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0Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 52872 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.5, p. 52872-52884 may 2021 43 may. 2021 Demonstração experimental das condições de equilíbrio estático de corpos rígidos: Uma abordagem qualitativa utilizando materiais do cotidiano Experimental demonstration of static equilibrium conditions of rigid bodies: A qualitative approach using daily materials DOI:10.34117/bjdv7n5-611 Recebimento dos originais: 07/04/2021 Aceitação para publicação: 03/05/2021 Vanessa Neris Velasque Acadêmico de Licenciatura em Física IFRO-Campus Porto Velho Calama Instituição: Instituto Federal de Rondônia, Campus Porto Velho Calama Endereço: Av. Calama, 4985 - Flodoaldo Pontes Pinto, Porto Velho - RO, Brasil E-mail: vanessaneris33@gmail.com Liza Bruna Reis Monteiro Acadêmico de Engenharia Civil IFRO-Campus Porto Velho Calama Instituição: Instituto Federal de Rondônia, Campus Porto Velho Calama Endereço: Av. Calama, 4985 - Flodoaldo Pontes Pinto, Porto Velho - RO, Brasil E-mail: lizabrunajb@hotmail.com Renielle Cristinne Moura Barbosa Acadêmico do curso Técnico em Química IFRO-Campus Porto Velho Calama Instituição: Instituto Federal de Rondônia, Campus Porto Velho Calama Endereço: Av. Calama, 4985 - Flodoaldo Pontes Pinto, Porto Velho - RO, Brasil E-mail: cristinne2602@gmail.com Maicon Maciel Ferreira de Araújo Mestre em Ensino de Física pela Universidade Federal de Rondônia - UNIR Instituição: Instituto Federal de Rondônia, Campus Porto Velho Calama Endereço: Av. Calama, 4985 - Flodoaldo Pontes Pinto, Porto Velho - RO, Brasil E-mail: maiconmaciel14071991@gmail.com Moacy José Stoffes Junior Mestre em Ensino de Física pela Universidade Federal de Rondônia. Instituição: Instituto Federal do Paraná, Campus Telêmaco Borba. Endereço: Rodovia PR 160, km 19,5 – Jardim Bandeirantes, Telêmaco Borba – PR, Brasil E-mail: moacy.stoffes@ifpr.edu.br Cléver Reis Stein Doutor em Física Pela Universidade de Brasília – UnB Instituição: Instituto Federal de Rondônia, Campus Porto Velho Calama Endereço: Av. Calama, 4985 - Flodoaldo Pontes Pinto, Porto Velho - RO, Brasil E-mail: clever.stein@ifro.edu.br 0Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 52873 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.5, p. 52872-52884 may 2021 43 may. 2021 RESUMO Este trabalho teve como escopo demonstrar a importância do desenvolvimento de experimento no ensino de ciências, em especial na disciplina de física. Elucidando o papel do experimento no processo de ensino e aprendizado, sendo esse uma ferramenta categórica que o professor que trabalha no ensino de ciência precisa ter acesso e aplicar em sala de aula para que a construção e fixação do conhecimento seja alcançado. Tal prática deve ser desenvolvida em correlação com os conhecimentos empíricos e experiências do cotidiano que os alunos já possuem e a partir desse ponto, ser construído o conhecimento científico apresentado nos livros didáticos. Esse processo foi elucidado de forma satisfatória nessa pesquisa, tendo em vista, que os alunos que assistiram à exposição experimental em sala de aula obteve um percentual de 82,4% de acerto nas questões qualitativas propostas, já os que não assistiram, alcançou um percentual de 5% de respostas corretas. Esses números exemplificam de modo quantitativo a importância do aporte experimental para o desenvolvimento da disciplina de Física. Palavras Chaves: Ciências, Física, Experimento, Ensino. ABSTRACT This work has the objective to demonstrate the importance of developing the experimental part in science education, especially in physicas discipline. Elucidating the experimental role in teaching learning process, making a crucial tool that teachers working in teaching science needs access and apply in the classroom for the construction and establishment of knowledge is achieved. This practice should be developed in correlation with the empirical knowledge and everyday experiences that students already have and from that point on be built scientific knowledge presented in textbooks. This process was elucidated in a satisfactory manner in this research, students who attended the experimental classroom exposure earned a percentage of 82.4% qualitative proposals issues hit, those who don't already attended, achieved a 5% percentage of correct answers. These numbers illustrate the importance of quantitative mode experimental contribution to the development of the discipline of Physics. Keywords: Science, Physics, Experiment, Education. 1 INTRODUÇÃO A disciplina de física ao longo dos anos vem sendo ministrada, em geral, de forma descontextualizada e desarticulada dando ênfase apenas as leis e fórmulas isso faz com que haja um distanciamento do real significado do estudo dos fenômenos naturais por meio de observações experimentais de tais eventos. Este método tradicional de ensino prioriza a teoria e a abstração e persiste na resolução de exercícios repetitivos, almejando que o aprendizado advenha pela automatização ou memorização, enquanto o correto seria estimular o aluno a buscar a construção do conhecimento (BORGES, 2006). Uma abordagem adequada para cognição de conhecimentos físicos deve, essencialmente, começar pela pergunta, pela inquietação, pela existência de problemas 0Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 52874 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.5, p. 52872-52884 may 2021 43 may. 2021 e pela curiosidade. Cabe ao professor, antes de tudo, ensinar a perguntar e buscar observar na prática do cotidiano as aplicações dos temas explanados. Essa é uma questão fundamental no processo de ensino-aprendizagem. Para que o aluno possa fazer perguntas, torna-se necessário que o ponto de partida seja situações concretas da vida e do dia-a-dia. Ou seja, os conhecimentos de física não pode ser apresentados aos alunos como um produto pronto e acabado, fruto da genialidade dos grandes cientistas, mas sim, uma oportunidade de explorar o conteúdo em campo, por meio de experiências e observações de acontecimentos reais. Na maioria das vezes os conceitos abordado no ensino da disciplina de física, tais como, velocidade, aceleração, temperatura etc., já é de conhecimento do aluno, pois faz parte de suas experiências vividas na sociedade (LUCHESE, 2020). A literatura apresenta um estudo sistemático sobre os conhecimentos prévios, também denominados de concepções alternativas, conceitos espontâneos, essas pesquisas mostram que os indivíduos ao chegar à sala de aula já são detentores de um acervo de conhecimento e conceitos adquiridos no cotidiano e alguma dessas concepções não estão alinhadas com as definições científicas. Frequentemente, o entendimento dos fenômenos naturais a partir da teoria científica implica, para o aluno, uma modificação na forma de interpretar certos fatos. Deste modo, as condições de aprendizagem devem proporcionar, em primeiro lugar, que o aluno mencione seus conceitos a respeito dos assuntos em estudo e, posteriormente, é que devem ser apresentados problemas que venham a provocar conflito cognitivo. Ou seja, utilizar uma metodologia que envolva esses pré-conceitos e ao mesmo tempo facilite a transposição do conhecimento empírico ao cientifico é sem dúvidas, por meio de experimentos práticos que demonstrem de forma clara e concisa o fenômeno natural investigado naquela ação. A importância de realizar atividades experimentais no ensino de Ciências, em particular de Física é fundamental para a aprendizagem de conceitos científicos, este preceito é consenso entre professores, educadores ou pesquisadores da área. Entretanto, observa-se que a adoção dessa prática é muito rara por parte da maioria dos docentes, tanto em sala de aula quanto em laboratório;na maioria das escolas públicas, é uma prática esporádica, assistemática e sem metodologia definida (GASPAR, 2014). Inicialmente apresentaremos o contexto histórico do ensino experimental da Física. As primeiras tentativas de utilização de práticas experimentais no ensino de Física datam-se dos meados do século XIX, propostas inicialmente na França. Inicialmente a metodologia empregada pelos professores era somente expositiva, os 0Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 52875 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.5, p. 52872-52884 may 2021 43 may. 2021 laboratórios didáticos inexistiam (BENFÍCA, 2020). Os equipamentos construídos artesanalmente eram levados para a sala de aula: O uso de equipamentos de demonstração, apresentação e operados pelo professor, era a prática didática praticamente exclusiva na maioria das escolas naquela época e parte integrante de uma modelo de ensino que, em pedagogia, se costuma chamar de ensino tradicional. Ele apresenta três características básicas: o professor detinha a autoridade do saber; o aluno mantinha-se em atitude passiva e privilegiava-se o cumprimento do currículo (GASPAR, 2014). Com o advento da corrente pedagógica Escola Nova no início do século XX, fortes críticas forem feitas a esse modelo. Segundo a Escola Nova o aluno deve ser um ser ativo na construção do conhecimento. Não obstante, esse movimento perdeu força diante do fracasso das iniciativas provenientes desta corrente (GASPAR, 2014). No entanto, foi Physical Science Study Committe (PSSC), comissão formada em 1956 por renomados físicos norte-americanos visando à reformulação do ensino da Física nos Estados Unidos, que trouxe mudanças que tiveram impacto de como se ensinava Física, em especial em relação à experimentação. O material do PSSC incentivava a participação ativa do estudante através de uma ação pedagógica que deveria promover discussões, estimuladas pelo contato com questões abertas e com a manipulação experimental. Essa manipulação experimental era realizada exigindo que todos os estudantes realizassem o experimento ao mesmo tempo. Os kits de experiência eram acompanhados por guias que explicavam o funcionamento do equipamento e que forneciam informações básicas sobre a atividade, sem, contudo, detalhá- las. Os “guias de laboratório” que acompanhavam os experimentos afastavam-se das conhecidas fórmulas “cook- book” (roteiros prontos para a realização dos experimentos, em que o estudante deve seguir instruções detalhadas e sequênciais) (grifo nosso), (PENTEADO, 2002). Apesar de todo o esforço de implantação, os resultados em relação ao PSSC se mostraram pouco animadores, tanto nos Estados Unidos quanto nos demais países onde foi implantado. Mesmo não apresentado resultados convincentes, o PSSC foi um marco para o ensino da Física, uma vez que, pela primeira vez uma forma exequível de ensinar Física diferente do “ensino tradicional” foi implementado (ARAGÃO, 2006). Outros projetos semelhantes ao PSSC, como Projeto Harvard e Nuffield, também não obtiveram sucesso (GASPAR, 2014). No Brasil, o Projeto de Ensino de Física (PEF), iniciativa do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) em convênio com o Ministério da Educação e Cultura (MEC) e outras instituições, propôs um texto apresentado em quatro fascículos. No campo da experimentação, o PEF trouxe algumas inovações: 0Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 52876 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.5, p. 52872-52884 may 2021 43 may. 2021 [...] a parte experimental do PEF é integrada no curso, sendo praticamente impossível seguir o texto sem realizar as experiências lá especificadas. Assim, o equipamento experimental não deve ser encarado como um apêndice acessório ao texto, mas com parte integrante do curso, sem o qual ele fica mutilado (HAMBURGER e MOSCATI, 1974 apud GASPAR, 2011). Todas as tentativas acima apresentadas fracassaram ou os resultados se mostraram tímidos diante da realidade das salas de aula. Destarte, mesmo após mais de um século, a utilização da experimentação continua sendo um grande desafio. No Brasil, a ausência de laboratórios, a má qualidade dos kits experimentais, falta de professores qualificados e com carga horária excessiva, exames que contemplam principalmente a memorização, entre outros motivos, justificam em parte o insucesso (GASPAR, 2014). O desinteresse dos alunos nas aulas de Física, em geral, está relacionado às aulas expositivas teóricas, onde os estudantes são passivos na construção do conhecimento. Nesse sentido, a importância das atividades experimentais para o ensino de Física foi também valorizado por Borges (2011): Por considerar que se trata de um método de aprendizagem que permita a mobilização do aprendiz, no lugar da passividade. Acredita que a riqueza das atividades experimentais consiste em proporcionar aos estudantes o manuseio de coisas e objetos num exercício de simbolização ou representação, para se atingir a conexão dos símbolos. Partindo do princípio que a aprendizagem se constrói a partir da participação ativa na construção do conhecimento, as experiências de baixo custo vêm para auxiliar e propiciar aos professores a chance de verem seus alunos engajados com a disciplina. Villatore (2008) defende essa ideia “o experimento constitui um estimulo à argumentação dos alunos, que se dá quando eles discordam, apoiam e compartilham opiniões, informações e verificações”. Em decorrência da importância da abordagem experimental no ensino da disciplina de física em todos os níveis de conhecimento (ALBERTON, 2020), o presente trabalho tem como objetivo central avaliar e demonstrar a colaboração da pratica experimental no processo de ensino aprendizado das ciências exatas, para tanto será utilizada um experimento de mecânica estática, assunto esse relacionado ao ensino de física no ensino médio. 2 MATERIAIS E MÉTODOS O conteúdo de Física selecionado para verificar o potencial educacional das atividades experimentais de baixo custo foi à estática. Esta escolha justifica-se não só 0Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 52877 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.5, p. 52872-52884 may 2021 43 may. 2021 pelo fato dos alunos considerarem complexos os conceitos de torque e equilíbrio, mas também pela aplicação tecnológica do tema em várias áreas do conhecimento, a exemplo da Engenharia Civil, as obras civis devem ser estáveis, apesar das forças que atuam sobre elas. Um edifício deve ser estável apesar da força gravitacional e do vento que age sobre ele. Em 2 turmas, inicialmente, foi feita somente uma breve apresentação dos conceitos da estática, uma vez que, esse conteúdo pertence à ementa do 2º ano do Ensino Médio, já estudados no ano anterior. A seguir, aplicou-se um teste do tipo lápis e papel, composto por questões discursivas, com a finalidade verificar o nível de conhecimento dos alunos a respeito do tema e, posteriormente, comparar os resultados com os das turmas onde se desenvolveu as atividades experimentais. Já nas 2 turmas restantes, desenvolveu as experiências de forma expositiva e, a seguir, aplicou o mesmo teste usado nas turmas onde foi empregada aula expositiva Um dos interesses da física é conhecer o que faz com que um objeto permaneça estável na presença de forças, para tanto, deve haver um equilíbrio de forças e torque que atua sobre os objetos rígidos. Um objeto está em equilíbrio quando satisfaz as seguintes condições: a – O momento linear de seu centro de massa é constante; b – O momento angular em relação ao seu centro de massa é constante. O foco dos experimentos aplicado consiste em examinar situações onde os momentos lineares e angulares são nulos, ou seja, os objetos não se movem, nem em translação nem em rotação, no sistemade referência em que estão sendo observados. Satisfazendo essas condições, dizemos que esses objetos estão em equilíbrio estático. Em uma situação onde um corpo é deslocado pela ação de uma força e o mesmo retorna ao mesmo estado de equilíbrio estático após ter sido deslocado, este está em equilíbrio estático estável, por outro lado, se uma pequena força é suficiente para deslocar o corpo de forma permanente, dizemos que o corpo está em equilíbrio estático instável (NUSSENZVEIG, 1997). A análise do equilíbrio estático é muito importante para os engenheiros projetistas, que deve identificar todas as forças e torques externa a que uma estrutura pode ser submetida e através de um projeto bem feito e de uma escolha adequada de materiais, assegurar que a estrutura permaneça estável sob o efeito das forças (HALLIDAY, 2002). 0Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 52878 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.5, p. 52872-52884 may 2021 43 may. 2021 O movimento de translação de um objeto é governado pela segunda lei de Newton: �⃗�𝑟𝑒𝑠 = 𝑚�⃗� (1) Onde, �⃗�, m e �⃗� são respectivamente a força resultante, a massa e a aceleração do objeto. Para o equilíbrio estático a seguinte condição dever ser satisfeita: �⃗�res = 0 (2) Assim, a somatória de todas as forças que atua no corpo deve ser zero. Para o movimento de rotação, a segunda lei de Newton para a rotação assume a seguinte forma: 𝜏res = �⃗⃗� x �⃗� (3) Sendo 𝛕 o torque resultante sobre o corpo, R é a distância entre o ponto de referencia a linha de ação da força �⃗�. O momento angular é descrito por: �⃗⃗� = �⃗⃗� x 𝑝 = m(�⃗⃗� x �⃗�) (4) Com �̅� = 𝑚�̅�, sendo v a velocidade do corpo. A taxa de variação com o tempo deste momento angular é igual ao torque externo resultante que age sobre o sistema, com isso o torque pode ser expresso com a seguinte configuração: 𝜏res = Δ�⃗⃗� Δt (5) Para o corpo está em equilíbrio estático para as rotações o momento angular deve ser nulo, �⃗⃗� = 0, a partir disso, tem – se: 𝜏res = 0 (6) Com isso, o torque resultante sobre o corpo é zero. Em suma, para que um objeto esteja em equilíbrio é necessário que os seguintes requisitos sejam cumpridos (HALLIDAY, 2002): a – a soma vetorial de todas as forças externas que agem sobre o corpo deve ser nula. b – a soma vetorial de todos os torques externos que agem sobre o corpo, medidos em relação a qualquer ponto, deve ser nula. Esses dois requisitos, obviamente, valem para o equilíbrio estático. Entretanto, eles valem também para o caso de equilíbrio mais geral no qual os momentos linear e angular são constantes, mas diferentes de zero. O entendimento dessas condições físicas iniciais do sistema é essencial para a utilização desses conhecimentos no âmbito teórico e prático. Com a finalidade de proporcionar um aprendizado significativo, ou seja, desenvolver um mecanismo que 0Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 52879 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.5, p. 52872-52884 may 2021 43 may. 2021 auxilie na fixação do saber ao que tange esse assunto, para tanto, foi proposto à realização de dois experimentos que ilustram de forma clara e concisa todos os conceitos teóricos e fórmulas compreendidas nesse tema, os experimentos supracitados são: Primeira experiência: demonstrar a possibilidade de equilibrar um martelo, sem fixar qualquer objeto, apenas realizando o posicionamento correto para que as duas condições de equilíbrio sejam satisfeitas. A foto a seguir ilustra tal situação: Figura 1: Ilustração da experiência de equilíbrio estático do martelo. Para essa configuração a régua e o martelo não estão fixados no suporte nem um no outro, o equilíbrio estático é alcançado com a realização das condições de contorno. Segunda experiência: explanar a possibilidade de fazer dois garfos ficarem suspenso sem a utilização de suporte e/ou fios. Esse feito é obtido com a aplicação correta da simetria no posicionamento dos garfos, a configuração deve ser tal que as condições de equilíbrio estático sejam atendidas. A imagem a seguir mostra a configuração da experiência: 0Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 52880 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.5, p. 52872-52884 may 2021 43 may. 2021 Figura 2: Imagem da experiência de equilíbrio de garfos. Nessa configuração os garfos estão suspensos sem o uso de suporte e/ou fios, apenas um palito de fosforo faz a ponte entre a borda do copo e os garfos, porém, nenhuns dos objetos estão fixos. De forma geral, é de consenso entre os professores que atuam nas disciplinas de ciências que a utilização de experimentação é uma ferramenta primordial para o desenvolvimento do ensino, no entanto, na maioria das vezes que essa prática é empregada, identifica-se uma deficiência na ligação entre os conteúdos trabalhados (teoria) com o cotidiano dos alunos (BARBOSA, 1999) tornando assim a experiência apenas mais uma das inúmeras tarefas que compreendem o ensino (ATX, 1991). 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Com vista em analisar viabilidade do emprego das atividades experimentais de baixo custo, as respostas das questões do teste descrito na seção de materiais e métodos, foram qualificadas em: respostas corretas, respostas parcialmente corretas e respostas incorretas: Resposta Correta: o aluno respondeu a pergunta e conseguiu relacionar e explicar os conceitos e fenômenos envolvidos na questão. Resposta Parcialmente Correta: o aluno respondeu parcialmente a questão, realizou alguma explicação relacionada aos conceitos envolvidos, ainda que tenha sido sem objetividade. Resposta Incorreta: o aluno não respondeu e/ou sua resposta não apresentou relação com o tema indagado. 0Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 52881 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.5, p. 52872-52884 may 2021 43 may. 2021 O fruto dessa metodologia foi um resultado estatístico, que demonstrou o desempenho dos dois grupos, com e sem intervenção experimental, na descrição dos fenômenos abordados. O gráfico a seguir apresenta a analise das respostas dos alunos que não assistiram a execução das experiências. Figura 3: gráfico da análise das respostas dos alunos que não assistiram a execução das experiências, grupo amostral. Observa-se que houve uma porcentagem de 76,5% de erros nas respostas, mesmo se tratando de um tema que os alunos estudaram no ano anterior, o que demonstra que não aconteceu uma fixação do conhecimento transmitido. Na figura seguinte são apresentados os resultados das mesmas questões, porém, esse público respondeu após a apresentação das experiências. 5% 18% 77% Análise das respostas Resposta Correta Resposta Parcialmente Correta Resposta Incorreta 0Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 52882 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.5, p. 52872-52884 may 2021 43 may. 2021 Figura 4: gráfico da análise das respostas dos alunos que responderam ao questionário após a apresentação das experiências, grupo experimental. Para esse grupo, a porcentagem de acerto nas respostas foi de 82,4%, considerando que o questionário foi aplicado após o desenvolvimento das experiências e que essas foram desenvolvidas de forma visual sem a intervenção de qualquer outro recurso didático, fica claro que esse rendimento se deve a execução do experimento. Esses resultados demonstram a contribuição da experimentação para o processo ensino aprendizado. Tal prática deve estar atrelada ao ensino de ciências, pois dessa forma a arte de aprender se torna mais atraente aos olhos dos alunos, além de proporcionar um aprendizado significativo. 4 CONCLUSÃO A presente pesquisa frisou a importância da parte experimental no ensino de ciências, dando ênfase a disciplina defísica desenvolvida no ensino médio. Para tanto foi desenvolvido duas experiências de equilíbrio estático, construídas a partir de materiais de baixo custo e reciclados, atrelado a elas foi montado um questionário alinhado aos conceitos e definições envolvidos no tema. A dinâmica de aplicação do questionário se deu de duas formas: em um primeiro momento o questionário foi aplicado a turmas de terceiros anos que não tiveram contato com o experimento; num segundo momento foram aplicadas as experiências em outras turmas de terceiros anos e em seguida coletado as respostas. Com essa metodologia, foi possível identificar que as turmas que tiveram o contato com a parte experimental apresentou um maior 82% 13% 5% Análise das respostas Resposta Correta Resposta Parcialmente Resposta Incorreta 0Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 52883 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.5, p. 52872-52884 may 2021 43 may. 2021 percentual de acerto nas respostas. Mostrando com isso a importância do desenvolvimento da parte experimental no ensino de ciências. 0Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 52884 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.5, p. 52872-52884 may 2021 43 may. 2021 REFERÊNCIAS ALBERTON, K. S. A. B. R. MORAES, P. R. ANDERSON, Z. T. R. STEIN, M. J. STOFFES JUNIOR, C. R. STEIN. Síntese e caracterização morfológica e estrutural de nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto, Brazilian Journal of Development, 6(6), p. 39371-39378, 2020. ARAGÃO, M. J. História da Física. São Paulo: Livraria da Física, 2006. AXT, Rolando. O papel da experimentação no ensino de ciências. In: MOREIRA, M. A. & AXT, R., Tópicos em ensino de ciências. Porto Alegre: Sagra, 1991. BARBOSA, J. O.; PAULO, S. R.; RINALDI, C. Investigação do papel da experimentação na construção de conceitos em eletricidade no ensino médio. Caderno Catarinense de Ensino de Física, v.16, n.1: p.105-122, abr. 1999. BENFÍCA, K. F. G. PRATES, K. H. G. 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