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gente criando o futuro DIVISÃO E MODELAGEM DE CARGOS Organizadores Fábio Marcos Fonseca Boiani Márcia Valéria Marconi DIVISÃO E MODELAGEM DE CARGOS (Divisão e Modelagem de Cargos, Salários e Sistemas de Benefícios) Organizadores Fábio Marcos Fonseca Boiani Márcia Valéria Marconi Divisão e M odelagem de Cargos GRUPO SER EDUCACIONAL C M Y CM MY CY CMY K Divisão e Modelagem de Cargos (Divisão e Modelagem de Cargos, Salários e Sistemas de Benefícios) eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 1eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 1 16/06/2020 11:30:1016/06/2020 11:30:10 © by Editora Telesapiens Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora Telesapiens. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Bibliotecário responsável: Nelson Oliveira da Silva – CRB 10/854) M321d Marconi, Márcia Valéria. Divisão e modelagem de cargos [recurso eletrônico]/ Tiago Mendonça Scavone; Fábio Marcos Fonseca Boaini. – Recife: Telesapiens, 2020. 152 p. : pdf ISBN: 978-65-86073-37-9 1. Gestão de recursos humanos 2. Boiani, Fábio Marcos Fonseca I. Título. CDU 658.3 eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 2eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 2 16/06/2020 11:30:1016/06/2020 11:30:10 Divisão e Modelagem de Cargos Fundador e Presidente do Conselho de Administração: Janguê Diniz Diretor-Presidente: Jânyo Diniz Diretor de Inovação e Serviços: Joaldo Diniz Diretoria Executiva de Ensino: Adriano Azevedo Diretoria de Ensino a Distância: Enzo Moreira Créditos Institucionais Todos os direitos reservados 2020 by Telesapiens eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 3eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 3 16/06/2020 11:30:1116/06/2020 11:30:11 OS AUTORES Olá. Meu nome é nome é Fábio Marcos Fonseca Boiani. Sou graduado em Comunicação Social, pela Universidade Mackenzie, com especialização em Marketing, pela mesma instituição e cursei mestrado em Administração, na PUC-SP, tenho experiência técnico-profissional na área editorial de mais de 15 anos, ocupando cargos na área de gestão. Possuo também experiência na área acadêmica como professor e gestor na área educacional, atuo como professor, coordenador de curso e gestor de faculdade. Passei por empresas como a Editora Nova Cultural, Editora Cortez, Universidade Bandeirante de São Paulo, Faculdade Anhanguera, Kroton Educacional, Faculdade de Tecnologia Jardim, Faculdade Sumaré e Universidade Brasil. Sou apaixonado pela área de educação e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões e contribuir para a construção do conhecimento e desenvolvimento profissional. Acredito na educação como caminho transformador de uma sociedade. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! FÁBIO MARCOS FONSECA BOIANI Olá. Meu nome é Márcia Valéria Marconi. Sou formada em Ciências Contábeis, com uma experiência técnico-profissional nas áreas de contabilidade, controladoria, custos, recursos humanos e educação, sendo mais de 20 anos. Passei por empresas como a Esso Brasileira de Petróleo Ltda., Sadia S.A., Econet Editora Ltda, Grupo Uninter, Universidade Positivo e FAEC. Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! MÁRCIA VALÉRIA MARCONI eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 4eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 4 16/06/2020 11:30:1116/06/2020 11:30:11 ICONOGRÁFICOS Esses ícones que irão aparecer em sua trilha de aprendizagem significam: OBJETIVO Breve descrição do objetivo de aprendizagem; + OBSERVAÇÃO Uma nota explicativa sobre o que acaba de ser dito; CITAÇÃO Parte retirada de um texto; RESUMINDO Uma síntese das últimas abordagens; TESTANDO Sugestão de práticas ou exercícios para fixação do conteúdo; DEFINIÇÃO Definição de um conceito; IMPORTANTE O conteúdo em destaque precisa ser priorizado; ACESSE Links úteis para fixação do conteúdo; DICA Um atalho para resolver algo que foi introduzido no conteúdo; SAIBA MAIS Informações adicionais sobre o conteúdo e temas afins; +++ EXPLICANDO DIFERENTE Um jeito diferente e mais simples de explicar o que acaba de ser explicado; SOLUÇÃO Resolução passo a passo de um problema ou exercício; EXEMPLO Explicação do conteúdo ou conceito partindo de um caso prático; CURIOSIDADE Indicação de curiosidades e fatos para reflexão sobre o tema em estudo; PALAVRA DO AUTOR Uma opinião pessoal e particular do autor da obra; REFLITA O texto destacado deve ser alvo de reflexão. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 5eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 5 16/06/2020 11:30:1116/06/2020 11:30:11 SUMÁRIO UNIDADE 01 Modelagem de Cargos e Salários ..........................................12 Ergologia .................................................................................12 Psicotécnica ..............................................................................13 Conceito de Cargo ............................................................14 Desenho de cargos ...................................................................16 Quem desenha os cargos ..........................................................17 Modelo de desenho de cargos ................................................18 Modelo clássico ou tradicional ................................................18 Vantagens do modelo clássico: .........................................20 Desvantagens do modelo clássico ....................................21 Modelo humanístico .................................................................23 Modelo Contingencial ............................................................26 Enriquecimento de cargos ................................................31 Enriquecimento vertical e lateral ......................................32 Vantagens do enriquecimento de cargos...........................33 Situações possíveis do enriquecimento de cargos ............34 Críticas ao enriquecimento de cargos ...............................35 eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 6eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 6 16/06/2020 11:30:1116/06/2020 11:30:11 Aspectos motivacionais do desenho de cargos .................35 Seis conceitos implementadores .......................................37 Aplicando as técnicas de Divisão e Modelagem de cargos .40 Preferências para desenho de cargos ................................40 Identificando e solucionando problemas relacionados a Descrição de cargos ..................................................................................41 Responsabilidades ...........................................................42 UNIDADE 02 .............................................................................. Compreendendo como funciona a estrutura orçamentária .46 Atribuiçõese responsabilidades ...............................................46 Gestão por competências ..................................................49 Avaliação de Desempenho ..............................................51 Esclarecendo dúvida sobre modelagem de cargo ................53 Desempenho profissional .........................................................57 Avaliação de Cargos ...............................................................59 Competitividade no ambiente de trabalho ...............................60 Novos modelos de mudança ....................................................62 Uma visão sistêmica ........................................................65 Modelo de Gestão Participativa .......................................65 Modelo de Gestão por Competência ...............................69 eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 7eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 7 16/06/2020 11:30:1116/06/2020 11:30:11 Modelo de Gestão por Resultados ...................................70 Devolutiva da Avaliação de cargos .......................................71 Criatividade de Inovação .........................................................72 UNIDADE 03 .............................................................................. Compreendendo como funciona a Gestão de Pessoas ........80 A evolução da Gestão de Pessoas e ordenamento dos cargos ..80 Esclarecendo dúvidas sobre o Modelo de Gestão Estratégica .83 Gestão por Competências na gestão estratégica de RH ...........84 Impactos das mudanças no campo da gestão de pessoas ........85 Gestão de pessoas: do modelo tradicional ao estratégico .......87 Gestão tradicional de pessoas ..........................................88 Gestão estratégica de pessoas no conceito de competência ..90 Articulação da estratégia organizacional .............................92 Articulação entre cultura e gestão por competências ...............94 Estruturas e etapas ordenadas de gestão por competências ....96 Carreira.................................................................................100 Treinamento ...........................................................................101 Crescimento profissional ........................................................103 Desenvolvimento Organizacional (DO).................................105 eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 8eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 8 16/06/2020 11:30:1116/06/2020 11:30:11 Recompensas ..........................................................................107 Curva de maturidade ou curva de carreira .............................109 UNIDADE 04 Compreendendo a implantação do plano de cargos .........116 A evolução da implantação do plano de cargos .....................116 Grupo envolvido na implantação do plano de cargos ............118 Impactos dos modelos de cargos na gestão de pessoas ....119 O Modelo de Walton .............................................................120 O Modelo de Westley ............................................................121 O Modelo de Davis e Werther ...............................................122 O BPSO-96 ...........................................................................123 Estrutura salarial .................................................................125 Programas de incentivos salariais ..........................................128 Programas de benefícios sociais ............................................130 Remuneração ........................................................................134 Remuneração Estratégica .......................................................134 Remuneração por competências ............................................135 Remuneração por habilidades ................................................138 eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 9eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 9 16/06/2020 11:30:1116/06/2020 11:30:11 eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 10eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 10 16/06/2020 11:30:1116/06/2020 11:30:11 Divisão e Modelagem de Cargos 11 UNIDADE 01 UNIDADE 01 eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 11eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 11 16/06/2020 11:30:1116/06/2020 11:30:11 Divisão e Modelagem de Cargos12 INTRODUÇÃO Você sabia que a área de modelagem de cargos é uma das áreas mais importantes de uma organização? Assim como uma competência essencial para o gestor de qualquer área de atuação? Esta atividade está totalmente relacionada com o sucesso de uma organização no setor em que ela atua, pois interfere diretamente no desempenho daquilo que uma empresa tem de mais importante, o seu capital humano. Além disso, trata- se de um ótimo campo de trabalho para você atuar. Cada vez é maior a demanda por profissionais especializados nesta área de atuação. Modelagem de cargos é a área da gestão que realiza a especificação do que se espera de cada cargo, como o trabalho deverá ser realizado e as relações com os demais cargos. Mostra a estruturação e o dimensionamento. Demonstrando o conteúdo do cargo, os métodos e processos de trabalho, quem é o seu superior imediato, quem serão os seus subordinados, entre outras coisas. Entendeu? Ao longo desta unidade você irá mergulhar neste universo! eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 12eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 12 16/06/2020 11:30:1116/06/2020 11:30:11 Divisão e Modelagem de Cargos 13 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1 Facilitar a compreensão da necessidade de gerir o potencial construtivo do ser humano e dos grupos nas organizações; 2 Instrumentalizar o aluno com uma visão crítica sobre o papel do líder e sua importante contribuição para o sucesso da sua equipe e o gerenciamento das mudanças organizacionais; 3 Facilitar o desenvolvimento de habilidades inter-pessoais para atuar como Gestor de Recursos Hu-manos; 4 Como aplicar as Técnicas de Modelagem de Cargos. Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 13eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 13 16/06/2020 11:30:1116/06/2020 11:30:11 Divisão e Modelagem de Cargos14 Modelagem de Cargos e Salários O sucesso ou o fracasso de uma organização depende, cada vez mais, da qualidade do trabalho executado por seus colaboradores. Quanto maior o tamanho de uma organização, consequentemente maior é o número de funcionários que ela possui e mais complexa será a inter-relação entre as tarefas executadas por eles. Por isso, o fundamental um bom desenho da estrutura de cargos. A maneira como as pessoas trabalham nas organizações depende de como o trabalho é planejado, modelado e organizado, e como é realizada a distribuição das tarefas entre os empregados. Essas tarefas são distribuías em cargos. A estrutura de cargos é definida pelo desenho organizacional, que condiciona e configura o grau de especialização dos cargos. IMPORTANTE A maneira como os cargos serão desenhados depende, em grande parte, da estrutura organizacional. Caso a estrutura organizacional seja rígida e imutável, os cargos serão fixos, permanentes e definidos, fechados, individualizados e delimitados. Se a estrutura for flexível e adaptável, os cargos serão maleáveis, ajustáveise abertos, com elevado índice de interação com o ambiente em que a organização está inserida. Atualmente, a modelagem do trabalho exige flexibilidade e forte participação dos colaboradores envolvidos na realização do trabalho. Ergologia De acordo com Almeida (2015, p. 21) Ergologia é o nome dado para a ciência do trabalho, que abrange os estudos do fator humano, do fator técnico e dos fatores sociais no trabalho. A parte que se concentra no fator humano também é chamada de psicotécnica. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 14eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 14 16/06/2020 11:30:1116/06/2020 11:30:11 Divisão e Modelagem de Cargos 15 Psicotécnica Psicotécnica é a técnica que busca a compreensão do comportamento humano no ambiente de trabalho, além de objetivar a melhor adaptação do homem ao trabalho e vice-versa. Essa técnica permite identificar se uma pessoa está apta a realizar o trabalho que lhe é oferecido; entender porque essa pessoa rende diferentes maneiras e adequar funcionários e funções de acordo com os interesses dos primeiros e tornar o ambiente favorável ao melhor desempenho possível. (Almeida, 2015, p. 22) Tradicionalmente, a estrutura organizacional é definida pela arquitetura de cargos e as atividades descritas de uma maneira racional e lógica a fim de proporcionar adequação entre a especialização vertical (níveis hierárquicos) e a especialização horizontal (departamentalização). Essa arquitetura dos cargos é representada pelo organograma da empresa, onde cada departamento é formado por um conjunto de cargos, como em uma montagem de blocos. Essa visão tradicional está sendo substituída por uma visão sistêmica e contingencial, que busca integrar mais as tarefas e atividades dos empregados. Figura 1 Fonte: freepik eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 15eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 15 16/06/2020 11:30:1216/06/2020 11:30:12 Divisão e Modelagem de Cargos16 Conceito de Cargo As pessoas trabalham nas organizações desempenhando determinado cargo. O cargo é composto por todas as atividades desempenhadas por uma pessoa em uma organização – o ocupante – que corresponde em certa posição formal do organograma da empresa. Em geral, quando se pretende saber o que uma pessoa faz na organização pergunta-se qual é o cargo que desempenha. Cada cargo consiste em um conjunto de deveres e responsa- bilidades que o tornam separado e distinto dos demais cargos. Figura 2 Fonte: freepik Para a organização, o cargo constitui as atribuições das pessoas nas tarefas organizacionais. Para a pessoa, o cargo constitui uma das maiores fontes de expectativas e motivação na organização. Desde que as pessoas ingressam em uma determinada organização e durante toda a sua trajetória, elas são ocupantes de um cargo. Desse modo, ao desempenhar as suas atividades, a pessoa que ocupa um cargo tem uma posição definida no organograma. A posição do cargo no organograma define o seu nível hierárquico, a quem está subordinada (a quem presta responsabilidade), quem são os seus subordinados (sobre quem exerce autoridade) e o departamento ou a divisão à qual pertence. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 16eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 16 16/06/2020 11:30:1216/06/2020 11:30:12 Divisão e Modelagem de Cargos 17 Horizontalmente, cada cargo está alinhado a outros do mesmo nível hierárquico que, em geral, recebem titulagem equivalente (como diretores, gerentes, chefes, operadores, etc.). Verticalmente, cada cargo está incluído em algum departamento. Os cargos também são desdobrados em funções e tarefas. A figura abaixo exemplifica a divisão entre cargo, funções e tarefas para o cargo de comprador: Figura 3 Fonte: elaborada pelo autor. No organograma, os cargos são representados por retângulos. Cada retângulo possui dois terminais de comunicação: o superior, que o liga ao cargo acima e define sua subordinação; e o inferior, que o liga com os cargos abaixo e define seus subordinados. EXPLICANDO MELHOR+++ eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 17eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 17 16/06/2020 11:30:1216/06/2020 11:30:12 Divisão e Modelagem de Cargos18 Desenho de cargos Segundo (Chiavenato, 2014, p.176) “O desenho de cargos (job design) envolve a especificação do conteúdo, dos métodos de trabalho e das relações com os demais cargos.” Para que seja bem desempenhado, cada cargo exige certas habilidades e competências de quem o ocupa. Para se desenhar um cargo, é necessário definir quatro condições básicas, são elas, o conteúdo do cargo, métodos e processos de trabalho, responsabilidade e autoridade. Para cada uma dessas condições, temos: 1. Conteúdo do cargo: é o conjunto de tarefas ou atribuições que o ocupante deve desempenhar. 2. Métodos e processos de trabalho: como as tarefas ou atribuições devem ser desempenhadas 3. Responsabilidade: a quem o ocupante do cargo deve se reportar, isto é, quem é o seu superior imediato. 4. Autoridade: quem o ocupante do cargo deve supervi- sionar ou dirigir, isto é, quem são seus subordinados ou as pessoas que dele dependem para trabalhar. (Chiavenato, 2014, p. 176) Segundo Chiavenato (2014, p. 177) No fundo, o desenho dos cargos representa o modo pelo qual os gestores projetam os cargos individualmente e os combinam em unidades, departamentos e organizações. Nesse sentido, o desenho de cargos define o grau de responsabilidade ou de liberdade concedido ao ocupante: se o cargo oferece compromisso pessoal com o negócio ou com o cliente ou se o cargo amarra o indivíduo a condições humilhantes ou a regras burocráticas. EXPLICANDO MELHOR+++ eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 18eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 18 16/06/2020 11:30:1216/06/2020 11:30:12 Divisão e Modelagem de Cargos 19 Portanto, temos que o desenho do cargo é que vai determinar as atividades que serão desempenhadas pelo colaborador, a maneira pela qual essas atividades serão desenvolvidas, o grau de responsabilidade e autonomia que o funcionário terá e a quem deve se reportar. Enfim, determina também qual regras deve seguir. Quem desenha os cargos Não há a definição de um departamento que seja o responsável exclusivo pelo desenho dos cargos. Em geral, os cargos fabris ficam nas mãos do órgão de engenharia industrial. Para os cargos de escritório, é atribuição da área de organização e métodos (O&M), que se incumbem também do planejamento e da distribuição das tarefas e atribuições dos colaborados da organização. Os cargos das áreas administrativa, financeira e de marketing quase sempre são desenhados pelas respectivas gerências e devem ser vistos e revistos constantemente em um processo de melhoria e atualização contínuas. Isso significa que um desenho de cargos não é imutável ou definitivo, sempre estão em evolução e inovação para se adaptarem às constantes transformações do mercado e da sociedade. Novos cargos surgem, outros deixam de existir, e ainda outros precisam ser redesenhados para assumir novos papéis e funções. De acordo com Chiavenato (2014, 178), “O que está acontecendo atualmente é uma completa revolução no conceito de cargo por causa das exigências do mundo moderno e da globalização da economia.” IMPORTANTE eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 19eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 19 16/06/2020 11:30:1216/06/2020 11:30:12 Divisão e Modelagem de Cargos20 Nos dias atuais, as organizações vivem um processo de constante inovação, necessário para que elas sobrevivamem um mercado cada vez mais competitivo. E isso exige que as organizações necessitam estar constantemente se revendo e reinventando. Modelo de desenho de cargos Podemos destacar três modelos de desenho de cargos: o clássico ou tradicional, o humanístico e o contingencial. Modelo clássico ou tradicional É o modelo que foi introduzido pelos precursores da Administração Científica; Taylor, Gantt e Gilbert. Esse modelo baseia-se na racionalização do trabalho para modelar os cargos, definindo métodos padronizados para treinar as pessoas e obter a máxima eficiência possível. Figura 4 Fonte: wikipedia Parte do princípio da divisão do trabalho e fragmentação das tarefas para definir os cargos. Estabelece uma divisão rígida entre o pensar e o executar. O pensar fica a cargo do gerente que planeja, e o operário obedece e executa as tarefas simples e repetitivas, tendo como objetivo é a máxima eficiência. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 20eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 20 16/06/2020 11:30:1216/06/2020 11:30:12 Divisão e Modelagem de Cargos 21 Figura 5 Fonte: wikipedia O modelo clássico de desenho de cargos possui quatro aspectos principais: �A pessoa como apêndice da máquina: A tecnologia vem antes das pessoas. A pessoa é um mero recurso produtivo. O desenho dos cargos é baseado no desempenho dos equipamentos, máquinas, instalações etc. � Fragmentação do trabalho: Cada pessoa executa apenas uma subtarefa simples e repetitiva, ou seja, uma incumbência parcial e fragmentada para executar de maneira rotineira e monótona. O trabalho das pessoas deve ser feito de maneira harmoniosa, cadenciada e coordenada. Tudo deve funcionar com a regularidade e cadência de um relógio. Toda atividade humana deve ser padronizada. �Ênfase na eficiência: O trabalho é cadenciado e medido por estudos de tempos e movimentos, onde o “tempo-padrão” para executar determinada tarefa corresponde a 100% de eficiência. O operário que consegue maior eficiência é premiado pelo conceito do homo economicus. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 21eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 21 16/06/2020 11:30:1216/06/2020 11:30:12 Divisão e Modelagem de Cargos22 �Conservantismo: No âmbito do modelo clássico não são previstas mudanças. O desenho do cargo é feito para durar para sempre. Figura 6 Fonte: wikipedia O conceito de Homo economicus admite que o homem é um ser racional, perfeitamente informado e centrado em si próprio, um ser que deseja riqueza, evita trabalho desnecessário e tem a capacidade de decidir de forma a atingir esses objetivos. O homem económico é, portanto, um ser idealizado, utilizado em muitas teorias econômicas. Esse conceito surgiu nas teorias econômicas no Século XIX e inícios do século XX. O modelo clássico enxerga as pessoas e equipamentos como máquinas: a organização e as pessoas são coisas que funcionam em uma lógica simples e mecânica. O trabalhador e o cargo recebem o mesmo tratamento das máquinas. Vantagens do modelo clássico: O desenho de cargos clássico busca alcançar as seguintes vantagens: �Redução de custos: operários com baixa qualificação e baixos salários facilitando a seleção e diminuindo custos de treinamento. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 22eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 22 16/06/2020 11:30:1316/06/2020 11:30:13 Divisão e Modelagem de Cargos 23 �Padronização das atividades: o trabalho padronizado facilita a supervisão e o controle, gerando a amplitude adminis- trativa com um número elevado de subordinados por supervisor. �Apoio à tecnologia: a aplicação da linha de monta- gem associada à tecnologia aumenta consideravelmente a produtividade e lucratividade da organização. O filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin retrata a vida urbana nos Estados Unidos no ano de 1930, demonstrando os modos de produção industrial baseados na divisão e especialização do trabalho na linha de montagem. SAIBA MAIS Desvantagens do modelo clássico Podemos observar no modelo clássico uma série de desvantagens: �Cargos simples e repetitivos tornam-se monótonos e chatos: este fator torna-se motivo de apatia, fadiga psicológica, desinteresse e perda do significado do trabalho. Esses efeitos negativos podem gerar desmotivação e consequente aumento rotatividade de pessoal, absenteísmo e pouca dedicação dos funcionários. Esses efeitos acabam provocando uma relação contrária à buscada redução de custos, gerando muitas vezes até um aumento deste. Além disso, esse modelo leva em conta apenas aspectos físicos e manuais, desprezando a inteligência dos empregados. �Desmotivação pelo trabalho: esse motivo faz com que as pessoas foquem mais nas reinvindicações por melhores condições de trabalho e salários como meio de compensar as suas frustrações. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 23eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 23 16/06/2020 11:30:1316/06/2020 11:30:13 Divisão e Modelagem de Cargos24 �Trabalho individualizado e isolado: o contato social e interação com os colegas de trabalho não é estimulada. As pessoas estão fisicamente juntas, porém socialmente distantes, o que gera uma situação de confinamento social. A interdependência é da tarefa e não social. �Monopólio da chefia: Cada ocupante de cargo relaciona-se unicamente com seu supervisor, este monopoliza os contatos do trabalhador com o restante da organização. Tudo passa pelo supervisor e nada acontece sem a sua anuência. O operário apenas executa o que é programado pelo gerente, ele não pensa sobre as atividades. Atualmente vivemos a Era da Informação, que trouxe inúmeras transformações sociais, culturais e econômicas que fazem com que o desenho clássico tradicional não seja mais adequado às necessidades organizacionais. Podemos ressaltar três razões para isso: �A força de trabalho atual é composta por jovens que estão recebendo melhor educação e maior quantidade de informação que desejam cargos mais significativos, desafiadores e de acordo com sua capacidade e padrão de formação. �A geração atual é menos propensa a aceitar cegamente as ordens dadas por seus superiores. O perfil do colaborar atual é mais proativo e contestador. �Atualmente há uma maior valorização do bem-estar social e qualidade de vida, os cargos rotineiros e enfadonhos estão se tornando indesejáveis e sendo realizados por máquinas. A tecnologia está exterminando cargos rudimentares, sujos e ruins, ao mesmo tempo que cria cargos mais inovadores e criativos. �Nos dias atuais também é possível perceber uma drástica mudança dos empregos do setor industrial para o setor de serviços, o que demanda uma nova visão sobre as habilidades e competências necessárias para o trabalhador atual. O modelo clássico proporcionou enorme avança no desenho dos cargos, já eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 24eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 24 16/06/2020 11:30:1316/06/2020 11:30:13 Divisão e Modelagem de Cargos 25 que foi pioneiro nesse quesito, porém, as vantagens esperadas por esse modelo tornaram-se ultrapassadas nos dias de hoje e foram sendo substituídas por novas abordagens e conceitos. Figura 7 Fonte: pixabay Modelo humanístico Surge com a Escola das Relações Humanas, na década de 1930, a partir da experiência de Hawthorne. O movimento humanista é comumente definido como uma reação pendular à administração tradicional, no sentido de substituir a engenharia industrial pelas ciências sociais, a organização formal, pela organização informal, a chefia pela liderança, o incentivo salarial pelas recompensas sociais e simbólicas,o comportamento individual pelo comportamento em grupo e o organograma pelo sociograma. O conceito de homo economicus passa a ser substituído pelo de homo social. Busca substituir a administração autocrática pelo modelo democrático. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 25eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 25 16/06/2020 11:30:1316/06/2020 11:30:13 Divisão e Modelagem de Cargos26 Figura 8 Fonte: wikipedia No modelo humanístico surgem os conceitos de liderança, motivação e comunicação no trabalho. Substitui a ênfase colocada nas tarefas e na estrutura organizacional pela ênfase nas pessoas e grupos sociais. A experiência de Hawthorne foi realizada em 1927, pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos (National Research Council), em uma fábrica da Western Electric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne. Os resultados dessa experiência deram início à chamada Escola das Relações Humanas na administração, de onde tem origem o Modelo Humanístico de modelagem de cargos. O desenho de cargo no modelo humanístico preocupa- se mais com o contexto do cargo do que com o conteúdo do cargo. Portanto, o modelo do cargo em si não é diferente do modelo clássico. A mudança se dá no deslocamento da atenção para as condições sociais sob as quais o cargo é desempenhado, deixando de lado o conteúdo. O conceito de homo social traz três características principais: 1. O ser humano não pode ser reduzido a um ser cujo comportamento é simples e mecânico; 2. O homem é, ao mesmo tempo, guiado pelo sistema social e pelas demandas de ordem biológica; 3. Todos os homens possuem necessidades de segurança, afeto, aprovação social, prestígio e autorrealização. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 26eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 26 16/06/2020 11:30:1316/06/2020 11:30:13 Divisão e Modelagem de Cargos 27 Figura 9 Fonte: pixabay O modelo humanista introduz a questão da interação entre as pessoas e com os seus superiores com meio de satisfazer as necessidades pessoais do empregado de modo a aumentar o moral das pessoas e consequentemente aumentar também sua produtividade para a organização. No entanto, esses fatores pessoais não afetam o cumprimento da tarefa e nem o fluxo das atividades do trabalho que permanecem sendo as mesmas do modelo clássico. O que muda é o papel do gerente. Que deixa de ter o papel de capataz e deve desenvolver um grupo de trabalho coeso e integrado, promover uma atmosfera psicológica amigável e cooperativa. Com o intuito de reduzir a monotonia e a chatice da tarefa, o modelo busca momentos de escape nas horas de lazer e em momentos esporádicos por meio da interação social. O modelo humanístico revelou-se também insuficiente para resolver os problemas enfrentados pelas organizações e acabou sendo desacreditado e sofrendo críticas pelo excesso de romantismo de sua abordagem e por carregar aspectos manipulativos. No quadro abaixo, podemos ressaltar as principais diferenças entre o modelo clássico e humanístico. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 27eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 27 16/06/2020 11:30:1316/06/2020 11:30:13 Divisão e Modelagem de Cargos28 Tabela 1: Comparação de modelos: clássico X humanístico Modelo clássico Modelo humanístico Ênfase na tarefa e na tecnologia. Ênfase na pessoa e no grupo social. Fundamentado na estrutura organizacional. Fundamentado na interação na dinâmica de grupo. Busca a eficiência por meio do método e racionalização do trabalho. Busca a eficiência pela satisfação e interação das pessoas. Preocupação com o conteúdo do cargo. Preocupação com o contexto do cargo, isto é, com o entorno social. Baseado em ordens e imposições. Baseado em comunicações. Trabalhador executa e obedece. Trabalhador participa nas decisões. Conceito de Homo economicus. Conceito de Homo social. Recompensas salariais e materiais. Recompensas sociais e simbólicas. Fonte: Chiavenato, 2014, p. 181 Modelo Contingencial O modelo contingencial diferencia-se dos dois anteriores por levar em consideração três variáveis, simultaneamente: as pessoas, a tarefa e a estrutura organizacional. Por isso, representa uma abordagem mais ampla e complexa. Essas três variáveis possuem características diferentes, por isso o resultado é relativo, contingente, e não fixo e padronizável. Como descrito anteriormente, os modelos clássico e humanista desenham o cargo como algo definitivo e permanente. Levam em consideração a expectativa de um ambiente estável e com mudanças lentas e previsíveis. No modelo contingencial, leva-se em consideração que o ambiente é dinâmico e se baseia na contínua mudança, o que torna-se necessário uma revisão constante dos cargos, que é de responsabilidade do gerente e sua equipe de trabalho. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 28eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 28 16/06/2020 11:30:1416/06/2020 11:30:14 Divisão e Modelagem de Cargos 29 Figura 10 Fonte: freepik Assim, no modelo contingencial, o cargo é mutável em decorrência do desenvolvimento pessoal do ocupante e do desenvolvimento tecnológico da tarefa. Vivemos em um mundo globalizado e de alta concorrência em que tudo muda com uma velocidade cada vez maior, isso faz com que os cargos e as tarefas necessitem de constantes ajustes, pois a organização moderna exige, cada vez mais, competitividade e qualidade para atingir seus objetivos. O modelo contingencial supõe a utilização das capacidades de autodireção e autocontrole das pessoas, dessa maneira, os objetivos são definidos conjuntamente entre o ocupante e o seu gerente com o intuito de tornar o cargo um verdadeiro fator motivacional. Cabe ao gerente criar mecanismos pelos quais haja um compromisso recíproco de melhoria contínua, de maneira que o colaborador possa contribuir para a melhoria do desempenho departamental. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 29eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 29 16/06/2020 11:30:1416/06/2020 11:30:14 Divisão e Modelagem de Cargos30 Figura 11 Fonte: freepik Maria Lúcia Gili Massi fala sobre a influência da globalização no processo de modelagem de cargos, segundo ela: O aumento da competitividade global tem levado as empresas a relacionarem a formação de competências à definição de sua estratégia. De um lado, temos a organização com seu conjunto próprio de competências, de outro, temos o empregado, com seu conjunto de competências. A organização transfere seu patrimônio de competências para o empregado, enriquecendo-o e preparando-o para enfrentar novas situações profissionais e pessoais, dentro ou fora da empresa. O empregado, por sua vez, ao desenvolver sua capacidade individual, transfere para a organização seu aprendizado, permitindo que ela enfrente novos desafios. (MASSI, 2012) Em virtude dessa relação de troca entre empregado e empregador, as pessoas ocupam uma posição destacada na organização, de maneira que só elas podem agregar, continuamente, novos valores aos negócios empresariais, promovendo a inovação e, como consequência, o êxito organizacional. �O modelo contingencial se baseia em cinco dimensões essenciais, são elas: eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 30eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 30 16/06/2020 11:30:1416/06/2020 11:30:14 Divisão e Modelagem de Cargos 31 1. Variedade: existe quando o cargo apresenta ampla gama de operações ou uso de diversidade de equipamentos e procedimentos que tornam as tarefas menos repetitivas e monótonas. Umtrabalho com variedade elimina a rotina, a chatice e a monotonia, além de tornar-se desafiante para o ocupante desenvolver suas habilidades e competências. A ausência de variedade ocorre quando o cargo é sequencial e monótono, quando a pessoa não pode conversar com os colegas, quando o trabalho é rigidamente programado por terceiros e totalmente dependente de insumos do gerente. 2. Autonomia: refere-se ao grau de independência e liberdade que o ocupante tem para planejar e executar o seu trabalho. A autonomia está relacionada diretamente com o intervalo de tempo em que o ocupante recebe a supervisão direta do seu superior. Quanto maior a autonomia, maior o espaço de tempo em que o ocupante deixa de receber supervisão direta e maior é o nível de autoadministração do seu próprio trabalho. 3. Significado das tarefas: trata-se da noção de interdependência do cargo com os demais cargos da organização e qual a contribuição deste trabalho na atividade geral do departamento e da empresa. Quanto maior a noção do significa do seu trabalho, maior a sua contribuição e maior grau de responsabilidade o ocupante terá. Quando o ocupante vê significado, conseguirá distinguir melhor o que prioritário, dessa maneira poderá adequar melhor o seu cargo às necessidades da organização tanto para o cliente interno quanto para o externo. 4. Identidade com a tarefa: refere-se à noção de totalidade e extensão do trabalho do ocupante. Identifica-se mais com a tarefa, o ocupante tem a percepção do produto final da sua atividade. Quando a tarefa é fragmentada e a pessoas não tem a noção do todo há perda de identificação. Por exemplo, quando a pessoa aperta parafusos o dia inteiro não consegue saber para que serve o seu trabalho. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 31eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 31 16/06/2020 11:30:1416/06/2020 11:30:14 Divisão e Modelagem de Cargos32 5. Retroação: refere-se à informação de retorno que a pessoa recebe sobre o resultado dos seus esforços. Ela é fundamental para que o colaborador possa realizar uma autoavaliação do seu desempenho, sem a necessidade do julgamento do seu superior ou de qualquer órgão externo. Figura 12 Fonte: freepik Essas cinco dimensões, quando bem trabalhadas, fazem com o que o cargo seja carregado de fatores motivacionais e tragam satisfação ao ocupante. Elas afetam intrinsecamente a qualidade dos cargos, produzem satisfação pessoal e envolvimento humano gerando maior produtividade para a organização. Como consequência, podemos destacar as seguintes vantagens (Chiavenato, 2014, p. 183): �A pessoa utilize várias de suas habilidades e competências pessoais na execução das tarefas. �A pessoa tenha certa autonomia, independência e autodireção na execução das tarefas. �A pessoa faça algo significativo e que tenha certo sentido ou razão de ser. �A pessoa se sinta pessoalmente responsável pelo sucesso ou fracasso das tarefas em função dos seus próprios esforços. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 32eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 32 16/06/2020 11:30:1416/06/2020 11:30:14 Divisão e Modelagem de Cargos 33 �A pessoa perceba e avalie o seu próprio desempenho enquanto executa o trabalho, sem intervenção de terceiros ou da chefia. O modelo contingencial ganha importância, pois as mudanças que ocorrem na sociedade desatualizam rapidamente o conteúdo e a estrutura dos cargos e acabam por impor novas habilidades a seus ocupantes. Isso faz com que seja necessário redesenhar os cargos e atualizá-los contingencialmente. Há também o fato de que as pessoas sofrem mudanças: elas aprendem novas habilidades, absorvem novos conceitos, desenvolvem atitudes e enriquecem o seu comportamento mediante o trabalho que executam. Quando o ambiente se torna dinâmico e mutável, as mudanças acabam se tornando constantes e intensas. Enriquecimento de cargos O desenho de cargos no modelo contingencial é mais dinâmico em relação aos modelos clássico e humanístico, pois privilegia a mudança em função do desenvolvimento pessoal do ocupante. Essa adaptação contínua é realizada por meio do enriquecimento de cargos. Enriquecimento de cargos significa a reorganização e a ampliação do cargo para proporcionar adequação ao ocupante no sentido de aumentar a satisfação intrínseca, por meio do acréscimo de variedade, autonomia, significado das tarefas, identidade com as tarefas e retroação. DEFINIÇÃO eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 33eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 33 16/06/2020 11:30:1416/06/2020 11:30:14 Divisão e Modelagem de Cargos34 Segundo a teoria dos dois fatores de Herzberg, o enriqueci- mento de cargos é a maneira de obter satisfação intrínseca por meio do cargo. É que o cargo é pequeno demais para o espírito de muitas pessoas e, nesse caso, precisam ser redimensionados. A teoria dos dois fatores de Herzberg é a teoria proposta por Frederick Herzberg que aborda a situação de motivação e satisfação das pessoas. O objetivo era entender os fatores que causariam insatisfação e aqueles que seriam os responsáveis pela satisfação no ambiente de trabalho. Os fatores tratados pelo autor são os intrínsecos e extrínsecos. Enriquecimento vertical e lateral O enriquecimento do cargo pode ser lateral ou horizontal (carga lateral com a adição de novas responsabilidades do mesmo nível) ou vertical (carga vertical com adição de novas responsabilidades mais elevadas). O enriquecimento vertical adiciona tarefas mais complexas ou atribuições administrativas ao cargo, como planejamento, organização e controle, enquanto transfere para outro cargo de nível mais baixo as tarefas mais simples. O enriquecimento lateral adiciona tarefas variadas, com a mesma complexidade das tarefas atuais, ao mesmo tempo que transfere para outros cargos do mesmo nível algumas das tarefas atuais. O enriquecimento vertical busca tarefas mais complexas e maiores responsabilidades, enquanto o horizontal busca variar tarefas de igual complexidade e responsabilidade. Figura 13: Enriquecimento de cargos vertical e lateral eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 34eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 34 16/06/2020 11:30:1416/06/2020 11:30:14 Divisão e Modelagem de Cargos 35 O que se espera do enriquecimento de cargos é o aumento na produtividade e na redução das taxas de rotatividade e absenteísmo. Isto exige uma reeducação da gerência e da chefia, descentralização da gestão de pessoas, delegação de responsabilidades, maiores oportunidades de participação, etc Vantagens do enriquecimento de cargos �Maior motivação intrínseca do trabalho. �Contínuo desenvolvimento das competências do colaborador. �Crescimento profissional e impulso ao encarreiramento mais rápido. �Desempenho de alta qualidade no trabalho. �Elevada satisfação com o trabalho. �Redução de faltas (absenteísmo) e de desligamentos (rotatividade). De uma maneira geral, as pessoas que executam trabalhos que consideram interessantes e desafiadores estão mais satisfeitas do que as que executam tarefas repetitivas e rotineiras. Os resultados do trabalho aumentam quando estão presentes três estados psicológicos críticos nas pessoas que executam o trabalho: 1. Quando a pessoa encara o seu trabalho como significativo ou de valor. 2. Quando a pessoa se sente responsável pelos resultados do trabalho. 3. Quando a pessoa conhece os resultados que obtém fazendo o trabalho. A figura abaixo ilustra as alternativas para o enriquecimento de cargos: eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 35eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd35 16/06/2020 11:30:1416/06/2020 11:30:14 Divisão e Modelagem de Cargos36 Figura 14 Fonte: Chiavenato, 2014, p. 185 Situações possíveis do enriquecimento de cargos Tabela 2: Condicionamento pessoal x condicionamento social Situações de condicionamento pessoal Situações de condicionamento social TRABALHO Situações relacionadas com a tarefa (Task related) - Trabalho interessante, criativo e desafiador. - Trabalho independente e sentimento de responsabilidade. - Oportunidade de realização. - Reconhecimento pelos superiores. - Reconhecimento pelos colegas. - Reconhecimento pelos subordinados. AMBIENTE Situações não relacionadas com a tarefa (Non task related) - Avanço e aprendizagem. - Compensação salarial. - Segurança no trabalho. - Status e vida profissional pessoal. - Políticas e normas da companhia. Condições físicas de trabalho; conforto pessoal. - Reconhecimento pelos clientes. - Competência e apoio dos superiores. - Boas relações com os colegas. - Boas relações com os subordinados nos dois sentidos. - Boas relações com os clientes. Fonte: PORTER, Lyman W.; LAWLER III, Edward E.; HACKMAN, J. Richar. Behavior in organizations. Nova York: McGraw-Hill, 1975, p. 309. Apud: Chiavenato, 2009, p. 50) eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 36eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 36 16/06/2020 11:30:1516/06/2020 11:30:15 Divisão e Modelagem de Cargos 37 Críticas ao enriquecimento de cargos É normal que as pessoas reajam de maneiras diferentes às mudanças que ocorrem no ambiente de trabalho. Essa mudanças em suas atividades, quando constantes, podem provocar uma sensação de ansiedade e angústia e até o sentimento de estarem sendo exploradas. Nas organizações tradicionais e conservadoras é de se esperar que o espírito de mudança e inovação esteja bloqueado em seus colaboradores e exista uma relação de insegurança com relação a toda novidade, as pessoas podem não se sentir preparadas para as inovações adotadas. Assim, o enriquecimento de cargos pode gerar alguns efeitos indesejáveis, principalmente em organizações que privilegiam a conservação do status quo. Nessas organizações as reações de resistência podem ser comuns. Aspectos motivacionais do desenho de cargos Segundo Chiavenato (2014, p. 85) as dimensões profundas tendem a criar três estados psicológicos críticos nos ocupantes de cargos. 1. Percepção do significado do trabalho: é o grau em que o ocupante sente que seu trabalho é importante, valioso e contribui para a organização. 2. Percepção da responsabilidade pelos resultados do trabalho: é o grau em que o ocupante se sente pessoalmente responsável pelo trabalho e que os resultados do trabalho dependem dele. 3. Conhecimento dos resultados do trabalho: é o grau em que o ocupante toma conhecimento do seu trabalho e autoavalia o seu desempenho. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 37eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 37 16/06/2020 11:30:1516/06/2020 11:30:15 Divisão e Modelagem de Cargos38 Figura 15 Fonte: freepik A aplicação prática das cinco dimensões essenciais e dos três estados psicológicos críticos pode ser feita por meio de seis conceitos implementadores. A ideia básica dessa abordagem é reunir as dimensões, os estados psicológicos por meio do enriquecimento de cargos e de recompensas individuais e grupais. Conforme quadro abaixo: Tabela 3 Cinco dimensões básicas Três estados psicológicos Seis conceitos implementadores - Variabilidade - Autonomia - Percepção do trabalho como significativo e de valor. - Tarefas combinadas. - Unidades naturais de trabalho. - Significado das tarefas. - Identidade com a tarefa. - Percepção de ser responsável pelos resultados do trabalho realizado. - Relações diretas com o cliente ou usuário. - Carga vertical. - Canais de retroação - Retroação - Conhecimento dos resultados do trabalho. - Grupos autônomos. Fonte: Chiavenato (2009, p. 52) eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 38eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 38 16/06/2020 11:30:1516/06/2020 11:30:15 Divisão e Modelagem de Cargos 39 Figura 16 Fonte: freepik Seis conceitos implementadores 1. Tarefas combinadas: significa combinar e juntar várias tarefas em uma só. Para isso é necessário reunir essas partes divididas em módulos maiores de trabalho integrados. Ao invés da linha de montagem temos a célula de produção ou a montagem do produto por uma só pessoa, o gerente de tarefa. 2. Formação de unidades naturais de trabalho: Consiste em identificar diferentes tarefas, agrupá-las em módulos significativos e atribuí-las a uma só pessoa. Isso gera significado e identidade do colaborador com a tarefa, proporcionando um sentimento de propriedade em relação àquilo que faz. 3. Relações diretas com o cliente ou usuário: O cliente pode ser interno ou externo. O objetivo é dar a cada cargo um cliente e um fornecedor. Consiste em estabelecer relações diretas entre o ocupante, clientes e fornecedores. Primeiramente é preciso identificar os clientes (saídas) e fornecedores (entradas) e quais são os requisitos ou exigências. Envolve maior responsabilidade e autonomia e também favorece a retroação. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 39eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 39 16/06/2020 11:30:1516/06/2020 11:30:15 Divisão e Modelagem de Cargos40 4. Carga vertical: enriquecimento vertical com a adição de tarefas mais elevadas ou atividades gerenciais. O ocupante recebe mais autoridade, responsabilidade e critério para planejar, organizar e controlar seu próprio trabalho. 5. Abertura de canais de retroação: atribui ao ocupante o controle de seu desempenho, criando uma tarefa total e completa e com conhecimento pleno dos resultados. Isso aumenta a realimentação por meio do próprio cargo e faz fluir a retroação diretamente entre os usuários e fornecedores, sem necessidade de incluir gerentes ou pessoal de staff. 6. Criação de grupos autônomos: consiste em transferir trabalhos individuais para grupos interativos ou equipes de trabalho. A dinâmica que ocorre nos grupos proporciona maior satisfação, pois o trabalho se torna uma atividade social e o grupo influencia o comportamento individual criando soluções de trabalho com maior eficácia do que isoladamente. Essa abordagem envolve grupos multifuncionais, equipes autogeridas, células de produção, círculos de controle de qualidade (CCQ), equipes transitórias, forças-tarefas, etc. A interação grupal proporciona recursos sociais capazes de estimular a motivação, o desempenho no trabalho e a produtividade. Com a aplicação das dimensões profundas e os conceitos implementadores o que se espera é uma melhora considerável nas atitudes dos colaboradores diante do cargo ocupado e diante da empresa. Os cargos representam o desenho da estrutura da organi- zação. Descrevem as atribuições de cada pessoa determinado as atividades e tarefas a serem realizadas. O desenho organizacional é a representação estrutural da empresa, demonstrando a maneira pela qual seus órgãos e cargos estarão arquitetados e distribuídos. Se uma estrutura organizacional for rígida, certamente os cargos serão fixos. Se a estrutura for maleável, os cargos será flexíveis. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 40eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 40 16/06/2020 11:30:1516/06/2020 11:30:15 Divisão e Modelagem de Cargos 41 Quando se pretende saber o que uma pessoa realiza na organização, questiona-se qual a função desempenhada. Com isto, identificamos as atribuições do colaborador na corporação. Para a empresa, o cargo constituia base de sua aplicação nas tarefas organizacionais. Para a pessoa, personifica a fonte de expectativa e de motivação na empresa em que trabalha. O cargo é um composto de todas as atividades desempenhadas por um indivíduo, o ocupante. A posição do cargo no organograma define o nível hierárquico e o departamento ou divisão em que está localizado. À medida em que as tarefas da organização aumentam, demandando por mais pessoas a realizá-las, evidencia-se a necessidade de aplicar uma experiência comprovada como eficaz. Dentro da gestão de pessoas consagram-se três modelos de desenhos de cargos: �Modelo Clássico: o qual faz referência à administração científica, onde havia a separação rígida entre o pensar (gerência) e o executar (operário); �Modelo Humanístico: caracteriza uma reação ao mecanismo da administração tradicional da época e tenta substituir a organização formal pela informal; �Modelo Contingencial: representa uma dimensão mais ampliada e complexa pelo fato de considerar três variáveis paralelamente, tais como pessoas, tarefas e estrutura empresarial. Bucando a adaptação do cargo ao potencial de desenvol- vimento pessoal do ocupante, as organizações realizam o enriquecimento de cargos, com o objetivo de maximizar sua satisfação intrínseca mediante acréscimo de variedade, autonomia e identidade com a tarefa realizada. A estrutura de cargos é dependente do desenho organi- zacional em que está inserida. Sem dúvida, o conhecimento acerca desta área de modelagem de cargos torna-se imprescindível à obtenção de objetivos da empresa. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 41eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 41 16/06/2020 11:30:1516/06/2020 11:30:15 Divisão e Modelagem de Cargos42 Aplicando as técnicas de Divisão e Modelagem de cargos Preferências para desenho de cargos Como estudado, atualmente os cargos estão sendo desenhados para proporcionar condições de elevado desempenho e satisfação ao ocupante - dessa maneira, alavancar resultados para ambos os lados, organização e ocupante. A proposta da atividade é utilizar a coluna direita no quadro a seguir para avaliar as características de trabalho que julgar mais importantes, com notas de 1 (baixo grau de importância) a 10 (alto grau de importância). Importância Variedade de tarefas e habilidades Retroação do desempenho Autonomia e liberdade de trabalho Trabalho em equipe Responsabilidade quanto a metas e resultados Relacionamento com pessoas Trabalho integral e não fragmentado Importância do trabalho para os outros Planejamento dos recursos necessários Programação flexível de trabalho Na internet você pode encontrar várias sites com artigos que podem complementar seus estudos. Uma dica de site que traz muito material sobre modelação de cargos é o Portal do RH. https://www.rhportal.com.br/?s=cargos SAIBA MAIS eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 42eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 42 16/06/2020 11:30:1516/06/2020 11:30:15 Divisão e Modelagem de Cargos 43 Estabeleça um ranking hierarquizado sobre o que você acredita que seja mais importante na modelagem de cargos. Compare com outros colegas e realize uma reflexão a respeito. Identificando e solucionando problemas relacionados a Descrição de cargos Exemplo de descrição de cargo. (Chiavenato, 2014, p. 189) Título do cargo: Enfermeira Resumo do cargo: Responsável pelo esquema completo de cuidados ao paciente, desde a admissão até a transferência ou saída do processo de enfermagem, bem como da avaliação, do planejamento e da implementação. A enfermeira tem autoridade e total responsabilidade sobre o processo de enfermagem e para projetar as futuras necessidades do paciente e/ou da família. Dirige e guia os processos, os cuidados ao paciente e as atividades do pessoal de apoio, enquanto mantém o alto padrão de enfermagem profissional. Qualificações Educação: graduação em escola superior de enfermagem Experiência profissional: cuidados críticos exigem um ano de experiência médico-cirúrgica Requisitos de licença ou registro Requisitos físicos: A: capacidade de bend, alcançar ou assistir a transferência de 50 ou mais pounds. B: capacidade de transferir e/ou andar 80% de 8 horas shift. C: acuidade visual e auditiva para desempenhar funções relacionadas. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 43eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 43 16/06/2020 11:30:1516/06/2020 11:30:15 Divisão e Modelagem de Cargos44 Responsabilidades 1. Avaliar dimensões físicas, emocionais e psicosso- ciais dos pacientes. Avaliar o paciente por escrito após sua admissão e comunicá-la aos que dele cuidam, conforme as políticas internas da instituição. 2. Formular um plano escrito de cuidados ao paciente desde a admissão até a alta. Desenvolver objetivos de curto e longo prazos após a admissão. Rever e atualizar o plano. 3. Implementar plano de cuidados. Demonstrar habi- lidade em desempenhar procedimentos comuns de enfer- magem. Completar as atividades de cuidado com o paciente de maneira organizada e cronometrada, estabelecendo priori- dades apropriadas. O quadro acima exemplifica a descrição do cargo de enfermeira. Suponha que você trabalha em uma consultoria de RH e foi contratado por uma empresa para realizar o recrutamento e seleção e precisa fazer a descrição de um cargo para a busca de um profissional no mercado de trabalho. Faça a descrição de um cargo, à sua escolha, que contenha: título do cargo, resumo do cargo, pelo menos, três qualificações exigidas e três responsabilidades. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 44eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 44 16/06/2020 11:30:1516/06/2020 11:30:15 Divisão e Modelagem de Cargos 45 UNIDADE 02 UNIDADE 02 eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 45eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 45 16/06/2020 11:30:1516/06/2020 11:30:15 Divisão e Modelagem de Cargos46 Você sabe qual é a principal responsabilidade da adminis- tração Financeira? Nessa disciplina você aprenderá sobre as dúvidas mais frequentes sobre a implantação do Plano de Cargos e Salários. Além disso, será capaz de analisar e interpretar o desenho de cargos nas organizações, modelos de desenho de cargos e estrutura de cargos. Com isso, também, realizará a avaliação de cargos e salários e estará apto a fazer a devolutiva da avaliação. Desse modo, ao final da disciplina você estará preparado para refletir e tomar decisões nas organizações a partir de uma visão sistêmica e que traga resultados equilibrados e positivos para a organização. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 46eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 46 16/06/2020 11:30:1516/06/2020 11:30:15 Divisão e Modelagem de Cargos 47 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: OBJETIVOS 1 Facilitar a compreensão da necessidade de gerir o potencial construtivo do ser humano e dos grupos nas organizações; 2 Instrumentalizar o aluno com uma visão crítica sobre o papel do líder e sua importante contribuição para o sucesso da sua equipe e o gerenciamento das mudanças organizacionais; 3 Facilitar o desenvolvimento de habilidades interpessoais para atuar como Gestor de Recursos Humanos; 4 Ajudar a empresa estar em constante atualização, para que a mesma seja competitiva e agregue valor aos seus produtos e serviços. Então? Está preparadopara uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 47eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 47 16/06/2020 11:30:1516/06/2020 11:30:15 Divisão e Modelagem de Cargos48 Compreendendo como funciona a estrutura orçamentária Ao término deste capítulo você irá aprender sobre as plano de cargos e salários. Verá que as finanças são extremamente importantes para a gestão eficiente das empresas, visando a análise do plano de cargos e salários e as dúvidas desta gestão. E ainda a avaliação do plano de cargos e salários e os tipos de método utilizado. Então vamos lá. Avante! OBJETIVO Atribuições e responsabilidades Para que possamos mensurar a agregação de valor, precisamos medir a complexidade das atribuições e responsabilidades dos cargos do pessoal. Esses dois elementos costumavam ser chamados de espaços ocupacionais. Com o passar do tempo, o conceito foi aprimorado, e agora, segundo Dutra (2009), podemos dizer que os espaços ocupacionais buscam estabelecer a correlação entre complexidade e entrega (o quanto a pessoa mobiliza as competências que possui). Cargo “é o conjunto de funções substancialmente idênticas quanto à natureza das tarefas executadas e às especificações exigidas dos ocupantes”. (PONTES, 2000, p. 41-42). É possível ampliar o nível de complexidade das atribuições e responsabilidades sem precisar alterar a função desse colaborador dentro da organização. Chamamos esse processo de ampliação do espaço ocupacional, e ele decorre de dois fatores, como mostra a imagem: eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 48eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 48 16/06/2020 11:30:1516/06/2020 11:30:15 Divisão e Modelagem de Cargos 49 Figura 1: Fatores que influenciaram o espaço ocupacional Fonte: Dutra, 2009, p. 51 (adaptado). Observando a imagem, podemos concluir que a ampliação do espaço ocupacional acontece devido às necessidades da organização e às competências (individuais e coletivas) para atendê-las. Vamos pensar nas atribuições e responsabilidades de uma secretária. A secretária de ontem precisava ter conhecimento em datilografia, atender o telefone, enviar fax, acompanhar reuniões e receber os clientes (normalmente, da mesma região da empresa). Hoje, ela precisa ter conhecimentos de informática, saber trabalhar com smartphones, conhecer novas tecnologias (videoconferências, por exemplo), ter maior disponibilidade de horários, dominar outros idiomas para conversar com clientes de diversos países etc. Isso quer dizer que as organizações atuais delegam mais poder de decisão a essas profissionais, das quais se espera a administração dos recursos necessários para o bom andamento das atividades dos escritórios. Podemos verificar, por meio do exemplo, que devido às necessidades da organização e às novas competências, o espaço ocupacional da secretária aumentou, fazendo com que ela passasse a ter mais atribuições e responsabilidades. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 49eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 49 16/06/2020 11:30:1616/06/2020 11:30:16 Divisão e Modelagem de Cargos50 Ainda hoje, as organizações tendem a identificar e recompensar as pessoas por conta das tarefas realizadas, e não pela entrega, justamente porque ainda não conseguem levar em consideração o espaço ocupacional. Para que possamos conhecer o espaço ocupacional de cada pessoa, é necessário ir além do desenho de cargos, que é mais genérico, e precisamos conhecer as reais atribuições e responsabilidades de cada colaborador. Um reflexo disso é que tendemos a sobrecarregar as pessoas mais competentes com atribuições mais complexas, mas sem oferecer o devido reconhecimento. O desenho de cargos é a estrutura do cargo. Para Bohlander e Sell (2009), ele deve contemplar atividades, deveres e responsabilidades inerentes ao trabalho, que contribuirão tanto para o alcance dos objetivos da empresa quanto para a satisfação dos funcionários. Figura 2: Atribuições dos cargos Fonte: freepik Precisamos prestar atenção aos perigos de não considerarmos o espaço ocupacional. Vamos pensar em uma loja na qual o colaborador tem como função vender roupas e, por causa disso, possui metas de vendas. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 50eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 50 16/06/2020 11:30:1616/06/2020 11:30:16 Divisão e Modelagem de Cargos 51 Normalmente, premiamos o profissional que vende mais, aquele que traz mais lucro para a organização, certo? Quanto melhor forem os resultados das metas, mais atribuições e responsabilidades serão incorporadas ao vendedor. Suponhamos que Maria seja a melhor vendedora da loja: ela sempre bate todas as metas e é um modelo para os colegas. Ao perceber o excelente desempenho da vendedora, o gerente passou a solicitar que ela acompanhasse as compras da empresa, lidando também com os fornecedores. Como resultado desse aumento de atribuições, Maria deixou de bater as metas de vendas e acabou sendo repreendida pela gerência. A incorporação da nova responsabilidade não foi levada em conta pela empresa na hora de avaliar o desempenho da funcionária. Outra situação que merece nossa atenção é que o diferencial do vendedor não está no volume de vendas, mas nas competências mobilizadas durante o atendimento ao cliente. Esse colaborador se dedica mais, encanta os clientes, mas talvez não venda tanto porque leva mais tempo atendendo a cada um. Isso nos leva a refletir que tanto o espaço ocupacional (atribuições e responsabilidades) quanto a entrega (mobilização de competências) precisam ser levadas em consideração na hora de avaliar os colaboradores e reconhecer seu trabalho. Agora que já conhecemos a relação da complexidade e dos espaços ocupacionais com a gestão por competências, precisamos verificar a relação de outros temas com esse modelo de gestão. Gestão por competências Gestão de Pessoal é um tema introdutório, mas poderemos ter a percepção que serão tratados assuntos que irão ajudar no seu ambiente de trabalho, como: modelo de mudança, modelo de gestão, entre outros. Na Gestão por Competência trataremos do tão conhecido “CHA” (Conhecimentos, Habilidades e Atitudes) que irão auxiliar e fazer parte dos demais, pois servirá como base para outras estratégias. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 51eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 51 16/06/2020 11:30:1616/06/2020 11:30:16 Divisão e Modelagem de Cargos52 Já o tema Recursos Humanos Estratégicos vem mostrar históricos e assuntos que irão colaborar no seu trabalho, como, por exemplo: Remuneração por Competências e Remuneração por Habilidades, etc. Com Cargos e Salários vocês verão a necessidade de se montar hierarquias e organizar os processos com controle de pessoal e de atividades, evitando assim reclamatórias trabalhistas com “Equiparação Salarial”, entre outros. Assim sendo, Desenvolvimento Pessoal quer informar o desenvolvimento e carreira da pessoa para que possa ser um assunto interessante, pois o crescimento pessoal depende de cada um, e veremos temas como: desenhar, orientar e acompanhar as atividades desempenhadas na empresa, etc. Figura 3: Responsabilidades dos cargos Fonte: freepik Por fim, com a Avaliação de Desempenho vocês estarão seguros dos resultados alcançados com o as competências e estratégias bem definidas, além de cargos e salários e desenvolvimento de pessoal que serão necessários para o bom andamento da empresa e principalmente, para que possa ser medidas as habilidades dos colaboradores, elaborando metas a serem alcançadas, sempre buscando a satisfaçãodo cliente interno e externo. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 52eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 52 16/06/2020 11:30:1616/06/2020 11:30:16 Divisão e Modelagem de Cargos 53 Avaliação de Desempenho Algumas empresas apresentam um crescimento exponen- cial, enquanto outras não conseguem o mesmo resultado. Por que isso ocorre? Uma das razões é a forma como a empresa gerencia e faz uso dos seus recursos produtivos. Primeiramente, precisamos saber que a gestão por competências pode ser vista como originária da teoria da visão da empresa baseada em recursos, que enxerga a organização como a associação de recursos que são empregados para gerar ganhos. Cada organização possui recursos que outras empresas não têm, Além disso, os recursos podem ser utilizados de formas diferentes por cada uma das empresas, o que reflete nos resultados e no desempenho e, consequentemente, no crescimento diferenciado (FERNANDES, 2013). Para acompanhar as mudanças nos modelos de gestão e no papel estratégico das pessoas na organização, é necessário integrar cada vez mais a estratégia organizacional à gestão de pessoas, de forma a incentivar e monitorar o desempenho das pessoas e da organização. Dessa forma, podemos dizer que a gestão por competências visa aumentar o desempenho organizacional por meio do desempenho individual de seus colaboradores. Nesse sentido, o desenvolvimento e a retenção de competências são de extrema importância para as organizações que veem o talento de seus profissionais como peça fundamental no diferencial de negócio em relação à concorrência. Em relação à mensuração do desempenho da empresa, tradicionalmente, ela está voltada aos indicadores financeiros. Contudo, esse cenário está mudando. Um importante aliado dessa nova proposta é o Balanced Scorecard (BSC), um método desenvolvido na década de 1990 por Kaplan e Norton, que permite avaliar o desempenho organizacional por meio da decomposição da estratégia em objetivos e indicadores e do eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 53eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 53 16/06/2020 11:30:1616/06/2020 11:30:16 Divisão e Modelagem de Cargos54 alinhamento do desempenho das pessoas com o da organização (FERNANDES, 2013). O banco Santander utiliza o BSC considerando os assuntos mais relevantes em relação à sustentabilidade. Para conhecer mais detalhes sobre o BSC do Santander, acesse o site institucional do banco e confira. Utilizando o BSC, é possível traduzir a missão e a estratégia organizacional em objetivos, que são organizados por indicadores ligados a dimensões (financeira, clientes, processos internos e aprendizagem/crescimento) que orientam todos os envolvidos sobre os caminhos para atingir o sucesso. A ideia é que todas as pessoas canalizem energia e competências para alcançar os objetivos estratégicos. Cada colaborador tem a possibilidade de acompanhar e observar nitidamente seu desempenho, em caráter individual, verificando como ele está conectado ao desempenho organizacional. Em outras palavras, cada um sabe como está (ou não) contribuindo para o desempenho global. Figura 4: Resultado da Avaliação de Desempenho Fonte: freepik Assim, precisamos saber que as atividades devem estar alinhadas à estratégia organizacional, de forma que a organização e seus colaboradores tenham o melhor desempenho possível. Esse desempenho pode ser mensurado utilizando meios como o BSC, eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 54eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 54 16/06/2020 11:30:1616/06/2020 11:30:16 Divisão e Modelagem de Cargos 55 que nos permite monitorar e conhecer cada detalhe da empresa, entre eles, as competências que estão sendo mobilizadas, e agregam valor. Em resumo, as competências indicam o nível de presteza de uma empresa para executar suas estratégias. Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: “A remu- neração como incentivo ao desempenho”. http://bit.ly/2EliYeX ACESSE Esclarecendo dúvida sobre modelagem de cargo Dentre as variadas organizações, grandes ou pequenas voltam-se, as mesmas cada vez mais, para a gestão de pessoal. Um grande desafio dos futuros gestores da gestão contemporânea. Deve ser preciso entender que, para executar essa função, são necessários um aprimoramento e uma visão sistêmica, que prevejam um alinhamento das atribuições e das tarefas desenvolvidas pelos indivíduos, no interior das empresas. De acordo com Lacombe (2005, p. 125), visão sistêmica é “a habilidade para visualizar a instituição, empresa ou grupo de empresas, como um conjunto integrado”, que consiste em compreender o ambiente organizacional e objetiva a análise das interações existentes entre áreas e funções. As organizações estão modificando seus conceitos e práticas gerenciais, para mobilizar e adequar as pessoas a suas atividades. Para isso, observa-se a aproximação entre a adminis- tração de pessoas e a área de estratégia empresarial, a qual consiste em uma abordagem global sobre as pessoas e suas eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 55eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 55 16/06/2020 11:30:1616/06/2020 11:30:16 Divisão e Modelagem de Cargos56 atividades. Sendo assim, ao vincular a administração de pessoas à estratégia empresarial, busca-se em relação aos objetivos organizacionais gerais potencializar o entendimento das pessoas que trabalham na empresa. Nesse sentido, aperfeiçoar e utilizar ferramentas e instrumentos que fazem parte da função de Gestão de Pessoas fortalece as tarefas funcionais e básicas da área de RH, como: seleção, treinamento e avaliação da performance. Neste caminho globalizado, destaca que o desenvolvimento organizacional deve reforçar o trabalho do funcionário, por meio de suas posturas estáveis, satisfeitas, motivacionais e principalmente produtivas. Sendo o RH parte fundamental para a condução desse comportamento, evitando divergências de interesses e obtendo, por meio de suas atividades, a articulação e a intervenção entre pessoas e práticas organizacionais, conforme o direcionamento da empresa. Figura 5: Redes de Relacionamento Fonte: freepik Buscando a eficiência, a Gestão de Pessoas utiliza elementos e regras que buscam o controle, a ordenação e a distribuição dos indivíduos, conforme as demandas organizacionais, desenvol- vendo suas práticas, segundo pressupostos positivistas. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 56eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 56 16/06/2020 11:30:1716/06/2020 11:30:17 Divisão e Modelagem de Cargos 57 Essa gestão possui práticas, como recrutamento e seleção, avaliação, treinamento e remuneração, que necessitam ser evidenciadas. Estabelecer a função da Gestão de Pessoas é um grande desafio para os gestores, sendo que seu objetivo é garantir a motivação e a administração do homem, com relação ao ambiente organizacional. Sabendo que o ambiente reflete a cultura das organizações, necessitamos compreender que o processo de decisão sobre o indivíduo e sobre os aspectos comportamentais deve identificar as ambições da empresa e seus valores. A definição que Enriquez (2001, p. 175) faz da cultura organizacional: A cultura da empresa, ou cultura organizacional, ao propor seus valores e seu processo de socialização, seu imaginário enganador, tem por fim englobar todos os participantes da organização em uma fantasia comum proposta por seus dirigentes. Seu sistema de símbolos, que fornece um sentido preestabelecido a cada uma das ações dos indivíduos, tem por objetivo prendê-los totalmentena rede que ela tece. Desta forma, Gestão de Pessoas responde à criação de ferramentas e técnicas que servem como elemento central, ao direcionar a ação do funcionário. Sendo claro, então, que o discurso organizacional apoia na Gestão de Pessoas, a fim de construir um modelo ideal de pessoa que apresente características adaptáveis e, ao mesmo tempo, inovadoras. Indivíduos “autônomos”, teoricamente, entretanto, “heterônomos”, na realidade (DAVEL; VASCONCELOS, 1995). Sob essa ótica, a função da Gestão de Pessoas é promover a transformação, tornando a organização competitiva, com ênfase na busca contínua por melhores resultados. Assim, é evidente que a comunicação que se faz nessa área deve estar atenta à conciliação entre os interesses econômicos da organização e os interesses pessoais dos funcionários. Na competição, a disputa por recursos escassos entre organizações ou populações de organizações. A competitividade impulsiona a busca por de gestão e por arranjos estruturais mais eficientes e novos métodos de fabricação. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 57eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 57 16/06/2020 11:30:1716/06/2020 11:30:17 Divisão e Modelagem de Cargos58 Mostramos, neste contexto como a atitude de se tentar olhar para o futuro é realista. Este modelo de gestão da organização não está voltado para regras e papéis, mas também, voltado para valores e atitudes, que enfatizam o aprendizado contínuo, por meio de processos flexíveis e procedimentos de adaptação. Precisamos evidenciar que a função da Gestão de Pessoas no desenvolvimento do colaborador deve ter a transparência como política. O colaborador deve ter acesso a informações relativas a seu plano de carreira, além de apoiar ações desenvolvidas pelas equipes e, também, elaborar propostas, projetos e para a gestão de pessoas e planos. No processo de seleção de pessoas consiste na busca de pessoas com potencial, identificadas em diferentes áreas de atuação e de interesse. Assim, neste processo, é possível desenvolver um programa de talentos, com o qual as pessoas são selecionadas e avaliadas por seus aspectos comportamentais, por seu perfil, pelo seu constante aprimoramento profissional e pela técnica que possuem. Com o tempo, as relações interpessoais e humanas, passaram a ser mais valorizadas e reconhecidas pelas empresas e pelos gestores. Por conta dessa valorização, surgiram as empresas educadoras de homens, pois se considerava que as atuações dos funcionários deveriam ser pautadas por valores formativos e responsabilidades. Assista o filme “Em boa companhia” (2004), do diretor Paul Weitz. SAIBA MAIS A partir de um olhar mais crítico, é possível compreender como deve ser a tomada de decisão para alcançar resultados satisfatórios e entender um pouco mais sobre as relações humanas no interior das organizações. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 58eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 58 16/06/2020 11:30:1716/06/2020 11:30:17 Divisão e Modelagem de Cargos 59 Figura 6: Reunião de um escritório moderno com cultura despojada Fonte: freepik Para concluir, devemos compreender a constituição da função de pessoas como um processo, pelo qual uma organização questiona, continuamente, o comportamento do indivíduo, com o objetivo de alavancar sua competitividade. Tem como foco a movimentação dos grupos humanos rumo à socialização – processo de integração que permite a realização de trabalhos em conjunto –, promovendo um grau de consciência e tolerância que prioriza o compartilhamento de práticas entre os indivíduos e conhecimento. Desempenho profissional O principal papel da Gestão de Pessoas está em transformação e tem como objetivo uma busca contínua por melhores resultados, que aumentem o desempenho da organização e a tornem mais competitiva. Fica assim, claro, que a evolução da área de Gestão de Pessoas só é possível por intermédio de uma perspectiva estratégica que faça o diagnóstico do ambiente organizacional, identificando quais são as demandas da organização e dos empregados. Esse é um modelo competitivo da Gestão de Pessoas descrito por Lacombe e Tonelli (2001, p. 6), que: [...] decorreu, principalmente, do reconhecimento da importância de se considerar o ambiente externo na formulação das estratégias de negócios, e da existência de um gap entre as eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 59eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 59 16/06/2020 11:30:1716/06/2020 11:30:17 Divisão e Modelagem de Cargos60 necessidades previstas para a implantação dessas estratégias e as realidades que as organizações enfrentavam em termos de pessoas para implantá-las. Sendo que a necessidade de obtermos uma perspectiva voltada para a transformação das demandas da área de Gestão de Pessoas deve corresponder a um modelo ou a um método eficiente, capaz de orientar e conduzir os indivíduos a um melhor desenvolvimento de suas atividades. Organizar, definir e implementar uma estratégia organizacional, que objetive uma maior integração entre as capacidades da empresa e das pessoas, fazem parte da atuação da área de GP. Depois de entendermos a capacidade da área de Gestão de Pessoas, podemos dizer que ela deve atuar como interlocutora e mediadora de um relacionamento entre o empregado e a empresa. Figura 7: Metas Fonte: freepik Sendo assim, respondemos a seguinte questão: qual é o melhor discurso para a garantia do desenvolvimento organiza- cional? Pensando que o discurso organizacional concentra-se na prática como vantagem competitiva, é possível destacar a existência de uma abordagem que visa à melhoria dos desempenhos para o alcance eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 60eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 60 16/06/2020 11:30:1716/06/2020 11:30:17 Divisão e Modelagem de Cargos 61 dos objetivos traçados. Então, podemos compreender, que a área de Gestão de Pessoas foi transformada com base em um modelo estratégico, considerado fundamental. Sendo as transformações da área trouxeram uma necessidade de mudanças nos papéis exercidos pelos gerentes de pessoas. Fica claro que a função do gestor concentra-se na melhoria e na garantia dos desempenhos profissional e organizacional, bem como na identificação das necessidades dos empregados e da própria empresa, analisando esses aspectos. Dessa maneira, a criação de um Modelo de Gestão de Pessoas integrado possibilitaria a implementação de uma estratégia organizacional, a qual considera uma maior integração entre as capacidades organizacionais, os possíveis resultados positivos e o desenvolvimento do comportamento organizacional. Avaliação de Cargos O mundo em que vivemos se encontra em constante transformação! A primeira mudança significativa que vem ocorrendo em escala global é o surgimento de uma sociedade baseada na informação, que se manifesta por meio do rápido desenvolvimento tecnológico; a segunda é o processo de globalização, que quebra barreiras geográficas, removendo obstáculos para a comercialização de bens e serviços (VERGARA, 2009). O mundo se transforma constantemente, e ambiente negocial também! Existem casos de sucesso de organizações em todas as partes do mundo e aprendemos a aplicar em nossas empresas tecnologias vindas de outros países, porque temos um enorme volume de informação neste mundo globalizado. Podemos, por exemplo, comprar produtos da China, Japão e EUA, com a mesma facilidade que os adquirimos em nossas cidades, devido as novas tecnologias. Hoje os concorrentes podem estar em locais geograficamente diferentes, não são somente a vizinhança do bairro. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd61eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 61 16/06/2020 11:30:1716/06/2020 11:30:17 Divisão e Modelagem de Cargos62 Aquelas empresas que não estiverem prontas para a mudança e ficar estagnada, e preso aos processos e políticas antigas, será atropelada e corre o risco de quebrar. Desta forma, é preciso que as empresas tenham estratégias bem definidas e envolvam todos para que possam ser executadas na prática. Com isso, percebemos que a comunicação é de extrema importância para que a empresa continue competitiva, pois todos devem estar unidos ao rumo da empresa e alinhados as sua missão, visão e valores. Portanto, para que os colaboradores possam cumprir com os objetivos da empresa com qualidade, devem estar qualificados profissionalmente, sempre buscando o lucro. Para isso, ele deve se sentir como o “dono” da empresa, ser ouvido e participar das decisões, desde simples sugestões para redução de custos até grandes planejamentos, de acordo com o cargo que ocupa. Competitividade no ambiente de trabalho Devido à concorrência global, estão sendo preocupantes os níveis de competitividade. Desta forma as organizações devem se tornar mais flexíveis, adaptáveis e ágeis em dar respostas aos problemas e inovações nos processos e estruturas para a rápida reorganização e adaptação ao mercado atual. Nesse sentido, precisamos ter ciência de que as empresas estão passando por transformações que nem sempre são iniciadas internamente, mas que são forçadas pela necessidade de se manterem vivas em um mercado global dinâmico e exigente (NERI, 1999). eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 62eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 62 16/06/2020 11:30:1716/06/2020 11:30:17 Divisão e Modelagem de Cargos 63 Figura 8: Competitividade Fonte: freepik Para permanecerem competitivas, muitas organizações estão realizando parcerias, cooperações, enfim, alianças que configuram novas relações com concorrentes e fornecedores, em busca de minimizar as ameaças que possuem em comum ou por necessidade de redução de custos (VERGARA, 2009). Falando nas mudanças no ambiente de trabalho, quais são elas? As transformações pelas quais as empresas vêm passando podem ser divididas em três áreas principais. A evolução tecnológica introduz processos que muitas vezes dispensam a presença do colaborador, possibilita maior rapidez e volume no fluxo de informações e permite a criação da organização virtual ou teletrabalho (VERGARA, 2009). A organização virtual, o teletrabalho ou trabalho remoto são as atividades realizadas fora do ambiente organizacional. Essa é uma prática comum em algumas áreas, como publicidade e marketing, possível graças à internet, aos notebooks e a maiores opções de controle de resultados. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 63eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 63 16/06/2020 11:30:1716/06/2020 11:30:17 Divisão e Modelagem de Cargos64 O segundo tipo de transformação é a organizacional, que se refere a novas estruturas, caracterizadas pela redução de níveis hierárquicos; desenvolvimento de composições em rede; ênfase em equipes multidisciplinares, multifuncionais e com alto grau de autonomia (autogerenciadas); maior delegação de tarefas; compartilhamento de poder e visão estratégica por parte de todos os colaboradores, e não apenas da cúpula (VERGARA, 2009). Por último, existem as mudanças no comportamento humano, que estão ao relacionamento interpessoal, as responsa- bilidades do colaborador na organização, a ética e o papel da organização na construção e no desenvolvimento da carreira dos colaboradores, etc. A descentralização na tomada de decisão, o compartilha- mento das responsabilidades e a busca por auto realização das pessoas pessoal e profissional, e não apenas bons salários, são casos de transformações que afetam diretamente as pessoas. Novos modelos de mudança As alterações nos processos e estruturas da empresa tende a gerar reflexos no trabalho dos colaboradores, nos cargos, nas funções e atividades de forma geral. E as mudanças no ambiente organizacional impactam diretamente a gestão do pessoal! Desta maneira, o perfil das pessoas que compõem as organizações está mudando, e nós precisamos estar atentos. As principais transformações na gestão de pessoas, identificadas por Dutra (2009), para que possamos visualizar melhor como ocorre esse impacto, são: �Alteração do perfil das pessoas exigido pelas empresas: o colaborador passa do perfil obediente e disciplinado para o autônomo e empreendedor. Essa nova exigência reflete em mudança na cultura organizacional, para estimular e apoiar a iniciativa (proatividade), criatividade e a busca autônoma de resultados para a organização. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 64eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 64 16/06/2020 11:30:1716/06/2020 11:30:17 Divisão e Modelagem de Cargos 65 �Deslocamento do foco da gestão de pessoas, que passa do controle para o desenvolvimento: os colaboradores eram vistos como objetos de controle e tinham uma postura mais passiva. No novo contexto, busca-se o desenvolvimento mútuo, ou seja, a empresa, ao se desenvolver, também aprimora seus colaboradores e vice-versa. �Maior relevância das pessoas no sucesso do negócio ou da empresa: as pessoas precisam estar comprometidas com a organização de forma integral, ou seja, mobilizando todo o seu potencial e gerando vantagem competitiva. Além disso, elas precisam pertencem à organização, fazer para dela por meio de suas ações e atuação, como parceiras para o desenvolvimento. Nesse cenário, os colaboradores passam a representar o patrimônio intelectual da empresa. Nesse cenário de mudança, possibilita-se o compartilhamento de responsabilidades, o que significa que as empresas oferecem meios para que os colaborado- res se desenvolvam (pessoal e profissionalmente). Assim, cada profissional passa a ser o responsável pela própria carreira, de forma comprometida com os resultados pessoais e organizacionais (VERGARA, 2009). Cada alteração realizada exige uma reação na reestruturação de políticas, estratégias ou processos, e os profissionais de gestão de pessoas precisam saber como lidar com essa nova situação e se manter atualizados. Sobre mudança organizacional na Gestão de Pessoal. Assista “Quem mexeu no meu queijo”: http://bit.ly/38G7ocq ACESSE eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 65eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 65 16/06/2020 11:30:1716/06/2020 11:30:17 Divisão e Modelagem de Cargos66 Modelos de Gestão de Pessoas Não é fácil definir objetivos, planejar, colocar tudo em prática e, principalmente, fazer com que as pessoas realizem suas atividades e compartilhem os objetivos são exercícios diários de conhecimento, de estratégia e de relacionamento, conduzindo uma empresa ao desenvolvimento. Para se identificar as melhores ferramentas para conduzir as pessoas, de forma que deem o seu melhor e que façam isso em equipe, requer das lideranças um elevado nível de conhecimento da cultura da empresa, do perfil dos profissionais e dos recursos que possuem para essa finalidade. A maneira da gestão das pessoas um modelo particular, de acordo com a definição de para cada empresa, pois cada empresa tem sua cultura individual. Ao definir a melhor maneira de realizar a gestão, devemos: Figura 9: Definição de Gestão Fonte: Elaborado pela autora. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 66eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 66 16/06/2020 11:30:1816/06/2020 11:30:18 Divisão e Modelagem de Cargos 67 Para definir oModelo de Gestão de Pessoas de uma empresa, estes fatores são fundamentais, porque a finalidade essencial da gestão é encontrar a melhor forma de conduzir as pessoas para seus resultados. Também precisamos dizer que não existe um modelo específico, uma receita de bolo. O grande desafio dos gestores tornar os interesses individuais e coletivos próximos, fazendo com que esta união mova a empresa em direção a um crescimento diferenciado, utilizando suas habilidades e competências de liderança, através das ferramentas da administração de pessoal. A evolução de uma empresa é um processo contínuo, portanto, é fundamental que seus gestores pensem nessa evolução em curto, médio e longo prazos, de forma a viabilizar um crescimento consistente e competitivo. Uma visão sistêmica A gestão de pessoas não é uma tarefa fácil! É necessário entender o papel que as pessoas podem se desenvolver de forma a conquistar os melhores resultados na organização. O maior desafio da empresa é a satisfação das necessidades do indivíduo e da realização de seus sonhos. Veremos os principais Modelos de Gestão de Pessoas, sabendo que o modelo adotado depende da empresa e de todos os fatores relativos a cada um particularmente. Modelo de Gestão Participativa Sendo desenvolvido de maneira mais marcante na década de 1980, este Modelo de Gestão Participativa está em uso há algum tempo. A visão mecanicista para a humanista e sua transição deste modelo, a globalização e a crescente necessidade de desenvolvimento de um melhor nível de competitividade de nossas empresas demandam novas formas de gestão, deixando de lado a visão do ser humanista e aperfeiçoando a criatividade, a motivação, o comprometimento e a efetiva participação dos funcionários, nos resultados e nos rumos da empresa. No entanto, eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 67eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 67 16/06/2020 11:30:1816/06/2020 11:30:18 Divisão e Modelagem de Cargos68 a abertura de mercado impôs um novo ritmo a nossas empresas e a seus gestores e os desafios estão se intensificando. A existência humana, porque humana, não pode ser muda, silenciosa, nem tampouco pode nutrir-se de falsas palavras, mas de palavras verdadeiras, com que os homens transformam o mundo. Existir humanamente é pronunciar o mundo, é modificá- lo. O mundo pronunciado, por sua vez, volta-se problematizado aos sujeitos pronunciantes, a exigir deles novo pronunciar. (FREIRE, 1975, p. 93). Neste Modelo de Gestão Participativa em que os empregados participam do processo decisório da empresa, participando efetivamente dos rumos da organização, não apenas contribuindo com ideias. Com esse modelo que apresenta técnicas, conceitos, experiências práticas e um profundo conteúdo filosófico doutrinário, é um modelo complexo de ser implantado, pelo fato de que a participação não é natural nos modelos convencionais de administração e porque ainda temos alguns paradigmas que mantêm o funcionário à margem da organização de seu trabalho, onde o papel de gestão está apenas com o gestor e os empregados ficam a margem da tomada de decisão. Considerando que esse modelo seja implementado, podemos estender a participação aos clientes. Um exemplo dessa extensão são os Conselhos de Clientes criados por uma empresa para desenvolver uma gestão compartilhada com os fornecedores, formadores de opinião e sociedade, dependendo da atividade e do grau de importância da ampliação dos níveis decisórios para a conquista dos resultados. Uma prática muito comum, hoje, nas organizações, em relação ao Modelo de Gestão Participativa, é o estabelecimento de equipes auto gerenciáveis, as quais podem estar inseridas no processo operacional ou na realização de projetos, e são uma ferramenta de desenvolvimento organizacional muito significativa e com grandes resultados. Nas equipes autogerenciáveis, observamos que: eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 68eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 68 16/06/2020 11:30:1816/06/2020 11:30:18 Divisão e Modelagem de Cargos 69 Figura 10: Equipes auto gerenciáveis Fonte: Elaborado pela autora. Quanto à autonomia para todos os tipos de questões – estratégicas e operacionais. Operacionalmente, o Modelo de Gestão Participativa tem um nível complexo de implantação, principalmente em relação à operacionalização do processo decisório em grandes empresas. Com isso, podemos concluir que: � as pessoas têm maior interesse em participar, quando encontram afinidades entre os interesses do indivíduo e do grupo; � pessoas diferentes refletindo sobre um mesmo tema sempre geram resultados melhores; eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 69eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 69 16/06/2020 11:30:1816/06/2020 11:30:18 Divisão e Modelagem de Cargos70 � na gestão participativa, é fundamental a mensuração de resultados a curto prazo, de modo a estabelecer credibilidade quanto à viabilidade do processo; � quanto maior for o diálogo, maiores serão os resultados; � quanto maior o grupo, mais difícil a implantação do processo participativo. Como vantagens do Modelo de Gestão Participativa, podemos destacar: �Os resultados para a organização são maiores: há um desenvolvimento significativo das pessoas e, consequentemente, da organização; �Efetiva participação das pessoas na realização dos objetivos da empresa e na consolidação de seu futuro; � Potencialização do desenvolvimento das pessoas, melhorando o clima organizacional e possibilitando uma melhor distribuição de responsabilidades; � Sólido e consistente processo decisório; �Estabelecimento de uma maior competitividade da empresa, principalmente por proporcionar às pessoas um senso de pertencimento; �Respeito à diversidade, melhorando o nível de qualidade das decisões e de ações desenvolvidas na empresa. A implantação desse modelo depende um trabalho de ajuste da organização em três dimensões: Comportamental: substituição de estilos tradicionais por um processo de cooperação mútua, liderança, autonomia e responsabilidade. Perguntar, envolver, delegar, consultar, informar em vez de simplesmente mandar. Estrutural: redesenho dos cargos, dos grupos de trabalho e da estrutura como um todo, para que a participação não dependa eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 70eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 70 16/06/2020 11:30:1816/06/2020 11:30:18 Divisão e Modelagem de Cargos 71 somente das atitudes e da disposição das pessoas, mas, também, do sistema de normas e procedimentos. A estrutura tem que estimular e favorecer a participação. Interfaces: a gestão é compartilhada em diferentes interfaces e não apenas entre os funcionários. Clientes, fornecedores e distribuidores são consultados em algumas decisões. Projetos são desenvolvidos de forma compartilhada, caracterizando uma organização participativa interna e externamente. Caso não sejam claramente identificados os valores relacionados à participação, é preciso abrir mão desse modelo, pelo menos a curto prazo, pois será necessário preparar a empresa para essa nova forma de ver e operacionalizar a gestão. Qualquer modelo de gestão traz benefícios e desafios proporcionais à quantidade de desafios que o mercado oferece- nos, hoje. Vale entender essa dinâmica e encontrar a melhor maneira de gerir as pessoas, considerando que o Modelo Participativo beneficia a empresa e seus profissionais. Modelo de Gestão por Competência A palavra competência é conhecida como aquela que integra as diversas dimensões humanas para o desenvolvimento das atividades, as ações humanas estabelecem a criação de conhecimentos e habilidades, em queas crenças e os valores do indivíduo determinam sua identidade, a forma como age e se comporta perante as diferentes situações da vida. Ela é a identidade que deter- mina a motivação para a atitude. A competência define-se portanto, como o modo singular com que uma habilidade é colocada em prática – por isso é fundamental a autoestima e a identificação do sujeito da ação para determinar os diferentes graus de competência. A competência engloba os conhecimentos, os modos singulares presentes na realização humana e as habilidades. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 71eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 71 16/06/2020 11:30:1816/06/2020 11:30:18 Divisão e Modelagem de Cargos72 Figura 11: Modelos de Gestão por competências Fonte: Elaborado pelos autores. As competências do negócio: Elas envolvem tudo que a empresa precisa desenvolver e conquistar seus objetivos para ser mais competitiva. Contudo, é necessário mapear como cada área da organização vai contribuir para a realização dessas competências. As competências das áreas: É necessário definir as competências necessárias para cada membro de cada área, a fim de contribuir para a obtenção das competências no negócio e das áreas, principalmente. As competências dos profissionais: Todos nós temos um conjunto de habilidades, conhecimentos e atitudes que devem ser praticados na organização, de maneira focada, fazendo com que a área e o profissional realizem suas atividades e aplicando suas melhores competências e sempre com os mesmos objetivos. No entanto, é fundamental que a visão, as estratégias e as competências do negócio estejam bem claras, que envolvem uma atenção significativa para não comprometerem os resultados objetivados e identificando-se o que é essencial ao negócio e atendendo às críticas. Modelo de Gestão por Resultados Já este modelo, tem como objetivo gerir pessoas, tendo como bases de desenvolvimento e avaliação metas mensuráveis de maneira quantitativa e qualitativa, focando no resultado e não necessariamente no processo realizado para se chegar ao resultado, promovendo, aparentemente, maior liberdade na eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 72eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 72 16/06/2020 11:30:1816/06/2020 11:30:18 Divisão e Modelagem de Cargos 73 realização. Com isso, ele pode ser mais rígido à medida que avalia as pessoas pelos resultados que alcançam, podendo, muitas vezes, esconder necessidades de desenvolvimento, imprevistos ou qualquer evento que mude o curso dos resultados. Cabe aos gestores promover um acompanhamento mais criterioso da evolução dos resultados, com a finalidade de monitorar possíveis mudanças e reavaliar metas, uma gestão mais sistêmica e adotando uma maior flexibilidade. Através deste Modelo de Gestão por Resultado parte de objetivos, metas e resultados para o negócio, que se desdobram em resultados por área as quais, por sua vez, desdobram-se em resultados por funcionários. Sendo utilizados indicadores quantitativos e qualitativos, de forma a mensurar ao longo do tempo a efetiva geração de resultados. Neste modelo, ultimamente utilizado, considerado por relevantes instituições de ensino como um dos mais influentes conceitos de gestão dos últimos 75 anos, pode ser desenvolvido por meio de um sistema de gestão chamado Balanced Scorecard – BSC. Esse sistema foi desenvolvido por Robert Kaplan e David Norton, na década de 1990, e se expandiu após a publicação, em 1996, do livro Translating Strategyinto Action – The Balanced Scorecard. Devolutiva da Avaliação de cargos Os produtos e/ou serviços oferecidos, tem enorme valor agregado, uma vez que o valor percebido pelo cliente/consumidor, considerando preço versus benefício em comparação com a concorrência. O valor agregado não representa o preço do produto ou serviço, e sim um diferencial, que, na visão do cliente, comprova a escolha de determinado produto/serviço, em vez de outros similares ofertados no mercado. Exemplos de atributos que agregam valor e geram marcas renomadas são: entrega com agilidade, o atendimento personificado, a garantia estendida, os serviços de pós-venda. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 73eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 73 16/06/2020 11:30:1816/06/2020 11:30:18 Divisão e Modelagem de Cargos74 A empresa deve estar em constante atualização, para que a empresa seja competitiva e agregue valor aos seus produtos e serviços, dando atenção para o desenvolvimento dos processos e das pessoas e, principalmente, buscando sempre o melhor e mais adequado modelo de gestão, que geram transformações que impactam diretamente nas organizações. Criatividade de Inovação Com a inovação e o pensamento criativo, para as organizações contemporâneas, são a base para a garantia da competitividade e do sucesso organizacional, além de serem elementos diferenciais para gerar qualidade. É necessário entendermos a importância da criação, em um ambiente inovador. Veremos como podemos abordar nosso cenário organizacional e gerenciar pessoas, a fim de garantir uma rotina inovadora e criativa. Assim, Gestão da Inovação que surgiu nos Estados Unidos foi idealizada pelo professor e economista Joseph Schumpeter. Ele quem criou o paradigma da inovação, o qual representa uma mudança impulsionadora no crescimento da economia das empresas. Precisamos considerar que, atualmente, o crescimento e desenvolvimento das em- presas dependem de importantes variáveis: tecnologia, inovação e pessoas. Nesse sentido, a Gestão da Inovação está concentrada no gerenciamento do conhecimento, com o propósito de gerar novos produtos e serviços. Assim, temos a formação de um conceito: Inovar é fazer algo novo. Diferenciação de inovação: �A performance organizacional efetiva é determinada pelo ajuste entre a estrutura social da organização e o ambiente, sendo que as organizações de sucesso são aquelas em que o grau de diferenciação e os meios de integração coincidem com as demandas do ambiente. �Diferentes graus de incerteza = graus de diferenciação. �Ambientes mais estáveis e departamentos mais forma- lizados. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 74eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 74 16/06/2020 11:30:1816/06/2020 11:30:18 Divisão e Modelagem de Cargos 75 �Grande incerteza (orientados a relacionamentos) versus pouca incerteza (orientados a tarefas). �Ambientes mais instáveis – rápidos feedbacks sobre os resultados. �Departamentos diferem em termos de orientações para as metas. Depois de entendermos que as organizações inovadoras tendem a ser mais lucrativas, temos outro aspecto a considerar: as empresas modernas possuem novas exigências de mercado, e uma delas é a diversidade. Atender à diversidade do mundo atual é saber estreitar as fronteiras entre as empresas. É aí que entra o conhecimento, o qual permeia a ação do indivíduo e é considerado o elemento básico da mudança e da inovação. Na complexidade das empresas, o conhecimento é um recurso transformador e representa um estímulo para o desenvolvimento e para o alcance de novas conquistas. Seu gerenciamento uma estrutura organizacional aberta que possibilita novas tecnologias. Figura 12: Inovação e criatividade Fonte: freepik eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 75eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 75 16/06/2020 11:30:1816/06/2020 11:30:18 Divisão e Modelagem de Cargos76 Em conformidade com Chiavenato (2004), a estrutura organizacional aberta consiste em um sistema que interage com o ambiente, por intermédio de múltiplas entradas e saídas. Dos estudospautados na Gestão do Conhecimento, o que mais teve destaque foi a adaptação dos cenários que envolvem o compartilhamento do conhecimento, no cenário organizacional, elaborada pelos autores japoneses Nonaka e Takeuchi (1997, p. 34), os quais descrevem três tipos de conhecimento: tático (individual), social (socializado pelo grupo) e organizacional (conhecimento que está de posse da organização). Já no site da Revista Você RH, você encontra um artigo muito esclarecedor sobre a Gestão do Conhecimento, escrito por André Saito, intitulado “A importância da gestão do conhecimento”. Nesse viés, podemos considerar que a Gestão do Conhecimento é a aprendizagem organizacional (AO), que, por sua vez, não é meramente a somatória do conhecimento dos indivíduos, visto que ela vai além dos indivíduos, embora dependa deles. A AO é a passagem do conhecimento tácito para o conhecimento explícito e acontece do indivíduo para o grupo e vice-versa. Observe a figura e correlacione com seu entendimento sobre AO. A aprendizagem organizacional, ou AO, consiste em um processo técnico e social de mudança, denominada por diversos autores. Assim, as organizações inovadoras possuem diferenças significativas em suas rotinas e competências. Isso pode conduzir ao surgimento de novas populações organizacionais, com novas formas de se atuar e organizar. Acesse o Portal dos Profissionais de Recursos Humanos e procure pelo texto Aprendizagem Organizacional: a mão única da educação corporativa, do autor Orlando Barbosa Rodrigues (2007). ACESSE eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 76eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 76 16/06/2020 11:30:1816/06/2020 11:30:18 Divisão e Modelagem de Cargos 77 É preciso que existam recursos, conhecimento, estrutura de suporte e condições ambientais, para haver inovação. A inovação tecnológica pode causar mudanças nas organizações e nas populações e melhorar as competências de alguns participantes do processo organizacional, fazendo com que surjam novas competências individuais e coletivas. Com o avançar do desenvolvimento social e com o compartilhamento do conhecimento, o capital humano necessita entender a Gestão do Conhecimento como uma ferramenta, a qual fomenta as competências agregadas, adquiridas por meio dos três níveis do conhecimento, com o intuito de garantir a manutenção dos indivíduos para o alcance dos objetivos definidos e fortalecendo a estratégia empresarial. É preciso um investimento na estratégia de gestão de pessoas, muito mais do que fortalecer os indivíduos que interagem por intermédio do conhecimento. Isso as torna atrativas justamente porque elas procuram encontrar e manter seus talentos, além de desenvolvê-los nas perspectivas teóricas e práticas. O fato é que as empresas estão transformando seu cenário ao se voltarem para a educação organizacional. O grande impacto da parceria é o estabelecimento de uma Gestão de Pessoas justa e composta por gestores que valorizam o capital humano como um grande parceiro da organização. As práticas pessoais e empresariais envolvidas permite-nos trabalhar em conjunto, transferindo e compartilhando informações, expe- riências e cultura. Aqui observamos que o consórcio representa uma boa estra- tégia empresarial, aumentando a competitivadade da empresa. Por isso, o administrador precisa conhecer como planejar o orçamento e analisar os riscos e custo-benefício do negócio. Para poder estar alinhado ao mercado e ser um diferencial frente aos concorrentes analisar seus indicadores de desempenho para verificar se esta tendo um grande retorno do investimento. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 77eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 77 16/06/2020 11:30:1816/06/2020 11:30:18 Divisão e Modelagem de Cargos78 Caro estudante, você chegou ao fim desta aula, parabéns! Nela, você aprendeu sobre análise sobre avaliação de desempenho de cargos. E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a avaliação de cargos e de desempenho de cargos. REFLITA Para complementar seu aprendizado, não deixe de realizar as atividades que acompanham esta aula. Até a próxima! eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 78eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 78 16/06/2020 11:30:1816/06/2020 11:30:18 Divisão e Modelagem de Cargos 79 UNIDADE 03 UNIDADE 03 eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 79eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 79 16/06/2020 11:30:1816/06/2020 11:30:18 Divisão e Modelagem de Cargos80 Você sabe qual é a principal responsabilidade da gestão de pessoas? Nessa disciplina você aprenderá sobre as dúvidas mais frequentes sobre a ordenação dos Plano de Cargos e Salários. Além disso, será capaz de analisar e interpretar a curva de cargos nas organizações. Com isso, também, realizará a observação do GAP Cargo x Salário. Desse modo, ao final da disciplina você estará preparado para refletir e tomar decisões nas organizações a partir de uma visão sistêmica e que traga resultados equilibrados e positivos para a organização. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 80eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 80 16/06/2020 11:30:1816/06/2020 11:30:18 Divisão e Modelagem de Cargos 81 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: OBJETIVOS 1 Facilitar a compreensão da necessidade do funcionamento da administração de pessoas e, especificamente neste capítulo, o modelo estratégico de pessoas; 2 Instrumentalizar o aluno com o entendimento desde o modelo tradicional ao estratégico. Veremos casos e exemplos importantes e atuais dessas abordagens de ordenamento de cargos na prática das empresas; 3 Facilitar o desenvolvimento de habilidades interpessoais para atuar como Gestor de Recursos Humanos; 4 Apresentar como trabalhar nas organizações e nos treinamentos oferecidos, mesmo que já apresentem uma excelente performance, como também direcionado a um upgrade na sua produtividade. Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 81eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 81 16/06/2020 11:30:1816/06/2020 11:30:18 Divisão e Modelagem de Cargos82 Compreendendo como funciona a Gestão de Pessoas Conforme Marras (2009, p. 21), “[...] tudo começou com a necessidade de ‘contabilizar’ os registros dos trabalhadores, com ênfase, obviamente, nas horas trabalhadas, faltas e atrasos para efeitos de pagamento ou de desconto”. Isto porque, após a Revolução Industrial, as pessoas e as organizações, apesar de viverem inter-relacionadas, possuíam aspirações incompatíveis e irreconciliáveis, o que gerava conflitos constantes. O profissional responsável por cuidar dos empregados na empresa era, de acordo com Marras (2009), inflexível, frio e seguidor das leis. Ou seja, era um sujeito que trabalhava em prol apenas da organização, obedecendo fielmente ao que pregavam as leis trabalhistas e ignorando completamente as particularidades de cada indivíduo. Além disso, Marras (2009, p. 21) cita que, por muitos anos, o departamento de pessoal foi sinônimo de “[...] estar sendo chamado para receber o bilhete azul”. A evolução da Gestão de Pessoas e ordenamentodos cargos A partir da década de 1960, com o crescimento das orga- nizações, as pessoas passaram a ser consideradas recursos funda- mentais. Surgiu, então, o conceito de Recursos Humanos (RH) (CHIAVENATO, 2009). No entanto, esse conceito continuava visualizando os funcionários como mão de obra produtiva e as atividades permaneciam sendo planejadas e controladas com foco nas necessidades da organização. Somente com a globalização da economia, a forte competitividade no mundo dos negócios, as mudanças rápidas e imprevisíveis e o dinamismo do ambiente é que pôde ser transformado o modo de as empresas verem os seus colaboradores (CHIAVENATO, 2009). eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 82eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 82 16/06/2020 11:30:1816/06/2020 11:30:18 Divisão e Modelagem de Cargos 83 Ademais, Marras (2009) destaca cinco fases da evolução da área de Recursos Humanos, como mostra a Figura 1. Figura 1: Fases da evolução da área de Recursos Humanos (RH) Fonte: Adaptada de Marras (2009, p. 26) A seguir, evidenciamos as principais características dessas fases, de acordo com Marras (2009, p. 26): �Antes de 1950 – fase contábil: pioneira da gestão de pessoal, também chamada de pré-histórica. Caracteriza-se pela preocupação existente com os custos da organização. Os trabalhadores eram vistos exclusivamente sob o enfoque contábil: comprava-se a mão-de-obra e, portanto, as entradas e saídas provenientes dessa conta deveriam ser registradas contabilmente. �De 1930 a 1950 – fase legal: registrou o aparecimento da função chefe de pessoal, profissional cuja preocupação estava centrada no acompanhamento e na manutenção das recém-criadas leis trabalhistas da era getulista. O poder até então unicamente centrado na figura dos feitores (chefes de produção) sobre os empregados passou para as mãos do chefe de pessoal pelo domínio exercido sobre as regras e normas jurídicas impostas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 83eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 83 16/06/2020 11:30:1916/06/2020 11:30:19 Divisão e Modelagem de Cargos84 �De 1950 a 1965 – fase tecnicista: foi a que implantou no Brasil o modelo americano da gestão de pessoal e alavancou a função de RH ao status orgânico de gerência. Foi nesse período que o presidente Juscelino Kubitschek implementou a indústria automobilística no nosso país, evento que os empresários tiveram que aceitar em seus organogramas. Algumas modificações tiveram de ser realizadas devido às características locais do gerenciamento e da cultura organizacional ainda em fase embrionária. Há de se ressaltar que isso representou, para a organização e para os trabalhadores, um grande avanço na qualidade das relações entre capital e trabalho. Foi nessa fase que a área de RH passou a operacionalizar serviços como os de treinamento, recrutamento e seleção, cargos e salários, higiene e segurança no trabalho, benefícios, entre outros. �De 1965 a 1985 – fase administrativa (ou sindicalista): criou um marco histórico nas relações entre capital e trabalho, na medida em que foi berço de uma verdadeira revolução que, movida pelas bases trabalhadoras, implementou o movimento sindical denominado de novo sindicalismo. Nessa fase, registrou-se nova e significativa mudança na denominação e na responsabilidade do até aqui gerente de relações industriais: o cargo passou a se chamar gerente de recursos humanos (GHR). Pretendia-se, com essa mudança, transferir a ênfase em procedimentos burocráticos e puramente operacionais para as responsabilidades de ordem mais humanísticas voltadas para os indivíduos e suas relações (com os sindicatos, a sociedade etc.). �De 1985 a atualmente – fase estratégica: é demarcada operacionalmente pela introdução dos primeiros programas de planejamento estratégico atrelados ao planejamento estratégico central das organizações. É nesse período em que se registram as primeiras preocupações de longo prazo, por parte do board das empresas, com os seus trabalhadores. Iniciou-se nova alavancagem organizacional do cargo de GRH, que, de posição gerencial, de terceiro escalão, em nível ainda tático, passou a ser reconhecido como diretoria, em nível estratégico nas organizações. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 84eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 84 16/06/2020 11:30:1916/06/2020 11:30:19 Divisão e Modelagem de Cargos 85 Tendo por base a evolução da área de Gestão de Pessoas, percebemos que a tendência atual das organizações é focar os seus esforços nos talentos humanos, transformando-os em capital intelectual. Assim, as empresas estão cada vez mais cientes de que o conhecimento proporcionado pela sua força de trabalho é a riqueza mais importante e, por isso, precisam desenvolver alternativas para conquistar, reter e motivar os seus colaboradores e fazê-los crescer. Esclarecendo dúvidas sobre o Modelo de Gestão Estratégica Como a concorrência se tornou global, os níveis de compe- tição estão cada vez mais acirrados. Por isso, as organizações precisam se tornar mais flexíveis, adaptáveis e rápidas nas respostas às inovações e aos problemas na reorganização de estruturas e processos. Precisamos, portanto, ter ciência de que as empresas estão passando por transformações que nem sempre são iniciadas internamente, mas que são forçadas pela necessidade de se manterem vivas em um mercado global dinâmico e exigente (NERI, 1999). Para se manterem competitivas, muitas organizações estão realizando parcerias, cooperações e alianças diversas que configuram novas relações com concorrentes e fornecedores, em busca de minimizar as ameaças que possuem em comum ou por necessidade de redução de custos (VERGARA, 2009). Estamos falando de mudanças no ambiente organizacional, mas, afinal, quais são elas? eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 85eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 85 16/06/2020 11:30:1916/06/2020 11:30:19 Divisão e Modelagem de Cargos86 Figura 2: Gestão Estratégica Fonte: freepik Gestão por Competências na gestão estratégica de RH As mudanças pelas quais as empresas vêm passando podem ser divididas em três áreas principais. A primeira é a tecnológica, que impacta diretamente as formas de organização do trabalho, os fluxos de tarefas e a exigência de novas habilidades por parte dos colaboradores. A evolução tecnológica introduz processos que muitas vezes dispensam a presença do colaborador, possibilitam maior rapidez e volume no fluxo de informações e permitem a criação da organização virtual ou teletrabalho (VERGARA, 2009). Assim, a organização virtual e o teletrabalho ou trabalho remoto são as atividades realizadas fora do ambiente organizacional. Essa é uma prática comum em algumas áreas como publicidade e marketing, possível graças à internet, aos notebooks e a maiores opções de controle de resultados. O segundo tipo de mudança é a organizacional, que se refere a novas estruturas caracterizadas por: redução de níveis hierárquicos; desenvolvimento de composições em rede; ênfase eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 86eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 86 16/06/2020 11:30:1916/06/2020 11:30:19 Divisão e Modelagem de Cargos 87 em equipes multidisciplinares, multifuncionais e com alto grau de autonomia (autogerenciadas); maior delegação de tarefas; e compartilhamento de poder e visão estratégica por parte de todos os colaboradores, e não apenas da cúpula (VERGARA, 2009). Existem, ainda, as mudanças na dimensão humana, que estão ligadas às pessoas e incluem as relações detrabalho, a responsabilidade do colaborador dentro da organização, o papel da organização no desenvolvimento e na construção da carreira dos colaboradores, a ética, entre outros fatores. O compartilhamento de responsabilidades, a descentralização na tomada de decisão, a busca por autorrealização das pessoas, e não apenas bons salários, são exemplos de algumas das transformações que afetam diretamente as pessoas. Na próxima seção, abordaremos os impactos que essas alterações geram no campo da gestão de pessoas. Impactos das mudanças no campo da gestão de pessoas As transformações no ambiente organizacional impactam diretamente a gestão de pessoas. A maior parte das alterações nos processos e estruturas da empresa tende a gerar reflexos no trabalho dos colaboradores, nos cargos, nas funções e atividades de forma geral. Além disso, o perfil das pessoas que compõem as organizações está mudando, e nós precisamos estar atentos. Para que possamos visualizar melhor como ocorre esse impacto, as principais transformações na gestão de pessoas, identificadas por Dutra (2009), estão listadas a seguir: �Alteração do perfil das pessoas exigido pelas empresas: o colaborador passa do perfil obediente e disciplinado para o autônomo e empreendedor. Essa nova exigência reflete em mudança na cultura organizacional, para estimular e apoiar a iniciativa (proatividade), a criatividade e a busca autônoma de resultados para a organização. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 87eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 87 16/06/2020 11:30:1916/06/2020 11:30:19 Divisão e Modelagem de Cargos88 �Deslocamento do foco da gestão de pessoas, que passa do controle para o desenvolvimento: os colaboradores eram vistos como objetos de controle e tinham uma postura mais passiva. No novo contexto, busca-se o desenvolvimento mútuo, ou seja, a empresa, ao se desenvolver, também aprimora seus colaboradores e vice-versa. �Maior relevância das pessoas no sucesso do negócio ou da empresa: as pessoas precisam estar comprometidas com a organização de forma integral, ou seja, mobilizando todo o seu potencial e gerando vantagem competitiva. Além disso, elas precisam sentir que pertencem à organização e, de fato, fazer parte dela, por meio de suas ações e atuação, como parceiras para o desenvolvimento. Nesse cenário, os colaboradores passam a representar o patrimônio intelectual da empresa. Nesse contexto de mudanças, possibilita-se o compartilha- mento de responsabilidades, o que significa que as empresas oferecem meios para que os colaboradores se desenvolvam tanto pessoal quanto profissionalmente. Assim, cada profissional passa a ser o responsável pela própria carreira, de forma comprometida com os resultados pessoais e organizacionais (VERGARA, 2009). Os profissionais de gestão de pessoas precisam saber como lidar com essa nova situação e se manterem atualizados, afinal, cada alteração significativa exige uma reação na reestruturação de políticas, estratégias ou processos. Embora seja necessário que a gestão de pessoas consiga se adaptar a essas transformações, ainda não há um modelo de gestão totalmente estabelecido e adequado para atender às necessidades que advêm delas e que possa substituir integralmente o modelo tradicional. Mesmo assim, o modelo de gestão de pessoas está se reformulando, migrando para um modelo com enfoque estratégico, como veremos a seguir. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 88eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 88 16/06/2020 11:30:1916/06/2020 11:30:19 Divisão e Modelagem de Cargos 89 Figura 3: Estratégia de negócios Fonte: freepik Gestão de pessoas: do modelo tradicional ao estratégico A área de gestão de pessoas, responsável por auxiliar os gestores na busca, na avaliação, na capacitação e no crescimento das pessoas, representam uma das principais áreas de uma organização, visto que é por intermédio das equipes que as atividades são realizadas e os propósitos da empresa são atingidos. Como vimos, a gestão de pessoas vem sofrendo alterações advindas das mudanças no ambiente de negócios e no ambiente organizacional. Essas alterações levam à configuração de dois modelos, o tradicional e o estratégico. Resumidamente, no modelo tradicional, ela é responsável pelos processos de recrutamento e seleção, treinamento, avaliação e por todos os processos e assuntos relativos às pessoas inseridas na organização. No estratégico, por sua vez, ela também é responsável pelos processos e pelas pessoas, e busca sempre o alinhamento da gestão de pessoas com a estratégia da organização. Para que possamos entender melhor a diferenciação entre os dois modelos, precisamos conhecer alguns detalhes e as especificidades de cada um. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 89eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 89 16/06/2020 11:30:1916/06/2020 11:30:19 Divisão e Modelagem de Cargos90 Gestão tradicional de pessoas Na área de gestão de pessoas, vemos a responsabilidade pelas políticas e práticas necessárias para a administração do trabalho dos colaboradores, de forma a criar condições que levem ao crescimento e desenvolvimento tanto dos indivíduos quanto das empresas nas quais eles trabalham (CHIAVENATO, 2010). O autor resume as políticas e práticas de gestão de pessoas em seis processos básicos: �Agregar pessoas (recrutamento e seleção): busca incorporar novas pessoas à empresa; �Aplicar pessoas (desenho organizacional e avaliação de desempenho): inclui todos os processos utilizados para desenhar, orientar e acompanhar as atividades desempenhadas na empresa, como a avaliação de desempenho, por exemplo; �Recompensar pessoas (remuneração, benefícios e incentivos): procurar incentivar o trabalho das pessoas, de modo que elas possam satisfazer suas necessidades pessoais; �Desenvolver pessoas (treinamento e desenvolvimento, aprendizagem e gestão do conhecimento): objetiva a capacitação e o incremento do desenvolvimento das pessoas; �Manter pessoas: pressupõe a preocupação com a qualidade de vida no trabalho e a atenção aos fatores de higiene, segurança e ergonomia. Além disso, busca a criação de condições ambientais satisfatórias para realização das atividades; �Monitorar pessoas: utiliza bancos de dados e sistemas de informações gerenciais para acompanhar as pessoas, de forma a controlar seu desempenho. Considerando o modelo tradicional de gestão de pessoas, o foco está nos processos operacionais. No de recrutamento e seleção, por exemplo, a empresa procura encontrar a pessoa mais adequada para ocupar um cargo disponível. A área de gestão de pessoas, nesse espaço, desempenha seu papel de forma independente, sem muita eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 90eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 90 16/06/2020 11:30:1916/06/2020 11:30:19 Divisão e Modelagem de Cargos 91 conexão com as outras áreas da organização. Assim, o processo seletivo não está alinhado com as diferentes áreas da empresa, o que dificulta muito o caminho em direção ao cumprimento dos objetivos estratégicos da organização. Vamos compreender esse modelo por meio de um exemplo. Suponha que uma padaria está contratando um padeiro. Desta maneira, é preciso encontrar (normalmente com urgência) uma pessoa que possa ocupar a vaga disponível e, para isso, a gestão tradicional de pessoas foca no processo seletivo. Não há muita preocupação com as pessoas, com o planejamento e o desenvolvimento de carreira ou, ainda, com o alcance dos objetivos organizacionais. Além disso, o responsável pela produção da padaria e o superior imediato do padeiro podem nem participar do processo seletivo, visto que, no modelotradicional, a responsabilidade sobre os processos operacionais de gestão de pessoas é exclusiva da área de gestão de pessoas. Esse modelo de gestão vem mudando em consequência das mudanças organizacionais e das alterações no perfil dos colaboradores. Isso porque, com a velocidade das mudanças internas e externas às organizações, passou a ser necessário contar com pessoas mais autônomas e proativas, um perfil bastante diferente do que vinha sendo procurado no passado, quando o foco estava na obediência e submissão (DUTRA, 2009). A área de gestão de pessoas, dessa forma, está deixando lentamente de ser centralizadora e de decidir todo e qualquer assunto relativo às pessoas da organização, abrindo cada vez mais espaço para gestão de pessoas como função. Ou seja, a responsabilidade pela gestão passa a ser compartilhada por todos os gerentes de linha da organização, enquanto as atividades operacionais, antes centralizadas na área da gestão de pessoas, são transferidas para terceiros. É por esse motivo que algumas organizações contratam empresas terceirizadas para realizar processos seletivos, por exemplo. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 91eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 91 16/06/2020 11:30:1916/06/2020 11:30:19 Divisão e Modelagem de Cargos92 Atualmente, as atividades de linha estão diretamente ligadas à operacionalização da empresa, isto é, às atividades-fim e aos objetivos da organização – a produção, por exemplo. Assim, os gerentes de linha são os responsáveis diretos por essas áreas. Por fim, essa descentralização dos processos é necessária para que todas as decisões da empresa possam ser tomadas em tempo hábil. Segundo Dutra (2009), essa mudança de paradigma torna necessário contar com pessoas muito comprometidas com os objetivos e as estratégias organizacionais. Nesse processo, o modelo tradicional de gestão de pessoas passou a perder espaço, permitindo que a gestão estratégica começasse a ser inserida nas organizações. Gestão estratégica de pessoas no conceito de competência A ideia de gestão estratégica de pessoas não é recente, mas sua aplicabilidade sim. Seu conceito surgiu na década de 1980, nos Estados Unidos, nas universidades de Michigan e Harvard. De acordo com Girardi (2009), ainda que cada instituição contasse com uma abordagem específica, as duas defendiam que missão, visão, estratégia, estrutura e gestão de pessoas precisavam estar integradas e intervir de forma conjunta no planejamento estratégico. Assim, com base nessas propostas, começou a busca pelo alinhamento entre gestão de pessoas e estratégia organizacional. Para a gestão de pessoas passou a adotar um modelo mais estratégico, não deixe de ler a obra “Recursos Humanos Estratégicos: novas perspectivas para os profissionais de RH”, de Ulrich (2000). Essa interação tinha por objetivo alcançar sempre o melhor desempenho possível, bem como gerar estímulos à inovação e à flexibilidade. Nesse sentido, os profissionais da área de gestão de pessoas precisam desempenhar diferentes atividades e funções eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 92eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 92 16/06/2020 11:30:1916/06/2020 11:30:19 Divisão e Modelagem de Cargos 93 operacionais e estratégicas, controlar os colaboradores, mas também ser parceiros e cumprir seus objetivos, sempre agregando valor e criando vantagem competitiva para a organização. Figura 4: Vantagem Competitiva Fonte: freepik Seguindo esse ponto de vista, Chiavenato (2010) apresenta quatro novos papéis da gestão de pessoas: �Administrar as estratégias de gestão de pessoas, o que significa ajudar a impulsionar a estratégia organizacional; �Administrar a infraestrutura da empresa, que implica em oferecer uma base de serviços à organização, de modo a auxiliá-la a obter eficiência e eficácia em todos os processos; �Administrar a contribuição dos colaboradores, buscando transformar os colaboradores em parceiros, agentes empreendedores; �Administrar a mudança, a fim de ajudar a organização a ser criativa, renovadora e inovadora. Em se tratando da gestão estratégica de pessoas, os colaboradores passam a ser mais importantes para o universo empresarial e, para que eles sejam altamente comprometidos com a organização, é importante que a definição de uma estratégia de gestão de pessoas preceda as demais estratégias. Nesse contexto, é preciso buscar o engajamento das pessoas (colaboradores) para eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 93eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 93 16/06/2020 11:30:2016/06/2020 11:30:20 Divisão e Modelagem de Cargos94 alcançarem os objetivos organizacionais e, de forma paralela, seus objetivos pessoais. Assim como o colaborador contribui para que a empresa atinja seus resultados e seja bem-sucedida, a empresa auxiliará no desenvolvimento do colaborador. Outra questão importante é que, na gestão estratégica de pessoas, o foco sai do cargo e passa para o indivíduo, de forma que a preocupação excessiva com o cargo abre espaço para as competências. Podemos, então, falar em um modelo no qual a área de gestão de pessoas deve assumir um papel importante no desenvolvimento das estratégias organizacionais, considerando que é a responsável por atrair, manter e desenvolver as competências necessárias ao alcance dos objetivos organizacionais que já foram explicados na unidade anterior. Articulação da estratégia organizacional No que se refere às mudanças nos modelos de gestão e no papel estratégico das pessoas na organização, é necessário integrar cada vez mais a estratégia organizacional à gestão de pessoas, de forma a incentivar e monitorar o desempenho das pessoas e da organização. Cabe apontar que a gestão por competências visa aumentar o desempenho organizacional por meio do desempenho individual de seus colaboradores. Nesse sentido, o desenvolvimento e a retenção de competências são de extrema importância para as organizações que veem o talento de seus profissionais como peça fundamental no diferencial de negócio em relação à concorrência. Com relação à mensuração do desempenho da empresa, tradicionalmente, ela está voltada aos indicadores financeiros. Contudo, esse cenário está mudando. Um importante aliado dessa nova proposta é o Balanced Scorecard (BSC), um método desenvolvido na década de 1990 por Kaplan e Norton que permite avaliar o desempenho organizacional por meio da decomposição da estratégia em objetivos e indicadores e do alinhamento do desempenho das pessoas com o da organização (FERNANDES, eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 94eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 94 16/06/2020 11:30:2016/06/2020 11:30:20 Divisão e Modelagem de Cargos 95 2013). O banco Santander utiliza o BSC considerando os assuntos mais relevantes em relação à sustentabilidade. Para conhecer mais detalhes sobre o BSC do Santander, acesse o site institucional do banco e confira. Para se utilizar o BSC, é possível traduzir a missão e a estratégia organizacional em objetivos, que são organizados por indicadores ligados a dimensões (financeiro, clientes, processos internos e aprendizagem/crescimento) que orientam todos os envolvidos sobre os caminhos para atingir o sucesso. A ideia é que todas as pessoas canalizem energia e competências para alcançar os objetivos estratégicos. Cada colaborador tem a possibilidade de acompanhar e observar nitidamente seu desempenho, em caráter individual, verificando como ele está conectado ao desempenho organizacional. Em outras palavras, cada um sabe como está (ou não) contribuindo para o desempenho global. Figura 5: Desempenho global Fonte: freepik Precisamos atentar,ainda, para o fato de que as atividades devem estar alinhadas à estratégia organizacional, de maneira que a organização e seus colaboradores tenham o melhor desempenho possível. Esse desempenho pode ser mensurado utilizando meios eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 95eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 95 16/06/2020 11:30:2016/06/2020 11:30:20 Divisão e Modelagem de Cargos96 como o BSC, que nos permite monitorar e conhecer cada um dos detalhes da empresa, entre eles as competências que estão sendo mobilizadas e agregam valor. Em resumo, as competências indicam o nível de presteza de uma empresa para executar suas estratégias. Articulação entre cultura e gestão por competências A cultura organizacional que se insere no contexto da gestão por competências influencia diretamente as estratégias e, consequentemente, as competências organizacionais. Ela define quais são os comportamentos adequados dentro do ambiente organizacional e como devem ser as relações da organização com seus stakeholders (clientes, colaboradores, concorrentes, fornecedores etc.). Em português, o termo stakeholders pode ser traduzido como parte interessada. Refere-se a quem tem interesse legítimo no desempenho de uma organização. Em conformidade com Schein (2009), a cultura organizacional representa o produto decorrente do aprendizado gerado com base nas experiências compartilhadas por pessoas (equipe/grupo). Para o autor, a cultura é aprendida e pode ser desenvolvida por meio de experiência e se modificar ao longo do tempo. Além disso, é possível que existam subculturas diferentes dentro da organização, contanto que todas sejam convergentes com a cultura organizacional. A cultura organizacional pode ser considerada um meio de controle dos comportamentos individuais, de modo a integrar os objetivos de cada um aos objetivos organizacionais. Nesse sentido, os valores da empresa podem ser difundidos por meio de treinamento, mobilização e até repressão dos comportamentos negativos ou não aceitáveis. Quem se comportar dentro do padrão desejado, com a obtenção de bons resultados, pode ser premiado e indicado como modelo a ser seguido. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 96eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 96 16/06/2020 11:30:2016/06/2020 11:30:20 Divisão e Modelagem de Cargos 97 Um caso que pode ser exemplificado é o caso da Natura. A empresa afirma prezar pela responsabilidade social e pelo desenvolvimento sustentável, adotando práticas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa e utilizando embalagens recicladas em seus produtos. Segundo o site institucional da organização (NATURA, 2017) , “[...] a existência da nossa empresa deve ajudar a tornar o meio ambiente e a sociedade melhores. Queremos gerar impacto positivo econômico, social, ambiental e cultural” (wwwdlv. natura.com.br/www/a-natura/sustentabilidade/,). Podemos dizer que, entre as competências organizacionais da Natura, encontram- se as relacionadas à sustentabilidade, e os colaboradores que respeitarem os procedimentos operacionais definidos pela empresa como parte de sua estratégia para promover a sustentabilidade devem ser reconhecidos e servirem de modelo para os demais. Assim, todos saberão que a organização valoriza quem tem comportamentos que se relacionam a essa competência, que é compatível com a cultura organizacional. Em síntese, os colaboradores que assimilarem da melhor forma a cultura organizacional terão maior alinhamento com os objetivos e estratégias da organização e tenderão a apresentar melhores resultados. Há ainda a expectativa de que esses colaboradores influenciem os colegas e, em consequência, disseminem e consolidem ainda mais a cultura. Dessa forma, novas competências individuais podem ser desenvolvidas, buscando conexão com as competências organizacionais e com os rumos da empresa. Caso não haja esse alinhamento da cultura organizacional com a estratégia, a organização terá muita dificuldade em disseminar seus valores e crenças de modo que contribuam para o alcance de seus objetivos. A cultura organizacional oferece particularidade à organização, pois é um fator de difícil imitação (pré-requisito das competências essenciais). Podemos perceber, então, que ela tem um papel de destaque para a formulação da estratégia organizacional. É necessário que seja mantido um alinhamento entre cultura, estratégia e gestão por competências eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 97eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 97 16/06/2020 11:30:2016/06/2020 11:30:20 Divisão e Modelagem de Cargos98 para que a organização apresente melhores resultados e um bom desempenho. Nesse sentido, é fundamental existir uma articulação entre recursos e a gestão por competências, que foram estudadas na unidade anterior. Estruturas e etapas ordenadas de gestão por competências Agora sabemos que a implantação do modelo de gestão por competências precisa estar calcada nos objetivos organizacionais. Para tanto, sua estrutura deve se basear em algumas premissas básicas que direcionam todas as ações gerenciais e que são listadas por Gramigna (2002): �Consciência de que cada empresa tem necessidade de pessoas com perfis específicos e únicos; �Noção de que cada função exercida dentro da organização possui características próprias que requerem competências específicas do profissional que exercerá determinada função; �Reconhecimento de que os gestores são responsáveis por ofertar oportunidades e apoiar o desenvolvimento de competências por parte dos colaboradores; � Percepção de que sempre será necessário desenvolver novas competências, visto que as competências que hoje são essenciais para o desenvolvimento das atividades podem não ser suficientes amanhã. Uma vez bem incorporadas pela organização, essas premissas contribuem de maneira significativa para a implementação do modelo de gestão por competências, o que torna o projeto transparente para os colaboradores. Por essa razão, é essencial que elas sejam conhecidas por todos os colaboradores e incorporadas à cultura global e ao comportamento das pessoas que atuam na organização. A estrutura do modelo de gestão por competências pode ser representada da seguinte forma: eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 98eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 98 16/06/2020 11:30:2016/06/2020 11:30:20 Divisão e Modelagem de Cargos 99 Figura 6 : Modelo de gestão por competências: acompanhamento e avaliação Fonte: Adaptada de Guimarães et al. (2001, p. 250). Vemos, na figura, que o modelo de gestão por competências é baseado em três pontos ordenados muito importantes: �Estratégia organizacional: envolve decisões sobre as metas/objetivos em curto, médio e longo prazo, a distribuição dos recursos para atingir as metas e as tarefas críticas da empresa; �Competências essenciais: conjunto de habilidades e tecnologias que permite a uma organização oferecer um determinado benefício aos clientes; �Objetivos organizacionais: constituem o fim desejado, o que a organização pretende atingir, e orientam o comportamento da empresa em relação ao futuro e aos ambientes interno e externo. Temos, ainda, etapas que se relacionam, ocasionando um processo contínuo em que uma fase depende diretamente da outra para que o processo aconteça de maneira integrada. Entretanto, será que toda e qualquer empresa pode implantar o modelo de gestão por competências? A resposta é sim, desde que tenha todos esses elementos bem definidos. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 99eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd99 16/06/2020 11:30:2016/06/2020 11:30:20 Divisão e Modelagem de Cargos100 Neste entendimento, precisamos conhecer quais etapas compreendem esse modelo. Para Leme (2005), o modelo de gestão por competências pode ser dividido em seis etapas, listadas a seguir. � Sensibilização: é preciso apresentar a todos os envolvidos quais razões levam a empresa a implantar o modelo de gestão por competências e no que ele consiste. �Definição das competências organizacionais: quais são as competências que a organização precisa ter para trabalhar alinhada com os objetivos e estratégias organizacionais? É necessário que as competências organizacionais estejam bem definidas, pois elas representam os pilares que sustentam e estruturam uma empresa. �Definição das competências de cada função: após definir as competências organizacionais, é preciso estabelecer as competências para cada uma das funções da empresa. Para isso, é indispensável possuir uma descrição fidedigna e atualizada de todas as funções e selecionar pelo menos uma pessoa de cada função para auxiliar nesse processo. � Identificação das competências dos colaboradores (individuais): é preciso conhecer o gap entre as competências do colaborador e as que são necessárias para ele executar a função. Em outras palavras, saber quais competências o colaborador deveria possuir para realizar adequadamente suas atividades profissionais, mas que, na realidade, não possui e/ou não aplica. A palavra gap é um termo em inglês que significa uma lacuna ou um vácuo. Segundo Carboneet al. (2006), é a discrepância entre as competências necessárias para concretizar a estratégia corporativa e as já existentes na empresa. Para se chegar a ela, são identificados os níveis de complexidade com que cada pessoa lida durante a realização de suas atribuições. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 100eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 100 16/06/2020 11:30:2016/06/2020 11:30:20 Divisão e Modelagem de Cargos 101 Vamos imaginar que identificamos as competências para a função de gerente de marketing. Suponhamos que Mário ocupe esse cargo, mas será que ele possui as competências necessárias para a função? E em qual nível? Quando o colaborador não possui o nível de competência ideal para a função, damos a esse espaço que falta para que ele alcance esse nível o nome de gap, ilustrado no gráfico que compara o nível de competências esperado para a função e o apresentado pelo colaborador: Figura 7: Gap função x colaborador Fonte: Adaptada de Leme (2005, p. 3). Observando o gráfico, podemos perceber que o colaborador está abaixo do nível ideal de competências para a função. Nesse cenário, é preciso elaborar um plano de ação, por exemplo, e realizar um treinamento específico para que as competências possam ser desenvolvidas. Podemos, ainda, encontrar outras duas situações ao realizar o comparativo. O colaborador pode estar acima do nível requerido pela função. Nesse caso, é necessário pensar na possibilidade de novas atribuições e responsabilidades, com aumento do nível de complexidade. A outra situação acontece quando o colaborador já possui todas as competências necessárias, isto é, não ocorre o gap. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 101eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 101 16/06/2020 11:30:2016/06/2020 11:30:20 Divisão e Modelagem de Cargos102 �Desenvolvimento dos colaboradores: após mapear as competências de cada um dos colaboradores, podemos descobrir quais cada um possui e mobiliza. Assim, é necessário realizar ações, como treinamento e desenvolvimento específicos para tentar eliminar os gaps identificados. Além disso, talvez seja preciso realizar novas contratações, caso não se consiga desenvolver as competências necessárias internamente. �Acompanhamento da evolução: essa última etapa envolve a mensuração (acompanhamento) da evolução de cada colaborador e da implantação do modelo, buscando responder a questões como: o colaborador desenvolveu as competências necessárias? Os objetivos e metas propostos foram atingidos? Nessa fase, é possível identificar os benefícios da gestão por competências, como: identificar talentos para novos projetos; analisar as equipes e motivar as pessoas por meio do aproveitamento e reconhecimento dos profissionais mais competentes; e reaproveitar talentos em outras funções e influenciar remuneração, benefícios e plano de carreira. Cumpre apontar que esse processo é contínuo, isto é, sempre será necessário fazer reavaliações. Carreira Antigamente, o T&D (Treinamento e Desenvolvimento) era visto como um instrumento de ajustamento da pessoa ao cargo. Mas, recentemente, ele é entendido como uma forma de fazer crescer as competências dos indivíduos nas organizações. Nesse sentido, Marras (2009, p. 145) confere ao treina- mento uma característica de “[...] estado de mudança no conjunto de Conhecimentos, Habilidades e Atitudes (CHA) de cada trabalhador”. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 102eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 102 16/06/2020 11:30:2016/06/2020 11:30:20 Divisão e Modelagem de Cargos 103 Treinamento Chiavenato (2009) salienta que, quando a pessoa é preparada para desempenhar de forma adequada as suas funções, o treinamento torna-se uma fonte de lucratividade, possibilitando aos empregados colaborarem efetivamente com os resultados do negócio, ao mesmo tempo em que engrandece o seu capital intelectual. Assim, nas organizações, o treinamento deve ser instituído como um esforço contínuo e ininterrupto, voltado para a melhoria dos atributos dos ocupantes dos cargos, mesmo que já apresentem uma excelente performance, como também direcionado a um upgrade na sua produtividade. Vinculado a isso, Marras (2009) dispõe uma lista de objetivos relacionados ao treinamento: � específicos: formação profissional (grau ideal de capacidade laboral para determinada profissão), especialização (conhecimento ou prática específica) e reciclagem (atualização de conceitos, conhecimentos ou práticas de trabalho); e � genéricos: aumento direto da produtividade (propicia a possibilidade de realizar ações mais precisas e corretas), aumento direto da qualidade (fornece o conhecimento ao trabalhador sobre aquilo que é bem-feito), incentivo motivacional (estimular o funcionário a ser mais eficaz e eficiente), otimização pessoal e organizacional (crescimento profissional, projeção social, alavancagem de melhoria econômica), atendimento de exigências das mudanças (transformações tecnológicas, de processos, comportamentais etc.). Para atingirmos os objetivos de um treinamento, é crucial fazer um planejamento das suas ações, e na Figura 1.1 a seguir destacamos alguns aspectos. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 103eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 103 16/06/2020 11:30:2016/06/2020 11:30:20 Divisão e Modelagem de Cargos104 Figura 8: Programa de Treinamento e Desenvolvimento Fonte: Chiavenato (2009, p. 376). Identificados os ingredientes da programação de treinamento, é hora de estruturá-lo. Para isso, Chiavenato (2009, p. 368) enuncia quatro etapas. 1. Diagnóstico: é o levantamento das necessidades ou carências de treinamento a serem atendidas ou satisfeitas. Essas necessidades podem ser passadas, presentes ou futuras. 2. Desenho: é a elaboração do projeto ou programa de treinamento para atender às necessidades diagnosticadas. 3. Implementação: é a execução e condução do programa de treinamento. 4. Avaliação: é a verificação dos resultados obtidos com o treinamento. Marras (2009) afirma que a primeira etapa é que dá subsídio ao plano de treinamento, pois nela podemos identificarquem deve ser treinado e o que deve ser aprendido. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 104eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 104 16/06/2020 11:30:2116/06/2020 11:30:21 Divisão e Modelagem de Cargos 105 As organizações investem cada vez mais no aprendizado de seus colaboradores. Com isto, vem despontando a educação corporativa que, conforme Chiavenato (2009, p. 388), “[...] é um modelo diferente do treinamento tradicional”, pois faz uso das tecnologias da informação, colocando em evidência o desenvolvimento das pessoas. Sobre esse assunto, trataremos no tópico a seguir. Para saber mais sobre educação corporativa, leia “Educação corporativa: uma nova abordagem de treinamento e desenvolvi- mento”, disponível em: http://bit.ly/38IVPRR SAIBA MAIS Crescimento profissional Chiavenato (2009) diz que existe uma diferença entre treinamento e desenvolvimento de pessoas. Ele explica que, enquanto o treinamento se atém ao presente, o desenvolvimento mira no futuro. Ou seja, o treinamento é orientado ao cargo atual buscando melhorar o desempenho imediato. Já o desenvolvimento é dirigido aos cargos a serem ocupados futuramente. Ambos constituem processo de aprendizagem e visam à modificação do comportamento das pessoas por meio da incorporação de novos hábitos, atitudes, conhecimentos, competências e destrezas (CHIAVENATO, 2009). Diante disto, podemos afirmar que o desempenho visa à carreira da pessoa, a qual pressupõe uma progressão gradativa na organização. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 105eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 105 16/06/2020 11:30:2116/06/2020 11:30:21 Divisão e Modelagem de Cargos106 Com base em Chiavenato (2009, p. 415), citamos, a seguir, as principais ferramentas empregadas pelas empresas para o desenvolvimento de carreira. �Centros de avaliação: proporcionam retroação sobre as forças e fraquezas dos candidatos e a compreensão de suas habilidades, ajudando-os a desenvolver objetivos e planos de carreiras adequados e realísticos. �Testes psicológicos: servem para ajudar os colabora- dores a compreender melhor seus interesses, competências e habilidades. �Avaliação do desempenho: é outra fonte de informação valiosa para o desenvolvimento de carreira. �Projeções de promoções: são julgamentos feitos pelos gerentes quanto ao avanço potencial de seus colaboradores. Essas projeções ajudam os colaboradores a melhorar seus conhecimentos e experiências. �Planejamento de sucessão: focaliza o preparo das pessoas para preencher posições mais complexas na medida em que se tornam vagas. Os colaboradores recebem novos encargos para prepará-los para assumir crescentes responsabilidades. Um dos modos de desenvolvimento de carreira que mais vem sendo praticado pelas corporações bem-sucedidas são os programas de trainees. Chiavenato (2009, p. 418) aponta-os como “[...] uma espécie de curto-circuito dos antigos programas de carreira profissional, uma vez que os treinandos são posicionados, após a sua formação e desenvolvimento, em determinados pontos já avançados ao longo da carreira da empresa”. Saiba que os participantes de um programa de trainee fazem um estágio planejado, recebem treinamento de altos executivos da empresa, participam ativamente de várias atividades e são rigorosamente monitorados e avaliados quanto ao seu desempenho. Esses programas, além de capacitarem as pessoas para exercer funções estratégicas, tornam-nas membros eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 106eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 106 16/06/2020 11:30:2116/06/2020 11:30:21 Divisão e Modelagem de Cargos 107 aptos para encararem possíveis mudanças organizacionais. Mas esse é o assunto que abordaremos na seção seguinte. Empresas como a Johnson&Johnson, Nestlé, Avon, Banco Itaú, Embraco, Cemig, Eletrosul, Hering e Itambé desenvolvem programas de trainee para alunos de Administração, Economia, Ciências Contábeis, Psicologia, Computação, Comércio Exterior, dentre outras áreas. Acesse o site de uma dessas empresas e investigue quais são os critérios adotados nos programas de trainee e como ele é realizado. TRAINEE Profissional recém-formado ou prestes a se formar que participa do programa de treinamento de uma empresa para exercer uma atividade específica. Qualquer pessoa que está sendo treinada para determinada função. Fonte: <http:// www.aulete. com.br/trainee Desenvolvimento Organizacional (DO) O Desenvolvimento Organizacional (DO), para Chiavenato (2009, p. 419), “[...] é uma abordagem de mudança organizacional” com base na pesquisa e ação, na alteração das atitudes dos trabalhadores e também na modificação da direção a ser seguida pela empresa. O DO faz uso de um processo dinâmico, o qual é apresentado na Figura seguinte. Figura 9: Fases do processo de Desenvolvimento Organizacional Fonte: Chiavenato (2009, p. 421). eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 107eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 107 16/06/2020 11:30:2116/06/2020 11:30:21 Divisão e Modelagem de Cargos108 Podemos perceber na Figura 13 que o DO é um ciclo, em que há o reconhecimento da necessidade de mudança (descongelamento), a mudança em si e o recongelamento, que corresponde à estabilização da nova situação. Para tanto, o DO adota uma variedade de técnicas e, dentre elas, Chiavenato (2009) indica: �Treinamento da sensitividade: é o mesmo que sensibilização e consiste em aumentar a sensibilidade das pessoas em relação às suas habilidades e às dificuldades de relacionamento interpessoal por meio de grupos de treinamento; �Análise Transacional (AT): corresponde ao autodiag- nóstico das relações interpessoais por meio de qualquer forma de comunicação, mensagem ou de relação com os demais; �Desenvolvimento de equipes: é a mudança de comportamento por meio da crítica mútua entre várias pessoas de diferentes níveis, procurando um ponto de encontro em que a cooperação seja mais proveitosa; �Consultoria de procedimentos: a equipe é coordenada por um consultor que auxilia no desenvolvimento do senso de unidade entre os membros; �Reunião de confrontação: o consultor interno ou ex- terno ajuda os grupos antagônicos em conflito por meio da au- toavaliação e da própria avaliação; e �Retroação de dados (feedback): atividades e proces- sos que refletem e espelham a maneira pela qual uma pessoa é percebida ou visualizada pelas outras. Para finalizar, ressaltamos que, embora cada organização empregue a técnica que lhe convém, na verdade, qualquer união de esforços para modificar a empresa como um todo por intermédio da mudança de mentalidade das pessoas já é considerada DO. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 108eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 108 16/06/2020 11:30:2116/06/2020 11:30:21 Divisão e Modelagem de Cargos 109 Recompensas O primeiro passo para aplicação dos indivíduos na organização é o direcionamento, que é o caminho a ser seguido dentro da empresa. Conforme Chiavenato (2009), a orientação das pessoas corresponde a posicioná-las em suas atividades e esclarecê-las do papel que cada uma deve desempenhar, enfatizando a sua importância e contribuição para os objetivos organizacionais. Quando as pessoas ingressam na empresa, precisam saber para onde devem conduzir as suas atividades e esforços. Chiavenato (2009, p. 172) reporta que “[...] imprimir rumos e direções, definir comportamentos e ações, estabelecer metas e resultados a cumprir são algumas providências orientadoras que a organização deve oferecer aos seus funcionários”. Após vencer o processo seletivo, os novos empregadossão admitidos e passam a ocupar os cargos. Contudo, antes que eles comecem a executar suas tarefas, é imprescindível integrá- los ao contexto de trabalho, esclarecendo a filosofia do ambiente e repassando as suas práticas, por meio de uma socialização. Existem inúmeras formas de integrar os novos colaboradores às empresas. Aprenda mais sobre o assunto, acessando: http://bit. ly/2Em7LuN, e amplie o seu conhecimento sobre “Estratégias de socialização: a forma mais eficaz para integração entre indivíduo e organização”. SAIBA MAIS eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 109eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 109 16/06/2020 11:30:2116/06/2020 11:30:21 Divisão e Modelagem de Cargos110 A socialização, como destaca Chiavenato (2009, p. 181), é “[...] o modo pelo qual a organização procura marcar no novo participante a maneira de ele pensar e agir de acordo com os ditames da organização”. Isto significa que o recém-integrante da empresa deve abrir mão de certo grau de sua liberdade para seguir os preceitos internos, concordando em obedecer a um horário, em executar dada atividade e em atender às ordens de seu chefe imediato. Enquanto isso, o atual colaborador busca na corporação um local de satisfação e alcance de suas metas individuais. Portanto, de um lado, há a socialização; do outro, a personalização. Dito de outra forma, ocorre um ajustamento recíproco e bidirecional, em que cada parte age sobre a outra. Chiavenato (2009) menciona que os métodos de socialização mais utilizados são: �Processo seletivo: quando as entrevistas contam com a participação dos futuros colegas de trabalho e são exibidas todas as informações relativas à empresa, de forma que o próprio indivíduo veja com seus olhos como ela funciona e como os membros que nela convivem se comportam; �Conteúdo do cargo: quando o novo participante recebe tarefas capazes de proporcionar-lhe sucesso no início de sua carreira para, depois, receber outras gradativamente mais complicadas e crescentemente desafiadoras; � Supervisor como tutor: quando o novo colaborador liga-se a um tutor capaz de cuidar de sua integração na empresa, acompanhando-o e orientando-o durante o período inicial na empresa; �Equipe de trabalho: quando a integração do novo colaborador é atribuída a um grupo de pessoas da empresa com a finalidade de exercer influência sobre o comportamento do indivíduo, incluindo-o em um ambiente social; �Programa de integração: chamado também de programa de indução. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 110eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 110 16/06/2020 11:30:2116/06/2020 11:30:21 Divisão e Modelagem de Cargos 111 Tem por finalidade fazer com que o novo participante aprenda e incorpore os valores, normas e padrões de comporta- mento que a empresa considera imprescindíveis para um bom desempenho em seus quadros. Dentre os métodos citados, o programa de integração é o mais aplicado por ser formal e intensivo e também porque visa a familiarizar os novos colaboradores com a linguagem usual da empresa e com a modelagem do trabalho. Curva de maturidade ou curva de carreira A curva de maturidade ou curva de carreira, parte da análise da experiência profissional de acordo com seu desenvolvimento na carreira e o acúmulo de tempo trabalhado, conhecido como maturidade. Através da pesquisa salarial é analisado resultados, ignorando o cargo de pessoal, e sim reconhecendo a trajetória do profissional ao longo do tempo. O método de avaliação por pontos ou método de avaliação por fatores e pontos (point rating) foi criado por Merrill Lott e tornou- se o método de avaliação de cargos mais utilizado no mundo. Sua técnica é analítica, pois os cargos são comparados por meio de fatores de avaliação com valores em pontos. Também é uma técnica quantitativa, pois são atribuídos valores numéricos (pontos) para cada aspecto do cargo e um valor total é obtido para cada cargo pela soma dos valores numéricos obtidos. Esse método exige: � a escolha de fatores de avaliação (requisitos mentais ou habilidades, requisitos físicos ou esforço, responsabilidades envolvidas e condições de trabalho); � a ponderação dos fatores de avaliação; � a montagem da escala de pontos; � a montagem do manual de avaliação dos cargos por meio do manual de avaliação; e � o delineamento da curva salarial. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 111eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 111 16/06/2020 11:30:2116/06/2020 11:30:21 Divisão e Modelagem de Cargos112 Em suma, inicialmente são estabelecidos fatores comuns de avaliação. Os cargos são divididos em operacionais, adminis- trativos e gerenciais, já que a natureza desses cargos requer fatores específicos. Após, recebem pontos na proporção em que neles existam os fatores escolhidos pela comissão. Somam-se os resultados das várias medidas, em pontos, chegando-se a um valor quantitativo para cada cargo, que será convertido em valores. A curva salarial é um tipo de diagrama de dispersão que resulta da avaliação e atribuição de pontos aos cargos. é que essa curva é utilizada para a correção de situações salariais entre colaboradores e para o nivelamento dos seus salários em relação ao mercado de atuação. A curva é traçada a partir do salário e do grupo salarial de cada ocupante, seguindo um formato de crescimento exponencial. Assim, é o diagrama que representa a relação entre o valor relativo de cargos e suas faixas salariais. Vejamos um exemplo: A curva de carreira é um tipo de diagrama de dispersão que resulta da avaliação e atribuição de pontos aos cargos. Assim, o diagrama que representa a relação entre o valor relativo de cargos e suas faixas salariais. A faixa salarial é uma referência para definição do salário de cada profissional. Em suma, é a faixa que demonstra os salários possíveis na progressão horizontal de um ocupante de cargo. Nesta unidade, aprendemos sobre: �A evolução da gestão estratégica e a gestão da mudança; �A vantagem competitiva da empresa que aplica a gestão estratégica; �Que cada uma das etapas do modelo é específica para cada organização; �Como acompanhar e avaliar cada etapa; eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 112eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 112 16/06/2020 11:30:2116/06/2020 11:30:21 Divisão e Modelagem de Cargos 113 �Que competências e estruturas de hoje podem não ser úteis amanhã e que, portanto, são efêmeras e devem ser constantemente atualizadas. Por isso, o administrador precisa conhecer como planejar o cargo e analisar os riscos e custo-benefício do negócio. Para poder estar alinhado ao mercado e ser um diferencial frente aos concorrentes analisar seu planejamento estratégico para verificar se está tendo um grande retorno do investimento. Caro estudante, você chegou ao fim desta aula, parabéns! Nela, você aprendeu sobre análise sobre avaliação de desempenho de cargos. E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a modelo de gestão estratégica de cargos e suas competências. REFLITA Para complementar seu aprendizado, não deixe de realizar as atividades que acompanham esta aula. Até a próxima! eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 113eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 113 16/06/2020 11:30:2116/06/2020 11:30:21 Divisão e Modelagem de Cargos114 eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 114eBook Completo para Impressao - Divisãoe Modelagem de Cargos - Aberto.indd 114 16/06/2020 11:30:2116/06/2020 11:30:21 Divisão e Modelagem de Cargos 115 UNIDADE 04 UNIDADE 04 eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 115eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 115 16/06/2020 11:30:2116/06/2020 11:30:21 Divisão e Modelagem de Cargos116 Você sabe qual é a principal responsabilidade da gestão de pessoas? Nessa disciplina você aprenderá sobre as dúvidas mais frequentes sobre a implantação do Plano de Cargos e Salários. Além disso, será capaz de analisar e interpretar a curva de cargos nas organizações. Com isso, também, realizará a estrutura dos salários. Desse modo, ao final da disciplina você estará preparado para refletir e tomar decisões nas organizações a partir de uma visão sistêmica e que traga resultados equilibrados e positivos para a organização. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 116eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 116 16/06/2020 11:30:2116/06/2020 11:30:21 Divisão e Modelagem de Cargos 117 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: OBJETIVOS 1 Facilitar a compreensão da necessidade do funcionamento da implantação de cargos e, especificamente neste capítulo, no plano de cargos; 2 Instrumentalizar o aluno com o entendimento desde o planejamento de cargos e salários. Veremos casos e exemplos importantes e atuais dessas abordagens de estrutura salarial na prática das empresas; 3 Facilitar o desenvolvimento de habilidades interpessoais para atuar como Gestor de Recursos Humanos no desenvolvimento do plano de cargos e salários; 4 Relatar sobre Remuneração e definir alguns pontos importantes. Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 117eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 117 16/06/2020 11:30:2116/06/2020 11:30:21 Divisão e Modelagem de Cargos118 Compreendendo a implantação do plano de cargos A gestão por competências é uma importante aliada da gestão estratégica de pessoas, visto que é por meio dos colaboradores da empresa que os objetivos organizacionais serão alcançados. Nesse sentido, o modelo de gestão por competências busca definir e formalizar um conjunto de competências esperadas das pessoas e utilizadas de forma sistemática como parâmetro para desenvolver os colaboradores pessoal e profissionalmente. Ao longo deste capítulo, conheceremos a estrutura, as etapas, os métodos, as técnicas e os instrumentos utilizados para implantar esse modelo orientado para a consecução dos objetivos organizacionais. A evolução da implantação do plano de cargos A implantação do modelo de gestão por competências tende a gerar novos comportamentos nas pessoas, como um maior engajamento na busca do desenvolvimento de novas competências individuais, de forma a contribuir para as estratégias da organização. Para Hipólito (2008), é um parâmetro para a implantação das estratégias, pois representa a base para a estruturação dos processos e de práticas de gestão de pessoas, como: recrutamento e seleção, avaliação, treinamento e desenvolvimento, carreira, remuneração e sucessão. Observe a imagem a seguir. À esquerda estão os processos e práticas de gestão de pessoas e, à direita, como a gestão por competências pode impactar diretamente cada um deles. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 118eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 118 16/06/2020 11:30:2116/06/2020 11:30:21 Divisão e Modelagem de Cargos 119 Figura 1: Fases da implantação do plano de cargos Fonte: Adaptado de Fernandes (2009, p. 67-68). O modelo de gestão por competências permite às organizações obter informações que refletem diretamente em cada prática ou processo de gestão de pessoas. Quando conhecemos as competências organizacionais, podemos, por exemplo, recrutar pessoas que tenham o perfil mais compatível com a organização. Nesse sentido, Fleury e Fleury (2000) afirmam que a seleção por competências tem como vantagens o fato de ser objetiva, oferecendo assim maior possibilidade de contratações de sucesso, por recrutar profissionais mais adequados à empresa. Além disso, quando sabemos quais são as competências individuais de cada colaborador, podemos remunerá-los de forma mais adequada e justa. Desse modo, a administração de recursos humanos precisa estar ajustada à estratégia empresarial, assumindo uma nova dimensão ao exigir um perfil multidisciplinar, não somente com os conhecimentos técnicos exigidos pela empresa. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 119eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 119 16/06/2020 11:30:2216/06/2020 11:30:22 Divisão e Modelagem de Cargos120 Após a compreensão da influência direta do modelo de gestão por competências nesses processos, precisamos estudar a estrutura, as etapas e os responsáveis por sua implementação do plano de cargos e salários. Grupo envolvido na implantação do plano de cargos A equipe de gestão de pessoas é responsável por conduzir o processo de implantação do modelo de gestão por competências, mas ela precisa contar com a participação de todos na empresa. Podemos destacar quatro grupos principais que estão envolvidos diretamente com essa atividade. Figura 2: Gestores responsáveis Fonte: Adaptado de Fernandes, 2013, p. 74 A figura apresenta os gestores envolvidos na construção do modelo de gestão por competências, com destaque para o grupo de coordenação, que é o responsável por todo o modelo. Esse grupo coordena as atividades dos demais, que se relacionam, influenciando o trabalho uns dos outros, de forma a desenvolver o modelo de forma coletiva e colaborativa. Vamos entender melhor qual é o papel de cada um desses grupos, segundo Fernandes (2013). �Grupo de coordenação: formado pela equipe de gestão de pessoas e de consultoria (caso a organização tenha contratado um serviço terceirizado de consultores), é o encarregado de apresentar a ideia (conceito e metodologia) da gestão por competências para todos os envolvidos, elaborar o projeto do eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 120eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 120 16/06/2020 11:30:2216/06/2020 11:30:22 Divisão e Modelagem de Cargos 121 modelo de gestão por competências e potencializar a produção dos demais grupos e oferecer suporte a eles. �Grupo diretivo: constituído pelos diretores da organização (alta direção), que fornecem expectativas em relação ao modelo, estabelecem os objetivos e limites do projeto, definem as premissas e as competências organizacionais, acompanham a construção, validando as etapas intermediárias e principalmente tomando a decisão dar a aprovação final do modelo de gestão por competências. �Grupos de modelagem: formado por profissionais de diversas áreas (marketing, produção, financeiro etc.) e níveis organizacionais (auxiliar, assistente, gerente etc.) da empresa. São os responsáveis por construir o modelo de gestão por competências, definir seus critérios e sugerir sua estratégia de implantação. �Grupos de consulta: compostos por profissionais de vários níveis, carreiras e áreas da organização, têm a função de opinar e ajustar o modelo antes de sua implantação, ou seja, fornecem alinhamento técnico em relação ao projeto. As organizações vêm adotando novos padrões de relação de trabalho, procurando uma maior participaçãodos colaboradores na tomada de decisões das empresas. Assim, ocorre uma valorização do capital intelectual na empresa, interligando todos os departamentos para cumprir os objetivos organizacionais. Desse modo, todos na empresa precisam estar envolvidos para que o desenvolvimento e a implantação do modelo aconteçam conforme o planejado. Para tanto, precisamos contar com a sensibilização e a divulgação do modelo de gestão por competências. Impactos dos modelos de cargos na gestão de pessoas Para ampliar nosso repertório a respeito dos indicadores de Qualidade de Vida no Trabalho, vamos conhecer os seguintes modelos: o de Walton, o de Westley, o de Davis e Werther e o BPSO-96. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 121eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 121 16/06/2020 11:30:2216/06/2020 11:30:22 Divisão e Modelagem de Cargos122 O Modelo de Walton No Modelo de Walton, a qualidade de vida está inserida em um contexto de conciliação e equilíbrio entre o trabalho e as outras esferas da vida. Para Walton (1973), o idealizador dele, a Qualidade de Vida no Trabalho deve contemplar as necessidades e aspirações do ser humano, assim como a responsabilidade social do trabalhador. Além disso, deve estar fortemente alicerçada na humanização do trabalho e na responsabilidade social da organização, por meio do desenho de cargos e novas formas de estruturar o trabalho que ofereça a ele certa dose de autonomia e promova melhoria do meio organizacional. O Modelo de Walton elenca oito categorias conceituais que destacam os fatores de influência na Qualidade de Vida no Trabalho. No quadro a seguir, elas estão descritas e caracterizadas. Figura 3: Categorias conceituais do Modelo de Walton Fonte: Adaptado de WALTON, 1973, p. 11-21. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 122eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 122 16/06/2020 11:30:2216/06/2020 11:30:22 Divisão e Modelagem de Cargos 123 E o que o Modelo de Walton sinaliza ao gestor sobre os fatores promotores da Qualidade de Vida no Trabalho? Acreditamos que, de forma simples e objetiva, ensina que o que impacta a Qualidade de Vida no Trabalho não é apenas o trabalho em si, mas especialmente a forma como é conduzido. Esse modelo oferece destaque aos valores humanos e ambientais, muitas vezes negligenciados pelas organizações em favor do avanço tecnológico, do crescimento econômico e da produtividade. O Modelo de Westley O Modelo de Westley foi publicado nos Estados Unidos em 1979. Nesse estudo, o autor associa quatro problemáticas cuja gênese está na sociedade industrial e debate o modo como elas interferem no trabalho. De acordo com o modelo, que leva o nome de seu autor, os problemas provenientes do ambiente de trabalho podem ser de ordem política (insegurança), econômica (injustiça), psicológica (alienação) e sociológica (anomia). Sob essa perspectiva, cada uma dessas categorias deve ser analisada, pois contém os germes da destruição da Qualidade de Vida no Trabalho: a insegurança, representada pela instabilidade no emprego; a injustiça, expressa pela desigualdade salarial; a alienação, que remete à baixa autoestima; e anomia, manifesta pela carência de uma legislação trabalhista. O quadro a seguir apresenta as dimensões propostas pelo autor. Figura 4: Dimensões do Modelo de Westley Fonte: RUSHEL, 1993, apud FERNANDES, 1996. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 123eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 123 16/06/2020 11:30:2216/06/2020 11:30:22 Divisão e Modelagem de Cargos124 O Modelo de Davis e Werther O modelo de Qualidade de Vida no Trabalho de Davis e Werther foi publicado pela primeira vez em 1981 nos Estados Unidos. A compreensão dele está atrelada ao entendimento do cenário que o originou. Os anos de 1970 representaram um período muito difícil para a economia norte-americana, fortemente afetada pelo aumento da inflação e do desemprego, sobretudo na fase de transição compreendida entre as décadas de 1970 e 1980. Esse cenário instigou a realização de estudos sobre a Qualidade de Vida no Trabalho, com ênfase no projeto de cargo nas organizações. A promoção e a melhoria desse quesito eram vistas como forma de tornar os cargos mais produtivos e satisfatórios. Para os autores do modelo, quais são os diversos fatores que afetam a Qualidade de Vida no Trabalho? As condições de trabalho, a remuneração, o tipo de liderança e supervisão exercidas e os benefícios ofertados são elencados como fundamentais. Contudo, por mais que o colaborador receba boa remuneração pelo que faz, tenha um bom ambiente de trabalho e uma liderança competente, as atividades e funções exercidas podem ser tediosas. Para Werther e Davis (1983, citado por PEDROSO et al., 2009), a rotina pode se configurar como um fator negativo na medida em que se acredita que a satisfação no trabalho está atrelada a um cargo desafiador, compensador e interessante aos olhos do colaborador. Os autores informam que apenas a reformulação dos cargos pode não ser suficiente para sanar todos os tipos de insatisfação com o trabalho; em alguns casos, é importante considerar também a possibilidade de que o empregado possa mudar de cargo, assumindo funções que sejam mais compatíveis com o perfil dele. Mas é oportuno esclarecer que a reformulação comporta tanto as necessidades do colaborador quanto das funções que o compõem, considerando os desafios ambientais, organizacionais e comportamentais. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 124eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 124 16/06/2020 11:30:2216/06/2020 11:30:22 Divisão e Modelagem de Cargos 125 De acordo com Werther e Davis (1983, citado por PEDROSO et al., 2009), esses desafios têm reflexos na Qualidade de Vida no Trabalho, e podem até mesmo comprometê-la caso as mudanças não sejam na medida do possível previstas e monitoradas. O quadro a seguir apresenta os fatores ambientais, sociais e comportamentais que integram o Modelo de Davis e Werther. Figura 5: Modelo de Davis e Werther – fatores ambientais, organizacionais e comportamentais Fonte: WERTHER; DAVIS, 1983, apud PEDROSO et al., 2009. O que esse modelo ensina ao gestor? Por meio dele, é possível refletir sobre a relevância de pensar o cargo considerando-se os fatores ambientais, organizacionais e comportamentais. Especialmente sinaliza o papel-chave do processo de recrutamento e seleção da organização no sentido de que seja eficaz em alocar o colaborador certo para o lugar certo; isso significa afirmar que quando o colaborador desempenha funções compatíveis com o seu perfil, a possibilidade que tenha satisfação com o trabalho aumenta exponencialmente. O BPSO-96 O modelo é fruto da tese de doutorado da pesquisadora Limongi-França (1996), que propõe um instrumento de avaliação da satisfação dos colaboradores por meio de indicadores empresariais selecionados com base no enfoque biopsicossocial. Segundo preconiza a estudiosa, as camadas biológica, psicológica e social são associadas à organizacional, que comporta elementos tais como missão, visão, valores da organização, sua tecnologia, mercados, produtividade e gestão, representados por lideranças eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 125eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 125 16/06/2020 11:30:2216/06/2020 11:30:22 Divisão e Modelagem de Cargos126 desenvolvidas não somente tendo em vista as competências técnicas, mas, sobretudo, as comportamentais. Assim se desenha o Modelo BPSO-96: �Dimensão biológica: por meio de elementos que atendam às necessidades físicas do colaborador; de promoção da saúde e dasegurança no trabalho, assim como o controle dos riscos ambientais (biológicos, físicos, químicos ou ergonômicos). �Dimensão psicológica: por meio de elementos que assegurem um ambiente de trabalho saudável, caracterizado pela tolerância às diferenças, livre de todo tipo de assédio, e que promova a autoestima e o desenvolvimento de competências pessoais e profissionais. �Dimensão social: por meio da oferta de benefícios sociais, não apenas os obrigatórios por lei, mas também outros espontâneos e flexíveis, assim como a promoção de oportunidades de lazer, esporte e cultura aos colaboradores, extensivas aos familiares. �Dimensão organizacional: por meio da valorização da imagem corporativa, da qualidade de produtos e serviços, do relacionamento da organização com os colaboradores e com toda a sociedade. O quadro a seguir apresenta os indicadores para cada camada e os setores envolvidos da organização. Figura 6: BPSO-96 Fonte: Adaptado com base em LIMONGI-FRANÇA, 2014, p. 134-139. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 126eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 126 16/06/2020 11:30:2216/06/2020 11:30:22 Divisão e Modelagem de Cargos 127 Estrutura salarial Como vimos, a área de Gestão Tradicional de Pessoas é responsável pelas práticas de administração, entre elas a remuneração das pessoas, com o objetivo de recompensar, dar benefícios e incentivos. Todos esses processos são executados pelas empresas de acordo com a sua realidade interna e externa e o gestor de pessoas deve obter a melhor compatibilização entre eles. Além disso, devem funcionar como um sistema aberto e interativo e, portanto, é tratado como um modelo diagnóstico para o gerenciamento nas organizações. Figura 7: Processo de Recompensa Fonte: Chiavenato (2009 p. 17). eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 127eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 127 16/06/2020 11:30:2216/06/2020 11:30:22 Divisão e Modelagem de Cargos128 As pessoas buscam nas empresas, além de retribuição monetária, o seu reconhecimento e a sua autorrealização, pois ninguém trabalha “a troco de nada”, certo? Mas também ninguém se esforça para receber, exclusivamente, o seu salário limpo e seco no final do mês, concorda? Por esse motivo é que os sistemas de recompensas devem contemplar tanto aspectos financeiros, como não financeiros e devem estar vinculados tanto aos interesses organizacionais, como às expectativas de seus colaboradores. Esse é o tema que abordaremos nesta unidade. Chiavenato (2009, p. 312) declara que, cada vez mais, as organizações têm adotado programas de remuneração flexíveis e variados capazes de “incentivar e mexer com o brio das pessoas”. Vamos começar destacando que Chiavenato (2009) afirma que as recompensas estão divididas em dois grupos: � financeiras, as quais podem ser diretas (quando o pagamento ocorre na forma de salários, bônus, comissões etc.) e indiretas (quando é decorrente de cláusula da convenção coletiva do trabalho e do plano de benefícios e serviços sociais oferecidos pela organização, tais como férias, 13º salário etc.); e � não financeiras, que correspondem às oportunidades de desenvolvimento, ao reconhecimento e autoestima, à liberdade e autonomia no trabalho, à qualidade de vida etc. O processo de recompensar pessoas e vimos que existem formas financeiras e não financeiras de pagar os funcionários pelo seu trabalho realizado. Juntas, essas formas constituem os programas de remuneração das empresas. O dinheiro pode ser um poderoso motivador nas organizações. Se as pessoas acreditarem haver ligação direta ou indireta entre desempenho e consequente aumento de remuneração terão maior produtividade dentro da empresa? Pense nisso! Antes de começarmos a discussão sobre esse assunto, é fundamental definir o termo salário. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 128eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 128 16/06/2020 11:30:2216/06/2020 11:30:22 Divisão e Modelagem de Cargos 129 Com o apoio de Marras (2009), na Figura 9 apresentamos alguns conceitos: Figura 8: Definições de salário Fonte: Marras (2009, p. 92). Na prática, os conceitos de salário e de remuneração se confundem e, a fim de desfazer as similaridades entre eles, usaremos a acepção de Chiavenato (2009), que se refere ao salário como sendo a remuneração básica, ou seja, o pagamento em dinheiro. Dentro do composto da remuneração total, o salário é o principal elemento, segundo Chiavenato (2009), seguido dos programas desenhados para recompensar os colaboradores pelo seu bom desempenho (incentivos salariais) e, por último, dos benefícios concedidos pelas empresas. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 129eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 129 16/06/2020 11:30:2316/06/2020 11:30:23 Divisão e Modelagem de Cargos130 Mas será que o dinheiro é o único fator que motiva os colaboradores? Não! Um pacote de remuneração deve contemplar, além do dinheiro, incentivos salariais e benefícios sociais. É o que veremos a seguir. Programas de incentivos salariais Caro estudante, você já deve saber que os incentivos salariais são recompensas dadas aos funcionários em prol do seu bom desempenho. Esses programas de incentivos salariais adotados pelas empresas, geralmente, são voltados a estimular o alcance das metas organizacionais (CHIAVENATO, 2009). Assim, podem estar focados no desempenho do cargo ou nas competências individuais. Figura 9: Incentivos baseados no cargo x incentivos baseados em competências Fonte: Chiavenato (2009, p. 315). eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 130eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 130 16/06/2020 11:30:2316/06/2020 11:30:23 Divisão e Modelagem de Cargos 131 Repare que qualquer programa de incentivo, seja baseado no cargo ou em competências, só é interessante quando há transparência entre o esforço do colaborador e a quantidade de resultados alcançados (CHIAVENATO, 2009). Para saber mais a respeito da importância dos programas de remuneração, leia a entrevista “Por que um programa de remuneração atrai talentos?” do RH.com.br. Logo, para implantar um programa de incentivo é funda- mental ter alguns cuidados, segundo Chiavenato (2009, p. 333): �Assegurar que esforços e recompensas são diretamente relacionados: o plano de incentivo deve recompensar as pessoas na proporção direta de sua produtividade maior. � Fazer o plano compreensível e facilmente calculável pelos colaboradores: as pessoas devem ser aptas a calcular facilmente as recompensas que deverão receber pelos vários níveis de esforço. � Formular padrões eficazes: os padrões devem ser vistos como justos pelos colaboradores. Os objetivos devem ser claros e específicos. �Garantir os padrões: os padrões devem ser vistos como um contrato com os colaboradores. Quando o plano funcionar não se deve reduzir o tamanho do incentivo em nenhum sentido. �Garantir padrão de base horária: o pessoal de fábrica (horistas) trabalha melhor com padrões relacionados com sua base horária de salário. � Proporcionar apoio ao plano: a organização e os dirigentes devem dar maior suporte possível ao plano. Antes e durante a sua vigência o plano deve receber total apoio de todos os dirigentes e gerentes. Dessa maneira, as organizações usam variadas formas de incentivos salariais, tais como bonificação, distribuição gratuita de ações da organização, participação nos lucros e resultados, comissões, dentre outros. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 131eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd131 16/06/2020 11:30:2316/06/2020 11:30:23 Divisão e Modelagem de Cargos132 Na empresa Promon Tecnologia, por exemplo, os empregados são também acionistas. Assim, quando um falece, aposenta-se ou sai, as suas ações são compradas pela organização e redistribuídas entre os que ficam. Elas não podem ser vendidas fora da companhia, não se transferem por herança e nem podem ser doadas (CHIAVENATO, 2009). Já o Banco do Brasil adota como programa de incentivo salarial a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) que, em conformidade com Chiavenato (2009, p. 333), é “[...] um sistema pelo qual uma organização distribui anualmente entre seus colaboradores uma certa proporção de seus lucros”. Até 2002, o Programa de Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) era determinado pelo próprio banco. Todavia, em 2003, esse programa passou a ser estabelecido por meio de acordos entre o Banco do Brasil e as instituições representativas dos funcionários. Em contrapartida, destacamos que alguns programas de incentivo podem diminuir o espírito de equipe se forem pautados em recompensas individuais. Nesse sentido, é fundamental estabelecer políticas que envolvam todas as pessoas da organização, priorizando as contribuições grupais. Além dos incentivos salariais, os programas de remuneração são edificados também por intermédio dos benefícios sociais, que veremos no tópico a seguir. Programas de benefícios sociais Devemos entender o benefício como “[...] o conjunto de programas ou planos oferecidos pela organização como complemento ao sistema de salários” (MARRAS, 2009, p. 137). Assim, os benefícios são formas indiretas de recompensar pessoas. Eles fazem parte dos programas de remuneração flexíveis praticados pelas empresas para reter os seus talentos. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 132eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 132 16/06/2020 11:30:2316/06/2020 11:30:23 Divisão e Modelagem de Cargos 133 Chiavenato (2009, p. 340) complementa esse conceito, salientando que “[...] benefícios são certas regalias e vantagens concedidas pelas organizações, a título de pagamento adicional dos salários, à totalidade ou à parte de seus funcionários”. Por isso, podemos entender que os benefícios sociais devem atender a necessidades intrínsecas, ou seja, aquelas que se originam dentro da pessoa, e também a questões extrínsecas, que são aquelas que despontam no mundo exterior do ser humano (MARRAS, 2009). Nessa perspectiva, Chiavenato (2009) classifica os benefícios sociais quanto à exigibilidade legal, quanto à natureza e quanto aos seus objetivos. Dessa forma, quanto à exigibilidade legal, os programas de benefícios podem ser (CHIAVENATO, 2009): � legais: exigidos pela legislação trabalhista ou previden- ciária ou por convenção coletiva entre sindicatos, como férias, 13º salário, aposentadoria, seguro de acidentes do trabalho, auxílio-doença, salário-família, salário-maternidade etc.; � espontâneos: não são exigidos por lei, por isso são concedidos por mera liberalidade das empresas, como, por exemplo, gratificações, seguro de vida, empréstimos aos funcionários, assistência médico-hospitalar diferenciada mediante convênio, complementação de aposentadoria ou planos de seguridade social etc. É comum vermos os programas de benefícios estruturados por nível hierárquico nas corporações brasileiras (MARRAS, 2009). Por exemplo, no nível estratégico, os executivos têm, dentro de um “leque” de opções, a liberdade de escolher os benefícios que mais lhe atraem. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 133eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 133 16/06/2020 11:30:2316/06/2020 11:30:23 Divisão e Modelagem de Cargos134 Figura 10: Benefícios Fonte: Adaptado de Marras (2009, p. 141). Quanto à natureza, os programas de benefícios são divididos em monetários e não monetários, segundo Chiavenato (2009): � benefícios monetários: são aqueles concedidos em dinheiro, normalmente por meio da folha de pagamento e com encargos sociais decorrentes, como férias, 13º salário, gratificações, complementação dos salários nos afastamentos prolongados por doença; � benefícios não monetários: são os benefícios não financeiros. Assim, consistem em serviços, vantagens ou facili- dades para os usuários, o que pode ser refeitório, assistência odontológica, grêmio, horário flexível, serviço social, psicólogo etc. São várias as recompensas não financeiras que podem ser proporcionadas por meio do trabalho na organização: orgulho, autoestima, reconhecimento, segurança no emprego etc., os quais são sentimentos que afetam a satisfação das pessoas em relação ao sistema de remuneração. Daí a necessidade de consolidar todas as recompensas no seu conjunto total. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 134eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 134 16/06/2020 11:30:2316/06/2020 11:30:23 Divisão e Modelagem de Cargos 135 Quanto aos objetivos, podemos agrupar os programas de benefícios sociais em (CHIAVENATO, 2009): � benefícios assistenciais: objetivam proteger e prover o funcionário e sua família de certas condições de segurança e previdência em casos de imprevistos ou emergências. Isso pode incluir creche para os filhos de funcionários, complementação da aposentadoria ou planos de previdência social, assistência médico-hospitalar etc.; � benefícios recreativos: são aqueles que proporcionam ao funcionário condições físicas e psicológicas de repouso, diversão, recreação, higiene mental ou lazer. Em alguns casos, esses benefícios se estendem também à família do funcionário; � benefícios supletivos: proporcionam objetivos sociais, como as festividades e congraçamentos, resultando no fortalecimento da organização informal. São exemplos: estacionamento privativo, agência bancária no local de trabalho, cooperativa de gêneros alimentícios ou convênio com supermercados, restaurantes etc. Podemos observar que o programa de benefícios é determinado pelas organizações de acordo com as demandas de seus empregados, com o intuito de satisfazer questões pessoais, econômicas e sociais. Mas como atender essas questões? Para atendê-las, propomos algumas etapas (CHIAVENATO, 2009, p. 347): �Estabelecer objetivos e a estratégia de benefícios: existem três tipos de estratégias de benefícios: estratégia de pacificação – oferecer os benefícios que os funcionários desejam em função de suas expectativas; estratégia comparativa de benefícios – proporcionar programas similares aos programas existentes no mercado; e estratégia de benefícios mínimos – oferecer os benefícios legais e apenas os benefícios espontâneos de menor custo. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 135eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 135 16/06/2020 11:30:2316/06/2020 11:30:23 Divisão e Modelagem de Cargos136 Remuneração O que podemos chamar de remuneração? Essa pergunta pode parecer estranha e é bem provável que você esteja pensando que a resposta é direta. Esse termo, pode ser definido como uma junção de ganhos básicos no meio corporativo, que praticamente todo o patrão e empregado deveria dominar, na prática, não é bem assim que acontece. Muitas vezes, esse conceito é confundido com salário, por exemplo, e esse engano pode trazer consequências nada positivas para uma organização. A remuneração pode ser definida como o conjunto dos ganhos de um colaborador. O salário, por exemplo, faz parte da remuneração, mas outros elementos também a compõem e não podem ser desconsi- derados. Remuneração Estratégica Sabemos que as organizações estão, dia após dia, procurando novas formas de gestão empresarial e têm voltado a sua atenção e o seu aprimoramentoao fator humano. Conheceremos os benefícios que podem ser concedidos aos funcionários pelo seu bom desempenho e como uma forma de atraí-los e mantê-los na organização. Agora, veremos outros dois elementos que se destacam na administração de Recursos Humanos a remuneração e a carreira. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 136eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 136 16/06/2020 11:30:2316/06/2020 11:30:23 Divisão e Modelagem de Cargos 137 Figura 11: Remuneração Fonte: freepik Conheceremos dois tipos de remuneração com enfoque estratégico que favorecem a progressão profissional baseada nas características pessoais do funcionário. São eles: Remuneração por competências e Remuneração por Habilidades. Remuneração por competências Você já deve ter percebido que muitas empresas estão migrando dos métodos tradicionais de remuneração, assentados em cargos, para um sistema apoiado nas competências de seus empregados. Chiavenato (2009, p. 332) nos instrui que a remuneração por competências “[...] surgiu da necessidade de diferenciar empregados com habilitações diversas”. Dessa forma, as pessoas passaram a ganhar pelo que sabem. Além disso, Resende (2002) chama a nossa atenção sobre os conceitos de competências e habilidades aplicados à remuneração e carreira. Ele salienta que às vezes eles andam juntos; em outras, separados. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 137eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 137 16/06/2020 11:30:2316/06/2020 11:30:23 Divisão e Modelagem de Cargos138 Assim, a fim de evidenciar essas imprecisões, as quais podem até resultar em deficiências nos programas de remuneração, Resende (2002, p. 18) define alguns termos relacionados a esse assunto: �Aptidão: característica ou recurso inato ou adquirido que está mais enraizado nas pessoas e que diz respeito principalmente a características físicas/fisiológicas, mentais ou intelectuais, de personalidade, temperamento ou caráter. Exemplos: resistência física, visão de profundidade, raciocínio lógico, memória, autocontrole emocional. �Habilidade: característica de potencial humano (desenvolvido) que favorece realizações pessoais, saber fazer. Exemplos: ser persuasivo, flexível (ter jogo de cintura), bom negociador, ter senso de humor. �Qualificação: requisitos de conhecimentos, treinamento ou formação, capacitação e competências requeridas para a execução de determinados trabalhos, ou exercício de profissões, cargos ou atividades. Exemplos: certificação para ser professor. �Capacitação: recursos de aptidões, habilidades, quali- ficações e conhecimentos de que se dispõe para atender a determinados objetivos ou aplicações. Exemplos: capacidade física (para ser atleta), capacidade de liderança (para ser supervisor). No que tange à competência, Resende (2002) menciona que, antes, a sua definição tinha uma aplicação comum, no mesmo nível dos conceitos descritos anteriormente. Todavia, recentemente esse autor passou a incluir no seu conceito a ideia de resultado. Lembre-se de que, durante muito tempo, valorizava-se mais a disciplina do que os aspectos ligados aos resultados. Ou seja, parecia que as empresas estavam mais voltadas a controlar a conduta dos empregados do que em melhorar a sua produtividade no trabalho. Foi somente por força do ambiente competitivo que as empresas passaram a recompensar as pessoas, levando em consideração as competências individuais. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 138eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 138 16/06/2020 11:30:2316/06/2020 11:30:23 Divisão e Modelagem de Cargos 139 Nesse sentido, na concepção de Chiavenato (2009), com essa mudança de foco, na remuneração por competência é importante: discutir as competências necessárias para o trabalho e os pontos fortes e fracos do colaborador; programar, de forma conjunta, o treinamento necessário para alinhar o processo em que cada indivíduo possa ser responsável pelo seu autodesenvolvimento e qualificação; e remunerar de forma personalizada. Na remuneração por competência, o conceito de competência deixa de ser visto apenas como o acúmulo de conhecimentos, habilidades ou atitudes individuais e passa a observar a “entrega”, a “contribuição” resultante da mobilização desse conjunto de conhecimentos e habilidades. Pense nisso! Figura 12: Remuneração Fonte: freepik Podemos saber ainda, sobre o modelo de remuneração por competências, que (RESENDE, 2002, p. 7): �Não se trata de modismo. Constitui uma evolução do modelo tradicional, corrigindo algumas de suas deficiências em termos de pressupostos e metodologias e acrescenta-lhe alguns aspectos inovadores. Embora fundamentais e de grande importância, as mudanças relacionadas com remuneração ocorrem mais na parte referente à diferenciação salarial entre pessoas e menos nos critérios de determinação do valor relativo dos cargos. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 139eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 139 16/06/2020 11:30:2316/06/2020 11:30:23 Divisão e Modelagem de Cargos140 �A quantidade e significação dos novos paradigmas de remuneração e também de carreira introduzidos pelo novo modelo agregam muitos e efetivos valores e resultados à gestão de pessoas, o que faz acreditar ser uma das mais importantes evoluções já ocorridas na Administração de RH em todos os tempos. Ante as observações de Resende (2002), podemos dizer que os modelos modernos de planos de carreira enfatizam as pessoas e os resultados. Repare que os modelos tradicionais, em contrapartida, são fundamentados nas exigências do cargo, aplicando parâmetros comparativos ligados a aspectos internos e externos às empresas. Remuneração por habilidades Caro estudante, os avanços trazidos pelas formas de remuneração e carreira baseadas em competências e habilidades requerem gestão mais profissional, critérios mais justos e claros, políticas administrativas consistentes e feedbacks constantes. Entretanto, essa forma de remunerar ainda é pouco praticada no mercado por exigir investimentos consideráveis da empresa, já que implica fundamentalmente em treinamento e desenvolvimento profissional (MARRAS, 2009). Você entendeu por que isso ocorre? É devido à maneira como é feita a progressão do indivíduo em termos de recompensa financeira: ela só conseguirá crescer dentro da empresa se desenvolver o seu nível de habilidade. Dessa forma, a remuneração por habilidades realça a premissa de que o colaborador, para ter ascensão na organização, deve apresentar as suas aptidões, ou seja, o funcionário deve apresentar as suas aptidões que são as suas características físicas, fisiológicas, mentais ou intelectuais, de personalidade, temperamento ou caráter e mostrar a forma como aplica estas características no trabalho. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 140eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 140 16/06/2020 11:30:2316/06/2020 11:30:23 Divisão e Modelagem de Cargos 141 Entretanto, vale ressaltar que existem pessoas que já nascem com certas aptidões e há outras que necessitam do auxílio da corporação para evoluí-las. É por essa razão que Marras (2002, p. 124) assinala que “[...] em ambos os casos, a empresa precisa manter os seguintes subsistemas de RH e cuidar para que o modelo funcione como se deve”: �Recrutamento e Seleção (R&S): possibilita ingressar na organização aqueles que têm as características alinhadas às que a empresa requer. �Treinamento e Desenvolvimento (T&D): dessa forma, é possível captar, implementar e desenvolver as características técnicas e comportamentais que os indivíduos precisam amplificarpara que consigam se integrar no modelo de remuneração por habilidades de forma efetiva. Com isso, percebemos que as organizações que adotam a remuneração por habilidades devem promover o constante aprimoramento dos trabalhadores, pois quanto maior o nível de habilidades que um empregado conseguir assimilar, tanto maior será o nível de remuneração recebida como contrapartida (MARRAS, 2002). Figura 13: Remuneração por habilidade Fonte: freepik Resende (2002) concorda com Marras (2002) e acrescenta que a base do pagamento com base em habilidades é a diferenciação dos salários dos ocupantes dos mesmos cargos de acordo com potencial humano, ou seja, o saber fazer. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 141eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 141 16/06/2020 11:30:2316/06/2020 11:30:23 Divisão e Modelagem de Cargos142 A metodologia de remuneração por habilidades propor- ciona benefícios às organizações. Vejamos quais são eles, de acordo com Resende (2002, p. 33): 1. Direciona a empresa na ênfase à competência: o movimento atual mais forte de busca de melhoria dos padrões de excelência é aquele que focaliza o fator competência, incluindo a competência da empresa como um todo, bem como das unidades, áreas, equipes e profissionais. 2. Concede à remuneração fixa o sentido estratégico: favorece, de forma efetiva, o desenvolvimento profissional amplo, que leva a empresa a uma consequente melhoria do desempenho geral. 3. Proporciona mais visibilidade e transparência ao desenvolvimento profissional: possibilidades de progresso profissional, para motivar e segurar profissionais qualificados, precisam ser criadas através de políticas, planos, programas e sistemas. 4. Amplia os planos de carreira: define, estruturalmente, mais um plano de carreira (horizontal), para se somar ao plano de carreira conhecido (vertical). Ambas as trajetórias de carreira condicionam o progresso profissional ao desenvolvimento das qualificações e habilidades. Empresas e empregados ganham com isso. 5. Estimula o autodesenvolvimento profissional: vincular os aumentos salariais ao desenvolvimento das qualificações, competências e habilidades para o pleno exercício do cargo. Os empregados e a empresa crescem de forma continuada. 6. Põe fim ao salário paternalista, manipulativo e inflacionário: critérios frágeis e subjetivos para concessão de aumentos salariais individuais, como os que predominaram nas organizações até recentemente, propiciam aos gerentes e supervisores utilizarem o salário em concessões paternalistas que revelam intenções subjacentes de recompensar por eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 142eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 142 16/06/2020 11:30:2416/06/2020 11:30:24 Divisão e Modelagem de Cargos 143 sentimentos, com intuito de substituir deficiências de liderança, ou ainda para manipular situações na organização das equipes e dos trabalhos. Tais práticas acarretam – e têm acarretado – algumas consequências negativas que as empresas não poderão mais tolerar: a discriminação salarial, que é uma das principais causas de desmotivação; o desequilíbrio interno dos salários; e o inflacionamento da folha de pagamento, que afeta os custos dos produtos ou serviços. 7. Favorece a equidade ou justiça salarial: minimiza as possibilidades de subjetivismos, generalismos e discriminações indevidas. 8. Minimiza os riscos de reclamações de isonomia salarial: a metodologia define claramente as diferenças exigidas de capacitação – que leva à diferença de desempenho – entre os ocupantes do mesmo cargo, em função dos diferentes estágios de competências e habilidades. Obriga a empresa a estabelecer regras claras, dispor de instrumentos e ainda sugere a certificação das competências e habilidades dos empregados. 9. Favorece a implementação objetiva de sistemas de avaliação de desempenho e potencial: define claramente os fatores que devem ser avaliados e vincula as avaliações a diversos planos e programas: remuneração, carreiras, treinamento etc. 10. Favorece o feedback aos empregados: proporciona segurança às lideranças para dar feedback. 11. Favorece a implantação do modelo integrado de remuneração: as empresas que pretenderem ser competitivas deverão combinar adequadamente seus planos de remuneração fixa, variável e de incentivos. 12. Favorece a motivação geral do pessoal, o clima organizacional e as relações trabalhistas: trata-se de um benefício em cadeia. O autodesenvolvimento profissional com consequências salariais (com regras transparentes) aumenta a motivação do pessoal, o que, por sua vez, contribui para melhorar eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 143eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 143 16/06/2020 11:30:2416/06/2020 11:30:24 Divisão e Modelagem de Cargos144 o clima organizacional e, ambos, favorecem significativamente a melhoria das relações trabalhistas. 13. Contribui para o desenvolvimento da competência de gestão de pessoas: um dos pontos reconhecidamente fracos nas organizações brasileiras é o despreparo dos gerentes, coordenadores, supervisores, encarregados e líderes para lidar com pessoas e sistemas de administração de recursos humanos. A implementação da metodologia de remuneração agora tratada obriga as lideranças a se envolverem mais com o assunto e a aprenderem um pouco mais, e objetivamente, a respeito de pessoas e diferenças individuais, tornando-as mais capacitadas para esta tarefa. 14. Favorece a administração integrada de recursos humanos, centrada na competência: integram os subsistemas de salário, carreira, avaliação de pessoal, treinamento e seleção, tendo como ponto central os fatores de competências e habilidades. Então, mesmo ante tantos benefícios, a remuneração por habilidades – ainda que preze pelo equilíbrio interno – ignora a equidade externa, pois não faz uma comparação salarial com o mercado. Repare que essa prática pode resultar em uma subvalorização das habilidades dos trabalhadores. É por isso que a remuneração por habilidades não é indicada para todo tipo de empresa. A aplicação da remuneração por habilidades parece mais ade- quada a unidades industriais que apresentam poucos níveis hierárquicos e um estilo gerencial aberto, voltado para a administração participativa. Leia o artigo “Sistema de remu- neração por habilidades para trabalhadores multifuncionais” e saiba mais. SAIBA MAIS eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 144eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 144 16/06/2020 11:30:2416/06/2020 11:30:24 Divisão e Modelagem de Cargos 145 RESUMINDO Nesta unidade compreendemos que: �Existem processos de recompensas, programas de incentivo e benefícios sociais. �Os tipos de remuneração estratégica: remuneração por com- petências e remuneração por habilidades e as particularidades de cada um. �Deve-se desenvolver grau de complexidade da atividade a fim de melhorar a remuneração. Por isso, o administrador precisa conhecer como planejar o cargo e analisar os riscos e custo-benefício do negócio. Para poder estar alinhado ao mercado e ser um diferencial frente aos concorrentes analisar seu planejamento estratégico para verificar se está tendo um grande retorno do investimento. Caro estudante, você chegou ao fim desta aula, parabéns! Nela, você aprendeu sobre análise sobre avaliação de desempenho de cargos. E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a modelo de gestão estratégica de cargos e suas competências. Para complementar seu aprendizado, não deixede realizar as atividades que acompanham esta aula. Até a próxima! eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 145eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 145 16/06/2020 11:30:2416/06/2020 11:30:24 Divisão e Modelagem de Cargos146 REFERÊNCIAS UNIDADE 01 ALMEIDA, Airton Vieira de. Divisão e modelagem de cargos. São Paulo: Pearson Education Brasil, 2015. CHIAVENATO, Idalberto. Desempenho humano nas empresas: como desenhar cargos e avaliar o desempenho para alcançar resultados. 6. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2009. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4. Ed. Barueri, SP: Manole, 2014. MASSI, Maria Lúcia G. Et al. O conceito de cargo e o modelo de gestão de pessoas proposto para os novos tempos. Revista científica Hermes. v. 7, p. 15-27, 2012. Disponível em: <http://bit.ly/38H8zbz>. Acesso em: 12 ago. 2019 UNIDADE 02 BOHLANDER, G.; W. SNELL, S. Administração de Recursos Humanos. 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ULRICH, Dave; et al. RH de Dentro para Fora. WEBBER, Antonio Celso M. Afinal, Onde Estão os Líderes? UNIDADE 03 CARBONE, Pedro. GESTÃO COMPETÊNCIAS: uma nova metodologia de gerenciamento do capital humano. Revista Mundo PM – Project Management, Edição 11, out-nov/2006, Curitiba, Editora Mundo, 2006. CHIAVENATO, Idalberto. Planejamento, recrutamento e seleção de pessoal: como agregar talentos à empresa. 7 ed., Barueri, SP.: Manole, 2009. DUTRA, Joel Souza. Gestão de pessoas: modelo, processos, tendências e perspectiva. São Paulo: Atlas, 2009. FERNANDES, A. C. Mapas estratégicos do Balanced Scorecard: contribuições ao seu desenvolvimento. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2013. GIRARDI, Dante Marciano. O Compartilhamento dos Processos de Recursos Humanos: uma contribuição para a gestão do conhecimento organizacional. 2009. 184 fs. Tese (Doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2009. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 147eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 147 16/06/2020 11:30:2416/06/2020 11:30:24 Divisão e Modelagem de Cargos148 GUIMARÃES, Tomas Aquino et al. Forecasting core competencies in an R&D environment. R&D Management Review, Manchester, v. 31. n. 3, p. 249-255, 2001. GRAMIGNA, M. R. Modelo de competências e gestão dos talentos. São Paulo: Makron Books, 2002. LEME, Rogério. Aplicação prática de gestão de pessoas: mapeamento, treinamento, seleção, avaliação e mensuração de resultados de treinamento. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. NATURA 2017. Visão de Sustentabilidade 2050. https:// bit.ly/3bAfNiN. SCHEIN, E. H. Cultura organizacional e liderança. São Paulo: Atlas, 2009. 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Investimento em Pessoas. Editora: BOOKMAN. Livro online. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 149eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 149 16/06/2020 11:30:2416/06/2020 11:30:24 Divisão e Modelagem de Cargos150 MINTZBERG, Henry, et al. Management Não é o que Você Pensa. Editora: BOOKMAN. Livro online. ULRICH, Dave e ULRICH, Wendy. Por que trabalhamos? Editora: BOOKMAN. Livro online. ULRICH, Dave; et al. RH de Dentro para Fora. Editora: BOOKMAN. Livro online. WEBBER, Antonio Celso M. Afinal, Onde Estão os Líderes? Editora: BOOKMAN. Livro online. eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 150eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 150 16/06/2020 11:30:2416/06/2020 11:30:24 eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 151eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 151 16/06/2020 11:30:2416/06/2020 11:30:24 eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 152eBook Completo para Impressao - Divisão e Modelagem de Cargos - Aberto.indd 152 16/06/2020 11:30:2416/06/2020 11:30:24 Capa de eBook_Divisão e Modelagem de Cargos_TELESAPIENS E-Book Completo_Divisão e Modelagem de Cargos_TELESAPIENS