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ATOS DOS APÃSTOLOS 30 ANOS QUE MUDARAM O MUNDO

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ADULTOSsérieNovoTestamento
ESCOLA BÍBLICA - GRUPOS PEQUENOS - ESTUDOS BÍBLICOS
A tos
OSTOLOS
30 anos que mudaram o mundo
A tos dosOSTOLOS
30 anos que mudaram o mundo
Copyright © 2006, 
Editora Cristã Evangélica
15a reimpressão, 2014
Todos os direitos nacionais e internacionais desta 
edição reservados.
Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada 
ou reproduzida - em qualquer meio ou forma, 
seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação, 
etc. - nem apropriada ou estocada em sistema 
de banco de dados, sem a expressa autoriza­
ção da Editora Cristã Evangélica (lei n° 9.610 
de 19/02/1998), salvo em breves citações, com 
indicação da fonte.
As citações bíblicas foram extraídas da versão 
Almeida Revista e Atualizada (ARA), 2a edição 
(Sociedade Bíblica do Brasil), exceto indicações 
de outras versões.
Editora filiada à
Associação de Editores Cristãos
Cm Evangélica
Rua Goiânia, 294 - Parque Industrial 
12235-625 São José dos Campos-SP 
comercial@editoracristaevangelica.com.br 
www.editoracristaevangelica.com.br 
Telefax: (12) 3202-1700
mailto:comercial@editoracristaevangelica.com.br
http://www.editoracristaevangelica.com.br
PÓSTOLOS
30 anos que mudaram o mundo
dos
É difícil imaginar a Bíblia sem o livro de Atos. Temos quatro relatos da vida e 
ministério de Jesus, mas só uma da igreja primitiva. Por causa disso, este livro ocupa 
um lugar indispensável no cânon bíblico.
O livro de Atos é um desafio para nossa igreja! Quando comparamos nossa visão, 
dedicação, entusiasmo, confiança e poder do século 21, com os da igreja do primeiro 
século, reconhecemos que temos falhado. No livro de Atos, vemos uma igreja perse­
guida constantemente, mas que crescia de maneira impressionante. Como é verdadeira 
a famosa afirmação: “O sangue dos mártires é a semente da igreja” !
Há um segredo para esse fantástico crescimento da igreja nos primeiros trinta 
anos - anos que mudaram o mundo? Sim, a igreja de Cristo foi totalmente dominada 
pelo poder do Espírito Santo, que a impulsionou e capacitou para testemunhar. Por 
causa disso, muitos comentaristas entendem que o nome mais adequado para o livro 
seria: Os Atos do Espírito Santo por meio dos Apóstolos.
Devemos ter cuidado de não romantizar a igreja primitiva como se fosse uma 
igreja sem falhas. Foi uma igreja com problemas - rivalidades, divisões, hipocrisias, 
heresias e imoralidades! Nestas lições, veremos como muitos desses problemas foram 
enfrentados, tratados e resolvidos.
W. Graham Scroggie comenta: “O sentido do livro não é tanto biográfico ou 
histórico, mas espiritual, e seu propósito dominante é relatar o que o Senhor ressur- 
reto fez por muitos servos em muitos lugares em benefício de muita gente, pelo Seu 
Espírito.... Não há nenhuma conclusão formal do livro, que fica aberto e incompleto, 
porque a grande obra começada não terminou com a prisão de Paulo. Ainda con­
tinua, e durante todos os tempos o Cristo glorificado nunca tem cessado de operar 
por meio dos Seus remidos”.
Atos, John R.W. Stott, ABU Editora. Vale a pena adquirir um exemplar nas melhores livrarias, ou diretamente 
com a Editora Cristã Evangélica.
John D. Barnett
O comentário básico usado pela maioria dos escritores destas lições é o excelente livro A Mensagem ie
índice
Trinta anos que 
mudaram o mondo
À espera 
do poder
A chegada 
do p o d er....
O início da
perseguição
O contra-ataque 
de Satan ás.........
Estêvão, 
o mártir
Filipe,
o evangelista
A conversão
dramática As P au lo ..........................
06
12
17
21
27
32
37
41
Pedro, salvação 
para to d o s....... 47
m* Expansão
WÊÊÊÊlwl e o p o sição ......................................... 53
A primeira
WÊÊÊLÈI viagem m issionária ....................... 58
■ K C 1 0 concílio
mmMWÀ d sJajysa^ ám .................................... 64
| H E 1 A missão
1 para a Europa.................................... 69
IT 1 0 desafio das
i grandes c id ad es.............................. 75
IW^S&TTjZ Pfisão e
I H M j defesa d© Pau lo ................................ 80
p ip w .« : jp * O julgamento
■ ■ l í # J de P a u lo ............................................. 84
E T Finalmente
Paulo chega a R o m a........................ 90
1
Trinta anos que 
mudaram o mundo |
Pr John D.Barnett I
texto bémm Lucas 1 .1-4 ;-Atos 1.1-5 
E 5 S E 3 E S H Atos 1.6-11
"Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espirito Santo, e sereis minhas 
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos 
confins da terra"
IE2SE1IÍÜHBH
0 aluno compreenderá o pano de fundo para o estabelecimento da igreja e sua 
expansão. Atentará também para a forma como Lucas introduziu o Livro de Atos.
s&g At 1.1-5
te r Lc 1.1-4
qua Cl 4.10-17
m i At 11.19-26
sex At 13.1-4
safe At 16.10-17
dom Rm 1.8-17
Foram três décadas-chave na história do mundo. Bastaram aproximadamente trinta anos (entre 33 e 64 d.C.) para que um novo movimento crescesse tanto 
que chegou a ganhar suficiente credibilidade para tornar-se a maior religião, transfor­
mando centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. Essas décadas provocaram 
um tremendo impacto em todos os setores da sociedade de então. Tudo começou com 
um grupo de doze homens, algumas mulheres... e logo o Espírito desceu.
O livro que mais fala desse fenômeno do crescimento da fé cristã é Atos dos 
Apóstolos. Tem havido muita discussão a respeito do nome correto do livro. Não são 
os atos de todos os apóstolos, porque só alguns apóstolos são destacados, especial­
mente, Pedro, Paulo e Tiago, meio-irmão de Jesus. Talvez o nome mais exato, embora 
extenso, seria Atos do Espírito Santo, por meio dos Apóstolos.
O versículo-chave do livro é Atos 1.8 - "Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o 
Espírito Santo> e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e 
Samaria e até aos confins da terra". Assim, Lucas mostra o propósito do livro: “trata-se 
de uma história especial sobre o estabelecimento e a extensão da igreja entre judeus 
e gentios pela localização gradual de centros de influência em pontos salientes do 
Império Romano, desde Jerusalém até Roma” (Bíblia Vida Nova). Dr. Lucas mostra 
que com a descida do Espírito Santo no Dia de Pentecostes os discípulos receberam 
o poder para testemunhar, começando em Jerusalém, depois em Judeia e Samaria... e 
até aos confins da terra.
Nesta primeira lição, vamos considerar a situação histórica do livro, autor, per­
sonagens, sua relevância para hoje, como também no seu prefácio
6
I. A situação histórica de Atos
Para compreendermos a grandeza do sucesso dos primeiros crentes, precisamos 
entender as forças que os ajudavam e as forças que agiam contra eles na cultura em 
que estavam.
1. 1 r is vantagens para os primeiros crentes
a. Paz romana
Durante quase 100 anos, o império romano foi rasgado por sucessivas 
guerras civis até a ascensão de Augusto César, em 31 a.C. Paz reinou pelo 
império, e isso trouxe estabilidade e boas comunicações, através das gran­
des estradas romanas, que facilitaram muito a disseminação do Evangelho. 
Lucas relata viagens que antes teriam sido impossíveis. Viajar era seguro e 
rápido.
b. Língua grega
Outro fator que ajudou no avanço da igreja de Cristo foi a cultura grega. Em­
bora o latim fosse a língua oficial, a maioria falava grego. É importante notar 
que Paulo discursou aos oficiais romanos em grego. Esse foi o motivo por que 
o Novo Testamento foi escrito em grego, o que assegurou uma comunicação 
universal.
c.
Os romanos nunca entenderam os judeus, mas muitos os respeitaram e foram 
atraídos ao judaísmo, especialmente por causa do seu monoteísmo, do seu livro 
sagrado (o Antigo Testamento foi traduzido para o grego no segundo século 
a.C.) e do seu tipo de culto.
2. os primeiros crentes
É tão comum pensar que era fácil para os primeiros crentes evangelizar. Não! 
Era uma tarefa árdua. Para os gregos, a mensagem do Evangelho era louca, para os 
romanos, fraca e para os judeus, escandalosa. Crentes em todaparte enfrentaram 
oposição como sendo antissociais, ateístas e esquisitos.
a. 0 para OS judeus - Não era fácil, e não é até hoje, para
um judeu seguir a Cristo.
• Os mensageiros eram leigos iletrados e incultos (At 4.13). Os judeus eram acos­
tumados com os eruditos rabis.
7
• A mensagem parecia uma afronta ao judaísmo. A proclamação de Jesus, 
o carpinteiro de Nazaré, como o M essias foi algo incompreensível. Pior 
ainda, o livro da lei dizia que "o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus" 
(Dt 21.23 ). Então, Jesus, pela Sua morte na cruz, falhou e foi maldito. Era ridículo 
e ofensivo sugerir que Ele era o Messias prometido.
• A eclesiologia da igreja parecia algo blasfemo. Os crentes não observavam o an­
tigo sistema sacrifical, não praticavam circuncisão e não frequentavam o templo. 
Não é para ficar surpreendido com a reação violenta dos judeus contra a defesa 
de Estêvão (At 7.54). Aonde os crentes iam, havia tumultos, instigados pelos 
judeus (At 13.50; 14.1-5,19; 17.5-9).
b. 0 Evangelho era loucura para os gentios
• Por causa da sua posição religiosa que provocou oposição, e mesmo perseguição. Os 
romanos tinham muitos deuses, que formavam parte do culto do Estado, enquanto 
os crentes pregavam que havia um só Deus, e mais: "Não terás outros deuses diante 
de mim” e "Não farás para ti imagem de escultura... e nem as adorarás". Se você não 
se envolvia nas observâncias religiosas dos velhos deuses, você era uma ameaça 
ao Estado. Também os romanos não entendiam os crentes que tinham um rito de 
“comer o corpo de Jesus” - isso falava de canibalismo.
• Por causa da sua vida social nada atraente. Não frequentavam o teatro e não 
gostavam das histórias dos deuses.
• Por causa da tensão na família, que surgia, por exemplo, quando a esposa era 
crente e o marido não. Era muito difícil um casamento misto funcionar.
aplicai
Em cada área da vida, o crente daquele tempo enfrentava muitos obstáculos. Se você acha que é difícil 
ganhar pessoas para Cristo hoje, deve ser grato por não ter vivido nos dias da igreja primitiva, quando 
a tarefa era imensamente mais difícil.
II, O au to r do liv ro de A tos
1. O que o NT diz a respeito de Lucas, o autor
a. Escritos de Paulo
(Cl 4.10,14;Fm24;2Tm4.11)
Lucas era médico, crente gentílico, companheiro de Paulo e associado com João 
Marcos. Lucas esteve na prisão com Paulo, mas parece que não foi compulsória.
8
b. Prefácio a Lucas e Atos
(Lc 1.1-4)
Geralmente é aceito que Lucas 1.1-4 é o prefácio, tanto do Evangelho 
como tam bém de Atos. Lucas delineia cinco passos na com posição do seu 
trabalho:
• eventos históricos - "uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram” 
(Lc l . l ) ;
• testemunhas contemporâneas - “foram deles testemunhas oculares” (Lc 1.2);
• pesquisa pessoal - “acurada investigação de tudo desde sua origem" (Lc 1.3);
• escrita - Lucas já tinha comentado que "muitos houve que empreenderam uma 
narração coordenada” (Lc l . l ) (Marcos estava incluído aqui). Desta feita é a vez 
de Lucas - "mepareceu hem dar-te por escrito” (Lc 1.3);
• o primeiro leitor - “excelentíssimo Teófilo” (Lc 1.3).
Assim os eventos realizados foram testemunhados, investigados e escritos para que sejam a base da 
nossa fé e dão "plena certeza das verdades" (v.4).
c. As passagens "nós"
(At 16.10-17; 20.5-15; 21.1 -18; 27.1 -28.16)
Lucas foi testemunha ocular e participante de certos eventos. Várias vezes, Lucas 
muda da terceira pessoa do plural - “eles”, para a primeira pessoa do plural - “nós”. 
Estude essas passagens bíblicas.
2. Sua igreja em Antioquia da Síria
A tradição diz que Lucas era da igreja da Antioquia da Síria. É bom notar as 
qualidades desta igreja que influenciaram muito a vida de Lucas (At 11.19-30; 
13.1-4). Foi uma igreja fundada por Barnabé e Paulo, que cresceu rapidamente 
e tinha uma liderança forte. Era uma igreja de oração, sem distinção social; uma 
igreja que contribuía e tinha uma paixão por evangelismo. Foi em Antioquia que 
os crentes, pela primeira vez, foram chamados cristãos, provavelmente porque 
sempre estavam falando de Cristo! A vida de Lucas foi influenciada pela igreja 
Dele.
9
III. Os personagens do livro de Atos
É interessante notar algo sobre os primeiros evangelizadores, que causaram um 
impacto impressionante no mundo.
1. Eram leigos sem nenhuma qualificação
(At 4.13)
"Eram homens iletrados e incultos”. Não havia nenhum rabi entre eles. É a mesma 
coisa hoje - os leigos são os mais responsáveis pelo crescimento da igreja.
2. Eram leigos sem nenhuma organização
Não tinham nenhuma sede, secretárias, telefones, rádio ou TV; nem se imagi­
nava que algum dia teríamos algo como a internet; enfim, nenhuma das coisas que 
consideramos indispensáveis, hoje, para um grande impacto na evangelização. Não 
tinham templos, nem prédios próprios nem finanças. De fato, tinham de levantar às 4 
horas da madrugada para fazer tendas (At 18.3) ou o equivalente, antes de pregar nas 
ruas.
3. Eram crentes transculturais
(At 2.9-11)
Na igreja primitiva encontramos pessoas de diversas classes: judeus e gentios, 
gregos e romanos, samaritanos e africanos, homens e mulheres, todos trabalhando 
juntos.
4. Eram crentes bem unidos
(At 2.44-46; 4.32-35)
"Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum”... "ninguém conside­
rava exclusivamente sua nem uma das cousas que possuía; tudo, porém, lhes era comum”. 
Praticavam hospitalidade.
5. Tinham uma mobilidade incrível
Veja o exemplo da família de Aquila e Priscila: num momento estão em Corinto 
(At 18.2), noutro emÉfeso (At 18.24) e outro em Roma (Rm 16.3). Graças a Deus 
por aqueles que em nossos dias estão prontos a mudar de cidade, a fim de plantar 
igrejas onde ainda não existe testemunho do Evangelho.
6. 0 contexto deles e sua relevância para nós hoje
É fácil pensar que os primeiros crentes eram totalmente diferentes de nós. Mas 
há algumas semelhanças notáveis.
----- 1 0 -----
a. Seu contexto era os centros urbanos - O alvo dos primeiros crentes era as grandes 
cidades - Jerusalém, Antioquia, Alexandria, Filipos, Roma, Corinto - cidades- 
-chave. Ainfluência das cidades grandes é muito importante para a evangelização.
b. Seu contexto era de muitas religiões - Eles não dialogavam com as outras ideolo­
gias, nem as denunciavam, simplesmente proclamavam Cristo com todo o poder 
de persuasão ao seu dispor. Mas havia diferenças na maneira de apresentar o 
Evangelho - por exemplo, no meio do paganismo de Listra (At 14.11-18) e no 
contexto filosófico de Atenas (At 17.16-31). Essa é uma lição importante para nós.
C. Seu contexto era de rejeição - Nem sempre expressada da mesma maneira. Às 
vezes, havia apatia, como em Atenas, outras vezes era oposição total. Mas o que 
provocou conversões foi o testemunho de vidas totalmente transformadas pelo 
evangelho, vidas cristãs autênticas.
Conclusão
Esta lição é o início do desafio para a igreja de nossos dias. Vamos empreender 
uma nova visão para a obra do Senhor e um novo compromisso com a igreja de Cristo!
----- 11
Pr João Arantes Costa
À espera do poder
2
Atos 1.4
Atos 1.1-26
Salmo 27.1-14 seg Lc 24.44-49
ter Jo 20.19-25
"ff, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, 
mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes"
qua Jo 20.26-29 
qui Jl 2.28-32
sex At 1.1-5
sáb At 1.6-11
0 aluno entenderá que esperar em Deus é uma virtude que todo crente precisa ter.
dom At 1.12-14
N ão há como estudar o livro de Atos sem uma visão clara da Pessoa do Espírito Santo no plano eterno da Redenção. Inicialmente, vamos olhar a 
interação da Trindade na teologia da salvação:
1. Deus, o Pai, elaborou o plano da salvação;
2. Deus, o Filho, cumpriu o plano da salvação;
3. Deus, o Espírito Santo, aplicou e continua aplicando o plano da Salvação.
Interessante que se juntarmos os dois tratados de Dr. Lucas (Evangelho e Atos), 
descobriremos a coerência do autor procurando contar a história do Pai, do Filhoe do 
Espírito Santo. Ele diz: "Escrevi o primeiro livro> ó Teófilo, relatando todas as coisas que 
Jesus começou afazer e a ensinar...”. O fato de o Evangelho de Lucas ter tratado do que 
Jesus "começou afazer e ensinar” mostra-nos duas coisas.
Primeiro, a igreja teve seu começo no Evangelho.
Segundo, a obra de Deus não terminou com a ascensão de Jesus. Como já foi 
observado, o livro de Atos mostra o que Jesus continuou a fazer e a ensinar pelo 
Espírito Santo, através da igreja.
Lucas toma cuidado em frisar que a obra pelo Espírito Santo é a continuação da 
obra de Jesus. Foi Ele quem ordenou aos discípulos que aguardassem a manifestação 
do poder que lhes fora prometido.
-----1 2 ------
I, Da ressurreição à ascensão
(At 1.6-8)
Antes do Dia de Pentecostes, porém, haveria um tempo de espera. Quarenta dias 
entre a ressurreição e a ascensão de Jesus (At 1.1-3), e mais dez dias entre a ascensão e 
o Pentecostes. É bom lembrar que durante os cinquenta dias de espera, os discípulos 
não permaneceram inativos. Pelo contrário, Lucas seleciona e comenta ensinamentos 
importantes de Jesus sobre o reino de Deus.
1. 0 reino de Deus determinou o momento do cumprimento da promessa
Lucas indica aquilo que o Senhor lhes ensinou durante os quarenta dias em que, 
ressurreto, Se apresentou aos apóstolos, dando provas de que estava vivo. Primeiro 
Jesus falou do “reino de Deus" (At 1.3), o qual tinha sido o centro de Sua mensagem. 
Em segundo lugar, Ele ordenou que esperassem pela dádiva do batismo do Espírito 
Santo (At 1.3-4). Nos versículos 6 a 8 corrigiu algumas noções falsas da natureza, 
extensão e chegada do "reino de Deus”.
2. O reino de Deus é espiritual quanto ao seu caráter
Na língua portuguesa, um ''reino”, normalmente, é um território que pode ser 
localizado em um mapa. Mas o “reino de Deus" não tem conceito territorial. O "reino 
de Deus" não é geográfico, nem político e muito menos eclesiástico. “Interrogado pelos 
fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus 
com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está 
dentro de vós” (Lc 17.20-21).
3. O reino de Deus é internacional quanto aos seus membros
Os apóstolos ainda nutriam aspirações limitadas, nacionalistas, preconceitu­
osas; indagaram a Jesus se Ele restauraria a independência nacional de Israel, que 
os macabeus haviam reconquistado no segundo século a.C. Em resposta, Jesus 
ampliou-lhes o horizonte. Ele prometeu que o Espírito Santo lhes daria o poder 
de serem Suas testemunhas começando em Jerusalém; alcançando a Judeia; de­
pois na desprezada Samaria; e, a seguir, ultrapassando as fronteiras da Palestina 
(At 1.8).
4. O reino de Deus é gradual quanto à expansão
A pergunta dos apóstolos incluía uma referência específica ao tempo: “será esse 
o tempo em que restaurareis o reino de Israel?”. A resposta de Jesus foi dupla.
a. “Não nos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou para sua exclusiva 
autoridade”. A pergunta dos apóstolos denunciou curiosidade e impaciência.
----- 1 3 -----
Eles não sabiam esperar, como muitos crentes hoje não sabem esperar pelo 
tempo de Deus.
b. Apesar de não lhe ser permitido conhecer os tempos e épocas, eles precisavam 
saber que receberiam poder para que, no período entre a vinda do Espírito Santo 
e a segunda vinda de Cristo, pudessem ser testemunhas, em círculos cada vez 
maiores.
il. A ascensão de Jesus
(At 1.9-12)
Pelo menos duas perguntas se formam em nossa mente quando lemos essa 
história da “ascensão de Jesus”.
1. A ascensão de Jesus aconteceu literalmente?
Hoje, muitas pessoas, até mesmo dentro da igreja, negam a literalidade da ascensão. 
Diversas razões podem ser apresentadas para justificar a rejeição dessa tentativa de não 
aceitar a ascensão como um fato real da história.
a. Os milagres não precisam de precedentes para autenticá-los.
b. A ascensão é um fato aceito em todo o Novo Testamento.
C. Lucas conta a história da ascensão com simplicidade.
d. Lucas enfatiza a presença de testemunhas oculares e repetidamente se refere 
aos que elas viram.
e. Não existe uma explicação alternativa para justificar o fim das aparições após a 
ressurreição e o fato de Jesus ter desaparecido da terra.
f. A ascensão histórica e visível tinha um propósito.
g. A Bíblia registra as palavras de Deus, que não mente; que inspirou homens para 
revelar o que está na Sua mente desde o princípio. Ela é totalmente inspirada e 
totalmente confiável (2Tm 3.16).
A forma como partiu, uma ascensão visível, atingiu o efeito planejado. Os após­
tolos voltaram para Jerusalém e esperaram pelo Espírito Santo.
----- 14 -----
2. Os apóstolos em oração, esperando a manifestação do Espírito Santo
(At 1.12-14)
Lucas relata como eles permaneceram os dez dias seguintes, antes do Pente­
costes: “estavam sempre no templo, louvando a Deus" (Lc 24.53), e, em Atos, relata 
que perseveraram unânimes em oração. Na verdade a oração dos apóstolos tinha 
duas características.
a. Era oração unânime. Era um grupo pequeno. Além dos apóstolos e dos irmãos de 
Jesus, são mencionadas as mulheres, provavelmente referindo-se a Maria Mada­
lena, Joana e Suzana, com Maria, mãe de Jesus.
b. A oração era perseverante. O sentido do verbo perseverar, neste texto, significa 
estar ocupado. Enquanto os discípulos esperavam a chegada do Espírito Santo, 
se ocuparam da “Palavra”, “do partir do pão” e “da oração”. Hoje, a igreja já tem o 
Espírito de poder, mas espera a volta de Jesus. E deve esperar como esperavam 
os discípulos: ocupados com a Palavra, com o partir do pão e com a oração.
III. A escolha de Matias para o apostolado
(At 1.15-26)
Tendo relatado a comissão do Senhor, Sua ascensão e as orações perseve­
rantes dos discípulos, Lucas chama a atenção para apenas mais uma ação antes 
do Pentecostes: a eleição de um outro apóstolo, para substituir Judas. Vamos aos 
fatos.
1. A morte de Judas
Nos Evangelhos, apenas Mateus e Lucas relatam o que aconteceu com Judas. 
Seus relatos não divergem. Ambos afirmam que Judas teve uma morte miserável. Ele, 
tocado de remorso, suicidou-se (Mt 27.3-5; At 1.18).
2. 0 cumprimento das Escrituras
A justificativa para substituir Judas estava no Antigo Testamento. Essa era a convic­
ção de Pedro, expressa perante os crentes: “Irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura 
que o Espírito Santo proferiu anteriormente por boca de Davi, acerca de Judas" (At 1.16). 
Precisamos lembrar que, de acordo com Lucas, o Senhor ressurreto tinha aberto as 
Escrituras perante os Seus discípulos e, também, a mente deles para que pudessem 
entendê-las como consequência. A partir da ressurreição, eles começaram a ter um 
entendimento diferente de como o Antigo Testamento profetizou os sofrimentos, a 
glória, a rejeição e o reino do Messias.
3. A escolha de Matias
Aproposta de Pedro para que fosse escolhido um décimo segundo apóstolo para 
substituir Judas (At 1.22) identifica seu entendimento do apostolado.
a. O ministério apostólico exigia perfil (At 2.21-22).
b. O ministério apostólico deveria ser escolhido pelo próprio Senhor (At 1.24). 
Condusão
Deus não faz nada sem um propósito definido. Não foi diferente com relação ao 
período de 50 dias entre a ressurreição e a ascensão. A igreja iniciante precisava firmar-se 
na doutrina e na história do Evangelho. Por isso mesmo, quatro fatos foram e continuam 
sendo importantes para a autenticação da igreja.
1. O comissionamento dos discípulos (At 1.8).
2. A ascensão de Jesus (At 1.9).
3. Os apóstolos em oração (At 1.12-14).
4. A escolha de Matias (At 1.15-26).
16 —
3
A chegada 
do poder
Pr João Arantes Costa
WMmmmwÊÈÊ Atos 2.1-47
"Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; 
de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda 
a casa onde estavam assentados"
alvo ia lição
0 aluno se cientificará de que Deus Se manifesta quando Ele quer e como Ele quer. 
Foi assim na vinda de Jesus erepetiu-se na descida do Espírito Santo para a igreja.
Jo 14.16-31 
te r Jo 7.37-44
q m 1 Co 12.1-11
quí 1 Co 12.12-31
sex 1 Co 13.1-13
iáh 1 Co 14.1-19
dom 1 Co 14.20-25
D epois de cinquenta dias de espera pelo cumprimento da promessa: "Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até 
que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49), aconteceu a descida do Espírito 
Santo para a igreja. O Pentecostes vinha cinquenta dias depois da Páscoa, fechando 
a semana das semanas, após a oferta dos molhos colhidos durante a Festa dos Pães 
Asmos (L v 23.15-44).
Para Lucas, essa presença de Deus em Seu poder na comunidade cristã constitui 
um momento decisivo da vida da comunidade, sendo um dos acontecimentos mais 
significativos da história sagrada. No Pentecostes, a igreja foi selada com o "Espírito 
Santo da promessa" (E f 1.13). A seguir, vamos adotar o esquema de John R.W. Stott 
na sua obra A Mensagem de Atos.
i. Quatro perspectivas do dia de Pentecostes
Chamamos os alunos da Escola Bíblica para um estudo sério, sem preconceito, 
deste capítulo 2 de Atos, que relata a chegada do Espírito Santo à igreja.
1. Ato fina! antes da segunda vinda de Cristo
O Pentecostes foi o ato final do ministério salvador de Cristo antes da segunda 
vinda. Ele nasceu conforme nossa humanidade, viveu nossa vida, morreu pelos nossos 
pecados, ressurgiu dos mortos, ascendeu ao céu e enviou o Seu Espírito aos fiéis para 
que se constituísse o Seu corpo, que é a igreja. Nesse sentido, o dia de Pentecostes 
não pode ser repetido.
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2. Ferramenta para os apóstolos
O Pentecostes trouxe aos apóstolos a ferramenta de que precisavam para exercer 
o seu papel especial. Cristo lhes havia designado como Suas testemunhas primárias e 
autorizadas, e prometido o Espírito Santo para lhes ensinar e lhes fazer lembrar dos 
Seus ensinos. O Pentecostes foi o cumprimento dessa promessa.
3. Nova era do Espírito Santo
O Pentecostes inaugurou a nova era do Espírito Santo. Embora a Sua vinda tenha 
sido um acontecimento histórico único e sem repetição, todo o povo de Deus pode 
agora, sempre, e em qualquer lugar, beneficiar-se do ministério do Espírito Santo.
4. Primeiro "reavivamento"
O Pentecostes tem sido chamado o primeiro “reavivamento”, empregando-se 
o termo para descrever uma daquelas visitações de Deus completamente atípicas. 
É bem possível que não só os fenômenos físicos (At 2.2), mas também a profunda 
convicção do pecado (At 2.37), os 3 mil conversos (At 2 .4 l) e o sentido de temor que 
se espalhou (At 2.43) também tenham sido sinais de “reavivamento”.
II. 0 evento do Pentecostes
(At 2.1-13)
A narração de Lucas começa com uma breve referência ao tempo e local da 
vinda do Espírito Santo. Não sabemos, portanto, se a “casa” do versículo 2 ainda é o 
cenáculo ou mais um dos muitos salões do templo (Lc 24.53; At 2.46). O tempo do 
evento é indicado com precisão: “ao cumprir-se o dia de Pentecostes” (At 2.1).
1. Dois significados
Interessante que a oferta do Pentecostes tinha dois significados: um agrícola e 
outro histórico.
a. Significado agrícola: festa da colheita. Comemoração da ceifa.
b. Significado histórico: festa das semanas, porque aconteciam sete semanas ou 
cinquenta dias após a Páscoa.
2. Três fenômenos
Sem dúvida alguma, o Pentecostes foi o grande dia quando 3 mil almas foram 
colhidas para dar início à história da igreja cristã. Lucas registra três fenômenos que 
distinguem o evento do Pentecostes:
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a. um som;
b. uma visão;
c. uma voz estranha (At 2.1 -4).
Hl. A explicação do Pentecostes
(At 2,14-41)
Pedro, então, explica o que Lucas havia descrito no texto de Atos 2.1-13.0 fenô­
meno extraordinário dos crentes cheios do Espírito Santo, proclamando a grandeza 
de Deus em línguas estranhas, é o cumprimento da profecia de Joel de que Deus 
derramaria o Seu Espírito sobre toda a carne ( j l 2.28 a 3 l) .
A exposição de Pedro é similar àquilo que os rolos do mar Morto chamam de 
interpretações de uma passagem do Antigo Testamento, à luz do seu cumprimento. 
Vamos entender como ele expõe seu sermão.
1. Pedro começa com as palavras isso é aquilo, ou seja: isso que seus ouvidos tes­
temunharam é aquilo que Joel profetizou.
2. Pedro, deliberadamente, substituiu o “depois” de Joel por “nos últimos dias”, 
a fim de enfatizar que, com a vinda do Espírito Santo, chegaram os últimos 
dias.
3. Pedro aplica a passagem a Jesus de modo que “o Senhor”, que traz a salvação, já 
não é Javé, aquele abriga os sobreviventes no monte Sião, mas Jesus, que salva 
do pecado e do julgamento todos os que chamam pelo Seu nome.
IV. Os efeitos do Pentecostes
(At 2.42-47)
O sermão cristocêntrico de Pedro dá uma finda descrição dos efeitos do Pente­
costes na vida da igreja. Analisando o texto deste tópico da lição, vamos anotar quatro 
efeitos do Pentecostes na vida da igreja.
1. Uma igreja que gostava de aprender:
“perseveravam na doutrina dos apóstolos
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2. Uma igreja que amava de verdade:
"perseveravam na comunhão”, que era a vida comunitária da igreja.
3. Uma igreja que adorava:
"perseveravam no partir do pão e nas orações”.
A comunhão era expressa não somente no cuidado mútuo, mas também no 
culto conjunto.
4. Uma igreja que evangelizava:
“enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos
Aqueles primeiros cristãos de Jerusalém não estavam preocupados em estudar, 
compartilhar e adorar a ponto de esquecerem o evangelizar.
Conclusão
Não pretendemos encerrar esta lição sem dar uma palavra sobre o “dom de lín­
guas”, ou “glossolalia”. Como Lucas vê a glossolalia.
1. Não era a consequência de uma intoxicação, excesso de vinho
Pedro é enfático em relação a isso: "Estes homens não estão embriagados, como 
vindes pensando, sendo esta a terceira hora do dia” (At 2.15).
2. Não sa tratava de um engano, mas um milagre da audição
Lucas afirma: “Cada um os ouvia falar na sua própria língua” (At 2.6,8,11).
3. Não eram sons incoerentes
4. A glossolalia no dia de Pentecostes foi uma hab 
línguas reconhecíveis (idiomas)
Não discutimos aqui a contemporaneidade da glossolalia na vida da igreja. Des­
crevemos o que aconteceu no dia de Pentecostes, cumprimento da profecia dejoel.
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I 14
0 início da 
perseguição
Pr João Batista Cavalcante
textodevocional
versiculo-chave
Atos 3.1-4.31 
Atos 4.8-12 
Atos 3.5
"Dessarte, matastes o Autor da vida, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, 
do que nós somos testemunhas"
atoda lição
O aluno refletirá sobre uma maneira correta para viver de modo adequado nas 
circunstâncias envolvidas em nossa posição como testemunhas de Jesus, espe­
cialmente quando isso inclui lutas e perseguição.
leia a Bíblia diariamente
seg Lc 12.1-12
ter Lc 14.25-35
qua Jo 14.1-4
qui Jo 14.15-31
sex Jo 16.31-33
sáb Jo 17.1-19
dom Jo 17.20-26
Uma série de acontecimentos é registrada no texto que foi selecionado para nossa lição de hoje: um coxo de nascença é curado (At 3.1-10); Pedro prega 
à multidão (At 3.11-26); o conselho leva os apóstolos a julgamento (At 4.1-22); e a 
igreja ora (At 4.23-31).
Podemos destacar com facilidade o fato de que numa época de angústia e con­
fusão religiosa no mundo, o evangelho nasceu como resposta ousada, coerente e re­
levante. A igreja primitiva demonstrava amor pelos que sofriam, firmeza para com o 
que causava o sofrimento, e honra ao nome soberano dejesus Cristo, nosso Senhor e 
Rei, por meio de uma pregação e de um estilo de vida que honrava verdadeiramente o 
"Autor da vida".
I. O povo
O que temos na Bíblia é uma visão de pessoas reais que viviam os seus proble­
mas e suas alegrias, tinham endereço, identidade, sonhos e planos. O texto apresenta 
algumas marcas específicas daquelas pessoas.
1. Um povo carente
(Atos 3.1-2)
O ministério do Senhor Jesus foi marcado pelo atendimento a gente sofrida que 
vivia naquela terra e em seu tempo. O ministério da igreja não seria muito diferente. 
Quando o Senhor falou aos Seus discípulosque deveriam ser o sal da terra e a luz do 
mundo, certamente falava de uma terra em risco de perdição e carente de sal e luz.
21
Os discípulos iniciaram o ministério confrontados pela realidade da existência 
de mendigos, coxos, miseráveis... Sem dúvida, aquele homem coxo era representativo 
da sociedade em que o Reino de Deus seria implantado, como também do contexto 
em que nós vamos servir ao Senhor nos dias atuais.
A porta Formosa era a porta de Nicanor (lado oriental), que separava o recinto 
do templo do pátio dos gentios, tinha 22 metros de altura e era coberta de bronze 
coríntio. Segundo os estudiosos, ela era realmente majestosa, superando em glória as 
que eram cobertas de ouro ou prata. Nos dias de hoje, não podemos fugir à percepção 
de que é possível existir uma igreja rica e opulenta bem perto de pessoas com suas 
carências evidentes.
2. Um povo culpado
(Atos 3.14-15)
"matastes o Autor da vida”. Aquele era o mesmo grupo que há bem pouco tempo 
gritava de forma descontrolada e to la"crucifica-o<, crucifica-o!”. A cena em que o Senhor 
Jesus era julgado, humilhado, maltratado e morto perante toda aquela multidão ainda 
era bem viva na mente daquela gente enlouquecida. Como podiam ter feito aquilo?!
A mensagem do Evangelho tem consigo a inevitável verdade de que o ser humano 
é culpado perante D eus! Podemos sempre tentar racionalizar e dizer que somos fruto 
do meio ( “a mulher que tu me deste”) ou da herança genética de nossos pais. Podemos 
dizer mesmo que não sabíamos o que estávamos fazendo. Entretanto, havendo ação 
do Espírito Santo de Deus em nosso coração, vamos acabar por admitir nossa culpa e 
vergonha. A Bíblia diz claramente que “o mundo jaz no maligno", que "todospecaram”, 
e que "não há justo, nem um sequer".
A culpa era a marca mais evidente naquele povo. E também a marca das pessoas 
que nos cercam atualmente - “sem esperança e sem Deus no mundo...”. Pesa sobre 
nós a missão solene e profética de mostrar ao homem moderno o seu estado de 
perdição e culpa.
j
3. Um povo confuso
(Atos 3.17)
O povo não conhecia Jesus nem a Palavra de Deus, e seguia falsos líderes (cegos 
que guiavam cegos...).
No sistema legal brasileiro, ninguém pode alegar ignorância para se livrar de 
culpa por algum crime cometido. Na visão bíblica, a ignorância também não isenta 
de culpa aquele que se envolveu no pecado. O apóstolo Paulo chega a dizer que “nãc
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levou Deus em conta os tempos da ignorância”, mas imediatamente ele adverte os seus 
ouvintes de que o tempo propício para arrependimento era chegado (At 17.30).
A falta de conhecimento e a confusão religiosa de nossa gente brasileira (e da 
raça humana em geral) devem ser motivo de compaixão por parte de todos nós que já 
fomos alcançados pela mensagem do Evangelho. Do outro lado, entendemos que não 
podemos nos acomodar e dar-nos por satisfeitos dizendo que o melhor é que perma­
neçam ignorantes para que não lhes seja imputado o pecado. Nossa responsabilidade 
bíblica é atuar de forma eficaz e responsável para que conheçam a luz do Evangelho 
e sejam salvos da ignorância e do pecado por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador.
II. As autoridades
1. Acusados
(Atos 4.10)
O sinédrio era o corpo de autoridades judaicas que funcionava durante o governo 
romano com poderes para julgar os próprios judeus. Era composto por 71 líderes, 
sendo muitos deles ex-sumos sacerdotes (entre 37 a.C. e 67 d.C. foram pelo menos 
28 deles). O sumo sacerdote de ofício era o presidente natural. Esses líderes tinham 
amplos poderes, exceto pena de morte.
Liderar um povo significa gozar certos privilégios, mas também assumir respon­
sabilidades. O mesmo grupo que conduzia o povo numa desenfreada loucura res­
ponsável pela crucificação de Jesus estava agora perante os discípulos que expunham 
publicamente a sua culpa: “mataram o Autor da vida "!
2. Ressentidos
(Atos 4.2)
Os apóstolos traziam a público argumentos e provas evidentes que comprome­
tiam as autoridades dos judeus. Não havia como fugir ao fato de que um homem, 
coxo de nascença e muito conhecido da comunidade, havia sido curado, e a cura se 
dera “em nome de Jesus, a quem Deus ressuscitou’ (veja o sermão de Pedro - 3.12-26).
O tema ressurreição foi usado pelos apóstolos em diversas ocasiões, com especial 
atenção em confrontos com autoridades, já que a elite do sinédrio era formada por 
fariseus e saduceus. Os fariseus aceitavam a ressurreição, mas os saduceus tinham 
como ponto fundamental de sua fé a negação forte dessa possibilidade. Além disso, 
os saduceus criam que a era messiânica havia sido instalada no período dos macabeus 
(grupo que liderou guerras de libertação no período interbíblico - entre o livro de
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Malaquias e os Evangelhos), e, desse modo, não aguardavam um Messias. Nao é de 
se admirar que esses líderes estivessem incomodados, ressentidos, perturbados.
Uma das marcas da chegada do Evangelho no Brasil foi também a pregação 
de um Jesus ressuscitado, não preso num crucifixo. Também foi ponto de enorme 
tensão o fato de que as pessoas eram convidadas a aceitarem Jesus e se converterem. 
Enquanto diziam que o Evangelho já havia chegado com os colonizadores que cris­
tianizaram o Brasil, era evidente a falta de sinais de novo nascimento e da pessoa de 
Jesus na vida dos homens.
3. Admirados
(Atos 4.13)
A razão para a admiração era a maneira ousada e sóbria como os discípulos se 
apresentavam. Não havia como negar o milagre na “porta Formosa”, nem que os 
discípulos “haviam estado com Jesus”.
Em todos os tempos se pode notar a busca de milagres no meio religioso, mas 
não bastam milagres quando as marcas de um verdadeiro encontro com Jesus não são 
evidentes nos crentes. Os milagres, as bênçãos extraordinárias, o êxtase, são sempre 
fatos de momentos especiais, e “seus efeitos passam”. As marcas do caráter de Cristo 
na vida da igreja têm efeitos estruturais e continuados, tornando-se argumentos 
irrefutáveis para o mundo.
4. Ameaçadores
(Atos 4.211
O Dr. John Stott lembra que se “o protagonista de Atos 1 e 2 é o Espírito Santo, 
parece que o de Atos 3 a 6 é o diabo. Ele aparece em todo o momento...” A arma pri­
mitiva do diabo era a violência física - algo já previsto por Jesus em Lucas 6.22,26; 
12.11-12 - e geralmente a violência se faz acompanhar por ameaças.
A história da igreja é repleta de situações em que a ameaça foi usada pelo diabo 
e seus instrumentos humanos. Basta lembrar a igreja primitiva, a inquisição (antes 
e logo depois da Reforma Protestante), e o tempo dos missionários pioneiros no 
Brasil, especialmente no final do século XIX e início do século XX. Os dias atuais 
são também repletos de ameaças. Pode-se verificar esse fato nos países nos quais há 
perseguição aos cristãos, por exemplo, ou de maneira mais sutil na vida da maioria 
dos crentes que desejam sinceramente viver de maneira cristã. A Palavra de Deus diz 
que o futuro também será marcado por ameaças, e o auge disso será manifestado na 
pessoa do anticristo.
----- 24
III. Os apóstolos
O terceiro grupo que estudamos hoje é composto pelos apóstolos e pelos demais 
membros da igreja recém nascida. Há razões por que aqueles irmãos eram vencedores, 
mesmo que em circunstâncias tão adversas.
1. Havia poder
Havia uma dedicação, uma coragem e uma sabedoria que se manifestavam na 
ação da igreja que realmente impressionavam. Esse “estado de espírito” pode ser 
resumido na palavra "poder”. Esse poder é necessário em dias difíceis como os dos 
apóstolos e como os dias de hoje. Conforme a promessa de Jesus (At 1.8), o poder 
seria resultante da manifestação do Espírito Santo.
O poder também estava “no nome de Jesus”, conforme nos informa o apóstolo 
Pedro (At 4.10). Jesus é apresentado no texto com diversos títulos: o Nazareno, o 
Servo de Deus, o Santo e Justo, o Autor da Vida, o Profeta.
O poder parecia estar na dedicação dos homens de Deus, prontos para serem 
usados pelo Senhor. Thomas Walker lembra bem que “o poder era de Cristo, mas amão era de Pedro”.
Finalmente, a fonte de poder estava em uma igreja que orava (At 4.23-31) já 
que o socorro da igreja em momentos de perseguição era a oração - buscava for­
ças e consolo. A perseguição produziu oração que tinha como base a soberania de 
Deus.
2. Havia mensagem
Ponto fundamental em uma igreja que se chama “evangélica” é a sua mensagem. 
No caso da igreja primitiva, havia conteúdo bíblico, confronto ao pecado e esperança. 
Howard Marshal lembra que todos os profetas ocupavam-se com eventos escatoló- 
gicos e não meramente com aquilo que acontecia nos seus próprios tempos (v.24).
O segundo sermão de Pedro, assim como o primeiro, era cristocêntrico e in­
cluía o evidente chamado ao arrependimento, que resultaria em três bênçãos: o 
cancelamento dos pecados (v.19), tempos de refrigério (v.20) e o envio de Cristo 
(restauração universal).
3. Havia fruto
Finalmente, o que marcava aqueles membros da igreja primitiva era o fruto 
do ministério, pois os frutos indicam a natureza essencial da árvore (nesse caso, da
----- 25 -----
igreja). Aprendemos no texto que sucesso segundo Deus geralmente significa o bem 
ao próximo, e pode incluir sofrimento.
Há uma ligação entre a cura física e espiritual do coxo, demonstrando que a prio­
ridade da igreja estava além da cura física. Do outro lado, o “dom” do Espírito levava 
não somente à pregação inspirada, mas também à generosidade cristã e à comunhão.
Conclusão
Certamente há elementos culturais e circunstanciais (fatos que são típicos do 
tempo) da igreja primitiva que não podem ser reproduzidos literalmente pelos 
crentes atuais. O fato, entretanto, é que a essência do que significa ser uma igreja sau­
dável pode facilmente ser percebido e imitado por todos nós. Quando estudamos 
a maneira como a igreja reagiu aos desafios de seu tempo, devemos nos perguntar 
sobre a maneira saudável como também nós devemos reagir aos desafios de nosso 
tempo.
----- 26 -----
5
0 contra-ataque 
de Satanás
Pr. João Batista Cavalcante
texto básico
texto devocional
versículo-chave
Atos 4.32-6.7 
Atos 4.32-37 
Atos 6.7
"Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos 
discípulos"
aivo da iicão
0 aluno ficará alerta para os perigos da ação do Inimigo de nossa alma e para 
o dever de vigiar e orar para não cair nas tentações que atacam a todos nós.
seg At 4.8-22
ter At 4.23-31
qua At 5.12-16
qui At 5.17-24
sex At 5.25-41
sáb At 6.1-7
dom At 5.1-11
D epois dos fatos extraordinários que marcam o surgimento da igreja, o seu estabelecimento efetivo parece acontecer com o contra-ataque de Satanás, 
apresentado a partir do verso 32 de Atos 4.
O texto descreve algumas situações que poderíamos considerar favoráveis para a 
igreja, tais como o fato de os crentes gozarem de uma vida em comum (Atos 4.32-37), 
a ocorrência de milagres e o seu crescimento (Atos 5.12-16). Descreve também situa­
ções desfavoráveis: a mentira que foi punida com a morte (Atos 5.1-11), a perseguição 
que se mostrou com repressão, prisão e açoites (Atos 5.17-42), e os problemas que 
surgiram com o crescimento (Atos 6.1-7).
Destaca-se nesses textos, especialmente, uma apresentação de cuidados impor­
tantes para aqueles que desejam viver junto à luz verdadeira do Evangelho de Cristo.
I. Precisamos aprender a viver com as nossas dificuldades internas
(At 4.32-5.16!
Dois tipos de problema saltam aos olhos de todos nós quando estudamos a igreja 
primitiva. O texto bíblico apresenta não só os problemas, mas também as soluções en­
contradas. Há um padrão de vida cristã que o homem natural não consegue suportar.
1. Pode haver entre os membros da Igreja pessoas qye sofram
Entre as atividades principais da igreja estavam oração (até tremer o lugar onde 
estavam) e pregação, mas a religião verdadeira também inclui o cuidado aos órfãos e 
às viúvas em suas necessidades (Tg 1.27). O chamado do Evangelho se estende aos
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cansados e sobrecarregados, aos que estão doentes, aos que têm fome... O fato é que 
por razões diversas havia pessoas sofrendo, e competia à igreja cuidar delas.
Como foi que a igreja lidou com as carências de seus membros?
a . Os irmãos desenvolveram um alto nível de graça e comunhão (At 4.32-35) - algo 
lindo que os homens têm tentado imitar em todos os tempos.
b. Os irmãos conheceram um alto nível de abnegação (At 4.36-37) muito bem 
exemplificado na vida do levita José, também chamado de Barnabé, que vendeu 
um campo e colocou o dinheiro aos pés dos apóstolos.
Apenas para notar, devemos estar lembrados de que a lei proibia aos levitas a 
propriedade de terras em Israel (Nm 18.20; Dt 10.9). Ou a lei estava em desuso 
(Jr 32.7), ou a propriedade era em Chipre - e isso seria tolerado.
C. A igreja ministrou efetivamente aos que sofriam, de modo que o mundo procu­
rava na igreja o refrigério para suas dores e desesperanças (At 5.12-16).
2. Pode haver entre os membros da igreja pessoas que pecam
Será difícil avaliar quanto da imagem bendita de Deus é preservado no homem 
caído em pecado, ou quanto do homem caído permanece no homem regenerado no 
evangelho enquanto aguardamos o céu. O fato é que, ainda que nos seja muito triste, 
ainda continuamos na condição de pecadores, carentes de vigilância e da misericórdia 
de Deus, mesmo fazendo parte da igreja.
O texto de Ananias e Safira (At 5.1-11) nos informa que mesmo entre os crentes 
continua havendo tentações fortes para o pecado (At 5.3). No caso dessas pessoas, 
desenvolve-se uma companhia que conspira para o pecado (At 5.1-2), e o ambiente 
dócil da igreja foi usado por eles para a prática pecaminosa. Somos ainda informa­
dos no texto de que nossos pecados são sempre uma ofensa direta contra Deus 
(At 5.4 e 9), que o juízo começa pela casa de Deus (veja IPe 4.17), e que "o salário 
do pecado é a morte” (At 5.5 e 10; e ainda Rm 6.23).
11. Precisamos aprender a viver com os constantes ataques do inimigo
(At 5,17-41)
Devemos observar na Bíblia que os sofrimentos a que nossos irmãos são submeti­
dos devem ser amenizados pelo dom da misericórdia dos crentes e pelo dever sagradc
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que temos de ampará-los na forma mais apropriada possível. No caso de pecados 
cometidos pelos nossos irmãos, deve acontecer o confronto e a disciplina (há uma 
enorme variedade de textos bíblicos no Novo Testamento que nos ensinam sobre 
o valor da disciplina na igreja). Já no caso de ataques do Inimigo, devemos resistir 
ao diabo e, quando necessário, enfrentar o sofrimento como um privilégio cristão.
O texto de Atos 5.17-41 destaca alguns dos princípios mais preciosos para o 
caso de ataques do Inimigo.
1. Sabemos que cedo ou tarde, de uma ou outra maneira, o Inimigo vai agir de 
modo a desencadear sofrimento na vida daqueles que se tornam testemunhas 
fiéis de Jesus. Isso poderá incluir violência, mentiras, maquinações de todo o 
tipo, ameaças, ou qualquer recurso disponível ao diabo.
2. Sabemos que todas essas situações são oportunidades para revelar o caráter real 
dos crentes (se de fato amam o Senhor), e para manifestar de forma perseverante 
o nosso testemunho perante o mundo, demonstrando a intensidade de nossa 
experiência pessoal com Jesus.
3. Sabemos que sofrer como cristão significa um privilégio grandioso para o crente 
verdadeiro (At 5.41 e IPe 4.16). Somos bastante conscientes de que a extensão 
do reino de Deus pela semeadura do Evangelho de Jesus tem sido regada pelo 
sangue de mártires que em todos os tempos e em todos os lugares deram a vida 
(veja, pelo menos, um entre muitos exemplos em Hb 10.19-39).
ül. Precisamos aprender a viver com problemas do dia a d ia da igreja
(Ât 6.1-7}
Graças a Deus, a igreja cresceu! Aleluia! Um grupo pequeno já se tornara bem 
maior porque o Senhor acrescentava "os que iam sendo salvos' (2.47) até que se tor­
naram uma “multidão dos que creram” (4.32). Crescendo o número dos que creram 
(6.1), tiveram que enfrentar os problemas resultantes do crescimento.
Ainda nos dias atuais, graças a Deus, continuamosa enfrentar os problemas do 
dia a dia em uma igreja crescente. São as construções de templos e de dependências 
para as atividades diversas, são as questões administrativas e organizacionais, são os 
problemas de disciplina, são as dificuldades para harmonizar os mais diversos minis­
térios da igreja, de modo que o corpo, “bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda 
junta”, cresça o crescimento que procede de Deus (Ef4.16).
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Foi nesse contexto de crise que os discípulos nos deram um excelente exemplo 
de como se deve liderar a igreja de Deus.
1. Sendo sensíveis às necessidades emergentes
(At 6.1)
Não resolvia negar os problemas que estavam ali, mas era preciso ter a dignida­
de e a sensibilidade dos fortes para admitir que havia problemas para os quais não 
estavam preparados e procurar uma solução.
2 . Envolvendo a valorizando a igreja no processo decisório
(At 6.2,5)
Certamente somos tentados a resolver os problemas ‘ a nossa maneira” sem ouvir 
as pessoas, mas esses irmãos entendiam que o Deus deles era também o Deus dos 
demais irmãos, e que "na multidão de conselheiros há segurança" (Pv 11.14).
3. Defini dor erenciais claros de compromisso com Deus
(At 6,3)
O estabelecimento de princípios claros era fundamental para que a igreja não 
ficasse como no tempo da murmuração do deserto ou dos juízes (em que cada um 
fazia o que lhe parecia bem). Especialmente em se tratando de estabelecimento de 
seus líderes, a igreja jamais poderá permitir esquecer padrões sérios e claros que 
sirvam de referência para todos os crentes.
4. Estabelecendo prioridades pessoais
(Ãt 6.4)
Há muito a ser feito, e facilmente podemos imaginar que podemos fazer tudo 
o que é posto diante de nós. O fato, entretanto, é que precisamos estabelecer com 
clareza nossas prioridades. Bendito seja o Senhor que os líderes da igreja entenderam 
que sua prioridade era oração e o ministério da Palavra. Essa foi uma sábia decisão 
a ser imitada por todos nós!
5. Mantendo ambiente de oração e autoridade espiritual
(At 6.6)
Finalmente, os discípulos nos ensinaram que para liderar a igreja de Cristo é preci­
so zelar pelo desenvolvimento de um ambiente saudável, digno do que entendemos por 
"Reino de Deus" - um lugar de oração, proclamação da Palavra e santidade para Deus.
Não foi por acaso que desse modo, no lugar de o crescimento da igreja ser um 
problema, tornou-se uma força motivadora para um crescimento ainda maior, me­
diante a ação direta do Senhor da igreja.
------- 30 -------
Conclusão
1. Podemos fazer um paralelo entre a formação da comunidade que saía do Egito 
para a terra prometida (e dividia o seu pão entre todos os participantes da páscoa) 
e a igreja que compartilhava suas necessidades e seus bens.
2. Podemos fazer um paralelo entre o pecado de Acã (que levou à morte dele e de 
sua família) e o pecado de Ananias e Safira, estabelecendo desde o início da igreja 
o princípio de santidade, sabendo que não se brinca com o Deus da igreja.
3. Podemos fazer um paralelo entre o início do povo de Israel como nação quando 
“cada um fazia o que lhe parecia bem” e a murmuração era prática costumeira 
(Êx 17.2; Dt 6.16), e o momento em que acontece a instituição de diáconos.
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6
Estêvão, 
o mártir
Pr.Evaido Bueno Rodrigues
texto básico __ 
texto devocional 
versículo-chave
Atos 6.8-7.60 
Mateus 5.1-12 
Atos 7.55
"Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, fitou os oihos no céu e viu a glória de Deus 
e Jesus, que estava à sua direita"
alvo da li
Fortalecer a compreensão de que quando, hoje, nos vêm perseguições e provações, 
as ações de Deus são as mesmas dos tempos do início da igreja.
leia a Bíblia diariamente
seg At 7.1-53
ter At 7.54-60
qua Jo 2.12-21
qui Lc 12.1-12
sex Lc 21.5-19
sáb Mt 12.1-9 
dom At 6.8-15
O desenvolvimento da igreja trouxe também os primeiros problemas: as vi­úvas dos helenistas estavam sendo esquecidas na distribuição diária. Essa 
polêmica entre helenistas (judeus gregos ou de fala grega) e hebreus (judeus de fala 
aramaica), culminou com a eleição dos sete (6.3). Nesse contexto, surge Estêvão, em 
quem podemos ver os reflexos da imagem de Cristo.
Acusado de falar contra a lei de Moisés e contra o templo, não hesitou em con­
frontar seus acusadores com as verdades das Escrituras, anunciando-lhes as boas 
novas do evangelho. Como não puderam vencê-lo no diálogo teológico, partiram 
para a violência e o apedrejamento.
O mais importante no martírio e morte de Estêvão não é o fato em si, mas a 
providência de Deus em conduzir a expansão geográfica da igreja e o início do tes­
temunho fora dos limites do judaísmo.
I. 0 caráter e o serviço de Estêvão
(At 6.3-10)
A história da igreja de Jesus é marcada por personagens cujo caráter os identifica 
com Cristo. Estêvão, antes mesmo de ser escolhido entre os sete, já apresentava qua­
lidades necessárias para servir ao Senhor e à Sua igreja. Estêvão era homem de boa 
reputação (qualidade indispensável a quem se encarregará das finanças e da adminis­
tração da igreja de Jesus); homem cheio do Espírito de sabedoria (inegavelmente um 
pré-requisito daqueles que são chamados para servir à igreja, pois essa marca interior 
é de suma importância, para o serviço a ser realizado, que vai muito além de meras
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questões administrativas); homem cheio de graça e poder (não um teólogo teórico, 
mas uma testemunha viva e eficaz do Deus vivo). “Graça e poder formam uma unidade 
singular, pois graça sem poder de nada adianta, e poder sem graça é terrível.” (C. Mor­
gan) Daí o vigoroso serviço desse servo fiel. C. Morgan descreve como "doçura e força 
mescladas em uma só personalidade... Graça indica o caráter bondoso> semelhante a Cristo, 
enquanto que seu poder era visto em prodígios e grandes sinais que fazia entre o povo” (At 6.8).
II. A acusação contra Estêvão
(At6.11-15;esp.v.13)
Certamente, Estêvão estava usando seu direito, como cidadão israelita, de ler e 
expor as Escrituras nas sinagogas, naturalmente com o propósito de anunciar as boas 
novas do evangelho.
Primeiramente, aqueles homens começaram a discutir com Estêvão. Lucas, antes 
mesmo de descrever o que discutiam, registra no verso 10 que: "eles não podiam resistir 
à sabedoria e ao Espírito, pelo qual falava". Cumpria-se a promessa de Jesus: "Quando 
vos levarem às sinagogas e perante os governadores e as autoridades, não vos preocupeis 
... Porque o Espírito Santo vos ensinará, naquela mesma hora, as coisas que deveis dizer" 
(Lc 12.11-12). Ver ainda Lucas 21.15.
Então, levantaram testemunhas falsas, para deporem contra Estêvão. Segundo 
elas, Estêvão pregava que Jesus destruiria o templo e alteraria os costumes (as tradições 
que interpretavam a lei, segundo os escribas) transmitidos por Moisés.
As acusações feitas contra ele eram: blasfemar contra Moisés e contra Deus; 
rejeitar o templo e a lei. Acusações dignas de pena máxima, pois nada era mais sa­
grado para os judeus do que o seu templo e a sua lei (Lv 24.16). Na verdade eles não 
podiam entender que esse ensino representava a nova dimensão da comunhão com 
Deus, por meio de Cristo, que ultrapassaria o culto antigo. Foi o próprio Jesus quem 
declarou que substituiria o templo (Jo 2.17-21), referindo-se ao Seu corpo espiritual: 
a igreja, que assumiria o lugar do templo material. Ver ainda Mateus 12.5-6. De fato, 
o templo e a lei tiveram seu cumprimento em Jesus.
III. A defesa de Estêvão
(At 7.1-SI)
A defesa de Estêvão teve uma introdução divina: "fitando os olhos em Estêvão, viram 
o seu rosto como se fosse rosto de anjo” (At 6.15). Talvez uma indicação da sua inspiração 
para fazer sua defesa. Uma descrição de alguém que reflete a glória de Deus (Êx 34.29).
1. "Contra o lugar sa n to "
(At 7.2-50)
Sua defesa é mais uma exaustiva exposição da história de Israel com base nas 
Escrituras. Ele a fez sem nenhuma interrupção até concluir com duras palavras contra 
seus ouvintes.
Não é difícil entender a tese de Estêvão. As principais afirmações desse discurso 
são: oDeus da glória apareceu a Abraão enquanto este ainda estava na Mesopotâmia 
pagã (At 7.2); Deus estava com José, mesmo quando ele ainda era escravo no Egito 
(At 2.9); Deus foi ao encontro de Moisés no deserto de Midiã, e assim transformou 
aquele lugar em “terra santa" (At 7.30,33); apesar de no deserto ter andado de “tenda 
em tenda" - “não habita o Altíssimo em casas feitas por mãos humanas” (At 7.48). Ao 
referir-se ao tabernáculo do testemunho (At 7.44-50), Estêvão reitera sua importância 
na história, mas insiste em afirmar que nem o tabernáculo nem o templo deveriam 
ser considerados a casa do Senhor, em algum sentido literal. É, portanto, evidente, 
com base nas próprias Escrituras, que a presença de Deus não pode ser restrita a 
um local, e que nenhum edifício pode confiná-lo ou inibir Sua atividade. “Se Deus 
realmente possui uma casa aqui na terra, então ela está no povo no qual vive” (Stott).
2. "Contra a lei"
(At 7.51-53)
Estêvão afirma que quem estava desrespeitando alei eram eles, seus próprios acusado - 
res, bem como seus antepassados. Quando Israel, no passado, rejeitava obedecer a Moisés 
(At 7.38-39), negava a lei. Ele disse: vocês são como seus antepassados, apesar 
de terem recebido a lei por intermédio de anjos, não têm obedecido a essa lei 
(At 7.53). Comenta W. de Boor: “Novamente Estêvão afirma apenas o que as Escri­
turas registram. Ele vê Israel de ontem e de hoje como uma unidade. Vê os profetas 
rejeitados e perseguidos, justamente porque anteriormente anunciaram a vinda do 
Justo. Não é surpreendente que agora os filhos desses assassinos de profetas se tornem 
ainda piores, traidores e assassinos desse Justo que acabara de vir”.
IV. A morte de Estêvão
(At 7.54-60)
O discurso de Estêvão despertou hostilidade sem paralelo por parte de seus 
ouvintes. Enquanto os membros do Sinédrio rilhavam os dentes enfurecidos em seu 
coração, Estêvão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus 
e Jesus, que estava à direita do Pai. Essa declaração exasperou os sentimentos deles, 
suscitando um forte desejo de violência contra Estêvão. Então, “lançando-o fora da 
cidade, o apedrejaram".
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1. Sem medo no seu testemunho
(At 7.51-53)
O testemunho de Estêvão, em momento algum, teve conotação de autodefesa 
ou temor pela própria vida; ele não temia as consequências, ainda que fatais, da 
dura acusação que fazia àqueles homens. Não se tratava de uma agressão vulgar 
de palavras ofensivas e carnais: “dura cerviz e incircuncisos de coração". A circunci­
são indicava o rompimento com o orgulho e a pecaminosidade do coração. Ele 
sentia mesmo uma profunda dor pelo seu povo. Seu discurso era uma eloquente 
proclamação do evangelho. Ele os acusou de resistir ao Espírito Santo (At 7.51), 
rejeitando seus apelos; de traidores e assassinos (At 7.52) e desobedientes à lei 
(At 7.53).
2. Seu poder para trazer convicção
(At 7.54,57-58; 8.1-4)
“A morte de Estêvão estava cheia de Cristo” (Stott). Estêvão revela aos seus 
acusadores a visão do mundo de Deus que o Espírito lhe concede (At 7.56). 
Tinha consciência da sua situação e da morte certa e, ainda assim, a glória de 
D eus é refletida nele, m esm o nas trevas da incompreensão e do ódio que o 
cercavam.
Nesse ínterim, relata Lucas: “As testemunhas deixaram suas vestes aos pés de um 
jovem chamado Saulo” (At 7.58). Sua convicção de fé impressionou Saulo e contribuiu 
mais tarde para a sua conversão. Diante da morte da primeira testemunha de Jesus, 
como mártir, um novo mensageiro já estava sendo escolhido.
Naquele dia, desencadeou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém, 
e muitos cristãos foram dispersos pelas regiões da Judeia e Samaria. Porém, embora 
fugitivos, não negavam a fé cristã. Falavam de Jesus, evangelizavam pessoa por pes­
soa que encontravam, demonstrando profundas convicções de fé, daquela fé que se 
manifestou em Estêvão.
3. Sua oração pelos perseguidores
(At 7.59-60)
A semelhança de Cristo, Estêvão ora em favor dos seus agressores. Ora por eles, 
mesmo sob as pedradas: ",Senhor; não lhes imputes este pecado!" Estêvão era mesmo, em 
todo o tempo, “cheio de graça epoder". Nem mesmo naquele momento pediu vingança 
e punição de Deus sobre aqueles que o levaram à morte de forma tão injusta. Ainda 
que a morte lhe tenha chegado num cenário violento, com requintes de crueldade, 
tem-se em vista um adormecer em profunda paz. “Uma descrição inesperadamente 
bonita e cheia de paz para uma morte bruta” (F.F.Bruce).
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Conclusão
Não há informações sobre a origem de Estêvão nem sobre como alcançou a fé 
em Jesus. O fato é que seu testemunho vai muito além de ser apenas o primeiro mártir 
cristão. Lucas foi cuidadoso nos detalhes da sua narrativa para mostrar quanto Estêvão 
contribuiu para o desenvolvimento e a expansão da igreja, principalmente no campo 
das expedições missionárias aos confins da terra. O ataque contra ele foi um sinal 
para a perseguição ainda maior que viria contra a igreja em Jerusalém. Era o início 
da dispersão e a consequente anunciação do evangelho pelo mundo. “Deus usou o 
testemunho de Estêvão, em palavras e em obras, na vida e na morte, para promover 
a missão da Igreja” (J. Stott).
Bom seria se a igreja, ao longo de toda a sua história, pudesse enxergar as perseguições e provações 
pelas quais passa com os olhos fitos nos propósitos eternos do Senhor, certos do Seu agir ainda hoje, 
como foi na igreja nos dias de Estêvão.
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7
Filipe,
o evangelista
Pr. Evaldo Alencar de Lima
texto básico 
texto devocional 
versiculo-ehave
Atos 8.4-13,26-40 
Marcos 16.15-20 
Atos 8.4
"Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra"
O aluno compreenderá que, seja pessoalmente ou em massa, o objetivo maior 
na vida do cristão deve ser pregar o Evangelho.
seg Mt 10.1 -15
te r Lc 10.1-12
squa Cl 4.3-6
«juí At 1.7-8
swr 2Tm 4.1-5
sàb SI 96.1-13 
dom Mt 28.18-20
O capítulo 7 de Atos descreve o longo discurso de Estêvão. Tal discurso termina com uma sentença condenatória contra o Sinédrio e todos os 
demais que ali estavam (At 7.51-53). Esses não se arrependeram como deveriam, 
antes, enfurecidos, mataram Estêvão, fazendo dele o primeiro mártir da igreja. Lucas 
registra que no dia da morte de Estêvão foi levantada perseguição contra a igreja em 
Jerusalém, provocando uma grande dispersão, a qual levou à expansão da pregação 
da Palavra. Todos, com exceção dos apóstolos, foram dispersos pelas regiões da 
Judeia e Samaria (At 8.1).
Apesar da violência instalada, homens piedosos correram sérios riscos ao darem 
um sepultamento apropriado a Estêvão, além de lamentarem publicamente sua morte.
O que parecia uma ação fatídica contra a igreja, na verdade, impulsionou os dis­
cípulos a propagar o evangelho. Dentre os fugitivos, Lucas destaca Filipe, que saiu a 
proclamar a Palavra em Samaria e também no deserto. Vejamos como isso aconteceu.
I. Filipe evangeliza a cidade
(At 8.4-13)
1. Compreendendo os bastidores
Havia uma hostilidade histórica entre os judeus e os samaritanos. Tal agressivi­
dade mútua começou com o fim da monarquia no século X a.C. ( lR s 12.1-20). Dez 
tribos desertaram e fizeram de Samaria a sua capital. As outras duas permaneceram 
leais a Jerusalém. Em 722 a.C., a Assíria capturou Samaria, deportou milhares de
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seus habitantes e repovoou o território das dez tribos com povos de várias nacio­
nalidades (2Rs 17.24-28). Isso proporcionou o culto misto em solo samaritano 
(2Rs 17.29-41). Com a construção de um templo rival, no século IV, no monte Geri- 
zim, e a rejeição do Antigo Testamento, exceto o Pentateuco, o cisma se consolidou de 
vez. Os judeus tachavam os samaritanos de híbridos, tanto na raça como na religião, 
além de hereges e cismáticos.
2. Filipe prega em uma região discriminada
Em virtude da perseguição em Jerusalém, Filipe desceu a Samaria, mas não o 
fez impensadamente. Seu objetivo foi levar a mensagem do Evangelho, anunciando 
a Cristo (At 8.5), poisos samaritanos também esperavam o Messias (Jo 4.25). 0 
resultado foi que "As multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia” (At 8.6), 
A manifestação da graça de Deus veio em forma de mensagem, libertação e cura 
(At 8.6-7). Samaria se encontrava sem direção do alto, cativa e doente, assim como 
as cidades modernas.
A ousadia de Filipe é impressionante! Ele começou a derrubar uma muralha que 
separava judeus e samaritanos com a pregação do evangelho.
Aí está uma grande lição para nós. Precisamos amar as pessoas, não importando quem são, e anunciar 
o evangelho, como Jesus, que pregava para prostitutas, leprosos e publicanos, figuras marginalizadas na 
sociedade de Seu tempo. E no nosso tempo, quais são as figuras que a sociedade rejeita? 0 que você e 
sua igreja têm feito por elas?
3. Filipe eSimão,o mago
(At 8.9-13)
Antes de Filipe chegar, Samaria estava sob forte influência de um mágicc 
chamado Simão. Ele enganava o povo e alegava ser muito importante (At 8.9). A í 
pessoas foram tão iludidas que chegaram a dizer que era o poder de Deus, chamadc 
o Grande Poder (At 8.10). O engano já havia fincado raízes, pois não era recente 
(At 8.11).
Filipe chegou e, proclamando desafiadoramente o evangelho, não deu importân 
cia a Simão. As boas novas do Evangelho levadas por Filipe obtiveram mais credibi­
lidade do que as ações do mago (At 8.12). Homens e mulheres iam se convertendc 
e sendo batizados (At 8.12). Até Simão desistiu de sua magia, abandonou a fraude e 
abraçou a fé, sendo batizado (At 8.13). Nas palavras de John Stott: "ele, que extasiav: 
outros, estava agora extasiado” (At 8.13).
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II. Filipe evangeliza o etíope
(At 8.26-40)
Os acontecimentos que marcaram os versículos de 1 a 13 foram narrados em 
um contexto urbano onde as multidões ficam em evidência. Agora, depois de um 
trabalho bem-sucedido entre a massa popular, Filipe recebeu uma ordem bastante 
curiosa. O anjo do Senhor disse para ele descer a um caminho que se encontrava 
deserto (At 8.26). O evangelista obedeceu prontamente.
aplicai
Quando Deus fala, por mais estranho que pareça, devemos obedecer sem questionar.
1. Filipe encontrou o etíope
(At 8.27-29)
O homem que Filipe encontrou é alguém de destaque no cenário político da 
Etiópia daqueles dias: um tesoureiro ou ministro das finanças. Lucas diz que ele era 
alto oficial de Candace, rainha dos etíopes (At 8.27). Candace não era um nome 
pessoal, mas um título dinástico da rainha-mãe que exercia certas funções em nome 
do rei. Ele viera adorarem Jerusalém (At 8.27). Isso pode significar que era judeu, 
ou por nascimento ou por conversão. Mas ele era eunuco e havia uma maldição em 
Deuteronômio 23.1 no que diz respeito à sua condição. Provavelmente, a promessa 
aos eunucos em Isaías 56.3-5 já tivesse superado a maldição de Deuteronômio. O 
seu desejo de conhecer as Escrituras é realçado pelo fato dele ler, apesar dos prová­
veis solavancos do carro (At 8.28), que devia ser uma espécie de carroça de bois. O 
Espírito Santo sabia do ávido desejo instalado no coração do eunuco, por isso disse 
a Filipe: “aproxima-te” (At 8.29).
2. Filipe anunciou as boas-novas ao etíope
(At 8.30-35)
Obedecendo à ordem do Espírito Santo, Filipe se aproximou e ouviu o etíope 
lendo o profeta Isaías. Esse era um assunto com que Filipe estava bem familiarizado. 
Perguntou ao viajante se compreendia o que estava lendo (At 8.30). A resposta do 
eunuco foi bastante surpreendente e ao mesmo tempo comum (At 8 .3l). Surpreende- 
-nos sua sinceridade em dizer que não entendia e que precisava de ajuda. Calvino 
ressalta a modéstia do etíope “que reconhece sua ignorância livre e abertamente” 
contrastando com uma pessoa “cheia de confiança em suas próprias capacidades”. O 
que é bastante comum é o grande número de pessoas que não entendem as Escrituras 
e que precisam de alguém que as ensine. Se as que não compreendem, reconhecessem 
a necessidade de ajuda, a leitura das Escrituras haveria de frutificar mais em nossos
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dias. Diante do expresso pedido (At 8.34), Filipe anunciava a Jesus, a partir do texto 
que ele vinha lendo (At 8.35).
3. Filipe batizou o etíope
{At 8.36-39)
O etíope entendeu a explicação de Filipe: o texto não falava a respei­
to de Isaías, mas do cordeiro de D eus que morreu para que os nossos pe­
cados fossem perdoados. O eunuco respondeu à mensagem do evangelista 
com o desejo de ser batizado. O batismo é uma ordenança que Jesus deixou 
(Mt 28.19) e que simboliza nossa união com Cristo, através de Sua morte e ressur­
reição (Rm 6.3-4). Filipe, evidentemente, estava certo da profundidade e da solidez 
da decisão do etíope de ser batizado. Desceram às águas, e o alto oficial, agora cristão, 
foi batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (At 8.39).
4. Filipe foi retirado da presença do etíope
(At 8.39-40)
O versículo 39 fala de outro acontecimento extraordinário. Logo depois que 
ambos saíram da água, está escrito que Filipe foi arrebatado pelo Espírito do Senhor e 
achou-se em Azoto. O eunuco seguiu seu caminho sem Filipe, mas foi acompanhado 
de Jesus e transbordando de contentamento (At 8.39). Filipe não se estabeleceu em 
Azoto. Passou além e evangelizou as cidades que encontrou pelo caminho até chegar 
em Cesareia (At 8.40). Ali, em algum momento, ele fixou residência (At 21.8).
Conclusão
No capítulo 8 de Atos, Lucas reuniu dois exemplos do trabalho evangelístico 
de Filipe:
• entre os samaritanos foi uma espécie de evangelização em massa, onde “as mul­
tidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia”;
• com o etíope, encontramos um exemplo de evangelização pessoal, no qual o 
discipulador e o discípulo sentam lado a lado com a Palavra de Deus aberta.
Em ambos os casos, apesar da diferença do público e do método, a essência da 
mensagem foi a mesma. Tanto na evangelização em massa como no évangélisme 
pessoal houve conversão, batismo e alegria. Precisamos pregar a mesma mensagem 
proclamada por Filipe com o fim de colher os mesmos resultados.
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r^
át
fg
Éi
ö
A conversão 
dramática de Paulo
Pr. André de Souza Lima
texto básico Atos 9.1-31
■ B M SEH aafliH l Atos 9.3-9
verskulo-thave
“Mas Barnabe, tomando-o consigo, levou-o aos apóstolos; e contou-lhes como 
ele vira o Senhor no caminho, e que este lhe falara, e como em Damasco pregara 
ousadamente em nome de Jesus"
leia a Bíblia diariamente
seg At 8.1-13
te r At 8.14-25
qua At 8.26-40
qui At 9.1-9
alvo da li
0 aluno compreenderá a importância de compartilhar com os outros o que Deus 
tem feito em sua vida, através da salvação em Jesus, tendo como base a vida 
de Saulo de Tarso.
sex At 9.10-19 
sáb At 9.20-30 
dom At 9.31-43
T alvez este seja o homem mais conhecido como representante do cristianis­mo, além de ser de fundamental importância para a história da igreja. Saulo, 
seu nome aramaico na comunidade judaica em Jerusalém, e Paulo, a forma romana 
de seu nome, ecoam nos livros de teologia e também de filosofia. Ele também é o 
homem que mais escreveu sobre doutrina no Novo Testamento: treze cartas são de 
sua autoria. Paulo foi o primeiro teólogo da igreja e foi chamado por alguns de seu 
segundo fundador.
Era natural de Tarso, uma importante cidade da Cilicia, e era cidadão romano, 
título que herdou de seu pai ou de algum parente que prestou serviços ao império e 
como recompensa ganhou a cidadania.
Sua educação preliminar foi doméstica tendo seu pai como tutor. Em Filipen- 
ses 3.5, Paulo nos mostra credenciais de quem mantém em dia sua ligação com a 
família: circuncidado no oitavo dia, israelita da tribo de Benjamim, hebreu nascido 
de hebreus. Com aproximadamente seis anos, Paulo foi à escola da sinagoga para 
ser educado na Torá e no hebraico. De acordo com Atos 22.3, foi educado em 
Jerusalém aos pés de Gamaliel. Este era um rabino moderado (At 5.34-39). Em­
bora Paulo não o mencione em suas cartas, seu estilo reflete o método rabínico de 
pensar.
Alguns acreditam que Atos 26.10 tem implícito que Paulo foi membrodo Siné­
drio. Fariseu, foi perseguidor fanático da igreja, antes de sua conversão.
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I. Saulo, o perseguidor dos crentes
(At 8.1; 9.1-2)
Atos 8 traz a história posterior à morte de Estêvão, consentida por Saulo de 
Tarso. Alguns estudiosos afirmam que a expressão “Saulo consentia em sua morte” 
significava que dera o seu voto no Sinédrio para a execução de Estêvão. Mas é no ver­
sículo 3 desse mesmo capítulo que vemos a ferocidade de Paulo como perseguidor. 
"Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, 
encerrava-os no cárcere.” Alguns comentaristas nos explicam que o verbo “assolava”, 
em grego, nesse versículo pode ser traduzido como destruição e não tem paralelos no 
Novo Testamento. No Antigo Testamento, o equivalente usado descreve a destruição 
que um animal selvagem podia causar a uma planta ou a outro ser. Ele realmente era 
algoz e tinha um sentimento de ódio no coração em relação aos cristãos. Em suas 
próprias palavras, em Atos 26.11, ele diz que estava demasiadamente enfurecido.
Depois desse parágrafo, encontramos Saulo em Atos capítulo 9 .0 versículo registra: 
“Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos”. Apalavra ainda liga os 
acontecimentos desse trecho com os descritos anteriormente, ou seja, a morte de Estêvão 
(At 7) e a expulsão de cristãos de Jerusalém. Não se contentando em atuar na área 
sob domínio do Sinédrio, Saulo vai até o sumo sacerdote e pede recomendações para 
conseguir apoio das sinagogas de Damasco, região sob domínio de um outro povo 
(Nabateus), para perseguir cristãos fora de Jerusalém.
II. Saulo e Jesus, a conversão na estrada
(At 9.3-9)
Foi a caminho para praticar mais um de seus atos perseguidores que Saulo 
encontrou Jesus de forma singular e definitiva. Quase no fim de sua viagem de 240 
km, ele viu e ouviu o Senhor Jesus ressurreto. Posteriormente, esse fato foi muito im­
portante para conferir autoridade apostólica a Paulo. Apergunta feita ao perseguidor 
lhe mostrou quanto o Senhor prezava, amava e era unido com a Sua igreja. Ele não 
perguntou por que Paulo perseguia a igreja, mas sim porque O perseguia.
Saulo não sabia quem estava falando com ele. Então, ouviu o Senhor responder: 
"Eu sou Jesus, a quem tu persegues" (At 9.5).
Após a resposta, o novo convertido foi instruído quanto ao que fazer. Todos à 
sua volta ouviam a voz, mas não viram ninguém. Além disso, ouviram o som, mas não 
compreenderam o que a voz havia dito. Levantando-se do chão, Paulo estava cego.
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Ele deveria seguir viagem, levado por outros para a cidade, onde aguardaria a pessoa 
que lhe diria o que lhe convinha fazer (At 9.6).
1. A experiência de Saulo foi marcante: um ponto entre dois extremos
De perseguidor passou a apóstolo, de odiento à causa de Cristo se tornou um 
dos mais apaixonados discípulos de Jesus.
2. A experiência de Saulo foi pessoal
Somente Saulo entendeu completamente o que estava acontecendo. Ele viu 
e ouviu o que Jesus lhe pedira e Lhe obedeceu imediatamente, mesmo que ainda 
não estivesse compreendendo exatamente o que estava acontecendo. Note que a 
obediência de Saulo foi completa porque, primeiramente, foi sua resposta a alguém 
que até então ele não cria ser o “Messias”; em segundo lugar, porque aquela ordem 
mudou o curso de seus planos imediatamente; e em terceiro porque teria de confiar 
em um desconhecido. Tais atitudes seriam impensadas para um personagem com o 
currículo de Saulo, mas mostraram sua fé e obediência em ação.
3. A experiência de Saulo foi uma demonstração da graça de Deus
Calvino fala que a graça de Deus é vista não apenas em um lobo tão cruel sendo 
transformado em ovelha, mas também em ele assumir o caráter de um pastor. O 
próprio Paulo reconhece isso em seus escritos. Basta observar a linguagem que usa 
para descrever sua conversão. Em Gálatas 1.15-16, ele diz “aprouve [a Deus] revelar 
seu Filho a mim”, e em lCoríntios 15.10 - “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e 
a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que 
todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo”. Você poderá encontrar um 
exemplar de versículo como este em quase todas as cartas de Paulo. Essa consciência 
impulsionava Paulo sempre na dependência Daquele que o salvara e o chamara ao 
ministério e que deve nos impulsionar na mesma direção.
III. Paulo e Ananías - a recepção na igreja
(At 9.10-25)
A recepção de Paulo na igreja foi um pouco diferente. Ele jejuou, orou e esperou 
por três dias antes que obtivesse alguma explicação para tudo aquilo que aconteceu 
com ele. Essa atitude de Paulo mostra sua rápida transformação. Claro que, como 
fariseu, orava e jejuava, mas agora era diferente. Esperou calmamente que o Senhor 
lhe enviasse uma resposta e, enquanto isso, apenas jejuou e orou. Como diz Stott, 
“o rugido do leão foi transformado em balido de cordeiro”. Seu relacionamento com 
Deus foi transformado.
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1. 0 diálogo com Ananias
Enquanto Paulo esperava jejuando e orando, o Senhor tinha um diálogo muito 
interessante com Ananias, um membro mais velho da igreja de Jesus naquele lugar. 
Ao receber a ordem de orar por Saulo, Ananias respondeu ao Senhor que Saulo era 
um homem muito perigoso e demonstrou certo medo a Deus. Mas a resposta do So­
berano foi reveladora. Ananias recebeu a revelação de que Saulo se tornaria apóstolo 
aos gentios e aos seus reis, como de fato foi. O próprio livro de Atos nos mostra isso. 
Além de ser o apóstolo dos incircuncisos (Rm 11.13; G12.2, 7-8; E f 3.8), foi teste­
munha perante o governador Felix e sua esposa, Drusila (At 24.24), o rei Herodes 
Agripa II, além de comparecer perante César. Após essa palavra, Ananias se encheu 
de coragem e foi ao encontro do novo convertido. Em Ananias, Saulo encontrou 
uma resposta para seu problema de cegueira, recebeu oração, ficou cheio do Espírito 
Santo, foi batizado e, finalmente, se alimentou. Ananias foi o primeiro a reconhecer o 
perseguidor como cristão e quando foi orar por ele o chamou de “Saulo, meu irmão”.
2. Seu relacionamento com a igreja
Deste ponto em diante, ocorreu a Saulo a maior mudança de toda sua vida - em 
relação à igreja. Assim que se sentiu fortalecido com a acolhida de Judas e Ananias, 
Sardo saiu pregando na cidade, causando espanto e confusão em todos os judeus, e 
passou a ser perseguido. Alguns deles tramaram a morte de Saulo, que saiu fugido 
em um cesto pela muralha da cidade. A igreja a qual odiara passou a ser objeto de 
um amor apaixonado e contagiante. Saulo também mudou seu relacionamento com 
os judeus. Em vez de concordar com eles sobre o Messias, passou a demonstrar que 
Jesus era o Cristo que eles ainda esperavam. Ia até as sinagogas para persuadir seus 
compatriotas da verdade que tinha experimentado a caminho de Damasco. Antes foi 
aos judeus para pedir autorização para matar os cristãos, depois foi aos judeus para 
que eles morressem para a sua incredulidade e nascessem como cristãos.
Não existe conversão genuína em que não haja mudanças de comportamento e de relacionamento 
para com Deus, com a igreja e com o mundo. Ensinemos essa verdade tão importante e tão ausente nas 
pregações evangélicas de hoje.
IV. Saulo e Barnabé a apresentação aos apóstolos em Jerusalém
(At 9.26-31)
A mesma dificuldade enfrentada por Ananias quando teve de encontrar Saulo 
foi também enfrentada pelos irmãos em Jerusalém quando o novo convertido vol­
tou para lá. Novamente, Deus providenciou um homem que se dispôs a acreditar
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em sua conversão genuína e o apresentou aos irmãos. Temos de lembrar que entre 
sua conversão em Damasco e sua chegada em Jerusalém há um período de três anos 
que Paulo passou na Arábia. Alguns entendem que ele buscou isolar-se para buscar 
a Deus, entendê-Lo melhor e estudar. Outros comentaristas afirmam que esses três 
anos compensaram os três anos que ele não passou com o Senhor Jesus, assim como 
os outros apóstolos. Enfim, voltou de lá para

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