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ECONOMIA - Aula 1 - Inrtrodução

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FUNDAMENTOS 
• O conceito de economia política teve as suas primeiras 
teorias introduzidas em 1615, por Antoine de Montchrétien, 
para explicar as relações de produção da época. 
• Este conceito foi aprimorado por Adam Smith, que utilizou 
a economia política para comprovar a teoria do valor – 
trabalho como fonte de riqueza da sociedade, se contra-
pondo aos pressupostos mercantilistas e fisiocratas abor-
dados até então. 
• Atualmente, a economia política indica como as institui-
ções e os preceitos políticos influenciam no comporta-
mento do mercado. 
 PRINCÍPIOS ECONÔMICOS 
• Princípios individuais: 
→ Enfrentando tradeoffs: expressão que retrata uma situ-
ação onde há uma alternativa conflitante. A tomada de 
decisões, a busca por eficiência e a equidade dentro do 
ambiente econômico requer sacrifícios, isto é, se escolhe 
um determinado objetivo em detrimento do outro. É 
como um casal decidindo a maneira que vai utilizar a 
sua renda: bens de consumo ou poupança 
→ Custo de oportunidade: conforme as pessoas enfren-
tam tradeoffs, elas estabelecem uma comparação das 
vantagens e custos ao realizar uma determinada esco-
lha. Neste contexto, o conceito de custo de oportunidade, 
segundo Mankiw, é tudo aquilo que o indivíduo abre mão 
para obter algo que julga ser mais importante. 
→ Pensando na margem: ajustes incrementais adotados 
num projeto em execução, definidos também como mu-
danças marginais 
→ Reação à incentivos: sabendo que as decisões são to-
madas levando em consideração os custos e benefícios, 
é compreensível que as decisões mudem junto com o 
cenário. Por exemplo, quando um produto sofre um au-
mento no seu preço, os consumidores são incentivados 
a procurar por outros produtos mais baratos. 
• Princípios coletivos: 
→ Manter negócios em comum: De acordo com Mankiw, a 
comercialização permite que cada nação se especialize 
naquilo que faz de melhor e desfrute da diversidade dos 
bens e serviços oferecidos pelos outros. 
→ Organização da economia por meio dos mercados: ao 
longo da história, mudanças econômicas foram ocor-
rendo e as economias de mercado passaram a decidir 
a produção, enquanto as famílias determinam o con-
sumo. 
→ Interferência do governo nos mercados: mesmo com a 
importância do mercado para o funcionamento da eco-
nomia, não é viável desprezar a presença do governo, 
que atua para protegê-lo, promovendo a eficiência das 
atividades econômicas. 
• Princípios do funcionamento da economia 
→ Capacidade de produção e padrão de vida: os indiví-
duos que moram em países desenvolvidos têm à sua 
disposição uma quantidade de bens e serviços mais 
ampla e diversificada em relação aos países emergen-
tes. 
→ Emissão de moedas: Quando a economia passa por um 
período de aumento generalizado dos níveis de preço, 
este fenômeno é denominado inflação. Um dos princi-
pais vilões do aumento é a elevação da quantidade de 
moeda emitida por um governo, por meio da sua política 
monetária. 
→ Tradeoff entre inflação e desemprego: com o aumento 
da inflação, outro efeito percebido na economia é o de-
semprego. A curva de Phillips afirma que esta ligação 
entre inflação e desemprego decorre do fato de que, 
quanto maior a taxa de desemprego, menos renda é 
gerada na economia, seja porque menos empregos são 
criados, seja porque os empregos criados pagam me-
nores salários. O resultado é uma menor demanda por 
bens e serviços. Quanto menor a demanda, menor o po-
der das empresas de aumentar os preços e maior a 
competição entre as empresas pelos consumidores re-
manescentes, o que aumenta o incentivo para que elas 
reduzam seus preços para aumentar a demanda por 
seus produtos. 
 
economia 
unidade 1 
 
 
FUNCIONAMENTO DOS MERCADOS 
• O mercado é definido como a interação entre os fornece-
dores e consumidores de um serviço ou bem. 
→ Fornecedor: empresa responsável por produzir e ofertar 
a maioria dos bens e serviços produzidos na economia 
→ Consumidor: são os que demandam e compram bens 
e serviços. 
→ Demanda: demanda é a quantidade de bens e serviços 
ao qual os consumidores estão dispostos e são capazes 
de conseguir a cada nível de preço 
• Lei geral da procura: quando o preço do produto diminui, 
aumenta a quantidade demandada e vice-versa, man-
tendo constantes as outras variáveis (ceteris paribus). 
• Efeito renda: considera a hipótese de que, se a renda per-
manecer sem alterações e o preço do produto se elevar, 
os consumidores podem demandar uma quantidade 
menor de produtos, já que o poder aquisitivo foi reduzido 
• Lei geral da oferta: quando o preço de um determinado 
bem ou serviço se eleva, a sua produção e comercializa-
ção se torna mais lucrativa, o que incentiva os produtores 
a ofertar uma quantidade maior deste produto (ceteris 
paribus). 
• Ao passo que decisões dos consumidores e produtores 
são tomadas, tomando como base os respectivos planos 
de consumo e produção, fica mais evidente qual o preço 
e a quantidade de bens ou serviços que equilibram o 
mercado, ao mesmo tempo que se promove uma com-
preensão das situações em que o equilíbrio é alterado. O 
ponto de equilíbrio vai ser encontrado no momento em 
que as curvas de demanda e oferta se interceptarem. 
 
 
RELAÇÃO DO DIREITO COM O MERCADO 
• É preciso cuidar dos agentes das relações de consumo, 
respeitando os diretos do consumidor diante das obri-
gações do fornecedor dos bens e serviços, conforme se 
visualiza no Código de Defesa do Consumidor. 
• O pensamento liberal, defendido pelo economista Adam 
Smith, tem a figura do estado como nociva e a sua in-
tervenção deve ser a mínima possível, pois as empresas 
e os indivíduos são capazes de resolver os problemas 
econômicos básicos. 
• Além das externalidades, o poder do monopólio e as fa-
lhas de informação dificultam a tomada de decisão as-
sertiva quando o mercado exigir. Sendo assim, cabe ao 
estado proteger os consumidores por meio da regula-
mentação de comercialização ou de normas jurídicas ca-
pazes de sanar as falhas. 
• A constituição serviu de base, por exemplo, para a criação 
do Sistema Brasileiro de Defesa Econômica (SBDC), com 
a Lei 8.884/94, além do Conselho Administrativo de De-
fesa Econômica (CADE), subordinado ao SBDC e transfor-
mado em autarquia a partir de 1994, cuja função é fisca-
lizar e apurar possíveis abusos de poder econômico. 
ESTRUTURA JURÍDICA DAS POLÍTICAS MACROECONÔMICA 
• No Brasil, a União é o ente federal responsável pela im-
plantação das políticas monetárias, cambiais, de crédito, 
dentre outros. 
• No que se refere à política fiscal, que trata da arrecada-
ção e das despesas públicas, cabe às três esferas (fede-
ral, estadual e municipal) a função de executá-la, ca-
bendo à Constituição delimitar o poder de tributação de 
cada ente federativo 
• O governo exerce um papel fundamental no que se refere 
à criação de emprego, produção e renda. Para tanto, ele 
realiza despesas por meio de investimentos em infraes-
trutura capazes de elevar significativamente a demanda 
agregada por bens e serviços. 
• Demanda por bens: Z = C + I + G+ X – IM (1) 
→ Z = demanda por bens; 
→ C = consumo; 
→ I = investimentos; 
→ G = gastos do governo; 
→ X = exportações; 
→ IM = importações. 
• Regulação econômica é uma área que concentra os seus 
estudos na forma como o sistema econômico funciona, 
considerando a regularidade dos preços e da quantida-
des de fato geradas, disponibilizadas e demandadas por 
meio da interação entre os agentes econômicos 
→ Visão normativa: se caracteriza pela possibilidade da 
autoridade governamental utilizar o poder coercitivo, 
adotando uma diversidade de instrumentos de controle 
direcionados aos agentes privados e apresentando um 
nível elevado de delegação de autoridade de forma dis-
cricionária e normativa; essa economia oferece reco-
mendações sobre como poderia melhorar de acordo 
com critérios subjetivos 
→ Visão positiva: a regulação tem a intenção de se con-
trapor aos grupos monopolizadores que agem paraele-
var as suas rendas de forma maximizada. A regulação 
é essencial porque os grupos podem se utilizar, de ma-
neira ilegal, das prerrogativas do poder de coerção para 
distribuir a renda a seu favor. Essa economia tenta des-
crever a realidade 
• As ações de um Judiciário e de instituições regulatórias 
estruturadas asseguram o cumprimento de contratos 
dentro de um ambiente econômico, garantindo o direito 
de propriedade. 
PAPEL DO ESTADO NO BEM-ESTAR SOCIAL 
• O estado do bem-estar social (welfare state) serve para 
definir sua função assistencial como um estado que ga-
ranta aos indivíduos padrões de saúde e educação, entre 
outros aspectos. 
• Diferença entre estado de bem-estar e estado liberal 
→ Relação do estado com a economia 
Intervencionismo Não intervencionismo 
Relações de trabalho e co-
merciais sujeitas a regula-
ção 
Livre mercado e autorre-
gulação 
Direitos sociais promovidos 
pelo estado 
Livre concorrência 
→ Relações trabalhistas 
Acordos firmados com 
base na legislação traba-
lhista 
Acordos firmados com 
base na relação entre 
empresa e trabalhador 
Garantia de jornada má-
xima de trabalho e salário 
mínimo 
Não há garantias traba-
lhistas 
Processos mais burocráti-
cos e encargos trabalhistas 
Processos menos buro-
cráticos e menor nível de 
gastos 
 
PANORAMA DA ECONOMIA BRASILEIRA 
 
• Crescimento está relacionado ao aumento de uma uni-
dade econômica, de forma sustentada, durante um ou di-
versos períodos 
• Desenvolvimento econômico traz um conceito mais 
abrangente em relação ao crescimento, por tratar de 
questões relacionadas à qualidade de vida de uma soci-
edade, como a educação. 
• O Brasil apresenta uma limitação estrutural que abrange 
de um sistema tributário não funcional a índices baixos de 
qualificação de capital humano e educação. Outra bar-
reira significativa está nas finanças públicas. 
• Superávit primário ocorre quando o cálculo das receitas e 
despesas governamentais geram um resultado positivo, 
exceto os gastos realizados com o pagamento dos juros. 
• Já o déficit em transações correntes ocorre no momento 
em que a balança comercial e serviços são somadas às 
transferências unilaterais, que ocorrem no balanço de pa-
gamentos e isto resulta num valor negativo. 
GARGALOS ESTRUTURAIS E DESAFIOS ECONÔMICOS 
• O panorama da economia brasileira indica a existência de 
uma série de ações capazes de elevar a nossa capaci-
dade de produtividade. Todavia, existem barreiras 
estruturais que impedem o crescimento econômico de 
maneira mais consistente. 
→ O nível de abertura comercial do Brasil indica um mer-
cado ainda muito fechado com o restante do mundo. 
→ Um segundo ponto de estrangulamento está ligado à 
dificuldade que o Brasil enfrenta para criar um ambi-
ente de negócios de qualidade. 
→ O nível da infraestrutura brasileira e o baixo investi-
mento é mais uma barreira impeditiva do crescimento 
econômico, sendo um setor muito deficitário, interfe-
rindo negativamente no custo de transportes, limi-
tando a produtividade da economia. 
→ O capital humano é mais um gargalo econômico do 
Brasil, dado o baixo nível educacional da população. 
• A situação inflacionária atual está mais estabilizada, 
mas outras questões passaram a ser debatidas com 
ênfase, como a questão fiscal, vista como um desafio 
devido ao seu agravamento, indicando sucessíveis dé-
ficits primários. 
ECONOMIA POLÍTICA BRASILEIRA 
• O pensamento nacional desenvolvimentista trouxe uma 
interpretação sobre a importância do capitalismo in-
dustrial e como seria o caminho para a transição da 
economia cafeeira para a industrial. 
• Uma outra corrente de interpretação, mais ligada aos 
intelectuais do Partido Comunista Brasileiro (PCB), de-
sejava implantar uma ideia marxista no panorama bra-
sileiro. 
→ Essa corrente de pensamento serviu de base para o 
surgimento do modelo democrático burguês. 
NACIONAL-DESENVOLVIMENTISMO 
 
• O movimento nacional desenvolvimentista influenciou o 
pensamento econômico latino-americano entre os anos 
1940 e 1950 graças à corrente keynesiana, em oposição 
ao liberalismo neoclássico 
→ A ideia era transformar as economias periféricas em 
nações mais desenvolvidas através da participação 
do estado no planejamento global facilitando o desen-
volvimento da indústria nacional. 
→ É notório que tais ideias surgiram para confrontar o li-
beralismo oligárquico agroexportador da época atra-
vés da expansão urbano industrial pautadas no su-
porte estatal, o que mostrava um novo perfil econô-
mico da sociedade brasileira. 
• O CEPAL, modelo cepalino colaborou para a formação 
das diretrizes da Comissão Mista Brasil – Estados Unidos, 
base para as metas do governo de Juscelino Kubitschek. 
→ O principal objetivo era explicar o atraso da América 
Latina em relação aos países desenvolvidos baseado 
nas diferenças estruturais e nas transações comerciais 
exploratórias entre estes países. 
• A CEPAL, apontou algumas soluções baseadas em três 
pilares: 
→ Industrialização: defendia a ideia de desenvolvimento 
industrial para o mercado interno, aliado à implemen-
tação de uma reforma agrária e uma alocação de re-
cursos que garantisse um determinado nível de pro-
dutividade. 
→ Intervenção Estatal: o Estado assume a condição de 
agente principal da economia, responsável por pro-
mover uma infraestrutura para a expansão industrial e 
o direcionamento dos recursos internos. 
→ Nacionalismo: o processo de industrialização passa a 
ser nacionalizado, pois visa substituir as importações 
custosas, primeiro buscando o capital estrangeiro 
para incentivar o setor e, posteriormente, se desenvol-
vendo de maneira autônoma. 
• Sob o olhar social, o pensamento cepalino não teorizou 
nem resolveu as desigualdades sociais e a concentra-
ção de renda, presentes até os dias atuais. 
SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES 
• Celso Furtado indicava o assalariamento da mão de obra 
como o gerador de uma demanda por bens de consumo 
interno. 
→ Diante desse cenário, havia um pensamento de que 
era preciso desenvolver a indústria local e direcioná-la 
para o consumo interno, o que substituiria as importa-
ções. 
• Ignácio Rangel indicava que o problema econômico bra-
sileiro, não estava no assalariamento da mão de obra, 
mas na estrutura exploratória capitalista aliada a um am-
biente de alta inflacionária, que encarecia os preços dos 
produtos internos e estagnava o mercado consumidor. 
• Bresser Pereira, que afirmava que o modelo de expansão 
industrial local colaborou para ascensão da classe média 
brasileira. 
MARXISMO BRASILEIRO E DEMOCRACIA BURGUESA 
• O pensamento marxista, formado pela esquerda, colabo-
rou de maneira significativa para formação da economia 
política brasileira e surgiu como uma crítica à teoria de-
senvolvimentista. 
• O Brasil se estruturava numa economia praticamente feu-
dal e imperialista, atendendo apenas ao mercado externo. 
• O socialismo só seria alcançado caso houvesse, de ime-
diato, uma revolução democrático-burguesa no Brasil, 
capaz de desenvolver o capitalismo e criar um terreno po-
lítico e econômico propício para futuramente inserir as 
práticas socialistas. 
• O modelo democrático burguês teve sua ascensão ao 
longo dos anos 1950 disputando, junto com o modelo de 
substituição de importações, a preferência entre os pro-
gressistas brasileiros 
• Por volta dos anos 1960, outro setor da esquerda brasileira 
mais alinhado ao pensamento de Trotsky, criticava a ideia 
de revolução democrático–burguesa. 
→ Refutava a ideia de que o Brasil adotou um modelo feu-
dal ao longo da sua história, e sim que estabeleceu 
uma prática capitalista retardatária criando relações 
de produção baseadas em subdesenvolvimento estru-
tural. 
→ A revolução socialista deveria ser implantada de forma 
imediata, descartando a ideia de transição gradual de-
fendida pelo modelo democrático-burguês. 
• O modelo democrático-burguês não conseguiu atingir 
êxito na economia brasileira, 
SUBDESENVOLVIMENTO CAPITALISTA• Uma das formas de explicar o nível de subdesenvolvi-
mento de um paÍs, segundo Paul Baran, é por meio do ex-
cedente econômico (diferença entre a produtividade e o 
consumo da sociedade de um país), que permite uma 
avaliação mais abrangente das limitações e possibilida-
des de um país se desenvolver. 
• Cio Prado Junior foi um teórico importante para explicar o 
modelo de subdesenvolvimento capitalista, diferente do 
que a maioria dos teóricos deste modelo defendia, ele não 
concordava com a ideia de que uma revolução socialista 
era uma alternativa viável para sociedade brasileira.

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