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1 Larissa B. Pereira. Eng. Florestal - UFRRJ SOLOS DO BRASIL INTRODUÇÃO: É um sistema hierárquico que possui agrupamentos, onde o primeiro nível categórico vai ter mais heterogeneidade embora vai ter que atender critérios específicos para serem enquadrado em tal ordem de solos, e a partir dessa ordem vamos ter a divisão em subordens, grande grupo e subgrupo, até o quarto nível categórico que é o definido no nosso sistema. É dito como morfogenéticos, uma vez que se utiliza propriedades morfológicas para fazer a classificação, ele também é aberto principalmente no quinto e no sexto nível categórico, ou seja, permite a entrada e saída de atributos diagnósticos A abrangência desse sistema é nacional, qualquer solo em território nacional será enquadrado em alguma classe. Não é possível usar o SiBCS para classificar solos como, por exemplo, de paisagem gelada. É possível classificar no campo até o 4° nível categórico. CLASSES DO SOLO ARGISSOLOS Eles vão apresentar uma propriedade chamada gradiente textural, ele indica o incremento de argila de baixa atividade no horizonte B (Bt), percebemos esse incremento através da razão do teor de argila em B sobe o teor de argila em A, que tem que atender alguns critérios. • Esse incremento pode ocorrer devido a translocação de argila do horizonte superficial para o horizonte subsuperficial e também por perda seletiva de argila no horizonte superficial., como isso acontece; • pode ter um escoamento do horizonte superficial removendo as argilas que estão dispersas no horizonte superficial, com isso vamos ter um incremento relativo de argila em B. A reserva de nutriente pode ser alta ou baixa, vai depender do material de origem. Em geral esse material é distrófico, ou seja, a saturação em bases é menor que 50% (solos ácidos). Mas pode ocorrer argissolos eutróficos também. A profundidade do solo é variável tendem a ter mais de um metro. São solos evoluídos, uma vez que mostram ocorrência desses processos pedogenéticos como a translocação e perdas dos horizontes superficiais. E em segundo nível categórico os argissolos são subdivididos (subordem) em função da coloração, podem apresentar cores acinzentadas, brunadas, vermelha, amarela e vermelho-amarelo. É a classe de segunda maior ocorrência no Brasil, é um solo fácil de manejar do ponto de vista físico, na grande maioria das vezes o problema desses solos é a fertilidade, na qual conseguimos corrigir com adubação. Eles podem ocorrer em topos de encostas, porém são típicos de áreas com encostas propriamente ditas vertentes = encostas CHERNOSSOLOS são diagnosticados e classificados pela presença de um horizonte superficial. Eles são classificados pela presença do horizonte A chernozêmico, é um horizonte escurecido, bem estruturado e rico em bases principalmente por Ca e Mg, que são fornecidos pelo material de origem, que podem ser rochas calcarias, carbonáticas ou mármore. Podem ocorrer em distintas condições de paisagem e drenagem, tendem a ser solos bem drenados. Também pode apresentar argilas de alta atividade, ocorre por exemplo, em regiões do nordeste. Eles também apresentam um teor considerado de matéria orgânica que vai fornecer a coloração escurecida do horizonte superficial, o teor não é tão alto quanto o horizonte hístico ou como o horizonte A húmico, porém são teores relativamente altos. Em segundo nível categórico eles são classificados em: Chernossolos Ebánico, são típicos das áreas do Rio Grande do Sul, sobre os derrames basálticos. Chernossolos Rêndzico; são menos profundos, possuem o horizonte A chernozêmico já assentado sobre um horizonte/camada CR ou sobre a própria rocha. Chernossolos Argilúvicos; pode ter a presença de um horizonte Bt, no entanto serão diagnosticados em função da presença do horizonte A chernozêmico. Chernossolo Háplico; não se enquadrou em nenhuma classe anterior. O ambiente de ocorrências do chernossolos podem ser distintos, tem concentração mais expressiva na Campanha Gaúcha (Ebânicos) aonde são apreciados para finalidade agrícolas. No restante do Brasil ocorrem relativamente dispersos (Argilúvicos) ou em pequenas concentrações no MS e RN (Rêndzicos). 2 Larissa B. Pereira. Eng. Florestal - UFRRJ ESPODOSSOLOS são solos minerais que depende de uma condição de sedimento quartzosos, ou seja, material de origem muito arenoso rico em quartzo, e apresentam um acumulo de material orgânico iluvial e/ou sesquióxidos no horizonte B. São solos muito ácidos com baixa reserva de nutrientes e eles ocorrem em ambientes muito restritos, como por exemplo, tabuleiro costeiros, planícies litorâneas, Amazônia (campinarana, apresenta material muito quartzoso o que facilita a translocação de M.O iluvial), campos de altitude e Pantanais Em segundo nível categórico quem vai dar o nome em questão de subordem vai ser qual é o tipo de horizonte subsuperficial, que pode ser: Bs – espodossolo ferrilúvico, BH – espodossolo humilúvico ou Bhs – ferrihumulúvico, quando se tem ambos complexados, tanto M.O quanto sesquióxido. Em termos de ambiente onde esses solos ocorrem temos exemplo de campos de altitude, Amazônia, tabuleiro costeiro e planície litorânea. GLEISSOLOS São solos muito abundantes no nosso país, eles estão intrínsecos em uma posição na paisagem, há uma condição de relevo que vai favorecer um ambiente redutor (onde há a transformação do Fe +2 com maior mobilidade dentro do perfil do solo), e isso vai carretar na coloração acinzentada e podem apresentar mosqueados, ou seja, pontuações mais cromadas, e isso vai indicar a flutuação do lençol freático formando precipitados quando o lençol baixa. A limitação de uso desse solo é a drenagem imperfeita ou até impedida. São solos alóctones que podem ter alta ou baixa fertilidade. Também podem apresentar argila de baixa atividade ou alta, mas em geral é de baixa atividade. Ocorrem em todas as regiões do país. Em nível de subordem temos os gleissolos melânicos, tem presença de carbono orgânico em um teor relativamente elevado nos horizontes superficiais. Gleissolos tiomórficos, não são muito comuns porque temos a influência alta da presença de enxofre que podem estar relacionadas a áreas de mangue., também podemos observar a presença de oxido jarosita, que é um precipitado de enxofre. Quando não atendem aos critérios para ser classificados como melânico ou tiomorficos, chamamos de gleissolos háplicos, que são os mais comuns de ocorrer no país. Os Gleissolos podem ocorrer próximos as drenagens ou posições de sopé (parte inferior mais próxima da encosta), onde a gente tenha influência do lençol freático. LATOSSOLOS São os solos mais comum no país, são solos muito evoluídos, ou seja, são solos antigos onde os processos pedogenéticos atuam a muito tempo. São profundos, muito bem drenados, são muito bem lixiviados, tendem a ser solos mais ácidos com baixa fertilidade natural, isso devido a lixiviação. O clima atua diretamente nesses solos fornecem água constantemente nesse sistema, uma vez que esses solos estão em posições de paisagem (topos de morro aplainados) onde permitem uma boa drenagem, a água que cai infiltra facilmente favorecendo o intemperismo químico beneficiando a lixiviação desses cátions solúveis. Não possuem gradiente textural. Possuem presença de horizonte B latossolico com mínimo de 50 cm de espessura. E em segundo nível categórico vão se diferenciar em função da coloração que é análoga aos argissolos. Latossolos brunos – possuem teor de M.O um pouco maior, pode estar relacionado a presença de material de origem rico em Fe e Mg, então são mais amarronzadas. Latossolos amarelos: o horizonte B é bem amarelado. Latossolos vermelho-amarelo e Latossolos vermelho: muito oxídicos, presença de hematita que tem alto poder pigmentante que vai daa coloração avermelhada. Todos os solos descritos acima são profundos e em geral muito homogêneos, então tende a observar transição de gradual a difusa. FATORES DE FORMAÇÃO: clima - são solos sazonais, ou seja, boa distribuição de água e uma posição relativa na paisagem ou boa infiltração, e tempo para transformação dos minerais primários em minerais secundários. Ocorrem amplamente no país, mas tendem a ocorrer em lugares de relevo mais suavizados. LUVISSOLOS Estão intrínsecos a uma condição de clima arrido, são solos ricos do ponto de vista de fertilidade, porém eles apresentam argila de alta atividade o que é um problema em questão de manejo por possuir pavimento desértico ao longo do perfil. Podem apresentar fendilhamento típico de ambiente com argila de alta 3 Larissa B. Pereira. Eng. Florestal - UFRRJ atividade, possui uma profundidade média já apresentando material de origem. Em segundo nível categórico podem ser classificados como Luvissolos crômico, que tem que atender uma questão de coloração, são cores muito vivas, possuem valores de croma muito alto. Luvissolos háplico, que são aqueles que não atendem critérios de cores para serem chamados de crômico. Ocorrem principalmente em condições de clima semiárido. NEOSSOLOS São solos menos evoluídos, eles não apresentam um horizonte diagnostico. São constituídos por um serie de camadas ou por um horizonte superficial assentado sobre rocha, ou sobre um horizonte CR, onde se observa uma baixa atuação de processos pedogenéticos. Tendem a ser solos rasos, principalmente os solos litólicos e regolíticos, porém podemos ter neossolos profundos, essa profundida não indica que ele é evoluído e sim que houve deposição de camadas diferentes. Essas camadas podem ter uma lata quantidade de minerais primários facilmente intemperizáveis ou ainda constituídos de camadas sobrepostas por influência fluvial. Em segundo nível categórico os neossolos são classificados em: Neossolo litólico: constituído por um horizonte superficial sobre rocha ou contato lítico fragmentário. Neossolos regolítico: são mais profundos que o lítico, vão até um metro de profundidade e muitas vezes está relacionado a um material transportado, muitas vezes pela gravidade (coluvial). Neossolos flúvicos: são constituídos por uma série de camadas depositadas pelo rio e apresentam como característica variação erráticas típica de solos flúvicos, ou seja, vou ter uma camada com maior teor de argila, depois vou ter outra com areia grossa, volto a ter argila com micas. Portanto vou ter uma variação que foi dado pelo material que foi depositado e não por expressão de processo pedogenéticos. Neossolos quartzarênico: possuem horizontes superficiais assentados sobre uma serie de camadas com alto teor de areia, Ocorrem em uma diversidade de ambientes, solos formados sobre dunas (quartzarênico), em terraços fluviais onde se em o rio como responsável pelo deposito desse material. NITOSSOLOS Vão apresentar como característica intrínseca a presença da cerosidade notável, são solos profundos e bem drenados, são bem estruturados com alto teor de argila, não vão apresentar gradiente textural. A cerosidade notável vai indicar o processo de translocação e depositada em um horizonte subsuperficial. Em função do alto teor de argila pode apresentar a superfícies de compressão de caráter retrátil, não é muito comum, mas pode apresentar. Possuem baixa saturação em bases, então eles têm caráter distrófico e coloração avermelhada ou brunada. Em segundo nível categórico temos os nitossolos vermelhos, é possível notar a cerosidade. • Nitossolos brunos: são mais amarronzados e possui um teor maior de matéria orgânica. • Nitossolo hápicos: são aqueles que não atende nenhum critério das outras classes. O ambiente de ocorrência desses solos está relacionado ao material de origem que vai fornecer esse teor alto de argila, minerais ferro-magnesiano. ORGANOSSOLOS Apresenta horizonte hístico que é formado pelo acumulo de material orgânico e nesse caso não se observa propriedades morfológicas típicas de horizontes minerais como textura, nesse caso vamos observar os estágios de decomposição desse material orgânico depositado e são classificados como fíbrico, hémico ou sáprico em função da condição de decomposição. Podem ocorrer em ambiente de drenagem restrita, onde vai se ter a formação do horizonte H ou em ambiente altimontanos, onde se tem a temperatura sendo responsável por inibir a decomposição desse material orgânico, nesse caso temos a formação do horizonte O. São solos em geral ácidos com alta CTC conferida pela matéria orgânica e com baixa saturação por bases. Em segundo nível categórico são classificados como: Organossolos Fólicos: são aqueles que apresentam horizonte O hístico, típicos de ambientes de altimontanos. Organossolos tiomórficos: apresentam pH muito baixo e estão relacionados em condições de mangues, não são muito comuns. Organossolos háplicos: aqueles que não se enquadram como fólicos ou tiomórfico. Ambiente de ocorrência de organossolos háplico são as planícies alagadas, tem uma planície colúvio aluvionar e que apresenta um lençol freático elevado em grande parte do ano e que é 4 Larissa B. Pereira. Eng. Florestal - UFRRJ responsável redução da aeração, ou seja, um excesso de água acarretando um acumulo do M.O. PLANOSSOLOS Possuem horizonte Bt, tem um acumulo de argila em subsuperfície, porém esse acumulo de argila é denotado não por um gradiente textural, mas por uma mudança textural abrupta, dobra a quantidade de argila no B em relação ao horizonte antecedente. É comum a ocorrência do horizonte E eluvial, que vai favorecer a translocação da argila, porém quando chega no topo do horizonte Bt tem uma permeabilidade muito lenta, o que pode levar a formação de um lençol freático suspenso em épocas chuvosas do ano. Possuem uma fertilidade natural variável, pode ser alóctones. No segundo nível categórico podem ser classificados como: planossolos nátrico: que possuem estrutura colunar. Planossolos háplicos: são solos que não se enquadram na classe anterior, são bem comuns e possuem horizonte A, sobre o horizonte B com um horizonte B plânico Ambiente com caráter sódico imediatamente abaixo de um horizonte A ou E, não vai ser qualquer vegetação que vai habitar esse solo, só plantas halófilas que vão ter afinidade com sais. PLINTOSSOLOS São solos sazonais onde o clima e o tempo estão atuando na formação desses solos, processos principalmente de transformação, uma vez que eles têm como característica a presença de concreções ferruginosas que chamamos de plintitas e que podem até ser chamada de petroplintita quando está em estágio irreversível, ou seja quase uma pedra formada por sucessivos ciclos de umedecimento e secagem onde o ferro muda de Fe +2 para Fe +3, até formar as concreções. Em geral, eles têm mineralogia de argila de baixa atividade com baixa saturação de bases. São imperfeitamente ou mal drenados. Blocos de laterita (petropentita) eram usados em construção, justamente por apresentar efeito por excesso de umidade pela restrição da percolação da água, ela não infiltra facilmente. Em geral, tem cores pálidas, porém pela presença da plintita tem coloração avermelhado (coloração variegada). Em segundo nível categórico são classificados como: Plintossolo pétrico: solo formado por pedrinhas de ferro, não é de fácil de se manejar e a água não entra. Plintossolos argilúvicos.: o horizonte plintido é coincidente com o horizonte textural. Plintossolos háplicos: não possuem critérios para ser enquadrado nas classes anteriores. Em ambientes de ocorrência podem formar inselbergs, que são morros testemunhos onde se tem no topo do morro cangas lateríticas segurando a decomposição (evolução) desse morro,ou seja, temos uma erosão diferencial onde o material mais friável já foi decomposto e justamente as cangas ferruginosas não são facilmente intemperizadas, na verdade são resíduos do intemperismo. VERTISSOLOS São solos que possuem como características marcantes propriedades vérticas, que são presença de fendilhamentos, rachadura ou superfícies de fricção (slickensides). Podem apresentar um micro relevo gilgai. Possuem um alto teor de argila combinados com argilas de alta atividade, são solos com muita dificuldade de manuseio porque esss argilas se expandem quando expostas a umidade e retraem quando exposta ao calor (condições de seca). Devido essas expansividades elas possuem variação de volume. Possuem textura argilosa ou muito argilosa, também podem ser profundos ou pouco profundos. Em geral, a coloração é escurecida, amareladas, acinzentadas ou avermelhadas. E tem elevada saturação de bases. Em segundo nível categórico são classificados como: Vertissolos hidromórficos: são solos com horizontes glei com cores acinzentadas. Vertissolos háplico: são solos que não se enquadram na classe anterior Em questão do ambiente de ocorrência pode apresentar micro relevos (gilgai), ou seja, apresenta ondulações na superfície devido as argilas expansivas, tendem a ocorrer em áreas do nordeste, material de origem muito argiloso. CAMBIOSSOLOS podem ocorrer em distintos pontos da paisagem ainda em formação, existe a presença do horizonte diagnostico e é isso que diferencia eles do neossolos., no caso o horizonte diagnostico é o B incipiente, que podem ocorrer a baixa de qualquer horizonte superficial exceto horizonte hístico ou horizonte chernozêmico. Devido a essa diversidade de ambiente que ainda estão se formando temos uma heterogeneidade em relação aos fatores de formação, pode ocorrer em sobre 5 Larissa B. Pereira. Eng. Florestal - UFRRJ diversos materiais de origem, diversas posições na paisagem e diversos climas, ou seja, qualquer ambiente pode hospedar os cambissolos Em segundo nível categórico são classificados como: Cambissolo flúvicos: apresentam camadas depositadas por material fluvial podem ter variação erratica. Cambissolo húmico: apresenta B incipiente e de um horizonte A húmico, maior teor de M.O Cambissolos hísticos: tem uma condição de temperatura que vai favorecer o acumulo de M.O com menos de 40cm de profundidade de horizonte hístico. Cambissolo háplico: solos que não se enquadram nas classes anteriores. Acontece em qualquer parte da paisagem Horizonte Bi de espessura maior ou igual a 10 cm que não atingiram o grau de desenvolvimento pedogenético suficiente expresso pelos atributos morfológicos para serem enquadrados nas demais classes do SiBCS. Ocorrem principalmente em regiões montanhosas e serranas. POTENCIAL DE SOLOS Existem solos como latossolos e argissolos que são muito bons para manejo, são solos profundos, um problema geral desses solos é do ponto de vista de fertilidade e não físico. São os solos com grande potencial agrícola. Já os chernossolos, vertissolos e organossolos que são de difícil manuseio. Do ponto de vista de recurso solo temos um potencial agrícola grande.
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