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SAÚDE MENTAL: CRIANÇAS E ADOLESCENTES Prof.ª Silvana Costa Prof.ª Priscilla Martinez NO CADERNO Acabamos de voltar no tempo. Você é criança novamente! 1. Qual sua idade agora? 2. Você se sente feliz? 3. Alguma lembrança te incomoda? 4. Das experiências que viveu, alguma te marca até hoje? SAÚDE MENTAL: CRIANÇAS • Segundo a Associação Americana de Psiquiatria da Infância e da Adolescência (AACAP), no mundo, uma a cada cinco crianças e adolescentes tenha algum transtorno mental. • No Brasil, acredita-se que a incidência varie dos 7% aos 20%. • 50% e 75% dos transtornos mentais surgem até os 18 anos. SAÚDE MENTAL: CRIANÇAS • Causas: vivências negativas rotineiras que a criança ainda não tem capacidade de gerenciar, como: - Violência física - Violência verbal - Abuso sexual - Negligência - Falta de afeto - Desnutrição - Cobrança exagerada - Agenda repleta de atividades - Excesso de tempo em frente à tela. SAÚDE MENTAL: CRIANÇAS •O bebê não nasce com uma rotina organizada, são os pais que criam esta rotina. • Um ambiente sem rotina para comer, dormir ou tomar banho não o ajuda no seu desenvolvimento e adaptação ao convívio com a sociedade. • Ocorre atraso no estabelecimento de relações de causa e efeito, o que desorganiza a base de pensamento de tempo e espaço e traz prejuízos mais tarde. SAÚDE MENTAL: CRIANÇAS • Famílias desestruturadas e emocionalmente instáveis – sobretudo com presença de drogas ou abuso de álcool – destroem pouco a pouco o bem-estar e a capacidade mental das crianças. • Estimulam as crianças para o mesmo comportamento, apreendido por meio dos neurônios-espelho, responsáveis por imitar hábitos. • Apesar da saúde mental na primeira infância ser importante e preocupar, psiquiatras e psicólogos afirmam que crianças com até seis anos não devem ser medicadas se não for um caso grave. • Nesta idade se torna difícil o diagnóstico de um transtorno mental. SAÚDE MENTAL: CRIANÇAS • Nos adultos é uma constante confundir crise existencial com depressão, na criança o risco é ainda maior, já que também vivenciam tristeza**, mas ainda não conseguem lidar com este sentimento, pois estão construindo a personalidade. • O melhor remédio, é entender a causa do problema e atuar para modificar a realidade da família. Nem todo estresse faz mal à criança – alguns, inclusive, são necessários para o amadurecimento. SAÚDE MENTAL: CRIANÇAS • Há três tipos de estresse: - O positivo (leve e por curto prazo, como o nervosismo por ouvir “não”, necessário para a vida); - O tolerável (moderado, mas enfrentável com apoio da família, como a morte de um parente); - O negativo (intenso ou muito duradouro e sem o suporte, como rotina de agressões ou um abuso). SAÚDE MENTAL: CRIANÇAS • O estresse também está relacionado ao aumento do risco para problemas de comportamento (dificuldades em aprender e memorizar, concentrar-se, ter disciplina) e para transtornos como: • Transtornos de ansiedade. • Depressão. • Déficit de atenção e hiperatividade e (TDAH). • Esquizofrenia. • Dependência de álcool e drogas. PRINCIPAIS PATOLOGIAS TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS- TRAUMÁTICO (TEPT) • Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT): constitui- se de lembranças recorrentes intrusivas de um evento traumático opressivo; as lembranças duram > 1 mês e começam em até 6 meses depois do evento. • Esses eventos podem ser experimentados • Diretamente: ameaça de morte, acidente automobilístico, assalto, agressão sexual, agressão física. • Indiretamente: testemunhar outros sendo seriamente feridos, mortos ou ameaçados de morte; ter conhecimento dos eventos que ocorreram a membros familiares ou amigos íntimos. SINAIS E SINTOMAS • Memórias recorrentes, involuntárias, intrusivas, perturbadoras • Pesadelos recorrentes do evento • Sentir sofrimento psicológico ou fisiológico intenso ao lembrar o evento • Evitar locais, conversas ou pessoas que desencadeiam memórias do evento • Dificuldade para dormir • Irritabilidade ou explosões exacerbadas • Comportamento imprudente ou autodestrutivo • Problemas com concentração • Hipervigilância SINAIS E SINTOMAS • Perda de memória para partes significativas do evento • Convicções, expectativas negativas persistentes e exageradas sobre si, outros ou o mundo • Pensamentos distorcidos persistentes sobre a causa ou consequências do trauma que levam a culpar a si mesmo ou outros • Estado emocional negativo persistente (Exemplo: medo, horror, raiva, culpa, vergonha) • Diminuição acentuada do interesse ou participação em atividades significativas • Sensação de distanciamento ou estranhamento em relação a outras pessoas • Incapacidade persistente de experimentar emoções positivas (exemplo: felicidade, satisfação, sentimentos amorosos) TRANSTORNOS DE ANSIEDADE •Transtornos de ansiedade - Angústias generalizadas que a criança manifesta por situações que não deveriam merecer tanta preocupação. - Exemplo: Os transtornos podem se manifestar no medo irracional de eventos da natureza (chuva), do escuro (mesmo com a luz do abajur acesa) ou de ficar sozinho, por exemplo. SINAIS E SINTOMAS • Agitação ou sensação de nervosismo ou tensão • Cansaço fácil • Dificuldade de concentração • Irritabilidade • Tensão muscular • Sono perturbado DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE E (TDAH): • Déficit de atenção e hiperatividade e (TDAH): - Foi classificado como distúrbio do desenvolvimento, embora seja bastante considerado como um distúrbio de comportamento desagregador. - Afeta 5 a 15% das crianças em idade escolar. - De acordo com o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 4a edição, texto revisado (DSM-IV-TR), há três tipos: • Desatenção predominante • Hiperatividade/impulsividade predominante • Combinado TDAH - DESATENÇÃO PREDOMINANTE Classe dos sintomas Sintomas específicos Desatenção • Não presta atenção aos detalhes • Tem dificuldade de manter a atenção na escola • Não parece prestar atenção quando fala com ela • Não acompanha instruções e não completa tarefas • Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades • Evita, não gosta ou é relutante no envolvimento em tarefas que requerem manutenção do esforço mental • Frequentemente perde coisas • Distrai-se facilmente • É esquecida TDAH - HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE PREDOMINANTE Classe dos sintomas Sintomas específicos Hiperatividade • Movimenta ou contorce mãos e pés com frequência • Frequentemente abandona a cadeira na sala de aula ou em outros locais • Corre e faz escaladas com frequência excessiva • Tem dificuldades de brincar tranquilamente • Frequentemente movimenta-se e age como se estivesse "ligada na tomada" • Costuma falar demais TDAH - COMBINADO Classe dos sintomas Sintomas específicos Impulsividade • Frequentemente responde às perguntas de modo abrupto, antes mesmo que elas sejam completadas • Frequentemente tem dificuldade de aguardar sua vez • Frequentemente interrompe os outros ou se intromete TOC – TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO • Caracterizado por obsessões, compulsões ou ambas. • Obsessões são ideias ou imagens ou impulsos persistentes para realização de algo. • Compulsões são anseios patológicos para agir impulsivamente, os quais, se forem contidos, resultam em grande ansiedade e angústia. • Obsessões e compulsões causam grande angústia e interferem nas atividades acadêmicas e sociais. • A idade média de início do TOC é 19 a 20 anos; cerca de 25% dos casos começam antes dos 14 anos de idade. TOC – TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO • As obsessões são tidas como preocupações ou medos doperigo (Exemplo: contrair uma doença fatal, pecar e ir para o inferno, ou alguma forma de prejudicar-se a si próprio ou aos outros). • As compulsões são atos intencionais e voluntários, geralmente com o propósito de neutralizar ou compensar medos obsessivos. (Exemplo: reprimindo comportamentos, lavar-se, contar e arrumar-se excessivamente DEPRESSÃO •Transtornos depressivos são caracterizados por tristeza e irritabilidade suficientemente graves ou persistentes para interferir na atividade normal ou provocar um distúrbio considerável. SINAIS E SINTOMAS • Insônia ou hipersonia • Baixa energia e/ou fadiga • Baixa autoestima • Baixa concentração • Sentimentos de desespero • Sentir-se triste ou outras pessoas acharam que se está triste ou irritável • Falta de prazer em brincar • Atraso na comunicação (verbal ou mesmo por olhar) • Excesso ou falta de fome. SINAIS E SINTOMAS • Fadiga ou perda de energia • Diminuição da capacidade de pensar, concentrar-se e fazer escolhas • Apatia • Pesadelos recorrentes • Agressividade • Apatia • Recusa em interagir • Pesadelos recorrentes • Problemas repetidos de escape de urina ou fezes após já ter aprendido CUIDADOS PARA UMA BOA SAÚDE MENTAL INFANTIL • Tempo de tela: excesso de tempo no celular, tablet, televisão e computador , alteram o sono, o humor, reduz a capacidade cognitiva e contribui para o sedentarismo. • Rotina: Crianças precisam de rotina para aprender, se desenvolver para se adaptar ao convívio em sociedade. Crie rotina de hora certa para acordar, comer, tomar banho e dormir. • Sono: Dormir é essencial na primeira infância. Durante o sono, o cérebro concretiza as memórias do dia. - De quatro a 12 meses: de 12 a 16 horas, incluindo sonecas - De um a dois anos: de 11 a 14 horas, incluindo sonecas - De três a cinco anos: de 10 a 13 horas, incluindo sonecas BULLYING • Bullying é um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente, adotado por uma ou mais pessoas contra outro. • Algumas vezes envolve bater, empurrar, chutar. • Mas ameaças, gozações, apelidos cruéis e zombarias são mais comuns e podem causar grandes danos como dor, angústia e sofrimento. • são atos repetidos de intimidação, deliberados, de um indivíduo mais forte contra outro mais fraco, objetivando dominação. Pode ser físico (com ou sem contato), verbal, emocional, racista ou sexual. TIPOS DE BULLYING BULLYING • O agressor pode ser: - Pode ser homem ou mulher; - Comportamento agressivo, hostil e arrogante (ar de superioridade); - Normalmente é popular; - Presenciou atos de agressão anteriormente e pode inclusive já ter sofrido bullying; - É manipulador (mentira/negação); BULLYING • Vítima - Possui alguma característica que a diferencia dos demais, chamando a atenção do agressor - vulnerabilidade; - É introvertida e passiva; - Impossibilidade de defesa, que pode ser circunstancial ou momentânea; - Tem receio em pedir ajuda; - Tendem ao isolamento. BULLYING •Uma Pesquisa de 2008 mostrava que as vítimas eram: •19% eram negros, •18% pobres •17% homossexuais. BULLYING •Testemunha - Geralmente, não concorda com os atos de agressão; - Tem receio de ser a próxima vítima; - Não denuncia a prática do bullying para não sofrer as consequências. - Acaba se tornando cúmplice da situação e sente culpa. BULLYING • Consequências: • Baixa autoestima, • Dificuldade de relacionamento social e no desenvolvimento escolar, • Ansiedade, • Estresse, • Evasão escolar, • Atos deliberados de autoagressão, • Alterações de humor, • Apatia BULLYING • Perturbações do sono, • Perda de memória, • Desmaios, • Vômitos, • Fobia escolar, • Anorexia, • Bulimia, • Tristeza, BULLYING • Falta de apetite, • Medo, • Dores não especificadas, • Depressão, • Pânico, • Abuso de drogas e álcool, • Pode chegar ao suicídio e até atos de violência extrema contra a escola. Atirador de Suzano morava com os avós; pais eram dependentes químicos “Era um menino bonzinho, não tinha problemas com drogas e nunca me deu trabalho”, disse o avô, que preferiu não se identificar. O avô também contou que pagava um tratamento de pele para Guilherme, que tinha vergonha de suas espinhas. PUBERDADE • https://youtu.be/2R9JZy-w-44 Transtornos emocionais Além da depressão ou da ansiedade, os adolescentes com essa condição também podem sentir irritabilidade, frustração ou raiva excessivas. Também podem desenvolver sintomas físicos como dor de estômago, dor de cabeça ou náusea. A separação de familiares, colegas ou comunidade podem exacerbar o isolamento e a solidão. Na pior das hipóteses, a depressão pode levar ao suicídio. Suicídio e autolesão Estima-se que 62 mil adolescentes morreram em 2016 como resultado de autolesão. O suicídio é a 3ª principal causa de morte entre adolescentes mais velhos (15 a 19 anos). Comportamentos de risco Muitos comportamentos de risco para a saúde, como uso de substâncias ou risco sexual, começam nessa fase. Limitações na capacidade dos adolescentes de planejar e administrar suas emoções, normalização de comportamentos de riscos que têm impacto sobre a saúde. A perpetração de violência é um comportamento de risco que pode aumentar a probabilidade de baixa escolaridade, lesão, envolvimento com crime ou morte. Promoção e prevenção Intervenções para promover a saúde mental dos adolescentes visam fortalecer os fatores de proteção e melhorar as alternativas aos comportamentos de risco. A promoção da saúde mental e do bem-estar ajuda esse grupo a construir resiliência para que possam lidar bem com situações difíceis ou adversidades. Promoção e prevenção: Intervenções psicológicas individuais Intervenções focadas na família Programas de prevenção dirigidos a adolescentes em situação de vulnerabilidade Programas para prevenir e administrar os efeitos da violência sexual • Prevenção ao suicídio; • Prevenir o abuso de álcool e substâncias; • Educação sexual integral REFERÊNCIAS • Brasil. Ministério da Saúde. (2005). Caminhos para uma política de saúde mental infanto-juvenil. Brasília, DF: Ministério da Saúde. • Josephine Elia, MD. Visão geral dos transtornos mentais em crianças e adolescentes. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ pediatria/transtornos-mentais-emcrian%C3 %A7as-e-adolescentes/vis%C3%A3o-geral-dos-transtornos-mentais-em-crian%C3%A7as-e- adolescentes • HARTMANN M. Saúde mental infantil: como cuidar do bem-estar emocional das crianças. Portal de Notícias – GauchaZH. De 06/06/2018. Disponível em : https://gauchazh.clicrbs. com.br/saude/vida/noticia/2018/06/saude-mental-infantil-como-cuidar-do-bem-estar-emocional -das-criancas-cji67wmxa0es701qo79bq3act.html
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