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1 Larissa B. Pereira. Eng. Florestal - UFRRJ DENSIDADE DO SOLO INTRODUÇÃO: O tecido do solo é um conjunto formado pelo material solido do solo e o espaço poroso associado. Nesse material solido temos 4% de material orgânico e os outros 46% é material mineral e o outro 50% é divido meio a meio pelo espaço poroso, 25% de água e 25% de ar (condição ideal do espaço poroso). Esse tecido do solo é composto em parte por material do solo, o esqueleto e o plasma que constitui a parte pouco porosa e pouco permeável do solo. No outro espaço poroso vamos ter os poros, nessa parte vamos ter material muito poroso e muito permeável. O tecido quando observado através de uma micromorfologia, definimos o esqueleto como areia fina e grossa; o plasma é a parte mineral e orgânica e o espaço poroso são os microporos. Em termos de massa e de volume do solo, temos que cada um dos componentes (ar, água e sólido) vão ocupar um espaço no sólido. RELAÇÃO DE VOLUME: RELAÇÃO DE MASSA: Tendo em mãos os valores de cada um, ou seja, de massa e volume, podemos então calcular a densidade D= M / V Para uma mesma massa de solo, quando o volume for diminuindo a densidade desse solo vai aumentar. DENSIDADE DAS PARTÍCULAS A densidade das partículas, também conhecida como densidade real, vai nos indicar qual é a massa das partículas do solo que estão ocupando determinado volume. Densidade das partículas ≠ densidade do solo A densidade das partículas é a massa do solo seco em estufa e determinamos o volume desse solido seco. Dp= Ms/Vs Onde: 2 Larissa B. Pereira. Eng. Florestal - UFRRJ Ms – massa seca Vs – volume de sólidos Kg/m3 ou g/cm3 A densidade das partículas é um atributo físico muito estável, porque ela é calculada em função da matéria sólida, ou seja, a depende das proporções relativas das frações mineral e orgânica, assim como depende da composição mineralógica do solo (silte, areia e argila). A Dp é importante porque permite calcular sedimentação de partículas na análise da textura do solo e também permite calcular a porosidade total do solo. As partículas dos solos do Brasil já foram previamente calculadas Olhando para essas densidades podemos concluir que os solos que tiverem maior proporção de partículas densas será solos com maior densidade. E aqueles solos que tem quantidade de M.O superior serão solos menos densos. Solos em que tenha uma incorporação mais efetiva e eficiente de matéria orgânica fara com que esteja colocando partículas menos densas, portanto estaremos modificando a densidade do solo e não das outras partículas, porque é um atributo estável Por exemplo, em um solo do tipo latossolo vermelho férrico dá pra entender que esse solo tem um alto teor de ferro em sua composição, e isso lhe confere uma elevada densidade de partículas devido a presença da hematita (4900-5300 kg/m3) isso quando comparado a um solo que tenha o horizonte A húmico, significa que tem alto teor de matéria orgânica e isso lhe confere uma menor densidade das partículas (900-1400 kg/m3). CONSIDERAÇÕES DAS PARTÍCULAS: • Os valores médios de variação de densidade das partículas nos solos está em torno de 2,3 a 2,9 g/cm³ (solos brasileiros); • De maneira geral, para efeito de cálculo, adota-se o valor de 2,65 g/cm3 como um valor médio mais provável (utilizado em qualquer cálculo) • Esse valor se deve ao fato de que os constituintes minerais predominantes nos solos são quartzo, os feldspatos e os silicatos de alumínio coloidais, cuja densidade está em volta de 2,65 g/cm3 • O conteúdo de matéria orgânica do solo interfere de forma marcante, principalmente nas camadas superficiais • Solos com constituição orgânica apresentam densidades bastantes inferiores aos minerais, porque as partículas orgânicas são de natureza menos densa, rica em poros em sua estrutura e retém água • Os valores comumente encontrados para a densidade da M.O estão na faixa de 0,6 a 1,0 g/cm3 DENSIDADE DO SOLO É a relação da massa do solo seco em estufa, porém dividido pelo volume total do sólido, ou seja, levaremos em conta o volume do solido e o volume dos poros. Dp= Ms/Vt Onde: Ms- massa do solo Vt- volume total do solo (poros + sólidos) 1. A densidade do solo reflete o arranjo das partículas do solo, que por sua vez define as características do sistema poroso do solo; 2. A densidade do solo é um atributo de fácil alteração, por possuir uma relação direta com a estrutura, a qual é facilmente alterada em função do manejo do solo por que perdemos com facilidade água, ar, partículas e material orgânico do solo; FATORES QUE INFLUENCIAM NA DS • Textura do solo – Nas camadas superficiais solos argilosos e franco-argilosos, geralmente possuem menor densidade em relação aos arenosos. Isso ocorre porque solos argilosos tendem a ter maior superfície especifica, retém mais matéria orgânica, retém mais água. 3 Larissa B. Pereira. Eng. Florestal - UFRRJ • Profundidade do perfil do solo – a densidade do solo tende a aumentar à medida que aumenta a profundidade do solo, porque ocorre uma redução acentuada de matéria orgânica, água, menor agregação, menos raízes; • Práticas de manejo do solo – o manejo e o uso inadequado do solo com mecanização fora da umidade adequada (friabilidade ou ponto de sazão do solo) causam a compactação do solo, reduzindo a infiltração da água, as trocas gasosas e o crescimento das raízes. COMPACTAÇÃO E ADENSAMENTO DO SOLO São conceitos que tem origens diferentes, mas que um se relaciona com o outro. Compactação do solo tem a ver com o uso inadequado do solo, resultante do uso intensivo do solo. Está relacionado diretamente com o homem. O adensamento do solo já é um processo pedogenético, ou seja, é m processo que ocorre naturalmente. A compactação do solo é definida como o efeito da compressão do solo, a partir de forças mecânicas, causando um decréscimo no volume do solo ocupado pelos poros, com consequente aumento da densidade do solo. É importante evitar a compactação do solo porque o aumento da densidade do solo também aumenta a resistência da penetração das raízes das plantas, por exemplo, reduz a porosidade, reduz a infiltração (a permeabilidade) e, portanto, reduz a disponibilidade de nutrientes e água para as plantas. Em termos agronômicos é um solo que tem problemas com o desenvolvimento das culturas. Podemos minimizar os problemas com a compactação do solo preparando o solo com umidade adequada, utilizar pneus mais largos para distribuir melhor compressão, aumentar a quantidade de matéria orgânica no solo o que contribui com a retenção de água, e adotar a rotação de culturas alternando plantas que possuem o sistema radicular raso. com plantas que possuem radicular profundos. Valores de densidade do solo considerado adequados para solos agrícolas entre 0,8 a 1,6 g/cm3 são considerados adequados, porém 1,2 a 1,4 g/cm3 são ditos ideais. Agora solos com valores superiores a 1,7g/cm3 são solos com tendência a serem mais denso e, portanto, com tendência a compactação. VOLUME TOTAL DE POROS O cálculo do volume total de poros vai nos dizer quanto de espaço vazio temos no solo, quanto desse solos não está ocupado por essa parte material (fração orgânica e inorgânica). Os valores da porosidade geralmente variam entre 0,3 a 0,6 (30% a 60%) sendo essa uma medida sem dimensão. E vamos ter dois tipos de poros: os macroporos e os microporos. Os microporos são responsáveis pela retenção e armazenamento de água e os macroporos são responsáveis pela infiltração, drenagem de água e pela aeração. O ideal é que a proporção de ambos sejam a mesma, equilibrada. Quando há uma maior quantidade de microporo haverá uma maior retenção de água, logo o solo pode tender a ter alagamentos. E quando se tem muito macroporo tem-sea ter solos com muita drenagem, o solo pode tender a erosão hídrica. Logo solos muito argilosos são solos com grande quantidade de microporos, porque são solos que retém muita água. E solos arenosos são solos com muito macroporo acarretando em uma alta drenagem. P.total % = 100% - (Ds/Dpx100) Se não tivermos informação alguma sobre a densidade de suas partículas. Presumimos que ele seja aproximadamente igual a dos minerais silicatados 2,65 g/cm3 Porosidade inferior a 10% pode ser prejudicial para a produção agrícola.