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APRESENTAÇÃO Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco Lattes: CV: http://lattes.cnpq.br/0836891204233076 Mestre na área de Educação pela Unespar Campus de Paranavaí Graduação em Licenciatura em Matemática na Universidade Filadélfia de Londrina - Unifil; (2015) Graduação em Tecnologia em Gestão Ambiental pela Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná - Fatecie (2009). Graduada em bacharelado Administração pela Faculdade Estadual de Educação Ciências e Letras de Paranavaí (1992); Graduação em Licenciatura em Pedagogia pela Fatecie – Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná – (2020) Pós- graduada em Marketing e Gestão de pessoas pela Faculdade Estadual de Educação Ciências e Letras de Paranavaí; Pós- graduada em Psicopedagogia institucional pela Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná - Fatecie; (2015) Pós- graduada em auditoria e certificação ambiental pela Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná - Fatecie; (2018) Pós- graduada em Saneamento Ambiental pela UENP – Universidade Estadual Norte do Paraná.(2019). Ampla experiência como gestora ambiental da Companhia de Saneamento do Paraná - Sanepar e professora universitária atuando nos seguintes temas: gerenciamento ambiental, recursos hídricos e hidrologia, sustentabilidade ambiental, responsabilidade socioambiental, poluição e resíduos, gestão de águas, saneamento ambiental, agronegócio, gestão ambiental, Educação ambiental, gestão de negócios ambientais, fundamentos de marketing e administração de materiais e patrimônio, Tópicos especiais de Administração; Agroecologia e Gestão Ambiental e metodologia de pesquisa. https://wwws.cnpq.br/cvlattesweb/PKG_MENU.menu?f_cod=371E13576CC0675C409A5DB23CF361CE APRESENTAÇÃO DA APOSTILA Caro aluno (a) seja muito bem-vindo (a) a leitura do livro que utilizaremos na disciplina Gestão Ambiental. Este livro foi carinhosamente planejado para que você possa ter conhecimento geral dos principais assuntos relacionados à gestão ambiental; a pressão da legislação; a norma ISO 14001 que se configura como uma ferramenta importante para implementação e avaliação de um Sistema de Gestão Ambiental; conceito do PDCA e Melhoria Contínua. Este conteúdo servirá de base para compreensão dos temas abordados, com o objetivo de levá-lo a ter consciência dos problemas ambientais e perceber que antes de qualquer ação, é preciso pensar na sustentabilidade para o futuro das gerações atuais e futuras. Para facilitar os estudos dividimos este material em quatro capítulos de acordo com os temas e suas relações entre si. A disciplina “Gestão Ambiental” apresenta assuntos ligados ao meio ambiente, e a necessidade de implantação de ferramentas gerenciais que conduzam a utilização dos recursos de forma sustentável. Desta forma no primeiro capítulo falaremos como ocorrem as inter-relações no ecossistema, a questão ambiental, conceitos fundamentais relativos ao meio ambiente as Influências dos padrões de consumo e de produção sobre o meio; as consequências das agressões ambientais sobre a saúde pública; saneamento e desenvolvimento sustentável. No segundo capítulo, abordaremos a importância dos recursos ambientais e naturais, conceituando-os e classificando-os. Será tratado sobre a teoria dos recursos naturais exauríveis e renováveis. Demonstraremos a importância do levantamento dos aspectos e impactos ambientais, os procedimentos para uma avaliação e aplicação de metodologias de impactos ambientais. Os princípios do poluidor-pagador; a importância da análise de custo-benefício. Citaremos os métodos utilizados para valoração econômica ambiental e como se dá o controle da qualidade ambiental das águas; ar e solo e finalizaremos com os tópicos relacionados à certificados negociáveis de poluição e instrumentos de gestão e educação ambiental. No terceiro capítulo, abordaremos a tão falada sustentabilidade e sua relação com o desenvolvimento. Enfatizaremos a diferença entre desenvolvimento e crescimento, conceituando-os e mostrando o papel da sociedade, do governo e das empresas, na busca por um mundo mais sustentável em todas as suas dimensões: ambiental, social e econômico. Conceituaremos ecoeficiência e mostraremos a importância do estabelecimento de indicadores que sejam capazes de mensurar o grau de sustentabilidade do processo produtivo. E dentro do quesito política ambiental, sua importância e os instrumentos que a compõe. As relações de comércio internacional, responsabilidade social corporativa, determinantes do investimento ambiental. Para encerrar trará a rotulagem ambiental, mostrando seus objetivos e princípios mercados verdes; selo verde e finalizaremos com a legislação ambiental demonstrando os princípios gerais do direito ambiental e a constitucionalidade do direito ambiental. No quarto capítulo será o momento de abordarmos a gestão ambiental, trazendo conceitos e aspectos gerais, bem como as razões que levam as empresas a adotá-la como prática ambiental. Será abordado às normas ambientais NBR ISO 14000. O sistema de gestão ambiental (SGA); a importância de suas práticas em relação à gestão ambiental e os benefícios e as dificuldades ISO 14001. Será explanada a implantação do SGA, e as etapas necessárias para implantá-lo. Conceituaremos licenciamento e os tipos de licenças ambientais e quais os procedimentos para obtenção de licença. Assim a partir dos estudos destas aulas que possamos ter subsídios para ser gestores capazes de cuidar do meio ambiente, utilizando mecanismos que permitam proteção ambiental assegurando a qualidade de vida das pessoas e principalmente a conservação dos recursos hídricos do solo e da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da sociedade, entendendo que é da natureza que retiramos nossos alimentos e garantimos nossa sobrevivência. Mostrando que é possível desenvolver de forma sustentável. Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco Bom estudo e que a partir dessa leitura você possa ser uma agente em defesa do meio ambiente. UNIDADE I TÍTULO DA UNIDADE INTERAÇÃO HOMEM MEIO AMBIENTE E ECOLOGIA Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco Plano de Estudo: ● Os ecossistemas e a questão ambiental; ● Influência do padrão de consumo e de produção sobre o meio; ● Consequências das agressões ambientais sobre a saúde pública; ● Saneamento e desenvolvimento sustentável ● Ecologia humana - Conceitos fundamentais relativos ao meio ambiente ● Ecossistemas de áreas preservadas, rurais, urbanas, costeiras e seus problemas ambientais. Objetivos de Aprendizagem: ● Entender os ecossistemas e a questão ambiental; ● Conhecer as Influências do padrão de consumo e de produção sobre o meio; ● Saber a consequências das agressões ambientais sobre a saúde pública; ● Conhecer sobre saneamento e desenvolvimento sustentável ● Saber sobre ecologia humana - Conceitos fundamentais relativos ao meio ambiente; ● Conhecer os ecossistemas de áreas preservadas, rurais, urbanas, costeiras e seus problemas ambientais. INTRODUÇÃO Esta é a nossa primeira aula e trataremos de temas de grande relevância para a manutenção do equilíbrio ambiental. Assim abordaremos os ecossistemas ou sistemas ecológicos, a importância das relações entre o homem e meio ambiente, que quando em sintonia proporciona saúde a todos os seres vivos. A natureza nos traz sabedoria, e através dos seus exemplos ensina ao homem como deve proceder para estabelecer uma relação harmoniosa e saudável com o meio onde vive. É de entendimento de todos que o homem necessita da natureza, para extrair os recursos naturais para o desenvolvimento das suas atividades, entretanto na maioria das vezes utiliza-se de técnicas de manejo inadequadas, não preservando ou não promovendo meios paraque haja reposição destes recursos de forma que possa suprir à atual e a futura geração. Diante dessa preocupação com o meio ambiente e com os impactos da ação do homem na natureza, os estudos elaborados têm apontado que as consequências das extinções prematuras de espécies, causadas pelo homem, incidem diretamente sobre seus habitats e também sobre a qualidade de vida das populações. Assim o conhecimento das inter-relações entre os organismos existentes é fator primordial para a boa relação homem-natureza. Quando a sociedade analisa os problemas ambientais existentes, e busca conhecer a forma como os organismos se relacionam entre si, dá um grande passo que conduz ao desenvolvimento sustentável, pois os organismos da Terra não vivem isolados, interagem uns com os outros e com o meio ambiente. 1. OS ECOSSISTEMAS E A QUESTÃO AMBIENTAL Figura 01: integração ecossistema aquático e terrestre Fonte: Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/kuang-si-waterfall- beauty-nature-792172873. Acesso 31 jul. 2020 Preservar o meio ambiente é fundamental para manter a saúde do planeta e de todos os seres vivos que moram nele. Os seres humanos só conseguem sobreviver graças à natureza. Afinal, usamos os animais e plantas para nos alimentar, água para beber e tomar banho, e muitos outros recursos que nem sequer percebemos. (BEGON, 2007) O termo ecossistema foi proposto pela primeira vez pelo ecólogo inglês Sir Arthur G. Tansley em 1935 e podemos conceituá-lo como sendo a unidade funcional básica, composta pelos componentes bióticos e abióticos. (ODUM e BARRET, 2007, p. 18). Um ecossistema ou sistema ecológico possui dimensões variadas, sendo classificado em terrestre ou aquático. O primeiro tipo diz respeito a todos os biomas da terra, enquanto o ecossistema aquático é formado pelos oceanos, mares, rios lagos, lagoas, geleiras e recursos hídricos subterrâneos. De modo geral, os ecossistemas aquáticos podem ser divididos entre marinho e de água doce. (BEGON, 2007) Os ecossistemas aquáticos são essenciais para preservação da biodiversidade marinha e para a sobrevivência humana. Isso porque além das milhões de espécies de animais, vegetais e microrganismos que dependem dos ecossistemas marinhos para sobreviver é justamente deste ecossistema que retiramos um recurso indispensável para a vida humana a “água”. (BEGON, 2007) O ecossistema terrestre pode ser constituído por uma floresta inteira, num espaço grande que se chama de “macro-ecossistema”, ou por uma planta a exemplo das https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/kuang-si-waterfall-beauty-nature-792172873 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/kuang-si-waterfall-beauty-nature-792172873 bromélias, ou seja, espaço pequeno chamado “micro-ecossistema”. Isso porque da mesma forma que um grande ecossistema possui todos os fenômenos e fatores que delimitam e definem o ambiente dos seres vivos, no pequeno ecossistema acontece o mesmo. (BEGON, 2007) Portanto, qualquer ambiente onde há a interação entre o meio físico (natureza solar, luminosidade, temperatura, pressão, água, umidade do ar, salinidade) e os seres vivos se constituem num ecossistema, seja ele terrestre ou aquático grande ou pequeno. Já a ecologia é a ciência que estuda as relações entre os seres vivos e os meios onde vivem. A palavra deriva do grego oikos, que significa lugar onde se vive, ou seja, meio ambiente. Desta forma, para melhor compreensão do mundo vivo, são usados os níveis de organização. A ecologia moderna usa como base de estudo os ecossistemas, mas estuda também os organismos. Segundo MAYR (1998) os Níveis de organização da vida em um ecossistema são: A continuidade é a interação de todos os ecossistemas da Terra formando a biosfera, que é na verdade um grande ecossistema; O sistema aberto é aquele que se mantém pelo fluxo contínuo de energia; A homeostase é o estado de equilíbrio dinâmico de todo ecossistema, pela sua autorregularão; Espécie: organismos com características genéticas semelhantes. Com isso, o cruzamento de indivíduos da mesma espécie geram descendentes férteis. Exemplos: caranguejos, ursos, pau-brasil, etc; População: termo que designa o conjunto de organismos da mesma espécie. Inicialmente usado para grupos humanos, depois ampliados para qualquer organismo. Exemplo: grupo de peixes-palhaço; Comunidade: conjunto das populações que vivem numa mesma região. Também chamado de "Comunidade Biológica", "Biocenose" ou "Biótopo". Exemplo: aves, insetos e plantas de uma região; Biocenose: são as diversas espécies que vivem em determinado local e interagem entre si; Biótopo: corresponde a uma parte do habitat. É uma área com condições ambientais específicas que permitem a vida de determinadas espécies. Exemplo: trecho de uma floresta ou de uma lagoa; Ecossistema: conjunto de comunidades que interagem entre si e com o ambiente. Formado pela interação de biocenoses e biótopos. Exemplos: pode ser uma lagoa, uma floresta ou até um aquário; Bioma: reunião de ecossistemas com características próprias de diversidade biológica e condições ambientais. Exemplos: a Mata Atlântica, o Cerrado e a Amazônia são alguns dos biomas brasileiros; Biosfera: conjunto de todos os ecossistemas das diferentes regiões do planeta. É a reunião de toda a biodiversidade existente na Terra. Para Begon, (2007) na sucessão ecológica, há o processo de adaptação das espécies com o meio físico. O processo de sucessão pode levar anos para a comunidade se estabelecer e atingir o grau máximo de desenvolvimento chamado CLÍMAX, ou seja, este é o ponto máximo da sucessão, o estágio final Nesse contexto existem interações entre as comunidades bióticas que compõem um ecossistema são chamadas de “Interações Biológicas” ou “Relações Ecológicas” e determinam relações dos seres vivos entre si e o meio em que habitam para sobreviverem e se reproduzirem. (MAYR, 1998) Esta comunidade, formada por todos os indivíduos que fazem parte de um determinado ecossistema, possui diversas formas de interações entre os seres que a constituem, geralmente relacionadas à obtenção de alimento, abrigo, proteção, reprodução, etc. Para MAYR (1998) as relações ecológicas podem ser classificadas segundo o nível de interdependência: ● Intraespecíficas ou Homotípicas: para seres da mesma espécie. ● Interespecíficas ou Heterotípicas: para seres de espécies diferentes. E segundo os benefícios ou prejuízos que apresentam: ● Relações Harmônicas: quando a resultada da associação entre as espécies é positiva, na qual um ou ambos são beneficiados sem o prejuízo de nenhum deles. ● Relações Desarmônicas: quando o resultado desta relação for negativo, ou seja, se houver prejuízos para uma ou ambas as espécies envolvidas. https://www.todamateria.com.br/ecossistema/ https://www.todamateria.com.br/biosfera/ Ao deixar de observar essas relações podemos extinguir espécies ou deixá-las em vias de extinção, interfere-se na cadeia alimentar, afetando as predadoras daquelas, que passarão a ter dificuldades para arranjar alimentos, bem com as suas presas naturais, que terão desenvolvimento desenfreado. Isso constitui um ciclo vicioso de desequilíbrio ambiental que chegará às espécies da flora, que também sofrerão com o desequilíbrio, tanto de predadores naturais quanto de espécies polinizadoras. (MAYR, 1998) Preservar os animais, portanto, não é só uma questão ecológica e cultural. A interferência da destruição e extinção prematura de espécies da fauna incide diretamente na vegetação e, por consequência, em todo o bioma, afetando também os rios e cursos d’água e a qualidade do ar, além das populações que estão economicamente ligadas à pesca, à caça ou ao extrativismo. Antunes (2002) Conhecer e compreender as inter-relações existentes entre os inúmeros seres vivos existentes na terra é fundamental para asobrevivência e desenvolvimento da espécie humana. As relações ecológicas se particularizam pela forma de interação que os seres vivos mantêm entre si sendo categorizadas de acordo com os benefícios e/ou prejuízos que trazem aos organismos. A espécie humana construiu desde sua origem, uma relação ímpar com a natureza para suprir suas necessidades. Essa convivência necessita ser harmoniosa e organizada. Antunes (2002) diz que a história tem demonstrado que o homem consegue, durante um período, viver isolado, mas não durante toda a sua existência, pois o homem é, por sua natureza, animal social e político, vivendo em multidão, ainda mais que todos os outros animais, o que se evidencia pela natural necessidade. Portanto, é na sociedade que o homem encontra condições favoráveis para o seu desenvolvimento. Os organismos estabelecem relações mútuas entre si e com o ambiente físico, baseado nas interações que ocorrem no mundo natural. O entendimento dos diferentes fenômenos que englobam essas relações e interações entre seres vivos (incluindo o homem) e os componentes abióticos é amplamente discutido à luz de teorias ecológicas. O ambiente é alterado, físico e quimicamente, pela maneira como os indivíduos realizam suas atividades. Também as interações entre organismos, têm influência na vida de outros seres, da mesma espécie e de espécies diferentes. (BEGON, 2007, p. 223). Na natureza os seres vivos mantêm entre si vários tipos de interações ecológicas que podem ser consideradas como sendo harmônicas ou positivas e desarmônicas ou negativas. As interações harmônicas ou positivas são aquelas onde não há prejuízo para as espécies participantes e vantagem para, pelo menos, uma delas. As interações desarmônicas ou negativas são aquelas onde pelo menos uma das espécies participantes é prejudicada, podendo existir benefício para uma delas. Com a exploração de determinado conjunto de recursos, cada espécie define o seu nicho ecológico, também entendido como o papel desempenhado por esta espécie no ecossistema. Se não existissem competidores, predadores e parasitas em seu ambiente, uma espécie seria capaz de viver sob maior amplitude de condições ambientais (seu nicho fundamental) do que faria na presença de outras espécies que a afetam negativamente (seu nicho realizado). Por outro lado, a presença de espécies benéficas pode aumentar a gama de condições em que uma espécie consegue sobreviver. Dentro de cada um dos tipos de interações mencionados acima, ainda podemos classificá-las em interações intraespecíficas e interespecíficas, conforme ocorre entre indivíduos da mesma espécie ou entre espécies diferentes respectivamente, conforme tabela abaixo que mostra os principais tipos de interações ecológicas possíveis de ocorrer entre organismos de duas espécies. Essas relações ecológicas são muito importantes, pois garantem a sobrevivência dos diferentes seres vivos e ajudam no combate da densidade populacional, de modo que favorecem o equilíbrio ecológico. Para Leripio (2001), ecossistema é o conjunto formado pelo meio ambiente, pelos seres que aí vivem e pela dependência recíproca. É a unidade fundamental da ecologia. São exemplos de ecossistemas: uma floresta, uma lagoa, uma campina, um aquário, etc. Quando não se consegue repor os recursos, ou quando sua reposição é menor que o consumo considera-se que este recurso é limitado. A abundância ou escassez influencia a distribuição das espécies e no desenvolvimento de uma sociedade. Por exemplo, uma pequena quantidade de água doce em um determinado ambiente poderá limitar o interesse de investimentos na área. Tabela 01: Resumo - principais tipos de interações ecológicas Relações Interações Harmônicas Interações Desarmônicas Intra Específica Colônia (+) Sociedade (+) Competição. Principais tipos de interações ecológicas entre os seres vivos (-) Inter Específica Mutualismo (+ +) Cooperação (+ +) Comensalismo (+0) Inquilismo (+0) Epifitismo (+ 0) Competição (- -) Parasitismo (+ -) Predatismo (+ -) Amensalismo (+ -) Fonte: principais tipos de interações ecológicas possíveis de ocorrer entre organismos de duas espécies. Disponível em: http://biomania.com.br/artigo/interacoes-ecologicas. Acesso em 31 jul. 2020. Essa relação de escassez e/ou abundância nos leva a refletir sobre como se dá o equilíbrio ecológico que consiste na relação entre os organismos vivos entre si com o ecossistema, assegurando a sobrevivência das espécies, bem como a preservação dos recursos naturais. A sociedade que apresentar um ecossistema perturbado e não buscar um equilíbrio ecológico receberá cedo ou tarde resposta pelos seus atos, pois e importante ressaltar que a espécie humana não é só a que mais contribui para esse desequilíbrio, mas também, é a mais atingida pelas alterações ambientais. Vale lembrar que o ecossistema com sua capacidade de resiliência tende a reverter naturalmente um quadro de desequilíbrio, no entanto, nem sempre isso é possível, ou o tempo necessário para que o equilíbrio ecológico seja estabelecido novamente é muito grande, o que pode causar outras alterações ainda mais graves, pois para se garantir equilíbrio ambiental, basta proteger o ecossistema. Os ecossistemas são sistemas equilibrados e cada espécie viva tem o seu papel no funcionamento do ecossistema que pertence. Para Leripio (2001) a existência da cobertura vegetal e diversidade genética da flora local, depende diretamente da ação de alguns integrantes da Fauna Silvestre, tendo os insetos voadores e pássaros como maiores protagonistas dessas ações, pois com suas estratégias de obtenção de alimento em busca do néctar das flores, procede a polinização, carregando involuntariamente os grãos de pólen em seus corpos e permitindo que esses grãos fecundem flores de outras árvores da mesma espécie em áreas diferentes. O autor citado complemente que as aves e mamíferos frugívoros são considerados os “plantadores da mata”, pois se alimentam dos frutos nativos e procede a dispersão das sementes pelas fezes em todas as áreas de sua existência. O controle populacional é outra importante função dos animais silvestres na natureza, pois eles integram uma cadeia alimentar bem organizada, onde os consumidores primários dependem da flora em equilíbrio para sobreviverem pois são animais herbívoros e servem de alimento para os consumidores secundários (algumas espécies de serpentes, corujas e mamíferos carnívoros de médio porte) que por sua vez são predados pelos consumidores terciários ou os chamados “animais topo de cadeia” representados pelas aves de rapina, répteis e mamíferos carnívoros de grande porte. (LERIPIO, 2001) 1.2 Influências do Padrão de Consumo e de Produção Sobre o Meio Figura 03: Poluição do ar das chaminés da usina. Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/air-pollution-power-plant-chimneys- 659747284. Acesso:31 jul. 2020. A relação entre consumismo e degradação ambiental, embora pareça naturalmente interdependente, carece de identificação e explicitação mais acentuada dos seus elementos de causa e efeito e os padrões de consumo atuais representam um problema por causa de dois traços aparentemente contraditórios – superconsumo (over-consumption) e subconsumo (underconsumption), onde o consumo mundial tem crescido dramaticamente. Em contradição ao mesmo tempo, milhões de pessoas não estão consumindo o suficiente para saciar suas necessidades básicas. As duas tendências geram enorme estresse ao meio ambiente global. (CAMARGO, 1992, p.11) Ainda o autor afirma que “quanto maior o poder aquisitivo da remuneração devida aos agentes econômicos, maior a possibilidade de consumir”. (CAMARGO, 1992, p. 11/12) https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/air-pollution-power-plant-chimneys-659747284 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/air-pollution-power-plant-chimneys-659747284Essa situação nos leva a reflexão sobre qual é o impacto dos padrões atuais de consumo e produção sobre o meio ambiente. A resposta é simples: eles estão esgotando os recursos não-renováveis, gerando poluição e resíduos que excedem a capacidade de suporte do planeta de absorver e convertê-los, e contribuindo para a deterioração de recursos renováveis tais como água, solo e florestas. Energia, água e matérias primas são requeridas para fazer os produtos que os consumidores demandam. Solo e ecossistemas são perturbados para extrair recursos e converter terra para uso produtivo. A produção, uso e eliminação de produtos contribuem com poluição e lixo para o meio ambiente. (CAMARGO, 1992, p.12) Segundo o Ministério do Meio Ambiente, em 1998, no contexto global de consumo e produção sustentável, cita que o WWF desenvolveu um index de “Pressões do Consumo” tentando mensurar o fardo posto nos ecossistemas naturais pela atividade humana. O index listou seis categorias de dados de 152 países para calcular a pressão do consumo por pessoa e por país. O index é uma ferramenta interessante para comparar os efeitos do consumo entre diferentes países. Os efeitos ambientais dos padrões atuais de produção e consumo não são nem localizados nem distribuídos eqüitativamente. Por exemplo, enquanto o desmatamento está concentrado em países em desenvolvimento, muito disso ocorreu para suprir a demanda de países desenvolvidos por madeira e papel. De maneira semelhante, é previsível que a mudança climática, que é em grande parte resultado do uso intensivo de combustível fóssil nas sociedades industriais, irá afetar adversamente países tais como Bangladesh e as nações das ilhas do Pacífico que nunca tiveram participação significante na (ou benefícios da) industrialização. (Ministério Meio Ambiente, 1998, p. 3) Complementando, a Agenda 21 deixou bem claro que mudar os padrões de consumo e produção está no coração do desenvolvimento sustentável. Mudanças fundamentais e dramáticas são necessárias para fazer com que consumo e produção sejam sustentáveis. Será difícil (senão impossível) fazer essas mudanças abordando padrões de consumo e produção separadamente. Sua interconectividade, particularmente quanto a produtos e serviços, exige uma estratégia de sistema. 1.3 As Consequências das Agressões Ambientais Sobre a Saúde Pública Figura 02: Pessoas vestindo máscaras protetoras andando na rua contra tubos de fábrica que emitem fumaça no fundo. Poeira fina, poluição do ar, poluição industrial, emissão de gases poluentes. Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/sad-people-wearing-protective-face- masks-1105743278. Acesso: 31 jul. 2020. As preocupações com os problemas ambientais e sua vinculação com a saúde humana foram ampliadas no Brasil, inclusive, a partir da década de 1970. A Constituição Federal, de 1988, expressa essa preocupação em diversos de seus artigos: Em seu art. 196 define saúde como: direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação; O art. 225 diz: todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo, preservá-lo para as presentes e futuras gerações; E no art. 200, incisos II e VIII, fixam, como atribuição do Sistema Único de Saúde – SUS -, entre outras, a execução de ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador e colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.( BRASIL, 1988. p.118, 120; 131.) Para Lima (2010) saúde ambiental são todos aqueles aspectos da saúde humana, incluindo a qualidade de vida, que estão determinados por fatores físicos, químicos, biológicos, sociais e psicológicos no meio ambiente. Também se refere à teoria e prática de valorar, corrigir, controlar e evitar aqueles fatores do meio ambiente que, potencialmente, possam prejudicar a saúde de gerações atuais e futuras. Saúde pode ser definida como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidades. Sendo assim, não basta apenas estar sem nenhuma doença, é necessário estar bem consigo mesmo e com o corpo, sem sentir dores ou até mesmo tristeza. (Brasil-MS, 1999). Nessa intenção e na busca por melhoria de qualidade de vida, e na intenção de atender suas necessidades o homem sempre estabeleceu uma relação de dominação com a natureza, e com o passar dos tempos, cada geração viveu em realidades sociais e culturais diferentes. No entanto, a descrição dos relatos de um passado distante pode favorecer o enriquecimento dos argumentos nas discussões e reflexões sobre a relação sociedade natureza no tempo e no espaço buscando impedir a devastação de toda forma de vida no planeta. https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/sad-people-wearing-protective-face-masks-1105743278 https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/sad-people-wearing-protective-face-masks-1105743278 Assim ocorreram vários prejuízos ambientais e socioeconômicos muito significativos como: ● Desequilíbrios climáticos com diminuição das chuvas devido à alteração das áreas de mata e do clima, causando grandes períodos de estiagem, e redução da umidade relativa do ar, pois com a remoção das folhagens há uma queda da regulação da temperatura ambiental, deixando-a mais alta e instável; ● Perda de biodiversidade da fauna e flora nativas e com isso, o equilíbrio ecológico pode tornar-se ameaçado; ● Degradação de mananciais ao remover a proteção das nascentes e prejudicar a impermeabilização do solo em torno da água; ● O esgotamento dos solos com a intensificação de processos de erosão e desertificação. ● crescimento das cidades sem planejamento urbano adequado também causa vários impactos ao meio ambiente e consequentemente à saúde das pessoas. Um dos principais é a retirada de áreas verdes para a construção de prédios, residências, fábricas e outros tipos de construção. Desta forma, com pouca área verde, há aumento da poluição atmosférica, deixando vulneráveis populações que residem, trabalham e/ou transitam em regiões metropolitanas, centros industriais, gerando desta forma o agravamento de doenças pré-existentes e/ou o aumento do número de casos de doenças respiratórias, oculares e cardiovasculares. etc. Sem contar as doenças transmissíveis, que estão diretamente relacionados com as condições de higiene e melhoria do ambiente físico (saneamento), a provisão de água e alimentos em boa qualidade e em quantidade, a provisão de cuidados médicos,. Desta forma, relacionado à saúde, é ainda mais complicado estimar o custo dessas mudanças ocorridas no planeta. Complementando, segundo os objetivos do desenvolvimento sustentável – ODS no quesito Saúde e bem estar deve: "Assegurar uma vida saudável e promover o bem- estar para todos, em todas as idades": As metas da Agenda 2030 estão não apenas a redução da mortalidade neonatal, da obesidade e a erradicação de doenças como o HIV, a tuberculose e a malária, mas também a conscientização quanto ao uso de álcool e drogas e o esclarecimento cada vez maior em torno da saúde mental e da importância do bem- estar psicológico e físico (FORNO, 2017). Segundo OMS (2017) no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), os países estão trabalhando para alcançar uma série de metas que podem orientar as intervenções de higiene do ambiente em que vivem as crianças e, consequentemente, acabar com as mortes evitáveis de lactentes e crianças menores de cinco anos até 2030. Além da meta específica da saúde – ‘Garantir um estilo de vida saudável e promover o bem-estar de todos emtodas as idades’ – a realização de outros objetivos – acesso à água potável, ao saneamento e à higiene; transição para o uso de energias não-poluentes, a fim de melhorar a salubridade do ar; e, por fim, reverter a mudança climática global – também trará efeitos positivos sobre a saúde infantil (FORNO, 2017). De acordo com dois novos relatórios da Organização Mundial de Saúde OMS (2012), mais de 25% das mortes de crianças menores de cinco anos são causadas pela poluição ambiental. Todos os anos, as condições ambientais insalubres, tais como a poluição do ar em ambientes fechados e ao ar livre, o fumo passivo, a água contaminada, a falta de saneamento e a higiene inadequada causam a morte a 1,7 milhões de crianças menores de cinco anos (FORNO, 2017). A OMS (2012) propôs algumas medidas para que todas as crianças vivam em entornos saudáveis como: A redução da poluição atmosférica dentro e fora das casas, acesso à água potável, saneamento e desinfecção (especialmente nas maternidades), proteção das mulheres grávidas contra o fumo passivo e medidas de higiene ambiental podem prevenir muitas mortes e doenças infantis. Para que isso ocorra, no entanto, é necessário trabalho conjunto de vários setores do governo, os quais podem trabalhar juntos para implementar as seguintes medidas: ● Ambiente doméstico: uso de combustíveis não poluentes na cozinha e nos sistemas de aquecimento. Eliminação de mofo e pragas, de materiais de construção que contenham contaminantes e tintas contendo chumbo. ● Escolas: garantir saneamento e a higiene, criando ambientes sem ruído excessivo e poluição, além de promover a boa nutrição. ● Centros de saúde: garantir o fornecimento de água potável, saneamento, higiene e alimentação e eletricidade sem cortes. ● Urbanismo: criação de mais áreas verdes e espaços seguros para pedestres e ciclistas. ● Transportes: reduzir as emissões e ampliar o transporte público. ● Agricultura: reduzir o uso de pesticidas perigosos e eliminar o trabalho infantil. ● Indústria: eliminação de resíduos perigosos e cortar o uso de substâncias químicas nocivas. ● Setor da saúde: acompanhar os resultados de saúde e educar as pessoas sobre os efeitos da saúde ambiental e a importância da prevenção 2.4 Saneamento e Desenvolvimento Sustentável Figura 04 : Saneamento – água para todos Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/probolinggo-east-javaindonesia- october-20-2019-1546940432. Acesso: 31 jul. 2020 Na antiguidade, as pessoas, por falta de conhecimento, não consideravam a qualidade da água um fator restritivo, para o desenvolvimento, embora os aspectos estéticos como aparência, sabor e odor, influenciassem na escolha das fontes de água que usariam (CAVINATTO, 1992). De acordo com Cavinatto (1992), no Brasil, a preocupação com saneamento estava amplamente relacionada ao surgimento e ao crescimento de cidades, que na maioria das vezes eram instaladas próximas aos rios, com objetivo de obter água para suas atividades diárias e ter facilidade para descartar seus dejetos, não havendo nenhuma prevenção ou tratamento para evitar a contaminação das águas. O autor supramencionado reforça que ainda na década de 50, no Brasil, os feitos que os lançamentos de dejetos indevidos poderiam causar na qualidade da água eram desprezados, mas com o aumento da população agrupada em assentamentos, os problemas de contaminação das águas superficiais e subterrâneas acentuaram-se devido à grande quantidade de dejetos despejados diariamente nos rios. Segundo dados da OMS (2012), quase 400 mil pessoas no ano de 2011 foram internadas por diarreia no Brasil, e esse número representa uma grande parcela dos gastos em saúde pública no país. Sem contar o grande número de leitos hospitalares que são diariamente ocupados por pessoas com problemas relacionados à falta de saneamento básico, vagas que poderiam estar disponíveis para pessoas com enfermidades mais graves. A falta de sistemas de saneamento básico é sem dúvida, um problema de saúde pública, pois pode provocar doenças que são transmitidas por meio hídrico ou pelo contato direto com esgoto. https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/probolinggo-east-javaindonesia-october-20-2019-1546940432 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/probolinggo-east-javaindonesia-october-20-2019-1546940432 O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, relata que: O acesso à água e ao saneamento reforça algumas velhas lições do desenvolvimento humano. Em média, as taxas de cobertura em ambas as áreas crescem com o rendimento: uma maior riqueza tende a ser acompanhada por um melhor acesso à água e ao saneamento. […] As pessoas necessitam de água potável e de saneamento para manterem a sua Saúde e dignidade. […] O fornecimento de água potável, a eliminação de águas residuais e a oferta de saneamento são três dos alicerces mais básicos do progresso humano. […] Mais ainda do que a água, o saneamento ressente-se de uma combinação de fragmentação institucional, fraco planejamento nacional e baixo estatuto político. (PNUD, 2017, p. 25). A ausência de investimentos no setor, e o descaso do poder público acabam comprometendo todo o ecossistema e, consequentemente, a qualidade de vida da população, devida contato direto com esgotos lançados em locais impróprios. As ações de saneamento reduzem a ocorrência de doenças e evitam danos ao ambiente, especialmente aos solos e corpos hídricos (IBGE, 2011). Diante das condições gerais do saneamento ambiental no Brasil, é interessante destacar a necessidade de buscar a universalização dos serviços de saneamento básico e de melhorar a qualidade dos mesmos, de modo a proporcionar saúde e o bem-estar da população, e tornar o meio ambiente mais saudável. No Brasil, o acesso universal aos serviços de água e esgoto está amparado de forma implícita e explícita em várias legislações, inclusive de áreas afins, como recursos hídricos, ambiente, saúde pública, defesa do consumidor e desenvolvimento urbano. Mostrando que o acesso aos serviços de saneamento básico é condição necessária à dignidade do ser humano e, particularmente à sua sobrevivência. A participação do indivíduo na atividade econômica e social depende de uma vida saudável, para tanto é fundamental o acesso ao saneamento básico, assim como à moradia, à saúde e à educação (PNUD, 2017). É importante ressaltar que, segundo o Atlas do saneamento (IBGE 2011, p. 1, capítulo 3), o saneamento abrange aspectos que vão além do saneamento básico como: Abastecimento de água potável, a coleta, o tratamento e a disposição final dos esgotos e dos resíduos sólidos e gasosos, os demais serviços de limpeza urbana, a drenagem urbana, compreende o controle ambiental de vetores e reservatórios de doenças, a disciplina da ocupação e de uso da terra e obras especializadas para proteção e melhoria das condições de vida. As consequências da contaminação do meio ambiente podem se manifestar pontualmente ou a longo prazo, podendo não somente atingir a população local, tendo em vista que a natureza não estabelece limites políticos, tampouco geográficos. Por isso, as pessoas precisam se conscientizar da problemática do setor de saneamento básico e, principalmente, conhecer os malefícios que sua falta pode ocasionar à saúde. A solução exige investimento maciço de recursos com objetivo de ampliar o acesso universal aos serviços de fornecimento de água e saneamento, além de acordos efetivos entre países para a cooperação no uso da água. Há também a necessidade de mudança nos padrões de produção e consumo, para evitar o desperdício de água nas esferas doméstica, industrial e agropecuária. “O saneamento é uma meta coletiva diante da importância da vida humana e da proteção ambiental, sendo dever do Estado sua promoção, constituindo-se um direito social integrante de políticas públicas e sociais”(BORJA, 2004, p. 83). Mesmo sendo um país privilegiado com a grande quantidade de recursos hídricos, o Brasil apresenta sérios problemas de abastecimento de água, devido ao crescimento acelerado da população e o progresso tecnológico que conduziram à alteração dos hábitos diários, aumentando, assim, o consumo médio diário por habitante, além da carência de saneamento na maioria das cidades brasileiras. Conforme demonstrado na figura 05, a meta estabelecida no Plano Nacional de Saneamento Básico (2013) para o ano de 2033 é atingir um atendimento a 99% da população com água tratada e 93% com coleta e tratamento de esgoto. Segundo dados da ONU (2010) a população mundial cresce aceleradamente, em 1950, éramos 2,5 bilhões de pessoas e, em 2011, sete bilhões e a estimativa é que passaremos de 8,3 bilhões em 2030 a 9,3 bilhões em 2050. A quantidade de água utilizada para satisfazer essa população e o processo de produção não é mais a mesma, infelizmente se perdeu a qualidade da água por uma série de fatores como a falta de saneamento básico e o descaso com a proteção dos mananciais de abastecimento público. Figura 05. Principais metas para saneamento básico no Brasil Fonte: Plano Nacional de Saneamento Básico – Plansab 2013. De acordo com as estimativas de órgãos como o Instituto Trata Brasil 1 , isso demanda um investimento de pelo menos 15 bilhões de reais por ano, enquanto o Estado vem investindo, em média, nove bilhões de reais. O aumento do consumo da água potável e dos recursos naturais cresce de forma mais rápida do que o crescimento populacional, isso nos mostra que se continuarmos agindo dessa forma, não teremos condições de atender às necessidades das futuras gerações, e não chegaremos a atingir a sustentabilidade tão almejada. Partindo dos problemas levantados, uma provável solução para a preservação dessas águas é o investimento em saneamento, principalmente no tratamento do esgoto sanitário. Para tanto, é necessário, além de se ter dispositivos (redes) para coletar os dejetos, dar destinação adequada, direcionando-os para estações de tratamento de esgoto e, posteriormente, devolver o efluente tratado em condições adequadas no rio. Isso somente é possível se houver monitoramento nas Estações de Tratamento de Esgoto. Importante ressaltar que o tratamento dos esgotos reflete diretamente na qualidade da água e a falta do saneamento ambiental reflete em nível de saúde da população, sendo um dos itens que compõem o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH de um país, e é interligada à educação, pois crianças com melhores condições de saúde aprendem melhor. Daí advém, então, a necessidade de almejar soluções 1 Instituto Trata Brasil é uma OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, formado por empresas com interesse nos avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do país. Atua desde 2007 trabalhando para que o cidadão seja informado e reivindique a universalização do serviço mais básico, essencial para qualquer nação: o saneamento básico. Disponível em < http://www.tratabrasil.org.br/quem-somos>. Acesso em 31 de julho de 2020. criativas para desenvolver uma relação harmônica do homem com a natureza, o que implica na melhoria de qualidade de vida para todos. Sabe-se que o esgoto reflete na qualidade da água. Para adequar a água de diferentes mananciais aos padrões de qualidade definidos pelos órgãos de saúde e agências reguladoras, é necessário o emprego de sofisticadas tecnologias, diferentes operações e processos unitários para tratá-la e atender às exigências do Ministério da Saúde, que é o órgão responsável por definir quais as características adequadas para que a água possa ser consumida pelos seres humanos sem causar danos à saúde. O capítulo 18 da “agenda 21” analisa que as atividades econômicas e sociais dependem muito do suprimento e da qualidade da água, sendo importante definir métodos que possibilitem assegurar uma oferta de água na quantidade e qualidade adequada. Devem ser satisfeitas as necessidades hídricas para que o país alcance um desenvolvimento sustentável, e, ao mesmo tempo, devem ser preservadas as funções hidrológicas, biológicas e químicas dos ecossistemas, adaptando as atividades humanas aos limites da capacidade de absorção de seus impactos pela natureza. SAIBA MAIS A garantia do acesso universal e de qualidade ao saneamento básico no Brasil ainda é um grande desafio. Como outros serviços públicos essenciais, os déficits denunciam o atraso do País na garantia de direitos básicos como acesso à água e ao destino seguro dos dejetos e resíduos sólidos. A exclusão e a desigualdade e a baixa qualidade dos serviços é o produto de um modelo de desenvolvimento vinculado ao modo de produção capitalista e, como tal, promotor de contradições, antagonismo e iniquidades. Fonte: Borja, P. C. Política pública de saneamento básico: uma análise da recente experiência brasileira. Revista Saúde e Sociedade . 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-12902014000200007. https://www.scielosp.org/article/sausoc/2014.v23n2/432-447/ Adaptado. Acesso 31 jul.2020. #SAIBA MAIS# REFLITA O jornal "A Folha de S. Paulo" noticiou em outubro de 2004, que as enormes quantidades de substâncias químicas encontradas no ar, na água, nos alimentos e nos produtos utilizados rotineiramente estão diretamente relacionadas com uma maior incidência de câncer, de distúrbios neurocomportamentais, de depressão e de perda de memória. Tal reportagem também divulgou dados do Instituto Nacional do Câncer dos EUA, apontando que dois terços dos casos de câncer daquele país tem causas ambientais. O referido artigo ainda menciona uma pesquisa feita com cinquenta controladores de trânsito da cidade de S. Paulo (conhecidos como "marronzinhos"), não fumantes e sem doenças prévias. A conclusão foi que todos apresentavam elevação da pressão arterial e variação da frequência cardíaca nos dias de maior poluição atmosférica. Além disso, 33% deles possuíam condições típicas de fumantes, como redução da capacidade pulmonar e inflamação frequente dos brônquios. Diante do fato reflita somos o que comemos? O atual modelo de desenvolvimento preza pela saúde e melhoria de qualidade de vida das pessoas? Fonte: CUNHA, Paulo Roberto. A relação entre meio ambiente e saúde e a importância dos princípios da prevenção e da precaução. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, https://www.scielosp.org/article/sausoc/2014.v23n2/432-447/ https://doi.org/10.1590/S0104-12902014000200007 https://www.scielosp.org/article/sausoc/2014.v23n2/432-447/ Teresina, ano 10, n. 633, 2 abr. 2005. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/6484. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/6484/a-relacao-entre-meio-ambiente-e-saude-e- a-importancia-dos-principios-da-prevencao-e-da-precaucao. Acesso em: 31 jul. 2020. #REFLITA# https://jus.com.br/artigos/6484/a-relacao-entre-meio-ambiente-e-saude-e-a-importancia-dos-principios-da-prevencao-e-da-precaucao https://jus.com.br/artigos/6484/a-relacao-entre-meio-ambiente-e-saude-e-a-importancia-dos-principios-da-prevencao-e-da-precaucao CONSIDERAÇÕES FINAIS Os problemas ambientais desencadeiam uma série de questionamentos sobre suas causas e consequências. Essas causas e consequências afetam a relação entre os homens e deles com a natureza. O ser humano deve observar os exemplos da natureza e ter a consciência de que a biosfera tem limites e que estes devem ser respeitados. Sendo necessário repensar práticas, costumes e padrões de consumo e tecnologias empregadas, pois com os paradigmas atuais, não haverá planeta suficiente para manter a sociedade com a inclusão que ainda precisa ser feita. Desta maneira, diante da intensa degradação da natureza, medidas urgentes devem ser tomadas por todos a benefício do homem e do próprio meio ambientea fim de minimizar os impactos negativos que tem levado os recursos naturais e a escassez em nome da melhoria da qualidade de vida. Estamos cada vez mais questionando o atual modelo de desenvolvimento, por isso entendemos a necessidade de termos um olhar para o passado compreender a natureza e aplicar este conhecimento a benefício do homem e da própria natureza. O desenvolvimento sustentável não é um estado permanente de equilíbrio, mas sim de mudanças quanto ao acesso aos recursos e quanto à distribuição de custos e benefícios, controlar e destinar de forma inadequadas os resíduos sólidos podem causar inúmeras consequências negativas a economia ao setor social e ambiental. Efeitos como emissão de gases de efeito estufa, degradação e contaminação do solo, poluição da água, proliferação de vetores de importância sanitária, como é o caso do Aedes aegypti (vetor da dengue), potencialização dos efeitos de enchentes nos centros urbanos, entre outros. E nesse sentido o recurso água será altamente atingido e consequentemente as pessoas e ainda devemos considerar que é responsabilidade de todos buscar um mundo melhor. Segundo Lerípio (2001, p. 2), a relação meio ambiente e desenvolvimento deve deixar de ser conflitante para tornar-se uma relação de parceria. O ponto chave da questão passa a ser a necessidade de uma convivência pacífica entre a boa qualidade do meio ambiente e o desenvolvimento econômico LEITURA COMPLEMENTAR Artigo: Rivlin, L. G.. Olhando o passado e o futuro: revendo pressupostos sobre as inter- relações pessoa-ambiente. Estud. psicol. (Natal). Vol.8 nº2. Natal. 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413- 294X2003000200003&script=sci_arttext. Acesso em: 31 jul. 2020. RESUMO Este artigo examina alguns dos pressupostos que guiaram os primeiros trabalhos em Psicologia Ambiental e os revisa à luz de perspectivas contemporâneas. Muitos desses pressupostos continuam a ter relevância, mas são necessárias algumas modificações e acréscimos para dar conta do desenvolvimento em ideias e pesquisa ao longo dos anos. É preciso: ir além da pesquisa multidisciplinar, engajando-se no pensamento interdisciplinar e pesquisa em colaboração com pessoas de outras disciplinas; ampliar a atenção com as questões éticas; examinar o papel da tecnologia na vida das pessoas; e reconhecer a natureza holística das transações pessoa-ambiente levando em consideração a diversidade criada por idade, gênero, nível de capacidade/incapacidade, cultura e economia. Artigo: Danilo, S. K. , Kawasaki, C., Carvalho, L. M. de. O conceito de "ecossistema" em teses e dissertações em educação ambiental no Brasil: construção de significados e sentidos. VIII EPEA - Encontro Pesquisa em Educação Ambiental. Rio de Janeiro. 2015. RESUMO: O presente trabalho constitui parte de uma tese, concluída em 2014, e que teve como objetivo investigar o conceito de “ecossistema” presente em teses e dissertações do campo da Educação Ambiental (EA), no período de 1980 a 2009 no Brasil. Além da caracterização dos aspectos da pesquisa em EA, analisa os significados e sentidos construídos e associados ao conceito de ecossistema nas referidas pesquisas. Este artigo foca na relação entre os núcleos de significação resultantes desta construção, e suas relações com o ensino de Ecologia e a EA. Os procedimentos metodológicos são descritos e estão fundamentados na perspectiva da análise dialógica do discurso e inseridos no contexto da pesquisa qualitativa em https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-294X2003000200003&script=sci_arttext https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-294X2003000200003&script=sci_arttext educação. A apresentação dos núcleos de significação construídos possibilitou a emergência de sentidos contraditórios e que são compreendidos a partir do conceito de ecossistema, mesmo que estes não sejam enunciados diretamente. Fonte: Disponível em: http://epea.tmp.br/epea2015_anais/pdfs/plenary/29.pdf. Acesso 31 jul. 2020. Artigo: Efeito de vespas não-polinizadoras sobre o mutualismo Ficus – vespas de figos RESUMO: Relações ecológicas interespecíficas, que resultam em benefício para todos os organismos participantes, são conhecidas como mutualismo. No entanto, tal cooperação abre espaço para o surgimento de estratégias oportunistas (ou de trapaça), representadas por indivíduos parasitas do mutualismo, que recebem o benefício de um dos parceiros sem oferecer nada em troca. A interação figueiras – vespas - de - figo é um sistema adequado para o estudo do mutualismo e de estratégias oportunistas (parasitas de mutualismos). Representantes do gênero Ficus (Moraceae) apresentam uma relação mutualística com pequenas vespas polinizadoras (Agaonidae) e são explorados por outras espécies de vespas não-polinizadoras. Esse trabalho teve como objetivo avaliar o impacto das vespas não-polinizadoras sobre o mutualismo Ficus citrifolia e suas vespas polinizadoras, Pegoscapus tonduzi Grandi, 1919. Para tal, foi comparada a produção de aquênios (função feminina) e de fêmeas da espécie polinizadora (função masculina) entre amostras de sicônios altamente infestados e pouco infestados por vespas não-polinizadoras, coletadas nos municípios de Londrina (Paraná), Campinas e Ribeirão Preto (São Paulo), Brasil. Nossos resultados apontaram que as vespas não-polinizadoras exercem impacto negativo nos componentes feminino e masculino da planta, sendo maior no masculino. A produção de vespas polinizadoras foi cerca de sete vezes menor nos figos infestados, ao passo que a produção de aquênios foi 1,5 vez menor nesses mesmos figos. Hipóteses sobre a estabilidade do mutualismo na presença das espécies oportunistas são discutidas. http://epea.tmp.br/epea2015_anais/pdfs/plenary/29.pdf Fonte: Elias. L, G.; Fernado, H. A.; Pereira, R. A. S. Efeito de vespas não polinizadoras sobre o mutualismo Ficus – vespas de figos Iheringia, Sér. Zool. vol.97 no.3 Porto Alegre Sept. 2007 Disponivel em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0073- 47212007000300006&lang=pt. Acesso:08 ago.2020. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0073-47212007000300006&lang=pt https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0073-47212007000300006&lang=pt LIVRO • Título. Ecologia: De Indivíduos a Ecossistemas • Autor: Michael Begon, Colin R. Townsend, John L. Harper • Editora: Blackwell Publishing Ltd, Oxford. • Sinopse:Considerado o livro-texto definitivo sobre todos os aspectos da ecologia. Esta nova edição continua a fornecer um tratamento completo do tema, desde os princípios ecológicos fundamentais até uma reflexão vívida sobre nossa compreensão da ecologia no século XXI. Aborda a teoria de nichos, a teoria da história de vida, os padrões de migração e a dinâmica de populações pequenas, dedicando atenção especial a restauração após dano ambiental, biossegurança (resistência à invasão de espécies alóctones) e conservação de espécies. FILME/VÍDEO • Título. Relações ecológicas • Ano.2016 • Sinopse. A vida na terra, seja ao nível de uma pequena poça ou ao nível de um ecossistema que abrange um continente, se resume em interações. Além de interagirem com o meio físico, os organismos interagem com indivíduos da sua espécie e com outras espécies, estabelecendo o que chamamos de Relações Ecológicas. • Link do vídeo https://www.youtube.com/watch?v=SZbMnJ99q3U https://www.youtube.com/watch?v=SZbMnJ99q3U REFERÊNCIAS ANTUNES, Ricardo L. C. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 6. ed. São Paulo: Boitempo, 2002. BAKER, M. N.; TARAS, M. J. 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Sônia Maria Crivelli Mataruco Plano de Estudo: ● Conceito e importância da política ambiental; ● Instrumentos da política ambiental; ● Política ambiental e o comércio internacional ● O que é desenvolvimentosustentável; ● O conceito de eco-eficiência; ● Responsabilidade social corporativa; ● Determinantes do investimento ambiental; ● Mercados verdes; ● O “selo verde”. ● Legislação ambiental - Princípios gerais do direito ambiental; ● Declaração de Estocolmo e a Declaração do Rio de Janeiro; ● Constitucionalidade do direito ambiental; ● Responsabilidade ambiental; ● Política Nacional do Meio Ambiente; ● Infrações e sanções administrativas. Objetivos de Aprendizagem: ● Conhecer os conceito e importância da política ambiental; ● Saber os instrumentos da política ambiental; ● Entender a política ambiental e o comércio internacional ● Saber o que é desenvolvimento sustentável; ● Saber o conceito de eco-eficiência; ● Entender sobre responsabilidade social corporativa; ● Saber os determinantes do investimento ambiental; ● Conhecer mercados verdes; ● Conhecer o “selo verde”. ● Saber sobre legislação ambiental - Princípios gerais do direito ambiental; ● Conhecer a declaração de Estocolmo e a Declaração do Rio de Janeiro; ● Saber sobre a constitucionalidade do direito ambiental; ● Entender sobre responsabilidade ambiental; ● Saber a política Nacional do Meio Ambiente; ● Saber sobre as infrações e sanções administrativas. INTRODUÇÃO O estudo da economia dos recursos naturais é de extrema importância independente da corrente de pensamento econômico que se adote. O aumento da competitividade mercadológica demanda cada vez mais recursos naturais de todos os tipos e isso acaba gerando crescimento dos conflitos ou disputas que no fundo ocasionam sua escassez. (PHILIPI, 2017). Desta forma inicialmente, neste capítulo abordou-se os principais conceitos e classificações dos recursos naturais mostrando que são elementos essenciais à existência do ser humano e à manutenção da vida. Nós, diariamente, buscamos satisfazer nossas necessidades e para isso recorremos ao meio ambiente e ao que ele nos fornece. Contudo, ao longo dos anos, os recursos naturais foram explorados e utilizados de maneira irracional e sem o cuidado necessário para sua manutenção. Assim, atualmente, há uma grande preocupação por parte da sociedade, governantes e da comunidade científica a respeito da preservação dos recursos naturais, sendo necessário buscar uma forma de suprir as necessidades e promover o desenvolvimento das sociedades de forma sustentável. 1. RECURSOS AMBIENTAIS E NATURAIS. CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO E TIPOS Figura 01 : uso ou abuso de recursos naturais. Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/clear-cutting-forests-use- abuse-natural-1282205926. Acesso 01 ago.2020. Os Recursos Naturais são os elementos que a natureza oferece, que por sua vez, são utilizados pelo homem na construção e desenvolvimento das sociedades e, portanto, para sua sobrevivência. Segundo Assunção (2002, p. 52) “...a palavra recurso significa algo a que se possa recorrer para a obtenção de alguma coisa.” Sendo a este recorrido no intuito da satisfação das necessidades humanas. Para Santos (2013) recurso pode ser um componente do ambiente relacionado com frequência à energia que é utilizado por um organismo (alimento) e qualquer coisa obtida do ambiente vivo e não-vivo para preencher as necessidades e desejos humanos. Confirmando o pensamento de Santos, Assunção (2002, p 55) diz que recurso pode ser definido como elementos de que o homem se vale para satisfazer suas necessidades e os recursos naturais são aqueles que se originam sem qualquer intervenção humana. Para Santos (2013, p. 32) complementa que os recursos naturais podem ser classificados como renovável e não renovável sendo o primeiro como o próprio nome diz são aqueles que se renovam na natureza. Não se esgotam com facilidade, pois seu tempo de renovação é de curto prazo. Entretanto sua renovação depende da forma como são utilizados pelo homem são determinantes para a sua manutenção na natureza. https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/clear-cutting-forests-use-abuse-natural-1282205926 https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/clear-cutting-forests-use-abuse-natural-1282205926 Já os recursos naturais não renováveis são aqueles que sua renovação demora, ou seja, se dá em longo prazo, em um espaço de tempo que não garante o suprimento das necessidades do ser humano, sendo, portanto, uma regeneração lenta. Outra situação importante a ser ressaltada é que embora ainda bastante utilizado no senso comum como referência aos cuidados com o ambiente, o termo recursos naturais quase não faz mais parte da “legislação brasileira” recente, que adotou preferencialmente o termo “recursos ambientais”. Um claro exemplo disso é o inciso VI do artigo 4º da Lei Federal nº 6.938/81 que diz “a imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos”. (BRASIL, 1981). Segundo Godarg (2000, p. 205) os recursos além de serem classificados em renováveis e não renováveis são bens da natureza também agrupados de acordo com seu tipo. Existem quatro tipos de agrupamento: biológicos, hídricos, minerais e energéticos. O grupo biológico são os vegetais, que formam a biodiversidade de um ecossistema e a conservação deles garante o equilíbrio e a preservação saudável dos ecossistemas, como plantas, solo, flores e árvores e animais. São utilizados com a finalidade de abastecer a indústria de extração de madeira, agricultura, construção, medicamentos e fonte de alimentação e em atividades de agropecuária. O consumo de carne e de leite são exemplos do uso de recursos biológicos animais. Godarg (2000, p. 206) Os recursos hídricos podem ser superficiais (rios, lagos, etc.) e subterrâneos, que ficam em camadas mais profundo sendo acesso mais difícil. Os recursos minerais são formados por pedras preciosas, rochas e minerais, e podemos citar como exemplos: areia, argila, diamante, grafite, ouro, prata, carvão, entre outros. São recursos utilizados na engenharia, no mercado de pedras preciosas, como fonte de energia, na indústria de produtos de saúde, entre outros. Para Godarg (2000) a extração desse tipo de recurso deve ser feita de forma responsável e planejada, pois seu uso indiscriminado pode levar à escassez destes bens, aumento da poluição de ecossistemas e desequilíbrios ambientais. Por fim já os recursos energéticos são todos os bens da natureza que podem ser usados como fonte de energia, sendo alguns renováveis e outros não renováveis como, por exemplo, o sol, o vento e as águas. 1.1 Teoria dos Recursos Naturais Exauríveis e Renováveis Figura 01: Vista aérea da área desmatada da floresta amazônica causada por atividades ilegais de mineração no Brasil. O desmatamento e a mineração ilegal de ouro destroem a floresta e contaminam os rios com mercúrio. Fonte: Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/aerial-view- deforested-area-amazon-rainforest-1482622208. Acesso: 01 ago. 2020. Segundo Maugulis (1999) somente a partir anos 1970 que os recursos naturais foram reinseridos no escopo principal da teoria econômica. Após os intensos debates sobre os limites do crescimento econômico promovido pelo famoso “Clube de Roma” e outros fóruns. Essa reinserção ocorreu por intermédio do resgate de trabalhos isolados produzidos anteriormente, mas que permaneceram esquecidos por longo tempo por não representarem o pensamento econômico dominante, como por exemplo, os trabalhos de Faustmann, sobre a regra de gestão dos recursos florestais, de 1849, e os o estudo de Hotelling, de 1931, sobre as regras de uso ótimo dos recursos esgotáveis, entre outros. (MAUGULIS, 1999, p. 158) Nesse sentido, ALIER (2007) relata que os recursos naturais têm um papel relevante no mercado mundial. Eles oferecem umvalor tangível de presente e de futuro, são parte da “economia real”, em contraposição com outros modelos que foram referência até pouco tempo atrás, como as chamadas “economias de bolha”. Os recursos naturais são fundamentais para o desenvolvimento econômico, visto que muitos apresentam viabilidade econômica. Contudo, nem todos esses elementos podem ser utilizados na forma que são retirados da natureza, precisando, portanto, passar por um processo de transformação e beneficiamento para que seja utilizado. (MAUGULIS, 1990). https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/aerial-view-deforested-area-amazon-rainforest-1482622208 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/aerial-view-deforested-area-amazon-rainforest-1482622208 Dentro do contexto econômico Alier (2007, p. 220) relata que a importância do é entendimento que: Os recursos não estão distribuídos de forma homogênea no planeta, portanto, há lugares com maior ou menor disponibilidade de determinado elemento. Assim, determinadas áreas podem apresentar insuficiência de recursos naturais para suprir as necessidades da população, gerando conflitos entre os indivíduos, como é o caso do petróleo. (ALIER, 2007, p. 220). Assim, as teorias dos recursos exauríveis demonstra a relação existente entre o tempo que os processos naturais necessitam para a concentração mineral em jazidas e a velocidade que estes são extraídos, a classificação exaurível de um recurso natural. Um determinado recurso será exaurível quando demandar maior tempo em recomposição que sua taxa de consumo (SILVA, 2003). A teoria dos recursos exauríveis leva a pensar de maneira diferente quanto à extração de recursos naturais. São compreendidos então como finitos todos os minerais, mesmo que em pequena parcela presente em qualquer rocha, porém inviável pelo custo de exploração que demandaria o processo. Schumacher, (1973) relata que em 1930, durante a depressão econômica em escala mundial sentiu-se apto a especular as possibilidades econômicas para as futuras gerações e concluiu que talvez não estivesse muito longe o dia que, com o aumento populacional e enriquecimento das nações, a renovabilidade dos recursos naturais estaria comprometido. 1.2 Análise de Custo-benefício e Métodos Para Valoração Econômica Ambiental Figura 02 : Análise de custo-benefício dos usos dos recursos naturais Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/hands-money-plant-symbol-photo- surch-185118068. Acesso 01 ago. 2020. A análise custo-benefício tem sido utilizada e considerada como uma das melhores técnicas econômica para mensuração de valor de um bem ambiental. Para Motta (2001) Tem como objetivo fazer a comparação entre os custos e benefícios ligados a projetos em fase de aprovação. No caso de um projeto ambiental, os custos representam o bem-estar que se deixou de ter em função da opção de utilizar os recursos em políticas ambientais ao invés de aplicá-lo em outras atividades da economia. Já os benefícios são os impactos positivos para a sociedade, alegando o bem-estar das pessoas, decorrendo de políticas ecológicas que possibilitem a manutenção e conservação deste capital natural. Através da utilização das técnicas da ACB torna-se possível escolher quais estratégias deverão ser adotadas para que possam utilizar a melhor maneira os recursos. Agindo com essa racionalidade, os agentes estarão "maximizando os recursos disponíveis da sociedade e, consequentemente, otimizando o bem-estar (Motta 2001) Cavalcanti (1998) destaca que a escolha de projetos através do critério da Análise Custo-benefício constitui urna série e operações, trazendo para as condições reais o modelo de mercado perfeito, para que possa realizar uma avaliação racional. O valor de um objeto, produto ou serviço é aquilo que estamos dispostos a pagar por ele. Ficando difícil uma análise de preço em alguns produtos. https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/hands-money-plant-symbol-photo-surch-185118068 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/hands-money-plant-symbol-photo-surch-185118068 Assim, para análise de custo benefício são criados métodos de valoração dos recursos naturais, através de instrumentos econômicos, visando estimar o impacto das ações presentes projetadas no tempo futuro pelo custo de utilização. Sendo eles: método do valor econômico total (VET); Método de produção sacrificada; método da disposição a pagar. Boa parte dos recursos naturais são bens públicos, tais como: ar, água, capacidade de assimilação de dejetos etc., portanto não têm preços. Para análise de custo-benefício e valoração econômica é importante levar em consideração a escassez ao se referir a determinado recurso naturais. Desta forma, como a grande maioria dos recursos e serviços ambientais não são negociados em mercados específicos, a determinação do seu valor não pode ser determinada pela simples relação de oferta e procura. Os métodos de valorização econômica são apresentados como soluções alternativas à falta de mercados específicos em que os bens ambientais possam ser transacionados. Bellia (1996) afirma que o valor dos benefícios proporcionados pelo meio ambiente pode ser representado economicamente pela expressão: Valor Econômico Total = Valor de Uso + Valor de Opção + Valor de Existência . Conforme Motta (2001) e citado por Willian (2006) o Valor de Uso costuma (conforme figura 03) ser desagregado em: Valor de Uso Direto tratando-se de quando o indivíduo utiliza um recurso na atualidade, através do consumo direto, extração, atividade de produção, etc. e Valor de Uso Indireto está relacionado ao fato do benefício atual do recurso derivar de funções ecossistêmicas, como por exemplo, a manutenção de níveis adequados do efeito estufa causado pela redução das emissões de CO2. Figura 04: Economia dos recursos naturais – Valor Econômico Total Fonte: WILLIAN, C. N.. A valoração econômica dos recursos ambientais e 0 papel desempenhado pelas empresas neste processo. Florianópolis/SC. 2006. 78 p. Disponível em: http://tcc.bu.ufsc.br/Economia294108.PDF. Acesso 01 de ago. 2020. Para Willian (2006, p. 40) o Valor de Opção é aquele: atribuído pelos indivíduos à possibilidade de consumir o recurso ou obter seus benefícios em outro momento, abdicando de seu uso imediato. Incentivos para essa forma de consumo podem decorrer de diversas preocupações, como a vontade de garantir um legado de qualidade e diversidade ambiental a nossos filhos ou então o benefício resultante de remédios cujos princípios ativos contenham matérias-primas somente encontradas em florestas tropicais (WILLIAN, 2006, p. 40). Complementando, BeIlia (1996) demonstra a composição do Valor de Opção: Valor de Uso = Valor de Uso (para os indivíduos) + Valor de Uso para os indivíduos no futuro (descendentes e futuras gerações) + Valor de Uso por outros ("valor do vigário" para os indivíduos) Já o Valor de Existência segundo Willian (2006, p. 40): não está associado ao uso - embora represente um consumo ambiental derivando de posições morais, éticas, cultural ou filantrópica em relação aos direitos de existência de espécies que não sejam humanas ou então através da preservação de outras riquezas naturais, mesmo estando essas dissociadas de um uso atual ou futuro para a pessoa. Portanto o Valor de Existência está relacionado a percepção que as pessoas tem da irreversibilidade da degradação ambiental e as incertezas quanto aos impactos negativos decorrentes dessa ação. Desta forma como determinar o preço que os indivíduos estarão dispostos a pagar, por determinado bem? Segundo Willian (2006, p 42-44) Os métodos mais utilizados para essa determinação são: Os valores associados, preço de propriedade, Custo de Viagem e Valor da Vida Humana. ● Valor Associado - Através de pesquisas (enquetes) o método do valor associado tenta identificar o valor
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