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Analise Funcional do Comportamento 2 Unip Psicologia

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15/06/2023
1
ANÁLISE 
FUNCIONAL DO 
COMPORTAMENTO
NP2
PROBLEMAS CLÍNICOS
 As pessoas chegam na clínica em busca de autoconhecimento, por problemas gerais ou por problemas psiquiátricos. Dessa forma, o ideal 
seria que todos viessem em busca do autoconhecimento mas elas só chegam na clínica após já terem um problema. Se eles viessem em
busca do autoconhecimento, conheceriam melhor seus comportamentos (o que pensam, sentem e o que controla suas respostas), e assim 
conseguiriam entender melhor quem são e ter mais acesso aos reforçadores 
 Ex: Se eu sei quais atitudes minhas agradam meu parceiro, agir daquela forma mais vezes e assim terei um relacionamento mais saudável e 
duradouro. 
 Entretanto, quando o paciente chega na clínica, ele já vem trazendo problemas. O problema nesse caso pode ser traduzido como uma
dificuldade em emitir respostas que diminuam os estímulos aversivos e que aumentam os reforçadores positivos. Como consequência dessa 
dificuldade, o paciente irá apresentar na clínica falas que indicam que os seus próprios comportamentos não estão produzindo as respostas 
que ela deseja, ou se produzem, traz sofrimento. 
 Também é comum que o paciente tente atrasar um estímulo aversivo em sua vida e nesse caso a gente avalia como uma situação de fuga e 
esquiva.
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2
A MULTIDERTEMINAÇÃO DO 
COMPORTAMENTO
 O comportamento é determinado pelos três níveis: ontogenético, filogenético e cultural
 O comportamento é produto do processo de seleção e de variação
 Quando analisamos o comportamento através dos três níveis, não damos importância maior a uma das instâncias selecionadoras , mas
analisamos o entrelaçamento entre elas (como os três espaços se mesclam)
 Ex: Ao analisar uma criança com autismo, entendemos que no inicio existirá uma influência maior do nível filogenético. Entretanto, pode 
ocorrer que durante a vida, o peso do ontogenético ganhe mais força (por exemplo: quando os pais são muito superprotetores), assim como 
pode ocorrer práticas de exclusão no nível cultural. Dessa forma, ao fazer a análise completa, nenhum dos níveis é mais importante do que o 
outro, pois todos foram necessários para a formação daquele comportamento que está sendo apresentado.
TRANSTORNOS PSIQUIATRÍCOS VS CLÍNICO
 Como psicólogos, é nosso dever separar transtorno psiquiátrico de transtorno psicológico:
 Os transtornos (independente se for o psiquiátrico ou o psicológico) sofrem influências dos três níveis de comportamento: ontogenético, 
filogenético e cultural.
 Existem duas vertentes de opinião referente à diferença entre transtorno psiquiátrico e psicológico . A primeira vertente defende que não 
existem diferenças significativas eles. Já a segunda, diz que o transtorno psiquiátrico tem uma raiz orgânica (é hereditário, filogenético), 
enquanto o psicológico é ontogenético e cultural. 
15/06/2023
3
CONCEITO DE NORMALIDADE E PRÁTICAS 
CULTURAIS
 Normal significa estar dentro da norma. (Adotamos um padrão estatístico de normalidade, que vem da psicometria e do gráfico da curva da 
normal)
 A primeira prática cultural que estabelecemos quando nos deparamos com pessoas atípicas é dizer que a pessoa tem uma falha mental. 
Quem pensa assim tenta buscar a causa e a cura nos padrões comportamentais, porém devemos buscar isso nos três níveis do 
comportamento e na forma de interação do indivíduo com o ambiente. 
 Devemos identificar dois problemas nisso:
1) Intencionalidade da natureza: É como dizer que a natureza escolheu quem ia sair “típico” e quem não seria. Essa questão é usada para 
julgar Skinner por utilizar a teoria da seleção natural
2) Dividir os indivíduos em suas potencialidades: Excluímos por quem é melhor ou pior em algo. 
 No final de tudo, todo comportamento é “normal” porque eles foram selecionados pela consequência. Ou seja, seguiram o padrão de 
estímulo - resposta – consequência (essa é a norma) 
SOFRIMENTO NA AFC
 Por existir esse padrão do que é normal e do que é patológico, a exclusão causa maior sofrimento àqueles que apresentam a patologia ou 
àqueles que com eles convivem.
 A análise do comportamento propõe que esses padrões comportamentais sejam analisados como déficits ou excessos comportamentais.
Esses comportamentos seriam mantidos por contingências de reforçamento em um nível que justificaria sua manutenção, mas produzindo, 
ao mesmo tempo, punição, com manifestações emocionais intensas, gerando sofrimento para a pessoa que se comporta.
 Desta forma, a análise do comportamento utiliza o critério do sofrimento para definir se um comportamento merece ou não uma atenção 
“especial”: é o sofrimento que a pessoa que se comporta/manifesta, ou os que estão ao seu redor estão submetidos, que justificaria o seu 
estudo e a busca do seu controle
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TRANSTORNO MENTAL E OBJETIVO 
TERAPÊUTICO 
 De acordo com a concepção da análise do comportamento, o fenômeno comportamental tratado como “transtorno mental” seria um 
padrão comportamental selecionado ao longo da história de interação entre as respostas emitidas pelo indivíduo e os efeitos ambientais 
delas decorrentes (que as selecionaram), e a ciência que teria melhores ferramentas e condições de explicá -lo e manejá -lo seria a Análise do 
Comportamento.
 Partindo desse pressuposto, o clínico analítico -comportamental faz análises de contingências (avaliações funcionais) buscando identificar 
tais relações funcionais responsáveis pelo desenvolvimento e, principalmente, manutenção desses padrões comportamentais, para
posteriormente intervir sobre esses padrões.
 Os objetivos terapêuticos seriam buscar novas formas de interação entre o indivíduo e seu meio, minimizando estimulações aversivas 
presentes nessas relações e aumentando estimulações apetitivas – diminuindo, assim, o sofrimento do indivíduo de forma direta ou indireta 
(quando diminui a estimulação aversiva que seu comportamento produz aos outros e estes, por consequência, diminuem as punições 
direcionadas aos seus comportamentos).
DESENVOLVIMENTO DA ABORDAGEM
PRIMEIRA GERAÇÃO: Movimento contra as 
concepções clínicas predominantes na época (as 
abordagens tinham fraca concepção cientifica). 
Entretanto, a teoria comportamental só começou a ter 
força em 1950 por meio de Hans Eysenk
Eysenk examinou a efetividade das terapias de Insight
(sendo a psicanálise a mais conhecida): Ele chegou a 
conclusão de que as pessoas tratadas por essas terapias 
não tinham uma probabilidade maior de melhoras do que 
uma pessoa que não estava submetida a nenhum tipo de 
tratamento, 
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5
DISCUSSÕES DAS TERMINOLOGIAS
Terminologias: Terapia Comportamental (TC) ou Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)?
 Hoffmann e Asmundson (2008) utilizam o termo TCC de forma ampla (para se referir ao movimento de todas as terapias 
comportamentais), incluindo o trabalho cognitivo-comportamental que utiliza estratégias baseadas em aceitação, chegando a utilizar a 
denominação “TCC enriquecida” para se referir à utilização de tais estratégias por parte dos terapeutas cognitivo-comportamentais
 Por outro lado, na opinião de Spiegler e Guevremont (2010), o termo Terapia Comportamental é o mais apropriado para se referir a todo o 
campo de estudos que inclui as chamadas “três gerações”, uma vez que o termo Terapia Cognitivo-Comportamental é utilizado por muitos 
pesquisadores e clínicos para se referir especificamente a tratamentos que incluem estratégias de reestruturação cognitiva
 o termo “Terapia Comportamental” é empregado de forma genérica para se referir a uma ampla variedade de técnicas que podem ser 
utilizadas para tratar de problemas psicológicos, assim como para se referir à análise comportamental e à combinação de tal análise com a 
prática psicoterápica
CARACTERÍSTICAS DA TERAPIA 
COMPORTAMETAL (TC)
1) Científica - Empírica 
2) Ativa (Significa que os pacientes precisam fazer algo e não apenas falar sobre seus problemas. Damos tarefas de casa a eles 
3) Focadano presente 
4) Focada na aprendizagem (Assume que a maioria dos problemas comportamentais são mudados através da aprendizagem. Ou seja, você 
vai voltar ao passado para falar em como você aprendeu um comportamento, mas lembre-se que é apenas para trabalhar no agora) 
5) É individualizada (trabalha com características pessoais dos clientes. Nada é global e universal, tudo varia de paciente para paciente)
6) É progressiva (Se move do comportamento mais simples ao mais complexo) 
7) É breve (menos sessões e menos tempo de tratamento, sempre variando de acordo com a severidade do problema)
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6
A classificação das Terapias Comportamentais em três 
gerações
Hayes propõe a existência de três ondas sucessivas 
da Terapia Comportamental, as quais representam 
assunções, métodos e objetivos dominantes do 
movimento
PORQUE SURGEM NOVAS ONDAS? Dentre as 
principais razões que suportam uma nova onda de 
terapias comportamentais estão as irregularidades 
identificadas na segunda geração e as mudanças 
filosóficas
PRIMEIRA GERAÇÃO
ASPECTOS HISTÓRICOS: Século XX com Pavlov e o 
condicionamento clássico
 A partir das considerações de Pavlov, John Watson foi influenciado e 
deu origem ao behaviorismo clássico. 
 O Behaviorismo de Watson enfatizava a importância da objetividade 
nos estudos dos comportamentos, os quais deveriam ser feitos 
somente com estímulos e respostas passíveis de observação direta
 Ao mesmo tempo em que Pavlov estudava o condicionamento 
clássico, o psicólogo Edward Thorndike investigava o fortalecimento e 
o enfraquecimento de comportamentos por meio da modificação de 
suas consequências, como o reforço e a punição. Esse tipo de 
aprendizagem passou a ser chamado de condicionamento operante ou 
instrumental
 Na américa do Norte surge Skinner e o comportamento operante 
(estimulo – resposta – consequência)
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PRIMEIRA 
GERAÇÃO
ASPECTOS CLÍNICOS: 
O foco do trabalho era a modificação 
do comportamento através da utilização 
de técnicas derivadas de princípios do 
condicionamento clássico e do 
condicionamento operante. 
Focava diretamente as emoções e os 
comportamentos problemáticos
SEGUNDA GERAÇÃO
ASPECTOS HISTÓRICOS: 1960 e a terapia de aprendizagem 
social criada por Albert Bandura
 incluía não só os princípios de condicionamento clássico e 
operante, como também os princípios de aprendizagem por 
observação, além de enfatizar o papel das cognições no 
desenvolvimento e no tratamento de transtornos psicológicos
 Surge Aaron Beck com a terapia da cognição e Albert Ellis 
com a Terapia Racional Emotiva. Ambos buscavam a 
modificação de pensamentos negativos e ilógicos associados 
com diversas dificuldades psicológicas, como a depressão e a 
ansiedade
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SEGUNDA GERAÇÃO
ASPECTOS CLÍNICOS
 Lidavam com sentimentos e pensamentos de forma mais direta e central
 Determinadas distorções cognitivas pareciam ser características de pacientes com determinadas condições e, assim, pesquisas foram feitas no 
sentido de identificar essas distorções, bem como os métodos necessários para corrigi-las. A tensão entre as duas ondas foi amenizada pela 
adoção do termo “Terapia Cognitivo-Comportamental”, em que poderiam ser usados tanto princípios comportamentais como conceitos 
cognitivos.
 A segunda onda assimilou em grande medida a primeira onda e ficou caracterizada por esforços de mudanças guiados pela aprendizagem 
social e pelos princípios cognitivos. Em outras palavras, a TCC adiciona a cognição como um dos alvos do tratamento, juntamente com os 
comportamentos e as emoções
 Ademais, a segunda geração enfatizou a necessidade de uma relação terapêutica colaborativa sob a premissa de que tal relação otimizaria a 
eficácia das técnicas utilizadas. Dessa forma, a segunda onda procurou preservar a objetividade e o foco técnico presente na primeira geração, 
ao mesmo tempo em que tentou valorizar o ser humano racional
CRÍTICAS À SEGUNDA GERAÇÃO
 Teve início a partir da constatação de que ainda não foi encontrado um padrão de evidências que suporte a mudança cognitiva como um 
mediador-chave da efetividade da TCC tradicional.
 Apesar de muitos cognitivistas afirmarem que as intervenções comportamentais podem produzir mudança cognitiva, o fato é que, mesmo que 
isso ficasse demonstrado, a seguinte dúvida persistiria: as estratégias de mudança cognitiva são necessárias ou aconselháveis em adição aos 
tratamentos comportamentais? 
 Conclusões acerca do papel contraproducente da supressão dos pensamentos têm levado cada vez mais pesquisadores a não acreditarem na 
eficácia de determinadas estratégias cognitivo-comportamentais (e. g., parada do pensamento). 
 A literatura científica tem demonstrado que estratégias desenhadas para nos libertar de pensamentos desconfortáveis geralmente acabam por 
aumentar a frequência e a intensidade dos mesmos pensamentos que desejamos evitar ou diminuir
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RAZÕES PARA O SURGIMENTO DA TERCEIRA 
ONDA
Em resumo, dentre as razões para o surgimento da terceira onda estão: a ênfase
diminuída da segunda onda no papel contextual; os questionamentos relacionados à
eficácia das estratégias cognitivas; e a classificação do cognitivo como uma categoria à
parte, em detrimento de ser considerado um comportamento
SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE TCC E 
ACT
No que diz respeito às similaridades e diferenças entre a ACT (mais proeminente terapia de terceira geração) e a TCC tradicional: 
1) Ambas utilizam-se de exercícios de exposição, habilidades de resoluções de problemas, role playing, tarefas de casa e modelagem; 
2) Ambas estabelecem objetivos claros e observáveis, encorajam maior consciência dos pensamentos, sentimentos e sensações e objetivam 
melhoras gerais na qualidade de vida; 
3) As cognições são vistas pela ACT como uma forma de comportamento (comportamento privado) que deve ser identificado e ter sua função 
alterada, enquanto o foco da TCC inclui a modificação dos seus conteúdos; 
4) A ACT não objetiva refutar cognições desadaptativas com o objetivo de modificar a resposta emocional e/ou comportamental associada a 
tais cognições. Assim, os tratamentos baseados em mindfulness e a ACT focam a função dos pensamentos e a promoção das estratégias de 
regulação emocional que se contraponham à esquiva das experiências internas;
5) Na TCC tradicional, geralmente, o foco de mudança está no conteúdo dos pensamentos, muito em virtude da premissa básica de que as 
cognições desempenham um importante papel na manutenção dos transtornos emocionais, através de sua influência nas emoções e nos 
comportamentos.
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TERCEIRA GERAÇÃO
ASPECTOS HISTÓRICOS: Final do século XX e início do século XXI
 Buscam aliviar o sofrimento dos clientes através da aceitação e mindfullness
 As abordagens de terceira onda mais conhecidas são a Terapia de Aceitação e Compromisso, Ativação Comportamental, a Terapia Cognitiva Baseada em 
Mindfulness, o Programa de Redução de Estresse Baseado em Mindfulness, a Terapia Comportamental Integrativa de Casais, a Psicoterapia Analítico-
Funcional, a Terapia Focada na Compaixão e a Terapia Comportamental Dialética
Fundamentada em uma abordagem empírica e focada em princípios, a terceira onda de terapia cognitiva e
comportamental é particularmente sensível ao contexto e funções dos fenômenos psicológicos, não somente nas suas
formas, e também tende a enfatizar estratégias de mudança contextuais e experienciais em adição às estratégias
diretas e didáticas. Estes tratamentos tendem a buscar a construção de repertórios amplos, flexíveis e efetivos, mais
do que uma abordagem eliminativa para problemas estreitamente definidos, e a enfatizar a relevância destes aspectos
tanto para clínicos como para os clientes. A terceira onda reformula e sintetiza as gerações prévias da terapia
cognitiva e comportamental e as levam de encontro a questões, problemas e domínios previamente endereçados
primariamente por outras tradições, na esperança de melhorartanto a sua compreensão como os resultados. (Hayes,
2004, p. 658)
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Origens, características distintivas e fundamentos teóricos 
da FAP
FAP (PSICOTERAPIA ANALÍTICA FUNCIONAL) - Terceira Onda 
 Olham para subjetividade, coisa que havia sido negado antes
 Baseada nos princípios da ciência da análise do comportamento e do behaviorismo radical 
 Critica a segunda onda mas olha para a primeira 
 O analista do comportamento é um reforçador para a pessoa, pois assim ela tem uma base do que está funcionando ou não 
 Skinner diz que a psicoterapia funciona como qualquer outra agência controladora pois ela tem conhecimento de quais variáveis ela precisa manipula, 
mas por outro lado, também cuida dos efeitos colaterais das práticas coercitivas da sociedade no geral
 Skinner também diz que devemos adotar a audiência não punitiva, ou seja, ouvimos e compreendemos sem julgamento e assim algumas classes de 
comportamentos suprimidas por punição voltam a aparecer na sessão, fazendo com que possamos cuidar do caso.
 Precisamos construir um relacionamento íntimo com o paciente, sendo que essa intimidade surge no momento em que nos sentimos seguros em falar 
algo sem sermos julgados. Compartilhar essas experiências pessoais melhora o vínculo terapêutico 
Origens, características distintivas e fundamentos teóricos 
da FAP
 Dessa forma o primeiro foco da FAP é a construção de intimidade
 O terapêutica não transforma apenas o paciente, mas transforma também a si mesmo
 “Posso abraçar o paciente ou contar algo pessoal?” - A FAP vai dizer que você pode usar elementos desse tipo desde que tenha uma função
terapêutica
 Para a FAP existem três grupos de comportamentos clinicamente relevantes:
1) CRB 1 - problemas do próprio paciente que ele vem tratar
2) CRB 2 - são as melhorias que podemos trazer para o problema e as melhoras que o paciente apresenta
3) CRB 3 - capacidade do paciente de trazer as soluções e as análises
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AGENCIAS CONTROLADORAS
◦ Agências controladoras, para Skinner, são instituições ou sistemas sociais que manipulam variáveis por meio de reforçamento ou punição, e 
cujo poder é concedido pelo próprio grupo social, uma vez que suas práticas têm como finalidade — ao menos em tese — a sobrevivência 
desse grupo. Por outro lado, a agência psicoterapia se distingue das demais justamente por cuidar dos efeitos colaterais de práticas 
coercitivas existentes em nossa cultura e, para tal, o psicoterapeuta deve adotar a prática da “audiência não punitiva” (Skinner, 1953). O 
terapeuta ouve e compreende os comportamentos do cliente sem julgá-los.
Audiência não punitiva e intimidade
◦ Audiência não punitiva pode ser considerada mais do que uma recomendação ou uma técnica, refere-se, na verdade, a uma postura
constante do terapeuta na relação com o cliente. O efeito dela vai ao encontro da promoção de intimidade, definida como um repertório
interpessoal que envolve a autorrevelação de pensamentos e sentimentos, resultando em um sentimento de conexão, apego e proximidade
na relação com o outro (Tsai et al., 2008). Em outras palavras, temos um relacionamento íntimo quanto mais nossos comportamentos são
aceitos, com risco mínimo de rejeição e julgamento. Popularmente, diríamos sobre essa relação algo como “com ele (a) eu posso ser eu
mesmo (a)”. Segundo Braga e Vandenberghe (2006, p. 310): ... a intimidade surge quando as pessoas se comunicam abertamente, deixando
claro o que pensam e o que querem, dividindo além do carinho, as experieãicias e os segredos, mostrando-se o que é, mesmo nos medos,
inseguranças e defeitos. O compartilhar de sofrimento e o compartilhar de sentimentos positivos de amor, proximidade, esperança, alegria e
orgulho são indicativos da intimidade na relação
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PAPEL DA TERAPIA E SELF
◦ O papel da terapia é o de ajudar o cliente a construir uma nova história de relacionamentos íntimos, a começar pela própria
relação terapeuta-cliente
◦ Para os autores, a história de reforçamento dos comportamentos abertos, sob controle privado, constrói no indivíduo a
emergência e a estabilidade da unidade funcional “eu”. É quando somos aceitos ao nos comportarmos de acordo com
nosso mundo privado, aprendendo, aos poucos, a reconhecer como nos sentimos, quais são os nossos valores, enfim, quem
somos nós. Uma história crônica de invalidação, por sua vez, leva ao desenvolvimento de um self instável, que os autores
reconhecem em grau patológico em Transtornos de Personalidade. Como fruto dessa invalidação, podemos ter extrema
dificuldade em tatear o que estamos sentindo e, mais ainda, em saber o que queremos, do que gostamos e quem somos.
Um dos critérios diagnósticos para Transtorno Borderline (APA, 2013), por exemplo, está relacionado ao “sentimento
crônico de vazio”. Um dos papéis centrais da terapia seria o de construir uma nova história de relacionamentos, que
colabore para a formação de um se self estável.
CINCO REGRAS DA FAP
Regra 1: Consciência
◦ A primeira regra da FAP é a da Consciência, do inglês Aumreness (Tsai et al., 2008). Ela consiste na premissa simples
de que o terapeuta deve estar atento e consciente ao que acontece na sessão. Regra 1: Consciência
◦ Habilidade 1: Terapeuta observa e descreve contingências da sessão.
◦ Habilidade 2: Terapeuta observa seus próprios comportamentos (ações, sentimentos e pensamentos) e seus possíveis
evocadores.
◦ Habilidade 3: Terapeuta utiliza o que foi observado na formulação da análise funcional.
◦ Habilidade 4: Terapeuta verifica se o comportamento do cliente é um CRB.
Regra 2: Coragem
◦ Evocar CRBs significa manejar as contingências da sessão de modo a aumentar a probabilidade de que eles
aconteçam. O termo “coragem” ressalta a habilidade de enfrentamento de uma situação difícil, necessária ao terapeuta
FAP. Habilidade 1: Terapeuta usa gentileza e empatia como crivos sobre como evocar CRBs.
◦ Habilidade 2: Terapeuta formula o que será considerado CRB2.
◦ Habilidade 3: Terapeuta evoca CRB2 e bloqueia CRB1.
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14
CINCO REGRAS DA FAP
Regra 3: Amor
◦ Estamos falando sobre mais do que reforçamento; estamos apontando para a necessidade de ações e
expressões de afeto genuínas por parte do terapeuta.
◦ Habilidade 1: Terapeuta responde de modo genuíno.
◦ Habilidade 2: Terapeuta se vulnerabiliza.
Regras 4 e 5: Behaviorismo
◦ Na Regra 4, o terapeuta deve avaliar os efeitos potencialmente reforçadores das consequências dos
comportamentos de melhora (CRB2). Na Regra 5, o terapeuta deve promover a generalização desses CRB2
para fora da terapia.
◦ Habilidade 1: Terapeuta analisa diferentes indicadores de reforçamento.
◦ Habilidade 2: Terapeuta planeja a generalização
CINCO REGRAS DA FAP
Resumindo:
◦ 1: Identifique comportamentos clinicamente relevantes enquanto ocorrem na sessão.
◦ 2: Evoque comportamentos clinicamente relevantes enquanto ocorrem na sessão.
◦ 3: Reforce comportamentos clinicamente relevantes quando esses constituem melhoras clínicas.
◦ 4: Identifique os efeitos do comportamento do terapeuta sobre o do cliente.
◦ 5: Ofereça interpretações funcionais do comportamento e discuta estratégias de generalização.
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15
AUTOCONHECIMENTO DO TERAPEUTA
 “Terapeutas efetivos sempre estarão em contato com suas próprias experiências emocionais e esta habilidade representa tanto uma força
quanto uma vulnerabilidade” (Follette, 2000)
 Na FAP, os problemas e as melhoras do terapeuta também são objeto de análise, sendo denominados T1 (problema do terapeuta
acontecendo na sessão) e T2 (melhora ou progresso do terapeuta acontecendo na sessão).
EX: É possível que o terapeuta tenha suas próprias dificuldades para lidar com críticas, sentindo- -se irritado e atacado com uma fala assertiva
do cliente (T1). Por outo lado, o terapeuta pode, apesar de suas dificuldades com intimidade, compartilhar um sentimento ou fazer uma
autorrevelação com objetivos terapêuticos (T2)
Como um terapeuta pouco assertivo poderá ensinar assertividadeao cliente? Como um terapeuta com dificuldades para expressar sentimentos
positivos poderá fazê-lo com seu cliente? Por todos esses motivos, a FAP defende que fazer sua própria terapia não deveria ser uma opção, mas
sim uma condição na formação do terapeuta.
VALIDAÇÃO CIENTIFICA DA FAP
Em revisão sistemática e metanálise, Ost (2007) encontrou que nenhuma das propostas de terapia de terceira
onda preenchia completamente os critérios para ser considerada uma opção de tratamento empiricamente
validada. Especialmente no caso da FAP, o autor não encontrou nenhum ensaio clínico randomizado (ECR)
em sua revisão. Houve apenas um estudo cuja metodologia se aproximou de ECR, de Kohlenberg, Kanter,
Bolling, Parker e Tsai (2002), em que a FAP foi adicionada à terapia cognitiva no tratamento da Depressão.
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FAP: TERAPIA INTEGRATIVA
As terapias integrativas são um conjunto de práticas terapêuticas que visam tratar o indivíduo de forma 
holística, ou seja, levando em consideração o seu bem-estar físico, emocional, mental e espiritual
CLÍNICA INFANTIL – OBJETIVOS E 
IMPORTÂNCIA DO BRINCAR
Brincar, por meio de jogos ou brincadeira, estruturados ou não, é a atividade mais
comum da criança e é crucial para o seu desenvolvimento, além de ser uma forma
de comunicação
As ações da criança, em contexto de brincadeira, muitas vezes expressam
sentimentos, desejos e valores que ela não consegue, ainda, expressar por meio de
relatos verbais, devido às limitações próprias de seu estágio de desenvolvimento
em linguagem.
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DEFINIÇÃO DE BRINCAR
O brincar é um comportamento que, segundo De Rose e Gil (2003, p. 376), “implica estímulos
discriminativos, modelos, instruções e consequências, de tal modo que a criança pode, a partir de seu
repertório inicial, refinar seus comportamentos e aprender novos”. Skinner (1991) distingue, na brincadeira, o
jogo do brincar livre, definindo o jogar como uma atividade que envolve contingências de reforçamento
planejadas, isto é, regras pré -estabelecidas. Por outro lado, o brincar livre, por não ter regras estabelecidas na
cultura, pode ser considerado menos controlado pelo ambiente social imediato.
CLASSIFICAÇÕES DO BRINCAR
Brincar (BRC): Episódios verbais de interação lúdica, com conteúdo restrito às falas próprias do brinquedo, brincadeira ou jogo. As falas
incluídas nessa categoria podem se referir à leitura do jogo, à execução da atividade definida pelo jogo, aos comentários sobre o andamento
da brincadeira, à preparação dos objetos e às peças da brincadeira.
Fantasiar (FNT): Episódios verbais de interação lúdica, com conteúdo de fantasia. Entende -se por fantasia as ações ou verbalizações que
extrapolam os limites físicos do brinquedo, brincadeira ou jogo por meio de representação de papéis, imaginação, simulação, faz -de -conta,
etc. As falas incluídas nessa categoria podem se referir a: animismo a objetos, elaboração de histórias, incorporação de personagens,
desempenho de papéis, etc.
Fazer Exercícios (FEX): Episódios verbais de interação em que a criança realiza exercícios em sessão junto com o terapeuta ou sob a
supervisão deste. A diferença entre o “exercício” e o “brincar” consiste no primeiro se referir a atividades, normalmente programadas pelo
terapeuta, para serem feitas durante a sessão, como, por exemplo, caligrafia, escrever uma história, desenhar de acordo com um tema
proposto pelo terapeuta, fazer as tarefas da escola em sessão. A própria criança diferencia o exercício do brincar, exemplificado quando,
não raro, ela questiona com frases como “depois que terminarmos aqui, podemos ir brincar?”.
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CLASSIFICAÇÕES DO BRINCAR
Conversar Decorrente (CDE): Episódios verbais (sobre eventos dentro ou fora da sessão, ou abstratos/conceituais) com tema
associado a alguma variável do brinquedo, brincadeira, jogo ou atividade em curso. Nesse caso, é possível que o terapeuta e a
criança continuem brincando enquanto conversam, ou que o brincar/ fazer atividade seja interrompido por alguns instantes.
Quando o brincar/fazer atividade é interrompido, pode -se retornar a este depois da conversa, ou não. As falas incluídas nessa
categoria referem -se a associações entre, por exemplo, brincar de escolinha e conversar sobre a professora ou o desempenho
escolar da criança; brincar com “família de bonecos” e comportamentos dos familiares em relação à criança; brincar com um jogo
qualquer e questionar com qual coleguinha a criança joga esse jogo.
Conversar Paralelo (CPA): Episódios de interação em que o brincar/fazer atividades está apenas temporalmente relacionado ao
conversar, mas os temas são diferentes e, portanto, independentes. O brincar/fazer atividades é ação (geralmente motora) que
ocorre paralelamente a uma interação verbal sobre diferentes temas não pertinentes a tais ações. As falas incluídas nessa categoria
se referem, por exemplo, a conversar sobre a escola enquanto se brinca de modelar argila; conversar sobre a família enquanto se
colore um desenho não associado à família; conversar sobre atividades da semana durante o jogo de damas
CLASSIFICAÇÕES DO BRINCAR
Conversar sobre Brincar (CBR): Episódios verbais de interação não lúdica com conteúdo referente a brinquedo, brincadeira ou
jogo. As falas incluídas nessa categoria podem se referir a: comentários sobre brincadeira já encerrada; planejamento de
brincadeiras posteriores; comentários sobre os brinquedos da sala; relatos sobre brincadeiras do cotidiano da criança.
Conversar Outros (COU): Episódios verbais de interação não lúdica com ações ou verbalizações referentes a quaisquer temas,
exceto brinquedo, brincadeira ou jogo. As falas incluídas nessa categoria se referem, por exemplo, a: apresentar -se, fornecer
informações sobre a terapia, dialogar sobre o que a criança está aprendendo na escola ou sobre a rotina da semana, etc.
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O brincar na construção da relação terapêutica
 O brincar pode ser utilizado como estratégia clínica visando estabelecer e/ou fortalecer a relação terapêutica ou o engajamento
no processo clínico.
Brincar pode contribuir, para o engajamento da criança no processo e, portanto, para a efetividade da terapia.
sugere maior probabilidade de adesão e de boa qualidade do relacionamento, que são pré -requisitos e preditores de bons
resultados.
O clínico pode dedicar a parte inicial da sessão (ou até mesmo algumas sessões inteiras) a estas brincadeiras para “quebrar o
gelo” quando a criança aparenta resistência à terapia
Brincar atua como reforçador positivo e gerador de bons sentimentos
Outra opção, que não exclui a anterior, é utilizar as brincadeiras “mais divertidas” no final da sessão. Supondo que o brincar seja
reforçador, a criança procurará repeti -lo, mas só poderá fazê -lo na semana seguinte, o que se traduz em maior motivação para
retornar a cada semana.
O brincar como estratégia de avaliação
◦ Na situação lúdica, a criança revela e descobre seus sentimentos, pensamentos, intuições e fantasias, possibilitando ao clínico obter dados 
importantes para o conhecimento de sua história de vida
◦ Desse modo, o brincar pode ser utilizado com o objetivo de avaliação do repertório da criança, permitindo o acesso indireto a seus 
pensamentos e sentimentos e o acesso mais direto às suas respostas abertas, em relação a variáveis de controle ambientais
◦ Além de obter informações observando padrões de comportamento da criança ao brincar, o clínico também pode coletar dados sobre o
cotidiano dela por meio de perguntas durante as brincadeiras (categorias Conversar Decorrente e Conversar Paralelo)
◦ O fantasiar também é importante pois ajuda o clínico a identificar como a criança enxerga as situações 
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A escolha de quando e como utilizar o brincar nas sessões
A escolha de quando e como o clínico deve procurar utilizar o brincar em sessões com a criança varia principalmente em
função de:
a) objetivos do clínico com cada cliente;
b) nível de desenvolvimentoda criança;
c) variações da preferência dos clientes por uma ou outra brincadeira.
A brincadeira como estratégia de intervenção
◦ O brincar, no ensino de novos comportamentos, conforme De Rose e Gil (2003, p. 375), é um “meio para ensinar outros 
comportamentos ou como uma condição na qual novos comportamentos [podem] ser adquiridos”. O brincar é um contexto 
particularmente rico de oportunidades para ensinar comportamentos alternativos à criança por meio de procedimentos 
característicos da análise do comportamento.
◦ A seguir, vamos apresentar quatro procedimentos de intervenção:
◦ MODELAÇÃO: A criança imita o clínico ou outras figuras que tenham influência na sua mesa. 
◦ ESVANECIMENTO (FADING): Acréscimo ou retirada gradual de estímulos antecedentes em uma contingências com a 
intenção de gerar a resposta esperada. É diferente do processo de modelagem pois a gente mexe com os estímulos enquanto a 
modelagem mexe com as consequências
◦ MODELAGEM: Reajo de forma positiva às respostas emitidas que se aproximam do comportamento esperado 
◦ BLOQUEIO DE ESQUIVA: Utilizar métodos que vão fazer com que a criança “desista” de esquivas daquela situação, a 
estimulando enfrentar a circunstância em uma brincadeira ou outra atividade. 
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Características da terapia com crianças 
◦ A terapia com crianças tem características específicas, como: 
◦ (a) a importância do trabalho lúdico; 
◦ (b) o início da terapia decidido pelos pais; 
◦ (c) a definição de queixas estabelecida pelos pais; 
◦ (d) o maior número de pessoas (p. ex., pais, professores e babás) envolvidas no processo 
terapêutico
Também é importante que a própria criança trace seu objetivo terapêutico pois as vezes a 
queixa trazida pelos responsáveis incomodam apenas a eles mesmos. 
Postura do terapeuta
◦ Sobre a postura do terapeuta no atendimento a crianças, Moura e Venturelli (2004) destacaram o frequente uso da fantasia
como procedimento de intervenção e avaliação. A utilização de estratégias lúdicas em contexto clínico é outra característica do
atendimento de crianças. Nas primeiras sessões, é importante discutir com as crianças a organização da terapia, de modo que
“o terapeuta deve começar explicando para ela a respeito do funcionamento da terapia” (Moura & Venturelli, 2004, p. 21). Elas
precisam saber o significado de um processo terapêutico, o que estão fazendo dentro de um contexto clínico e para que serve a
terapia. Todo esse trabalho deve ser feito utilizando-se uma linguagem lúdica e acessível às crianças. Assim, elas serão capazes
de compreender que não estão indo à terapia para brincar, como costumam explicar, mas, sim, para melhorar um determinado
“comportamento problema” estabelecido por elas próprias ou pelos pais.
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Habilidades do terapeuta
◦ a) empatia e afeto (envolve o sigilo, a ideia de que a terapia é para a criança e não para a família, possibilidade de negociação, 
humor, uso de padrões verbais semelhantes ao da criança e definição do que a criança quer que mude); 
◦ b) compreensão (descrição de contingências que reduzem comportamentos de esquiva por medo); 
◦ c) aceitação (ausência de crítica aos comportamentos inadequados); 
◦ d) diretividade (encorajamento para enfrentamento de situações difíceis, prescrição de tarefas e imposição de limites sem 
confronto); 
◦ e) questionamento (uso do questionamento reflexivo, favorecendo a análise funcional, novas discriminações e o 
estabelecimento de novas relações).
Análise funcional com as crianças
◦ Em terapia analítico-comportamental, o psicólogo infantil busca também analisar, com a própria criança, os antecedentes e 
consequentes de tais comportamentos, para confirmar a análise hipotética por ele levantada, na entrevista com seus pais 
(Silvares & Gongora, 2000). Acredita-se que se devem analisar os antecedentes e consequentes também de comportamentos 
estabelecidos pela criança, pois é importante que ela mesma proponha objetivos terapêuticos, como foi discutido 
anteriormente.
◦ É necessário desenvolver com crianças o repertório de realizar análises funcionais, tornando-as capazes de estabelecer relações 
entre seus comportamentos, sejam eles privados ou públicos, e eventos ambientais, resguardadas as limitações de acesso ao 
conjunto de variáveis envolvidas no controle do problema
◦ O primeiro passo consiste em identificar um comportamento de interesse, e o segundo, identificar relações entre esse 
comportamento e as variáveis ambientais, descobrindo os eventos que exercem controle sobre a resposta em análise. Relatam 
um caso de atendimento infantil no qual o jogo funcionou como um instrumento facilitador na interação entre cliente e 
terapeuta, permitindo a participação do cliente na compreensão de seu “comportamento-problema”
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Análise funcional com as crianças
◦ Em terapia analítico-comportamental, o psicólogo infantil busca também analisar, com a própria criança, os antecedentes e 
consequentes de tais comportamentos, para confirmar a análise hipotética por ele levantada, na entrevista com seus pais 
(Silvares & Gongora, 2000). Acredita-se que se devem analisar os antecedentes e consequentes também de comportamentos 
estabelecidos pela criança, pois é importante que ela mesma proponha objetivos terapêuticos, como foi discutido 
anteriormente.
◦ É necessário desenvolver com crianças o repertório de realizar análises funcionais, tornando-as capazes de estabelecer relações 
entre seus comportamentos, sejam eles privados ou públicos, e eventos ambientais, resguardadas as limitações de acesso ao 
conjunto de variáveis envolvidas no controle do problema
◦ O primeiro passo consiste em identificar um comportamento de interesse, e o segundo, identificar relações entre esse 
comportamento e as variáveis ambientais, descobrindo os eventos que exercem controle sobre a resposta em análise. Relatam 
um caso de atendimento infantil no qual o jogo funcionou como um instrumento facilitador na interação entre cliente e 
terapeuta, permitindo a participação do cliente na compreensão de seu “comportamento-problema”
A função do brincar
◦ Na terapia analítico-comportamental infantil, o lúdico tem funções específicas dentro do processo de atendimento
psicológico. O brinquedo usualmente apresenta diferentes funções, como estímulos discriminativos, modelos,
instruções e consequências, de tal modo que a criança pode, a partir de seu repertório inicial, refinar seus
comportamentos e aprender novos. Consiste em uma estratégia terapêutica que permite que determinados objetivos
sejam atingidos. O brincar também fornece oportunidades para aprender novas habilidades, maximizando
reforçadores positivos e minimizando consequências aversivas
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Função do lúdico
◦ Algumas funções do uso de recursos lúdicos na terapia infantil são destacadas por Conte e Regra (2000), como:
◦ (a) ajudar no vínculo terapêutico;
◦ (b) identificar recursos potencialmente reforçadores;
◦ (c) avaliar o grau de desenvolvimento da criança;
◦ (d) identificar características de interações estabelecidas entre a criança e pessoas significativas;
◦ (e) identificar relações de contingências relacionadas com a queixa;
◦ (f) identificar sentimentos, sensações, pensamentos, conceitos e autorregras;
◦ (g) verificar e provocar o aparecimento de reações emocionais;
◦ (h) analisar com a criança comportamentos públicos e privados;
Função do lúdico
◦ (i) ajudar a criança a identificar os efeitos que suas respostas têm no ambiente e a fazer relações entre respostas públicas e
privadas;
◦ (j) ajudar a criança a formular autorregras e conceitos mais realistas;
◦ (l) realizar processos de solução de problemas;
◦ (m) modelar respostas alternativas e desenvolver habilidades;
◦ (n) avaliar a relação terapêutica;
◦ (o) ampliar os recursos criativos e lúdicos da criança; e
◦ (p) estimular o desenvolvimento da inteligência geral;
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O uso dos desenhos
◦ o desenho encontra-se na categoriade jogos simbólicos (jogos de representação), no qual há a representação de um objeto por
outro, como na brincadeira de faz de conta. A realização da análise funcional com crianças por meio do desenho foi desenvolvida
com os seguintes objetivos: identificar os comportamentos a serem analisados; estabelecer relações entre comportamento e
ambiente; elencar comportamentos alternativos ao “comportamento perturbador”; modificar contingências; organizar estratégias
que facilitem a generalização do comportamento modelado em terapia; mudar o comportamento do próprio cliente no sentido de
torná-lo capaz de estabelecer relações funcionais
Habilidades Sociais
 Assertividade: Processo/modo em que o indivíduo expressa seus sentimentos. É a capacidade de falarmos dos nossos sentimentos e
problemas de forma adequada, ouvindo a outra pessoa e só depois responder assertivamente É importante expressar os sentimentos
negativos e defender nossos direitos .
Existem algumas situações que a assertividade não deve ser exercitada, pois podem ter consequências desfavoráveis, sendo elas:
1) Dificuldade de comunicação no âmbito de trabalho: se a pessoa começou a trabalhar a pouco tempo, não deve-se se queixar dela.
2) Não deve-se ser assertivo com pessoas muito sensíveis
3) Não devemos ser assertivos em casos de autoridade que podem consideradar aquilo como desacato. Ex: militar, policial, um chefe
destemperado.
 Não assertividade: Não expressar seus sentimentos e emitir comportamentos fora da sua vontade por medo de estragar sua relação com o
receptor, trazendo prejuízo para si mesmo e exploração.
 Agressividade: as vezes permite que a gente atinja os nossos objetos mas pode magoar o próximo e desvalorizar o outro como pessoa. A
assertividade evita isso, fazendo com que expressemos e alcancemos nosso objetivo sem magoar o outro.
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Habilidades Sociais
 Os três comportamentos citamos anteriormente podem se expressar se duas formas:
1) Geral: traço de conduta da pessoa. Ela age daquela maneira em todas as situações.
2) Situacional: Quando agimos daquele maneira apenas em algumas situações.
 Existem três formas de interagir socialmente:
1) Reação habilidosa: demonstra assertividade, empatia de modo adequado
2) Não habilidosa passiva: tentativa de esquiva ou fuga
3) Não habilidosa ativa: age com agressividade
 Existem alguns modos de medir a habilidade social de alguém:
1) Competência social: Vamos analisar se a pessoa conseguiu maximizar os ganhos e minimizar as perdas. É uma nota para o desempenho social dela.
Quanto mais a pessoa tem habilidade social, mais reforços positivos ela tem acesso.
2) Desempenho social: o que a pessoa faz nas relações sociais dela (se é assertiva, não assertiva, agressiva etc). Ele abrange o pessoal e inclui os
processos encobertos (cognitivo)
Habilidades Sociais
Contingências entrelaçadas: Quando o comportamento de um indivíduo funciona como ambiente (estímulo ou consequência) para outro
indivíduo.
Ex: Uma mãe que aprende a ter habilidade educadora irá refletir no comportamento da criança. Ao mexer no comportamento de um
indivíduo, isso vira um estímulo para mudar o comportamento de outra.
Ética: O sentimento é um pertinente para a ética. Ou seja, se as pessoas nas interações pessoais se sentem bem e felizes, é porque elas
experienciam mais contingências reforçadoras do que positivas. O que isso tem a ver com a ética? A partir disso, a gente consegue avaliar se
estamos indo para o caminho certo, pois se o sentimento da pessoa for positivo, então estamos proporcionando reforços positivos a ela.
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Comportamento Social
Caballo (1991) apresenta uma definição que explicita um maior número de habilidades, afirmando que
comportamento socialmente habilidoso ou mais adequado refere-se à expressão, pelo indivíduo, de atitudes,
sentimentos, opiniões, desejos, respeitando a si próprio e aos outros, existindo, em geral, resolução dos
problemas imediatos da situação e diminuição da probabilidade de problemas futuros.
Autoconhecimento e automonitoramento
◦ O autoconhecimento é de origem social. Só quando o mundo privado de uma pessoa se torna importante para as 
demais é que ele se torna importante para ela própria (...). Mas o autoconhecimento tem um valor especial para o 
próprio indivíduo. Uma pessoa que se tornou consciente de si mesma por meio de perguntas que lhe foram feitas 
está em melhor condição de prever e controlar seu próprio comportamento.
◦ O autoconhecimento é de origem social. Só quando o mundo privado de uma pessoa se torna importante para as 
demais é que ele se torna importante para ela própria (...). Mas o autoconhecimento tem um valor especial para o 
próprio indivíduo. Uma pessoa que se tornou consciente de si mesma por meio de perguntas que lhe foram feitas 
está em melhor condição de prever e controlar seu próprio comportamento.
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Alternativas de trabalho com habilidades sociais: 
individual e grupos
◦ a estrutura de programas individuais e grupais, segue as seguintes etapas: 
◦ a) informação sobre o método de tratamento; 
◦ b) comunicação sobre as dificuldades interpessoais avaliadas; 
◦ c) informação sobre a grande incidência de tais dificuldades, como forma de aliviar apreensões; 
◦ d) exposição sobre o planejamento geral do programa; 
◦ e) implementação do programa.
◦ Algumas vantagens do treinamento individual segundo Bulkeley e Cramer (1994) (Em Del Prette & Del Prette, 1999) são: avaliação contínua 
do desempenho na sessão, possibilidade de ensaios extensos e repetição dos mesmos, maior disponibilidade do terapeuta para modelar 
habilidades sociais específicas modificação imediata de procedimentos que não estejam sendo efetivos.
Alternativas de trabalho com habilidades sociais: 
individual e grupos
Hidalgo e Abarca (1992) e Falcone (1998) afirmam que o treinamento quando estabelecido em grupo apresenta algumas vantagens
- Favorece um ambiente social mais complexo e uma maior variedade de modelos, pois ocorre na presença de homens e mulheres com 
formas de vida distintas e experiências diversas.
- A experiência em grupo permite a aquisição de certas habilidades pois fornece oportunidades ao vivo.
- A atividade em grupo proporciona um meio protegido, o qual atua como intermediário entre a aprendizagem de certa habilidade e sua 
execução na prática real.
- Permite a reprodução similar de muitos encontros interpessoais favorecendo a consolidação e generalização das condutas treinadas em 
situação de grupo.
- Proporciona feedback imediato à conduta treinada, tanto dos facilitadores quanto do grupo.
- Oferece possibilidades de soluções às questões propostas, e assim o indivíduo pode decidir entre diferentes tipos de respostas sem ter que 
recorrer unicamente à que propõe o terapeuta, ou seja, maior número de modelos comportamentais.
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Alternativas de trabalho com habilidades sociais: 
individual e grupos
- Maior número de situações-problema e mais suporte para as suas soluções.
- O consenso do grupo sobre a eficácia de certa habilidade pode ajudar o terapeuta frente aos membros resistentes 
e/ou desqualificadores do tratamento.
- A atividade em grupo permite que a intencionalidade do vínculo com o terapeuta fique minimizada
- O treinamento em grupo permite a maximização dos recursos humanos e materiais.
DEFINIÇÃO DE TÉCNICAS E 
SISTEMATIZAÇÃO
◦ Técnicas são a sistematização de intervenções com vistas a determinados resultados diante de situações específicas
◦ As técnicas funcionam como antecedentes (regras e/ou modelos) para a classe de respostas do clínico de segui -las
(responder sob controle delas) e tentar produzir consequências iguais ou semelhantes àquelas por elas especificadas. 
◦ Por “sistematização” queremos dizer que a técnica possui: a) descrição suficientemente precisa e 
padronizada, de modo que possa servir para treino e aplicação por outrem, e b) resultados empiricamente 
comprovados a respeito de sua efetividade
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Intervenções sobre o comportamento operante baseadas em 
modificação do antecedente
Intervenções sobre o comportamento operante baseadas em 
modificação da consequência
◦ DRA: reforçamento diferencial de respostas alternativas, isto é, respostas diferentes daquelas que se pretende 
reduzir a frequência, mas que também produzam as suas mesmas consequências. 
◦ DRO: reforçamento diferencial de outras respostas, significa reforçar qualquer resposta do cliente que não 
aquela que se pretende extinguir. 
◦ DRI, reforçamento diferencial de respostas incompatíveis, significa que as respostas a serem reforçadas 
devem ser aquelas que são fisicamente impossíveis de serem emitidas concomitantemente às que se pretende 
extinguir
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Intervenções sobre o comportamento operante baseadas em 
modificação da resposta
◦ USO DA MODELAÇÃO: Consiste na relação entre um modelo antecedente e a resposta de observá -lo e imitá--
lo, o que, em geral, produz para o imitador consequências similares às do modelo.
◦ ROLE-PLAY: O role-play é uma técnica que corresponde ao uso da modelação, planejado e sinalizado pelo clínico. 
Neste uso, analista e cliente podem interpretar diversos papéis. O clínico pode, por exemplo, desempenhar o papel 
do cliente e solicitar que ele desempenhe o papel de seu chefe, colega, parceiro, etc., e, em seguida, trocar os papéis 
para observar e consequenciar o desempenho subsequente do cliente.

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