outra na formação 
dentro de uma organização, pois ambos são espaços de atuação pedagógica.
Experiências de aprendizagem e 
engajamento dos estudantes
A concepção de aprendizagem por meio de experiências é uma ideia antiga, 
mas que coube muito bem na atualidade, por estarmos frente a um momento 
histórico, em que os estudantes estão imersos no ciberespaço por meio dos 
aparelhos móveis que já se mostram como extensão de suas mãos. Outra 
concepção já consolidada é de que a aprendizagem ocorre em qualquer lugar. 
Por isso, entendemos que o conceito de lugar extrapola o ambiente formal de 
uma sala de aula tal qual a conhecemos. Os estudantes, com acesso a uma 
infinidade de informações, podem acessá-las livremente. Contudo, torna-se 
cada vez mais importante que eles desenvolvam habilidades digitais para 
que seja possível integrá-los de forma ampla e autônoma nesse universo.
De acordo com Rocha, Gouveia e Peres (2021, documento on-line): 
Ser digital não é apenas uma questão de tecnologia e de ter competências em TICs 
[tecnologias da informação e comunicação]. Diz respeito também, e sobretudo, a 
como aumentar a criatividade e melhorar a capacidade de resolver problemas, 
características que (ainda) são inerentemente humanas. 
É preciso, portanto, buscar novas formas de pensar e interagir com outras 
pessoas, pois já sabemos o quanto interagir na diversidade pode ser uma 
estratégia inteligente para a construção dessas mudanças cognitivas. A seguir, 
vamos conhecer algumas práticas desenvolvidas em instituições de ensino 
superior e, em seguida, conhecer alguns fornecedores que contribuem para 
a realização dessas práticas.
Experiências didáticas nas instituições
As instituições de ensino superior (IES) que mantêm cursos na modalidade 
a distância ou híbridos estão pouco a pouco transformando seus sistemas 
de aprendizagem e as metodologias utilizadas, pois acabam sendo levadas 
pelas demandas atuais bastante exigentes frente aos desafios neste século 
XXI. Com um mundo globalizado e com sofisticados recursos tecnológicos 
A experiência de aprendizagem e indicadores12
acessíveis a muitas pessoas cotidianamente, tais modalidades tornam-se 
parte indissociável da formação e da aprendizagem.
Como já discutimos anteriormente, as IES que iniciaram na modalidade a 
distância o fizeram com a implantação de um sistema LMS. Este aos poucos 
está sendo ampliado e adaptado para atender as exigências de formação 
profissional. Além disso, não podemos excluir as universidades corporativas, 
que já estão migrando para plataformas LXP.
Como destacado por Furuno, Tomelin e Santos (2021, documento on-line): 
“as plataformas ou os recursos selecionados devem apoiar o desenvolvimento 
estratégico da IES, assim como devem ser aderentes à proposta pedagógica 
institucional”. Dessa forma, constatamos que as IES foram modificando seus 
sistemas na medida em que atualizam suas metodologias na constituição dos 
cursos de formação profissional.
E foi justamente pelas conquistas já realizadas que em 2020 e 2021 a maior 
parte das IES privadas do país conseguiu se organizar rapidamente para 
atender o ensino remoto, pois já contava com recursos organizados. Restava 
então — o que não foi pouco — formar os professores que não atuavam em 
EAD para se integrarem ao uso de ferramentas e recursos para um ensino 
até então pouco convencional, o ensino remoto.
Algumas IES mantêm em seus sites os recursos que disponibilizam aos 
estudantes de cursos na modalidade a distância ou híbridos. Nesse âmbito, 
destacam-se os ambientes imersivos, que promovem experiências didáticas 
significativas aos estudantes. Nos cursos da área da saúde, por exemplo, há 
ambientes hospitalares virtuais pelos quais os estudantes podem caminhar 
e conhecer; para cursos de licenciatura ou que formam profissionais que 
atuarão em atividades com crianças, pode haver uma brinquedoteca virtual, 
em que cada canto tem uma finalidade pedagógica e conduz o estudante a 
integrar teoria e prática. Outras experiências interessantes ocorrem pelo 
estudo de objetos em 3D e realidade aumentada. 
Nunes et al. (2021, p. 12), que realizaram estudos sobre o uso de 
realidade aumentada em práticas pedagógicas nas áreas de ciências 
e letras, constataram que:
Dentro da biologia, destacaram-se os conteúdos de genética e reino animal. Já em 
química e física, destacou-se a utilização da realidade aumentada para explorar 
temas como eletromagnetismo, termodinâmica, leis de Newton, astronomia e 
visualizações de estruturas moleculares. Quanto aos tópicos de ensino na área 
de português que utilizam realidade aumentada, destacaram-se as questões de 
leitura e produção textual.
A experiência de aprendizagem e indicadores 13
Esses objetos já fazem parte das experiências de aprendizagem de muitas 
IES, mostrando a integração cada vez maior desses recursos na formação 
profissional, inclusive em cursos presenciais, que se apoiam neles para pro-
porcionar as experiências necessárias para a construção de competências, 
pois é no cenário do mundo do trabalho que surgem as demandas para a 
formação profissional.
Entre tantos avanços e inovações que as IES vêm apresentando, é impor-
tante destacar o uso da machine learning. Como destaca Serafim (2019, p. 1), 
os tempos estão mudando e já se vislumbra que:
[...] a adoção de machine learning, inteligência artificial, internet das coisas, Indústria 
4.0 e/ou tecnologias disruptivas trará algum impacto no cenário da educação e do 
processo de ensino-aprendizagem e, claro, na formação de professores capazes 
de dar conta da rapidez com que os alunos aprenderão e reaprenderão, seja em 
áreas nas quais a interface com a tecnologia é mais evidente, seja em áreas que são 
impactadas pelo processo de construção sociotécnica e sua co-conformação da 
sociedade e da tecnologia neste cenário. Decorrente disso, o ambiente de trabalho, 
que já passa por transformações, será cada vez mais disruptivo. 
Nessa perspectiva, as IES estão criando espaços mais dialógicos e interco-
nectados entre si, visando formar comunidades de aprendizagem e ampliando, 
dessa forma, as relações espaço-temporais na construção do conhecimento.
Estimulando o engajamento dos estudantes
O mercado já dispõe de plataformas que tornam a EAD uma experiência 
interessante e enriquecedora quanto ao aspecto de desenvolvimento de 
competências e habilidades pessoais e profissionais, destacando as habilida-
des digitais não apenas como um conhecimento técnico, mas como uma nova 
forma de pensar. Nesse sentido, Furuno, Tomelin e Santos (2021, documento 
on-line) destacam que as plataformas mais citadas são “Google, Blackboard e 
plataforma própria”, mostrando que já há investimento das IES em organizar 
seus ambientes de aprendizagem de forma personalizada e adequada aos 
projetos institucionais.
No entanto, é importante destacar que a escolha de um ambiente não 
deve restringir-se à sua arquitetura. Como adverte Miranda (2009), o ensino 
e a aprendizagem pelos multimeiossão constructos complexos, principal-
mente em relação ao modo como os estudantes processam e representam 
as informações que estão disponíveis nesses ambientes. Inevitavelmente, há 
uma certa limitação quando um estudante está processando uma informação 
A experiência de aprendizagem e indicadores14
nova ou pouco conhecida, uma vez que não desenvolveu ainda modos de 
pensar que lhe confiram rapidez na aprendizagem, e isso pode levá-lo a uma 
sobrecarga cognitiva, desencorajando-o.
A partir de Furuno, Tomelin e Santos (2021, documento on-line), des-
tacamos algumas ferramentas a serviço da implantação das mais 
diversas metodologias ativas: “Google Jamboard; Google Formulários; Edpuzzle; 
realidade virtual e aumentada; DreamShaper; Blackboard Collaborate”. Para 
aprendizagem por projetos: “Mentimeter, Pickers, Padlet, Google Slides, etc.”. 
E na aprendizagem por competências: “Blackboard Collaborate”, entre outras.
Além das metodologias mais adequadas, Bidarra (2009) contribui com 
reflexões acerca da escolha do melhor AVA quando se consideram as vertentes 
que direcionam os processos de aprendizagem e principalmente de interação, 
como podemos observar no Quadro 2, a seguir.
Quadro 2. Características de AVAs
Vertente técnico-pedagógica Vertente sociopsicológica
Tecnologia Pedagogia Aspectos cognitivos
Aspectos 
afetivos
Aspectos 
relacionais
Sistemas 
hipermídia; 
ambientes 
virtuais; 
interatividade 
de mídias.
Autoaprendi-
zagem; 
construtivismo; 
modelos 
pedagógicos 
colaborativos.
Modelação e 
mapeamento 
cognitivo; 
estilos de 
aprendizagem.
Motivação, 
satisfação, 
imaginação 
e 
criatividade.
Motivação, 
satisfação, 
imaginação 
e 
criatividade.
Fonte: Adaptado de Bidarra (2009).
Uma vertente técnico-pedagógica direciona-se mais a aprendizagem 
individual, autoaprendizagem e atividades colaborativas. Já a vertente so-
ciopsicológica considera aspectos que são considerados importantes na 
aprendizagem presencial e que, em AVA, podem ser implementados para 
oferecer melhores experiências aos estudantes, como os aspectos cognitivos, 
afetivos e relacionais, impulsionando ao desenvolvimento de competências e 
habilidades mais amplas e, consequentemente, criando maior engajamento 
dos estudantes.
A experiência de aprendizagem e indicadores 15
Atualmente, o cardápio para a construção de uma plataforma rica em 
recursos tecnológicos que favorecem as experiências didáticas é amplo e 
requer um bom projeto pedagógico institucional. Contudo, cabe destacar 
que ainda será preciso muita formação docente para que seja modificada a 
cultura educacional, considerando como aspecto central o aluno protago-
nista e autônomo, capaz de organizar seus conteúdos de aprendizagem em 
ambientes abertos, selecionando os formatos que melhor se adaptam à sua 
maneira de interação didática.
Por fim, ao longo desse estudo pudemos definir dois ambientes de apren-
dizagem, um mais fechado e outro mais aberto. No entanto, ambos são válidos 
para que as IES materializem a formação que definiram em seus projetos 
pedagógicos. Também apontamos os principais indicadores de acompanha-
mento das experiências de aprendizagem e, ao final, identificamos algumas 
práticas já existentes e alguns fornecedores disponíveis para a concretização 
de uma educação cada vez mais centrada nos estudantes.
Referências 
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parâmetros de qualidade. In: LITTO, F. M.; FORMIGA, M. M. M. (org.). Educação a distância: 
o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. p. 358-369.
BIDARRA, J. Aprendizagem multimédia interactiva. In: MIRANDA, G. (org.). Ensino online 
e aprendizagem multimédia. Lisboa: Relógio d’Água, 2009. p. 352-382.
BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educa-
cionais Anísio Teixeira. Resumo técnico do Censo da Educação Superior 2020. Brasília, 
DF: Inep, 2022.
FURUNO, F.; TOMELIN, K. N.; SANTOS, L. Ferramentas para impulsionar a aprendizagem 
virtual. In: ROCHA, D. G.; OTA, M.; HOFFMANN, G. (org.). Aprendizagem digital: curadoria, 
metodologias e ferramentas para o novo contexto educacional. Porto Alegre: Penso, 
2021. E-book. cap. 8.
GIOLO, J. Educação a distância no Brasil: a expansão vertiginosa. Revista Brasileira de 
Política e Administração da Educação, v. 34, n. 1, p. 73-97, 2018.
HOFFMANN, G. Os impactos da transformação digital no contexto educacional brasi-
leiro. In: ROCHA, D. G.; OTA, M.; HOFFMANN, G. (org.). Aprendizagem digital: curadoria, 
metodologias e ferramentas para o novo contexto educacional. Porto Alegre: Penso, 
2021. E-book. cap. 1.
MIRANDA, G. (org.). Ensino online e aprendizagem multimédia. Lisboa: Relógio d’Água, 
2009.
MOODLE. [Website oficial]. 2022. Disponível em: https://moodle.org/?lang=pt_br. Acesso 
em: 25 ago. 2022.
NUNES, F. et al. O uso da realidade aumentada em práticas pedagógicas nas áreas de 
ciências e letras: uma revisão sistemática da literatura. SciELO Preprints, 2021.
A experiência de aprendizagem e indicadores16
OLIVEIRA, P. C.; CUNHA, C. J. C. A.; NAKAYAMA, M. K. Learning Management Systems (LMS) 
and e-learning management: an integrative review and research agenda. Journal of 
Information Systems and Technology Management, v. 13, n. 2, p. 157-180, 2015.
PERRENOUD, P. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed, 1999.
ROCHA, D. G.; GOUVEIA, L. B.; PERES, P. Práticas pedagógicas inovadoras: novos desa-
fios. In: ROCHA, D. G.; OTA, M.; HOFFMANN, G. (org.). Aprendizagem digital: curadoria, 
metodologias e ferramentas para o novo contexto educacional. Porto Alegre: Penso, 
2021. E-book. cap. 2.
ROSTAS, M. H. S. G.; ROSTAS, G. R. O ambiente virtual de aprendizagem (Moodle) como 
ferramenta auxiliar no processo ensino-aprendizagem: uma questão de comunicação. 
In: SOTO, U.; MAYRINK, M. F.; GREGOLIN, I. V. (org.). Linguagem, educação e virtualidade. 
São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. p. 135-151. 
SERAFIM, M. P. Como será o cenário da educação superior em 2030? Avaliação: Revista 
da Avaliação da Educação Superior, v. 24, n. 3, 2019.
SOUZA, E. P. et al. Aplicações do Deep Learning para diagnóstico de doenças e identi-
ficação de insetos vetores. Saúde em Debate, v. 43, p. 147-154, 2019.
Leituras recomendadas
OLIVEIRA, P. C. et al. O uso do Learning Management System (LMS) por gestores de 
educação a distância. Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância, v. 19, 
n. 1, 2020.
VICARI, R. M. Influências das tecnologias da inteligência artificial no ensino. Estudos 
Avançados, v. 35, n. 101, p. 73-84, 2021.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores 
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
A experiência de aprendizagem e indicadores 17
Dica do professor
As experiências de aprendizagem por meio de atividades de imersão representam uma excelente 
oportunidade para o diálogo da teoria com a prática. Na formação de professores, é fundamental 
olhar para o cotidiano da sala de aula e entender o sentido que cada atividade tem para a 
aprendizagem e o desenvolvimento infantil.
Nesta Dica do Professor, você está convidado a viver uma experiência imersiva de aprendizagem.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
 
https://grupoa-edtech.grupoa.education/object/FqV_4RBcQJG_aeCTmdK3cw
Exercícios
1) Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs), tão conhecidos pelos alunos, são sistemas 
de gestão da aprendizagem que, ao longo de sua implantação, sofreram grandes mudanças 
quanto à sua arquitetura, aos seus objetivos e às formas de organização.
Tendo em vista as questões metodológicas como guia na organização da educaçãonessa 
modalidade, analise as afirmativas a seguir.
I. AVA é a denominação da arquitetura do sistema.
II. O Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment (Moodle) é, na verdade, um 
Learning Management System (LMS).
III. Cada sistema está organizado a partir de uma concepção de aprendizagem, o Learning 
Experience Platform (LXP) é o mais aberto para as experiências de aprendizagem.
IV. Uma das características marcantes dos sistemas LMS é o controle exercido por meio de 
uma deep learning, ou seja, uma rede neural que realiza tarefas avançadas.
Está correto o que se afirma em:
A) IV, apenas. 
B) II e III.
C) I e IV.
D) I, II e III.
E) I, II, III e IV.
2) A inteligência artificial está presente em quase tudo o que fazemos atualmente, por 
exemplo, os smartphones controlam os canais de TV ou mesmo marcam os registros de 
pressão sanguínea e batimento cardíaco lidos por nosso relógios digitais. Na EAD, os 
ambientes estão cada vez mais integrados a essa tecnologia. 
Considerando seus estudos, assinale a alternativa correta. 
Muitos sites de IES já possuem chatbots integrados em sua página de abertura para responder 
às questões básicas dos visitantes que estão interessados em algum curso. Além disso, esses 
A) 
Unicamps
Realce
Unicamps
Realce
chatbots captam as informações para que um atendente humano finalize o atendimento. 
B) Machine learning são ambientes sofisticados que definem as métricas para o 
acompanhamento das experiências de aprendizagem, definindo as competências 
demonstradas pelos alunos nas atividades, e que se utilizam de rede neural com informações 
diversas, as quais podem ser distinguidas pelos seres humanos. 
C) Os ambientes virtuais como o Moodle são totalmente controlados por meio da deep learning, 
a qual emite relatórios de desempenho dos alunos, assim como de sua frequência e 
constância na realização das atividades dentro do ambiente, por isso, tornam mais fácil as 
ações docentes. 
D) Os professores estão sendo substituídos pouco a pouco pelos chatbots, uma vez que são 
estes os responsáveis por gerenciar as aprendizagens, diagnosticando as dificuldades dos 
alunos e encaminhando-os para objetos de estudo mais adequados às suas necessidades de 
aprendizagem e formação. 
E) O machine learning nos AVAs tem como função responder a partir de problemas padrões, por 
isso apresentam grandes limitações quanto às mudanças nas situações que lhe são 
apresentadas, não se adaptando ou gerando novas respostas. 
3) No atual contexto de AVA aberto como o LXP, há aspectos importantes na sua composição 
que precisam ser considerados, uma vez que esse ambiente oferece experiências de 
aprendizagem mais dinâmicas. 
Nessa perspectiva, torna-se cada vez mais significativa a curadoria de conteúdos. Assim, sob 
esse aspecto é correto afirmar que: 
A) A curadoria é a seleção de materiais feita pelo design instrucional dentro do AVA, pois este é 
um repositório de informações voltado para os estudos de conteúdos específicos.
B) Os formatos de objetos de aprendizagem que podem ser selecionados em um processo de 
curadoria são os vídeos, o podcast e os artigos definidos pelos professores das disciplinas. 
C) Em um ambiente aberto a experiências de aprendizagem como o LXP, não se faz necessária a 
curadoria, pois a comunidade de aprendizagem realiza a seleção de objetos na própria 
internet. 
D) A curadoria é uma oportunidade para apoiar a educação digital e não foca apenas nos 
conteúdos, mas em como os temas são ensinados e como promovem experiências de 
qualidade. 
Unicamps
Realce
E) Os AVAs têm ferramentas apoiadas na inteligência artificial, as quais, após os registros de 
acesso dos estudantes, reconhecem suas preferências e fazem a curadoria. 
4) Nesse contexto tão complexo quanto os atuais ambientes de aprendizagem, as formas de 
controle ainda são muito utilizadas pelas instituições de ensino. 
Considerando o sistema de gestão das aprendizagens, assinale a alternativa que aponta um 
indicador que possa apoiar a equipe de EAD. 
A) Os algoritmos identificam o grau de competência desenvolvido pelo estudante, pois está 
programado dentro das regras da inteligência artificial. 
B) Os chatbots, a partir de um mapa de competências previamente delineado, acompanham e 
motivam os estudantes a seguirem seus estudos. 
C) Os relatórios identificam os acessos e a frequência dos estudantes em cada atividade 
realizada e subsidiam os professores no acompanhamento. 
D) Os softwares de análise qualitativa dos discursos são utilizados como indicadores de 
satisfação e aprendizagem em ambientes virtuais. 
E) Recursos como comunicação pelo WhatsApp, e-mail e postagem de tarefas são os principais 
indicadores utilizados pelo gerenciamento do sistema. 
5) As experiências de aprendizagem representam a concretização de concepções de 
aprendizagem centradas nos alunos, no desenvolvimento de suas competências e 
habilidades para a vida em sociedade e na sua atuação profissional, dentre elas a 
competência digital. 
Diante desse contexto, identifique se são (V) verdadeiras ou (F) falsas as afirmativas a seguir.
( ) Ser digital é dominar todas as tecnologias de informação e comunicação.
( ) Os ambientes imersivos são formas de desenvolvimento da capacidade de resolver 
problemas, o que caracteriza o ser digital.
( ) Aumentar a criatividade é um dos aspectos valorizados entre as habilidades digitais.
( ) Os recursos tecnológicos devem servir à aprendizagem de novas formas de interação e de 
pensamento.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta. 
Unicamps
Realce
A) V – V – V – V.
B) F – V – V – V.
C) F – F – F – V.
D) V – F – F – V.
E) F – F – F – F.
Unicamps
Realce
Unicamps
Realce
Na prática
A proposta de uma universidade corporativa é promover a formação profissional, muito além do 
treinamento, porque olha para aspectos mais amplos como a formação pessoal, o desenvolvimento 
de competências, dentre tantas outras.
Entenda, Na Prática, como uma empresa do segmento da moda utiliza-se de um ambiente mais 
aberto e de ferramentas diversificadas para ampliar a formação de seus colaboradores.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja a seguir as sugestões do professor.
Aprendizagem, meios digitais e afeto: propostas para um novo 
paradigma na educação superior
As discussões sobre aprendizagem na modalidade a distância são diversas, muitas questionam a 
solidão e a frieza de se estudar com máquinas. Por meio deste artigo, você vai refletir sobre o afeto 
na aprendizagem mediada por tecnologia, um tema que merece nossa atenção e reflexão.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Aplicação de técnicas de inteligência artificial para classificação 
de fuga ao tema em redações
A sociedade está cada vez mais envolvida em ambientes virtuais, seja na internet, seja em 
ambientes fechados, e cada vez mais ligada à inteligência artificial. Neste artigo, você vai ver como 
a inteligência artificial é utilizada para a correção de redações de alunos que estão sendo 
preparados para o Enem.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Uma (pequena) história? A IA na Educação
Neste vídeo da TEDxOeirasED, você vai conferir uma excelente reflexão sobre como a IA está na 
vida cotidiana e, consequentemente, na educação.
 https://www.scielo.br/j/icse/a/nS7VmJR4Vx7PmyfN8WXsctz/abstract/?lang=pt
https://preprints.scielo.org/index.php/scielo/preprint/view/3825/7116
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Aprendizagem digital: curadoria, metodologias e ferramentas 
para o novo contexto educacional
A EAD é um tema amplo e há cada vez mais estudos ampliando essas discussões. Neste livro, os 
organizadores oferecem subsídios para o aprofundamento dos estudos sobre a curadoria de 
conteúdos, os ambientes virtuais, as ferramentasde aprendizagem, dentre outros.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
https://www.youtube.com/embed/29IWfw-omp4
O material didático para EAD
Apresentação
A educação a distância (EAD) é uma modalidade que está em uma crescente por conta dos avanços 
tecnológicos. Ela proporciona o acesso ao conhecimento de acordo com o tempo e o espaço 
disponíveis pelo estudante. 
Para dar conta dessa realidade de maneira efetiva, a produção do material didático tem uma 
especial importância durante o processo de ensino e aprendizagem, devendo ser atrativo, dinâmico 
e, além disso, impulsionar o protagonismo e a curiosidade do educando, independentemente de sua 
realidade social, cultural e econômica. Sendo assim, alguns cuidados devem ser mantidos pelo 
autor/produtor de materiais didáticos para a educação a distância. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você entenderá melhor o fluxo de produção desses materiais 
didáticos, bem como a importância de manter a qualidade e a acessibilidade em uma produção de 
EAD, por meio de recursos, como as metodologias ativas que potencializam o processo de ensino e 
aprendizagem. Além disso, você poderá refletir sobre a importância da autoria das produções, tanto 
por parte do professor quanto do aluno. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever o fluxo básico de uma produção de conteúdo.•
Identificar o uso de metodologias ativas na produção de materiais didáticos para EAD. •
Definir direitos autorais e a atuação da Creative Commons em projetos educativos. •
Desafio
A produção de material didático para EAD é um trabalho feito a muitas mãos. Cada etapa dentro 
dessa construção é importante para que o fluxo cumpra um cronograma previsto e se alcance o 
êxito ao final. A partir dessa premissa, analise a seguinte situação.
A partir disso, responda:
a) Qual postura você, como coordenador, assumiria no primeiro contato com Sandra, para organizar 
o processo de produção?
b) Quais dicas você daria para ajudar a professora conteudista a organizar a produção?
Infográfico
A produção de materiais para EAD conta com uma série de recursos que permite possibilidades de 
planejamento, colocando a criatividade do professor diante de um contexto motivador para o 
processo de ensino e aprendizagem.
Na tentativa de oferecer algumas sugestões para você investir em uma produção para EAD, este 
Infográfico traz ideias de criação por meio de aplicativos como YouTube, Slack, Canva e Notion.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/1f4a9f8f-21fa-41dd-984b-848c4dbe7725/e248f8dd-7c45-4bd9-8b8d-7f8ffb8aa0be.jpg
Conteúdo do livro
A produção de conteúdo para EAD conta com um percurso teórico e produtivo capaz de embasar e 
qualificar o processo de criação do professor, evidenciando medidas e caminhos facilitadores do 
entendimento de ideias e conteúdos pelo estudante-alvo da EAD, para que as aprendizagens 
significativas aconteçam levando em conta o tempo, a organização e o espaço de cada estudante.
No capítulo O material didático para EAD, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você 
conhecerá os caminhos que uma produção de material didático para educação a distância passa até 
chegar ao estudante. As discussões desenvolvidas são teoricamente embasadas, na tentativa de 
despertar o entendimento sobre o fluxo de produção, as alternativas de produção, por meio das 
metodologias ativas, e a importância dos direitos autorais.
Boa leitura.
INTRODUÇÃO 
À EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIA — EAD
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Descrever o fluxo básico de uma produção de conteúdo.
 > Identificar o uso de metodologias ativas na produção de materiais didáticos 
para EAD.
 > Definir direitos autorais e a atuação do Creative Commons em projetos 
educativos.
Introdução
A educação a distância (EAD) é uma modalidade de ensino que permite a construção 
do conhecimento usando ferramentas e recursos on-line. Na EAD, professores e 
alunos estão em tempos e espaços diferentes, mas estão conectados para atingir 
um objetivo. A praticidade de concluir os estudos dentro de casa, assistindo às 
aulas quantas vezes forem necessárias e conciliando o estudo com o trabalho, 
tem levado alunos do mundo inteiro a optarem por essa modalidade.
Diante disso, muitos recursos tecnológicos foram utilizados, e as plataformas 
educacionais ganharam destaque no cenário educacional. Pais, alunos e profes-
sores passaram a estar conectados tecnologicamente em busca da construção 
do conhecimento. Trata-se do início de um novo tempo.
A partir dessa perspectiva, a EAD e a produção de conteúdos se encontram em 
uma nova fase, criando um novo modo de fazer a educação e o processo de ensino 
e aprendizagem. Quando falamos em transformação educacional, o movimento 
da EAD com bases nas tecnologias no mundo on-line tem papel central.
O material didático 
para EaD
Tamires Pereira Duarte Goulart
Nos ambientes on-line, todo conteúdo precisa ser previamente organizado, 
planejado e preparado por professores. Esses profissionais seguem uma produção 
e um fluxo contínuo de trabalho, obedecendo cronogramas e padrões preesta-
belecidos pela instituição. Neste capítulo, vamos estudar tudo que envolve essas 
questões.
Fluxo básico de uma produção de conteúdo
O ensino presencial carrega consigo a logística de que o professor de uma 
turma, ou de um componente curricular, deve, por meio de um planejamento, 
dar a sua aula a um grupo de alunos. No presencial, a aula flui e as dúvidas 
surgem, e o professor pode conduzir de forma a sanar qualquer dificuldade 
que possa aparecer durante esse processo. Às vezes, pelo olhar do aluno, o 
professor já consegue reforçar ideias e informações. Além disso, no presencial, 
o professor conhece e vive a realidade dos alunos.
No ensino on-line, isso não acontece. O professor, que não conhece seus 
alunos e não está inserido em suas realidades, precisa produzir conteúdos e 
prever, dentro de suas ideias e atividades, os anseios de diferentes contextos 
e realidades. Não é uma tarefa fácil. Para que resultados positivos sejam 
alcançados, existe uma gama de fatores que devem ser seguidos pelos agentes 
envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.
A EAD é construída com muitas mãos, e o fluxo de produção passa por 
olhares de profissionais de diferentes áreas. Uma única produção demanda 
muito tempo para ser produzida e organizada, atentando-se às ideias desses 
diferentes setores. A Figura 1 mostra a demanda de um fluxo de trabalho para 
a produção de um conteúdo EAD. Esse trabalho precisa ser em equipe, por 
isso é sempre importante ter um intercâmbio entre os profissionais que estão 
responsáveis pela organização da unidade de aprendizagem ou disciplina 
que está em produção.
Segundo Filatro (2018), preparar conteúdos para EAD significa incorporar, 
nos materiais digitais, boa parte da comunicação didática que, na educação 
presencial, acontece ao vivo e de forma oral.
O material didático para EaD2
Figura 1. Profissionais no fluxo de produção.
Coordenadores 
de curso Backstage
Auxiliares 
fi nanceiros 
e administrativos
Professores 
conteudistas
Designers 
educacionais
Videomaker
Intérpretes 
de Libras
Designers 
gráfi cos
Revisores 
de texto
Em cada uma dessas etapas, os profissionais responsáveis trabalham cole-
tivamente para que o material atinja qualidade e significado para os diversos 
alunos que terão acesso a ele em tempos e lugares distintos. Por exemplo, 
uma produção de 2022 pode ser um material estudado em 2026. Por isso existe 
a necessidade de não pontuar situações temporais e momentâneas, já que 
elas podem ser de difícil entendimento sem uma contextualização adequada.
Agora que você já conhece os profissionais envolvidos na produção de 
conteúdo para EAD, vamos estudar o que cada um deles fazem, conforme 
Filatro e Bileski (2015) e a Classificação Brasileirade Ocupações (CBO, c2017).
Os coordenadores de curso são os responsáveis por organizar, pensar e 
programar um determinado curso, bem como todas as unidades temáticas 
e disciplinas ofertadas, para que se tenha uma previsão de quantos e quais 
profissionais serão necessários. Além disso, são responsável por promover 
as contratações e fazer reuniões para repassar as demandas.
Os professores conteudistas são os responsáveis pela produção em si. 
É por meio deles que as outras demandas vão ter sequência. O conteudista 
planeja, prepara, escreve, faz questões avaliativas e, muitas vezes, grava as 
videoaulas. Todo o conteúdo é pensado por ele.
O material didático para EaD 3
Os designers educacionais organizam e planejam as demandas, com um 
tempo de trabalho determinado em cada etapa. Além disso, promovem o 
diálogo entre as equipes, atentando-se à qualidade e didática do material 
produzido.
Depois de o conteudista criar o conteúdo e de o designer educacional fazer 
ajustes, o material é passado para as revisões pedagógicas e linguísticas. 
Os revisores pedagógicos cuidam da didática da produção. Eles avaliam se o 
conteúdo está adequado, se as questões atendem aos padrões e se o material 
está de fácil acesso e entendimento ao público. Por outro lado, o revisor 
de texto fica responsável pela revisão linguística, atentando-se às normas 
da língua portuguesa e à redação do texto em todo o material. O conteúdo 
também conta com o apoio do revisor técnico, que vai validar a produção 
tecnicamente, com feedbacks e sugestões específicas da área.
Depois disso, o material volta para o designer educacional, que o en-
caminha para os designers gráficos, cuja atribuição é preparar as imagens 
gráficas e a identidade de cada curso, padronizando todo o material. Assim, 
os videomakers poderão editar e publicar os materiais audiovisuais. Depois, 
esses vídeos são repassados aos intérpretes de Libras, para que fiquem 
acessíveis ao público surdo.
Quem organiza tudo isso são os backstages, que vão inserir os conteúdos 
e as atividades na plataforma escolhida pela instituição, podendo também 
dar suporte aos alunos. Os auxiliares financeiros e administrativos vão dar 
suporte aos trâmites burocráticos que envolvem as equipes.
Esses são apenas alguns exemplos de profissionais que trabalham na 
produção de conteúdo para EAD. Ainda que haja outros profissionais, esses 
exemplos são suficientes para que você entenda que é preciso descentralizar 
as demandas e trabalhar em equipe.
É importante destacar que o fluxo de cada instituição pode variar, 
acrescentando ou excluindo profissionais no ciclo de produção. Por 
exemplo, a Universidade Aberta do Brasil (UAB) conta com uma equipe mais 
reduzida na produção de conteúdo, sendo o professor conteudista o responsá-
vel, junto com o coordenador de curso, por toda a produção. No entanto, há o 
apoio de tutores presenciais, para os polos de atuação dos cursos, e de tutores 
virtuais, que dão suporte ao professor conteudista em relação ao contato com 
os alunos e à correção de atividades.
O material didático para EaD4
O primeiro passo para o professor conteudista é construir a ementa 
da disciplina a ser ofertada, se esta já não foi elaborada anteriormente. 
Caso ela já tenha sido elaborada, o primeiro passo é analisar a ementa e 
traçar possíveis recursos, temas e estímulos a serem utilizados durante o 
desenvolvimento do conteúdo. Esse olhar do conteudista para a criação do 
material é fundamental para o desenvolvimento da disciplina. Se exigimos 
que seja estimulada a criatividade do estudante, precisamos estimular a 
criatividade do autor. É por isso que a voz do professor conteudista e a 
construção em equipe são tão importantes. O próximo passo do professor é 
se apropriar de conceitos teóricos, livros, artigos, reportagens e vídeos que 
reflitam sobre a temática. Também é imprescindível que o professor estude 
e entenda a metodologia adotada pela empresa ou instituição que oferta 
o material desenvolvido. Analisar a filosofia de trabalho e os templates a 
serem seguidos é o início de uma trajetória bem sucedida na produção de 
conteúdos EAD.
As metodologias ativas podem enriquecer o material e trazer o engaja-
mento de diversos tipos de estudantes. Na próxima seção, vamos estudá-las.
Metodologias ativas e metodologia imersiva 
na produção de materiais para EAD
A EAD e a produção de conteúdo contam com uma série de metodologias 
que favorecem o processo de ensino e aprendizagem. O professor conteu-
dista tem a possibilidade de produzir um material dinâmico e construtivo, 
estimulando a vivência e a aprendizagem dos estudantes. Dois momentos 
são importantes dentro desse processo: as aulas síncronas e as aulas 
assíncronas. 
Os momentos síncronos são aqueles em que o professor consegue dar 
uma aula virtual em tempo real com os alunos, ou seja, no momento da aula, 
enquanto o professor fala, os alunos estão presentes, podendo questionar, 
dar opiniões e tirar dúvidas. Algumas universidades de EAD proporcionam 
esses momentos de forma escalonada, organizada e agendada. Por outro 
lado, os momentos assíncronos são as aulas gravadas pelo professor de 
forma atemporal, que podem ser assistidas várias vezes pelo aluno, mas não 
têm a interação entre aluno e professor.
O material didático para EaD 5
Essas oportunidades de interação são importantes para os estudantes. 
Também são essenciais para o professor avaliar sua prática, podendo recalcu-
lar rotas e próximos passos. No entanto, nem sempre é possível ter momentos 
síncronos. No mercado a distância, há formatos de ensino apenas assíncronos. 
Isso não diminui a qualidade de aprendizagem ofertada, tendo em vista que 
se pode contar com outros elementos facilitadores do conhecimento, como 
chats, fóruns de discussão, glossários, dicas do professor, materiais de apoio 
e materiais interativos.
Para promover uma aula, seja síncrona ou assíncrona, o professor pode 
contar com as inovações metodológicas ativas, que são caminhos de enga-
jamento do estudante com a construção ativa do conhecimento. A partir das 
metodologias ativas, o aluno é o protagonista do conhecimento, enquanto 
o professor é o mediador do processo, oferecendo alguns caminhos para se 
chegar ao conhecimento e à aprendizagem significativa.
Bacich e Moran (2018) afirmam que é essencial existir uma educação 
que ofereça condições de aprendizagem em contextos de incertezas, 
desenvolvimento de múltiplos letramentos, questionamento da infor-
mação e autonomia para resolução de problemas complexos. Os autores 
entendem que:
É preciso reinventar a educação, analisar as contribuições, os riscos e as mudanças 
advindas da interação com a cultura digital, da integração das TDIC [(tecnologias 
da informação e comunicação)], dos recursos, das interfaces e das linguagens 
midiáticas à prática pedagógica, explorar o potencial de integração entre espaços 
profissionais, culturais e educativos para a criação de contextos autênticos de 
aprendizagem midiatizados pelas tecnologias. Para impulsionar o engajamento dos 
estudantes nos processos de ensino e aprendizagem é premente recontextualizar 
as metodologias de ensino diante das suas práticas sociais inerentes à cultura 
digital, ou seja, integrar as mídias e as TDIC no desenvolvimento e na recriação de 
metodologias ativa (BACICH; MORAN, 2018, p. 21).
Existem várias metodologias ativas, e cada uma delas oferece uma gama 
de alternativas para o professor propor novas formas de fazer educação. O 
Quadro 1 apresenta alguns exemplos.
O material didático para EaD6
Quadro 1. Metodologias ativas na EAD
Metodologia 
ativa Conceito Aplicabilidade na EAD
Aprendizagem 
baseada em 
problemas
Construir a aprendizagem 
a partir de problemas, 
unindo a teoria com a 
prática. O estudante se torna 
protagonista, solucionando 
situações dos mais 
diferentes âmbitos: sociais, 
educacionais, culturais, 
ambientais, entre outros. 
É possível criar situações 
fantasiosas, mas que 
podem ser verdadeiras, 
dependendoda área de 
interesse do curso ou 
disciplina. Assim, os alunos 
vão construir soluções 
baseadas em argumentos e 
fatos por meio de atividades 
de escrita, chat, podcast, 
vídeo, etc. É preciso deixar 
o aluno argumentar e 
exercitar seu ponto de vista 
com base em fatos.
Gamificação A gamificação convida o 
estudante a trabalhar com 
alguns elementos presentes 
nos jogos, como regras, 
desafios, competitividade 
e trabalho em equipe. Não 
é um jogo em si, mas busca 
no jogo e nos seus recursos 
ideias para criar momentos 
de aprendizagem.
Pode-se proporcionar 
um quiz de revisão com 
conceitos importantes e 
oportunizar que o estudante 
crie regras, jogos e 
desafios, podendo fazer um 
intercâmbio entre grupos. 
É possível criar um desafio 
para engajar os estudantes, 
com alguma bonificação.
Aprendizagem 
por projetos
O conhecimento é 
desenvolvido e estimulado 
por meio de projetos que 
partem do interesse e da 
realidade dos alunos. Os 
desafios da realidade da 
vida humana são elementos 
que podem nortear uma 
proposta.
Pode-se fomentar a 
criação de projetos dentro 
da perspectiva de cada 
estudante, com uma ideia 
central que permita a 
cada um explorar a sua 
temática e realidade com 
apresentações, seminários, 
imagens, fotos, vídeos, etc.
(Continua)
O material didático para EaD 7
Metodologia 
ativa Conceito Aplicabilidade na EAD
Sala de aula 
invertida
Metodologia centrada em 
três momentos: antes, 
durante e depois da aula. É 
possível nos momentos de 
interação síncronos com o 
professor . 
Metodologia possível 
para aqueles cursos com 
encontros síncronos. O 
conteúdo é transmitido 
antes do encontro, e os 
alunos estudam e trazem 
ideias e dúvidas a serem 
partilhadas com o grande 
grupo. Em seguida, faz-se 
um fechamento em 
portfólio, fórum, mapa 
mental, etc.
Sala de aula 
compartilhada
Estudantes envolvidos na 
construção de um mesmo 
fim. Unem-se disciplinas e 
temáticas diferentes para 
construir uma ideia e chegar 
a uma solução. Professores 
trabalham coletivamente 
para que o aluno sinta que 
a educação é um todo, não 
fragmentos.
Deve-se permitir a 
construção de pensamentos 
coletivos pelo Google Drive, 
Skype, entre outros. Os 
estudantes de diferentes 
realidades podem se unir 
em busca de uma finalidade, 
de uma resolução de 
problemas. Cloud words, 
Canvas e jamboards podem 
ser recursos importantes.
Design 
thinking
Design thinking é uma 
prática poderosa de 
transformação das relações 
e dos desafios cotidianos 
vividos no lócus educacional. 
É uma metodologia que 
ensina a projetar para criar 
novos produtos, ideias e 
modos de fazer. Envolve a 
união de vários professores 
e estudantes em cooperação 
para se chegar à criatividade 
e inovação.
Pesquisas, entrevistas, 
formas de pensar diferentes, 
infográficos, montagem de 
fotos, jogos e atividades. Os 
alunos pensam e produzem 
textos, resenhas e imagens 
para a promoção do 
conhecimento.
Fonte: Adaptado de Moran (2018) e Rocha (2018).
É importante que, ao construir o material de EAD, o professor crie situações 
e propostas de atividades que promovam a metodologia ativa, deixando o 
aluno ser o centro das descobertas. Isso deve ser feito por meio de buscas, 
construções, escritas, pesquisas, jogos, mapas mentais, infográficos, apre-
sentações, etc. O aluno ativo é aquele que tem o protagonismo do processo. 
(Continuação)
O material didático para EaD8
Durante as videoaulas e no próprio material escrito, o professor deve chamar 
o aluno para pensar e deve colocar situações de reflexão que liguem a teoria 
e a prática, independentemente da área de atuação ou da formação que o 
curso, unidade de aprendizagem ou disciplina promova.
Mesmo distante do estudante e sem conhecer suas diferentes realidades, 
o professor precisa aproximar o conteúdo trabalhado das expectativas do 
público nas áreas de educação, saúde, economia, meio ambiente, engenharias, 
etc. Colocar o estudante para refletir sobre situações que podem acontecer 
diariamente é uma das possibilidades de trazer o estudante para dentro das 
ideias abordadas.
Ainda, há inúmeros recursos e fazeres na perspectiva da metodologia 
imersiva, cujo foco também está no protagonismo do estudante, fazendo-o 
vivenciar o conhecimento de forma real. Sem sair do lugar, a aula imersiva 
consegue, por meio do mundo digital, conduzir os alunos para além de leituras 
e escritas. É no concreto, na vivência de um problema ou de uma situação 
que está a necessidade da aprendizagem in loco. É a vida real acontecendo 
por meio de simulados e feedbacks do professor e de outros estudantes.
Uma das vertentes imersivas são as storytellings, em que, por meio de 
histórias, o aluno é convidado a viver situações e refletir sobre pontos impor-
tantes e necessários a um determinado momento. Prática e experiência são 
duas palavras que descrevem essas aulas, conduzindo o aluno a realmente 
aplicar o que foi apreendido. É inegável que essas práticas pedagógicas 
estão relacionadas às metodologias ativas, em especial à cultura maker, no 
sentido de aprender fazendo.
Independentemente da metodologia ativa ou imersiva escolhida para 
desenvolver uma aula, um projeto ou uma disciplina, a premissa básica é o 
protagonismo do aluno, promovendo situações para que ele possa refletir e 
encontrar soluções. Esse protagonismo leva à discussão sobre a importância 
de enxergar o aluno como produtor de conteúdo, e não apenas consumidor. 
Diante disso, é essencial atentar-se para a produção autoral, respeitando os 
direitos autorais na produção de ideias e informações.
Um modelo de universidade que vem conquistando muitos estudantes 
é a Universidade Aberta de Portugal, que é a primeira universidade 
portuguesa que buscou disseminar uma metodologia de ensino e aprendiza-
gem totalmente virtual. Seu ensino de graduação e especialização em nível de 
mestrado e doutorado totalmente on-line está ganhando espaço em discussões 
internacionais. Para saber mais sobre esse assunto, leia o material “Modelo 
pedagógico virtual da Universidade Aberta”, autoria de Alda Pereira et al. ([2006]).
O material didático para EaD 9
Acessibilidade na produção de materiais de EAD
A acessibilidade é uma condição importante em todas as produções de ma-
teriais. Isso significa que os materiais devem sempre atender ao máximo de 
públicos distintos, considerando as diferenças e deficiências que podem 
estar presentes na pessoa que vai receber o material.
Para que essa garantia se efetive, alguns caminhos são trilhados e aprovei-
tados na hora de planejar e preparar a aula de EAD. De acordo com Iwarsson 
e Stahl (2003), a acessibilidade é o encontro entre a capacidade funcional 
de uma pessoa ou um grupo e o design e as demandas do ambiente físico. 
A acessibilidade precisa estar presente em todo o contexto educacional, da 
educação infantil até o ensino superior. É ela que garante o direito de todos 
terem acesso ao conhecimento, em especial ao ensino obrigatório, que abrange 
a faixa etária de 4 e 18 anos.
Na EAD, a acessibilidade é imprescindível, pois a EAD é a difusora da 
ampliação da educação e busca chegar àqueles que não têm condições para 
concluir seus estudos de forma presencial. A acessibilidade é fundamental 
nos polos de apoio físico ao aluno, nos ambientes virtuais de aprendizagem 
e na produção do conteúdo, e deve-se pensar nas diferenças desde o começo 
do processo de EAD.
Uma das possíveis condutas para trabalhar com a acessibilidade é por 
meio do desenho universal da aprendizagem. Essa é uma prática que pode 
ser um caminho para promover o acesso e o uso de ambientes virtuais de 
aprendizagem, incluindo a acessibilidade em bibliotecas digitais on-line, em 
materiais educacionais digitais, entre outros.
É importante lembrar que não estamos falando de criar ambientes e 
materiais adaptados para alunos com deficiência, mas promover ambientes 
digitais flexíveis e acessíveis a todos os usuários que contemplem as diferenças 
existentes entre as pessoas.
É importante que você entendaque os materiais EAD estão atingindo cada 
vez mais os públicos, e a tendência é que a EAD cresça ainda mais. Da mesma 
forma, cresce o número de alunos com deficiência que chegam ao ensino 
superior. Esses alunos buscam se qualificar para o mercado de trabalho ou 
para aperfeiçoamento pessoal. Por isso, os materiais precisam dar conta de 
construir um conhecimento de qualidade para todos os públicos.
O material didático para EaD10
Direitos autorais e a atuação do Creative 
Commons em projetos educativos
No momento em que se almeja um aluno ativo, que produz conteúdo em 
sala de aula, presencialmente ou a distância, torna-se inevitável atentar-
-se aos direitos autorais em todos os projetos educacionais. É necessário 
encaminhar os alunos à escrita criativa, respeitando os direitos autorais de 
outros e fazendo valer o direito de cada um que escreve e cria um material.
No Brasil, a Lei nº 9.610/98 (BRASIL, 1998) ampara os autores, estabelecendo 
regras de proteção de direitos autorais, além dos direitos e limitações que 
o autor tem perante sua obra. O principal fator para a proteção de uma obra 
é a sua originalidade.
A produção EAD feita pelo professor conteudista também deve atender 
a essas exigências, sendo, em sua maioria, autoral. Quando o professor 
precisar de fontes bibliográficas para afirmar ou exemplificar uma ideia, 
é necessário usar as citações diretas ou indiretas. Sobre isso, Leffa (2020) 
explica que ideias de até três linhas podem ser identificadas no corpo do 
texto, seguindo as seguintes regras:
Sobrenomes dos autores, quando fora dos parênteses, ponha só a inicial em mai-
úscula, ligados pela conjunção "e". Ponha ano e página entre parênteses, como 
aparece no exemplo. Como você está citando as palavras dos autores, ponha o 
que eles disseram entre aspas. Quando os sobrenomes dos autores estão dentro 
dos parênteses, ponha tudo em maiúsculas, separados por ponto e vírgula (LEFFA, 
2020, documento on-line).
As ideias com mais de três linhas precisam estar à margem direita, com 
espaçamento de 4,5, com o sobrenome do autor em maiúsculas. Quando 
fora de parênteses e fazendo parte da frase, deve-se colocar apenas a inicial 
em maiúscula. O ano de publicação deve vir entre parênteses (LEFFA, 2020).
Copiar as ideias que outra pessoa já escreveu ou produziu em algum 
formato digital sem mencionar a fonte pode ser considerado crime de plágio. 
Para auxiliar nesse processo, algumas alternativas podem ser úteis, como a 
licença Creative Commons.
O material didático para EaD 11
O Creative Commons é uma organização não governamental que tem 
como foco a elaboração e manutenção de licenças livres que auxiliem 
na cultura de criação e compartilhamento. O Creative Commons ganhou força 
com a expansão mundial da internet. Hoje, as licenças estão em sua terceira 
versão e foram adotadas e adaptadas por mais de 55 países, incluindo o Brasil 
(CADERNO REA, 2013).
Existem vários tipos de licença que objetivam a promoção e o comparti-
lhamento de materiais educativos, sendo, no Brasil, amparadas pela Lei de 
Direitos Autorais e pelo Código Civil. Para ser válida, toda licença precisa estar 
mencionada em algum campo do material que for compartilhado (CADERNO 
REA, 2013).
Essa iniciativa tem contribuído com a propagação e divulgação do conhe-
cimento, tendo em vista que são licenças de fácil acesso por todos e o próprio 
autor é quem decide como deve ser compartilhada e utilizada sua produção. 
O controle da divulgação de autoria é todo do autor, não permitindo, por 
exemplo, modificações e uso comercial do arquivo.
Isso não quer dizer que o Creative Commons seja contra os direitos 
autorais. As licenças primam por disponibilizar determinadas obras e pro-
duções ao público para algumas finalidades, preservando alguns direitos 
autorais do autor. É importante lembrar que o autor que quer garantir 
a totalidade dos seus direitos autorais não deve fazer uso das licenças 
Creative Commons.
A disseminação do conhecimento, da criatividade e da cultura é o maior 
objetivo do Creative Commons, abrangendo, dessa forma, a licença para 
vários tipos de produções, como textos, livros, materiais didáticos, materiais 
educativos, músicas, fotografias, etc. Da arte ao conhecimento científico, 
pelo Creative Commons, o autor concede, previamente, a autorização dos 
direitos autorais, permitindo ao público em geral o uso e acesso ao material 
produzido.
A era digital e a própria EAD favorecem a divulgação de materiais e in-
formações de forma mais intensa e rápida, e é nesse sentido que a atuação 
da licença Creative Commons se torna válida e importante. O acesso a esse 
recurso é gratuito e disponível a todos que queiram publicar uma produção 
na internet para pesquisa, informação, compartilhamento, entre outras 
funções. Há também opções dentro do Creative Commons que permitem ao 
autor escolher qual é a melhor forma de se cadastrar e divulgar o material.
O material didático para EaD12
O projeto Creative Commons surgiu nos Estados Unidos a partir da ideia 
de resguardar parte dos direitos autorais e deixar uma margem para o 
material atingir maiores públicos, sendo reutilizado e divulgado. Entre-
tanto, é o autor que tem o poder sobre sua obra, e não intermediários. Vale 
ressaltar que o Creative Commons não substitui as leis de direitos autorais 
organizadas por cada país. O projeto são normatizações que funcionam 
paralelamente às leis, possibilitando outras formas de propagação dos 
conteúdos produzidos.
A propagação da internet em todos os lugares do mundo e a facilidade 
de acesso por meio de telas (tablets, smartphones, laptops) têm ampliado as 
possibilidades de produção de conteúdo em todas as áreas do conhecimento. 
A EAD contribui com esse processo e a cada dia se intensifica, mostrando-se 
uma modalidade de educação organizada. A EAD atende às necessidades 
de tempo e espaço dos mais variados tipos de púbicos que, na modalidade 
presencial, não conseguiriam terminar os estudos. Ela também serve para 
os que querem aperfeiçoar seus conhecimentos.
Além disso, também cresce o número de pessoas que buscam informa-
ções e constroem aprendizagens de forma autônoma pela internet em sites, 
redes sociais, aplicativos, entre outros. Com isso, a produção de conteúdos 
EAD ganhou destaque, se tornando um ramo de trabalho e propagação do 
conhecimento e atingindo diferentes formatos, como fotografias, textos 
escritos, mapas mentais, músicas e vídeos. Afinal, hoje é prático e fácil criar 
conteúdos e lançá-los no mundo digital.
Diante de tantos caminhos, é importante sempre cultivar o respeito aos 
direitos autorais. Esses direitos podem ser parciais, por meio de licenças como 
a do Creative Commons, que possibilita a utilização e o compartilhamento 
entre usuários digitais e pessoas em geral.
Tudo isso conduz ao caminho das novas profissões do futuro. O mundo 
digital e o universo da EAD trabalham na perspectiva de que, em um futuro 
muito próximo, ou até em um presente imediato, os alunos ocupem os es-
paços profissionais das novas tendências profissionais. Tais tendências são 
tecnológicas e desenvolvem muitos tipos de materiais on-line. Nesse sentido, 
é necessário compreender que a produção EAD não é um sistema fechado, 
pois novas profissões estão surgindo, como videomaker, designer multimídia 
e analista de dados, e elas podem contribuir para esse modelo de educação. 
A EAD estará sempre aberta a novos desafios profissionais.
O material didático para EaD 13
Referências
BACICH, L.; MORAN, J. Apresentação. In: BACICH, L.; MORAN. J. (org.). Metodologias 
ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico prática. Porto Alegre: 
Penso, 2018. p. 17-24.
BRASIL. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro e 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação 
sobre direitos autorais e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 
1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm. Acesso em: 
4 set. 2022.
CADERNO REA: Creative Commons. Educação Aberta,2013. Disponível em: https://
educacaoaberta.org/cadernorea/licen%C3%A7as. Acesso em: 4 set. 2022. 
CLASSIFICAÇÃO Brasileira de Ocupações (CBO). Portal Emprega Brasil, c2017. Disponível 
em: https://empregabrasil.mte.gov.br/76/cbo/. Acesso em: 4 set. 2022.
FILATRO, A. Como preparar conteúdos para EAD. São Paulo: Saraiva, 2018.
FILATRO, A.; BILESKI, S. M. C. Produção de conteúdos educacionais. São Paulo: Saraiva, 
2015.
IWARSSON, S.; STAHL, A. Accessibility, usability and universal design - positioning and 
definition of concepts describing person environment relationships. Disability and 
rehabilitation, v. 25, n. 2, p. 57-66, 2003.
LEFFA, V. J. Normas da ABNT: dois autores, artigo, citação direta. Leffa.pro, 2020. Dispo-
nível em: https://www.leffa.pro.br/textos/abnt/2autores.html. Acesso em: 4 set. 2022.
MORAN, J. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. In: BACICH, L.; 
MORAN. J. (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem 
teórico prática. Porto Alegre: Penso, 2018. p. 41-82. 
ROCHA, J. Design thinking na formação de professores: novos olhares para os desafios 
da educação. In: BACICH, L.; MORAN. J. (org.). Metodologias ativas para uma educação 
inovadora: uma abordagem teórico prática. Porto Alegre: Penso, 2018. p. 318- 358. 
Leitura recomendada
PEREIRA, A. et al. Modelo pedagógico virtual da Universidade Aberta: para uma uni-
versidade do futuro. Lisboa: Universidade Aberta, [2006].
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores 
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
O material didático para EaD14
Dica do professor
Você já pensou nos alunos que são público-alvo da educação especial, entre eles cegos, surdos, 
autistas, deficientes intelectuais, entre outros com diferentes deficiências e transtornos? Como o 
professor que produz um material para EAD pode pensar esse público ao planejar e organizar suas 
aulas, seu material, sua produção?
Nesta Dica do Professor, acompanhe a discussão de alguns pontos importantes sobre essa 
temática.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/c79412e1f88e0284b825ef4be6c8bce9
Exercícios
1) João é designer educacional (DE) na produção de um material para o curso de pedreiro, 
voltado a estudantes que são alfabetizados. Nesse contexto, basta saber ler e escrever para 
realizar o curso. 
Em uma das disciplinas que está coordenando, João se deparou com vários trechos, como o 
seguinte. 
Corominas et al. [12] analisaram o efeito de vários tipos de agregados reciclados, adotando 
blendas compostas por 22,2% de concreto, 9,8% de resíduos de construção em geral e 
67,3% de resíduos de cerâmica. Para verificação da durabilidade, os ensaios adotados neste 
estudo foram ataque por cloretos conforme (ASTM C1202): Standard Test Method for 
Electrical Indication of Concrete's Ability to Resist Chloride Ion Penetration [13] e, absorção 
por permeabilidade capilar, segundo o método preconizado por (SIA 162/1): Swiss Standard 
– Succión Capilar [14]. Ao final, os autores concluiram que substituições de até 50% de 
agregado graúdo pelo reciclado não prejudicou a durabilidade. Observam, no entanto, que 
os concretos contendo cerâmica como agregado miúdo, com teores de até 30%, alcançaram 
maior resistência à compressão, maior resistência à penetração de íons cloreto e melhores 
resultados nas propriedades de durabilidade em idades mais avançadas (JÚNIOR; GOMES, 
2020). 
Sobre o estilo dessa abordagem pelo professor e as ações de João, analise as alternativas e 
marque a correta. 
A) O texto pode ser considerado adequado ao desenvolvimento do curso e da disciplina, 
levando em conta que o assunto é de extrema relevância ao público-alvo. Assim, o DE pode 
considerar o material como excelente. 
B) O texto traz um conhecimento importante ao público-alvo; no entanto, será necessário que o 
DE converse com o professor para que ele reescreva com uma linguagem mais acessível aos 
alunos, com exemplos mais práticos. 
C) O material disponibilizado pelo professor traz uma linguagem acessível ao público-alvo do 
curso; é muito importante que os alunos tenham novos vocabulários para ampliar seus 
conhecimentos. 
D) O texto está inadequado aos alunos, pois não contempla suas realidades, e o conteúdo em si 
não é nada relevante aos futuros pedreiros que precisam dominar a arte de construir e nada 
mais. 
Unicamps
Realce
E) O material apresentado precisa ser revisado pelo DE e voltar ao professor pela grande 
quantidade de erros linguísticos e ortográficos, não correspondendo à norma culta da língua 
portuguesa. 
2) A produção de materiais para EAD requer uma série de fatores que antecedem a criação das 
propostas, tais como organização, leituras prévias e diálogo com a equipe de trabalho 
envolvida no processo. 
Nesse contexto, qual é o papel do professor conteudista? 
A) Planejar, preparar e escrever todo material que conduzirá o processo de 
ensino e aprendizagem dos estudantes e, a depender da filosofia da instituição, gravar 
videoaulas. 
B) Organizar, pensar e programar um determinado curso, bem como todas as unidades temáticas 
e disciplinas que serão ofertadas, além de alinhar a equipe de trabalho.
C) Organizar e planejar as demandas, com tempo de trabalho predeterminado para cada etapa, 
promovendo o diálogo entre as equipes, atentando-se à qualidade e à didática do material 
produzido. 
D) Editar, organizar e publicar os vídeos e as videoaulas gravados, que podem ser feitos em 
ambiente caseiro ou em estúdio, cuidando para manter a qualidade do material.
E) Inserir os conteúdos e as atividades nas plataformas e nos ambientes virtuais escolhidos pelas 
instituições, bem como dar suporte aos alunos em relação a dúvidas de acesso. 
3) O contexto de educação a distância, assim como o ensino presencial, conta com uma gama 
de metodologias que podem favorecer o processo de ensino e aprendizagem e potencializar 
o desenvolvimento do conhecimento. 
Para tornar o aluno ativo e protagonista, nesse contexto, há as metodologias ativas. Sobre 
esse novo olhar para a prática pedagógica, leia as alternativas e marque a correta. 
A) As metodologias ativas contribuem com a ideia de um professor conteudista ativo, centro do 
processo de ensino, que tem a possibilidade de produzir um material dinâmico e construtivo 
de forma que estimule a vivência e a aprendizagem dos estudantes. 
B) As metodologias ativas só cumprem seu papel quando inseridas em um contexto digital, em 
que professor e aluno podem estar conectados por meio de aulas síncronas, ou seja, 
momentos virtuais em tempo real de interação e comunicação. 
Unicamps
Realce
C) Os momentos síncronos são as aulas gravadas pelo professor, de forma atemporal, que 
podem ser assistidas várias vezes, mas não têm a interação entre aluno e professor. São 
momentos importantes dentro do contexto de ensino a distância. 
D) Quando não é possível proporcionar na modalidade a distância momentos síncronos, há uma 
série de atividades que podem ser propostas na tentativa de engajar o aluno com o contexto 
educacional, como, por exemplo, chats, fóruns de discussão e material interativo. 
E) As metodologias ativas se resumem à metodologia da sala de aula invertida e da baseada em 
projetos, em que o aluno é mediado por ações do professor que busca incentivar a pesquisa e 
o conhecimento científico em todos os níveis de ensino. 
4) Durante a construção e elaboração de um material para educação a distância, é importante 
que o professor tenha em mente alguns pontos. Sobre isso, analise as alternativas e marque 
a correta.A) O professor deve se preocupar em ofertar muitos materiais escritos para que o aluno tenha a 
oportunidade de ler e reler várias vezes sempre que tiver alguma dúvida. A leitura é uma das 
únicas formas de manter o aluno conectado com os estudos. 
B) O professor deve criar situações e propostas de atividades que promovam a metodologia 
ativa, deixando o aluno ser o centro das descobertas, por meio de buscas, construções, 
escritas, pesquisas, jogos, mapas mentais, infográficos, apresentações. 
C) O professor precisa se desvincular da ideia de oferecer material pronto para o aluno, visto 
que a internet dá acesso rápido e seguro às informações das mais diferentes áreas do 
conhecimento. É importante o aluno buscar a autonomia de aprender sozinho. 
D) O professor precisa promover práticas tradicionais de memorização e resolução de listas 
extensas de atividades e exercícios, para que os estudantes treinem a aprendizagem de forma 
mecanizada e assim cheguem ao conhecimento. 
E) O professor precisa produzir materiais, desvinculando-se de práticas reflexivas e autônomas, 
tendo em vista que é muito difícil despertar a reflexão e a criticidade de estudantes que estão 
inseridos em realidades totalmente diferentes. 
5) No processo de produção de um material para educação a distância, é inevitável pensar a 
temática dos direitos autorais. Assim como é importante para o professor, também é para o 
estudante entender a necessidade de produzir um conteúdo autêntico e original. 
Sobre isso, analise as alternativas e marque a correta. 
Unicamps
Realce
Unicamps
Realce
A) A originalidade de uma obra é uma esfera de pouco interesse para a Lei no 9.610/98, que 
busca amparar os autores, estabelecendo regras de proteção de direitos autorais, bem como 
direitos e limitações que o autor tem perante sua obra. 
B) Uma produção de conteúdo para EAD, em âmbito restritamente didático, ou seja, com fins 
educacionais, não precisa se preocupar com questões referentes aos direitos autorais, já que 
quanto mais informações forem unidas em um material, maior será o aprendizado do aluno. 
C) Ideias e pensamentos de outros autores, pesquisadores e escritores podem ser utilizados, 
desde que sejam devidamente referencidos. Dessa forma, entende-se que quando a citação é 
direta, em até três linhas, a referência e a fonte no corpo do texto são dispensadas. 
D) Creative Commons é uma associação de autores que busca amparo e resguardo para suas 
produções, em especial materiais para EAD, que podem ser divulgados e utilizados por muitos 
usuários, por isso assume uma relevante importância no cenário atual. 
E) A fim de facilitar a propagação de materiais para EAD, sem descuidar da originalidade dos 
conteúdos criados por um professor autor, há alternativas de licenças que buscam ampliar o 
compartilhamento de informações, tais como a Creative Commons. 
Unicamps
Realce
Na prática
O material EAD não pode ser qualquer material; ele precisa garantir a qualidade e a excelência do 
processo de ensino e aprendizagem do estudante on-line. Por isso, o professor precisa conhecer os 
princípios básicos que orientam uma produção.
Neste Na Prática, você vai refletir sobre o papel do designer educacional na produção de um 
material de EAD voltado à realidade do aluno.
 
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https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/6f168629-296f-4cc7-bffb-0e31c34a6c3a/4d3d4fe2-1fc5-4017-bea0-d17434df0769.jpg
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Produção de materiais didáticos para a EAD: principais 
ferramentas
Este e-book é uma produção importante para aperfeiçoar os conhecimentos de quem quer se 
aprofundar na temática de produção de materiais para EAD. Faça a leitura do Tópico 3, 
Ferramentas digitais na produção de material didático na EAD.
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Educação a distância: uma abordagem metodológica e didática 
a partir dos ambientes virtuais
Este artigo apresenta uma oportunidade para reflexão sobre como potencializar o ensino a 
distância com base nos ambientes virtuais.
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Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação
Este livro é uma excelente opção de aperfeiçoamento profissional para quem busca conhecer mais 
as metodologias ativas. Recomenda-se a leitura do Capítulo 5, Espaços de aprendizagem.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
https://ifg.edu.br/attachments/article/19169/Produ%C3%A7%C3%A3o%20de%20materiais%20did%C3%A1ticos%20para%20a%20EaD_%20principais%20ferramentas%20(20-12-2020).pdf
https://www.scielo.br/j/edur/a/y3T733NVhcgHXnnJgHx8kth/?format=pdf&lang=pt
Recursos educacionais abertos
Apresentação
As rápidas transformações do macroambiente social, econômico e tecnológico exigem do setor 
educacional respostas mais imediatas, no sentido de promover as competências necessárias para 
formar um cidadão que compreenda estas mudanças e possa ser agente transformador da 
realidade.
 
Os recursos educacionais abertos (REAs) são uma resposta para a apresentação de materiais 
didáticos adequados a esse momento, dada a sua característica de domínio público e elaboração e 
aperfeiçoamento mediante a colaboração de toda uma comunidade de professores, pesquisadores, 
cientistas e, até mesmo, alunos, que se dedicam a produzir conteúdos que ajudem a desenvolver 
competências de acordo com as exigências atuais.
 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá como os REAs podem potencializar as experiências de 
ensino e aprendizagem, notadamente na educação a distância. Entenderá também como a 
comunidade de colaboração pode ajudar a desenvolver e transformar os REAs.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Conceituar recursos educacionais abertos (REAs).•
Identificar as aplicações dos REAs na educação a distância (EAD).•
Reconhecer o papel da colaboração, do trabalho em rede e da cocriação na formação do 
currículo.
•
Desafio
Para que os REAs possam ser constantemente criados e aperfeiçoados, a colaboração entre 
professores, pesquisadores e todos os demais envolvidos nas relações de ensino e aprendizagem é 
importante. Nos últimos tempos, tem ganhado destaque a comunidade maker, composta por 
pessoas de diferentes áreas ligadas à ciência e à tecnologia, que se organizam com o objetivo de 
suportar mutuamente o desenvolvimento dos projetos uns dos outros, como se pode perceber 
quando se aborda o objetivo de aprendizagem de reconhecer o papel da colaboração, do trabalho 
em rede e da cocriação na formação do currículo.
 
Sobre esta temática, suponha que você está na seguinte situação:
Neste contexto, quais argumentos você utilizaria para convencer a tutora Pamela Vondom a fazer 
parte da comunidade de apoio aos REAs?
Infográfico
Os REAs são “materiais ou objetos de aprendizagem, ensino, extensão e pesquisa em qualquer 
suporte ou mídia, de natureza eletrônica multimodal e de hipermediação (texto, som, imagem), que 
estão sob domínio público ou licenciados de maneira aberta, permitindo que sejam utilizados, 
distribuídos, compartilhados ou adaptados por qualquer pessoa. Podem abranger cursos completos, 
partes de cursos, módulos, livros didáticos, artigos de pesquisa, vídeos, software e qualquer outra 
ferramenta, material ou técnica que possa apoiar o acesso ao conhecimento” (UNESCO, 2011, p. 8).
 
Neste Infográfico, você vai ver o ciclo de vida dos REAs a partir das etapas da sua utilização como 
objeto de aprendizagem nas aulas.
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Conteúdodo livro
Muitas vezes, um profissional da educação, ou qualquer outra pessoa que se depare com a missão 
de desenvolver as competências de outros, se percebe com a difícil missão de selecionar os 
melhores recursos para cumprir com os objetivos das atividades letivas. Para auxiliar nessa tarefa, 
uma grande comunidade de pesquisadores e professores desenvolve REAs que, devido ao seu tipo 
de licença de direitos autorais, permite a utilização e adaptação destes recursos para suas 
finalidades na educação.
 
No capítulo Recursos educacionais abertos, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai 
conhecer mais sobre os REAs, seu conceito, sua aplicação prática e a importância da colaboração 
para o desenvolvimento destes relevantes instrumentos educacionais.
 
Boa leitura.
INTRODUÇÃO 
À EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIA - EAD
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Conceituar recursos educacionais abertos (REAs).
 > Identificar as aplicações dos REAs na educação a distância (EAD).
 > Reconhecer o papel da colaboração, do trabalho em rede e da cocriação na 
formação do currículo.
Introdução
Um recurso educacional aberto (REA) consiste em qualquer tipo de material di-
dático-pedagógico que terceiros possam reutilizar, revisar, remixar e redistribuir 
livremente. Isso acontece porque REAs são de domínio público. A utilização desses 
recursos no ambiente educacional permite ampliar o acesso e a permanência 
nos sistemas de ensino, sobretudo na educação a distância (EAD). Porém, para 
isso é preciso que os professores tenham conhecimento sobre boas fontes de 
recursos e realizem a curadoria destes, visando a utilizá-los para potencializar 
as experiências de aprendizagem. 
Neste capítulo, serão elucidados os conceitos fundamentais acerca dos REAs, 
com destaque para as quatro ações que norteiam as possibilidades didáticas 
de disponibilização do material aos alunos. Além disso, serão apresentados os 
benefícios desses recursos para a EAD, com foco na importância da colaboração 
para o desenvolvimento e a atualização de conteúdos.
Recursos 
educacionais abertos
Claudio Marlus Skora
Conceitos fundamentais
Uma simples palavra pode representar tudo aquilo que se considera mais 
relevante em diversos campos dos saberes: colaboração. Por meio da colabo-
ração e da intensa troca de saberes, grandes saltos na construção de novos 
conhecimentos foram possibilitados, sobretudo nas últimas décadas. De fato, 
vivemos em uma época ímpar na história, moldada pela evolução disruptiva 
da tecnologia. Essa evolução possibilitou a disseminação e o compartilha-
mento massivos de informação entre pesquisadores, cientistas e leigos. Se 
a colaboração é a palavra que marca os tempos atuais, interatividade é a 
sua precedente geradora, pela qual se intenciona usar, alterar, combinar e 
redistribuir saberes diversos. 
A educação não ficou fora dessa tendência. Na verdade, foi um dos seus 
precursores. A sua gênese ocorreu no ano de 1994, por meio da contribuição de 
Wayne Hodgins, que utilizou pela primeira vez o termo objeto de aprendizagem 
para se referir aos componentes instrucionais intercambiáveis entre diferentes 
contextos de ensino e aprendizagem (SANTOS, 2013). Posteriormente, David A. 
Wiley II (2000) introduziu o conceito de conteúdo aberto, visando a promover 
o intercâmbio de objetos de aprendizagem de forma livre, sem amarras de 
licenças. A inspiração desse autor, lembra Santos (2013), veio da informática, 
especificamente do movimento do software livre e de código aberto, muito 
comum entre aqueles que trabalham com o desenvolvimento de sistemas 
computacionais. Esse setor também fortaleceu outras duas iniciativas, de 
2001, relacionadas à educação aberta: a Creative Commons e o Consórcio 
OpenCourseWare. 
Conforme Santos (2013, p. 21), a Crative Commons permite que os 
detentores de direitos autorais escolham “de quais direitos desejam 
abrir mão, permitindo que usuários de conteúdos educacionais copiem, adaptem, 
traduzam e compartilhem recursos livremente”. Já o Consórcio OpenCourseWare 
“envolve diversas instituições de ensino em todo o mundo que se reuniram em um 
consórcio para fomentar o movimento REA por meio da produção de conteúdos 
e aconselhamento sobre políticas, promoção e pesquisa” (SANTOS, 2013, p. 21). 
A sigla e nomenclatura REA atualmente designa os saberes gerados pela 
comunidade de pesquisadores, cientistas, professores e autores que produ-
zem conteúdos educacionais orientados a “princípios relacionados a práticas 
pedagógicas abertas, com enfoque em inclusão, acessibilidade, equidade 
Recursos educacionais abertos2
e ubiquidade” (FURNIEL; MENDONÇA; SILVA, 2020, p. 6). Por serem abertos, 
esses recursos são distribuídos para uso por meio de um tipo de licença 
de uso específico. Esse entendimento faz parte do próprio conceito de REA 
idealizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência 
e a Cultura (UNESCO, 2011, p. 8), que os define como: 
[...] materiais ou objetos de aprendizagem, ensino, extensão e pesquisa em qualquer 
suporte ou mídia, de natureza eletrônica multimodal e de hipermediação (texto, 
som, imagem), que estão sob domínio público ou licenciados de maneira aberta, 
permitindo que sejam utilizados, distribuídos, compartilhados ou adaptados por 
qualquer pessoa. Podem abranger cursos completos, partes de cursos, módulos, 
livros didáticos, artigos de pesquisa, vídeos, software e qualquer outra ferramenta, 
material ou técnica que possa apoiar o acesso ao conhecimento. 
Quatro ações, denominadas 4Rs, norteiam o entendimento sobre as pos-
sibilidades didáticas dos REAs. São elas: 
1. reutilizar, que consiste na autorização de uso do recurso de maneira 
integral ou alterada; 
2. revisar, que significa liberdade total de revisão, incluindo as ações de 
adaptar, ajustar, modificar, atualizar, traduzir ou alterar; 
3. remixar, ou seja, ter a liberdade de realizar combinações entre o mate-
rial original e outros originais ou revisados para a criação de novos REAs; 
4. redistribuir, que remete à liberdade de socializar o conhecimento por 
meio de cópias dos originais ou daquilo que foi revisado, reutilizado 
ou remixado. 
Os 4Rs são essenciais para a definição da relação dos REAs com as licenças 
de uso. De um lado, existem aqueles que defendem que um componente 
educacional só pode ser considerado verdadeiramente aberto se pressupõe 
os 4Rs. Outros, porém, não acreditam que isso seja totalmente adequado. 
Entre os primeiros, há o entendimento de que a licença aberta pressupõe 
que o material de ensino está disponibilizado de forma gratuita, com pouca ou 
nenhuma restrição (técnica ou legal) de direitos autorais, e que é livre para ser 
utilizado, adaptado e distribuído, conforme destaca Zanin (2017). Essa autora 
ainda argumenta que o pensamento dominante sobre os REAs é de que eles 
devem permitir outras formas de uso, outras produções, a partir do processo 
de compartilhamento, sem a necessidade de pedir permissão para utilizar o 
recurso ao autor ou à editora (desde que respeitados os termos da licença). 
Recursos educacionais abertos 3
Parte-se, então, do pressuposto de que há material de qualidade disponí-
vel, que pode ser modificado, adaptado à realidade do usuário ou atualizado. 
Dessa forma, o conhecimento é expandido com economia de tempo e dinheiro. 
Economiza-se tempo porque os autores trabalham em comunidade e não 
precisam partir do zero, utilizando o que já está na web, e economiza-se 
dinheiro porque o material ou software, por exemplo, é de uso livre, de modo 
que não necessita ser pago/comprado para ser utilizado. 
Por outro lado, alguns estudiosos entendem que pode haver dois critérios 
obrigatórios para o uso dos recursos abertos. Um deles seria utilizá-los de 
acordo com o tipo de licença idealizada para o material por parte dos seus 
autores. Dessa forma, segundo Zanin (2017), quanto mais aberta for a licença, 
maior será a gama de possibilidades de uso do material e menores serão as 
limitações. Em segundo lugar, autilização do objeto de aprendizagem implica 
o conhecimento das suas características, potencialidades e deficiências, de 
forma que seja aplicado de modo apropriado para atingir o(s) objetivo(s) de 
aprendizagem requerido(s). 
Nesse contexto, o art. 2º, §4º, da Resolução do Conselho Nacional de 
Educação (CNE)/Câmara de Educação Superior (CES) nº 01, de 11 de março de 
2016, prevê que:
As instituições de educação superior, bem como os órgãos e as entidades da 
Administração Pública direta e indireta, que financiem ou fomentem a educação 
superior a distância, devem assegurar a criação, a disponibilização, o uso e a gestão 
de tecnologias e recursos educacionais abertos, por meio de licenças livres, que 
facilitem o uso, a revisão, a tradução, a adaptação, a recombinação, a distribuição 
e o compartilhamento gratuito pelo cidadão, resguardados os direitos autorais 
pertinentes (CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2016, documento on-line). 
Por meio dessa previsão do Governo Federal, disposta no âmbito da Uni-
versidade Aberta do Brasil (UAB), pode-se depreender não apenas o conceito 
de REA, mas também a intencionalidade do agente público em proporcionar 
a expansão das aplicações desse tipo de recurso.
A aplicação dos REAs na EAD
Há muita sincronia entre o movimento em prol da popularização dos REAs e a 
EAD. Segundo Santos (2009), os sistemas de educação aberta são idealizados 
a partir de um pensamento didático-pedagógico centrado no aluno. Portanto, 
os materiais são desenvolvidos com foco em quem estuda majoritariamente 
sozinho ou com baixa supervisão, algo característico da EAD, seja ela síncrona 
Recursos educacionais abertos4
ou assíncrona. Devido a isso, facilmente se encontra, nesses recursos, a pre-
ocupação com o uso de uma linguagem contendo elementos motivacionais, 
que impulsionem o aluno em direção à persistência e à autonomia. 
Precedendo a precursora, realizada no Reino Unido, muitas experiências 
de educação aberta foram realizadas ao longo do tempo, criando e consoli-
dando tendência para a área educacional. No Brasil, a UAB, criada em 2005, 
é a iniciativa mais popular e exitosa, segundo Mota, Chaves Filho e Cassiano 
(2006). Essa instituição de ensino superior, pública e gratuita, possibilitou 
que pessoas em regiões distantes das localidades centrais do país tivessem 
acesso a uma educação de qualidade, com a preocupação de dirimir problemas 
de acesso e permanência no sistema de ensino e aprendizagem. 
De fato, a criação dessa universidade vai ao encontro dos motivos que 
justificam o uso dos REAs na EaD. São eles (FURNIEL; MENDONÇA; SILVA, 2020):
 � facilitar o acesso de todos ao conhecimento; 
 � fortalecer a democratização do acesso à educação;
 � incentivar práticas de colaboração, participação e compartilhamento; 
 � reconhecer educadores e estudantes como autores;
 � reaproveitar o conhecimento que já existe e permitir que sejam ade-
quados e adaptados a realidades locais;
 � facilitar o autoaprendizado dos estudantes;
 � garantir o melhor uso dos recursos públicos.
É particularmente relevante o uso de REAs na EAD, pois, por meio deles, 
possibilita-se a expansão de novas possibilidades para proporcionar, aos 
alunos, o desenvolvimento das suas competências de maneira personalizada, 
contribuindo para minimizar a homogeneização das estratégias de ensino 
tradicionais. É importante, porém, que sejam criadas trilhas de aprendizado 
por meio de diferentes REAs, como vídeos, áudios, podcasts, textos, artigos, 
livros, infográficos, etc., incluindo elementos de inteligência e realidade 
virtual, inclusive. De acordo com Lévy (1999, p. 158): 
A EaD explora certas técnicas de ensino a distância, incluindo as hipermídias, as 
redes de comunicação interativas e todas as tecnologias intelectuais da cibercul-
tura. Mas o essencial se encontra em um novo estilo de pedagogia, que favorece ao 
mesmo tempo as aprendizagens personalizadas e a aprendizagem coletiva em rede.
Veja que, segundo Lévy (1999), a EAD e os REAs podem impulsionar a 
aprendizagem coletiva. Sob a perspectiva de que há a colaboração de todos 
os envolvidos nos processos educacionais de reutilizar, revisar, remixar e 
Recursos educacionais abertos 5
redistribuir os REAs, podem ser criadas experiências entre professores e 
alunos, entre diferentes professores e até mesmo entre os próprios alunos. 
Assim, esses atores alimentam uma cultura de construção coletiva do co-
nhecimento, empoderando o ciclo de produção de novos REAs, que serão 
novamente utilizados e transformados por outros discentes e docentes.
Há de se observar, no entanto, que há duas preocupações relevantes 
quando da adoção dos REAs na EAD. Uma diz respeito à disponibilização 
de objetos de aprendizagem, de modo que os docentes possam verificar se 
eles estão de acordo com os currículos que devem seguir ao estruturar o 
processo de ensino e aprendizagem. O acesso, porém, não basta. Deve-se 
fazer uma curadoria, no sentido de identificar não apenas a qualidade, mas, 
fundamentalmente, a pertinência dos REAs disponíveis. 
Para atender a primeira ressalva elencada, são encontradas diversas 
experiências brasileiras, com repositórios de conteúdo digital aberto. O 
Quadro 1 destaca algumas das mais relevantes em termos históricos e de 
quantidade de elementos disponibilizados.
Quadro 1. Exemplos de experiências brasileiras com repositórios de con-
teúdo digital aberto
Nome URL Descrição
Biblioteca 
Virtual dos 
Alunos 
Brasileiros
http://www.labvirt.fe.usp.br/ Experiência pioneira de 
repositório de conteúdo 
digital no Brasil 
com REAs de física e 
química.
Banco 
Internacional 
de Objetos 
Educacionais
http://objetoseducacionais.mec.
gov.br/#/inicio
Recursos didáticos 
em vários formatos e 
para todos os níveis de 
ensino.
Portal 
Domínio 
Público
http://www.dominiopublico.gov.br/ Trabalhos literários, 
científicos e artísticos 
em formatos de texto, 
áudio, imagens e vídeos 
de domínio público.
Portal do 
Professor
http://portaldoprofessor.mec.gov.
br/index.html
Apoio aos processos 
de formação de 
professores e de 
enriquecimento das 
práticas pedagógicas.
Fonte: Adaptado de Santos (2013).
Recursos educacionais abertos6
Quanto às preocupações referentes à curadoria de objetos de aprendiza-
gem, cabe ao docente identificar os itens que melhor atendem as intenciona-
lidades dos currículos ofertados aos alunos. A partir dos objetivos da aula, o 
docente se direciona ao banco de conteúdos abertos mais apropriado e, por 
meio dele, pode-se orientar ao conjunto de questionamentos que Sebriam, 
Markun e Gonsales (2017) destacam para a realização da seleção de conteúdos:
 � O conteúdo do recurso está alinhado ao currículo?
 � É adequado à faixa etária dos meus alunos? 
 � É intuitivo e responde aos objetivos propostos?
 � É de fácil acesso?
 � Promove engajamento e facilita o aprendizado?
 � Tem funcionalidades para inclusão e acessibilidade?
 � Tem um campo “envie sugestões de melhoria”?
 � Tem um rating para que o usuário avalie o recurso?
 � Tem um campo para que usuários possam compartilhar um remix do 
recurso?
 � Tem um botão que permita enviar por e-mail e/ou compartilhar nas 
redes sociais?
Segundo Santos (2013), os REAs têm potencial para impactar as soluções 
de EAD na formação dos alunos no país. Para a autora, o “Brasil precisa 
explorar mais possibilidades de desenvolvimento das suas experiências 
atuais com REA e conteúdos digitais abertos” e, diante disso, impulsionar as 
políticas públicas de desenvolvimento de objetos de aprendizagem abertos 
(SANTOS, 2013, p. 78). 
Colaboração deve nortear a criação de REAs. Por meio dela, possi-
bilita-se a inovação, necessária não apenas para a atualização de 
conteúdos, mas também para proporcionar experiências de ensino e aprendi-
zagem cada vez mais adequadas às necessidades dos alunos e da sociedade. 
REA, colaboração e formação de currículo
Aqueles que são devotos dos REAs acreditam que a colaboração é essencial 
para que os 4Rs sejam plenamente implantados.De fato, é essencial reutilizar, 
revisar, remixar e redistribuir os REAs com a interferência crítica de novos 
Recursos educacionais abertos 7
personagens que orbitam o mundo educacional, sejam eles pesquisadores, 
alunos ou os próprios professores. Um importante ponto de atenção, porém, 
é não deixar o currículo como elemento secundário, pois é a partir dele que 
devem ser escolhidos e trabalhados os REAs.
A escolha de recursos para cumprir o currículo elaborado segue um padrão 
já conhecido. Os responsáveis percorrem livros didáticos, plataformas educa-
cionais, espaços cibernéticos de disponibilização de vídeos e áudios, bem como 
fotos e tantos outros disponíveis. A potencialidade dos REAs reside no fato 
de que, por se tratar de conteúdos abertos, é permitido realizar as alterações 
necessárias, aproximando, da intencionalidade do docente nas suas atividades 
didáticas, a devida contextualização. Um exemplo do impacto dos REAs na 
melhoria do nível educacional é fornecido por Educação Aberta (2013, p. 1): 
Os REAs não resolvem todos os problemas, mas abrem novos caminhos. Livros 
podem ser colocados na internet para que possam ser baixados por professores 
e alunos para consulta, impressão ou modificação. Caso algum aluno perca seu 
livro, autores podem permitir que este seja reposto sem que seja necessário pedir 
permissão ou que se pague novamente. Além disso, versões mais atualizadas dos 
recursos didáticos podem ser disponibilizadas, o que evita que alunos tenham 
acesso a informações desatualizadas. Imagine que algumas poucas páginas de 
um livro didático contenham informações desatualizadas. Com REA, essas pou-
cas páginas poderiam ser impressas por cada aluno ou professor, atualizando o 
livro, sem que seja necessário comprar uma nova edição do livro. Os REAs não 
apresentam vantagens somente para atividades em sala de aula. Também podem 
contribuir para que professores possam repensar sua prática, atualizar conceitos 
e trocar experiências.
Quando se pensa nos REAs, a ideia fundamental é que o ambiente seja, 
como o próprio nome orienta, aberto a discussões que levem ao aprimo-
ramento constante. Para que isso seja possível, a Unesco (2011) apresenta 
algumas orientações a serem observadas, notadamente pelos docentes, mas 
sem excluir os demais agentes do processo. Veja-as a seguir.
 � Desenvolver habilidades para avaliar os REAs visando a conhecer os 
repositórios disponíveis, avaliá-los e selecionar REAs a fim de integrar 
os materiais e as práticas didáticas.
 � Compartilhar os REAs elaborados nas plataformas de distribuição, ou 
seja, disponibilizar, em repositórios, os planejamentos e as atividades 
didáticas, que serão, assim, submetidos as revisões de terceiros, pro-
piciando a colaboração com colegas.
Recursos educacionais abertos8
 � Guiar-se pelas diferentes necessidades de aprendizagem dos alunos 
para adaptar os REAs disponibilizados às necessidades identificadas, 
de modo a contextualizá-los às estratégias metodológicas e aos ob-
jetivos específicos.
 � Cooperar com os demais docentes por meio de equipes de trabalho e, 
quando possível, de apoio institucional e/ou de redes e comunidades 
de aprendizagem.
 � Criar sistemáticas pelas quais os alunos possam avaliar os REAs e 
sugerir novos objetos de aprendizagem para a complementação ou 
para novos saberes.
 � Tornar público, em plataformas de distribuição de conteúdos abertos, 
as atividades desenvolvidas, visando a possibilitar a colaboração 
de terceiros e, assim, a socializar o conhecimento, obtendo críticas 
construtivas sobre o material produzido. 
 � Participar ativamente na elaboração de comentários sobre os resul-
tados obtidos quando da utilização das REAs existentes, com vistas a 
criar uma curadoria coletiva de conteúdo. 
 � Preocupar-se em respeitar as diferentes licenças de direitos de pro-
priedade intelectual, de modo a estabelecer um sistema de confiança 
coletiva e de fidedignidade a quem se dedica a produzir e a transformar 
os REAs. 
É importante recordar, ainda, que não somente os docentes podem ser os 
líderes desse processo. Os docentes podem contar com o apoio dos próprios 
alunos, de forma que estes trabalhem no sentido de adequar os recursos 
disponibilizados aos seus contextos pessoais, mediante questionamento, 
ideação e interpretação, de acordo com a sua base de conhecimento. 
Também é importante envolver o apoio discente visando a avaliar o con-
teúdo. Muitos recursos disponíveis gratuitamente na internet podem ser de 
excelente qualidade, enquanto outros são de qualidade questionável. Saber, 
então, aqueles que os alunos consideram mais pertinentes é essencial. Porém, 
nem sempre os alunos têm o conhecimento adequado para fazer essa ava-
liação. Assim, é melhor sempre recorrer a REAs dispostos em bases públicas, 
reconhecidamente produzidas por comunidades patrocinadas e integradas 
por universidades, profissionais das secretarias da educação, professores, 
cientistas, estudantes e autores referenciais. 
Recursos educacionais abertos 9
Uma dica relevante é escolher recursos de plataformas que disponibi-
lizam sistemas de classificação orientados a categorizações inerentes 
aos diferentes recursos disponíveis, como a indicação de nível apropriado, o 
enquadramento conforme as diretrizes curriculares, etc., como, obviamente, a 
quais ciências é indicado. 
Nos últimos tempos, tem se popularizado, no país, a chamada cultura maker 
(em uma tradução literal, “criador”), que intensificou a criação de ambientes 
colaborativos para a produção de conteúdo. Conforme Moura (2019, p. 40):
Os makers, como são majoritariamente conhecidos, tornam-se então aqueles 
que, amadores ou profissionais, atuam em diferentes áreas ligadas à ciência e à 
tecnologia, que se organizam com o objetivo de suportar mutuamente o desen-
volvimento dos projetos uns dos outros. Para isso, estes sujeitos utilizam, além 
da própria experiência e conhecimentos, os planos de construção compartilhados 
por outros makers, tornados públicos via internet em sites ou vídeos, explicando 
passo a passo quase tudo o que se possa imaginar, impulsionando essa cultura.
Pela descrição dos integrantes do movimento maker, encontra-se forte 
similaridade entre ele e a ideia da produção de REAs. Em 2013, Mark Hatch, 
um dos precursores no assunto, proclamou os nove princípios do “Manifesto 
do movimento maker”, conforme disposto no Quadro 2, que deixam ainda 
mais evidente essa similaridade.
Quadro 2. Princípios do “Manifesto do movimento maker”, de Mark Hatch
Princípios Descrição
Faça (make) Fazer é fundamental para o que significa ser humano. Temos 
que fazer, criar e expressar para nos sentirmos inteiros. Tem 
algo único em fazer coisas. Essas coisas se tornam pequenas 
partes de nós mesmos e parecem incorporar amostras das 
nossas almas.
Compartilhe 
(share)
Compartilhar o que você fez e o que você sabe sobre fazer com 
os outros é a forma de alcançar o sentimento de totalidade. 
Você não pode fazer e não compartilhar.
Presenteie 
(give)
Há poucas coisas mais altruístas e satisfatórias do que dar algo 
que você fez. O ato de fazer coloca um pequeno pedaço de você 
no objeto. Dar isso a outra pessoa é como presentear alguém 
com um pequeno pedaço de si mesmo.
(Continua)
Recursos educacionais abertos10
Princípios Descrição
Aprenda 
(learn)
Você deve aprender a fazer. Deve sempre procurar aprender 
mais sobre a sua criação. Você pode se tornar um expert, mas 
ainda aprenderá, desejará aprender e se esforçará para buscar 
novas técnicas, materiais e processos. Construir um caminho 
de aprendizagem ao longo da vida garante uma vida rica e 
recompensadora. Mais importante, permite compartilhar. Então 
queira aprender, mesmo se você já for especialista ou muito 
experiente.
Equipe-se 
(tool up)
Você deve ter acesso às ferramentas para cada projeto. Invista 
e desenvolva o acesso local às ferramentas necessárias para 
fazer o que você deseja fazer. As ferramentas de fabricação 
nunca foram mais baratas, fáceisde usar ou mais poderosas.
Divirta-se 
(play)
Veja o seu projeto também como algo divertido. Divirta-se com 
o que você está fazendo e você ficará surpreso, animado e 
orgulhoso do que descobrir.
Participe 
(participate)
Junte-se ao movimento e alcance as pessoas ao seu redor 
que estão descobrindo a alegria de fazer. Participe e realize 
seminários, eventos, feiras, exposições, aulas ou outras 
atividades com adeptos do movimento.
Apoie 
(support)
Todo projeto precisa de apoio emocional, intelectual, 
financeiro, político e institucional. Contribua para um mundo 
melhor.
Mude 
(change)
Abrace a mudança que ocorrerá naturalmente enquanto você 
passa pela jornada de se tornar maker/criador; portanto, 
aceite-a. Isso vai deixar você mais conectado as coisas que faz.
Fonte: Adaptado de Moura (2019).
A análise dos princípios do “Manifesto do movimento maker” mostra que 
essa comunidade é um ambiente seguro para que os desenvolvedores de 
REAs encontrem abrigo. Os professores entusiastas da visão democrática 
da elaboração de conteúdos precisam, porém, desenvolver algumas com-
petências específicas. 
Segundo Moura (2019), há similaridades entre o conjunto de conhecimen-
tos, habilidades e atitudes inerentes aos makers e aquele intrínseco pelos 
defensores dos REAs. São elas:
1. ensinar aprendendo e aprender fazendo, bancando a rigorosidade 
metódica na construção do conhecimento e envolta em um contexto 
problematizador real e significativo;
(Continuação)
Recursos educacionais abertos 11
2. letrar-se em tecnologia, humanizando-a como material de construção 
de conhecimento e fomentando-a como direito do educando; 
3. planejar o Tempo, permitindo a segurança, o encantamento, a motiva-
ção, o erro, a mudança, a autonomia e o pensamento crítico-reflexivo;
4. relacionar-se dialogicamente na liberdade, na autoridade e no respeito, 
valorizando o conhecimento do outro e compartilhando com parcerias;
5. formar-se permanentemente em um projeto reflexivo e progressista de 
amorosidade e de compromisso em transformar realidades, formando 
e valorizando sujeitos críticos e sonhadores. 
Claramente, vê-se que os professores que incorporarem a visão maker no 
ensino e, por meio dela, colaborarem com os seus pares e os demais agentes 
da educação para o desenvolvimento de REAs desenvolverão habilidades 
essenciais ao mundo educacional da contemporaneidade. O ambiente que 
circunda as realidades sociais, tecnológicas e econômicas é dominando por 
colaboração, compartilhamento, generosidade e coletividade, o que resulta 
em uma educação melhor, desejo de todos. 
Referências
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Resolução nº 1, de 11 de março de 2016. Estabe-
lece diretrizes e normas nacionais para a oferta de programas e cursos de educação 
superior na modalidade a distância. Brasília, DF: CNE, 2016. Disponível em: https://
www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/21393466/do1-
2016-03-14-resolucao-n-1-de-11-de-marco-de-2016-21393306. Acesso em: 8 jul. 2022.
EDUCAÇÃO ABERTA. Recursos Educacionais Abertos (REA): um caderno para professores. 
Campinas: Educação Aberta, 2013. E-book. Disponível em: http://educacaoaberta.org/
cadernorea. Acesso em: 2 ago. 2022.
FURNIEL, A. C. M.; MENDONÇA, A. P. B.; SILVA, R. M. Recursos educacionais abertos: 
conceitos e princípios. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2020. 
LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: 34, 1999.
MOTA, R.; CHAVES FILHO, H.; CASSIANO, W. S. Universidade aberta do Brasil: democra-
tização do acesso à educação superior pela rede púbica de educação a distância. In: 
BRASIL. Ministério da Educação. Desafios da educação a distância na formação de 
professores. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2006. p. 13-26.
MOURA, É. M. Formação docente e educação maker: o desafio do desenvolvimento 
das competências. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de São Paulo, São 
Paulo, 2019.
SANTOS, A. I. O conceito de abertura em EAD. In: LITTO, F. M.; FORMIGA, M. M. M. (org.). 
Educação a distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson, 2009. p. 290-296.
SANTOS, A. I. Recursos educacionais abertos no Brasil: o estado da arte, desafios e 
perspectivas para o desenvolvimento e inovação. São Paulo: Comitê Gestor da Internet 
no Brasil, 2013.
Recursos educacionais abertos12
SEBRIAM, D.; MARKUN, P.; GONSALES, P. Como implementar uma política de Educação 
Aberta e Recursos Educacionais Aberto (REA): guia prático para gestores. São Paulo: 
Cereja, 2017.
UNESCO. Guidelines for Open Educational Resources (OER) in higher educa-
tion. Vancouver: COL, 2011. E-book. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/
images/0021/002136/213605E.pdf. Acesso em: 2 ago. 2022.
WILEY II, D. A. Learning object design and sequencing theory. Dissertation (Doctorate 
of Philosophy) – Brigham Young University, Provo, 2000. Disponível em: https://open-
content.org/docs/dissertation.pdf. Acesso em: 2 ago. 2022.
ZANIN, A. A. Recursos educacionais abertos e direitos autorais: análise de sítios edu-
cacionais brasileiros. Revista Brasileira de Educação, v. 22, n. 71, 2017. 
Leitura recomendada
FURTADO, D.; AMIEL, T. Guia de bolso da Educação Aberta. Brasília, DF: Iniciativa Edu-
cação Aberta, 2019.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores 
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Recursos educacionais abertos 13
Dica do professor
Há vários repositórios de conteúdos abertos na internet, com diversidade de temas das mais 
diversas ciências e, também, para diferentes níveis da educação. A multiplicidade de oferta é 
realmente excelente, mas acarreta uma preocupação pertinente: como selecionar adequadamente 
os REAs para o currículo?
 
Nesta Dica do Professor você vai encontrar uma série de questionamentos sobre a curadoria de 
conteúdos para oferecer as melhores experiências de aprendizado aos alunos.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/c0b1b78960f7a6f44034d39d800e5dfc
Exercícios
1) Sabe-se que existem licenças de direito autoral, como a Creative Commons que possibilita 
aos detentores escolherem de quais direitos desejam abrir mão permitindo que usuários 
copiem, adaptem, traduzam e compartilhem recursos. Analise a situação a seguir:
 
Uma universidade está iniciando a oferta de cursos na modalidade a distância, adquirindo 
experiências de acordo com os sucessos e os fracassos encontrados a cada momento. Em 
uma dada disciplina, a tutora verifica que há muitas reclamações quanto à defasagem de 
conteúdos. Buscando encontrar uma alternativa para essa situação, a tutora descobre a 
existência dos REAs.
 
Tendo em vista a situação descrita, analise as alternativas a seguir marcando-as com V 
(verdadeiro) ou F (falso):
 
( ) I. Recomenda-se indicar conteúdos dispostos em repositórios de REAs aos alunos da 
universidade para que estes possam atualizar seus conhecimentos sem que isso traga 
problemas de direitos autorais.
 
( ) II. A tutora pode ter problemas quanto à utilização dos REAs como fonte de atualização de 
conteúdos, pois os autores podem processar a instituição de ensino por infração ao direito 
autoral.
 
( ) III. A tutora não deve recomendar os REAs, pois há pouca garantia de que os recursos 
educacionais abertos sejam livres de fato e que estejam atualizados e com a qualidade 
necessária.
 
( ) IV. A licença de direito autoral dos REAs permite que a tutora possa realizar as seguintes 
ações sobre os recursos educacionais: reutilizar, revisar, remixar e redistribuir.
 
( ) V. A tutora pode utilizar os REAs, pois estes permitem empregar o conhecimento que já 
existe, e que até podem ser apropriados eadaptados a realidades locais, garantindo mais 
agilidade na prontidão das soluções que os alunos desejam.
 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
A) V – F – F – V – V.
B) F – F – F – V – V.
Unicamps
Realce
C) V – V – V – F – V.
D) V – F – V – F – F.
E) V – V – V – V – V.
2) A ideia fundamental quando se pensa em recursos educacionais de aprendizagem é que 
estes sejam avaliados e aprimorados com o trabalho de uma comunidade de pessoas, com 
reconhecido saber, que dedicam seu tempo para revisar constantemente o que é produzido 
pela coletividade de professores e pesquisadores. Sabendo disso, analise a seguinte situação:
Uma tutora de EAD de uma universidade que está iniciando a oferta de cursos nessa 
modalidade está em busca de aperfeiçoamento na sua profissão. Ela conheceu os REAs e 
passou a integrar uma comunidade de revisão de objetos de aprendizagem disponíveis em 
um repositório de domínio público. Antes de colocar a mão na massa e analisar os recursos 
na sua área de conhecimento, ela recebeu recomendações da parte dos integrantes mais 
experientes.
Analise as afirmações a seguir, identificando a pertinência dos conselhos dados à tutora 
pelos membros da comunidade de análise dos REAs:
I. Ela deveria preocupar-se em respeitar as diferentes licenças de direitos de propriedade 
intelectual de modo a estabelecer um sistema de confiança coletiva e de fidedignidade a 
aqueles que se dedicam em produzir e transformar os recursos educacionais abertos.
II. A tutora deve participar ativamente da elaboração de comentários sobre os resultados 
obtidos quando da utilização das REAs existentes, com vistas a criar uma curadoria coletiva 
de conteúdo.
III. A tutora deve compartilhar os REAs elaborados nas plataformas de distribuição — 
disponibilizar em repositórios seus planejamentos e atividades didáticas que serão 
submetidos às revisões de terceiros propiciando a colaboração com colegas.
Assinale a alternativa que contém as afirmações corretas:
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e III.
D) II e III.
E) I, II e III.
Unicamps
Realce
3) O movimento maker propagou-se pelo mundo como uma ideia de construir uma coletividade 
de colaboração contínua, de modo que se estabeleça um ambiente seguro para que os 
desenvolvedores de REAs possam realizar suas atividades de elaboração, aperfeiçoamento e 
distribuição de objetos de aprendizagem. Sabendo disso, analise a seguinte situação:
 
Uma tutora de EAD em uma universidade é muito curiosa e dedica-se profundamente ao seu 
desenvolvimento para propiciar aos alunos a melhor mentoria possível. Em conversas com 
seus amigos de uma comunidade de revisão de recursos educacionais abertos, comentaram 
com ela sobre o movimento maker e, de acordo com suas características, desejou saber mais 
sobre os integrantes deste movimento, os makers.
 
Analise as afirmações a seguir, identificando a veracidade das informações que a tutora 
obteve em suas pesquisas sobre o movimento maker:
 
I. Os makers atuam em diferentes áreas ligadas à ciência e à tecnologia e se organizam com o 
objetivo de suportar mutuamente o desenvolvimento dos projetos uns dos outros.
 
II. Os makers utilizam, além da própria experiência e conhecimentos, os planos de construção 
compartilhados por outros makers, tornados públicos via internet, em sites ou vídeos, 
explicando passo a passo quase tudo o que se possa imaginar, impulsionando essa cultura.
 
III. Os makers atuam somente em ambientes privados de produção de conteúdos sendo 
remunerados pelo seu trabalho e, desta forma, contribuem para a formação daqueles com 
possibilidade de pagar pelos seus estudos.
 
Assinale a alternativa que contém as afirmações corretas:
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e II.
D) II e III.
E) I, II e III.
Os makers são as pessoas que, amadores ou profissionais, atuam em diferentes áreas ligadas 
à ciência e à tecnologia, que se organizam com o objetivo de suportar mutuamente o 
desenvolvimento dos projetos uns dos outros. Sabendo disso, analise as afirmações a seguir, 
identificando a veracidade das competências exigidas para a participação nas comunidades 
makers de maneira exitosa:
4) 
Unicamps
Realce
 
I. Ensinar aprendendo e aprender fazendo, bancando a rigorosidade metódica na construção 
do conhecimento e envolta em um contexto problematizador real e significativo.
 
II. Planejar o tempo, permitindo a segurança, o encantamento, a motivação, o erro, a 
mudança, a autonomia, e o pensamento crítico-reflexivo.
 
III. Relacionar-se dialogicamente na liberdade, na autoridade e no respeito, valorizando o 
conhecimento do outro e compartilhando com parcerias.
 
Assinale a alternativa que contém as afirmações corretas sobre as competências dos makers:
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e III.
D) II e III.
E) I, II e III.
De acordo com os especialistas em REAs, existem algumas ações que norteiam o 
entendimento sobre as possibilidades didáticas que podem ser realizadas por meio destes 
objetos de aprendizagem. Essas ações denominam-se liberdades mínimas. Analise as 
afirmações a seguir, identificando quais são as liberdades mínimas de um REA e assinale V 
(verdadeiro) ou F (falso) para cada uma delas:
 
( ) I. Remonetizar: idealizar formas de obter recursos financeiros a partir da comercialização 
dos conteúdos.
 
( ) II. Reutilizar: autorizar o uso do recurso de maneira integral ou alterada.
 
( ) III. Revisar: ter liberdade total de revisão, incluindo as ações de adaptar, ajustar, modificar, 
atualizar, traduzir ou alterar.
 
( ) IV. Remixar: ter liberdade de realizar combinações entre o material original e outros 
originais ou revisados para a criação de novos REAs.
 
( ) V. Redistribuir: ter liberdade de socializar o conhecimento por meio de cópias dos 
originais, ou ainda, daquilo que foi revisado, reutilizado ou remixado.
 
5) 
Unicamps
Realce
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
A) V – V – V – V – V.
B) V – V – V – F – V.
C) V – V – F – V – F.
D) V – F – F – V – V.
E) F – V – V – V – V.
Unicamps
Realce
Na prática
Os REAs consistem nos materiais ou objetos de aprendizagem, ensino, extensão e pesquisa 
dispostos em diversos meios para a utilização de qualquer interessado, pois, são distribuídos sob 
licenças que garantem o domínio público. Muitas são as situações em que os profissionais do 
ensino, tais como professores ou tutores podem aplicá-los em situações reais de aprendizagem.
 
Acompanhe, neste Na Prática, a professora Julia, que busca entender uma das maneiras de utilizar 
os recursos abertos no ambiente educacional.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/c4406d96-5f84-42e9-b448-fcf5da8c188b/d87bcccf-2f74-4043-8f13-5488ae97f43d.jpg
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Aprendizagem digital: curadoria, metodologias e ferramentas 
para o novo contexto educacional
Há muitas fontes que disponibilizam REAs pela internet, porém podem surgir dúvidas sobre qual 
proporcionará melhor aprendizado aos alunos, o que reforça a importância da seleção de 
conteúdos. Para melhor compreender como realizar essa escolha, recomenda-se a leitura do 
capítulo “Curadoria: elemento importante na construção de projetos educacionais inovadores”.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Recursos educacionais abertos como tecnologias educacionais: 
considerações críticas
Entender os argumentos de quem apresenta um ponto de vista crítico sobre as coisas ajuda a 
refletir melhor sobre as escolhas feitas. Neste artigo, as autoras apresentam questões históricas, 
políticas e ideológicas acerca dos REAs, levantando questões sobre eles. A leitura vai ajudar você a 
elaborar seu entendimento de forma mais acurada.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Usar, criar e compartilhar recursos educacionaison-line
Assista à palestra da professora Priscila Gonsales sobre os REAs, focando nas alternativas de como 
usar, criar e compartilhar recursos educacionais on-line. A especialista apresenta várias dicas de 
fontes de REA e elucida questões sobre direitos autorais da licença Creative Commons por meio de 
exemplos.
https://www.scielo.br/j/es/a/NbgrrcTbHhSvLKZWxZcCBCD/abstract/?lang=pt
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.youtube.com/embed/zQMnPwZ1v44
A prática progressista da EAD
Apresentação
Em diferentes contextos educativos, não foi incomum equipes escolares ouvirem relatos de famílias 
de alunos com deficiências sobre o quanto as aulas on-line, durante o período de isolamento social 
imposto pela pandemia de covid-19, contribuíram para a melhoria do desempenho e do 
relacionamento destes com os colegas, bem como para o aumento da vontade de estudar.
A constatação, por parte das famílias, de que o mundo digital oferece suporte para o 
desenvolvimento dos educandos explicita a dimensão do quanto a educação a distância (EAD) pode 
ser inclusiva e como a forma de se relacionar com ela pode mudar para melhor ou não, dependendo 
das escolhas adotadas pelos profissionais da educação.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai refletir sobre como a EAD pode se constituir como 
instrumento de inclusão social, quais ferramentas podem ser utilizadas e que aspectos devem ser 
contemplados nos ambientes virtuais inclusivos. Além disso, vai analisar dados da expansão dessa 
modalidade educativa nos últimos anos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Analisar as potencialidades da EAD como forma de inclusão.•
Identificar ferramentas para a inclusão na EAD.•
Demonstrar a expansão da EAD.•
Desafio
Garantir condições de acessibilidade aos ambientes virtuais de aprendizagem e aos materiais neles 
disponibilizados é fundamental para que as iniciativas de EAD sejam realmente inclusivas. A 
atenção às necessidades dos educandos é fundamental para que todos participem das situações de 
aprendizagem e realizem as atividades propostas.
Suponha que você está na seguinte situação:
Que providências você deve tomar para garantir que, após matriculado, o aluno consiga avançar em 
seus processos de aprendizagem?
Infográfico
Os ambientes virtuais de aprendizagem devem ser acessíveis a todos os estudantes matriculados 
em cursos a distância. Ser acessível significa permitir que qualquer pessoa, utilizando qualquer 
tecnologia de navegação, possa acessar o ambiente de aprendizagem e ter uma completa 
compreensão de todas as informações nele disponibilizadas, além de autonomia para as interações 
necessárias. Para que a acessibilidade nesses ambientes seja garantida, é fundamental considerar os 
princípios do desenho universal.
Neste Infográfico, você vai conhecer esses princípios, ver como se manifestam nos ambientes 
virtuais de aprendizagem e identificar quais recursos e cuidados devem ser tomados para que eles 
sejam, efetivamente, contemplados.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/b495003e-3b71-465a-a7fa-45881899613f/e3ac61c3-e616-42d8-849f-382985dde7dd.jpg
Conteúdo do livro
A EAD foi regulamentada no Brasil pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), 
publicada em 1996 (BRASIL, 1996). A LDB colocou como competência do Estado regulamentar e 
acompanhar as iniciativas de EAD oferecidas no país. Desde a publicação da lei, o ensino a distância 
passou a ser regulamentado por diferentes instrumentos normativos, sendo amplamente adotado 
por diversas instituições.
No capítulo A prática progressista da EAD, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai 
ampliar seus conhecimentos sobre a EAD e seu papel na inclusão social, conhecer ferramentas que 
promovem a inclusão nessa modalidade educativa e analisar dados referentes a sua expansão no 
país.
Boa leitura.
INTRODUÇÃO 
À EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIA - EAD
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Analisar as potencialidades da EAD como forma de inclusão.
 > Identificar ferramentas para a inclusão na EAD.
 > Demonstrar a expansão da EAD.
Introdução
No Brasil, a educação a distância (EAD) passou a ser impulsionada a partir da 
publicação da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, conhecida como Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Podendo chegar a um número maior 
de pessoas, situadas em diferentes locais, e sendo pautada pela flexibilização dos 
tempos e espaços, a EAD vem passando por um processo de ampliação constante 
e se constituindo como um caminho para a inclusão social (BRASIL, 1996).
Neste capítulo, vamos refletir sobre as potencialidades da EAD como forma 
de inclusão, apresentando algumas ferramentas utilizadas nessa modalidade 
educativa que contribuem para esse processo. Além disso, você vai conhecer 
dados que demonstram a expansão dessa modalidade de educação no país nos 
últimos anos.
EAD como forma de inclusão
Nos últimos anos, a expansão do acesso à educação em todos os níveis tem 
sido notória no Brasil. Em um mundo altamente competitivo, faz-se cada vez 
A prática 
progressista da EAD
Maria Elena Roman de Oliveira Toledo
mais urgente a superação do atraso educacional em nosso país visando à 
preparação de profissionais qualificados para atuar nas mais diversas áreas 
(BARROS, 2015).
Segundo uma tendência mundial, uma das soluções encontradas para a 
aceleração da oferta e da qualificação da educação tem sido o uso de novas 
tecnologias da informação e comunicação (TICs), entre as quais está a internet, 
para a expansão dos cursos a distância (BARROS, 2015).
Em 2009, foi realizada pela Organização das Nações Unidas para a Edu-
cação, a Ciência e a Cultura (Unesco) a Conferência Mundial sobre Educação 
Superior, que reuniu em Paris representantes de mais de 150 países. Em seu 
comunicado final, o grupo defendeu que a aplicação de TICs nos processos 
de ensino e aprendizagem era de grande relevância para ampliar o acesso à 
educação no mundo inteiro e aumentar a sua qualidade. Desde então, a EAD 
tem ganhado um espaço cada vez maior nos cenários educativos (MORAN, 2011).
No Brasil, o desenvolvimento da EAD foi impulsionado pela regulamenta-
ção trazida pela LDB, que, em seu art. 80, afirma ser competência do poder 
público incentivar o desenvolvimento e a veiculação de programas de EAD em 
todos os níveis e modalidades de ensino e de educação continuada (BRASIL, 
1996). Esse artigo da LDB foi regulamentado pelo Decreto nº 5.622, de 12 de 
dezembro de 2005, que caracteriza a EAD como uma:
modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos 
de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de in-
formação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades 
educativas em lugares ou tempos diversos (BRASIL, 2005, documento on-line).
Para Barros (2015), a EAD tem seu lugar garantido em uma sociedade na 
qual o indivíduo não educado formalmente está cada vez mais excluído das 
possibilidades de integração social e do mercado de trabalho, ao se estabe-
lecer como uma modalidade de ensino que elimina as barreiras de tempo e 
de espaço, que durante muito tempo mantiveram muitos indivíduos afastados 
das instituições de ensino. A esse respeito, o autor afirma:
À medida que as tecnologias telemáticas se expandem, possibilitando a existência 
de cada vez mais cursos não presenciais, geram-se mais possibilidades de formação 
para um maior número de pessoas, sendo a EAD via internet hoje frequentemente 
qualificada como forma de democratização do ensino: o aumento da oferta de 
vagas e cursos corresponde a um recrudescimento democrático, desde que haja 
a inclusão daqueles que antes se viam impossibilitados de acessar um direito 
básico (BARROS, 2015, p. 11).
A prática progressista da EAD2A EAD se transformou em uma modalidade complementar ou especial 
para situações específicas, constituindo-se como uma referência para uma 
mudança profunda na educação como um todo. Ela é uma opção importante 
para concretizar objetivos, como o aprendizado ao longo da vida, a formação 
continuada profissional, a aceleração profissional ou a conciliação entre 
estudo e trabalho (MORAN, 2011). Segundo Moran (2011, p. 45):
Ainda há resistências e preconceitos, e estamos aprendendo a gerenciar processos 
complexos de EAD, mas cresce a percepção de que um país do tamanho do Brasil 
só conseguirá superar sua defasagem educacional por meio do uso intensivo de 
tecnologias em rede, da flexibilização dos tempos e espaços de aprendizagem, e 
da gestão integrada de modelos presenciais e digitais.
Silva (2011) destaca que, tendo em vista a promoção da inclusão social 
dos indivíduos, a EAD tem a capacidade de:
 � atender muitas pessoas ao mesmo tempo;
 � alcançar regiões bastante distantes dos grandes centros educacionais;
 � atender estudantes com pouca disponibilidade de horários para 
estudar;
 � oferecer alternativas para pessoas com necessidades especiais.
O atendimento a muitas pessoas é possível porque o limite de vagas 
de uma instituição que oferece cursos a distância não é determinado pela 
capacidade de acomodação física dos estudantes, o que é característico 
das instituições que oferecem cursos presenciais. Na modalidade EAD, esse 
limite é determinado pela capacidade das TICs usadas para a sustentação 
do ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Sendo assim, com investimentos 
adequados e profissionais devidamente capacitados, a EAD supera de maneira 
surpreendente a educação presencial no que diz respeito à capacidade de 
atendimento à comunidade acadêmica (SILVA, 2011).
Em um país de grandes dimensões, como é o caso do Brasil, há diversas 
regiões que estão situadas a longas distâncias dos grandes centros educa-
cionais. Nessas localidades, a EAD geralmente é a única forma de acesso à 
educação formal. No entanto, para que ela cumpra seu papel, faz-se neces-
sário que os governos garantam o acesso a uma internet de qualidade e que 
sejam implementados polos presenciais, nos quais os indivíduos sem acesso 
aos equipamentos necessários possam participar dos processos educativos 
oferecidos nessa modalidade.
A prática progressista da EAD 3
Para as pessoas com necessidades especiais, devem-se somar às práticas 
inclusivas das escolas regulares as possibilidades de formação por meio da 
EAD. As TICs, incluindo aquelas especialmente desenvolvidas para esse pú-
blico, têm servido como apoio para os processos de aprendizagem, conferindo 
maior autonomia nas ações formativas (SILVA, 2011).
Nesta seção, vimos que a EAD traz em si possibilidades de inclusão social, 
tanto das pessoas que não têm acesso à educação regular presencial, por 
questões sociais ou geográficas, quanto daquelas que demandam recursos 
adicionais para avançar em seus processos de construção de conhecimentos. 
Apesar do tempo transcorrido desde que a LDB regulamentou a EAD no país, 
ainda há muitos desafios a serem enfrentados para que ela cumpra seu papel 
inclusivo. O cumprimento desse papel demanda tanto a garantia de acesso a 
uma internet de qualidade para todos os brasileiros quanto a incorporação 
aos ambientes virtuais de tecnologias assistivas que atendam às demandas 
das pessoas com deficiências.
Ferramentas para a inclusão na EAD 
Uma parcela bastante significativa da população brasileira (23,9%) tem ou 
adquiriu, ao longo de suas vidas, algum nível de limitação motora, visual, 
auditiva, psíquica ou de aprendizagem que a levou a demandar recursos adi-
cionais para que seus processos de aprendizagem pudessem ser continuados 
(QUEIROZ, 2019). Para que sejam democráticas e inclusivas, as práticas educa-
tivas devem ser pensadas de maneira a atender essa parcela da população, 
mediante a incorporação de tecnologias de acessibilidade digitais. Essas 
tecnologias recebem o nome de “tecnologias assistivas”, ou “ajuda técnica”.
A tecnologia assistiva vem sendo utilizada para garantir a participação das 
pessoas com deficiências em diferentes atividades sociais, visando à adoção 
de soluções para o enfrentamento dos problemas decorrentes da distância 
estabelecida entre a capacidade funcional da pessoa e as demandas ambien-
tais (PERES, 2003). Para o Comitê de Ajudas Técnicas, a tecnologia assistiva é:
uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, 
recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a 
funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, 
incapacidades ou mobilidade reduzida, visando a sua autonomia, independência, 
qualidade de vida e inclusão social (BRASIL, 2007, documento on-line).
Já para Bersch (2017, p. 2), a tecnologia assistiva consiste em “um auxí-
lio que promoverá a ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou 
A prática progressista da EAD4
possibilitará a realização da função desejada que se encontra impedida por 
circunstância de deficiência ou pelo envelhecimento”.
Há no mercado uma ampla variedade de dispositivos, como softwares e 
hardwares, adaptados para cada caso particular de deficiência. E a cada dia 
surgem novos equipamentos de tecnologias assistivas no mercado da tec-
nologia da informação, visando ao atendimento mais adequado das pessoas 
com deficiências (QUEIROZ, 2019).
Nas práticas educativas, as tecnologias assistivas têm diferentes 
aplicações nos processos de ensino e aprendizagem, devendo ser 
utilizadas em todos os níveis de ensino, tanto na modalidade presencial quanto 
na modalidade a distância (QUEIROZ, 2019).
Entre as tecnologias assistivas, estão os recursos de acessibilidade ao 
computador, que garantem a inclusão das pessoas com deficiência aos am-
bientes virtuais de aprendizagem característicos da EAD. Trata-se de um 
conjunto de hardwares e softwares especialmente produzidos para garantir 
às pessoas com privações sensoriais (visuais e auditivas), intelectuais e mo-
toras a acessibilidade ao computador. Eles incluem dispositivos de entrada 
(mouses, teclados e acionadores diferenciados) e dispositivos de saída (sons, 
imagens e informações táteis) (BERSCH, 2017).
São exemplos de dispositivos de entrada os teclados modificados, os teclados 
virtuais com varredura, mouses especiais e acionadores diversos, software de 
reconhecimento de voz, dispositivos apontadores que valorizam movimento de 
cabeça, movimento de olhos, ondas cerebrais (pensamento), órteses e ponteiras 
para digitação, entre outros. Como dispositivos de saída podemos citar softwares 
leitores de tela, software para ajustes de cores e tamanhos das informações (efeito 
lupa), os softwares leitores de texto impresso (OCR), impressoras braile e linha 
braile, impressão em relevo, entre outros (BERSCH, 2017, p. 6).
Nos AVAs, as tecnologias assistivas garantem a interação dos estudantes 
com os materiais disponibilizados e promovem maior autonomia na construção 
dos conhecimentos (QUEIROZ, 2019). Cabe às instituições de ensino orientar, 
acompanhar e apoiar os percursos de aprendizagem dos estudantes com 
deficiência, para que possam garantir a sua efetiva inclusão social.
Esse acompanhamento pressupõe orientações em relação aos hardwares 
e softwares que podem ser utilizados para garantir o acesso do aluno ao AVA. 
Além disso, a instituição deve atentar-se a todos os aspectos necessários 
para que os materiais disponibilizados sejam efetivamente acessíveis. A au-
A prática progressista da EAD 5
diodescrição de imagens e vídeos e a presença de um intérprete de Libras são 
exemplos de atitudes que devem ser adotadas pelas instituições de ensino 
para garantir a inclusão dos estudantes com deficiência.
Ainda há muitos desafios a serem enfrentados no que diz respeito à 
inclusão pelas práticas educativas oferecidas na modalidade EAD. Apesar 
disso, a expansão dessa modalidade ea crescente oferta de vagas são fatos 
inegáveis, como veremos a seguir.
Expansão da EAD no Brasil
A expansão da EAD no Brasil ocorrida nos últimos anos é inegável. Ela se faz 
sentir expressivamente na ampliação da oferta de cursos de graduação que, 
no início dos anos 2000, tinham pouco alcance e, hoje, atendem um número 
bastante significativo de estudantes em todo o país.
Embora a EAD tenha sido concebida, a partir da LDB, para ocupar-se de 
todos os níveis da escolarização, sua estruturação voltou-se prioritariamente 
para a constituição de um grande mercado educacional na educação superior, 
sobretudo nos cursos de graduação (GIOLO, 2018).
Os primeiros dados estatísticos da EAD foram divulgados pela primeira 
vez nos relatórios do Censo da Educação Superior do Instituto de Estudos e 
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), nos anos 2000, em referência 
exclusiva às instituições públicas. Os dados da iniciativa privada só passaram 
a ser divulgados dois anos depois (GIOLO, 2018).
De acordo com o Censo da Educação Superior do Inep/MEC, em 2000 havia 
no Brasil apenas sete instituições credenciadas para a oferta de cursos a 
distância, todas públicas, com 10 cursos autorizados, que, juntos, tinham 
1.682 alunos. A maioria desses alunos (1.383) estava matriculada no curso de 
pedagogia, e os demais estavam matriculados em um programa especial de 
formação pedagógica (GIOLO, 2018).
Em 2001, havia 10 instituições credenciadas, todas públicas, com 16 cursos 
autorizados e 5.359 alunos matriculados. Todos os cursos oferecidos até então 
estavam voltados para a formação de professores: curso normal superior, 
educação básica, pedagogia e o programa especial de formação pedagógica 
(GIOLO, 2018).
Já no ano seguinte, eram 25 instituições credenciadas, das quais 16 eram 
instituições públicas e nove eram privadas, oferecendo 46 cursos de gradu-
ação, em um total de 40.714 alunos matriculados. Nesse ano, por iniciativa da 
Faculdade de Administração de Brasília, entre os cursos voltados até então 
A prática progressista da EAD6
exclusivamente para a formação de professores, foi incluído um curso de 
bacharelado em administração, com 385 matrículas (GIOLO, 2018).
O Quadro 1 mostra o número de matriculados em cursos oferecidos na 
modalidade EAD no Brasil em 2002 e a distribuição de matrículas entre os 
cursos oferecidos, explicitando a priorização da oferta de cursos voltados 
para a formação de professores e a maior concentração de alunos nos cursos 
de pedagogia e normal superior.
Quadro 1. Distribuição dos cursos de EAD com as respectivas matrículas 
e percentuais sobre o total, de acordo com o Censo da Educação Superior 
de 2002
Cursos Matrículas Total (%)
Pedagogia 21.872 53,7
Curso normal superior 13.168 32,3
Educação básica — anos 
iniciais
2.770 6,8
Magistério das séries 
iniciais do ensino 
fundamental
1.295 3,2
Programa especial de 
formação pedagógica
798 2,0
Administração 385 0,9
Matemática 160 0,4
Licenciatura em 
biologia
150 0,4
Ciências (magistério) 116 0,3
Total 40.714 100,0
Fonte: Adaptado de Giolo (2018).
Em 2017, dados do Censo da Educação Superior, divulgados pelo MEC e pelo 
Inep, demonstraram que no referido ano 21,2% das matrículas nos cursos de 
graduação no país foram realizados nessa modalidade de ensino. Em 2001, 
apenas 5.359 estudantes estavam matriculados em cursos a distância, ao 
passo que, em 2017, esse número foi multiplicado por 328 vezes, chegando a 
1.756.982 alunos matriculados (HIPÓLITO, 2020).
A prática progressista da EAD 7
Os dados de 2020 são os mais recentes do Censo de Educação Superior, 
que teve essa edição realizada em 30 de junho de 2021, devido à pandemia. 
De acordo com o Inep (2020), os dados revelam um aumento exponencial dos 
cursos a distância ao longo dos últimos anos.
Em 2020, pela primeira vez na história, a quantidade de alunos que ingressou nessa 
modalidade ultrapassou o total de ingressos em cursos de graduação presenciais 
— esse fenômeno havia sido constatado, em 2019, apenas na rede privada. Dos mais 
de 3,7 milhões de ingressantes de 2020 (instituições públicas e privadas), mais de 
2 milhões (53,4%) optaram por cursos a distância e 1,7% (46,6%), pelos presenciais 
(INEP, 2020, documento on-line).
No mesmo ano, a oferta de vagas em cursos a distância aumentou mais 
de 30% em relação a 2019, chegando a 13,5 milhões de vagas (INEP, 2020).
O crescimento da EAD mesmo em um cenário de pandemia mostra a 
tendência de crescimento dessa modalidade de ensino. Durante o período 
de distanciamento social motivado pela pandemia de covid-19, diversas 
experiências utilizando AVAs foram desenvolvidas, em caráter emergencial, 
para que os processos de ensino e aprendizagem fossem continuados. Essas 
experiências levaram as práticas de EAD para outros níveis de ensino, que 
não só o superior, e mostraram que, além de garantir a continuidade dos 
percursos de aprendizagem, o uso concomitante de estratégias presenciais 
e virtuais pode ampliar ainda mais as possibilidades de aprendizagem.
Referências
BARROS, J. N. S. Educação a distância: democracia e utopia na sociedade do conheci-
mento. Campinas: Papirus, 2015. E-book.
BERSCH, R. Introdução à tecnologia assistiva. Porto Alegre: Assistiva, 2017. Disponível 
em: http://www.assistiva.com.br/Introducao_Tecnologia_Assistiva.pdf. Acesso em: 
5 ago. 2022.
BRASIL. Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o art. 80 da Lei nº 
9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação 
nacional. Brasília: Presidência da República, 2005. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5622.htm. Acesso em: 5 ago. 2022.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da 
educação nacional. Brasília: Presidência da República, 1996. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 5 ago. 2022.
BRASIL. Secretaria Especial de Direitos Humanos. Coordenadoria Nacional para Inte-
gração da Pessoa Portadora de Deficiência. Comitê de Ajudas Técnicas. Ata: V reunião 
do Comitê de Ajudas Técnicas. Brasília: CAT, 2007.
GIOLO, J. Educação a distância no Brasil: a expansão vertiginosa. Revista Brasileira de 
Política e Administração da Educação, v. 34, n. 1, p. 73-97, 2018.
A prática progressista da EAD8
HIPÓLITO, O. A expansão da educação a distância: reflexões sobre políticas públicas 
e desafios privados. São Paulo: Abed, 2020. Disponível em: http://www.abed.org.br/
site/pt/midiateca/textos_ead/1741/2020/05/http//abedorgbr/arquivos/a_expan-
sao_da_educacao_a_distancia_oscar_hipolitopdf. Acessado em: 5 ago. 2022.
INEP. Resultados: Censo da Educação Superior 2020. Brasília: Inep, 2022. Disponível em: 
https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/pesquisas-estatisticas-e-indicado-
res/censo-da-educacao-superior/resultados. Acesso em: 5 ago. 2022.
MORAN, J. M. Desafios da educação a distância no Brasil. In: ARANTES, V. A. (org.). 
Educação a distância: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2011. p. 45-86.
PERES, R. C. N. C. O lúdico no desenvolvimento da criança com paralisia cerebral es-
pástica. 2003. Tese (Doutorado em Educação) — Faculdade de Educação, Universidade 
de São Paulo, São Paulo, 2003.
QUEIROZ, A. C. Tecnologias assistivas na educação a distância. Revista de Educação a 
Distância, v. 6, n. 2, p. 349-359, 2019.
SILVA, F. S. EaD e inclusão social: desafios e possibilidades no cenário brasileiro. In: EN-
CONTRO NACIONAL DE INFORMÁTICA E EDUCAÇÃO, 2., 2011, Cascavel. Anais [...]. Cascavel: 
Unioeste, 2011. Disponível em: https://inf.unioeste.br/enined/anais/artigos_enined/
A5.pdf. Acesso em: 5 ago. 2022.
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A prática progressista da EAD 9
Dica do professor
A EAD tem papel fundamental na promoção da inclusão social. Para que possa cumpri-lo, os 
ambientes de aprendizagem devem ser pensados para a inclusão das pessoas com deficiências, 
visando oportunizar percursos de aprendizagem significativos e autônomos.
Nesta Dica do Professor, você vai refletir sobre a acessibilidade na EAD e os aspectos que precisam 
ser contemplados para que ela ocorra.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
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Exercícios
1) A pandemia de covid-19 impôs a necessidade de fechamento das instituições de ensino, 
para evitar o aumento do contágio e dos índices de letalidade. O cenário decorrente trouxe 
implicações para os cursos oferecidos na modalidade de EAD.
Sobre essas implicações, é correto afirmar que:
A) houve um crescimento na oferta de cursos e no número de matrículas, sinalizando a 
tendência de essa modalidade de ensino continuar crescendo.
B) houve um decréscimo no número de matrículas nos cursos oferecidos na modalidade EAD, 
decorrente da crise econômica resultante da crise sanitária no país.
C) houve uma estagnação no número de cursos oferecidos e no número de matrículas, 
sinalizando que a EAD já atingiu sua capacidade máxima.
D) houve um aumento no número de cursos oferecidos, mas uma diminuição significativa no de 
alunos matriculados, por conta da crise econômica e sanitária.
E) houve uma diminuição no número de cursos oferecidos, mas um expressivo crescimento de 
matrículas nos cursos remanescentes.
2) A EAD, no Brasil, tem ocupado, cada vez mais, um lugar de grande importância nos 
contextos educacionais. Sobre ela, leia as afirmativas a seguir:
I. A EAD é um dos caminhos para a superação do atraso educacional e para a qualificação de 
profissionais para a atuação no mercado de trabalho.
II. A Lei no 9.394/1996, que estabeleceu a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(BRASIL, 1996), foi responsável por impulsionar a EAD no Brasil.
III. A EAD, no Brasil, deve ser implementada, exclusivamente, por iniciativa de instituições 
de ensino privadas.
IV. De acordo com a legislação vigente no país, a EAD deve, progressivamente, substituir as 
práticas educativas presenciais.
São verdadeiras as afirmativas:
A) II e III.
B) I e II.
C) III e IV.
D) I e III.
E) I e IV.
3) Para garantir a acessibilidade e a usabilidade dos ambientes virtuais de aprendizagem, o 
desenho universal e as tecnologias assistivas precisam ser garantidos. A tecnologia assistiva 
é uma área de conhecimento que vem sendo utilizada para garantir a participação das 
pessoas com deficiências em diferentes atividades sociais. 
Na perspectiva da educação inclusiva, a tecnologia assistiva tem por objetivo:
A) garantir que os estudantes com deficiência encontrem instituições educativas voltadas 
exclusivamente para o atendimento de pessoas com algum tipo de deficiência.
B) garantir que os estudantes com algum tipo de deficiência possam realizar atividades 
planejadas e implementadas exclusivamente para sua deficiência.
C) ser utilizada em todas as etapas de escolarização, tanto na educação básica como nos cursos 
do ensino superior, constituindo-se como uma modalidade educativa.
D) a adoção de soluções para o enfrentamento de problemas decorrentes da distância 
estabelecida entre a capacidade funcional do indivíduo e as demandas do ambiente.
E) subsidiar a realização de avaliações diagnósticas capazes de identificar as capacidades dos 
indivíduos com deficiência, visando a proposição de atividades mais adequadas para cada um.
A expansão da EAD no Brasil, nos últimos tempos, é inegável. Sobre ela, leia as afirmativas a 
seguir:
I. O início do percurso histórico da EAD no Brasil é marcado por uma priorização de cursos 
superiores, voltados para a formação na área das engenharias, para o atendimento às 
demandas do mercado de trabalho.
II. No início dos anos 2000, os cursos oferecidos no Brasil, na modalidade EAD, priorizavam 
a formação de professores, tendo a maioria dos alunos matriculados em cursos de 
pedagogia.
III. Embora o número de matrículas venha aumentando significativamente nos últimos anos, 
devido às políticas governamentais, o número de cursos oferecidos tem se mantido.
4) 
IV. É possível constatar, com base na análise de dados divulgados pelo Censo do Ensino 
Superior, que o número de estudantes matriculados em cursos de EAD cresceu 
exponencialmente.
São verdadeiras as afirmativas:
A) I e II.
B) II e III.
C) III e IV.
D) II e IV.
E) I e III.
5) Um dos argumentos para a adoção e expansão de iniciativas educacionais em EAD é a 
possibilidade de inclusão social, oportunizada por essa modalidade educativa. Sobre essa 
possibilidade, leia as afirmativas a seguir:
I. A EAD possibilita a inclusão de um número maior de alunos, excluindo aqueles que têm 
algum tipo de deficiência.
II. A acessibilidade e a usabilidade dos ambientes virtuais de aprendizagem garantem a 
participação de todos os envolvidos nos processos educativos.
III. A EAD possibilita a oferta de cursos em localidades distantes dos grandes centros 
educacionais.
IV. A flexibilização dos tempos, característica da EAD, não é um fator de inclusão social.
São verdadeiras as afirmativas:
A) I e II.
B) II e IV.
C) III e IV.
D) I e III.
E) II e III.
Na prática
A EAD, que vem incorporando novos recursos digitais nos últimos anos, ganhou uma relevância 
ainda maior no período de isolamento social imposto pela pandemia de covid-19. A rápida 
propagação do vírus e seu índice de letalidade, antes do início da cobertura vacinal, impuseram o 
fechamento das instituições de ensino e a necessidade de implementação de ações educativas a 
distância, para que os educandos pudessem continuar avançando em seus percursos de 
aprendizagem.
Acompanhe, Na Prática, como a rede municipal de Campinas, no interior de São Paulo, 
implementou a EAD para o enfrentamento do problema gerado pelo fechamento das instituições 
educativas.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/e75c54b1-2683-4956-aa6d-1ec5a86b3082/74a4c7f4-df61-48e1-9181-5c37844eff7b.jpg
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
A expansão da educação a distância no Brasil e as contradições 
entre capital e trabalho
Com a leitura deste estudo, você poderá ampliar seus conhecimentos sobre a expansão da 
modalidade EAD no Brasil.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
A educação a distância como instrumento de inclusão social
Confira, neste artigo, como a modalidade EAD pode ser utilizada como instrumento de inclusão 
social.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Prêmio Melhores Práticas Sagah: cases que transformam a EAD
Para conhecer iniciativas desenvolvidas em diferentes contextos e que contribuem para a 
qualificação da EAD oferecida, leia esta obra, em especial o capítulo "Integração entre ambiente 
virtual de aprendizagem e sala de aula".
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/riesup/article/view/8659964
https://desafiosdaeducacao.com.br/educacao-a-distancia-inclusao-social/
A humanização da EAD
Apresentação
As práticas tradicionais de ensino têm sido revistas e têm dado lugar a abordagens que levam ao 
desenvolvimento de competências, entendidas como a capacidade de mobilização dos 
conhecimentos já construídos para o enfrentamento de diferentes demandas, em contextos 
diversos.
 
O currículo voltado para o desenvolvimento de competências deve ser adotadotanto na educação 
presencial como no ensino a distância. Na educação a distância, as competências socioemocionais 
ganham um lugar central, na medida em que são fundamentais para que o aluno se engaje em seu 
curso e nas atividades propostas e para que possa estabelecer vínculos tanto com a instituição de 
ensino como com os demais atores dos ambientes virtuais de aprendizagem.
 
Algumas estratégias, voltadas sobretudo para o estabelecimento de uma comunicação efetiva, têm 
se mostrado eficientes para a humanização dos ambientes virtuais de aprendizagem e para a 
motivação dos alunos.
 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá compreender a importância de um currículo voltado para 
o desenvolvimento de competências, com destaque para as competências socioemocionais. 
Também irá refletir sobre os aspectos que contribuem para o estabelecimento de vínculos entre o 
aluno da educação a distância, a instituição de ensino e os demais atores dos processos de ensino e 
aprendizagem, além de conhecer práticas que contribuem para a humanização do ensino a 
distância.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar a importância da competência socioemocional no currículo. •
Analisar o vínculo do estudante com a IES e os envolvidos nos processos de ensino e 
aprendizagem. 
•
Descrever atividades práticas relacionadaa à humanização no EAD.•
Desafio
A humanização dos ambientes virtuais de aprendizagem é fundamental para a motivação dos 
alunos dos cursos de EAD. Uma vez motivados, os estudantes se engajam mais efetivamente nas 
atividades propostas e se evadem menos dos cursos a distância.
 
Analise a situação a seguir: 
 
Ciente de que as características do ambiente deveriam estar causando a desmotivação dos 
estudantes e sua evasão, elabore uma proposta de revisão do ambiente virtual de aprendizagem, 
para torná-lo mais motivador e humanizado.
Infográfico
Entre as competências necessárias para a formação oportunizada por cursos na modalidade EAD, 
estão as competências do domínio tecnológico. Intimamente relacionadas às competências 
socioemocionais, as competências de domínio tecnológico fazem referência ao uso competente das 
tecnologias para a promoção de avanços no percurso de aprendizagem. 
 
Neste Infográfico, você vai conhecer as competências necessárias para o domínio tecnológico e 
refletir sobre como elas são construídas na interação dos estudantes com as ferramentas digitais 
disponibilizadas nos ambientes virtuais de aprendizagem na EAD. 
 
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/427b0819-1bc1-421c-9bab-df86ae48acc7/947436f6-a876-4a05-9955-5d7ea37dafcf.jpg
Conteúdo do livro
Os alunos que optam por realizar um curso na modalidade a distância precisam desenvolver 
competências socioemocionais capazes de lhes permitir gerenciar seus tempos, bem como seus 
processos de aprendizagem, para que possam ter sucesso em seu percurso formativo. A motivação 
para a aprendizagem e o engajamento no curso escolhido dependem de fatores pessoais, mas 
também das estratégias pedagógicas adotadas pela instituição de ensino concedente do curso.
 
No capítulo A humanização da EAD, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai ampliar 
os seus conhecimentos sobre as competências socioemocionais, refletir sobre quais estratégias 
podem ser adotadas pelos proponentes de curso na modalidade EAD para garantir o 
estabelecimento de vínculos com os estudantes e conhecer alguns aspectos que devem ser 
contemplados para humanizar os ambientes virtuais de aprendizagem.
 
Boa leitura.
INTRODUÇÃO 
À EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIA - EAD
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Identificar a importância da competência socioemocional no currículo. 
 > Analisar o vínculo do estudante com a IEs e os envolvidos nos processos de 
ensino e aprendizagem. 
 > Descrever atividades práticas relacionadas à humanização no EAD. 
Introdução
Já há alguns anos, as práticas tradicionais de ensino têm sido revistas, dando lugar 
aos currículos voltados para o desenvolvimento de competências. As competências 
pressupõem a capacidade de mobilização e uso dos conhecimentos adquiridos 
nas instituições educacionais, para o enfrentamento de demandas diversas.
Assim como no ensino presencial, na educação a distância (EAD) o currículo 
deve estar voltado para o desenvolvimento de competências. As competências 
socioemocionais ganham uma grande relevância, por serem necessárias 
para que os educandos construam uma identidade digital e se engajem nos 
conteúdos e atividades propostos. Cabe às instituições de ensino (IEs) que 
oferecem cursos EAD identificar o perfil do aluno e propor ações educativas. 
Essas ações devem não só possibilitar o desenvolvimento das competências 
previstas no currículo, mas também oportunizar as competências socioemo-
cionais necessárias ao estabelecimento de vínculos entre elas e os estudantes. 
Neste capítulo você vai estudar o papel da competência socioemocional 
no currículo e o vínculo entre os alunos, a IES e outros envolvidos nos 
A humanização 
da EAD
Maria Elena Roman de Oliveira Toledo
processos de ensino e aprendizagem. Vai, além disso, conhecer algumas ações 
já desenvolvidas e bem-sucedidas, a fim de desenvolver subsídios para o 
planejamento e a implantação de ações pertinentes às especificidades da 
sua realidade educativa.
Competência socioemocional no currículo
O termo “competência” surgiu nos anos 1970, no âmbito empresarial, para 
nomear o que caracteriza uma pessoa que é capaz de realizar determinada 
tarefa de maneira eficiente. Desde então, esse termo passou a ser utilizado de 
forma bastante generalizada, estando presente em quase todas as propostas 
de desenvolvimento e formação profissional. No mundo empresarial, 
expressões como “gestão por competências”, “formação por competências”, 
“desenvolvimento profissional por competências”, dentre outras, são bastante 
comuns (ZABALA; ARNAU, 2010).
De acordo com Perrenoud (2000, p. 16), a noção de competência designa 
“uma capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar 
um tipo de situação”. As competências não se constituem como saberes e 
atitudes, mas promovem a mobilização, a integração e a orquestração de 
tais recursos. Essa mobilização ocorre quando o indivíduo se depara com 
situações análogas a outras, já vivenciadas anteriormente. 
São múltiplos os significados da noção de competência. Eu a definirei aqui como 
sendo uma capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, 
apoiada em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles. Para enfrentar uma situação 
da melhor maneira possível, deve-se, via de regra, pôr em ação e em sinergia vários 
recursos cognitivos complementares, entre os quais estão os conhecimentos 
(PERRENOUD, 1999, p. 4). 
Portanto, um indivíduo é considerado competente quando consegue, diante 
de uma situação-problema determinada, identificar e mobilizar os saberes 
já construídos e criar estratégias utilizando recursos cognitivos diversos que 
lhe possibilitem o enfrentamento da demanda. 
Pouco tempo depois que o termo foi usado nos contextos empresariais, essas 
ideias passaram a permear discussões na área da educação, primeiramente 
em relação à formação profissional dos educadores e, depois, em relação 
às diferentes etapas e aos diferentes níveis educacionais. A relevância do 
desenvolvimento das competências a partir das práticas educativas começou a 
ser discutida, sobretudo, porque as práticas tradicionais de ensino precisavam 
A humanização da EAD2
ser revisadas (ZABALA; ARNAU, 2010). Algumas mudanças eram necessárias, 
como passar a considerar o contexto de vida do estudante e rever a forma 
de avaliação baseada em memorização.
O currículo tradicional baseado em conteúdo, muitas vezes, impõe obstáculos 
na identificação do significado em relação ao contexto em que o aluno vive esua função social, quer histórica, científica, cultural, profissional, cotidiana. Além 
disso, tendo provas ou verificações como forma de avaliação, acaba-se destacando 
a memorização em vez da aprendizagem. Pouco conteúdo é construído como 
conhecimento, porque não há uma participação ativa do indivíduo no processo 
(BEHAR, 2013, p. 24).
O desenvolvimento de competências demanda um rompimento com as 
práticas tradicionais pautadas pela memorização e pela mecanização dos 
procedimentos. Isso significa mudar a perspectiva de centralização das ações 
educativas na figura do professor para o aluno e a aprendizagem (BEHAR, 2013).
O currículo voltado para o desenvolvimento de competências deve fazer 
parte de todas as modalidades educativas (presencial, híbrida e a distância). 
Na EAD, as competências socioemocionais são muito importantes, porque, 
para que o aluno faça o curso virtual com sucesso, é fundamental que ele 
tenha automotivação e autodisciplina, já que o ambiente on-line é livre 
e, justamente por isso, demanda responsabilidade, comprometimento e 
disciplina (BEHAR, 2013).
As competências socioemocionais têm sido compreendidas como um 
construto multidimensional que abarca variáveis emocionais (como 
autoconhecimento e autocontrole), cognitivas (como empatia) e comportamentais 
(perseverança, decisões responsáveis e comportamentos prossociais). Essas 
variáveis contribuem para um desenvolvimento saudável ao longo de toda a 
vida do indivíduo (DAMÁSIO, 2017).
Além disso, o aluno precisa saber trabalhar em conjunto com seus colegas 
(que em geral são apenas conhecidos nos ambientes virtuais) para atingir os 
objetivos de aprendizagem propostos (BEHAR, 2013).
Pesquisas têm demonstrado que os indivíduos com maiores níveis de 
competências socioemocionais apresentam atitudes mais positivas em relação 
a si mesmos, como autoestima mais alta, mais autoeficiência e persistência 
frente aos objetivos, melhores relacionamentos interpessoais, além de mais 
comprometimento e melhor desempenho acadêmico. Essas atitudes são 
A humanização da EAD 3
fundamentais para que o aluno dos cursos a distância assuma um compromisso 
com sua formação acadêmica, a partir da construção de vínculos sólidos com a 
IE em que está matriculado e com os parceiros de aprendizagem (professores, 
tutores e colegas) (DAMÁSIO, 2017).
Uma competência socioemocional muito importante nos ambientes 
virtuais de aprendizagem é a empatia. Entende-se por empatia 
a capacidade de assumir a perspectiva dos outros e de utilizar habilidades 
para entender suas necessidades e sentimentos, agindo com generosidade 
e consideração. Uma pessoa considerada empática é capaz de construir 
relacionamentos próximos, bem como ajudar, apoiar e dar assistência tanto 
material quanto imaterial para outras pessoas. A empatia deve ser praticada 
tanto entre alunos e professores/tutores quanto entre os próprios estudantes, 
contribuindo para a construção de um ambiente mais humanizado (INSTITUTO 
AYRTON SENNA, 2020).
Como vimos, a adoção de um currículo voltado para o desenvolvimento 
de competências é fundamental, nos cursos de ensino a distância, para que 
os conhecimentos construídos possam ser utilizados em diferentes contex-
tos. Além das competências previstas no currículo, a partir dos conteúdos 
propostos, as competências socioemocionais têm um papel fundamental 
na trajetória acadêmica dos alunos de cursos em EAD, por possibilitarem a 
tomada de atitudes fundamentais para o engajamento no curso e nas ati-
vidades e, para o estabelecimento de vínculos com a IE e com os diferentes 
atores envolvidos nos processos de ensino e de aprendizagem. 
O estudante e as IEs 
A EAD demanda bastante disciplina e autonomia por parte dos alunos, dada a 
natureza das situações de ensino e de aprendizagem. Exige do estudante uma 
postura ativa diante do conhecimento, porque ele não vai apenas sentar-se 
em uma cadeira e ouvir o professor falar e transmitir os conteúdos, como 
ocorre em muitos cursos presenciais. Precisa ler os materiais e organizar seus 
estudos por conta própria. Por não conseguirem isso, muitos alunos acabam 
tendo dificuldade para aprender e abandonando o curso (CARVALHO JUNIOR; 
BARBOSA; CASTRO, 2021).
Os alunos da EAD têm perfis bastante diversos no que diz respeito aos 
gostos, conhecimentos, culturas e idades. Conhecer esses perfis é fundamental 
para todos aqueles que trabalham com a EAD, para que possam adotar 
A humanização da EAD4
estratégias que garantam o engajamento dos alunos nas atividades, bem 
como sua permanência nos cursos. Saber quem é o aluno virtual e quais são 
suas demandas ajuda o professor no planejamento de cursos que atendam 
às necessidades e que sejam, verdadeiramente, focados nos educandos 
(BEHAR, 2013).
Para que o engajamento dos alunos nos cursos seja garantido, é necessário 
oportunizar a eles treinamento e suporte acerca das tecnologias utilizadas 
no curso, acesso a serviços como os do campus da universidade, serviços de 
apoio aos estudantes e um eficiente sistema de comunicação, com devolutivas 
e avaliações, dentre outros.
Nem sempre os alunos virtuais conseguem se adaptar ao ensino a 
distância, seja por conta de questões pessoais (trabalho, família, vida 
social), seja pela falta de experiência com a tecnologia. Algumas pessoas 
estão na “fase de alfabetização e letramento digital”, o que significa que 
ainda estão aprendendo a lidar com as tecnologias geralmente usadas num 
curso a distância. Então, elas acabam tendo que aprender, além do conteúdo 
programado, os recursos tecnológicos necessários para acompanhar o curso 
(BEHAR, 2013, p. 162).
De acordo com o Censo EAD.BR, publicado pela Associação Brasileira 
de Educação a Distância em 2010, muitos dos alunos que se matriculam na 
EAD estão longe dos estudos acadêmicos já há algum tempo e têm pouca 
experiência com o uso de recursos digitais. Por isso, é muito importante 
que as instituições que oferecem cursos nessa modalidade conquistem 
os alunos, apresentando a eles as inovações e as possibilidades da EAD e 
que identifiquem as competências exigidas nesse processo. Com isso, elas 
conseguirão antecipar e minimizar conflitos e problemas, aumentando a 
motivação necessária para os processos de aprendizagem (BEHAR, 2013). 
Além disso, muitas vezes, o aluno da EAD chega ao curso com concepções, 
estratégias e formas de atuar diferentes das necessárias, por trazerem, muito 
arraigadas, formas de agir características do ensino presencial. A mudança de 
paradigmas, portanto, embora demande tempo, deve ser objeto de atenção 
das IEs que oferecem cursos a distância (BEHAR, 2013). 
A criação de uma identidade virtual ocorre, com mais facilidade, para os 
estudantes que já têm mais experiência com o uso de tecnologias digitais. A 
familiaridade com as tecnologias, construída a partir das práticas cotidianas, 
auxilia o aluno a se apropriar das ferramentas e dos procedimentos. Para 
Behar (2013, p. 164), o desenvolvimento de tal identidade demanda os três 
pontos fundamentais a seguir. 
A humanização da EAD 5
 � Atuação estratégica: organização do tempo, formas de comunicação, disposição, 
motivação para a temática, etc.
 � Compreensão das características do grupo, bem como das tarefas, dos objetivos 
do curso e do contexto em que está inserido; e, por fim,
 � Condições tecnológicas, que se referem à conexão do aluno, à utilização das 
ferramentas e à familiaridade com a tecnologia. 
Para que esses três pontos sejam contemplados, faz-se necessário que 
os responsáveis pelos cursos oferecidos na modalidade EAD conheçam e 
compreendam os diferentes perfis dos educandos e proponham ações edu-
cativas que contemplem suas necessidades reais. 
Como vimos, nos ambientes de aprendizagem virtuais, assim como nos 
presenciais, é muito importante que as práticas tradicionais de ensino, centra-
lizadas no professor, sejam substituídas por outras, centralizadas no aluno e 
nos processos de aprendizagem. A revisão das práticas educativas possibilitaa adoção de um currículo voltado para o desenvolvimento de competências. 
Para que as competências do currículo sejam atingidas e os alunos se 
engajem no ensino, as IEs proponentes de cursos devem conhecer os perfis 
dos educandos, para identificar suas necessidades e propor ações educativas 
que possam atendê-las. Esse atendimento oportuniza o estabelecimento 
de vínculos entre o estudante e a IE e se constitui como um facilitador dos 
processos de aprendizagem. 
Práticas de humanização na EAD
Muitas discussões sobre a EAD recaem sobre o relacionamento do estudante com 
a IE concedente dos cursos e com seus pares, que envolvem racionalidade e o 
campo dos afetos humanos. Essas questões são vistas como limitações da EAD 
e, como tal, com potencial para mitigar o seu valor. Para que a desvalorização 
seja superada, as IEs devem adotar processos didáticos que favoreçam a parti-
cipação, a comunicação e a interação entre todos os participantes do curso, em 
um ambiente de aprendizagem colaborativo (CLEMENTINO, 2011; VERGARA, 2007). 
Para que os cursos oferecidos na modalidade a distância sejam humani-
zados, um aspecto relevante, que deve ser objeto de atenção por parte IEs, 
são os processos comunicativos. Isso porque: 
Em cursos a distância, como uma das formas prioritárias de conexão com os partici-
pantes se dá por meio das palavras em uma tela, diferentes formas de comunicação 
e interação devem ser pensadas, para suprir as possíveis dificuldades que os alunos 
sintam: a distância física do grupo e do tutor; sentir-se sozinho com o computador; 
aguardar as respostas às perguntas feitas; etc... (CLEMENTINO, 2011, p. 3).
A humanização da EAD6
Adotar processos comunicativos eficientes e adequados ao alunado do 
curso facilita o entendimento e a apropriação dos conteúdos, ao mesmo 
tempo que permite o desenvolvimento de sentimentos de relação pessoal 
que geram nos alunos prazer e motivação para a aprendizagem. Três são 
os elementos a serem contemplados nos processos comunicativos para a 
humanização dos ambientes de aprendizagem virtuais: as interações, os 
feedbacks e o atendimento personalizado (CLEMENTINO, 2011). 
As interações são pontos fundamentais para o sucesso das ações edu-
cativas oferecidas na modalidade EAD. Confira no Quadro 1 três tipos de 
interações nos ambientes virtuais de aprendizagem: aluno-conteúdo, aluno-
-professor e aluno-aluno. 
Quadro 1. Tipos de interações nos ambientes virtuais
Interação 
aluno-conteúdo
Interação entre o aprendiz e o conteúdo ou tema de estudo:
processo fundamental para a aprendizagem, porque 
possibilita mudanças na compreensão do aprendiz. 
Interação 
aluno-professor
Interação entre o aprendiz e o especialista que preparou 
o material ou algum outro especialista que atue como 
instrutor: na EAD, os instrutores buscam alcançar 
os objetivos compartilhados com todos os outros 
educadores. Procuram estimular e manter a motivação do 
estudante para a aprendizagem, incluindo a autodireção e 
a automotivação. 
Interação 
aluno-aluno 
Interação interaprendiz, entre um aprendiz e outros 
aprendizes, sozinhos ou em grupos, com ou sem a 
presença de um instrutor em tempo real: aspecto 
fundamental para a aprendizagem e para a manutenção 
do interesse dos alunos, por conta do sentimento de 
pertencer a um grupo. 
Fonte: Adaptado de Moore e Kearsley (2013).
A interação entre o aprendiz e o conteúdo ou tema de estudo estabelece 
uma conversação didática interna (MOORE; KEARSLEY, 2013) e, por meio 
dela, os estudantes conversam consigo mesmos sobre as informações que 
encontram nos diferentes materiais disponibilizados no ambiente virtual 
de aprendizagem. Essa interação é fundamental, porque possibilita mu-
danças na compreensão do aprendiz sobre os temas abordados e provoca 
transformações nas suas estruturas cognitivas a partir da construção de 
novos conhecimentos. 
A humanização da EAD 7
Os materiais didáticos dos cursos oferecidos na modalidade a distân-
cia têm um papel fundamental para promover novas aprendizagens, 
manter a motivação e construir um ambiente virtual mais humanizado. A lingua-
gem utilizada nesses materiais deve possibilitar a autonomia dos estudantes na 
realização dos seus estudos. Na EAD, a linguagem tem um papel fundamental 
para facilitar aprendizagens e ajudar no vínculo entre professor/tutor e aluno, 
porque permite a interlocução dos agentes do processo educativo. Por isso, ela 
precisa ser de fácil interpretação, adequada ao público que se pretende atender 
e passível de adaptações e atualizações (PERCILIO; OLIVEIRA, 2018).
A interação entre o aluno e o professor que preparou o material ou outro 
profissional responsável pela mediação pedagógica nos ambientes virtuais é 
importante para que os estudantes se apropriem dos objetivos propostos ao 
curso e para que se mantenham motivados à aprendizagem. Nessa interação, 
os profissionais da educação devem apoiar os percursos de aprendizagem 
dos estudantes e orientá-los para que tenham cada vez mais autonomia, 
autodireção e automotivação. 
Por sua vez, a interação dos estudantes com seus pares, seja com a pre-
sença de um mediador ou não, é fundamental para construir o sentimento 
de pertencimento a um grupo e para a motivação que é consequente dele. 
Os feedbacks dizem respeito às observações do aluno e às respostas das 
equipes a essas observações, constituindo-se como uma via de mão dupla. 
Mostram o acompanhamento da trajetória dos estudantes mediante a dispo-
nibilização de informes e avaliações das atividades realizadas no ambiente 
virtual. Eles permitem, além disso, elucidar entendimentos errados e solucionar 
dúvidas sobre notas e atividades (CLEMENTINO, 2011; VERGARA, 2007). 
Vale ressaltar que os feedbacks aqui mencionados são aqueles que con-
tribuem, efetivamente, para os processos de aprendizagem dos estudantes, 
não os que são automáticos, dados pelo próprio sistema. Isso porque as 
mensagens automáticas têm:
[…] elementos comunicativos frios e distantes que transmitem ao aluno a sensa-
ção de estar conversando com uma máquina. Exatamente o contrário do que a 
intercomunicação didática para cursos on-line valoriza: comunicação interpessoal; 
mensagem em tom de conversação […]; atenção para com o aluno; atendimento 
pessoal e individualizado (CLEMENTINO, 2011, p. 8).
Na escrita dos feedbacks, devemos sempre considerar quem vai recebê-
-lo. A mensagem precisa ser sempre gentil e procurar transmitir confiança, 
A humanização da EAD8
para que seja um instrumento de humanização dos processos de ensino e 
aprendizagem e possa oferecer um atendimento personalizado a cada um. 
O atendimento personalizado é um elemento fundamental para a promoção 
do envolvimento emocional e sentimental dos participantes dos cursos de 
EAD. Nas interações constantes nos ambientes virtuais de aprendizagem, os 
estudantes acabam por compartilhar suas vivências individuais, bem como 
suas demandas e temores. Com isso, com o tempo, é possível identificar 
as especificidades dos alunos e buscar interagir com cada um de maneira 
individualizada e personalizada (CLEMENTINO, 2011).
Como vimos, a EAD demanda dos alunos o desenvolvimento de competên-
cias socioemocionais, para que avancem em seus percursos de aprendizagem 
num ambiente diferente do das aulas presenciais. No entanto, nesses per-
cursos, ele não está sozinho. As IEs proponentes de cursos de EAD precisam 
adotar estratégias que oportunizem a construção dessas competências, no 
que diz respeito tanto ao conteúdo quanto a aspectos socioemocionais. É 
importante que essas estratégias, ao mesmo tempo, garantam um ambiente 
virtual de aprendizagem mais humanizado, porque eles favorecem a constru-
ção de novos conhecimentos, o engajamento dos estudantes e minimizam a 
desmotivação e a evasão. 
Referências 
BEHAR, P. A. (org.). Competências em educação a distância. Porto Alegre: Penso, 2013. 
CARVALHO JUNIOR, A. F. P.; BARBOSA, L. G.; CASTRO, L. V. A relação entre as dificuldades 
na aprendizagem e a evasãode alunos na EaD: um estudo de caso. Revista Educação 
Pública, v. 21, n. 16, 2021. 
CLEMENTINO, A. Processos comunicativos que humanizam os cursos a distância online. 
In: CONGRESSO INTERNACIONAL ABED DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, 17., 2011, Manaus. 
Anais [...]. São Paulo: ABED, 2011.
DAMÁSIO, B. F. Mensurando habilidades socioemocionais de crianças e adolescentes: 
desenvolvimento e validação de uma bateria (nota técnica). Trends in Psychology, v. 
25, n. 4, 2017. 
INSTITUTO AYRTON SENNA. Empatia: como as competências socioemocionais podem 
ajudar você a atravessar o período de isolamento. Instituto Ayrton Senna, 2020. Dis-
ponível em: https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/socioemocionais-para-crises/
competencia-socioemocional-empatia.html. Acesso em: 19 jul. 2022. 
MOORE, M. G.; KEARSLEY, G. Educação a distância: sistemas de aprendizagem on-line. 
3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2013. 
PERCILIO, A. C. M.; OLIVEIRA, P. V. A utilização da linguagem na elaboração do material 
didático para EAD. CIET:EnPED, 2018. 
PERRENOUD, P. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed, 1999.
A humanização da EAD 9
PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Penso, 2000.
VERGARA, S. C. Estreitando relacionamentos na educação a distância. Cadernos 
EBAPE.BR, v. 5, 2007. 
ZABALA, A.; ARNAU, L. Como aprender e ensinar competências. Porto Alegre: Penso, 2010.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores 
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
A humanização da EAD10
Dica do professor
Nos processos de comunicação e humanização dos ambientes virtuais de aprendizagem, o feedback 
ocupa um lugar central. Tendo por objetivo oferecer aos estudantes uma devolutiva acerca das 
atividades realizadas, elaborados de maneira adequada, os feedbacks contribuem para a promoção 
de avanços nos percursos de aprendizagem e para o estabelecimento de vínculos entre o estudante 
e a instituição de ensino e entre ele e os mediadores pedagógicos presentes no ambiente virtual.
 
Nesta Dica do Professor, você vai ampliar os seus conhecimentos sobre os aspectos que devem ser 
contemplados para que os feedbacks cumpram o seu papel nos cursos oferecidos na modalidade 
EAD.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
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Exercícios
1) O conceito de competência passou a ser amplamente utilizado nos contextos empresariais, a 
partir dos anos 1970. Logo depois, ele começou a permear as discussões nos contextos 
educacionais.
 
Sobre as competências na educação, leia as afirmativas a seguir:
 
I. O desenvolvimento das competências demanda a proposição de atividades que priorizem 
a memorização e a mecanização de procedimentos.
 
II. A discussão da importância das competências na educação provocou a revisão das 
práticas educativas tradicionais e mecanicistas.
 
III. Um sujeito competente é capaz de mobilizar os conhecimentos já construídos e utilizá-los 
para o enfrentamento de diferentes demandas, em contextos diversos.
 
IV. As competências desenvolvidas nos contextos escolares só são manifestadas quando o 
indivíduo se depara com uma situação idêntica àquela abordada pelo professor.
 
São verdadeiras as afirmativas:
A) II e III.
B) I e II.
C) III e IV.
D) I e III.
E) II e IV.
2) O desenvolvimento de competências pressupõe que os indivíduos sejam capazes de 
mobilizar os conhecimentos já construídos para o enfrentamento de demandas diversas na 
vida cotidiana e no mundo do trabalho.
Sobre o currículo voltado para o desenvolvimento de competências, é correto afirmar o 
seguinte:
A) O currículo voltado para o desenvolvimento de competências deve ser adotado apenas nas 
ações educativas realizadas no ensino presencial.
B) O currículo voltado para o desenvolvimento de competências deve ser adotado apenas nas 
ações educativas que são híbridas.
C) O currículo voltado para o desenvolvimento de competências também deve ser adotado 
apenas na educação a distância.
D) O currículo voltado para o desenvolvimento de competências deve ser adotado nas 
modalidades presencial, híbrida e a distância.
E) O currículo voltado para o desenvolvimento de competências deve ser adotado apenas na 
Educação Básica.
3) Muito se tem falado sobre as competências socioemocionais, compreendidas como um 
construto multidimensional que abarca variáveis emocionais e comportamentais, 
contribuindo para um desenvolvimento saudável ao longo de toda a vida dos indivíduos.
 
Sobre as competências socioemocionais na educação a distância, é correto afirmar o 
seguinte:
A) Nos ambientes virtuais, as competências socioemocionais são importantes, apenas, no que diz 
respeito aos trabalhos em grupo, porque os colegas são conhecidos só virtualmente.
B) Nos ambientes virtuais de aprendizagem, as competências socioemocionais são importantes 
apenas para que o estudante consiga estabelecer uma boa relação com o professor/tutor. 
C) As competências socioemocionais são fundamentais na EAD, porque atitudes como a 
automotivação e a autodisciplina são fundamentais para que o educando aprenda.
D) As competências socioemocionais requeridas e valorizadas nos ambientes e nas ações 
presenciais são as mesmas demandas nos ambientes virtuais de aprendizagem.
E) Os níveis de competência socioemocional apresentados pelos estudantes nos cursos 
oferecidos na modalidade a distância não têm qualquer relevância para os processos de 
aprendizagem.
Nos ambientes virtuais de aprendizagem, alguns fatores são determinantes de um maior 
engajamento dos alunos e de sua permanência nos cursos.
 
Sobre o estabelecimento de vínculos na educação a distância, leia as afirmativas a seguir:
4) 
 
I. Cabe à instituição de ensino conhecer o perfil dos seus alunos a fim de adotar estratégias 
que possam atender às suas necessidades e garantir o engajamento no curso.
 
II. Os proponentes de cursos não precisam se preocupar com o domínio tecnológico dos 
educandos, uma vez que estudantes que procuram cursos em EAD já têm esse domínio.
 
III. A falta de adaptação aos cursos oferecidos na modalidade a distância pode decorrer de 
fatores pessoais e, também, da falta de experiência com as ferramentas tecnológicas.
 
IV. Os estudantes devem criar uma identidade digital, necessária ao sucesso nos cursos em 
EAD, sem que haja necessidade da adoção de ações com essa finalidade pela instituição de 
ensino.
 
São verdadeiras as afirmativas:
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) III e IV.
E) II e IV.
5) A adoção de processos comunicativos eficientes e adequados aos estudantes dos cursos 
oferecidos na modalidade a distância tem um papel fundamental na promoção de 
aprendizagens e no engajamento dos alunos.
 
Sobre os processos comunicativos, é correto afirmar o seguinte:
A) Os feedbacks podem ser oferecidos pelo próprio sistema, apenas para que o aluno identifique 
seus erros e acertos.
B) A linguagem adotada nos feedbacks, quando realizados pelo tutor, não precisa ser objeto de 
atenção, por não interferir nos processos de aprendizagem.
C) Dada a natureza dos ambientes virtuais de aprendizagem, não é possível oferecer aos 
estudantes um atendimento personalizado.
D) Os conteúdos devem ser disponibilizados sempre sob a forma de textos escritos, claros e 
sucintos.
E) As interações se constituem como pontos fundamentais para o sucesso das ações educativas, 
no que diz respeito aos conteúdos, ao professor e aos pares.
Na prática
Os polos de educação a distância, também chamados de polos de apoio presencial, são locais que 
têm como objetivo o desenvolvimentode atividades pedagógicas e administrativas relativas aos 
cursos e aos programas ofertados na modalidade a distância. As ações pedagógicas desenvolvidas 
nesses espaços podem ser fundamentais para a humanização dos cursos oferecidos em EAD. 
 
Conheça, Na Prática, uma ação desenvolvida nos polos de uma universidade virtual que atua em 
todo o Estado de São Paulo, visando a apoiar a realização dos estágios obrigatórios pelos alunos 
dos cursos oferecidos por ela. 
 
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Competências socioemocionais: análise da produção científica 
nacional e internacional
Nos últimos anos, as competências socioemocionais têm sido objeto de estudo de vários 
pesquisadores, em todo o mundo. Para conhecer a produção científica sobre o tema, leia este 
artigo.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Análise de perfis de engajamento de estudantes de ensino a 
distância
Conhecer o perfil dos estudantes da EAD é fundamental para que as instituições de ensino possam 
adotar estratégias que contribuam para seu engajamento nas atividades propostas e no curso. Para 
saber mais sobre os perfis de engajamento de estudantes nos cursos oferecidos na modalidade a 
distância, leia este artigo.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Prêmio melhores práticas Sagah: cases que transformam a EAD 
(recurso eletrônico)
Várias iniciativas têm sido desenvolvidas, por diferentes instituições de ensino que oferecem 
educação a distância, para a promoção de uma aprendizagem mais contextualizada e significativa. 
Para conhecer experiências realizadas em cursos de EAD que contribuíram para a aprendizagem e 
para o desenvolvimento das competências pelos alunos, leia esta obra.
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/gerais/v11n1/02.pdf
https://seer.ufrgs.br/index.php/renote/article/view/110248/60023
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Características da EAD no Brasil
Apresentação
A educação a distância (EAD) consiste na modalidade de mediação da relação de ensino e 
aprendizagem em que os principais agentes de interação estão separados, tanto física como 
temporalmente. Para que ocorra, usam-se as tecnologias de informação e comunicação (TICs). O 
perfil do aluno na EAD é relativamente diferente daquele que frequenta o ensino presencial ou 
híbrido. Essas diferenças gradativamente desaparecem à medida que as modalidades se fundem e 
se confundem.
A recente pandemia intensificou a aceitação da EAD e minimizou preconceitos, até porque essa foi 
a única solução possível para a continuidade dos estudos. Diante de tal desafio, as instituições de 
ensino superior que ainda não atuavam na modalidade se depararam com a necessidade de rápida 
adaptação a esse meio de ensino.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai ser apresentado aos riscos inerentes na utilização da 
internet, seja aqueles oriundos da postura diante das redes sociais, seja relativos à coleta, ao 
armazenamento e ao processamento de dados pessoais dos alunos, conforme o que preconizam as 
legislações correlatas a esse tema.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir o estudante da EAD.•
Descrever o perfil das instituições de ensino superior no Brasil.•
Reconhecer os cuidados e instrumentos de segurança para o uso da internet.•
Desafio
Uma persona refere-se a uma representação fictícia que descreve o público ideal a que se destina 
um produto ou serviço. Os dados dispostos no Censo da Educação Superior realizado pelo Instituto 
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) descrevem o aluno ingressante 
no EAD desta forma:
- A grande maioria das pessoas que fazem cursos a distância é composta por mulheres, que, por 
vezes, no meio de suas jornadas triplas entre trabalho, casa e maternidade, veem na EAD uma 
oportunidade de melhorar seus currículos sem sair de casa.
- Quanto à classe social, a maioria dos estudantes da EaD pertence às classes C, D e E, nessa 
ordem.
- Na rede privada da EAD, nenhuma faixa etária é majoritariamente preponderante. Os dados são: 
até 24 anos (24,1%); entre 25 e 29 anos (20,1%); entre 30 e 34 anos (18,4 %); entre 35 e 39 anos 
(15,9%) e entre 40 e 49 anos (16,4%) (SECRETARIA DE MODALIDADES ESPECIALIZADAS DE 
EDUCAÇÃO, 2022).
- Quanto à autodeclaração étnica, os dados demonstram que a maioria dos estudantes da EAD 
brasileiros são caucasianos, sendo o percentual dos que se declaram negros e partos maior 
somente na região Nordeste.
Acompanhe o caso a seguir:
Elabore, com o uso de dados primários e secundários, uma persona que simbolize o perfil do aluno 
da EAD.
Infográfico
A atuação na EAD exige alguns cuidados para ampliar a segurança no uso das TICs pelos diversos 
agentes da educação, como alunos, tutores, professores, funcionários e gestores. As 
recomendações versam sobre aspectos técnicos, comportamentais e legais. 
 
Neste Infográfico, você vai conhecer a jornada do uso consciente e seguro da internet na educação 
por meio de um jogo cheio de aprendizados. 
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Conteúdo do livro
A EAD no Brasil tem particularidades quanto ao perfil dos alunos e da atuação das instituições de 
ensino superior nessa modalidade. Partindo dos elementos majoritários da descrição dos alunos, 
observa-se que a maioria é composta por mulheres com dupla ou tripla jornada de trabalho, 
integrantes da classe social C, D e E, e idade disposta em faixa etárias de espectro amplo, entre 18 
e 50 anos. 
 
A EAD no ensino superior é ofertada por faculdades, centros universitários e universidades. A 
maioria das vagas e dos cursos pertence à rede privada, e o curso com maior procura é o de 
pedagogia. Para que se tenha um ambiente seguro para o ensino e aprendizagem, há alguns 
cuidados comportamentais e tecnológicos, visando minimizar possíveis dissabores no uso das TICs 
na educação.
No capítulo Características da EAD no Brasil, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você 
vai entrar em contato com informações capazes de definir o perfil do aluno da EAD, assim como 
das instituições de ensino superior atuantes nessa modalidade. Como forma de detalhar os 
cuidados que alunos e docentes precisam ter em suas ações educacionais na internet, o capítulo 
aborda, adicionalmente, cuidados e dicas de segurança.
Boa leitura.
INTRODUÇÃO 
À EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIA – EAD
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Definir o estudante da EAD.
 > Descrever o perfil das instituições de ensino superior no Brasil.
 > Reconhecer os cuidados e instrumentos de segurança para o uso da internet.
Introdução
Os números relativos à educação a distância (EAD) no Brasil demonstram o intenso 
crescimento em termos de matrículas nos últimos cinco anos. A pandemia da 
covid-19 intensificou a aceitação dessa modalidade de ensino e aprendizagem, 
derrubando paradigmas quanto à viabilidade de seu uso como uma forte expe-
riência educacional.
Neste capítulo, você vai estudar aspectos essenciais sobre o perfil do aluno da 
educação a distância. Além disso, vai conhecer dados demográficos e competên-
cias desenvolvidas nessa modalidade. Ainda, vai ver o resultado dos alunos em 
exames oficiais, o que pode servir para interpretar a qualidade obtida no ensino 
a distância. Também vai identificar como a pandemia intensificou a educação a 
distância. Por fim, vai estudar o cuidado que se deve ter quanto à utilização da 
internet, bem como as medidas de prevenção recomendadas.
Características da 
EAD no Brasil
Claudio Marlus Skora
O aluno na educação a distância
A construção do perfil do alunona EAD pode ser realizada de diversas formas. A 
mais usual é por meio da apresentação de dados estatísticos sobre matrículas 
e demais particularidades ou, ainda, sobre gênero, autodeclaração étnica, 
classe social e outras informações que permitem compreender os alunos a 
partir de um panorama censitário. Também é possível descrever os alunos 
por meio de suas características de aprendizagem. Por fim, pode-se discorrer 
sobre os resultados dos alunos da EAD versus os das demais formas de ensino.
O Mapa do Ensino Superior Brasileiro, patrocinado pelo Instituto Semesp 
(2022), aponta vários pontos interessantes sobre inúmeros aspectos da edu-
cação superior no país. De acordo com o material, o número de matrículas 
dos cursos presenciais vem caindo, o que é uma tendência dos últimos anos. 
Os dados apontam que, em 2020, 64,2% das matrículas eram de cursos pre-
senciais, o que equivale a uma queda de mais de 7 pontos percentuais de 
um ano para outro. O aumento da educação a distância nesse período é uma 
consequência da pandemia de covid-19.
Quanto à distribuição percentual da participação dos alunos da EAD, as 
regiões com maior relevância são a Norte e a Sul. Na primeira, os alunos 
EAD compõem 45,9% do total das matrículas; na segunda, o percentual é de 
44,5%. A região Nordeste concentra a menor taxa de alunos na EAD: 30,8% 
das matrículas (INSTITUTO SEMESP, 2022).
No ensino presencial, cerca de 58% dos alunos da rede privada e 66% da 
rede pública têm até 24 anos (INSTITUTO SEMESP, 2022). Na EAD, esse número 
é distribuído ao longo de diversas faixas etárias, como mostra o Quadro 1.
Quadro 1. Distribuição de alunos matriculados na EAD por faixa etária
Faixa etária Rede pública Rede privada
Até 24 anos 14,6% 24,1%
25 a 29 anos 17,5% 20,1%
30 a 34 anos 20,2% 18,4%
35 a 39 anos 18,8% 15,9%
40 a 49 anos 21,3% 16,4%
50 a 59 anos 6,6% 4,4%
Acima de 60 anos 1,1% 0,7%
Fonte: Adaptado de Instituto Semesp (2022).
Características da EAD no Brasil2
Os dados dispostos no Quadro 1 demonstram a possibilidade de a EAD 
proporcionar o acesso à educação superior a pessoas que estão fora da deno-
minada idade universitária ideal, que se enquadra entre 18 e 27 anos. Assim, 
é possível concluir que as características da modalidade ajudam pessoas 
com diferentes turnos de jornada de trabalho a acessar a educação superior 
quando sentem a necessidade e têm a disponibilidade de tempo e recursos.
Sobre a questão etária, o Instituto Semesp (2022, p. 7) alerta sobre o acesso 
à educação na faixa etária considerada adequada:
Os números do Censo da Educação Superior 2020 também apontam uma triste re-
alidade: a queda no número de jovens ingressando no ensino superior, o que afeta 
diretamente a taxa de escolarização líquida [que mede a proporção de pessoas de 
18 a 24 anos que frequentam o ensino superior em relação à população dessa faixa 
etária]. Em 2020, a taxa registrou uma queda de 0,3 pontos percentuais e chegou 
aos 17,8%. Com a EAD ainda atraindo um público mais velho, entre 29 e 44 anos, 
que já está inserido no mercado de trabalho, os mais jovens seguem excluídos da 
educação superior. Sem atrairmos os jovens para o ensino superior, estamos não 
apenas nos afastando da meta do Plano Nacional de Educação, que estabelece 
uma taxa de escolarização líquida para o ensino superior de 33% em 2024, mas 
também comprometendo o próprio desenvolvimento do país a médio e longo prazo.
De acordo com a meta número 12 do Plano Nacional de Educação (PNE) 
(BRASIL, 2014), a taxa de escolarização líquida de jovens entre 18 e 24 anos 
aplicada ao ensino superior deve ser, até 2024, de 33%. Já a taxa bruta deve 
alcançar 50%. É por isso que há uma preocupação, pois as informações atuais 
apontam para um índice de 17,8%.
O número de ingresso por modalidade aponta a tendência de crescimento 
de novas matrículas na EAD. Como mostra a Figura 1, em 2009, 84% dos calouros 
foram registrados na educação presencial, sendo 16% na EAD.
Figura 1. Gráfico da distribuição de ingressantes no ensino superior conforme modalidade.
Fonte: Instituto Semesp (2022, p. 19).
Características da EAD no Brasil 3
Gradativamente, a participação de novas matrículas no ensino superior 
demonstrou o aumento da participação na modalidade EAD. O ponto de 
virada ocorreu em 2020, quando a educação presencial obteve um percentual 
abaixo dos 50% (mais precisamente, 46,7%). Por outro lado, a modalidade a 
distância foi responsável por 53,3% dos ingressantes no terceiro grau. Esse 
indicador foi impactado pelos efeitos da pandemia de covid-19, que tornou 
necessário o isolamento social. Por imposição legal, as relações de ensino e 
aprendizagem ocorreram por meio virtual, levando muitas pessoas a reduzir 
as impressões que tinham sobre a modalidade em tela.
O censo da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED, 2022) 
mostra outras peculiaridades do aluno da EAD. Os dados indicam que a 
maioria dos acadêmicos é do gênero feminino, compondo um total de 55,84% 
das matrículas no ensino superior a distância. Uma das justificativas para 
esse número é a existência de dupla ou tripla jornada de atividades (trabalho, 
casa e estudo), uma vez que o horário e a dedicação ao estudo quase sempre 
são mais flexíveis do que no modelo presencial.
Os dados também demonstram que a maioria dos estudantes de EAD 
brasileiros é caucasiana. Analisando dados para algumas regiões do país, 
é possível ver que, nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, o percentual de 
alunos negros é preponderante. Já os indígenas formam um percentual de 
5% das matrículas na região Norte (ABED, 2022).
A classe social também é destacada nas análises de dados sobre o perfil do 
aluno da EAD. Segundo o censo, 93,5% dos alunos dos cursos EAD pertencem 
às classes C, D e E, o que é um percentual relevante. Isso mostra o caráter 
de inclusão social que a EAD tem, que existe por dois motivos: o valor de 
mensalidade mais atrativo a essas classes sociais (em comparação ao valor 
médio dos cursos presenciais) e a flexibilização do horário de estudo, que 
possibilita cumprir a jornada de trabalho (ABED, 2022).
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio 
Teixeira (Inep) publica anualmente dados importantes sobre a EAD no 
ensino superior no Brasil (ABED, 2022). Trata-se do Censo da Educação Superior, 
que fornece informações essenciais para formulação, monitoramento e avaliação 
das políticas públicas relacionadas a esse assunto. É uma fonte oficial muito 
relevante para compreender o perfil do aluno da EAD.
O aluno da EAD também pode ser descrito a partir das competências que 
a modalidade de ensino proporciona aos estudantes. De acordo com Fleury 
e Fleury (2001, p. 187), as competências são “um saber agir responsável e 
Características da EAD no Brasil4
reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, re-
cursos e habilidades que agreguem valor econômico à organização e valor 
social ao indivíduo”.
Trazendo esse conceito para o desenvolvimento do aprendizado dos 
alunos, tem-se a visão de que ele terá êxito em suas atividades educacionais 
quando souber agir em situações diversas, atuar para além do prescrito e 
tomar iniciativas quando necessário. Vale ressaltar que a competência não 
está ligada apenas a uma relação de conhecimentos teóricos e empíricos 
que as pessoas dominam sobre um determinado tema. O Quadro 2 mostra 
algumas das competências desenvolvidas pelos alunos da EAD.
Quadro 2. Competências desenvolvidas pelos alunos na EAD
Competência Descrição
Autonomia O aluno é protagonista em suas atividades de aprendizagem, 
realizando pesquisas e tarefas e buscando por referências 
e conteúdos complementares. Parte do aluno o interesse 
em buscar auxílio para superar dificuldades ou em resolver 
seus problemas de maneira própria.
Adaptabilidade O aluno da EAD é mais acostumado a interagir de modo 
virtual com as pessoas, sejam elas colegas de sala, 
professores ou tutores. Ele extrai dos diferentes públicos 
as informaçõesnecessárias em diversos momentos, o que 
denota a adaptação ao trabalho em ambiente digital.
Gestão do 
tempo
O aluno da EAD tem maior planejamento e gestão do tempo 
para realizar as diferentes rotinas estudantis, assumindo o 
controle sobre as responsabilidades de aprendizado.
Comunicação Como não tem o contato físico com as pessoas, para expor 
suas contribuições e dúvidas, o aluno da EAD desenvolve 
a capacidade de comunicação. Além da expressão oral, o 
estudante amplia a capacidade textual, de modo a declarar 
suas necessidades e aprendizados com mais propriedade.
Autogestão A autogestão surge por meio das ações do aluno em 
estabelecer prioridades e gerir prazos sem supervisão. Isso 
minimiza as armadilhas da procrastinação, uma vez que a 
gestão da relação entre tarefas e prazos é algo comum na 
EAD.
Além do desenvolvimento dessas competências, há ainda o desempenho 
em exames oficiais que aferem a qualidade da formação, como o Exame 
Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Cortelazzo e Elisei (2022), 
Características da EAD no Brasil 5
ao analisar o desempenho dos estudantes de cursos presenciais e a distância 
no Enade nos anos 2015, 2016 e 2017, perceberam que os valores médios dos 
conceitos são maiores para cursos presenciais. Ainda, em uma mesma institui-
ção de ensino superior, os autores perceberam que as notas dos concluintes 
de EAD foram menores do que as dos alunos dos cursos presenciais. Isso 
mostra a necessidade de se preocupar em encontrar meios de proporcionar 
um melhor desempenho na educação superior para alunos EAD, igualando-os 
aos que fazem a opção pela educação presencial.
Nesta seção, vimos que, em geral, o perfil do aluno da EAD no ensino 
superior é composto por pessoas adultas, com idades quase que igualmente 
distribuídas entre os 18 e 50 anos. A maioria é formada por mulheres trabalha-
doras e com compromissos familiares. A flexibilidade de horários de estudo e 
a possibilidade de conciliar as atividades pessoais, familiares e profissionais 
são pontos que atraem as pessoas para a EAD. Entretanto, como vimos, os 
dados oficiais de aferição do desempenho dos alunos em provas demonstram 
a necessidade de aprimorar as relações de ensino e aprendizagem na EAD, a 
fim de ampliar o desempenho dos estudantes.
Atuação das instituições de ensino superior 
no Brasil na educação a distância
A pandemia de covid-19 foi um divisor de águas em muitos aspectos sociais 
e econômicos. Do ponto de vista trabalhista, por exemplo, as medidas de 
prevenção ao vírus, como o isolamento social, levaram à implantação do 
home office. Esse é um único exemplo de mudança e quebra de paradigmas. 
Afinal, antes da pandemia, a presença em locais determinados para o trabalho 
era algo mandatório nos manuais de trabalho das empresas, até mesmo em 
termos da legislação relativa ao mundo trabalhista.
Na educação, os efeitos foram semelhantes. No Brasil, após as primeiras 
medidas sanitárias divulgadas em março de 2020, muitas faculdades, centros 
universitários e universidades foram obrigadas a cessar a oferta de aulas 
presenciais. Como medida paliativa, essas universidades se viram diante 
da possibilidade de usar soluções remotas, síncronas ou assíncronas, para 
facilitar as relações de ensino e aprendizagem entre docentes e alunos.
O episódio do impacto da pandemia escancarou pelo menos três reali-
dades das instituições de ensino superior no Brasil em relação ao EAD. Veja 
a seguir, conforme Chagas, Chagas e Silva Filho (2020), Gusso et al. (2020) e 
Queiroz et al. (2022).
Características da EAD no Brasil6
 � Um número menor de instituições (em torno de 20% delas) era respon-
sável pela grande maioria de matrículas de EAD no ensino superior, 
estando preparadas para a oferta dessa modalidade por ter experiên-
cia, infraestrutura pessoal e tecnológica e credenciamento específico 
conforme regulamentação do Ministério da Educação (MEC).
 � Cerca de 30% das instituições tinha alguma experiência em EAD, do-
minando plataformas para a finalidade, disponibilizando documentos, 
vídeos, áudios e outras tecnologias da informação e da comunicação 
(TICs) e tendo docentes com um domínio satisfatório de técnicas e tec-
nologias. Tinham como objetivo a obtenção futura do credenciamento 
para a modalidade junto aos órgãos oficiais.
 � A metade das instituições de ensino superior não tinha domínio das 
TICs da modalidade. Além disso, inexistiam profissionais capacitados, 
e eles se depararam com situações complicadas para atender aos 
contratos de serviços educacionais firmados com seus alunos (no 
caso do setor privado).
A Figura 2 apresenta a distribuição da oferta da educação superior para 
os dois grupos apresentados com pelo menos alguma experiência na EAD.
Figura 2. Distribuição de ingressantes no ensino superior conforme modalidade.
Fonte: Abed (2022, p. 28).
O grupo de instituições com pouquíssima familiaridade ou nenhuma ex-
periência em EAD teve que recorrer, imediatamente, a soluções adotadas 
pelos professores. Essas soluções não eram necessariamente padronizadas, 
e os alunos passaram a acessar plataformas síncronas de reuniões, sendo 
as mais conhecidas o Zoom, o Teams e o Google Meet. Da mesma forma, eles 
utilizaram documentos usando OneDrive, Google Drive ou Dropbox. Com essas 
atitudes, aconteceu uma evasão sem precedentes de alunos, principalmente 
entre aqueles que eram avessos à EAD, muitas vezes rotulando a modalidade 
a distância pejorativamente.
Características da EAD no Brasil 7
O grupo de instituições com alguma experiência em EAD potencializou as 
soluções já implantadas e obteve algum sucesso, uma vez que os alunos já 
tinham algum domínio das TICs da EAD. As instituições com credenciamento 
oficial para a oferta de cursos à distância foram as que menos impactaram os 
alunos, pois muitas delas já ofertavam parte da carga horária de seus cursos a 
distância, de acordo com os limites legais. Assim, mesmo os alunos de cursos 
presenciais não estranharam o desafio de enfrentar a EAD. A modalidade EAD 
se tornou padrão nos momentos pós-pandemia, até que as organizações 
sanitárias liberassem o retorno das aulas presenciais.
Os acontecimentos da pandemia anteciparam a realidade a qual todas as 
instituições se deparariam em um momento futuro próximo: a prontidão para 
ofertar a educação a distância e o credenciamento para realizá-la perante 
o MEC. Isso fica muito evidente quando analisamos as conclusões de uma 
pesquisa global realizada pela Anthology, uma edtech com mais de 150 milhões 
de usuários em 80 países (WIDENHORN et al., 2022, p. 5, tradução nossa):
Dos alunos pesquisados globalmente, 41% indicaram preferência por cursos total-
mente on-line conduzidos de forma síncrona, ou seja, reunindo-se em um horário 
específico (16%), ou de forma assíncrona, permitindo que os alunos concluam os 
trabalhos quando estiverem disponíveis (25%). Apenas 18% dos alunos indicaram 
que preferem cursos totalmente presenciais. Embora ainda haja uma preferência 
reconhecida por cursos presenciais por parte da população e uma mistura de 
cursos presenciais e on-line para um grupo maior, mais de 80% dos alunos agora 
preferem que, pelo menos, alguns de seus cursos ou aulas ocorram on-line. Isso 
indica que os alunos se ajustaram a fazer cursos on-line e, em geral, preferem 
opções de cursos assim.
A atuação das instituições de ensino superior na EAD no Brasil deve, então, 
se expandir. Os atuais players do mercado vão ter a companhia de novos 
ingressantes, seja para competir com os grandes grupos consolidadores da 
educação privada, seja para subsistir a esse novo momento em que a EAD 
se depara depois da pandemia.
O setor público também atua por meio da EAD, mas dados do Instituto 
Semesp (2022, p. 16) indicam que “a rede privada segue concentrando a grande 
maioria das matrículas dos cursos EAD; 94,9% dos alunos da modalidade estão 
em IES (instituições de ensino superior) particulares”. Em números de ingres-
santes, do total de cerca de 2 milhões de novasmatrículas na modalidade 
em 2020, somente 48.300 alunos foram incluídos no setor público, segundo 
o Instituto Semesp (2022). Os dados também informam que dos cerca de 400 
mil alunos formados na graduação, cerca de 382 mil (95,6%) foram oriundos 
de instituições da rede privada em 2020 (INSTITUTO SEMESP, 2022).
Características da EAD no Brasil8
Os cursos mais procurados na EAD são pedagogia, administração, conta-
bilidade, tecnólogo em gestão de pessoas e educação física. Juntos, esses 
cursos respondem a um pouco mais de um terço do total de novos ingressos 
em 2020, como informa o Semesp (2022). O curso de pedagogia, de maior 
procura na modalidade a distância, é o oitavo mais procurado pelos alunos 
que ingressam na modalidade presencial.
Quanto ao total de cursos ofertados, o Instituto Semesp (2022) mostra que 
o número cresceu quatro vezes de 2015 para 2020, como demonstra o Quadro 2.
Quadro 3. Número de cursos ofertados na modalidade a distância de 2015 
a 2020
Ano Rede pública Rede privada Total
2015 422 1.054 1.476
2016 449 1.215 1.664
2017 464 1.648 2.112
2018 497 2.683 3.180
2019 520 4.011 4.531
2020 539 5.577 6.116
Fonte: Adaptado de Instituto Semesp (2022).
O cenário da atuação das instituições de ensino superior está em 
constante evolução, como é possível perceber pelos dados apresentados. 
Sobre isso, a pesquisa da Anthology aponta o fato de que os alunos de 
hoje desejam que a tecnologia seja mais prevalente em sua experiência 
no ensino superior. Na mesma pesquisa, 60% dos líderes responsáveis 
pela gestão de instituições acreditam que sua instituição não têm todas 
as ferramentas de aprendizado digital necessárias para ajudar os alunos 
a triunfar. Ainda, 17% dos líderes acreditam que os recursos tecnológicos 
de suas instituições não atendem adequadamente às necessidades dos 
alunos (WIDENHORN et al., 2022).
Nesta seção, vimos que a pandemia de covid-19 acentuou a atuação na 
EAD em instituições de ensino superior. Diante da crise, existiram diferentes 
níveis de preparação prévia para o que aconteceu, e planos contingenciais 
foram implementados. Apesar da grande expansão da EAD nos últimos anos, 
Características da EAD no Brasil 9
os gestores educacionais ainda se posicionam de maneira ativa quanto à 
necessidade de aprimoramento das TICs que mediam a relação de ensino e 
aprendizagem na EAD.
Cuidados e segurança no uso da internet
Quando pensamos sobre os cuidados e a segurança no uso da internet, temos 
em mente as recomendações quanto ao cuidado com senhas, fraudes e gol-
pes virtuais. Isso é realmente necessário, porém não esgota os aspectos em 
termos educacionais. Há de se incluir as preocupações em torno do processo 
de coleta, processamento e interpretação de dados pessoais e do uso das 
TICs em sala de aula.
Uso consciente da internet na educação
É impossível pensar as relações sociais atuais sem incluir a internet como 
mediadora fundamental, independentemente da geração. De acordo com 
o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), mais de 23 
milhões de crianças e adolescentes brasileiros de 9 a 17 anos são usuários 
da internet (ANGELINI, 2018). Isso nos faz pensar que a população em idade 
pré-universitária vai ter uma postura cada vez mais dependente desse meio 
informacional. Por estarem conectadas, essas pessoas têm acesso a pra-
ticamente infinitas informações, mas também são suscetíveis a possíveis 
impactos perversos.
Diante de tais situações, é essencial que os pais e educadores alertem as 
crianças e os adolescentes quanto às seguintes situações (ANGELINI, 2018):
 � expor informações pessoais nas redes sociais;
 � expor fotos pessoais ou de outros que possam ser consideradas 
depreciativas;
 � comunicar-se com desconhecidos, repassando a eles dados e infor-
mações pessoais;
 � ter comportamento hater, depreciando outras pessoas ou praticando 
cyberbullying;
 � realizar ou apoiar discursos de ódio, racismo ou sexting;
 � desconsiderar os direitos autorais, praticando o plágio e o comparti-
lhamento irresponsável.
Características da EAD no Brasil10
Além desses cuidados, Angelini (2018) indica outros para as relações 
educacionais. O Quadro 4 mostra algumas recomendações fornecidas aos 
educadores.
Quadro 4. Recomendações para o uso seguro e cuidadoso da internet nos 
ambientes educacionais
Recomendação Descrição
Exposição de 
informações 
Quando você se expõe na internet, é preciso refletir sobre 
os impactos que poderão ser causados não só sobre você, 
mas também sobre outras pessoas que estão próximas a 
você.
Ser um bom 
exemplo
Educadores são vistos como influenciadores de crianças, 
adolescentes e jovens. As atitudes no ambiente da internet 
poderão ser seguidas pelos alunos.
Descontrole 
sobre o que se 
posta
É cada vez mais comum que prints de tela sejam 
compartilhados de uma rede social para outra. É preciso 
saber que não se tem controle do que é postado na 
internet. Portanto, pensar antes de postar e analisar o que 
se posta é fundamental.
Respeito ao 
direito de 
imagem
Postar fotografia ou vídeo de alguém em situação 
constrangedora, modificar uma fotografia para manchar 
a reputação de alguém, publicar uma fotografia e fazer 
comentários maldosos sobre a pessoa que aparece nela ou 
descontextualizar determinado conteúdo são alguns casos 
nítidos de infração ao direito de terceiros e caracterização 
de danos à imagem.
Liberdade de 
expressão
A liberdade de manifestar-se e expressar seu pensamento 
não é absoluta. Ela termina quando se deixa de praticar um 
ato legal e saudável e passa-se a prejudicar alguma pessoa 
ou empresa. O abuso do direito de expressão não deve ser 
tolerado.
Fonte: Adaptado de Angelini (2018).
Metaforicamente, podemos dizer que a internet se assemelha a um amen-
doim com casca. Ao se abrir e comer o alimento, é possível ter uma excelente 
experiência ou surpreender-se negativamente com o gosto horrível. Antes de 
devorar o amendoim, devemos ter o cuidado de não amargar dissabores. Assim 
é a internet. Os cuidados devem orientar todas as ações, e é mandatório que 
Características da EAD no Brasil 11
os mais experientes no meio alertem os recém-ingressos nessa tecnologia, 
ensinando-os como disfrutar das potencialidades comunicacionais e de 
aprendizado de modo seguro.
Proteção de dados pessoais
Segundo Doneda (2011). o tratamento de dados pessoais, especialmente por 
processos automatizados, é uma atividade de risco para as pessoas. Para o 
autor, esse risco “se concretiza na possibilidade de exposição e utilização 
indevida ou abusiva de dados pessoais, na eventualidade desses dados não 
serem corretos e representarem erroneamente seu titular” (DONEDA, 2011, 
p. 92).
O volume e o tratamento de dados pessoais armazenados em bancos 
eletrônicos e sistematizados é poderoso. Um dado, como aponta Idowu (2015), 
é basicamente um pedaço de uma escolha, uma decisão de compra, uma 
característica física ou comportamental. No entanto, quando esses dados 
sobre uma mesma pessoa são agrupados ao longo do tempo, eles revelam 
informações da vida desse indivíduo que são potencialmente valorosas para 
os negócios. Esses dados são tão valiosos que permitem a possibilidade de 
manipulação, fazendo que essas pessoas pensem que a expressão de uma 
minoria (sua bolha de interação) representa o pensamento da maioria. Outro 
exemplo é a sensação de que todos os seus conhecidos estão adquirindo 
determinados produtos ou serviços, o que leva você a ter uma necessidade 
de aquisição (IDOWU, 2015).
As medidas paliativas para evitar a manipulação de pessoas por meio 
do controle de seus dados devem se dar, segundo Idowu (2015), por meio da 
transparência e da proteção do acesso aos dados. Essas exigências servem 
para assegurar que a vida cotidiana das pessoas possa acontecer de maneira 
sustentável e socialmente responsável.
A Lei nº 13.709/2018 (BRASIL, [2019]), conhecida como Lei Geral de Proteção 
de Dados Pessoais (LGPD), tem como objetivo estabelecer a segurança jurídicapor meio da padronização de normas e práticas dos dados pessoais de todo 
cidadão que esteja no Brasil. A LGPD (BRASIL, [2019]) inclui o processamento 
de conteúdo de pessoas, brasileiras ou não, que estão no território brasi-
leiro, e esses dados podem ser obtidos em qualquer tipo de suporte (papel, 
eletrônico, virtuais, som, imagem, etc.). O setor educacional não foge dessa 
responsabilidade, uma vez que são vários os registros feitos pelas instituições 
durante o ato educacional, principalmente aqueles mediados pelas TICs.
Características da EAD no Brasil12
O consentimento é o elemento essencial da LGPD. Por meio do consen-
timento, uma instituição pode tratar os dados e, com eles, tomar decisões 
e acessar essa pessoa com interesses diversos. De acordo com a legislação, 
poderão ser tratados os dados sem consentimento do indivíduo, desde que 
eles sejam destinados a cumprir obrigações legais, executar contratos, de-
fender direitos em processo e preservar a vida e a integridade física de uma 
pessoa (BRASIL, [2019]). No entanto, vale ressaltar que isso só é válido se o 
tratamento dos dados não prejudicar os direitos fundamentais dessa pessoa.
A LGPD também aponta que o tratamento dos dados deve ser feito conside-
rando sua finalidade e necessidade, que devem ser comunicadas ao cidadão. 
Um indivíduo também pode solicitar que suas informações armazenadas 
sejam deletadas. Ainda, ele tem o poder de revogar consentimentos ou pedir 
a transferência de seus dados para outros fornecedores, se isso for de seu 
interesse. Em caso de registro automático dos dados feito por máquinas, com 
o objetivo de estabelecer um perfil da pessoa (pessoal, comportamental, 
profissional, de consumo, de crédito), o indivíduo deve ser informado que 
pode intervir, pedindo revisão desse procedimento feito por máquinas.
A LGPD trouxe para o Brasil a necessidade da adequação das instituições 
de ensino a uma das principais garantias que uma pessoa deve ter: a privaci-
dade sobre suas informações disponibilizadas nos diferentes meios. A LGPD 
mostra a importância dos dados pessoais e o reflexo deles em direitos como 
o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural e a liberdade.
Nesta seção, estudamos os cuidados com o uso da internet, orientando 
ao uso consciente dela, especialmente nas situações de aprendizado. Os 
nativos digitais muitas vezes percebem as tecnologias como algo seguro, 
por isso precisam ser alertados sobre os problemas do mundo. Eles também 
precisam ser educados sobre os riscos que a exposição de si mesmos e dos 
outros pode trazer a todos. Além disso, o respeito aos direitos de imagem e 
de textos é algo que merece a atenção de todos. Por fim, estudamos a LGPD 
e vimos que todas as instituições de ensino superior devem respeitar os 
ordenamentos jurídicos que protegem os dados pessoais.
Referências
ANGELINI, K. Internet com responsa: cuidados e responsabilidades no uso da internet. 
São Paulo: Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR, 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (ABED). Censo EAD.BR 2020: relatório 
analítico da aprendizagem a distância no Brasil. Curitiba: InterSaberes, 2022.
Características da EAD no Brasil 13
BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação 
— PNE e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 2014. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm. Acesso 
em: 28 ago. 2022.
BRASIL. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais 
(LGPD). Brasília: Presidência da República, [2019]. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13709.htm. Acesso em: 28 ago. 2022.
CHAGAS, J. M.; CHAGAS, R. L. C. P.; SILVA FILHO, R. L. As mudanças nas IES induzidas pela 
pandemia. Desafios da Educação, 2020. Disponível em: https://desafiosdaeducacao.
com.br/mudancas-ies-pandemia/. Acesso em: 28 ago. 2022.
CORTELAZZO, A. L.; ELISEI, C. C. A. Desempenho dos estudantes de cursos presenciais 
e a distância no Enade em 2015, 2016 e 2017. Ensaio – Avaliação e Políticas Públicas em 
Educação, v. 30, n. 114, p. 207-231, 2022.
DONEDA, D. A proteção dos dados pessoais como um direito fundamental. Espaço 
Jurídico Journal of Law, v. 12, n. 2, p. 91-108, 2011.
FLEURY, M. T. L.; FLEURY, A. Construindo o conceito de competência. RAC – Revista de 
Administração Contemporânea, v. 5, p. 183-196, 2001.
GUSSO, H. L. et al. Ensino superior em tempos de pandemia: diretrizes à gestão uni-
versitária. Educação & Sociedade, v. 41, p. 1-27, 2020.
INSTITUTO SEMESP. Mapa do ensino superior no Brasil. 12. ed. São Paulo: Semesp, 2022.
QUEIROZ, F. C. B. P. et al. Pandemia da covid-19 e os impactos nas atividades acadêmicas 
no Brasil. Studies In Education Sciences, v. 3, n. 1, p. 61-85, 2022. 
TOKER, K. A. Data protection. In: IDOWU, S. (ed.). Dictionary of corporate social respon-
sibility: CSR, sustainability, ethics and governance. New York: Springer, 2015. p. 169-170.
WIDENHORN, M. et al. Comparing global university mindsets and student expctations: 
closing the gap to create the ideal learner experience. Boca Raton: Anthology, 2022.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores 
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Características da EAD no Brasil14
Dica do professor
A geração dos millennials, ou a geração Z, desde muito cedo foi inserida no mundo virtual, antes 
mesmo de aprender a falar e escrever. Para eles a simples ideia de que já existiu um mundo sem 
internet é improvável. Assim como é função dos pais e educadores alertarem os mais jovens sobre 
os perigos da vida, isso também deve ser feito a respeito do uso consciente da internet. É preciso 
incluir também as pessoas da terceira idade nesses alertas, pois eles passaram a utilizar as TICs de 
modo cada vez mais intensivo.
Nesta Dica do Professor, você vai aprender ou relembrar a como utilizar a internet de modo a 
minimizar prejuízos a si e aos outros. Abordam-se também aspectos sobre os direitos autorais e 
apontam-se as necessidades de se ter cuidado com os dados pessoais.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
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Exercícios
1) A pandemia da covid-19 foi um divisor de águas no setor educacional. No Brasil, após as 
primeiras medidas sanitárias divulgadas em março de 2020, as instituições foram obrigadas a 
cessar a oferta de aulas presenciais e disponibilizar soluções remotas, síncronas ou 
assíncronas, para facilitar as relações de ensino e de aprendizagem entre docentes e alunos. 
A proatividade das instituições de ensino superior para superar o desafio com o qual se 
depararam foi diferente, com níveis de prontidão que possibilitaram categorizá-las de três 
formas.
Tendo em vista a situação descrita, analise as afirmativas a seguir (CHAGAS; CHAGA; SILVA 
FILHO, 2020; GUSSO et al., 2020; QUEIROZ et. al., 2022):
I. 20% das instituições estavam preparadas para a atuação na modalidade a distância, pois já 
se credenciaram no MEC para essa finalidade; para isso, acumularam experiência e 
infraestrutura.
II. Aproximadamente 30% das instituições tinham alguma experiência em EAD, dominando 
TICs e com docentes capacitados para esse fim.
III. Quase a metade das instituições não tinha domínio das TICs alusivas à modalidade, 
inexistiam profissionais e se depararam com situações complicadas diante da pandemia, 
demorando, em algumas situações, mais de um mês para apresentar alternativas aos alunos.
É correto o que se afirma em:
A) I e II.
B) I e III.
C) IIe III.
D) I, II e III.
E) II, apenas.
Os exames oficiais de avaliação da qualidade da educação superior, como o Exame Nacional 
de Desempenho dos Estudantes (Enade), fornecem resultados que possibilitam compreender 
como os cursos de graduação agregam conhecimento aos alunos. Para as instituições, eles 
sinalizam em quais pontos devem ser realizados investimentos e mudanças para ter 
melhores resultados. Já para a sociedade, indicam o ranqueamento das universidades, 
2) 
centros universitários e faculdades e, a partir disso, qual é a melhor opção para o ingresso no 
ensino superior.
Sobre o desempenho dos alunos dos cursos presenciais e a distância no Enade, analise as 
asserções a seguir:
I. As instituições de ensino superior precisam encontrar meios para proporcionar melhor 
desempenho na EAD, pelo menos nos cursos e nos alunos avaliados, em relação àqueles que 
fazem a opção pela educação presencial.
PORQUE
II. Os valores médios dos conceitos dos alunos no Enade, realizada a devida ponderação em 
função do número de participantes, são, em geral, maiores para os cursos presenciais 
quando distribuídos todos os resultados dos cursos participantes dos exames, de acordo 
com o estudo de Cortelazzo e Elisei (2022).
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta:
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é justificativa da I.
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é justificativa da I.
C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
E) As asserções I e II são proposições falsas. 
O aluno da EAD desenvolve competências distintas daquelas que outras modalidades fazem 
com seus alunos. Isso ocorre devido às particularidades desse tipo de oferta, em que 
inexistem momentos presenciais e, por meio de encontros síncronos ou assíncronos, são 
desenvolvidas as atividades estudantis.
Competência, de acordo com os autores Fleury e Fleury (2001, p. 187), é “um saber agir 
responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, 
recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao 
indivíduo.”
Compreendendo essa questão, verifique os itens a seguir e assinale V (verdadeiro) ou F 
(falso) se as competências compõem a lista daquelas que os alunos de EAD desenvolvem:
( ) Adaptabilidade
( ) Autogestão
3) 
( ) Autonomia
( ) Comunicação
( ) Gestão do tempo
( ) Oratória
( ) Trabalho em equipe
Assinale a alternativa que indica a sequência correta:
A) F, V, F, V, V, F e V.
B) F, V, F, V, F, V e V.
C) V, V, V, V, V, F e F.
D) V, V, F, F, V, F e F.
E) V, F, V, V, F, V e F.
4) Os acontecimentos da pandemia da covid-19 anteciparam a realidade com que todas as 
faculdades, centros universitários ou universidades iriam se deparar em um futuro próximo: 
a prontidão para ofertar a EAD e o credenciamento para realizá-la com o MEC. Isso é o que 
se pode concluir por meio de uma pesquisa global realizada pela Anthology (2022), edtech 
com mais de 150 milhões de usuários em 80 países.
Diante dessa afirmação, analise as asserções a seguir:
I. A pesquisa demonstrou que 41% dos alunos indicaram preferência por cursos totalmente 
on-line, conduzidos de forma síncrona, ou seja, reunindo-se em um horário específico (16%), 
ou de forma assíncrona, permitindo que os alunos concluam os trabalhos quando estiverem 
disponíveis (25%). Apenas 18% dos alunos indicaram que preferem cursos totalmente 
presenciais.
PORQUE
II. Embora a pesquisa demonstre que ainda existe uma preferência reconhecida por cursos 
presenciais por parte da população e uma mistura de cursos presenciais e on-line para um 
grupo maior, mais de 80% dos alunos agora preferem que, pelo menos, alguns de seus cursos 
ou aulas ocorram on-line. Isso indica que os alunos se ajustaram a fazer cursos a distância e, 
em geral, preferem opções de cursos assim.
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta:
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. 
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. 
C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
E) As asserções I e II são proposições falsas. 
5) A cada geração, mais e mais pessoas estão familiarizadas com as TICs. Essas tecnologias 
compreendem tudo o que medeia a comunicação, incluindo hardwares, smartphones e 
softwares, aplicativos de troca de mensagens e, no caso da educação, as plataformas de EAD. 
Certamente não se pode conceber a relação de ensino e aprendizagem sem que se utilizem 
as TICs nas instituições de ensino superior.
Se existem ganhos enormes, pois potencializam a experiência de aprendizado, também 
podem existir perigos, que exigem cuidados e mecanismos de segurança. Nem todas as 
pessoas que cursam a EAD são nativos digitais e, até mesmo para estes, se faz necessário 
que uma instituição de ensino mantenha uma constante campanha de conscientização do 
uso adequado da internet em ambientes educacionais.
Tendo em vista a situação descrita, analise as asserções a seguir:
I. Uma campanha de conscientização sobre o uso correto da internet deve alertar a 
comunidade acadêmica sobre o cuidado com o que se posta em redes sociais, pois alguns 
comentários podem ser interpretados como cyberbullying.
II. As pessoas têm liberdade de manifestar-se e expressar seu pensamento, e restringir isso 
de maneira absoluta fere preceitos constitucionais. Não se recomenda a menção sobre o 
tema em uma campanha de conscientização das TICS em uma instituição.
III. A campanha deve recomendar o respeito aos direitos de imagem e autorais. Postar 
fotografia ou vídeo de alguém em situações constrangedoras e copiar conteúdos na internet 
sem citação de fontes são alguns casos nítidos de infração ao direito de terceiros, 
caracterizando danos à imagem.
É correto o que se afirma em:
A) I, apenas. 
B) II, apenas. 
C) III, apenas. 
D) I e III.
E) II e III.
Na prática
Tomar decisões com base em dados e fatos é essencial para qualquer atividade humana, ainda mais 
quando isso envolve a definição de planos para as organizações. Na EAD, por exemplo, decidir 
como atuar nessa modalidade pode ser muito difícil, porém, se um gestor tiver acesso a dados 
primários e secundários, pode trazer mais certeza sobre os passos a seguir. A compreensão do 
perfil do aluno da EAD e da forma pela qual as instituições públicas e privadas atuam no setor é 
fundamental para entender as especificidades e para conceber caminhos de atuação.
Acompanhe, Na Prática, a jornada de um coordenador do núcleo de EAD de uma instituição 
privada. Ele precisa identificar o perfil do aluno e a atuação das instituições de ensino na EAD para 
preparar o plano de expansão de cursos de graduação na universidade em que trabalha.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/a524947d-3bea-4f41-bd36-4aa006fac8a3/40a7d565-da81-4274-b4a2-d02abb2249f1.jpg
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
MOOC cibersegurança nas escolas
Esta playlist com 20 vídeos sobre a segurança na internet nas escolas é recomendada para aqueles 
que desejam ter uma visão ampla do assunto. Didaticamente, a produção portuguesa do canal 
SeguraNet discorre sobre diversos assuntos, desde aqueles técnicos, desvendando o que é cloud 
computing, internet das coisas e proteção de dados pessoais, até a mitigação de riscos para 
estudantes e alunos.
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Desempenho dos estudantes de cursos presenciais e a distância 
no Enade em 2015, 2016 e 2017
Neste artigo, os autores analisamos resultados dos alunos de cursos presenciais e a distância no 
Enade em um ciclo de três anos, verificando diversos cursos de graduação. Você pode verificar 
similaridades e divergências de desempenho nas duas modalidades e, principalmente, 
descredenciar algumas concepções apriorísticas que se pode ter sobre a qualidade da formação dos 
discentes nas duas modalidades.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Competências em educação a distância
Por meio da leitura deste livro, organizado pela professora Patrícia Behar, você vai compreender as 
competências necessárias aos docentes, discentes, tutores e gestores para a atuação na EAD. Sua 
composição em 14 capítulos proporciona o entendimento amplo sobre esse assunto essencial, 
https://www.youtube.com/playlist?list=PLaoEjrV1_n-jT_Xb8mRWkDUinpYwt6o52
https://www.scielo.br/j/ensaio/a/grVFCbvx6XLqt6BXMg6M5WP/?lang=pt#?v=132329677
especificamente o Capítulo 7, intitulado Competências dos atores da educação a distância: 
professor, tutor e aluno.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://biblioteca-a.read.garden/viewer/9788565848480/152
Abordagem híbrida na EAD
Apresentação
As tecnologias estão a cada dia mais atuais e inovadoras, e a velocidade em que ocorrem as 
mudanças aumenta exponencialmente. Com tecnologias mais rápidas e mais integradas, a forma e 
as metodologias de aprendizagem estão sendo revistas e atualizadas. O ensino como um todo 
também vem sendo alvo de um mundo em constante transformação. Mas a necessidade de 
acompanhar essas mudanças exige de todos uma certa compreensão e disposição de 
entendimento. 
Os conceitos de presencial e de educação a distância (EAD) estão se modificando com a mesma 
velocidade que surgem as inovações. Vive-se em um tempo em que a aproximação entre os cursos 
presenciais e os de EAD ocorrem em tempo real, de forma a permitir uma possível melhora no 
ensino e na aprendizagem. A combinação entre novas ferramentas e metodologias que surgem das 
inovações proporciona a criação de um novo modelo de ensino, de planejamento e de implantação 
de projetos de ensino a distância: o modelo híbrido de aprendizagem. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender as diferentes práticas do modelo de ensino 
híbrido que são adotadas e realizadas nos encontros presenciais. Vai entender a importância dos 
processos de suporte praticados para auxiliar a conexão entre a aula presencial e a on-line, 
contribuindo para o efetivo e eficaz uso de recursos disponíveis nessa metodologia. E, por fim, vai 
ver como podem ser desenvolvidas as aplicações práticas, de forma a agregar conhecimento, tendo, 
de acordo com a legislação atual, a prática profissional, os projetos de extensão e a experiência 
papéis de grande importância nesse modelo de ensino. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Explicar as práticas adotadas nos momentos presenciais nos polos.•
Descrever a importância dos projetos educacionais na abordagem híbrida.•
Reconhecer a aplicação prática dos projetos de extensão na EAD.•
Desafio
Diante do desafio no que diz respeito à educação atual, em todos os níveis e modalidades, se faz 
necessária uma nova análise das metodologias utilizadas em sala de aula. A abordagem híbrida tem 
se tornado uma excelente aliada no processo de ensino e aprendizagem.
O ensino híbrido faz uso das melhores práticas e abordagens do ensino tradicional, mesclando-o 
com novos métodos de ensino e novas tecnologias. Dessa forma, proporciona uma experiência que 
rompe com as barreiras físicas e virtuais, criando um espaço híbrido que permite ao discente acesso 
a ferramentas, conhecimentos e interações.
Analise a situação a seguir.
Sendo assim, exemplifique uma atividade que atenda a uma certa demanda relativa à área de 
educação. Lembre-se de que o projeto será criado e desenvolvido na EAD e executado 
presencialmente, integrando as duas formas em uma atividade híbrida. A atividade a ser 
desenvolvida é de livre escolha e pode ser descrita por etapas ou na forma de projeto.
Infográfico
A abordagem híbrida na EAD usa diversos modelos de ensino. O ensino híbrido é composto pelas 
melhores práticas do ensino remoto e do presencial, de forma a atender às necessidades de 
aprimoramento e apropriação de habilidades e competências pertinentes ao ensino, 
especificamente ao modelo híbrido.
Neste Infográfico, você vai conhecer as definições, as divisões e as características do modelo 
híbrido de ensino por meio do modelo de rotação por estações.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/eb310424-2f41-4f1e-93e4-a250ef5acb03/31c405aa-d839-4315-9ef2-5cd6a10c5195.jpg
Conteúdo do livro
A EAD não se restringe ao modelo de ensino-aprendizagem em formato exclusivo on-line. A 
perspectiva de uma abordagem híbrida para educação, em que momentos presenciais e virtuais são 
contemplados, tem ganhado destaque e investimento tanto nas universidades, como na educação 
básica de países como Estados Unidos, por exemplo.
No Brasil, a EAD vem apostando nessa ideia, em especial para potencializar os conhecimentos 
teóricos e práticos dos estudantes.
No capítulo Abordagem híbrida na EAD, você é convidado a conhecer e refletir sobre essa 
tendência na educação, compreendendo quais são os caminhos que podem aliar o ensino híbrido na 
promoção do conhecimento.
INTRODUÇÃO 
À EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIA – EAD
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Explicar as práticas adotadas nos momentos presenciais nos polos.
 > Descrever a importância dos projetos educacionais na abordagem híbrida.
 > Reconhecer a aplicação prática dos projetos de extensão na EAD. 
Introdução
A educação a distância (EAD) é uma modalidade que tem contribuído ampla-
mente com a popularização do ensino superior, criando oportunidades àqueles 
estudantes que precisam conciliar os estudos com o trabalho e a vida pessoal. A 
possibilidade de organizar o tempo e o espaço para estudar é um caminho que está 
transformando a educação como um todo, não apenas ao promover uma elevação 
das taxas de conclusão do ensino superior e o aperfeiçoamento e qualificação 
dos profissionais, mas também ao apresentar uma nova era voltada aos alunos 
nativos digitais, que alia a tecnologia ao processo de ensino e aprendizagem. 
Medidas para ampliar e qualificar a EAD surgem com base em pesquisas que 
viabilizam estratégias para fortalecer o vínculo do estudante com a construção 
do conhecimento. Uma dessas estratégias diz respeito à abordagem híbrida de 
educação. 
Neste capítulo, você encontrará uma discussão sobre as práticas adotadas nos 
momentos presenciais nos polos de universidades EAD. Na sequência, falaremos 
da importância dos projetos educacionais na abordagem híbrida e de aspectos 
de sua aplicação prática.
Abordagem 
híbrida na EAD
Tamires Pereira Duarte Goulart
Práticas nos polos presenciais 
A ideia de uma educação híbrida une aspectos da educação presencial com 
aspectos da educação on-line, e possibilita ao aluno vivências desses dois 
momentos. Essa abordagem mista, que representa a educação semipresencial, 
também é encontrada na literatura sob o nome de b-learning (de blended 
learning, ou aprendizado mesclado), educação bimodal, aprendizagem com-
binada, dual, semipresencial ou semivirtual (PERES; PIMENTA, 2011). 
Sob essa óptica, o ensino ou educação híbrida possibilita as trocas e 
diálogos “olho no olho” que a educação presencial traz, a interação entre 
pares, entre aluno e professor, aliadas aos momentos virtuais, por meio de 
plataformas digitais que facilitam a forma e a maneira de construir a apren-
dizagem de modo autônomo pelo próprio aluno. 
O hibridismo é uma tendência internacional, e os Estados Unidos, por 
exemplo, estão apostando nessa modalidade já na educação básica e con-quistando resultados positivos (HORN; STAKER, 2015). Por sua vez, a Finlândia, 
país de destaque em educação, segundo a avaliação Programa Internacio-
nal de Avaliação de Estudantes (Pisa), investe nas tecnologias digitais e na 
pedagogia inovadora por meio da aprendizagem ativa, que proporciona a 
experiência e a vivência ao aluno. Assim, a Finlândia acredita que, por meio 
das ferramentas digitais e da abordagem híbrida desde a educação básica, 
o estudante aprende a trabalhar na perspectiva do ensino on-line, especial-
mente para realizar pesquisas e projetos. Um dos diferenciais desse país 
é ofertar no mínimo três professores por disciplina; assim, se o aluno não 
entende o conteúdo com o professor titular, ele pode buscar auxílio junto 
aos professores auxiliares daquela disciplina. 
No Brasil, pode-se perceber esse movimento sendo construído na EAD 
nos cursos de graduação e pós-graduação a partir da presença dos tutores. 
Ainda há muito para melhorar e aperfeiçoar, mas os primeiros passos já 
estão sendo dados. Além disso, o movimento híbrido brasileiro também tem 
sido pensado para todas as ofertas de ensino, por meio principalmente dos 
estudos de Bacich, Tanzi Neto e Trevisani (2015) e Moran (2015).
Assim, as instituições de ensino superior que adotam esse sistema apostam 
fortemente na construção do conhecimento pela proposta de no mínimo 
dois momentos:
 � práticas on-line, por meio de ambientes virtuais, com materiais criados 
pelos professores, leituras, videoaulas, aulas síncronas, fóruns de 
interação e atividades;
Abordagem híbrida na EAD2
 � práticas presenciais nos polos credenciados, para que o estudante 
possa assistir a uma aula com o professor titular e realizar momentos 
de interação e discussão com colegas e tutor sobre uma temática 
relevante para sua aprendizagem. 
Souza (2015) discute, com base nas premissas da Coordenação de Aper-
feiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que os polos de apoio 
presencial são as unidades operacionais para o desenvolvimento descen-
tralizado de atividades pedagógicas e administrativas relativas aos cursos e 
programas ofertados a distância pelas instituições públicas de ensino superior 
no âmbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB).
Você pode perceber que são nesses momentos presenciais que o modelo 
de educação tradicional entra em ação na EAD, constituindo-se numa prática 
de engajamento dos alunos com o curso. 
Horn e Staker (2015) enxergam o ensino híbrido a partir de três elementos 
fundamentais ao seu funcionamento:
 � Ensino on-line — estudos digitais e virtuais, aliados a tempo, organi-
zação, espaço e disponibilidade do estudante.
 � Local físico supervisionado — aprendizagem fora da casa do estudante, 
com interação e supervisão de um professor/mediador/tutor.
 � Aprendizagem integrada — integração dos momentos on-line e presen-
ciais, para que as duas modalidades possam se complementar numa 
vivência concreta e ativa pelo estudante.
Toda universidade que adota em seu currículo e em sua base legal essa 
ideia rompe paradigmas. Desse modo, o centro do processo de ensino-apren-
dizagem não é mais o professor nem o tutor, mas o próprio estudante, que 
assume a personalização da sua aprendizagem. Nesse sentido, os polos são 
o local de apoio para que essa nova perspectiva aconteça, promovendo os 
momentos de interação, debates, exposição de dúvidas e alinhamento do 
trabalho. 
É importante destacar que o professor precisa ter em mente que esses 
dois momentos devem ser complementares entre si para que permitam uma 
sequência de aprendizagens aos alunos. O polo é a referência presencial para 
o aluno, não apenas para as aulas, mas também para que tenha ali todo o 
suporte necessário para o engajamento em seus estudos autônomos e a 
distância. 
Abordagem híbrida na EAD 3
Nos momentos presenciais no polo, o estudante de EAD necessita ter, 
entre outros aspectos:
 � Incentivo institucional — o aluno precisa ter quem procurar sobre a 
parte burocrática do curso, incluindo, caso necessário, aspectos como 
documentação, (re)matrículas, diploma e transferências. Isso aumenta 
a confiança na metodologia EAD. 
 � Suporte tecnológico — muitos estudantes, especialmente os não nativos 
digitais, têm dificuldades para compreender a dinâmica e a estrutura 
das plataformas EAD, necessitando assim de um apoio passo a passo 
para esses acessos. 
 � Promoção de momentos para debate e troca de experiências — a 
personalização e a autonomia propostas pela EAD não excluem a 
importância das trocas de ideias, vivências e experiências entre os 
alunos e entre alunos e professores e/ou tutores, tendo em vista que 
são de extrema relevância para a construção do conhecimento. Eis aqui 
um dos grandes objetivos da criação dos polos presencias: garantir 
ao estudante a efetividade dessa prática para o aperfeiçoamento dos 
conteúdos que estão sendo propostos durante o curso. 
 � Experiências práticas (em especial para os cursos da área da saúde e 
engenharias) — representam um momento imprescindível para a qua-
lificação de cursos EAD, em especial das áreas que exigem momentos 
em laboratório, como saúde e engenharias. Os laboratórios devem 
cumprir as exigências estabelecidas pelas Capes a fim de ofertar a 
mesma qualidade dos cursos presenciais, de modo que o aluno EAD 
não seja prejudicado por falta da práticas que potencializam sua futura 
atuação profissional. 
 � Alinhamento curricular — a aula no polo sempre deve estar alinhada 
com a disciplina e o conteúdo ofertado no momento pelo curso, sendo, 
portanto, uma prática complementar à bagagem que o estudante já vem 
construindo por meio de leituras, videoaulas, podcasts e atividades. 
Além disso, cabe destacar que a grade curricular EAD deve cumprir os 
requisitos pré-estabecidos pelas normativas vigentes, de forma a ga-
rantir ao aluno tudo que for necessário para uma formação qualificada. 
 � Apoio do professor tutor para realização de atividades — esse apoio 
traz segurança ao aluno e credibilidade ao curso quando possibilita 
um vínculo entre um tutor e o estudante. É essa pessoa que vai criar 
um vínculo com a turma e servir de apoio para dúvidas em atividades, 
Abordagem híbrida na EAD4
fóruns e avaliações. A figura de um tutor é muito importante e, por-
tanto, deve no mínimo carregar as qualidades de um professor/tutor 
dinâmico, receptivo, atencioso, pesquisador e conhecedor da realidade 
e necessidade de cada aluno. 
 � Avaliação da aprendizagem — dentre as práticas ofertadas pelo polo 
presencial, uma delas é a verificação da aprendizagem dos estudantes 
por meio de avaliações sem consulta, presenciais e individuais, para 
testar e aperfeiçoar os conhecimentos até adquiridos e trabalhados o 
momento. Além desse tipo de avaliação, existe uma série de momentos 
on-line que também constituem avaliações e, portanto, conferem a 
nota do aluno, mas essa é uma oportunidade de promover o estudo 
de forma a preparar o aluno para futuras provas em concursos púbicos 
ou seleções em pós-graduação, por exemplo. 
A partir de todos esses itens, é possível perceber a qualidade dos cursos 
híbridos, ficando visível todo o processo que o aluno é convidado a percorrer, 
bem como o papel protagonista que precisa desempenhar por si próprio. 
Na proposta de “Referenciais de Qualidade para educação superior a 
distância” (BRASIL, 2007), os polos precisam atingir qualidade mínima nos 
aspectos físico, tecnológico e pedagógico, sendo mantidos por municípios 
ou pelo Estado. Para que a EAD atinja seus fins, uma rede de profissionais e 
de aspectos didáticos precisam estar conectados. Vale ressaltar que um polo 
pode abranger alunos de mais de uma cidade, representando um polo regional. 
Por muito tempo, a maior prevalência dos cursos de graduação na moda-
lidade EAD esteve voltada para licenciaturas e cursos da área administrativa. 
Atualmente, uma grande procura por outros cursos está ampliando a oferta 
para todas as áreas, e isso faz com que os polos se estruturemcom mais 
potencial para oferecer laboratórios para as aulas práticas como da saúde, 
por exemplo. 
O artigo 5º do Decreto nº 9.057 prevê uma estrutura básica para atender 
a demanda de um polo presencial:
 � no mínimo uma sala de aula para 40 alunos;
 � laboratório de informática com no mínimo dez computadores;
 � recepção;
 � sala para coordenação do polo;
 � sala para tutoria (BRASIL, 2017).
Abordagem híbrida na EAD 5
Porém, mesmo cumprindo todas as formalidades que um polo precisa ter, 
se a parte pedagógica não acontecer, a abordagem híbrida falhará em sua 
missão. Diante disso, os projetos educacionais são excelentes estratégias 
nesse movimento, como veremos na próxima seção.
Projetos educacionais na abordagem 
híbrida
Não se faz ensino híbrido apenas com teorias, é preciso ir além, concretizando 
ações com metodologias inovadoras que promovam um estudante ativo, 
pesquisador e cientista. Para isso, a EAD conta com dois tipos de modelos 
híbridos: os modelos sustentados e os modelos disruptivos. Os modelos 
sustentados, de acordo com Bacich, Tanzi Neto e Trevisani (2015), apresen-
tam características mais próximas do ensino tradicional e são aplicáveis à 
realidade brasileira. Já os modelos disruptivos assumem outra perspectiva, 
que exige uma postura diferenciada por parte dos estudantes. 
A engrenagem desses modelos é baseada em metodologias ativas. Na 
perspectiva sustentada, por exemplo, destacam-se o modelo de rotação 
por estações, laboratório rotacional, sala de aula invertida e gamificação.
Vamos entender um pouquinho mais sobre as metodologias ativas 
do modelo sustentado por Bacich e Moran (2017):
 � Rotação por estações — os alunos são convidados a participar de no mí-
nimo três estações, divididos em grupos, sendo uma delas mediada pela 
tecnologia. Em cada estação, é abordado um ponto específico sobre uma 
temática, e o interessante é que as atividades de cada estação permitam o 
envolvimento e a interação dos alunos, havendo um último momento para 
partilhar as aprendizagens construídas no grande grupo. 
 � Laboratório rotacional — é uma metodologia ativa que prevê a divisão da 
turma em dois grupos: um fica trabalhando no ambiente convencional e o 
outro vai pesquisar e criar em um ambiente digital com acesso às redes. 
Os dois grupos precisam vivenciar os dois momentos e, ao final, fazer uma 
discussão juntos. 
 � Sala de aula invertida — trata-se de um dos modelos mais utilizados na 
educação presencial, na EAD e na abordagem híbrida, por estabelecer a 
prática de ensino-aprendizagem centrada em três momentos: antes, du-
rante e depois da aula presencial ou síncrona. O aluno já vem para a aula 
com leituras e estudos realizados e, a partir de suas anotações, aproveita 
a interação com professor/tutor/colegas para sanar dúvidas e aprofundar 
Abordagem híbrida na EAD6
conhecimentos. Num momento posterior, que pode ser a distância, ele deve 
sintetizar seus aprendizados por meio de atividades, exercícios, resumos, 
mapas mentais, etc. 
 � Gamificação — o processo de ensino-aprendizagem aproveita o contexto 
dos games para ampliar o conhecimento dos estudantes. Dessa forma, além 
de utilizar-se dos jogos para construir significados, os elementos lúdicos 
também são bem-vindos, tais como as regras, as situações de frustrações, 
de estratégias, de ganhar ou de perder. 
É por meio dessas metodologias que os polos vão se qualificando e se 
adaptando aos recursos mais modernos para potencializar os momentos 
on-line e presenciais. Para isso, as tecnologias da informação e comunicação 
(TICs), com todos seus avanços, têm contribuído muito para alavancar o 
processo de ensino-aprendizagem em EAD.
Atualmente, há uma série de projetos digitais que estão sendo utilizados 
nos ambientes virtuais. Cada universidade tem a opção de escolher quais 
recursos irão compor sua própria metodologia. A seguir, examinaremos alguns 
desses projetos que estão ganhando espaço na modalidade EAD. 
 � Simuladores: o recurso de simular situações reais aos estudantes tem 
garantido com êxito muitos aprendizados, atendendo uma demanda 
antiga dos cursos EAD em relação à oferta de poucas práticas durante 
os cursos. Trata-se de uma maneira de aliar a teoria estudada com 
momentos reais e práticos do dia a dia de cada profissão. No momento 
das simulações, o estudante é convidado a refletir, tomar decisões e 
ações que servirão como base para suas futuras práticas, o que resulta 
em maior autoconfiança e entendimento dos conteúdos ofertados. 
 � Bibliotecas on-line: um espaço virtual criado para enriquecer o reper-
tório acadêmico do aluno EAD, permitindo o rápido acesso às mais 
importantes obras e livros-base para a construção do aprendizado. 
Além disso, é uma ferramenta que amplia o desenvolvimento das ha-
bilidades de leitura e de escrita tão necessárias no mundo acadêmico. 
As bibliotecas on-line são gratuitas para os alunos de instituições 
públicas e/ou privadas, podendo ser acessadas nos formatos on-line 
e off-line. A maioria das bibliotecas virtuais permite um espaço para 
que o aluno teça anotações durante suas leituras. 
 � Brinquedotecas virtuais: é um importante projeto utilizado tanto 
para alunos da educação básica inicial quanto para a capacitação 
Abordagem híbrida na EAD 7
de professores dos cursos de licenciatura e/ou pós-graduação. 
Com um universo lúdico e ao mesmo tempo educativo, essas brin-
quedotecas possibilitam momentos de vivências significativas e 
práticas pedagógicas construtivas. Alguns itens propostos pelo 
recurso são galeria de imagens, vídeos, jogos, atividades e espaço 
para interação virtual. 
 � Atlas de microscópios digitais: uma oportunidade de levar o conheci-
mento aos estudantes EAD de forma real e virtual, independentemente 
do espaço em que eles se encontram. É importante em especial na 
área da saúde. Com uso de imagens, vídeos, podcasts e diferentes 
programas digitais, constituem um poderoso material de pesquisa, 
chamando a atenção muitas vezes dos alunos presenciais também. 
Seguido a mesma lógica, há também os atlas digitais do cérebro, atlas 
de histologia básica, entre outros. 
 � Realidade aumentada e vídeos 360°: inovação, criatividade e novas 
experiências por meio de avatares são algumas das possíveis atividades 
sob esse viés, por meio de previsão de ações e tomadas de decisão, em 
que o aluno consegue ver imagens em tempo real e em contexto físico. 
 � Podcast: com esse recurso, conceitos e ideias são ampliados e trazidos 
de uma forma leve, simulando uma conversa cotidiana com o estudante 
EAD. Um leve tom musical ao fundo consegue deixar as informações 
mais envolventes e atrativas. 
 � Laboratórios de engenharia: ofertam muitas vantagens aos estudantes 
dessa área, que podem ter acesso a aulas exclusivas e a laborató-
rios equipados com modernas tecnologias, com o objetivo de terem 
experiências nos variados ramos da profissão. É uma atividade que 
estimula alunos pesquisadores e inovadores, permitindo que se tornem 
empreendedores no exercício das engenharias. 
Essas são algumas das viabilidades projetadas pela EAD para potencializar 
o processo de ensino-aprendizagem dos alunos. A expectativa é que surjam 
muitos outros projetos com a crescente tecnológica e digital que estamos 
vivendo. Dessa forma, o ensino a distância tem muito a crescer e contribuir 
com a qualificação profissional futura. Um importante passo para que essa 
qualificação se intensifique está presente nos projetos de extensão, tema 
da próxima seção 
Abordagem híbrida na EAD8
Projetos de extensão na EAD
A pesquisa e os projetos de extensão são elementos vitais para o aperfeiço-
amento do aluno, não apenas o de EAD. São projetos que visam a ampliação 
de experiências, levando em conta as realidades local, regional e nacional 
em que os estudantes estão inseridos, de forma a conduzi-los no caminho da 
reflexão, enriquecimento cultural, conhecimento científico, teórico e prático, 
para que sejam capazes de se reinventar e empreender diante dasmais 
variadas situações que a vida pode ofertar. 
A maioria dos projetos de extensão propõe ações formativas de qualifica-
ção numa das áreas do conhecimento, sendo possível encontrar esse tipo de 
trabalho para todos os cursos, desde a formação continuada para professores 
até o ensino do uso de um determinado software da engenharia ou área da 
informática, por exemplo, podendo assim surgir inúmeras possibilidades de 
temáticas para um curso de extensão. 
Dependendo do objetivo do projeto, as aulas podem ser teóricas ou práti-
cas, ou ainda de ambas esferas, unindo horas em certificação específica que 
podem gerar horas complementares e ampliação curricular para o estudante. 
Entre as muitas possibilidades de oferta, estão:
 � cursos de capacitação;
 � cursos de línguas;
 � projetos comunitários;
 � atividades voluntárias; 
 � eventos extracurriculares;
 � observações em sala de aula;
 � monitorias em laboratórios, hospitais, etc.; 
 � seminários;
 � participação em grupos de pesquisas. 
Os projetos de extensão são, na verdade, uma ação das universidades e 
instituições na e para a comunidade, estabelecendo um elo de interação entre 
o estudante e o seu meio, de forma que ele entenda que seu conhecimento e 
seu estudo podem fazer a diferença em muitas situações vivenciadas. 
O estudante que participa dessa oferta obtém qualificação extra, pois 
amplia os horizontes, vivencia a prática, entende situações e busca a resolução 
de problemas. É uma maneira de avançar em relação às práticas teóricas e 
Abordagem híbrida na EAD 9
de ir além pessoal e profissionalmente. Ademais, é uma oportunidade de 
levar a produção acadêmica para fora da universidade e dos campos virtuais, 
valorizando a construção do conhecimento perante a sociedade. 
Muitas vezes, a proposta de um curso de extensão vem para suprir 
uma necessidade atual e engajar o estudante nesse movimento, 
contribuindo para o campo de trabalho de forma interventiva. Por isso, esses 
projetos têm prazo determinado para início e término, podendo ser de curta 
ou longa duração. 
Entendendo a importância e a necessidade desse movimento acadêmico, 
a Lei nº 13.005 estabeleceu que no mínimo 10% do total dos créditos curri-
culares exigidos para a graduação em programas e projetos devem ser de 
extensão universitária (BRASIL, 2014). Por sua vez, a Portaria nº 1.350, de 2018, 
assegurou as diretrizes para as políticas de extensão da educação superior 
brasileira, entendendo:
[...] a extensão como a ação que se integra à matriz curricular e à organização 
da pesquisa, constituindo-se em processo interdisciplinar, político educacional, 
cultural, científico, tecnológico, de forma única. O processo interdisciplinar em 
referência deve promover, portanto, a interação transformadora entre as insti-
tuições de ensino superior e outros setores da sociedade, por meio da produção 
e da aplicação do conhecimento, em articulação permanente com o ensino e a 
pesquisa (BRASIL, 2018, documento on-line). 
Nesse parecer, ainda foram destacados os seguinte princípios dos pro-
jetos de extensão para promoção e qualificação do processo de ensino-
-aprendizagem (BRASIL, 2018): 
 � Contribuição para a formação integral do estudante, estimulando sua 
formação como cidadão crítico e responsável.
 � Estabelecimento de diálogo construtivo e transformador com os de-
mais setores da sociedade brasileira e internacional, respeitando e 
promovendo a interculturalidade.
 � Promoção de iniciativas que expressem o compromisso social das 
instituições de ensino superior com todas as áreas, em especial as 
de comunicação, cultura, direitos humanos e justiça, educação, meio 
ambiente, saúde, tecnologia, produção e trabalho, em consonância com 
as políticas ligadas às diretrizes para a educação ambiental, educação 
étnico-racial, direitos humanos e educação indígena.
Abordagem híbrida na EAD10
 � Promoção de reflexão ética quanto à dimensão social do ensino e da 
pesquisa.
 � Incentivo à atuação da comunidade acadêmica e técnica e sua con-
tribuição ao enfrentamento das questões da sociedade brasileira, 
inclusive por meio do desenvolvimento econômico, social e cultural.
 � O apoio em princípios éticos que expressem o compromisso social de 
cada estabelecimento superior de educação.
 � A atuação na produção e construção de conhecimentos, atualizados e 
coerentes com a realidade brasileira, voltados para o desenvolvimento 
social, equitativo e sustentável.
Esse movimento é uma iniciativa que vem se destacando de forma contínua, 
processual, social, cultural, científica e tecnológica, promovendo um inter-
câmbio de aprendizagens na construção de ações efetivas para os diferentes 
setores da sociedade. 
O pensamento de uma abordagem híbrida para a EAD abre um leque 
de caminhos capazes de promover um processo de ensino-aprendizagem 
altamente qualificado. A distância entre professor e aluno torna-se apenas 
um detalhe diante da diversidade de alternativas de engajamento que a EAD 
pode oferecer a partir de um ensino híbrido. 
Nesse contexto, os polos presenciais das universidades e instituições são 
locais importantíssimos para as práticas, interações, construções coletivas, 
apoio acadêmico e institucional. Para isso, precisam estar equipados física e 
pedagogicamente de modo a proporcionar ao estudante todas as condições 
necessárias para um bom rendimento e engajamento com os estudos. De 
modo geral, os projetos digitais com vários recursos tecnológicos, bem como 
com os projetos de extensão, são ferramentas necessárias e atuais para que 
o aluno transfira seus conhecimentos em prol da sociedade e dos diferentes 
ramos de atuação de cada profissão. 
Referências 
BACICH, L.; MORAN, J. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abor-
dagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2017. 
BACICH, L.; TANZI NETO, A.; TREVISANI, F. M. (org.). Ensino híbrido: personalização e 
tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015.
BRASIL. Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017. Regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394, 
de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 
Brasília: Presidência da República, 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ ato2015-2018/2017/decreto/D9057.htm. Acesso em: 13 set. 2022. 
Abordagem híbrida na EAD 11
BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o plano nacional de educação 
— PNE e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 2017. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm. Acesso 
em: 13 set. 2022.
BRASIL. Ministério da Educação. Portaria nº 1.350, de 17 de dezembro de 2018. Diretrizes 
para as Políticas de Extensão da Educação Superior Brasileira. Brasília: MEC, 2018. 
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=dow
nload&alias=102551-pces608-18&category_slug=novembro-2018-pdf&Itemid=30192. 
Acesso em: 13 set. 2022. 
BRASIL. Ministério da Educação. Referenciais de qualidade para educação superior a 
distância. Brasília: MEC, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/
pdf/legislacao/refead1.pdf. Acesso em: 13 set. 2022.
HORN, M. B.; STAKER, H. Blended: usando a inovação disruptiva para aprimorar a 
educação. Porto Alegre: Penso, 2015.
MORAN, J. Educação híbrida: um conceito-chave para a educação, hoje. In: BACICH, L.; 
TANZI NETO, A.; TREVISANI, F. M. (org.). Ensino híbrido: personalização e tecnologia na 
educação. Porto Alegre: Penso, 2015. E-book.
PERES, P.; PIMENTA, P. Teorias e práticas de b-learning. Lisboa: Edições Sílabo, 2011.
SOUZA, J. B. A. A contribuição dos polos presenciais na EaD: um estudo exploratório. In: 
CONAHPA, 7., 2015, São Luis. Anais [...]. São Luís, 2015. Disponível em: https://conahpa.
sites.ufsc.br/wp-content/uploads/2015/06/ID32_Souza.pdf. Acesso em: 13 set. 2022.
Leituras recomendadas
MORAN, J. M. Mudando a educação com metodologias ativas. In: SOUZA, C. A.; MORALES, 
O. E. T. (org.). Convergências midiáticas, educaçãoe cidadania: aproximações jovens. 
Ponta Grossa: UEPG/PROEX, 2015. 
VALENTE, J. A. Blended learning e as mudanças no ensino superior: a proposta da sala 
de aula invertida. Educar em Revista, n. 4, p. 79-97, 2014. Disponível em: https://www.
scielo.br/j/er/a/GLd4P7sVN8McLBcbdQVyZyG/. Acesso em: 13 set. 2022.
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publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores 
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Abordagem híbrida na EAD12
Dica do professor
As habilidades desenvolvidas em cada uma das etapas de aprendizagem híbrida têm importância 
para a construção final do conhecimento. Sabe-se que a autonomia na busca por respostas e 
conhecimentos tem grande importância no processo de aprendizagem. A aplicação da aula 
invertida é uma forma de proporcionar aos alunos a tomada de decisão, a iniciativa e a proatividade 
de forma a instigar e provocar o interesse e a busca pelo conhecimento. Permite ao aluno o 
desenvolvimento de habilidades e a capacidade de refletir, discutir e debater com base nas 
informações obtidas.
Nesta Dica do Professor, você vai reconhecer uma prática aplicada no ensino híbrido e utilizada 
para proporcionar uma melhoria na aprendizagem, oportunizando a construção significativa de 
saberes dessa área.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/b9a8ecafe7546dc125cb4192d6505011
Exercícios
1) Os modelos híbridos de aprendizagem podem acontecer tanto na instituição, 
presencialmente, quanto fora dela, remotamente. A metodologia proporciona maior 
autonomia e poder de decisão do aluno no que diz respeito ao seu aprendizado. No modelo 
de rotação por estações, na sala de aula invertida e no laboratório rotacional, o professor 
assume um papel de mediador, soluciona dúvidas e estimula a autonomia dos alunos. Porém 
há modelos em que o professor fica mais atento ao progresso do aluno, permitindo interferir 
em determinadas situações para a melhoria do desenvolvimento do aluno, bem como para a 
apropriação de saberes.
Assinale a alternativa que aponta o modelo híbrido que, de certa forma, retira um pouco o 
protagonismo e o poder de decisão do aluno com relação aos seus estudos.
A) Modelo híbrido sustentado rotação por estações. 
B) Modelo híbrido sustentado laboratório rotacional. 
C) Modelo híbrido sustentado sala de aula invertida. 
D) Modelo híbrido disruptivo à la carte. 
E) Modelo híbrido disruptivo rotação individual. 
2) A abordagem híbrida e suas práticas em sala de aula são uma forma diferente e inovadora de 
ensinar. Proporcionar ao aluno tecnologias e ferramentas digitais combinadas com uma 
abordagem pedagógica inovadora, obtendo delas o que há de melhor em termos de ensino e 
aprendizagem, é a combinação para um modelo de planejamento e implantação de ações e 
atividades EAD, originando o que chamamos modelo híbrido de aprendizagem.
O que falta para esse texto estar correto no que diz respeito à necessidade de o modelo de 
aprendizagem proporcionar a apropriação real e satisfatória de habilidades e competências? 
Assinale a alternativa que aponta e explica a situação.
A) Deve haver uma adaptação pontual dos profissionais para que o ensino seja plenamente 
alcançado.
B) Deve haver uma combinação bem-sucedida de períodos on-line com períodos remotos. 
C) Deve haver uma separação total entre o ensino on-line e o presencial em respeito às 
necessidades do modelo de aprendizagem. 
D) Deve haver uma disponibilidade de recursos materiais e pedagógicos que sejam pertinentes à 
aprendizagem. 
E) Deve haver uma abordagem colaborativa em que o professor oriente os alunos no rumo do 
desenvolvimento de seus estudos. 
3) No que diz respeito à evolução digital, não há mais retorno. Os avanços chegaram, as 
inovações mudaram o contexto de tudo ao redor. A geração que nasceu e cresceu nesse 
cenário já tem certa afinidade com tais recursos inovadores; mesmo assim não há garantia 
de que essa evolução digital seja suficiente para proporcionar uma revolução na educação, o 
que seria ideal para a aprendizagem significativa.
Assinale a alternativa que apresenta o que falta para que a educação finalmente dê uma 
guinada evolutiva e passe ao próximo patamar de aprendizagem e apropriação de 
habilidades e competências.
A) É necessário que as gerações que não cresceram junto às inovações tecnológicas aceitem os 
recursos como ferramentas únicas que podem levar ao patamar de autossuficiência cognitiva. 
B) É preciso que as gerações mais novas desistam dos recursos digitais inovadores e façam uso 
do ensino tradicional, de forma a se apropriar de saberes, como ocorria no passado recente.
C) É preciso usar as melhores práticas do ensino remoto e do presencial, o hoje e o ontem, de 
forma a se apropriar de habilidades e competências que permitirão acompanhar a evolução 
tecnológica já vivenciada. 
D) É preciso buscar habilidades que forneçam embasamento para assimilar os conhecimentos 
que surgem a todo instante, independentemente da apropriação de habilidades e 
competências pertinentes ao sistema de aprendizagem. 
E) Não há necessidade de se apropriar de novas habilidades, pois com a evolução digital tudo é 
intuitivo e de fácil utilização para os profissionais acostumados ao sistema de ensino 
tradicional. 
Para que a abordagem híbrida na EAD seja realizada com êxito, é necessário seguir alguns 
passos durante a sua implementação. Esses passos devem priorizar o protagonismo, permitir 
que o aluno tome as decisões no que diz respeito à aprendizagem e receba os meios e o 
respaldo para suas construções. A característica marcante da abordagem híbrida é a 
4) 
possibilidade de mesclar as melhores práticas e atividades do presencial e do on-line, que 
devem estar alinhadas com o objetivo de aprendizagem que se deseja atingir.
Assinale a alternativa que indica uma parte desse roteiro de implementação da EAD.
A) Entender o funcionamento do sistema de ensino presencial, de maneira a permitir o 
desenvolvimento e a aprendizagem significativa sem o uso das ferramentas e metodologias 
de aprendizagem da abordagem híbrida. 
B) Fazer uso dos recursos digitais, de forma a substituir as ferramentas de ensino presencial pela 
aula em que se utilizam os recursos disponíveis como substitutos de materiais e ferramentas 
ultrapassadas e ainda usadas em aulas presenciais. 
C) Entender quais são as habilidades e competências de que os alunos ainda não se apropriaram 
e que devem ser descartadas, de forma a permitir o melhor aproveitamento da aprendizagem 
e do tempo de estudo na abordagem híbrida.
D) Realizar o aproveitamento das atividades, remotas e presenciais, que não apresentaram êxito 
para a aprendizagem, com o intuito de agregar informações, aprimorando o ensino e a 
aprendizagem na abordagem híbrida. 
E) Fazer uso de experiências e resultados prontos, obtidos por meio de experimentações de 
terceiros, para a formulação e criação de soluções e inovações, possibilitando crescimento 
individual e coletivo do grupo do estudo. 
5) A aplicação de projetos educacionais de extensão já é uma realidade nas escolas e 
instituições de ensino, independentemente do nível. Para que isso fosse possível, muitas 
mudanças foram necessárias, adaptações foram realizadas e pensamentos evoluíram. Com 
relação à aplicação de projetos educacionais na abordagem híbrida, os objetivos e as metas 
relacionados para essa nova ação de implementação de processo educacional são a base de 
projetos que permitem uma aprendizagem significativa. 
Assinale a alternativa que se refere aos objetivos e às metas planejados com a aplicação de 
projetos educacionaisna abordagem híbrida. 
A) Planeja a aprendizagem e a apropriação de saberes e conhecimentos sem levar em 
consideração o público-alvo. 
B) Busca a melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem de um grupo específico de alunos 
com dificuldades de aprendizagem.
C) Planeja o aprimoramento dos conhecimentos dos alunos com base em novas experiências e 
práticas.
D) Planeja o fornecimento de recursos digitais e pedagógicos como forma de proporcionar 
vivência em projetos educacionais apenas na escola. 
E) Planeja tornar comum o uso de simuladores, bibliotecas físicas e laboratórios para práticas 
presenciais com objetivo de proporcionar aprendizagem significativa. 
Na prática
A aplicação dos modelos híbridos tem um importante papel no que diz respeito à aprendizagem. 
Eles servem como forma de apresentar o processo de ensino na prática, tornando mais fácil a 
apropriação dos temas e conteúdos. O modelo híbrido sustentado, como o de rotação de estações, 
é um dos mais utilizados nas escolas. Ele permite que o aluno tenha a autonomia de trabalho e 
escolha a sua trajetória de aprendizagem.
É possível utilizar esse sistema de aprendizagem principalmente na área de projetos, em que o 
aluno pode se organizar por estações, e cada um seria encarregado de um objeto de estudo do 
tema central, caracterizando o trabalho colaborativo. Porém, em determinadas situações, surge o 
momento em que se deve estudar as diferentes propostas de solução de maneira a permitir a 
melhor tomada de decisão.
Acompanhe, Na Prática, um projeto desenvolvido em sala de aula a partir de um problema e como 
o professor organizou a atividade, entregando o protagonismo e a autonomia aos alunos.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/c809a227-4ea8-420c-b20c-ee5a03de93a5/6a0f683b-2837-4593-9fe4-b122dfa69093.jpg
 
 
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação
O Capítulo 7, "As tecnologias digitais no ensino híbrido", apresenta o ensino híbrido como 
abordagem pedagógica e discute como ele combina as atividades presenciais e as atividades 
realizadas por meio das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC).
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Educação na era digital: a escola educativa
Este livro aborda temas pertinentes à discussão sobre como uma escola educativa é possível e 
como aprender e ensinar a se educar. Faça a leitura dos Capítulos 1 a 4.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Ensinando na sala de aula on-line: sobrevivendo e sendo eficaz 
no novo normal
O Capítulo 7, "Tecnologia na sala de aula", descreve as ferramentas que buscam fortalecer as 
relações com os estudantes e melhorar a qualidade da aprendizagem.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
O papel da tutoria
Apresentação
A atividade de tutoria requer atribuições de orientação, implementação e acompanhamento de 
estudantes na educação a distância (EAD), por meio das tecnologias de informação e comunicação. 
Trata-se de uma atividade complexa e que requer competências específicas, como: 
compartilhamento de informações, socialização, motivação e construção do conhecimento e 
desenvolvimento. O tutor é o moderador do processo de aprendizagem e o responsável por essas 
competências.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai compreender o papel da tutoria no processo de 
construção do conhecimento do estudante e relacionar essa atividade com o engajamento do 
aluno. Além disso, também vai conhecer o modelo do tutor de Gilly Salmon, que realça a 
importância da interatividade entre os membros da comunidade de aprendizagem.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Relacionar a atividade da tutoria com o engajamento do estudante. •
Definir o papel da tutoria.•
Analisar o modelo do tutor de Gilly Salmon. •
Desafio
O modelo proposto por Gilly Salmon retrata a importância da interatividade entre os membros da 
comunidade de aprendizagem. Nele, as estratégias pedagógicas devem ser desenvolvidas de modo 
a responder todas as demandas dos estudantes e, para isso, o tutor “on-line” deve ter competências 
diversificadas.
Observe a seguinte situação:
Responda as seguintes questões:
a) Quais são as etapas desse modelo de aprendizagem?
b) Na primeira etapa, que atitude você tomaria na mediação com os alunos, ao iniciar a unidade sob 
sua responsabilidade?
Infográfico
Para atender à função de tutoria com eficiência, é necessário que o profissional tenha as devidas 
competências técnicas e comportamentais para isso. As competências técnicas remetem aos 
conhecimentos e habilidades relacionados a uma série de atribuições e responsabilidades inerentes 
ao cargo ou função. Já as competências comportamentais se referem a atitudes e habilidades mais 
afastadas do cargo, mas igualmente importantes e compatíveis com as atribuições que devem ser 
desempenhadas.
Neste Infográfico, você vai saber quais são essas competências técnicas e comportamentais, 
fundamentais aos tutores.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
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Conteúdo do livro
Os tutores desempenham função de fundamental importância em cursos on-line. Trata-se de uma 
tarefa complexa e que exige competências e habilidades específicas e diversificadas. A atividade é 
centrada no uso de tecnologias.
A atividade profissional do tutor ocorre pela presença ativa para atender a necessidades individuais 
e coletivas e gerenciar o processo de construção colaborativa de conhecimento no ambiente virtual 
de aprendizagem. Todas as atividades devem estar direcionadas ao engajamento dos alunos, 
mantendo-os comprometidos com o aprendizado por meio da interação, da motivação e do 
atendimento de suas demandas.
No capítulo O papel da tutoria, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai descobrir a 
importância dessa atividade para manter os alunos engajados, além de conhecer melhor o modelo 
de tutor de Gilly Salmon, que dá grandes contribuições para a atuação desse profissional na 
educação a distância (EAD).
Boa leitura.
INTRODUÇÃO 
À EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIA - EAD
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Relacionar a atividade da tutoria com o engajamento do estudante.
 > Definir o papel da tutoria.
 > Analisar o modelo do tutor de Gilly Salmon.
Introdução
A educação a distância (EAD) é uma modalidade educacional mediada por tec-
nologias. Nesse contexto, o tutor é um elemento estratégico na mediação com o 
estudante. De fato, o seu papel é essencial para um processo de ensino e apren-
dizagem eficiente e efetivo. Porém, ele só será bem-sucedido na sua atuação se 
desenvolver habilidades que possibilitem atender às demandas de aprendizado dos 
alunos, inclusive a fluência nas especificidades da EAD, incluindo a multiplicidade 
de uso das tecnologias, sempre em atualização. 
Neste capítulo, será abordado o papel da tutoria na EAD. Especificamente, 
serão discutidas as suas funções e especificidades, bem como a sua relevância 
para o engajamento dos estudantes. Além disso, será apresentado o modelo de 
tutoria de Gilly Salmon, cujas pesquisas muito têm contribuído para o aprendizado 
digital e híbrido.
A atividade da tutoria e o engajamento 
do estudante
A sociedade atual é voltada para a informação sem fronteiras, de modo que a 
integração tecnológica é o caminho mais oportuno para a interação entre os 
O papel da tutoria
Cleusa Maria Pasetto Stochero
indivíduos. Inevitavelmente, as disruptivas transformações que os recursos 
tecnológicos trouxeram para a sociedade passaram a demandar mudanças 
também na educação. 
Na medida em queo ensino e a aprendizagem começaram a ser baseados na 
comunicação mediada pelas diversas tecnologias, alunos e professores sentiram 
a necessidade de atuar ao encontro da autoaprendizagem. Então, além das 
mudanças no ensino presencial, surgiu a educação na modalidade a distância, 
em que professores e alunos estão separados física e/ou temporalmente.
A ausência da proximidade física torna a motivação para o aprendizado e 
a participação ativa dos alunos nas atividades tarefas bastante complexas. 
Diante dessas limitações espaciais e temporais, destaca-se a importância do 
compartilhamento de saberes por meio das linguagens escritas para facilitar 
o entendimento dos alunos. Nesse contexto, é essencial a presença do tutor.
A EaD se caracteriza por distintas formas de estudo e envolve ativi-
dades supervisionadas por tutores presentes em sala de aula (tutor 
presencial) ou interagindo com os alunos por intermédio de ambiente virtual 
de ensino e aprendizagem (tutor virtual). O tutor de EAD, portanto, deve ter 
competências e habilidades para desenvolver as atividades específicas dessa 
modalidade de ensino, incluindo o domínio de algumas ferramentas, como 
fórum de discussão, chat, e-mail, etc.
Para atender às demandas dos alunos, é fundamental que o tutor tenha: 
1. domínio do conteúdo técnico-científico;
2. a habilidade de estimular a busca dos estudantes por respostas. 
Além da humanização do processo de construção do conhecimento do 
estudante, o tutor também deve promover, facilitar e manter os processos 
de comunicação, além de propiciar a criação de condições que favoreçam a 
qualidade da aprendizagem e a realização pessoal e profissional dos alunos. 
Essa mediação na educação, portanto, visa à:
 � orientação acadêmica;
 � assistência pedagógica;
 � inferência na aprendizagem dos alunos. 
O papel dos tutores consiste, assim, em mediar o processo de ensino e 
aprendizagem e aprimorar as suas práticas pedagógicas conforme as relações 
O papel da tutoria2
estabelecidas com os alunos, produzindo satisfação pessoal na construção 
e na aquisição do conhecimento.
Um grande e persistente desafio da EaD é manter os alunos engajados em 
uma sala de aula virtual, visto que a responsabilidade pelo aprendizado não 
é mais somente do professor, mas deve ser dividida entre professor, tutor e 
aluno, que, de modo conjunto, construirão o conhecimento. Dessa forma, é 
importante a auto-organização do aluno, o estudo prévio e o desenvolvimento 
das atividades solicitadas.
O engajamento dos alunos vai além de estar atento às aulas. Refere-
-se, também, ao engajamento cognitivo, em que o aluno deve parti-
cipar com opiniões, ideias e reflexões. Manter os estudantes envolvidos resulta 
em benefícios na formação de cidadãos críticos, conscientes e reflexivos. De 
fato, o processo de ensino e aprendizagem acontece de maneira mais efetiva 
quando os alunos estão realmente engajados.
A mediação do tutor incentivando os estudantes a terem uma participação 
ativa, a lerem materiais extras e a realizarem as atividades com respostas 
qualificadas e coerentes contribui para manter o aluno engajado. A presença 
constante, observando a participação dos alunos nas atividades e as suas 
estratégias de resoluções, permite, ao tutor, intervir instigando o processo 
reflexivo, crítico e indagativo do aluno.
O apoio dos tutores pela utilização de uma comunicação proativa motiva um 
engajamento maior dos estudantes durante o período de permanência em uma 
instituição de ensino. Isso confere, à mediação, um diferencial para os cursos na 
modalidade a distância, contribuindo de forma substancial para a construção do 
conhecimento e o desenvolvimento profissional e pessoal. Conforme Andrade 
(2013, p. 68), o amparo afetivo por parte do tutor também é necessário:
O nível de conhecimento do tutor e sua ação “instrumental” atrelada à aprendizagem 
é importante. Entretanto, o amparo afetivo que este profissional dá ao aluno é fun-
damental, tornando-se um dos diferenciais no êxito do ensino a distância. Por outro 
lado, faz-se necessário pensar a respeito do quanto é importante que não seja repro-
duzido no virtual a dependência exacerbada que geralmente encontramos no ensino 
presencial, no qual os alunos assumem uma postura passiva em relação ao professor.
Várias pesquisas apontam que fatores motivacionais e de aprendizagem 
estão positivamente relacionados ao grau de engajamento dos alunos. Entre 
esses fatores, estão:
O papel da tutoria 3
 � o interesse pessoal e situacional;
 � a autoeficácia computacional, ou seja, a percepção de um indivíduo 
relacionada à sua habilidade em utilizar adequadamente o computador 
e tecnologias associadas;
 � a autorregulação, que remete ao controle dos processos de aprendi-
zagem do indivíduo. 
Para ampliar a compreensão e a categorização sobre engajamento em 
contexto educacional, algumas propostas de classificação foram apresentadas, 
introduzindo diversas nomenclaturas, como engajamento cognitivo, intelec-
tual, emocional, afetivo, comportamental, social, psicológico, etc., conforme 
observam Parsons e Taylor (2011). Outrossim, o engajamento do estudante sob 
o ponto de vista do seu estado psicossocial é dividido em três tipos: 
1. cognitivo;
2. emocional;
3. comportamental. 
O engajamento cognitivo se refere às ambições do estudante ou ao inves-
timento psicológico necessário para estudar determinado conteúdo. Já o en-
gajamento emocional está vinculado às reações emocionais com a escola e os 
professores. Por fim, o engajamento comportamental é mensurado a partir 
das ações do aluno relacionadas a entregar atividades, seguir prazos ou fazer 
questionamentos (KAHU; NELSON, 2018). As análises que abordam o engajamento 
comportamental tendem a considerar a boa conduta do estudante, se ele costuma 
seguir as diretrizes escolares, se as atividades são entregues dentro do prazo 
solicitado e a interação entre alunos/professores/tutores. Além disso, considera 
os registros das diversas ações realizadas dentro da plataforma de ensino.
Um aluno engajado é ativo na sua aprendizagem, desejoso de participar, 
propenso ao esforço e motivado. Percebe-se isso por meio do cumprimento 
dos prazos, da participação em espaços colaborativos dos ambientes virtuais de 
aprendizagem (AVAs) e da obtenção de excelentes resultados. Os alunos que estão 
engajados com os seus estudos são mais propensos a serem bem-sucedidos. 
Segundo Achor (2012), estudos demonstram que, quanto mais os membros de uma 
equipe são encorajados a socializar e interagir, mais eles se sentem envolvidos, 
mais energia têm e mais tempo conseguem passar concentrados em uma tarefa.
Desse modo, quando do planejamento e da elaboração de propostas 
pedagógicas, é necessário assegurar determinadas condições que favoreçam 
o engajamento nos processos de aprendizagem. Condições a serem consi-
O papel da tutoria4
deradas incluem adequar as tarefas propostas às condições do estudante 
de realizá-las e de superar os desafios e avaliar a compreensão do aluno do 
quanto é relevante e significativa a atividade que ele deve realizar. 
Desse modo, é fundamental que o tutor tenha domínio didático-pedagógico, 
empregando ações que estimulem a aprendizagem do estudante em ambiente 
virtual e tenham relevância no processo de ensino e aprendizagem. Essas ações 
devem promover e intermediar o acesso ao conteúdo e a todos os recursos 
de aprendizagem disponibilizados no AVA, instigando o engajamento discente. 
Além disso, devem favorecer o estabelecimento de um relacionamento de 
empatia com os alunos, promover a interação e a participação e construir um 
ambiente de respeito mútuo. Comunicação direta, na forma de informações e 
orientações, feedback a respeito das atividades e participações e discussões 
nos fóruns favorecem um maior engajamento por parte dos estudantes.
Dixson (2012) elaborou uma escala para avaliar quais atividades ou canais 
de interação podem promover o engajamento dos estudantes. Acompanhe-a 
no Quadro 1.
Quadro1. Escala de engajamento dos alunos
Habilidades Emoções Participação Desempenho
 � Estudar 
constantemente.
 � Fazer todas as 
tarefas.
 � Estar atualizado 
com as leituras.
 � Fazer releituras 
dos materiais 
entre as aulas 
para ter certeza 
de que entendeu 
o conteúdo.
 � Manter-se 
organizado.
 � Realizar anota-
ções de leituras, 
vídeos, etc.
 � Escutar e ler com 
cuidado.
 � Tirar o máximo 
de proveito de 
todos os recur-
sos disponíveis.
 � Esforçar-se.
 � Aplicar, no seu 
cotidiano, o que 
está apren-
dendo em aula.
 � Encontrar 
formas de 
tornar o curso 
interessante.
 � Pensar em 
questões 
do curso 
continuamente.
 � Realmente de-
sejar aprender.
 � Pensar critica-
mente sobre 
a sua ética, as 
suas priorida-
des, as suas 
crenças e os 
seus valores 
no contexto 
on-line.
 � Acessar o AVA 
várias vezes por 
semana.
 � Comunicar-se com 
o tutor a respeito 
de questões sobre 
materiais e/ou 
trabalhos.
 � Divertir-se com os 
chats e as discus-
sões on-line ou via 
e-mail.
 � Auxiliar os colegas.
 � Participar ativa-
mente dos grupos 
de discussão em 
fóruns.
 � Engajar-se em con-
versas on-line.
 � Postar discus-
sões em fóruns 
regularmente.
 � Interagir com os 
colegas.
 � Obter boas 
notas.
 � Confiar na 
possibi-
lidade de 
aprender e 
de ter um 
bom desem-
penho.
 � Enviar e-mail 
para o tutor 
solicitando 
informações 
sobre as 
notas.
 � Verificar 
as notas 
on-line.
 � Avaliar os 
próprios 
aprendizado 
e progresso.
Fonte: Adaptado de Dixson (2012).
O papel da tutoria 5
Por fim, veja, no Quadro 2, como engajar os alunos nas atividades escolares.
Quadro 2. Dicas para engajar os alunos nas atividades escolares
Âmbito Descrição
Aprendizagem ativa Incentivar os alunos a investigar o conteúdo 
proposto criando um ambiente colaborativo por 
meio da troca de ideias e informações com os 
colegas.
Comunicação e 
empatia
Estabelecer a prática de pesquisa. O professor 
passa a engajar os alunos com atividades estudantis 
primordiais para a continuidade dos estudos.
Conteúdos atuais e 
relevantes
Aproximar o conteúdo apresentado da realidade 
dos alunos com exemplos práticos quanto ao que é 
proposto.
Ensino cooperativo Os alunos que são inseridos nesse método tendem 
a compreender melhor o que é proposto e a 
desenvolver melhor as suas habilidades sociais e o 
pensamento crítico e analítico. Essa proposta, além 
de engajar os alunos, permite o desenvolvimento de 
práticas fundamentais para o mundo do trabalho.
O papel da tutoria
A EAD pressupõe uma ruptura com os modelos tradicionais de aprendizagem, 
em que o professor é o principal agente do trabalho educativo. Na EAD, o 
processo de ensino estimula a capacidade de o aluno ser autônomo e de 
conduzir a aquisição do próprio conhecimento. De fato, trata-se de um con-
texto em que professor, tutor e aluno representam elementos fundamentais 
na composição de uma rede de aprendizagem colaborativa, em um processo 
contínuo de interação e diálogo, construindo e reconstruindo saberes. 
Nesse modelo educacional, a função do tutor é atravessada por uma 
série de desafios, pois, além de ensinar e construir conhecimento, ele tem a 
responsabilidade de considerar efetivamente os alunos como um grupo que 
está em processo de aprendizagem. Assim, deve mobilizar os participantes, 
comprometendo-os em trocas mútuas (como, por exemplo, em fóruns criados 
no AVA). 
Conforme Maia e Mattar (2007), no ensino virtual, o tutor precisa aprender 
a ensinar sem que esteja no mesmo lugar e no mesmo momento que o aluno, 
atuando para apoiar os estudantes por meio da mediação, do estímulo e da 
O papel da tutoria6
orientação do processo de ensino e aprendizagem, com vistas à construção 
do conhecimento. Para isso, é essencial que conheça, o máximo possível, os 
seus alunos. 
De forma mais detalhada, Maia e Mattar (2007) destacam as seguintes 
funções do tutor na EAD: 
 � organizar a sala de aula virtual e as atividades propostas; 
 � expor as regras, os objetivos e o calendário do curso; 
 � coordenar e orientar o acesso dos estudantes ao material; 
 � acompanhar e dirigir o aprendizado e a realização de tarefas; 
 � estimular a participação e o estudo dos alunos; 
 � fornecer feedbacks; 
 � apoiar os discentes quanto ao uso das tecnologias; 
 � avaliar o rendimento dos estudantes ao longo do curso.
Conforme os Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância 
do Ministério da Educação (MEC), o tutor deve ser compreendido como um 
dos sujeitos que participa ativamente da prática pedagógica (BRASIL, 2007). 
As suas atividades desenvolvidas a distância e/ou presencialmente devem 
contribuir para o desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem 
e para o acompanhamento e a avaliação do projeto pedagógico. 
Ainda de acordo com o referido documento, a tutoria a distância, espe-
cificamente, atua a partir da instituição, mediando o processo pedagógico 
junto a estudantes geograficamente distantes e ligados aos polos descen-
tralizados de apoio presencial. A principal atribuição do tutor é esclarecer 
dúvidas por meio de fóruns de discussão pela internet, pelo telefone, por 
videoconferências, etc., de acordo com o projeto pedagógico (BRASIL, 2007). 
O tutor a distância tem também a responsabilidade de proporcionar es-
paços de produção coletiva de conhecimento, selecionar material de apoio e 
dar suporte teórico ao conteúdo trabalhado, além de participar dos processos 
avaliativos de ensino e aprendizagem junto com os docentes.
Já a tutoria presencial atende os estudantes nos polos, em horários pre-
estabelecidos. Para isso, deve estar a par do projeto pedagógico do curso, 
do material didático adotado e do conteúdo a ser discutido, a fim de auxiliar 
os alunos no desenvolvimento das suas atividades individuais e em grupo. 
Além disso, deve estimular a pesquisa e esclarecer dúvidas em relação ao 
conteúdo e ao uso das tecnologias disponíveis (BRASIL, 2007). 
O tutor presencial também participa de momentos presenciais obrigatórios, 
como avaliações, aulas práticas em laboratórios e estágios supervisionados, 
O papel da tutoria 7
quando necessário. O tutor presencial deve manter-se em permanente comu-
nicação tanto com os estudantes quanto com a equipe pedagógica do curso.
Nesse contexto, pode-se dizer que a tutoria (tanto EAD quando presencial) 
tem função social, pois é responsável por estimular a interação dentro da 
turma que conduz. A sua função também é pedagógica e intelectual, visto que 
se envolve na elaboração de atividades, incentiva a pesquisa, faz perguntas, 
avalia respostas, relaciona comentários, coordena discussões e resume os 
pontos principais do conteúdo, estimulando e motivando os discentes. Além 
disso, a sua função também é tecnológica, visto que interpreta o material 
visual e multimídia quando os alunos precisam de ajuda. 
Ao tutor, também cabe avaliar o rendimento dos alunos, deixando 
bem claro, desde o início, de que forma essa avaliação acontecerá e 
que critérios serão adotados. Em uníssono, deve fornecer feedbacks constantes. 
Para García Aretio (1994), o tutor também é assessor, conselheiro e anima-
dor, na medida em motiva a aprendizagem e esclarece e resolve as dúvidas 
e os problemas surgidos nos estudos dos alunos. Ademais, as funções da 
tutoria em cursos a distância se classificam em: 
1. função de orientação (centrada, fundamentalmente, no âmbito da 
afetividade, das atitudes e emoções);
2. função acadêmica (focaliza o âmbito cognitivo);
3. função de colaboração e nexo (do tutor para com a instituição central 
e os professores responsáveis pelas disciplinas do curso).
Dessa forma, conforme Gutierrez e Prietro (1994), para o bom desempenho 
das suas funções, o tutor deve ter clara a concepção da aprendizagem, estabe-
lecer relações empáticas com os alunos, ser capaz de uma boa comunicação, 
dominar bem o conteúdo, buscar as filosofias como uma base para o seu 
ato de educar, sentir o alternativo, partilhar sentido, constituir uma forte 
instância de

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