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GESTÃO AMBIENTAL (1)

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APRESENTAÇÃO 
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco 
Lattes: CV: http://lattes.cnpq.br/0836891204233076 
 
 
Mestre na área de Educação pela Unespar Campus de Paranavaí 
Graduação em Licenciatura em Matemática na Universidade Filadélfia de Londrina - 
Unifil; (2015) 
Graduação em Tecnologia em Gestão Ambiental pela Faculdade de Tecnologia e 
Ciências do Norte do Paraná - Fatecie (2009). 
Graduada em bacharelado Administração pela Faculdade Estadual de Educação 
Ciências e Letras de Paranavaí (1992); 
Graduação em Licenciatura em Pedagogia pela Fatecie – Faculdade de Tecnologia 
e Ciências do Norte do Paraná – (2020) 
 Pós- graduada em Marketing e Gestão de pessoas pela Faculdade Estadual de 
Educação Ciências e Letras de Paranavaí; 
Pós- graduada em Psicopedagogia institucional pela Faculdade de Tecnologia e 
Ciências do Norte do Paraná - Fatecie; (2015) 
Pós- graduada em auditoria e certificação ambiental pela Faculdade de Tecnologia 
e Ciências do Norte do Paraná - Fatecie; (2018) 
Pós- graduada em Saneamento Ambiental pela UENP – Universidade Estadual 
Norte do Paraná.(2019). 
Ampla experiência como gestora ambiental da Companhia de Saneamento do 
Paraná - Sanepar e professora universitária atuando nos seguintes temas: 
gerenciamento ambiental, recursos hídricos e hidrologia, sustentabilidade ambiental, 
responsabilidade socioambiental, poluição e resíduos, gestão de águas, saneamento 
ambiental, agronegócio, gestão ambiental, Educação ambiental, gestão de negócios 
ambientais, fundamentos de marketing e administração de materiais e patrimônio, 
Tópicos especiais de Administração; Agroecologia e Gestão Ambiental e 
metodologia de pesquisa. 
https://wwws.cnpq.br/cvlattesweb/PKG_MENU.menu?f_cod=371E13576CC0675C409A5DB23CF361CE
 
APRESENTAÇÃO DA APOSTILA 
 
Caro aluno (a) seja muito bem-vindo (a) a leitura do livro que utilizaremos 
na disciplina Gestão Ambiental. 
Este livro foi carinhosamente planejado para que você possa ter 
conhecimento geral dos principais assuntos relacionados à gestão ambiental; a 
pressão da legislação; a norma ISO 14001 que se configura como uma ferramenta 
importante para implementação e avaliação de um Sistema de Gestão Ambiental; 
conceito do PDCA e Melhoria Contínua. Este conteúdo servirá de base para 
compreensão dos temas abordados, com o objetivo de levá-lo a ter consciência dos 
problemas ambientais e perceber que antes de qualquer ação, é preciso pensar na 
sustentabilidade para o futuro das gerações atuais e futuras. 
Para facilitar os estudos dividimos este material em quatro capítulos de 
acordo com os temas e suas relações entre si. A disciplina “Gestão Ambiental” 
apresenta assuntos ligados ao meio ambiente, e a necessidade de implantação de 
ferramentas gerenciais que conduzam a utilização dos recursos de forma 
sustentável. 
 Desta forma no primeiro capítulo falaremos como ocorrem as inter-relações 
no ecossistema, a questão ambiental, conceitos fundamentais relativos ao meio 
ambiente as Influências dos padrões de consumo e de produção sobre o meio; as 
consequências das agressões ambientais sobre a saúde pública; saneamento e 
desenvolvimento sustentável. 
No segundo capítulo, abordaremos a importância dos recursos ambientais e 
naturais, conceituando-os e classificando-os. Será tratado sobre a teoria dos 
recursos naturais exauríveis e renováveis. Demonstraremos a importância do 
levantamento dos aspectos e impactos ambientais, os procedimentos para uma 
avaliação e aplicação de metodologias de impactos ambientais. Os princípios do 
poluidor-pagador; a importância da análise de custo-benefício. Citaremos os 
métodos utilizados para valoração econômica ambiental e como se dá o controle da 
qualidade ambiental das águas; ar e solo e finalizaremos com os tópicos 
relacionados à certificados negociáveis de poluição e instrumentos de gestão e 
educação ambiental. 
No terceiro capítulo, abordaremos a tão falada sustentabilidade e sua relação 
com o desenvolvimento. Enfatizaremos a diferença entre desenvolvimento e 
crescimento, conceituando-os e mostrando o papel da sociedade, do governo e das 
empresas, na busca por um mundo mais sustentável em todas as suas dimensões: 
ambiental, social e econômico. Conceituaremos ecoeficiência e mostraremos a 
importância do estabelecimento de indicadores que sejam capazes de mensurar o 
grau de sustentabilidade do processo produtivo. E dentro do quesito política 
ambiental, sua importância e os instrumentos que a compõe. As relações de 
comércio internacional, responsabilidade social corporativa, determinantes do 
investimento ambiental. Para encerrar trará a rotulagem ambiental, mostrando seus 
objetivos e princípios mercados verdes; selo verde e finalizaremos com a legislação 
ambiental demonstrando os princípios gerais do direito ambiental e a 
constitucionalidade do direito ambiental. 
No quarto capítulo será o momento de abordarmos a gestão ambiental, 
trazendo conceitos e aspectos gerais, bem como as razões que levam as empresas 
a adotá-la como prática ambiental. Será abordado às normas ambientais NBR ISO 
14000. O sistema de gestão ambiental (SGA); a importância de suas práticas em 
relação à gestão ambiental e os benefícios e as dificuldades ISO 14001. Será 
explanada a implantação do SGA, e as etapas necessárias para implantá-lo. 
Conceituaremos licenciamento e os tipos de licenças ambientais e quais os 
procedimentos para obtenção de licença. 
Assim a partir dos estudos destas aulas que possamos ter subsídios para ser 
gestores capazes de cuidar do meio ambiente, utilizando mecanismos que permitam 
proteção ambiental assegurando a qualidade de vida das pessoas e principalmente 
a conservação dos recursos hídricos do solo e da biodiversidade, garantindo o 
desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da sociedade, 
entendendo que é da natureza que retiramos nossos alimentos e garantimos nossa 
sobrevivência. Mostrando que é possível desenvolver de forma sustentável. 
 
 
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco 
Bom estudo e que a partir dessa leitura você possa ser uma agente em defesa do 
meio ambiente. 
 
 
UNIDADE I 
TÍTULO DA UNIDADE 
INTERAÇÃO HOMEM MEIO AMBIENTE E ECOLOGIA 
 
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco 
 
Plano de Estudo: 
● Os ecossistemas e a questão ambiental; 
● Influência do padrão de consumo e de produção sobre o meio; 
● Consequências das agressões ambientais sobre a saúde pública; 
● Saneamento e desenvolvimento sustentável 
● Ecologia humana - Conceitos fundamentais relativos ao meio ambiente 
● Ecossistemas de áreas preservadas, rurais, urbanas, costeiras e seus 
problemas ambientais. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
● Entender os ecossistemas e a questão ambiental; 
● Conhecer as Influências do padrão de consumo e de produção sobre o meio; 
● Saber a consequências das agressões ambientais sobre a saúde pública; 
● Conhecer sobre saneamento e desenvolvimento sustentável 
● Saber sobre ecologia humana - Conceitos fundamentais relativos ao meio 
ambiente; 
● Conhecer os ecossistemas de áreas preservadas, rurais, urbanas, costeiras e 
seus problemas ambientais. 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Esta é a nossa primeira aula e trataremos de temas de grande relevância para a 
manutenção do equilíbrio ambiental. Assim abordaremos os ecossistemas ou 
sistemas ecológicos, a importância das relações entre o homem e meio ambiente, 
que quando em sintonia proporciona saúde a todos os seres vivos. 
A natureza nos traz sabedoria, e através dos seus exemplos ensina ao homem 
como deve proceder para estabelecer uma relação harmoniosa e saudável com o 
meio onde vive. 
É de entendimento de todos que o homem necessita da natureza, para extrair os 
recursos naturais para o desenvolvimento das suas atividades, entretanto na 
maioria das vezes utiliza-se de técnicas de manejo inadequadas, não preservando 
ou não promovendo meios paraque haja reposição destes recursos de forma que 
possa suprir à atual e a futura geração. 
Diante dessa preocupação com o meio ambiente e com os impactos da ação do 
homem na natureza, os estudos elaborados têm apontado que as consequências 
das extinções prematuras de espécies, causadas pelo homem, incidem diretamente 
sobre seus habitats e também sobre a qualidade de vida das populações. 
Assim o conhecimento das inter-relações entre os organismos existentes é fator 
primordial para a boa relação homem-natureza. 
Quando a sociedade analisa os problemas ambientais existentes, e busca conhecer 
a forma como os organismos se relacionam entre si, dá um grande passo que 
conduz ao desenvolvimento sustentável, pois os organismos da Terra não vivem 
isolados, interagem uns com os outros e com o meio ambiente. 
 
 
1. OS ECOSSISTEMAS E A QUESTÃO AMBIENTAL 
 Figura 01: integração ecossistema aquático e terrestre 
 
 
Fonte: Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/kuang-si-waterfall-
beauty-nature-792172873. Acesso 31 jul. 2020 
 
 
Preservar o meio ambiente é fundamental para manter a saúde do planeta e de 
todos os seres vivos que moram nele. Os seres humanos só conseguem sobreviver 
graças à natureza. Afinal, usamos os animais e plantas para nos alimentar, água 
para beber e tomar banho, e muitos outros recursos que nem sequer percebemos. 
(BEGON, 2007) 
O termo ecossistema foi proposto pela primeira vez pelo ecólogo inglês Sir Arthur 
G. Tansley em 1935 e podemos conceituá-lo como sendo a unidade funcional 
básica, composta pelos componentes bióticos e abióticos. (ODUM e BARRET, 2007, 
p. 18). 
Um ecossistema ou sistema ecológico possui dimensões variadas, sendo 
classificado em terrestre ou aquático. O primeiro tipo diz respeito a todos os biomas 
da terra, enquanto o ecossistema aquático é formado pelos oceanos, mares, rios 
lagos, lagoas, geleiras e recursos hídricos subterrâneos. De modo geral, os 
ecossistemas aquáticos podem ser divididos entre marinho e de água doce. 
(BEGON, 2007) 
Os ecossistemas aquáticos são essenciais para preservação da biodiversidade 
marinha e para a sobrevivência humana. Isso porque além das milhões de espécies 
de animais, vegetais e microrganismos que dependem dos ecossistemas marinhos 
para sobreviver é justamente deste ecossistema que retiramos um recurso 
indispensável para a vida humana a “água”. (BEGON, 2007) 
 O ecossistema terrestre pode ser constituído por uma floresta inteira, num espaço 
grande que se chama de “macro-ecossistema”, ou por uma planta a exemplo das 
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/kuang-si-waterfall-beauty-nature-792172873
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/kuang-si-waterfall-beauty-nature-792172873
bromélias, ou seja, espaço pequeno chamado “micro-ecossistema”. Isso porque da 
mesma forma que um grande ecossistema possui todos os fenômenos e fatores 
que delimitam e definem o ambiente dos seres vivos, no pequeno ecossistema 
acontece o mesmo. (BEGON, 2007) 
Portanto, qualquer ambiente onde há a interação entre o meio físico (natureza solar, 
luminosidade, temperatura, pressão, água, umidade do ar, salinidade) e os seres 
vivos se constituem num ecossistema, seja ele terrestre ou aquático grande ou 
pequeno. 
Já a ecologia é a ciência que estuda as relações entre os seres vivos e os meios 
onde vivem. A palavra deriva do grego oikos, que significa lugar onde se vive, ou 
seja, meio ambiente. 
Desta forma, para melhor compreensão do mundo vivo, são usados os níveis de 
organização. A ecologia moderna usa como base de estudo os ecossistemas, mas 
estuda também os organismos. 
Segundo MAYR (1998) os Níveis de organização da vida em um ecossistema são: 
A continuidade é a interação de todos os ecossistemas da Terra formando a 
biosfera, que é na verdade um grande ecossistema; 
O sistema aberto é aquele que se mantém pelo fluxo contínuo de energia; 
 A homeostase é o estado de equilíbrio dinâmico de todo ecossistema, pela sua 
autorregularão; 
Espécie: organismos com características genéticas semelhantes. Com isso, o 
cruzamento de indivíduos da mesma espécie geram descendentes férteis. 
Exemplos: caranguejos, ursos, pau-brasil, etc; 
População: termo que designa o conjunto de organismos da mesma espécie. 
Inicialmente usado para grupos humanos, depois ampliados para qualquer 
organismo. Exemplo: grupo de peixes-palhaço; 
Comunidade: conjunto das populações que vivem numa mesma região. Também 
chamado de "Comunidade Biológica", "Biocenose" ou "Biótopo". Exemplo: aves, 
insetos e plantas de uma região; 
Biocenose: são as diversas espécies que vivem em determinado local e interagem 
entre si; 
Biótopo: corresponde a uma parte do habitat. É uma área com condições 
ambientais específicas que permitem a vida de determinadas espécies. Exemplo: 
trecho de uma floresta ou de uma lagoa; 
Ecossistema: conjunto de comunidades que interagem entre si e com o ambiente. 
Formado pela interação de biocenoses e biótopos. Exemplos: pode ser uma lagoa, 
uma floresta ou até um aquário; 
Bioma: reunião de ecossistemas com características próprias de diversidade 
biológica e condições ambientais. Exemplos: a Mata Atlântica, o Cerrado e a 
Amazônia são alguns dos biomas brasileiros; 
Biosfera: conjunto de todos os ecossistemas das diferentes regiões do planeta. É 
a reunião de toda a biodiversidade existente na Terra. 
Para Begon, (2007) na sucessão ecológica, há o processo de adaptação das 
espécies com o meio físico. O processo de sucessão pode levar anos para a 
comunidade se estabelecer e atingir o grau máximo de desenvolvimento chamado 
CLÍMAX, ou seja, este é o ponto máximo da sucessão, o estágio final 
Nesse contexto existem interações entre as comunidades bióticas que compõem 
um ecossistema são chamadas de “Interações Biológicas” ou “Relações 
Ecológicas” e determinam relações dos seres vivos entre si e o meio em que 
habitam para sobreviverem e se reproduzirem. (MAYR, 1998) 
Esta comunidade, formada por todos os indivíduos que fazem parte de um 
determinado ecossistema, possui diversas formas de interações entre os seres que 
a constituem, geralmente relacionadas à obtenção de alimento, abrigo, proteção, 
reprodução, etc. 
Para MAYR (1998) as relações ecológicas podem ser classificadas segundo o nível 
de interdependência: 
● Intraespecíficas ou Homotípicas: para seres da mesma espécie. 
● Interespecíficas ou Heterotípicas: para seres de espécies diferentes. 
E segundo os benefícios ou prejuízos que apresentam: 
● Relações Harmônicas: quando a resultada da associação entre as espécies 
é positiva, na qual um ou ambos são beneficiados sem o prejuízo de nenhum deles. 
● Relações Desarmônicas: quando o resultado desta relação for negativo, ou 
seja, se houver prejuízos para uma ou ambas as espécies envolvidas. 
https://www.todamateria.com.br/ecossistema/
https://www.todamateria.com.br/biosfera/
Ao deixar de observar essas relações podemos extinguir espécies ou deixá-las em 
vias de extinção, interfere-se na cadeia alimentar, afetando as predadoras daquelas, 
que passarão a ter dificuldades para arranjar alimentos, bem com as suas presas 
naturais, que terão desenvolvimento desenfreado. Isso constitui um ciclo vicioso de 
desequilíbrio ambiental que chegará às espécies da flora, que também sofrerão com 
o desequilíbrio, tanto de predadores naturais quanto de espécies polinizadoras. 
(MAYR, 1998) 
Preservar os animais, portanto, não é só uma questão ecológica e cultural. A 
interferência da destruição e extinção prematura de espécies da fauna incide 
diretamente na vegetação e, por consequência, em todo o bioma, afetando também 
os rios e cursos d’água e a qualidade do ar, além das populações que estão 
economicamente ligadas à pesca, à caça ou ao extrativismo. Antunes (2002) 
Conhecer e compreender as inter-relações existentes entre os inúmeros seres vivos 
existentes na terra é fundamental para asobrevivência e desenvolvimento da 
espécie humana. 
As relações ecológicas se particularizam pela forma de interação que os seres vivos 
mantêm entre si sendo categorizadas de acordo com os benefícios e/ou prejuízos 
que trazem aos organismos. A espécie humana construiu desde sua origem, uma 
relação ímpar com a natureza para suprir suas necessidades. Essa convivência 
necessita ser harmoniosa e organizada. 
Antunes (2002) diz que a história tem demonstrado que o homem consegue, 
durante um período, viver isolado, mas não durante toda a sua existência, pois o 
homem é, por sua natureza, animal social e político, vivendo em multidão, ainda 
mais que todos os outros animais, o que se evidencia pela natural necessidade. 
Portanto, é na sociedade que o homem encontra condições favoráveis para o seu 
desenvolvimento. 
Os organismos estabelecem relações mútuas entre si e com o ambiente físico, 
baseado nas interações que ocorrem no mundo natural. 
 
O entendimento dos diferentes fenômenos que englobam essas relações e interações entre seres 
vivos (incluindo o homem) e os componentes abióticos é amplamente discutido à luz de teorias 
ecológicas. O ambiente é alterado, físico e quimicamente, pela maneira como os indivíduos realizam 
suas atividades. Também as interações entre organismos, têm influência na vida de outros seres, 
da mesma espécie e de espécies diferentes. (BEGON, 2007, p. 223). 
 
Na natureza os seres vivos mantêm entre si vários tipos de interações ecológicas 
que podem ser consideradas como sendo harmônicas ou positivas e desarmônicas 
ou negativas. 
As interações harmônicas ou positivas são aquelas onde não há prejuízo para as 
espécies participantes e vantagem para, pelo menos, uma delas. 
As interações desarmônicas ou negativas são aquelas onde pelo menos uma das 
espécies participantes é prejudicada, podendo existir benefício para uma delas. 
Com a exploração de determinado conjunto de recursos, cada espécie define o seu 
nicho ecológico, também entendido como o papel desempenhado por esta espécie 
no ecossistema. 
Se não existissem competidores, predadores e parasitas em seu ambiente, uma 
espécie seria capaz de viver sob maior amplitude de condições ambientais (seu 
nicho fundamental) do que faria na presença de outras espécies que a afetam 
negativamente (seu nicho realizado). Por outro lado, a presença de espécies 
benéficas pode aumentar a gama de condições em que uma espécie consegue 
sobreviver. 
Dentro de cada um dos tipos de interações mencionados acima, ainda podemos 
classificá-las em interações intraespecíficas e interespecíficas, conforme ocorre 
entre indivíduos da mesma espécie ou entre espécies diferentes respectivamente, 
conforme tabela abaixo que mostra os principais tipos de interações ecológicas 
possíveis de ocorrer entre organismos de duas espécies. 
Essas relações ecológicas são muito importantes, pois garantem a sobrevivência 
dos diferentes seres vivos e ajudam no combate da densidade populacional, de 
modo que favorecem o equilíbrio ecológico. 
Para Leripio (2001), ecossistema é o conjunto formado pelo meio ambiente, pelos 
seres que aí vivem e pela dependência recíproca. É a unidade fundamental da 
ecologia. São exemplos de ecossistemas: uma floresta, uma lagoa, uma campina, 
um aquário, etc. 
Quando não se consegue repor os recursos, ou quando sua reposição é menor que 
o consumo considera-se que este recurso é limitado. A abundância ou escassez 
influencia a distribuição das espécies e no desenvolvimento de uma sociedade. Por 
exemplo, uma pequena quantidade de água doce em um determinado ambiente 
poderá limitar o interesse de investimentos na área. 
 
Tabela 01: Resumo - principais tipos de interações ecológicas 
Relações Interações Harmônicas Interações Desarmônicas 
Intra Específica 
Colônia (+) 
Sociedade (+) 
Competição. 
Principais tipos de interações ecológicas 
entre os seres vivos (-) 
Inter Específica 
Mutualismo (+ +) 
Cooperação (+ +) 
Comensalismo (+0) 
Inquilismo (+0) 
Epifitismo (+ 0) 
Competição (- -) 
Parasitismo (+ -) 
Predatismo (+ -) 
Amensalismo (+ -) 
Fonte: principais tipos de interações ecológicas possíveis de ocorrer entre organismos de 
duas espécies. Disponível em: http://biomania.com.br/artigo/interacoes-ecologicas. Acesso 
em 31 jul. 2020. 
 
Essa relação de escassez e/ou abundância nos leva a refletir sobre como se dá o 
equilíbrio ecológico que consiste na relação entre os organismos vivos entre si com 
o ecossistema, assegurando a sobrevivência das espécies, bem como a 
preservação dos recursos naturais. 
A sociedade que apresentar um ecossistema perturbado e não buscar um equilíbrio 
ecológico receberá cedo ou tarde resposta pelos seus atos, pois e importante 
ressaltar que a espécie humana não é só a que mais contribui para esse 
desequilíbrio, mas também, é a mais atingida pelas alterações ambientais. 
Vale lembrar que o ecossistema com sua capacidade de resiliência tende a reverter 
naturalmente um quadro de desequilíbrio, no entanto, nem sempre isso é possível, 
ou o tempo necessário para que o equilíbrio ecológico seja estabelecido novamente 
é muito grande, o que pode causar outras alterações ainda mais graves, pois para 
se garantir equilíbrio ambiental, basta proteger o ecossistema. 
Os ecossistemas são sistemas equilibrados e cada espécie viva tem o seu papel no 
funcionamento do ecossistema que pertence. 
Para Leripio (2001) a existência da cobertura vegetal e diversidade genética da flora 
local, depende diretamente da ação de alguns integrantes da Fauna Silvestre, tendo 
os insetos voadores e pássaros como maiores protagonistas dessas ações, pois 
com suas estratégias de obtenção de alimento em busca do néctar das flores, 
procede a polinização, carregando involuntariamente os grãos de pólen em seus 
corpos e permitindo que esses grãos fecundem flores de outras árvores da mesma 
espécie em áreas diferentes. 
O autor citado complemente que as aves e mamíferos frugívoros são considerados 
os “plantadores da mata”, pois se alimentam dos frutos nativos e procede a 
dispersão das sementes pelas fezes em todas as áreas de sua existência. O 
controle populacional é outra importante função dos animais silvestres na natureza, 
pois eles integram uma cadeia alimentar bem organizada, onde os consumidores 
primários dependem da flora em equilíbrio para sobreviverem pois são animais 
herbívoros e servem de alimento para os consumidores secundários (algumas 
espécies de serpentes, corujas e mamíferos carnívoros de médio porte) que por sua 
vez são predados pelos consumidores terciários ou os chamados “animais topo de 
cadeia” representados pelas aves de rapina, répteis e mamíferos carnívoros de 
grande porte. (LERIPIO, 2001) 
 
 
1.2 Influências do Padrão de Consumo e de Produção Sobre o Meio 
 
Figura 03: Poluição do ar das chaminés da usina. 
 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/air-pollution-power-plant-chimneys-
659747284. Acesso:31 jul. 2020. 
 
A relação entre consumismo e degradação ambiental, embora pareça naturalmente 
interdependente, carece de identificação e explicitação mais acentuada dos seus 
elementos de causa e efeito e os padrões de consumo atuais representam um 
problema por causa de dois traços aparentemente contraditórios – superconsumo 
(over-consumption) e subconsumo (underconsumption), onde o consumo mundial 
tem crescido dramaticamente. Em contradição ao mesmo tempo, milhões de 
pessoas não estão consumindo o suficiente para saciar suas necessidades básicas. 
As duas tendências geram enorme estresse ao meio ambiente global. (CAMARGO, 
1992, p.11) 
Ainda o autor afirma que “quanto maior o poder aquisitivo da remuneração devida 
aos agentes econômicos, maior a possibilidade de consumir”. (CAMARGO, 1992, 
p. 11/12) 
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/air-pollution-power-plant-chimneys-659747284
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/air-pollution-power-plant-chimneys-659747284Essa situação nos leva a reflexão sobre qual é o impacto dos padrões atuais de 
consumo e produção sobre o meio ambiente. A resposta é simples: eles estão 
esgotando os recursos não-renováveis, gerando poluição e resíduos que excedem 
a capacidade de suporte do planeta de absorver e convertê-los, e contribuindo para 
a deterioração de recursos renováveis tais como água, solo e florestas. Energia, 
água e matérias primas são requeridas para fazer os produtos que os consumidores 
demandam. Solo e ecossistemas são perturbados para extrair recursos e converter 
terra para uso produtivo. A produção, uso e eliminação de produtos contribuem com 
poluição e lixo para o meio ambiente. (CAMARGO, 1992, p.12) 
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, em 1998, no contexto global de consumo e 
produção sustentável, cita que o WWF desenvolveu um index de “Pressões do 
Consumo” tentando mensurar o fardo posto nos ecossistemas naturais pela 
atividade humana. 
O index listou seis categorias de dados de 152 países para calcular a pressão do consumo por 
pessoa e por país. O index é uma ferramenta interessante para comparar os efeitos do consumo 
entre diferentes países. Os efeitos ambientais dos padrões atuais de produção e consumo não são 
nem localizados nem distribuídos eqüitativamente. Por exemplo, enquanto o desmatamento está 
concentrado em países em desenvolvimento, muito disso ocorreu para suprir a demanda de países 
desenvolvidos por madeira e papel. De maneira semelhante, é previsível que a mudança climática, 
que é em grande parte resultado do uso intensivo de combustível fóssil nas sociedades industriais, 
irá afetar adversamente países tais como Bangladesh e as nações das ilhas do Pacífico que nunca 
tiveram participação significante na (ou benefícios da) industrialização. (Ministério Meio Ambiente, 
1998, p. 3) 
 
Complementando, a Agenda 21 deixou bem claro que mudar os padrões de 
consumo e produção está no coração do desenvolvimento sustentável. 
Mudanças fundamentais e dramáticas são necessárias para fazer com que 
consumo e produção sejam sustentáveis. Será difícil (senão impossível) fazer essas 
mudanças abordando padrões de consumo e produção separadamente. Sua 
interconectividade, particularmente quanto a produtos e serviços, exige uma 
estratégia de sistema. 
 
 1.3 As Consequências das Agressões Ambientais Sobre a Saúde Pública 
 
Figura 02: Pessoas vestindo máscaras protetoras andando na rua contra tubos de fábrica 
que emitem fumaça no fundo. Poeira fina, poluição do ar, poluição industrial, emissão de 
gases poluentes. 
 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/sad-people-wearing-protective-face-
masks-1105743278. Acesso: 31 jul. 2020. 
 
As preocupações com os problemas ambientais e sua vinculação com a saúde 
humana foram ampliadas no Brasil, inclusive, a partir da década de 1970. 
A Constituição Federal, de 1988, expressa essa preocupação em diversos de seus 
artigos: 
Em seu art. 196 define saúde como: direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação; O art. 225 
diz: todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo, preservá-lo para as presentes e futuras gerações; E no art. 200, incisos II e VIII, fixam, 
como atribuição do Sistema Único de Saúde – SUS -, entre outras, a execução de ações de vigilância 
sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador e colaborar na proteção do meio 
ambiente, nele compreendido o do trabalho.( BRASIL, 1988. p.118, 120; 131.) 
 
Para Lima (2010) saúde ambiental são todos aqueles aspectos da saúde humana, 
incluindo a qualidade de vida, que estão determinados por fatores físicos, químicos, 
biológicos, sociais e psicológicos no meio ambiente. Também se refere à teoria e 
prática de valorar, corrigir, controlar e evitar aqueles fatores do meio ambiente que, 
potencialmente, possam prejudicar a saúde de gerações atuais e futuras. 
Saúde pode ser definida como um estado de completo bem-estar físico, mental e 
social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidades. Sendo assim, não 
basta apenas estar sem nenhuma doença, é necessário estar bem consigo mesmo 
e com o corpo, sem sentir dores ou até mesmo tristeza. (Brasil-MS, 1999). 
Nessa intenção e na busca por melhoria de qualidade de vida, e na intenção de 
atender suas necessidades o homem sempre estabeleceu uma relação de 
dominação com a natureza, e com o passar dos tempos, cada geração viveu em 
realidades sociais e culturais diferentes. 
No entanto, a descrição dos relatos de um passado distante pode favorecer o 
enriquecimento dos argumentos nas discussões e reflexões sobre a relação 
sociedade natureza no tempo e no espaço buscando impedir a devastação de toda 
forma de vida no planeta. 
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/sad-people-wearing-protective-face-masks-1105743278
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Assim ocorreram vários prejuízos ambientais e socioeconômicos muito 
significativos como: 
● Desequilíbrios climáticos com diminuição das chuvas devido à alteração das 
áreas de mata e do clima, causando grandes períodos de estiagem, e redução da 
umidade relativa do ar, pois com a remoção das folhagens há uma queda da 
regulação da temperatura ambiental, deixando-a mais alta e instável; 
● Perda de biodiversidade da fauna e flora nativas e com isso, o equilíbrio 
ecológico pode tornar-se ameaçado; 
● Degradação de mananciais ao remover a proteção das nascentes e 
prejudicar a impermeabilização do solo em torno da água; 
● O esgotamento dos solos com a intensificação de processos de erosão e 
desertificação. 
● crescimento das cidades sem planejamento urbano adequado também 
causa vários impactos ao meio ambiente e consequentemente à saúde das 
pessoas. Um dos principais é a retirada de áreas verdes para a construção de 
prédios, residências, fábricas e outros tipos de construção. 
Desta forma, com pouca área verde, há aumento da poluição atmosférica, deixando 
vulneráveis populações que residem, trabalham e/ou transitam em regiões 
metropolitanas, centros industriais, gerando desta forma o agravamento de doenças 
pré-existentes e/ou o aumento do número de casos de doenças respiratórias, 
oculares e cardiovasculares. etc. Sem contar as doenças transmissíveis, que estão 
diretamente relacionados com as condições de higiene e melhoria do ambiente 
físico (saneamento), a provisão de água e alimentos em boa qualidade e em 
quantidade, a provisão de cuidados médicos,. 
Desta forma, relacionado à saúde, é ainda mais complicado estimar o custo dessas 
mudanças ocorridas no planeta. 
Complementando, segundo os objetivos do desenvolvimento sustentável – ODS no 
quesito Saúde e bem estar deve: "Assegurar uma vida saudável e promover o bem-
estar para todos, em todas as idades": 
As metas da Agenda 2030 estão não apenas a redução da mortalidade neonatal, 
da obesidade e a erradicação de doenças como o HIV, a tuberculose e a malária, 
mas também a conscientização quanto ao uso de álcool e drogas e o 
esclarecimento cada vez maior em torno da saúde mental e da importância do bem-
estar psicológico e físico (FORNO, 2017). 
Segundo OMS (2017) no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 
(ODS), os países estão trabalhando para alcançar uma série de metas que podem 
orientar as intervenções de higiene do ambiente em que vivem as crianças e, 
consequentemente, acabar com as mortes evitáveis de lactentes e crianças 
menores de cinco anos até 2030. Além da meta específica da saúde – ‘Garantir um 
estilo de vida saudável e promover o bem-estar de todos emtodas as idades’ – a 
realização de outros objetivos – acesso à água potável, ao saneamento e à higiene; 
transição para o uso de energias não-poluentes, a fim de melhorar a salubridade do 
ar; e, por fim, reverter a mudança climática global – também trará efeitos positivos 
sobre a saúde infantil (FORNO, 2017). 
De acordo com dois novos relatórios da Organização Mundial de Saúde OMS 
(2012), mais de 25% das mortes de crianças menores de cinco anos são causadas 
pela poluição ambiental. Todos os anos, as condições ambientais insalubres, tais 
como a poluição do ar em ambientes fechados e ao ar livre, o fumo passivo, a água 
contaminada, a falta de saneamento e a higiene inadequada causam a morte a 1,7 
milhões de crianças menores de cinco anos (FORNO, 2017). 
A OMS (2012) propôs algumas medidas para que todas as crianças vivam em 
entornos saudáveis como: 
A redução da poluição atmosférica dentro e fora das casas, acesso à água potável, 
saneamento e desinfecção (especialmente nas maternidades), proteção das 
mulheres grávidas contra o fumo passivo e medidas de higiene ambiental podem 
prevenir muitas mortes e doenças infantis. Para que isso ocorra, no entanto, é 
necessário trabalho conjunto de vários setores do governo, os quais podem 
trabalhar juntos para implementar as seguintes medidas: 
● Ambiente doméstico: uso de combustíveis não poluentes na cozinha e nos 
sistemas de aquecimento. Eliminação de mofo e pragas, de materiais de construção 
que contenham contaminantes e tintas contendo chumbo. 
● Escolas: garantir saneamento e a higiene, criando ambientes sem ruído 
excessivo e poluição, além de promover a boa nutrição. 
● Centros de saúde: garantir o fornecimento de água potável, saneamento, 
higiene e alimentação e eletricidade sem cortes. 
● Urbanismo: criação de mais áreas verdes e espaços seguros para pedestres 
e ciclistas. 
● Transportes: reduzir as emissões e ampliar o transporte público. 
● Agricultura: reduzir o uso de pesticidas perigosos e eliminar o trabalho 
infantil. 
● Indústria: eliminação de resíduos perigosos e cortar o uso de substâncias 
químicas nocivas. 
● Setor da saúde: acompanhar os resultados de saúde e educar as pessoas 
sobre os efeitos da saúde ambiental e a importância da prevenção 
 
 
2.4 Saneamento e Desenvolvimento Sustentável 
 
Figura 04 : Saneamento – água para todos 
 
Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/probolinggo-east-javaindonesia-
october-20-2019-1546940432. Acesso: 31 jul. 2020 
 
Na antiguidade, as pessoas, por falta de conhecimento, não consideravam a 
qualidade da água um fator restritivo, para o desenvolvimento, embora os aspectos 
estéticos como aparência, sabor e odor, influenciassem na escolha das fontes de 
água que usariam (CAVINATTO, 1992). 
De acordo com Cavinatto (1992), no Brasil, a preocupação com saneamento estava 
amplamente relacionada ao surgimento e ao crescimento de cidades, que na 
maioria das vezes eram instaladas próximas aos rios, com objetivo de obter água 
para suas atividades diárias e ter facilidade para descartar seus dejetos, não 
havendo nenhuma prevenção ou tratamento para evitar a contaminação das águas. 
O autor supramencionado reforça que ainda na década de 50, no Brasil, os feitos 
que os lançamentos de dejetos indevidos poderiam causar na qualidade da água 
eram desprezados, mas com o aumento da população agrupada em 
assentamentos, os problemas de contaminação das águas superficiais e 
subterrâneas acentuaram-se devido à grande quantidade de dejetos despejados 
diariamente nos rios. 
Segundo dados da OMS (2012), quase 400 mil pessoas no ano de 2011 foram 
internadas por diarreia no Brasil, e esse número representa uma grande parcela dos 
gastos em saúde pública no país. Sem contar o grande número de leitos 
hospitalares que são diariamente ocupados por pessoas com problemas 
relacionados à falta de saneamento básico, vagas que poderiam estar disponíveis 
para pessoas com enfermidades mais graves. A falta de sistemas de saneamento 
básico é sem dúvida, um problema de saúde pública, pois pode provocar doenças 
que são transmitidas por meio hídrico ou pelo contato direto com esgoto. 
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/probolinggo-east-javaindonesia-october-20-2019-1546940432
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O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, relata que: 
O acesso à água e ao saneamento reforça algumas velhas lições do desenvolvimento humano. Em 
média, as taxas de cobertura em ambas as áreas crescem com o rendimento: uma maior riqueza 
tende a ser acompanhada por um melhor acesso à água e ao saneamento. […] As pessoas 
necessitam de água potável e de saneamento para manterem a sua Saúde e dignidade. […] O 
fornecimento de água potável, a eliminação de águas residuais e a oferta de saneamento são três 
dos alicerces mais básicos do progresso humano. […] Mais ainda do que a água, o saneamento 
ressente-se de uma combinação de fragmentação institucional, fraco planejamento nacional e baixo 
estatuto político. (PNUD, 2017, p. 25). 
A ausência de investimentos no setor, e o descaso do poder público acabam 
comprometendo todo o ecossistema e, consequentemente, a qualidade de vida da 
população, devida contato direto com esgotos lançados em locais impróprios. As 
ações de saneamento reduzem a ocorrência de doenças e evitam danos ao 
ambiente, especialmente aos solos e corpos hídricos (IBGE, 2011). 
Diante das condições gerais do saneamento ambiental no Brasil, é interessante 
destacar a necessidade de buscar a universalização dos serviços de saneamento 
básico e de melhorar a qualidade dos mesmos, de modo a proporcionar saúde e o 
bem-estar da população, e tornar o meio ambiente mais saudável. 
No Brasil, o acesso universal aos serviços de água e esgoto está amparado de 
forma implícita e explícita em várias legislações, inclusive de áreas afins, como 
recursos hídricos, ambiente, saúde pública, defesa do consumidor e 
desenvolvimento urbano. Mostrando que o acesso aos serviços de saneamento 
básico é condição necessária à dignidade do ser humano e, particularmente à sua 
sobrevivência. 
A participação do indivíduo na atividade econômica e social depende de uma vida 
saudável, para tanto é fundamental o acesso ao saneamento básico, assim como à 
moradia, à saúde e à educação (PNUD, 2017). 
É importante ressaltar que, segundo o Atlas do saneamento (IBGE 2011, p. 1, 
capítulo 3), o saneamento abrange aspectos que vão além do saneamento básico 
como: 
 
Abastecimento de água potável, a coleta, o tratamento e a disposição final dos esgotos e dos 
resíduos sólidos e gasosos, os demais serviços de limpeza urbana, a drenagem urbana, compreende 
o controle ambiental de vetores e reservatórios de doenças, a disciplina da ocupação e de uso da 
terra e obras especializadas para proteção e melhoria das condições de vida. 
As consequências da contaminação do meio ambiente podem se manifestar 
pontualmente ou a longo prazo, podendo não somente atingir a população local, 
tendo em vista que a natureza não estabelece limites políticos, tampouco 
geográficos. Por isso, as pessoas precisam se conscientizar da problemática do 
setor de saneamento básico e, principalmente, conhecer os malefícios que sua falta 
pode ocasionar à saúde. 
A solução exige investimento maciço de recursos com objetivo de ampliar o acesso 
universal aos serviços de fornecimento de água e saneamento, além de acordos 
efetivos entre países para a cooperação no uso da água. Há também a necessidade 
de mudança nos padrões de produção e consumo, para evitar o desperdício de 
água nas esferas doméstica, industrial e agropecuária. 
“O saneamento é uma meta coletiva diante da importância da vida humana e da 
proteção ambiental, sendo dever do Estado sua promoção, constituindo-se um 
direito social integrante de políticas públicas e sociais”(BORJA, 2004, p. 83). 
Mesmo sendo um país privilegiado com a grande quantidade de recursos hídricos, 
o Brasil apresenta sérios problemas de abastecimento de água, devido ao 
crescimento acelerado da população e o progresso tecnológico que conduziram à 
alteração dos hábitos diários, aumentando, assim, o consumo médio diário por 
habitante, além da carência de saneamento na maioria das cidades brasileiras. 
Conforme demonstrado na figura 05, a meta estabelecida no Plano Nacional de 
Saneamento Básico (2013) para o ano de 2033 é atingir um atendimento a 99% da 
população com água tratada e 93% com coleta e tratamento de esgoto. 
Segundo dados da ONU (2010) a população mundial cresce aceleradamente, em 
1950, éramos 2,5 bilhões de pessoas e, em 2011, sete bilhões e a estimativa é que 
passaremos de 8,3 bilhões em 2030 a 9,3 bilhões em 2050. A quantidade de água 
utilizada para satisfazer essa população e o processo de produção não é mais a 
mesma, infelizmente se perdeu a qualidade da água por uma série de fatores como 
a falta de saneamento básico e o descaso com a proteção dos mananciais de 
abastecimento público. 
 
Figura 05. Principais metas para saneamento básico no Brasil 
 
Fonte: Plano Nacional de Saneamento Básico – Plansab 2013. 
De acordo com as estimativas de órgãos como o Instituto Trata Brasil 1 , isso 
demanda um investimento de pelo menos 15 bilhões de reais por ano, enquanto o 
Estado vem investindo, em média, nove bilhões de reais. O aumento do consumo 
da água potável e dos recursos naturais cresce de forma mais rápida do que o 
crescimento populacional, isso nos mostra que se continuarmos agindo dessa 
forma, não teremos condições de atender às necessidades das futuras gerações, e 
não chegaremos a atingir a sustentabilidade tão almejada. Partindo dos problemas 
levantados, uma provável solução para a preservação dessas águas é o 
investimento em saneamento, principalmente no tratamento do esgoto sanitário. 
Para tanto, é necessário, além de se ter dispositivos (redes) para coletar os dejetos, 
dar destinação adequada, direcionando-os para estações de tratamento de esgoto 
e, posteriormente, devolver o efluente tratado em condições adequadas no rio. Isso 
somente é possível se houver monitoramento nas Estações de Tratamento de 
Esgoto. 
Importante ressaltar que o tratamento dos esgotos reflete diretamente na qualidade 
da água e a falta do saneamento ambiental reflete em nível de saúde da população, 
sendo um dos itens que compõem o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH de 
um país, e é interligada à educação, pois crianças com melhores condições de 
saúde aprendem melhor. Daí advém, então, a necessidade de almejar soluções 
 
1 Instituto Trata Brasil é uma OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, 
formado por empresas com interesse nos avanços do saneamento básico e na proteção dos 
recursos hídricos do país. Atua desde 2007 trabalhando para que o cidadão seja informado e 
reivindique a universalização do serviço mais básico, essencial para qualquer nação: o saneamento 
básico. Disponível em < http://www.tratabrasil.org.br/quem-somos>. Acesso em 31 de julho de 2020. 
criativas para desenvolver uma relação harmônica do homem com a natureza, o 
que implica na melhoria de qualidade de vida para todos. Sabe-se que o esgoto 
reflete na qualidade da água. Para adequar a água de diferentes mananciais aos 
padrões de qualidade definidos pelos órgãos de saúde e agências reguladoras, é 
necessário o emprego de sofisticadas tecnologias, diferentes operações e 
processos unitários para tratá-la e atender às exigências do Ministério da Saúde, 
que é o órgão responsável por definir quais as características adequadas para que 
a água possa ser consumida pelos seres humanos sem causar danos à saúde. 
O capítulo 18 da “agenda 21” analisa que as atividades econômicas e sociais 
dependem muito do suprimento e da qualidade da água, sendo importante definir 
métodos que possibilitem assegurar uma oferta de água na quantidade e qualidade 
adequada. Devem ser satisfeitas as necessidades hídricas para que o país alcance 
um desenvolvimento sustentável, e, ao mesmo tempo, devem ser preservadas as 
funções hidrológicas, biológicas e químicas dos ecossistemas, adaptando as 
atividades humanas aos limites da capacidade de absorção de seus impactos pela 
natureza. 
 
SAIBA MAIS 
 
A garantia do acesso universal e de qualidade ao saneamento básico no Brasil 
ainda é um grande desafio. Como outros serviços públicos essenciais, os déficits 
denunciam o atraso do País na garantia de direitos básicos como acesso à água e 
ao destino seguro dos dejetos e resíduos sólidos. A exclusão e a desigualdade e a 
baixa qualidade dos serviços é o produto de um modelo de desenvolvimento 
vinculado ao modo de produção capitalista e, como tal, promotor de contradições, 
antagonismo e iniquidades. 
 
Fonte: Borja, P. C. Política pública de saneamento básico: uma análise da 
recente experiência brasileira. Revista Saúde e Sociedade . 2014. Disponível 
em: https://doi.org/10.1590/S0104-12902014000200007. 
https://www.scielosp.org/article/sausoc/2014.v23n2/432-447/ Adaptado. Acesso 31 
jul.2020. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
REFLITA 
 
O jornal "A Folha de S. Paulo" noticiou em outubro de 2004, que as enormes 
quantidades de substâncias químicas encontradas no ar, na água, nos alimentos e 
nos produtos utilizados rotineiramente estão diretamente relacionadas com uma 
maior incidência de câncer, de distúrbios neurocomportamentais, de depressão e 
de perda de memória. Tal reportagem também divulgou dados do Instituto Nacional 
do Câncer dos EUA, apontando que dois terços dos casos de câncer daquele país 
tem causas ambientais. O referido artigo ainda menciona uma pesquisa feita com 
cinquenta controladores de trânsito da cidade de S. Paulo (conhecidos como 
"marronzinhos"), não fumantes e sem doenças prévias. A conclusão foi que todos 
apresentavam elevação da pressão arterial e variação da frequência cardíaca nos 
dias de maior poluição atmosférica. Além disso, 33% deles possuíam condições 
típicas de fumantes, como redução da capacidade pulmonar e inflamação frequente 
dos brônquios. Diante do fato reflita somos o que comemos? O atual modelo de 
desenvolvimento preza pela saúde e melhoria de qualidade de vida das pessoas? 
 
Fonte: CUNHA, Paulo Roberto. A relação entre meio ambiente e saúde e a importância 
dos princípios da prevenção e da precaução. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, 
https://www.scielosp.org/article/sausoc/2014.v23n2/432-447/
https://doi.org/10.1590/S0104-12902014000200007
https://www.scielosp.org/article/sausoc/2014.v23n2/432-447/
Teresina, ano 10, n. 633, 2 abr. 2005. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/6484. 
Disponível em: https://jus.com.br/artigos/6484/a-relacao-entre-meio-ambiente-e-saude-e-
a-importancia-dos-principios-da-prevencao-e-da-precaucao. Acesso em: 31 jul. 2020. 
 
#REFLITA# 
https://jus.com.br/artigos/6484/a-relacao-entre-meio-ambiente-e-saude-e-a-importancia-dos-principios-da-prevencao-e-da-precaucao
https://jus.com.br/artigos/6484/a-relacao-entre-meio-ambiente-e-saude-e-a-importancia-dos-principios-da-prevencao-e-da-precaucao
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Os problemas ambientais desencadeiam uma série de questionamentos sobre suas 
causas e consequências. Essas causas e consequências afetam a relação entre os 
homens e deles com a natureza. 
O ser humano deve observar os exemplos da natureza e ter a consciência de que 
a biosfera tem limites e que estes devem ser respeitados. Sendo necessário 
repensar práticas, costumes e padrões de consumo e tecnologias empregadas, pois 
com os paradigmas atuais, não haverá planeta suficiente para manter a sociedade 
com a inclusão que ainda precisa ser feita. 
Desta maneira, diante da intensa degradação da natureza, medidas urgentes 
devem ser tomadas por todos a benefício do homem e do próprio meio ambientea 
fim de minimizar os impactos negativos que tem levado os recursos naturais e a 
escassez em nome da melhoria da qualidade de vida. 
Estamos cada vez mais questionando o atual modelo de desenvolvimento, por isso 
entendemos a necessidade de termos um olhar para o passado compreender a 
natureza e aplicar este conhecimento a benefício do homem e da própria natureza. 
O desenvolvimento sustentável não é um estado permanente de equilíbrio, mas sim 
de mudanças quanto ao acesso aos recursos e quanto à distribuição de custos e 
benefícios, controlar e destinar de forma inadequadas os resíduos sólidos podem 
causar inúmeras consequências negativas a economia ao setor social e ambiental. 
Efeitos como emissão de gases de efeito estufa, degradação e contaminação do 
solo, poluição da água, proliferação de vetores de importância sanitária, como é o 
caso do Aedes aegypti (vetor da dengue), potencialização dos efeitos de enchentes 
nos centros urbanos, entre outros. 
E nesse sentido o recurso água será altamente atingido e consequentemente as 
pessoas e ainda devemos considerar que é responsabilidade de todos buscar um 
mundo melhor. 
 Segundo Lerípio (2001, p. 2), a relação meio ambiente e desenvolvimento deve 
deixar de ser conflitante para tornar-se uma relação de parceria. O ponto chave da 
questão passa a ser a necessidade de uma convivência pacífica entre a boa 
qualidade do meio ambiente e o desenvolvimento econômico
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
Artigo: 
 Rivlin, L. G.. Olhando o passado e o futuro: revendo pressupostos sobre as inter-
relações pessoa-ambiente. Estud. psicol. (Natal). Vol.8 nº2. Natal. 2003. 
Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-
294X2003000200003&script=sci_arttext. Acesso em: 31 jul. 2020. 
 
RESUMO 
Este artigo examina alguns dos pressupostos que guiaram os primeiros trabalhos 
em Psicologia Ambiental e os revisa à luz de perspectivas contemporâneas. Muitos 
desses pressupostos continuam a ter relevância, mas são necessárias algumas 
modificações e acréscimos para dar conta do desenvolvimento em ideias e pesquisa 
ao longo dos anos. É preciso: ir além da pesquisa multidisciplinar, engajando-se no 
pensamento interdisciplinar e pesquisa em colaboração com pessoas de outras 
disciplinas; ampliar a atenção com as questões éticas; examinar o papel da 
tecnologia na vida das pessoas; e reconhecer a natureza holística das transações 
pessoa-ambiente levando em consideração a diversidade criada por idade, gênero, 
nível de capacidade/incapacidade, cultura e economia. 
 
 
Artigo: 
Danilo, S. K. , Kawasaki, C., Carvalho, L. M. de. O conceito de "ecossistema" em 
teses e dissertações em educação ambiental no Brasil: construção de significados 
e sentidos. VIII EPEA - Encontro Pesquisa em Educação Ambiental. Rio de 
Janeiro. 2015. 
 
RESUMO: O presente trabalho constitui parte de uma tese, concluída em 2014, e 
que teve como objetivo investigar o conceito de “ecossistema” presente em teses e 
dissertações do campo da Educação Ambiental (EA), no período de 1980 a 2009 
no Brasil. Além da caracterização dos aspectos da pesquisa em EA, analisa os 
significados e sentidos construídos e associados ao conceito de ecossistema nas 
referidas pesquisas. Este artigo foca na relação entre os núcleos de significação 
resultantes desta construção, e suas relações com o ensino de Ecologia e a EA. Os 
procedimentos metodológicos são descritos e estão fundamentados na perspectiva 
da análise dialógica do discurso e inseridos no contexto da pesquisa qualitativa em 
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-294X2003000200003&script=sci_arttext
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-294X2003000200003&script=sci_arttext
educação. A apresentação dos núcleos de significação construídos possibilitou a 
emergência de sentidos contraditórios e que são compreendidos a partir do conceito 
de ecossistema, mesmo que estes não sejam enunciados diretamente. 
Fonte: Disponível em: http://epea.tmp.br/epea2015_anais/pdfs/plenary/29.pdf. 
Acesso 31 jul. 2020. 
 
 
Artigo: Efeito de vespas não-polinizadoras sobre o mutualismo Ficus – 
vespas de figos 
 
RESUMO: Relações ecológicas interespecíficas, que resultam em benefício para 
todos os organismos participantes, são conhecidas como mutualismo. No entanto, 
tal cooperação abre espaço para o surgimento de estratégias oportunistas (ou de 
trapaça), representadas por indivíduos parasitas do mutualismo, que recebem o 
benefício de um dos parceiros sem oferecer nada em troca. A interação figueiras – 
vespas - de - figo é um sistema adequado para o estudo do mutualismo e de 
estratégias oportunistas (parasitas de mutualismos). Representantes do 
gênero Ficus (Moraceae) apresentam uma relação mutualística com pequenas 
vespas polinizadoras (Agaonidae) e são explorados por outras espécies de vespas 
não-polinizadoras. Esse trabalho teve como objetivo avaliar o impacto das vespas 
não-polinizadoras sobre o mutualismo Ficus citrifolia e suas vespas 
polinizadoras, Pegoscapus tonduzi Grandi, 1919. Para tal, foi comparada a 
produção de aquênios (função feminina) e de fêmeas da espécie polinizadora 
(função masculina) entre amostras de sicônios altamente infestados e pouco 
infestados por vespas não-polinizadoras, coletadas nos municípios de Londrina 
(Paraná), Campinas e Ribeirão Preto (São Paulo), Brasil. Nossos resultados 
apontaram que as vespas não-polinizadoras exercem impacto negativo nos 
componentes feminino e masculino da planta, sendo maior no masculino. A 
produção de vespas polinizadoras foi cerca de sete vezes menor nos figos 
infestados, ao passo que a produção de aquênios foi 1,5 vez menor nesses mesmos 
figos. Hipóteses sobre a estabilidade do mutualismo na presença das espécies 
oportunistas são discutidas. 
http://epea.tmp.br/epea2015_anais/pdfs/plenary/29.pdf
Fonte: Elias. L, G.; Fernado, H. A.; Pereira, R. A. S. Efeito de vespas não 
polinizadoras sobre o mutualismo Ficus – vespas de figos Iheringia, Sér. 
Zool. vol.97 no.3 Porto Alegre Sept. 2007 
Disponivel em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0073-
47212007000300006&lang=pt. Acesso:08 ago.2020. 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0073-47212007000300006&lang=pt
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0073-47212007000300006&lang=pt
 
LIVRO 
 
• Título. Ecologia: De Indivíduos a Ecossistemas 
• Autor: Michael Begon, Colin R. Townsend, John L. Harper 
• Editora: Blackwell Publishing Ltd, Oxford. 
• Sinopse:Considerado o livro-texto definitivo sobre todos os aspectos da ecologia. 
Esta nova edição continua a fornecer um tratamento completo do tema, desde os 
princípios ecológicos fundamentais até uma reflexão vívida sobre nossa 
compreensão da ecologia no século XXI. Aborda a teoria de nichos, a teoria da 
história de vida, os padrões de migração e a dinâmica de populações pequenas, 
dedicando atenção especial a restauração após dano ambiental, biossegurança 
(resistência à invasão de espécies alóctones) e conservação de espécies. 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
• Título. Relações ecológicas 
• Ano.2016 
• Sinopse. A vida na terra, seja ao nível de uma pequena poça ou ao nível de um 
ecossistema que abrange um continente, se resume em interações. Além de 
interagirem com o meio físico, os organismos interagem com indivíduos da sua 
espécie e com outras espécies, estabelecendo o que chamamos de Relações 
Ecológicas. 
• Link do vídeo https://www.youtube.com/watch?v=SZbMnJ99q3U 
https://www.youtube.com/watch?v=SZbMnJ99q3U
 
REFERÊNCIAS 
ANTUNES, Ricardo L. C. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a 
negação do trabalho. 6. ed. São Paulo: Boitempo, 2002. 
 
BAKER, M. N.; TARAS, M. J. The quest for pure water: the history of the 
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UNIDADE II 
TÍTULO DA UNIDADE 
ECONOMIA AMBIENTAL, CONTROLE DA QUALIDADE 
 
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco 
 
Plano de Estudo: 
● Conceito e importância da política ambiental; 
● Instrumentos da política ambiental; 
● Política ambiental e o comércio internacional 
● O que é desenvolvimentosustentável; 
● O conceito de eco-eficiência; 
● Responsabilidade social corporativa; 
● Determinantes do investimento ambiental; 
● Mercados verdes; 
● O “selo verde”. 
● Legislação ambiental - Princípios gerais do direito ambiental; 
● Declaração de Estocolmo e a Declaração do Rio de Janeiro; 
● Constitucionalidade do direito ambiental; 
● Responsabilidade ambiental; 
● Política Nacional do Meio Ambiente; 
● Infrações e sanções administrativas. 
 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
● Conhecer os conceito e importância da política ambiental; 
● Saber os instrumentos da política ambiental; 
● Entender a política ambiental e o comércio internacional 
● Saber o que é desenvolvimento sustentável; 
● Saber o conceito de eco-eficiência; 
● Entender sobre responsabilidade social corporativa; 
● Saber os determinantes do investimento ambiental; 
● Conhecer mercados verdes; 
● Conhecer o “selo verde”. 
● Saber sobre legislação ambiental - Princípios gerais do direito ambiental; 
● Conhecer a declaração de Estocolmo e a Declaração do Rio de Janeiro; 
● Saber sobre a constitucionalidade do direito ambiental; 
● Entender sobre responsabilidade ambiental; 
● Saber a política Nacional do Meio Ambiente; 
● Saber sobre as infrações e sanções administrativas. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O estudo da economia dos recursos naturais é de extrema importância 
independente da corrente de pensamento econômico que se adote. 
O aumento da competitividade mercadológica demanda cada vez mais 
recursos naturais de todos os tipos e isso acaba gerando crescimento dos conflitos 
ou disputas que no fundo ocasionam sua escassez. (PHILIPI, 2017). 
Desta forma inicialmente, neste capítulo abordou-se os principais conceitos 
e classificações dos recursos naturais mostrando que são elementos essenciais à 
existência do ser humano e à manutenção da vida. Nós, diariamente, buscamos 
satisfazer nossas necessidades e para isso recorremos ao meio ambiente e ao que 
ele nos fornece. 
Contudo, ao longo dos anos, os recursos naturais foram explorados e 
utilizados de maneira irracional e sem o cuidado necessário para sua manutenção. 
Assim, atualmente, há uma grande preocupação por parte da sociedade, 
governantes e da comunidade científica a respeito da preservação dos recursos 
naturais, sendo necessário buscar uma forma de suprir as necessidades e promover 
o desenvolvimento das sociedades de forma sustentável. 
 
 
1. RECURSOS AMBIENTAIS E NATURAIS. CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO 
E TIPOS 
 
Figura 01 : uso ou abuso de recursos naturais. 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/clear-cutting-forests-use-
abuse-natural-1282205926. Acesso 01 ago.2020. 
 
 
Os Recursos Naturais são os elementos que a natureza oferece, que por sua 
vez, são utilizados pelo homem na construção e desenvolvimento das sociedades 
e, portanto, para sua sobrevivência. 
Segundo Assunção (2002, p. 52) “...a palavra recurso significa algo a que se 
possa recorrer para a obtenção de alguma coisa.” Sendo a este recorrido no intuito 
da satisfação das necessidades humanas. 
Para Santos (2013) recurso pode ser um componente do ambiente 
relacionado com frequência à energia que é utilizado por um organismo (alimento) 
e qualquer coisa obtida do ambiente vivo e não-vivo para preencher as 
necessidades e desejos humanos. 
Confirmando o pensamento de Santos, Assunção (2002, p 55) diz que 
recurso pode ser definido como elementos de que o homem se vale para satisfazer 
suas necessidades e os recursos naturais são aqueles que se originam sem 
qualquer intervenção humana. 
Para Santos (2013, p. 32) complementa que os recursos naturais podem ser 
classificados como renovável e não renovável sendo o primeiro como o próprio 
nome diz são aqueles que se renovam na natureza. Não se esgotam com facilidade, 
pois seu tempo de renovação é de curto prazo. Entretanto sua renovação depende 
da forma como são utilizados pelo homem são determinantes para a sua 
manutenção na natureza. 
https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/clear-cutting-forests-use-abuse-natural-1282205926
https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/clear-cutting-forests-use-abuse-natural-1282205926
Já os recursos naturais não renováveis são aqueles que sua renovação 
demora, ou seja, se dá em longo prazo, em um espaço de tempo que não garante 
o suprimento das necessidades do ser humano, sendo, portanto, uma regeneração 
lenta. 
Outra situação importante a ser ressaltada é que embora ainda bastante 
utilizado no senso comum como referência aos cuidados com o ambiente, o termo 
recursos naturais quase não faz mais parte da “legislação brasileira” recente, que 
adotou preferencialmente o termo “recursos ambientais”. 
Um claro exemplo disso é o inciso VI do artigo 4º da Lei Federal nº 6.938/81 
que diz “a imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou 
indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de 
recursos ambientais com fins econômicos”. (BRASIL, 1981). 
Segundo Godarg (2000, p. 205) os recursos além de serem classificados em 
renováveis e não renováveis são bens da natureza também agrupados de acordo 
com seu tipo. Existem quatro tipos de agrupamento: biológicos, hídricos, 
minerais e energéticos. 
O grupo biológico são os vegetais, que formam a biodiversidade de um 
ecossistema e a conservação deles garante o equilíbrio e a preservação saudável 
dos ecossistemas, como plantas, solo, flores e árvores e animais. São utilizados 
com a finalidade de abastecer a indústria de extração de madeira, agricultura, 
construção, medicamentos e fonte de alimentação e em atividades de agropecuária. 
O consumo de carne e de leite são exemplos do uso de recursos biológicos animais. 
Godarg (2000, p. 206) 
Os recursos hídricos podem ser superficiais (rios, lagos, etc.) e subterrâneos, 
que ficam em camadas mais profundo sendo acesso mais difícil. 
Os recursos minerais são formados por pedras preciosas, rochas e minerais, 
e podemos citar como exemplos: areia, argila, diamante, grafite, ouro, prata, carvão, 
entre outros. São recursos utilizados na engenharia, no mercado de pedras 
preciosas, como fonte de energia, na indústria de produtos de saúde, entre outros. 
Para Godarg (2000) a extração desse tipo de recurso deve ser feita de forma 
responsável e planejada, pois seu uso indiscriminado pode levar à escassez destes 
bens, aumento da poluição de ecossistemas e desequilíbrios ambientais. 
Por fim já os recursos energéticos são todos os bens da natureza que podem 
ser usados como fonte de energia, sendo alguns renováveis e outros não 
renováveis como, por exemplo, o sol, o vento e as águas. 
 
 
1.1 Teoria dos Recursos Naturais Exauríveis e Renováveis 
 
Figura 01: Vista aérea da área desmatada da floresta amazônica causada por atividades 
ilegais de mineração no Brasil. O desmatamento e a mineração ilegal de ouro destroem a 
floresta e contaminam os rios com mercúrio. 
 
Fonte: Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/aerial-view-
deforested-area-amazon-rainforest-1482622208. Acesso: 01 ago. 2020. 
 
Segundo Maugulis (1999) somente a partir anos 1970 que os recursos 
naturais foram reinseridos no escopo principal da teoria econômica. 
Após os intensos debates sobre os limites do crescimento econômico 
promovido pelo famoso “Clube de Roma” e outros fóruns. Essa reinserção 
ocorreu por intermédio do resgate de trabalhos isolados produzidos 
anteriormente, mas que permaneceram esquecidos por longo tempo por 
não representarem o pensamento econômico dominante, como por 
exemplo, os trabalhos de Faustmann, sobre a regra de gestão dos 
recursos florestais, de 1849, e os o estudo de Hotelling, de 1931, sobre as 
regras de uso ótimo dos recursos esgotáveis, entre outros. (MAUGULIS, 
1999, p. 158) 
Nesse sentido, ALIER (2007) relata que os recursos naturais têm um papel 
relevante no mercado mundial. Eles oferecem umvalor tangível de presente e de 
futuro, são parte da “economia real”, em contraposição com outros modelos que 
foram referência até pouco tempo atrás, como as chamadas “economias de bolha”. 
Os recursos naturais são fundamentais para o desenvolvimento econômico, 
visto que muitos apresentam viabilidade econômica. Contudo, nem todos esses 
elementos podem ser utilizados na forma que são retirados da natureza, precisando, 
portanto, passar por um processo de transformação e beneficiamento para que seja 
utilizado. (MAUGULIS, 1990). 
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/aerial-view-deforested-area-amazon-rainforest-1482622208
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/aerial-view-deforested-area-amazon-rainforest-1482622208
Dentro do contexto econômico Alier (2007, p. 220) relata que a importância 
do é entendimento que: 
 
Os recursos não estão distribuídos de forma homogênea no planeta, 
portanto, há lugares com maior ou menor disponibilidade de determinado 
elemento. Assim, determinadas áreas podem apresentar insuficiência de 
recursos naturais para suprir as necessidades da população, gerando 
conflitos entre os indivíduos, como é o caso do petróleo. (ALIER, 2007, p. 
220). 
 
Assim, as teorias dos recursos exauríveis demonstra a relação existente 
entre o tempo que os processos naturais necessitam para a concentração mineral 
em jazidas e a velocidade que estes são extraídos, a classificação exaurível de um 
recurso natural. Um determinado recurso será exaurível quando demandar maior 
tempo em recomposição que sua taxa de consumo (SILVA, 2003). 
A teoria dos recursos exauríveis leva a pensar de maneira diferente quanto 
à extração de recursos naturais. São compreendidos então como finitos todos os 
minerais, mesmo que em pequena parcela presente em qualquer rocha, porém 
inviável pelo custo de exploração que demandaria o processo. 
Schumacher, (1973) relata que em 1930, durante a depressão econômica 
em escala mundial sentiu-se apto a especular as possibilidades econômicas para 
as futuras gerações e concluiu que talvez não estivesse muito longe o dia que, com 
o aumento populacional e enriquecimento das nações, a renovabilidade dos 
recursos naturais estaria comprometido. 
 
 
1.2 Análise de Custo-benefício e Métodos Para Valoração Econômica 
Ambiental 
Figura 02 : Análise de custo-benefício dos usos dos recursos naturais 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/hands-money-plant-symbol-photo-
surch-185118068. Acesso 01 ago. 2020. 
 
 A análise custo-benefício tem sido utilizada e considerada como uma das 
melhores técnicas econômica para mensuração de valor de um bem ambiental. 
Para Motta (2001) Tem como objetivo fazer a comparação entre os custos 
e benefícios ligados a projetos em fase de aprovação. No caso de um projeto 
ambiental, os custos representam o bem-estar que se deixou de ter em função da 
opção de utilizar os recursos em políticas ambientais ao invés de aplicá-lo em outras 
atividades da economia. 
Já os benefícios são os impactos positivos para a sociedade, alegando o 
bem-estar das pessoas, decorrendo de políticas ecológicas que possibilitem a 
manutenção e conservação deste capital natural. 
Através da utilização das técnicas da ACB torna-se possível escolher quais 
estratégias deverão ser adotadas para que possam utilizar a melhor maneira os 
recursos. Agindo com essa racionalidade, os agentes estarão "maximizando os 
recursos disponíveis da sociedade e, consequentemente, otimizando o bem-estar 
(Motta 2001) 
Cavalcanti (1998) destaca que a escolha de projetos através do critério da 
Análise Custo-benefício constitui urna série e operações, trazendo para as 
condições reais o modelo de mercado perfeito, para que possa realizar uma 
avaliação racional. 
O valor de um objeto, produto ou serviço é aquilo que estamos dispostos a 
pagar por ele. Ficando difícil uma análise de preço em alguns produtos. 
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/hands-money-plant-symbol-photo-surch-185118068
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/hands-money-plant-symbol-photo-surch-185118068
 Assim, para análise de custo benefício são criados métodos de valoração 
dos recursos naturais, através de instrumentos econômicos, visando estimar o 
impacto das ações presentes projetadas no tempo futuro pelo custo de utilização. 
Sendo eles: método do valor econômico total (VET); Método de produção 
sacrificada; método da disposição a pagar. 
Boa parte dos recursos naturais são bens públicos, tais como: ar, água, 
capacidade de assimilação de dejetos etc., portanto não têm preços. Para análise 
de custo-benefício e valoração econômica é importante levar em consideração a 
escassez ao se referir a determinado recurso naturais. 
Desta forma, como a grande maioria dos recursos e serviços ambientais não 
são negociados em mercados específicos, a determinação do seu valor não pode 
ser determinada pela simples relação de oferta e procura. Os métodos de 
valorização econômica são apresentados como soluções alternativas à falta de 
mercados específicos em que os bens ambientais possam ser transacionados. 
Bellia (1996) afirma que o valor dos benefícios proporcionados pelo meio 
ambiente pode ser representado economicamente pela expressão: 
Valor Econômico Total = Valor de Uso + Valor de Opção + Valor de Existência 
. 
Conforme Motta (2001) e citado por Willian (2006) o Valor de Uso costuma 
(conforme figura 03) ser desagregado em: Valor de Uso Direto tratando-se de 
quando o indivíduo utiliza um recurso na atualidade, através do consumo direto, 
extração, atividade de produção, etc. e Valor de Uso Indireto está relacionado ao 
fato do benefício atual do recurso derivar de funções ecossistêmicas, como por 
exemplo, a manutenção de níveis adequados do efeito estufa causado pela redução 
das emissões de CO2.
 
Figura 04: Economia dos recursos naturais – Valor Econômico Total 
 
Fonte: WILLIAN, C. N.. A valoração econômica dos recursos ambientais e 0 papel 
desempenhado pelas empresas neste processo. Florianópolis/SC. 2006. 78 p. 
Disponível em: http://tcc.bu.ufsc.br/Economia294108.PDF. Acesso 01 de ago. 2020. 
 
Para Willian (2006, p. 40) o Valor de Opção é aquele: 
 atribuído pelos indivíduos à possibilidade de consumir o recurso ou obter 
seus benefícios em outro momento, abdicando de seu uso imediato. 
Incentivos para essa forma de consumo podem decorrer de diversas 
preocupações, como a vontade de garantir um legado de qualidade e 
diversidade ambiental a nossos filhos ou então o benefício resultante de 
remédios cujos princípios ativos contenham matérias-primas somente 
encontradas em florestas tropicais (WILLIAN, 2006, p. 40). 
 
Complementando, BeIlia (1996) demonstra a composição do Valor de Opção: 
Valor de Uso = Valor de Uso (para os indivíduos) + Valor de Uso para os indivíduos 
no futuro (descendentes e futuras gerações) + Valor de Uso por outros ("valor do 
vigário" para os indivíduos) 
Já o Valor de Existência segundo Willian (2006, p. 40): 
não está associado ao uso - embora represente um consumo ambiental 
derivando de posições morais, éticas, cultural ou filantrópica em relação 
aos direitos de existência de espécies que não sejam humanas ou então 
através da preservação de outras riquezas naturais, mesmo estando essas 
dissociadas de um uso atual ou futuro para a pessoa. Portanto o Valor de 
Existência está relacionado a percepção que as pessoas tem da 
irreversibilidade da degradação ambiental e as incertezas quanto aos 
impactos negativos decorrentes dessa ação. 
 
Desta forma como determinar o preço que os indivíduos estarão dispostos 
a pagar, por determinado bem? 
Segundo Willian (2006, p 42-44) Os métodos mais utilizados para essa 
determinação são: Os valores associados, preço de propriedade, Custo de Viagem e 
Valor da Vida Humana. 
● Valor Associado - Através de pesquisas (enquetes) o método do valor 
associado tenta identificar o valor

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