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USO DE CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS NA PROSPECÇÃO GEOFÍSICA Lucas Brum Salomão Pelotas, 2022 Introdução Prospecção Geofísica é uma área da ciência Geofísica que investiga de forma geológica a crosta rasa da Terra (profundidade inferior a 5000 metros) com o intuito de detectar contrastes de propriedades físicas nos materiais que a compõem e definir um significado geológico. As principais aplicações da Prospecção Geofísica são: a localização e delimitação de campos de petróleo, de corpos mineralizados e de mananciais de água subterrânea, e em estudos do meio ambiente. Buscando criar um perfil geológico, a prospecção geofísica atua sobre as propriedades dos materiais encontrados no subsolo, investigando características individuais como a densidade, susceptibilidade magnética, elasticidade, radioatividade e a resistividade/condutividade elétrica, essa última detectada por métodos elétricos e, como foco deste trabalho: métodos eletromagnéticos. Desenvolvimento Os métodos eletromagnéticos baseiam-se no fenômeno da Indução Eletromagnética, cuja teoria é desenvolvida nas equações de Maxwell. Sua operacionalidade se dá com a utilização de uma bobina transmissora, onde um campo magnético primário é gerado, induzindo correntes em materiais condutivos do subsolo. As correntes assim induzidas, por sua vez, geram campos magnéticos secundários, que são medidos através de indução em uma bobina receptora. Os métodos eletromagnéticos possuem diversos tipos de sistemas de medidas associados aos parâmetros medidos, como: inclinação do campo, componentes real e imaginária, impedância e às configurações de arranjos entre o transmissor e o receptor. Durante a operação, uma corrente oscilante de frequência conhecida (corrente alternada) circula na bobina transmissora. Essa corrente produz um campo magnético primário, que induzirá força eletromotriz e, consequentemente, corrente em corpos condutores existentes na subsuperfície, geradora do campo secundário. O campo secundário, por sua vez, induzirá uma voltagem oscilante na bobina receptora que alcança o seu máximo num tempo diferente daquele em que o máximo do campo primário é alcançado. Por isso, os campos primários e secundários são ditos estarem fora de fase. A voltagem induzida pelo campo secundário é separada em duas componentes durante a sua medida na bobina receptora: uma que se encontra em fase com o campo primário (componente em fase ou componente real); e uma segunda componente que se encontra um quarto de período fora de fase (componente fora de fase, em quadratura ou imaginária). As medidas do campo secundário são tomadas como percentagem do campo primário gerado no transmissor, o qual é transmitido ao receptor via cabo ou por telemetria. A modificação do campo eletromagnético medido no receptor em relação ao campo primário depende da distribuição das condutividades elétricas dos diferentes meios na subsuperfície do terreno. Como métodos de análise para cada situação, pode-se fazer o uso da corrente eletromagnética através de: Métodos a fontes distantes: Nos métodos eletromagnéticos de fontes distantes, considera-se a aproximação de ondas planas quando a fonte de energia eletromagnética encontra-se bastante afastada da zona de pesquisa. É o caso dos métodos VLF, AFMAG (Áudio Frequency MAGnetic) e MT (Magneto Telúrico). Métodos VLF: Os métodos VLF são potentes transmissores cuja função básica é a comunicação com submarinos submersos. Eles podem atingir potências de até 1 MW e a estrutura das antenas transmissoras desses sinais estendem-se por áreas de até 2,5 km². Para medidas VHF usa-se um sensor, interligado a um controle de medição e armazenamento de dados, que mede a inclinação do eixo maior da elipse de polarização do campo magnético e a resistividade aparente com a medição do campo elétrico. Método AFMAG: O método AFMAG (Áudio Frequency MAGnetic) utiliza os campos eletromagnéticos naturais gerados principalmente pelas descargas elétricas (relâmpagos) que predominam nas regiões equatoriais. A técnica apresenta medições mais estáveis quando a área de trabalho encontra-se afastada das principais fontes. As principais zonas geradas são as regiões Amazônica e Filipinas. Método MT: O método MT (Magneto Telúrico) usa ondas EM de baixa freqüência que penetram intensamente no interior da Terra. A resistividade aparente é dada pela fórmula: que deduz-se dos campos elétrico e magnético, normais entre si, medidos na superfície da Terra. O campo elétrico é medido com dois eletrodos aplicados no solo, enquanto o campo magnético é medido por meio de uma bobina. Métodos a fontes próximas: No método de fontes próximas, determina-se a fase de um ou mais componentes espaciais em relação a corrente na bobina transmissora. Duas componentes espaciais são, simultaneamente, captadas e os resultados expressos como a razão entre as magnitudes dos componentes e a diferença de fase, ou os parâmetros da elipse de polarização. O mergulho e, algumas vezes, a direção horizontal do campo são medidos através da rotação da bobina receptora à procura do sinal mínimo. Determinam-se as diferentes entre as mesmas componentes para duas ou mais frequências. Métodos aéreos: O princípio de funcionamento usa um campo primário artificial com uma bobina transmissora instalada na asa do avião. No método de transmissor fixo, a bobina fica montada diretamente sobre o terreno e são feitos sobrevoes com o receptor. No método de transmissor móvel, o sistema usa duas aeronaves sendo que a maior dificuldade é de manter a distância entre as duas. Métodos input: Os métodos inputs utilizam transmissor móvel no domínio do tempo. As medidas são feitas durante os intervalos de tempo em que a corrente no transmissor inexiste, ou seja, sem a presença de campo primário. GPR = Ground Penetrating Radar: O Radar de Penetração no Solo (Ground Penetrating Radar - GPR) é um equipamento recente, que originou uma nova metodologia para a caracterização de propriedades das rochas e estruturas a pequenas profundidades com uma grande resolução. Os métodos GPR são bastante usados em geofísica, geologia, hidrogeologia, mineração, engenharia civil e arqueologia. Foi desenvolvido principalmente para localizar objetos enterrados ou interfaces geológicas abaixo da superfície da Terra. Conclusão Com o presente trabalho pôde-se concluir que a prospecção geofísica possui uma área de ampla utilização baseada no uso de ondas eletromagnéticas. Esta ciência possui métodos que envolvem a propagação de campos eletromagnéticos de baixa frequência e baseiam-se nos fenômenos físicos de eletricidade e magnetismo, distinguindo cada mineral de acordo com sua característica eletromagnética única. Este campo é muito importante para caracterizar perfis geológicos com o intuito de estudar a localização e delimitação de campos de petróleo, de corpos mineralizados, de mananciais de água subterrânea e em estudos do meio ambiente. Ou seja, é um campo imprescindível nos dias de hoje. Bibliografia • https://webpages.ciencias.ulisboa.pt/~ecfont/wp- content/uploads/2016/12/M%c3%a9todos-electricos-e-eletromagneticos.pdf • https://geosollo.com/servicos- geologia.php?gclid=CjwKCAjwqauVBhBGEiwAXOepkW9VWWWXtusNUmng- s8f2HURy18S_b9UtohfldaJT3PRBtStu1V47RoCExAQAvD_BwE • https://www.geoscan.com.br/blog/metodo-eletromagnetico-indutivo/ • https://sbgf.org.br/noticias/images/Boletim85-2013.pdf • https://abrh.s3.sa-east- 1.amazonaws.com/Sumarios/19/66e6f540c31cc6eb52c83b8c7fa80061_54dbbc57a83f4d def808952b41db4c4f.pdf
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