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Incêndios e Tragédias no Brasil

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Principais Incêndios e Tragedias no Brasil
- Estação da Luz (1946)
O incêndio na Estação da Luz em 1946 foi um incêndio de grandes proporções que destruiu quase todo o edifício, no dia 6 de novembro. Um inquérito especial foi aberto para investigar ocorrido.
O incêndio foi lembrado retrospectivamente por jornais online após o incêndio no Museu da Língua Portuguesa em 2015.
LOCALIZAÇÃO: SÃO PAULO, BRASIL
TIPO: INCÊNDIO 
DATA: 6 DE NOVEMBRO DE 1946
- Clube Elite XXVIII de Setembro (1953)
O incêndio no clube Elite XXVIII de Setembro foi um incêndio ocorrido em São Paulo na noite de 13 de junho de 1953 no clube Elite XXVIII de Setembro, localizado na Rua Florêncio de Abreu, 259. O incêndio causou a morte de 58 pessoas e o ferimento de outras 100, tornando-se o pior da cidade até o incêndio no Edifício Joelma.
Localizado sobre uma loja de tecidos e comércio variado no primeiro andar do número 259 da Rua Florêncio de Abreu, o clube "Elite XXVIII de Setembro" era um clube frequentado pela classe pobre de São Paulo e possuía capacidade para 80 pessoas, porém sempre recebia público maior que sua capacidade. Por ser um clube de origem negra foi batizado de “28 de setembro”, pois nessa data foram proclamadas as leis do Ventre Livre (1871) e a dos Sexagenários (1885). Em junho de 1953 foi anunciada uma festa junina no dia de Santo Antônio. Os donos do clube solicitaram um alvará para a prefeitura de São Paulo e informaram uma previsão de público de 130 pessoas (embora essa previsão excedesse a capacidade do salão em 50 pessoas).
Na noite de 13 de junho compareceram ao "Elite" mais de 500 pessoas, lotando o pequeno salão. Por volta da meia noite irrompeu um pequeno incêndio em um imóvel contíguo ao clube. Notado por uma viatura da Polícia Civil, o incêndio foi comunicado ao Corpo de Bombeiros. Do quartel da Praça Clóvis partiram quatro viaturas e cinquenta homens, comandados pelo tenente Clóvis de Melo, para a Rua Florêncio de Abreu. Quando alcançaram o local às 0h25 de 14 de setembro, o incêndio havia se alastrado para o clube. Centenas de pessoas se comprimiam na única escada de acesso ao clube, localizado no primeiro andar do imóvel, enquanto outras se atiravam pelas janelas. A confusão no clube era tamanha que a multidão encurralada na escada tentou se agarrar aos bombeiros que tentavam abrir caminho para evacuar o clube. Durante o resgate o cabo dos bombeiros Antônio Duarte do Amaral e o investigador do DOPS Armando dos Santos morreram asfixiados após serem agarrados por dezenas de pessoas presas na escada de acesso ao clube.
A escada Magirus disponível era insuficiente para a evacuação dos frequentadores do clube e os bombeiros tiveram de usar mais três escadas convencionais prolongadas. Após controlar o incêndio, os bombeiros acessaram o clube e encontraram trinta corpos presos na escada. O prefeito recém-empossado Jânio Quadros compareceu ao local da tragédia de terno e pijamas. Ao ver dezenas de corpos, chorou e não fez declarações para a imprensa. Até a manhã de 14 de junho haviam sido removidos 58 corpos.
A causa do incêndio nunca foi determinada. Durante a investigação, as autoridades descobriram que o único destacamento de bombeiros que compareceu ao local não era aparelhado o suficiente para o resgate. A ausência de rádios de comunicação nas viaturas impediu o destacamento de solicitar reforços. Mais tarde foi descoberto que a prefeitura de São Paulo havia concedido alvará para a festa prevendo apenas oitenta pessoas e que a fiscalização de salões e boates há muito não era feita.
O cabo Antônio Duarte do Amaral recebeu homenagem póstuma da prefeitura de São Paulo, com seu nome denominando uma praça no bairro de Pinheiros.
Esse foi o pior incêndio ocorrido em São Paulo até o incêndio do Edifício Joelma em 1974 e o pior incêndio em boates no Brasil até o ocorrido no Incêndio na Boate Kiss.
DATA: 13 DE JUNHO DE 1953
LOCAL: CLUBE ELITE XXVIII DE SETEMBRO – RUA FLORÊNCIO DE ABREU, 259
LOCALIZAÇÃO: ZONA CENTRAL DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, BRASIL
TIPO: INCÊNDIO
CAUSA: DESCONHECIDO
MORTES: 58
LESÕES NÃO-FATAIS: 70
- Gran Circus Norte-Americano (1961)
A tragédia do Gran Circus Norte-Americano foi um incêndio criminoso ocorrido em um circo, na cidade brasileira de Niterói, estado do Rio de Janeiro, em 17 de dezembro de 1961, com saldo de 503 pessoas mortas e mais de 800 feridos.
O Gran Circus Norte-Americano estreou em Niterói, em 15 de dezembro de 1961. Os anúncios diziam que era o maior e mais completo circo da América Latina. Tinha cerca de sessenta artistas, vinte empregados e cento e cinquenta animais. O proprietário, Danilo Stevanovich, havia comprado uma lona nova, que pesava seis toneladas e seria feita de Náilon - detalhe que fazia parte da propaganda. O Norte-Americano chegou a Niterói uma semana antes da estreia e instalou-se na praça Expedicionário, na avenida Feliciano Sodré, centro da cidade.
A montagem do circo demandava bastante tempo e muita mão de obra. Danilo contratou cerca de 50 trabalhadores avulsos. Um deles, Adílson Marcelino Alves, o “Dequinha”, tinha antecedentes na polícia por furto e apresentava problemas mentais. Trabalhou somente dois dias e foi demitido por Danilo Stevanovich. Dequinha ficou inconformado e passou a ficar rondando as imediações.
Na estreia, 15 de dezembro de 1961, o circo estava tão cheio, que Danilo Stevanovich mandou suspender a venda de ingressos, para frustração de muitos. Nessa noite, Dequinha tentou entrar no circo sem pagar o ingresso, mas foi visto e impedido pelo domador de elefantes, Edmilson Juvêncio.
No dia seguinte, 16 de dezembro, sábado, Dequinha continuava a perambular pelo circo e começou a provocar o arrumador Maciel Felizardo, que era constantemente acusado de ser culpado da demissão de Dequinha. Seguiu-se uma discussão e Felizardo agrediu o ex-funcionário, que reagiu e jurou vingança.
Na tarde de 17 de dezembro de 1961, Dequinha se reuniu com José dos Santos, o "Pardal", e Walter Rosa dos Santos, o “Bigode”, com o plano de atear fogo no circo. Eles se encontraram num local denominado "Ponto de Cem Réis", na divisa do bairro Fonseca com o centro da cidade, e decidiram colocar em prática o plano de vingança. Um dos comparsas de Dequinha, responsável pela compra da gasolina, advertiu o chefe sobre lotação esgotada do circo e iminente risco de mortes. Porém, Dequinha estava irredutível: queria vingança e dizia que Stevanovich tinha uma grande dívida com ele.
Com três mil pessoas na plateia, às 15h45, faltando vinte minutos para o espetáculo acabar, a trapezista Nena (Antonietta Stevanovich, irmã de Danilo) notou o incêndio. Em pouco mais de cinco minutos, o circo foi completamente devorado pelas chamas. trezentas e setenta e duas pessoas morreram na hora e com chegada das equipes de resgate, o número de vítimas fatais passou de quinhentas, das quais 70% eram crianças. Ironicamente, a fuga da elefante Sema da sua jaula, foi o que acabou por salvar a imensa maioria. O animal com sua força, arrebentou com parte da lona, abrindo caminho para um maior número de pessoas. A lona, que chegou a ser anunciada como sendo de náilon, era, na verdade, feita de tecido de algodão revestido de parafina, um material altamente inflamável.
Por coincidência, naquele dia, a classe médica do estado do Rio de Janeiro estava em greve e o Hospital Antônio Pedro, o maior de Niterói, estava fechado. A população arrombou a porta e os médicos em greve foram convocados através da rádio. Soldados do Exército Brasileiro compareceram ao hospital de imediato. Médicos de clínicas privadas também foram atender ao hospital. Circos, cinemas e teatros de Niterói, Rio de Janeiro e outras cidades vizinhas cancelaram seus shows e espetáculos para averiguar se haveria médicos entre o público, tal foi a dimensão da catástrofe. Padres também foram convocados emergencialmente para darem a unção dos enfermos (antes chamada extrema-unção) às vitimas que já se sabia que não tinham qualquer hipótese de sobrevivência. Nos dias seguintes, várias personalidades da elite fluminense e brasileiradeslocaram-se a Niterói para prestar o máximo de apoio e auxílio às vitimas. Dentre essas personalidades estava o então ex-presidente João Goulart.
As agências funerárias não tinham mãos e tempo a medir, tal era elevado o número de caixões que eram necessários para enterrar as vítimas. O Estádio Caio Martins foi transformado numa oficina provisória para a construção rápida de urnas, com carpinteiros da região a trabalharem dia e noite. Os cemitérios municipais de Niterói logo ficaram com os túmulos esgotados; assim, um terreno de roça no município de São Gonçalo, vizinho de Niterói, foi usada de urgência como cemitério para enterrar os restantes corpos.
Com base no depoimento de funcionários do circo que acompanharam as ameaças de Dequinha, ele foi preso em 22 de dezembro de 1961, assim como seus cúmplices "Bigode" e "Pardal".
Em 24 de outubro de 1962, Dequinha foi condenado a dezesseis anos de prisão e a mais seis anos de internação em manicômio judiciário, como medida de segurança. Onze anos após, em 31 de janeiro de 1973, ele fugiu da Penitenciária Vieira Ferreira Neto, em Niterói, e foi encontrado morto com 13 tiros no alto do morro Boa Vista, na mesma cidade. O autor do crime jamais foi descoberto. Bigode recebeu 16 anos de condenação e mais um ano em uma colônia agrícola. Finalmente, Pardal foi condenado a 14 anos de prisão, e mais 2 anos em colônia agrícola.
LOCAL: NITERÓI, RIO DE JANEIRO,BRASIL
DATA: 17 DE DEZEMBRO DE 1961
TIPO DE ATAQUE: INCÊNDIO CRIMINOSO
ALVO(S): O PRINCIPAL ALVO ERA CAUSAR PREJUÍZO AO CIRCO
MORTES: 503
FERIDOS: MAIS DE 800
SITUAÇÃO: CONCLUÍDO COM SUSPEITO FALECIDO
CONSEQUÊNCIA: MAIORES FISCALIZAÇÕES SOBRE ROTAS DE FUGA EM EVENTOS DO TIPO E PRISÃO DO SUSPEITO
MOTIVO: VINGANÇA POR DEMISSÃO
- Incêndio Florestal no Paraná (1963)
O Incêndio florestal no Paraná em 1963 foi um grande incêndio que ocorreu na década de 1960, no século XX, no estado do Paraná, Brasil. O incêndio atingiu principalmente a região do norte pioneiro e campos gerais do Paraná além de alguns municípios da região central e norte do estado. É ainda considerado um dos maiores incêndios ocorridos no Brasil e no mundo.
Em 14 de agosto de 1963 foram noticiados os primeiros focos de incêndios em Guaravera, Paiquerê e Tamarana, que eram distritos de Londrina.
Os meses de agosto e setembro são meses de fortes estiagem no Paraná e o estado vinha passando por um período bem seco. Ainda era inverno, a temperaturas ficaram baixas e os campos do Paraná estavam secos em razão das fortes geadas daquele ano. Como era de costume, os lavradores faziam pequenas queimadas para limpar o terreno. Com os fortes ventos, não demorou muito para o fogo avançar sem controle. Essa combinação de fatores foi o estopim para o fogo se alastrar pelo interior do Paraná.
Os incêndios começaram a atingir os municípios de Ortigueira, Tibagi, Arapoti, Jaguariaíva até Sengés. Atingindo as áreas rurais e aproximadamente 10% do território do estado foi consumido, cerca de dois milhões de hectares foram completamente devastados, sendo 20 mil hectares de plantações, 500 mil de florestas nativas e 1,5 milhão de campos e matas secundárias.
Mais tarde provocou a perda de pelo menos 15 milhões de araucárias. O relatório do governo estadual da época revelou que o município de Ortigueira teve 90% da área queimada. Mais de 70% das reservas florestais das Indústrias Klabin de Papel e Celulose, cultivadas em uma fazenda de Telêmaco Borba, se perderam. Só nesse local, 200 milhões de araucárias foram destruídas. O fogo cessou naturalmente com a volta da chuva.
Aproximadamente 8 mil imóveis, entre casas, galpões e silos, viraram cinzas. Cerca de 5,7 mil famílias – a grande maioria formada por trabalhadores rurais – ficaram desabrigadas. Tratores, equipamentos agrícolas e incontáveis veículos foram atingidos pelo incêndio. 
As queimadas causaram a morte de 110 pessoas. Entretanto, não chegaram a um consenso sobre o número de mortos, que teria sido entre 89 a 250, segundo os jornais da época. Deixou ainda milhares de feridos, desalojados e desabrigados. Além de perdas de vida humana, milhares de animais também foram mortos, entre animais silvestres e animais de criação. Os prejuízos foram enormes, devastando lavouras inteiras, reflorestamentos, muitas fazendas e vilas. Ao todo o incêndio atingiu 128 municípios paranaenses. Principalmente municípios da região do norte pioneiro e campos gerais, além de alguns municípios da região central e norte do estado. 
As perdas em todo o estado eram calculadas em 200 milhões de cruzeiros. O Paraná essencialmente agrícola na época, viu sua atividade econômica parar. Os incêndios repercutiram nacionalmente e estamparam as capas dos jornais. A ajuda para combater o incêndio veio de outros estados, com o fornecimento de helicópteros e aviões.
No dia 28 de agosto de 1963, durante o governo de Ney Braga, o estado do Paraná chegou a decretar estado de calamidade pública por causa dos incêndios.
Foram enviados ao estado medicamentos, ferramentas agrícolas, roupas e alimentos oriundos de diversos países, como Estados Unidos, Itália, Japão, China e Suíça.
A cidade de Tibagi, na época, se transformou numa central de queimados, recebendo no Hospital Luiza Borba Carneiro pacientes de todo o Paraná, vítimas de queimaduras. O hospital de Harmonia, em Telêmaco Borba, também deu suporte aos feridos.
A partir da década de 1960 o Paraná começou a trabalhar na prevenção contra incêndios, desenvolvendo uma parceira entre o governo do estado e empresas, criando assim um sistema de alerta de monitoramentos.
Em 1972 o engenheiro florestal Ronaldo Viana Soares, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), defendeu sua pesquisa de mestrado propondo a Fórmula de Monte Alegre (FMA) com base em registros de incêndios florestais coletados a partir da década de 1960 na fazenda Monte Alegre (da Klabin), em Telêmaco Borba. A FMA é um índice bastante simples e utiliza apenas a umidade relativa do ar às 13 horas e a precipitação para calcular o risco de incêndio. É um índice que possui 5 classes de risco e é cumulativo, portanto precisa ser calculado todos os dias.
PAÍS: BRASIL
LOCAL: PARANÁ
DATA: 14 DE AGOSTO DE 1963 – 18 DE SETEMBRO DE 1963
ÁREA QUEIMADA: 20 000 KM²
VITIMAS MORTAIS: 110
MOTIVO: AÇÃO HUMANA 
- Parque Estadual do Rio Doce (1967)
O incêndio no Parque Estadual do Rio Doce em 1967 foi um grande incêndio florestal que ocorreu no Vale do Rio Doce, localizado no estado de Minas Gerais, Brasil, na década de 1960. O Parque Estadual do Rio Doce (PERD), considerado como a maior reserva de Mata Atlântica do estado, conta com 35 976 hectares (h) segundo dados de 2019 - informações anteriores ao fogo davam conta que havia 30 mil hectares — distribuídos entre os municípios de Dionísio, Marliéria e Timóteo. Foi criado em 1944.
Em meados de setembro de 1967, durante uma seca prolongada, foi iniciado no parque um incêndio de causas desconhecidas que se estendeu por mais de um mês e consumiu mil hectares da reserva, administrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF). Doze pessoas morreram no combate às chamas, após combatentes liderados pelo Sargento Agenor Almeida Costa serem cercados por uma linha de fogo no dia 18 de outubro, nas proximidades da Lagoa Dom Helvécio. Trata-se portanto do segundo maior incêndio florestal do Brasil em quantidade de vítimas fatais, perdendo apenas para o incêndio no Paraná em 1963, que deixou 110 mortos.
O fogo começou a ser controlado em 24 de outubro, depois de cerca de 30 quilômetros (km) de aceiros serem abertos, mas focos de incêndio continuaram ativos por pelo menos mais uma semana. Plantações na vizinhança e algumas habitações também foram atingidas. Apesar das dimensões da mata nativa destruída, as florestas da reserva não sofreram outro incêndio de grandes proporções e isso permitiu a regeneração natural da vegetação e do solo. 
O Parque Estadual do Rio Doce está localizado no Vale do Rio Doce, leste de Minas Gerais, uma região que teve sua Mata Atlântica nativa severamente devastada devido à extraçãode madeira destinada a alimentar os fornos das indústrias locais e para ceder espaço às atividades agropecuárias e à monocultura de eucalipto, ao longo do século XX. A unidade ecológica foi criada com a intenção de resguardar o último grande remanescente de floresta nativa dessa área, sob esforços de Dom Helvécio Gomes de Oliveira, arcebispo de Mariana, do então governador Benedito Valadares e seu secretário da agricultura Israel Pinheiro. Sua fundação ocorreu mediante o decreto-lei nº 1 119 de 14 de julho de 1944. Em função da devastação das matas próximas a proteção do PERD foi reforçada em 1962, quando o Instituto Estadual de Florestas (IEF) assumiu a administração. Incêndios ocasionais aconteciam até então, mas a vigilância começou a ser intensificada e áreas desmatadas foram reflorestadas. Por outro lado, não havia precedentes de incêndio na escala alcançada em 1967.
Informações da época mostram que a causa exata da origem do fogo é desconhecida, porém as primeiras suspeitas remetiam ao lançamento de ponta de cigarro, queimada em algum pasto que alcançou a unidade de conservação, motivação proposital ou mesmo combustão espontânea por causa do calor, em meados de setembro de 1967.  O major Vicente Rodrigues, comandante da Vigilância Rural, acreditava que a frente de fogo iniciada em Dionísio teria surgido por causa de ponta de cigarro deixada à beira de estrada, enquanto a frente na região da Fazenda Maringá, próxima ao rio Doce, na divisa entre Timóteo e Ipatinga, pode ter sido "sabotagem" por parte de contrabandistas de madeira, caçadores e pescadores revoltados com as fiscalizações policiais. Há menos de um ano havia sido proibido caçar e retirar madeira seca e a pesca foi restrita à Lagoa Dom Helvécio e aos finais de semana. Durante o incêndio uma pessoa foi detida ateando fogo na mata perto da Fazenda Maringá, porém não foram divulgados maiores detalhes. Mais tarde a hipótese de um cigarro foi depreciada pois o incêndio em Dionísio começou em meio à floresta. Recaíram suspeitas aos fornos de carvão próximos ao parque, que possivelmente soltaram faíscas. Segundo informações do Ministério do Meio Ambiente, o incêndio teria se iniciado com uma fogueira deixada por um turista.
Sabe-se ao certo que a região enfrentava uma seca prolongada e um período de altas temperaturas, o que contribuiu com o alastramento das chamas com ajuda do vento. Em uma estação pluviométrica operada pela Agência Nacional de Águas (ANA) em Coronel Fabriciano os únicos acumulados diários de precipitação acima de 3 milímetros (mm) no período de 21 de abril a 17 de novembro foram de 21 mm em 18 de maio e 11 mm em 14 de setembro, porém as precipitações estavam abaixo da média desde janeiro (a estação chuvosa vai de outubro a abril). Além disso, a equipe de vigilância do Parque Estadual do Rio Doce, formada por dez soldados, um cabo e o sargento Agenor Almeida Costa, era pequena em comparação à dimensão do parque. Se uma faísca iniciasse um incêndio em meio à mata dificilmente seria percebido de forma imediata, com tempo suficiente para proliferação de fogo.
A maior parte do fogo partiu das duas frentes citadas anteriormente. A primeira, originada perto de Dionísio, chegou a ser controlada por volta do dia 9 de outubro, mas quando estava quase extinta a segunda frente se iniciou próxima à Fazenda Maringá em 12 de outubro. Pouco depois uma nova frente voltou a ganhar intensidade perto de onde surgiu a primeira. Nesse momento a situação ficou muito pior, com o surgimento de outras linhas de incêndio, o aumento do calor e a intensificação dos ventos, proporcionando chamas que chegavam aos 40 metros de altura. Outra grande frente veio a surgir na região do córrego Limoeiro, em Timóteo. Em alguns momentos as labaredas avançavam a 20 quilômetros por hora.
A falta de pessoal capacitado e a ausência de equipamentos contribuíram com o aumento do incêndio. A maioria dos aceiros para impedir a propagação do fogo estavam sendo abertos com machados manuais e galhos de árvores. Cerca de 300 pessoas se empenharam no combate às chamas, a grande maioria de trabalhadores das empresas da região (Usiminas, Acesita e Belgo-Mineira). As empresas também temiam que as labaredas atingissem plantações de eucalipto e instalações de carvoarias que abastecem os fornos de seus complexos industriais. No entanto, ainda havia militares do Corpo de Bombeiros, Policia Militar e Vigilância Rural.
No dia 18 de outubro, o sargento Agenor, que passara três dias na mata fazendo aceiros na região de Dionísio, tentava retornar para casa depois de uma breve redução da atividade do fogo. Após percorrer 2 km em seu Jipe, acompanhado do soldado Cirilo, localizou uma intensificação das chamas e com isso decidiu retornar para combatê-las. Agenor formou uma equipe de 12 combatentes, que se puseram a produzir um aceiro no local por volta das 13h30min; Cirilo saiu da área para convocar outros homens. Segundo relatos de José Lino, trabalhador da Companha Agrícola e Florestal (CAF) e único sobrevivente do grupo, o incêndio começou a avançar com rápida velocidade pouco depois, sem tempo suficiente para que todos evacuassem o local devidamente. A fumaça também fez com que os homens ficassem desorientados na fuga. Desse modo, onze morreram carbonizados na hora (incluindo o sargento Agenor), um faleceu devido aos ferimentos na madrugada do dia 20 e José Lino, mesmo ferido, sobreviveu por ter conseguido alcançar um bote na Lagoa Dom Helvécio. Dentre as vítimas fatais, além do sargento, estavam funcionários da CAF, subsidiária da Belgo-Mineira, e um guarda florestal.
No decorrer de 19 de outubro, o incêndio cresceu muito e na manhã do dia 20 as duas frentes de fogo somavam 30 km de extensão. As linhas chegaram aos 40 km, sendo 20 km cada uma. Também em 20 de outubro, uma equipe de 87 bombeiros de Belo Horizonte chegou à região para ajudar no combate. Entretanto, devido à ausência de equipamentos, os soldados não conseguiram atuar na área e retornaram para a capital mineira pouco tempo depois. Para os bombeiros envolvidos a única esperança, a essa altura, era que chovesse forte e havia o temor que toda a reserva fosse consumida. Os tenentes Campos e José Luís sugeriram ao major Vicente que tratores fossem utilizados, visto que a entrada na mata estava se tornando impossível. Em 21 de outubro o governador de Minas Gerais Israel Pinheiro sobrevoou a região, mas não conseguiu ver nada por causa da fumaça.
Informações de 22 de outubro dão conta que as labaredas somavam 15 km de extensão, com homens trabalhando 18 horas por dia. As chamas começaram a ser controladas em 24 de outubro, após a abertura de cerca de 30 km de aceiros nas regiões da Lagoa Dom Helvécio, Fazenda Maringá e córrego Limoeiro por três equipes, com 30 trabalhadores da Companha Agrícola e Florestal cada, e o emprego de quatro tratores providenciados pelo capitão Manuel Pinheiro, da Patrulha Rural. Os aceiros formavam uma espécie de círculo que fez com que as linhas de fogo ficassem restritas a 15 mil hectares do Parque Estadual do Rio Doce, o equivalente a cerca de metade da reserva. Esse processo também protegeu grande parte das plantações de eucalipto, cerca de 20 mil hectares, porém existia o risco do fogo atingir áreas povoadas em Dionísio e Timóteo, caso o vento soprasse forte e constante por 48 horas seguidas. Apesar da mitigação do incêndio, ainda havia chamas em atividade nos últimos dias do mês, mas as notícias de novembro eram de que o fogo já estava cessado.
Além das 12 perdas humanas, o incêndio devastou aproximadamente 9 mil hectares do Parque Estadual do Rio Doce, o equivalente a um terço da reserva. Foram consumidos principalmente espécimes de peroba, jacarandá e ipês, bem como árvores centenárias e/ou que chegavam aos 30 metros de altura e Mata Atlântica nativa. Também foram queimados cerca de 30 hectares de plantações de eucalipto da CAF. Os prejuízos materiais foram de um bilhão e 500 cruzeiros ‘’antigos’’, o que inclui a madeira perdida, plantações vizinhas e casas em povoados rurais. Em 1969 foiiniciado um processo de reforma e reestruturação do parque pelo governo estadual para ser aberto ao turismo, o que vinha sendo planejado desde antes do fogo.
As florestas do parque não sofreram outro incêndio de grandes proporções e isso permitiu a regeneração natural da vegetação e do solo. Sendo assim, o PERD continuou a ser a maior reserva de Mata Atlântica do estado e com significativa relevância em relação à conservação de recursos naturais regionais. Algumas trilhas abertas aos turistas passam por áreas afetadas pelo evento de 1967, como por exemplo a do Angico Vermelho e do Vinhático, e vestígios do desastre são percebidos apenas quando mostrados pelos guias. Embora o monitoramento contra fogo tenha sido intensificado ao longo dos anos, a reserva ainda não está totalmente resguardada de novas ocorrências. Em setembro de 1993, ocorreu um incêndio que atingiu cerca de 100 h de mata nativa em Timóteo. Entre os dias 20 e 24 de setembro de 2019, um incêndio consumiu 484,2 h do Parque Estadual do Rio Doce entre Marliéria e Timóteo.
Durante o incêndio de 1967 três inquéritos foram abertos: um policial militar para averiguação da morte do sargento Agenor, um militar para apurar as mortes dos outros combatentes e outro para apuração das causas do fogo. O comandante Agenor Almeida Costa, falecido durante o combate às chamas, foi homenageado com a denominação dada ao 3º Pelotão de Meio Ambiente do Parque Estadual do Rio Doce, em Marliéria, que passou a ser chamado de Quartel Sargento Agenor de Almeida Costa em 21 de setembro de 2011. Na ocasião sua esposa Romilda Andrade Costa e familiares de outros combatentes também foram homenageados sob a presença da Banda de Música do 14º Batalhão de Polícia Militar.
PAÍS: BRASIL
LOCAL: PARQUE ESTADUAL DO RIO DOCE, MINAS GERAIS, BRASIL
COORDENADAS: 19º39’00’’S, 42º32’02’’O
DATA: SETEMBRO DE 1967 – OUTUBRO DE 1967
ÁREA QUEIMADA: 9 000 HECTARES 
FONTE DA IGNIÇÃO: DESCONHECIDO
VITIMAS MORTAS: 12 
FERIDOS: 1
MOTIVO: DESCONHECIDO, MAS AGRAVADO POR SECA PROLONGADA
- Edifícios Andraus (1972)
 O incêndio no Edifício Andraus foi um incêndio de grandes proporções que atingiu o Edifício Andraus, na tarde do dia 24 de fevereiro de 1972, matando 16 pessoas e ferindo 320. Até então, era o incêndio da história do estado de São Paulo, no Brasil, até ser superado pelo incêndio no Edifício Joelma, dois anos depois.
O Edifício Andraus fica na região central da cidade de São Paulo. Foi construído em 1957 e 1962, possuindo 31 pavimentos, mais o subsolo.
O fogo começou por volta das 16h20, na seção de crediário das Casas Pirani, localizado no terceiro andar. A loja ocupava cinco dos 27 andares do prédio. O fogo começou com um curto-circuito nos cartazes de propaganda da loja. Em menos de dez minutos, o fogo começou a se propagar para os andares inferiores, e então os superiores. Em duas horas, tomou conta de todo o prédio. Menos de uma hora após o início do incêndio, quase todas as guarnições do Corpo de Bombeiros estavam presentes no local. Eles usaram lenços úmidos para se proteger da fumaça, já que não havia máscaras suficientes.
Figueiredo Ferraz, então prefeito de São Paulo, mobilizou ambulâncias de todas as Secretarias da Prefeitura e das Administrações Regionais, carros-pipas e o único helicóptero funcional, que foi primeiro a chegar ao heliponto do edifício para resgatar as vítimas. Para o reconhecimento da área, o primeiro helicóptero fez algumas evoluções em volta do edifício, e pousou às 17h15 no heliponto, decolando com as primeiras pessoas resgatadas um minuto depois. Segundo o Acervo Folha, mais de cem vítimas foram salvas por helicóptero.  O Memória Globo diz que quinhentas pessoas foram resgatadas pelo heliporto.
O incêndio foi o primeiro a ser transmitido em uma grande cobertura da televisão. O comandante do Corpo de Bombeiros declarou, por volta das 21h30, que os trabalhos de rescaldos seriam iniciados. Os bombeiros ainda não estimavam um número total de mortos, já que o trabalho de resgate das pessoas que estavam no topo do edifício não havia terminado. O incêndio durou aproximadamente sete horas. Durante o período, toda a região em torno do Andraus ficou sem energia elétrica. 
De acordo com o IML, dezesseis pessoas morreram carbonizadas ou se atiraram pelas janelas, e outras 320 ficaram feridas.
Nilson Cazzarini, gerente-geral das Casas Pirani, foi condenado a dois anos de prisão, com direito a sursis.
O prédio foi reformado após o incêndio, ganhando parapeitos entre um andar e outro, portas corta-fogo, iluminação de emergência, escadas externas e brigada de incêndio treinada. A Sehab (Secretaria da Habitação) exigiu a revisão total da instalação elétrica de vários andares, removendo as extensões irregulares e o aquecimento excessivo dos disjuntores. Uma nova escada de emergência foi construída.
Em 2013, o especialista em prevenção de incêndios Sérgio Ceccarelli verificou que o edifício ainda tinha falhas quanto à proteção a incêndios, como falta de placas de indicação em hidrantes, extintores e saídas, além de portas corta-fogo abertas, permitindo a proliferação de fumaça.
Hoje, o edifício abriga repartições públicas.
HORA: 16H20
DURAÇÃO: 7 HORAS
DATA: 24 DE FEVEREIRO DE 1972
LOCAL: EDIFÍCIO ANDRAUS
TIPO: INCÊNDIO
CAUDAS: CURTO-CIRCUITO
MORTES:16
LESÕES NÃO-FATAIS: 320
CONDENADO(S): NILSON CAZZARINI 
- Edifícios Joelma (1974)
Incêndio no Edifício Joelma faz referência a uma tragédia ocorrida em 1º de fevereiro de 1974, no atualmente denominado Edifício Praça da Bandeira, na região central de São Paulo, Brasil, e que provocou a morte de 187 pessoas e deixou mais de 300 feridos.
O incêndio aconteceu menos de dois anos após outro prédio arder em chamas no centro da cidade, o Edifício Andraus. A tragédia do Joelma continua é o segundo pior incêndio em arranha-céu por número de vítimas fatais, atrás do colapso das Torres Gêmeas do World Trade Center em Nova York, em 11 de setembro de 2001.
Concluída sua construção em 1971, o Edifício Joelma foi imediatamente alugado ao Banco Crefisul de Investimentos. No começo de 1974, a empresa ainda terminava a transferência de seus departamentos, quando no dia 1º de fevereiro, às 8h45 de uma chuvosa sexta-feira, um curto-circuito em um aparelho de ar condicionado no 12º andar deu início a um incêndio, que rapidamente se espalhou pelos demais pavimentos. As salas e escritórios do Joelma eram configurados por divisórias, com móveis de madeira, pisos acarpetados, cortinas de tecido e forros internos de fibra sintética, condição que contribuiu sobremaneira para o alastramento incontrolável das chamas.
Quinze minutos após o curto-circuito era impossível descer as íngremes escadas, localizadas no centro dos pavimentos, que foram bloqueadas pelo fogo e a fumaça. Os corredores, por sua vez, eram estreitos. Na ausência de uma escada de incêndio, muitas pessoas ainda conseguiram se salvar ao contrariar as normas básicas e descer pelos elevadores, mas estes também logo deixaram de funcionar, quando as chamas provocaram a pane no sistema elétrico dos aparelhos e a morte de uma ascensorista no 20º andar.
Nos braços da mãe, que saltou para a morte no 15º andar, uma criança de um ano e meio foi salva em um dos episódios mais dramáticos do incidente. A multidão acompanhou o salto bem em frente ao prédio. O choro da criança, levada imediatamente ao Hospital das Clínicas, foi ouvido logo após o impacto da queda. No último andar, segundo o depoimento de Ivã Augusto Pires, coordenador do Serviço de Transportes da Câmara, um rapaz jogou-se ao chão e aproximou-se de gatinhas da borda do terraço. Mas uma labareda fez com que ele escorregasse e ficasse suspenso no ar, segurando no parapeito até não mais aguentar e despencar na rua.
Sem ter como deixar o prédio, muitos tentaram abrigar-se nos banheiros e parapeitos das janelas. Outros sobreviventes concentraram-se no 25º andar que tinha saída para dois terraços. Lembrando-se de um incidente similar ocorrido no Edifício Andraus, dois anos antes, em que as vítimas foram salvas por um helicóptero,que pousou em um heliponto no topo do prédio, elas esperavam ser resgatadas da mesma forma.
Na rua os bombeiros tentavam agir em meio à confusão estabelecida pela Polícia Civil, curiosos, PMs, médicos, enfermeiros, soldados do Exército e até escoteiros. Homens e mulheres, alguns em trajes menores, os rostos escurecidos pela fuligem, agitavam-se freneticamente nas janelas tentando chamar a atenção. Mas os helicópteros não conseguiam pousar no terraço escaldante e seus cabos de aço pendiam inutilmente. As escadas Magirus, de 40 metros, não chegavam aos andares mais altos. No 20º andar, seis pessoas se equilibravam-se em um pequeno patamar. Quase não havia lugar para todas. Um rapaz de terno azul agarrava-se muito precariamente a uma parte saliente, uma das pernas já do lado de fora do edifício, como se fosse saltar. Embaixo, os bombeiros acenavam e pediam calma. O fogo acabou, só um pouco mais de paciência, gritava um policial por um megafone. Outros pintaram num amarelo muito vivo, sob grandes faixas de pano - O fogo já apagou! E Coragem, vamos salvá-los! O som do megafone aparentemente não chegou a eles, mas ao ver as faixas um dos rapazes fez um sinal positivo com o polegar, puxou um lenço verde e acenou.
O Corpo de Bombeiros recebeu a primeira chamada às 9h03. Dois minutos depois, viaturas partiram de quartéis próximos, mas devido às condições adversas no trânsito, só chegaram no local às 9h10, quando as chamas já atingiam o 20º andar e várias pessoas começaram a se atirar do prédio.
O socorro mobilizou 1 500 homens, entre bombeiros e tropas de segurança, as equipes de cinco hospitais estaduais e outros particulares, quatorze helicópteros, trinta e nove viaturas e todas as ambulâncias da rede hospitalar. Todos os carros-pipa da Prefeitura e vários particulares, além de um grande número de voluntários que antecederam os pedidos das autoridades para doação de sangue. A fim de garantir o livre acesso de ambulâncias e de veículos dos bombeiros ao prédio incendiado, convocaram-se tropas de choque do Regimento 9 de Julho, do Exército e da Polícia Militar, além da Companhia de Operações Especiais e do Departamento do Sistema Viário. Um esquema de emergência foi armado nas imediações do prédio, onde se concentraram milhares de curiosos.
Aos 250 bombeiros da capital, juntou-se o reforço de um destacamento de Santo André. Policiais Militares especializados, da Companhia de Operações Especiais (COE) também participaram do trabalho de socorro. Quando a primeira guarnição chegou, comandada pelo sargento Rufino Rodrigues de Oliveira, o fogo consumia só o centro do prédio, mas avançava rapidamente para tomar toda a estrutura. O sargento lamentou não ter podido vir de helicóptero para lançar cordas e escadas pelas laterais ainda intactas do edifício. Como estavam de carro-tanque e as escadas Magirus ainda não haviam chegado, começaram a atirar cordas para subir. O sargento conta que ao chegar ao 12º andar, sua primeira providência foi apagar três corpos em chamas. Logo que uma das quatro escadas Magirus foi instalada, organizou a descida.
Ele carregava pela escada uma menina desmaiada quando uma pessoa se jogou do 19º andar e bateu no corpo de uma outra, que também se jogara do 16º. O peso dos dois arrancou a garota de suas costas e ele só não caiu porque seu pé se enganchou num dos ferros laterais da escada. Na queda morreram dois, mas o que pulou do 19º andar se salvou com ferimentos graves. Os bombeiros usaram quatro jatos de água combatendo o fogo, mas logo de início tiveram problemas, pois os hidrantes da região estavam com defeito. A solução chegou quando a Prefeitura enviou ao local trinta caminhões-pipa. A exemplo do que ocorrera no incêndio do Edifício Andraus, faltavam equipamentos, embora desta vez tenham podido usar duas novas escadas de 45 metros que foram anexadas às menores para chegar ao 16º pavimento.
Enquanto um grupo de bombeiros tentava penetrar no prédio, outros procuravam salvar pessoas que se encontravam nas janelas pela parte externa com as Magirus. Um helicóptero do SAR, da FAB, fazia o resgate dos sobreviventes que se encontravam no telhado e que eram auxiliados por homens do COE e pelos tripulantes. Outros treze helicópteros do Governo e de empresas particulares não puderam aproximar-se muito, mas atiraram cordas, sacos de leite e água e tubos de oxigênio aos que se achavam no teto. Depois participaram do transporte dos feridos para os hospitais.
De acordo com o testemunho de um bombeiro, passava das dez da manhã quando os corpos começaram a cair como moscas. Todos queriam sair do edifício de qualquer maneira. Alguns chegaram a pular três andares, com o risco de despencar, para alcançar os andares inferiores onde chegavam as Magirus. O primeiro a se atirar estava no 15º andar. Durante mais de uma hora ele gritou por socorro, desesperado, as vezes encoberto pela fumaça. Pessoas apavoradas tentavam fazer cordas com tiras de pano, que acabavam arrebentando, não resistindo ao peso do corpo humano. Uma mulher, só de calcinha e sutiã, morreu assim, a cabeça esmigalhada na calçada.
Os cadáveres se amontoavam na rua, protegidos por cobertores, jornais e capas de chuva. Vários minutos depois, um caminhão da polícia e algumas ambulâncias recolheram os primeiros cadáveres e os levaram ao Instituto Médico Legal. No 8º andar os bombeiros encontraram pelo menos onze cadáveres abraçados. O fogo tinha praticamente soldado os corpos.
No 12º andar, dezessete pessoas que o capitão Mazzelli, comandante do COE, pretendia salvar, já estavam mortas quando ele chegou. O oficial subiu com um destacamento especializado. Diante do quadro trágico, cinco mortos no banheiro e doze no saguão, o batalhão começou a sentir-se mal e teve que ser retirado pelo helicóptero. Em outra tentativa de salvamento pelo pessoal da FAB, os bombeiros não conseguiram descer no telhado, não somente pelo intenso calor, mas pelo forte cheiro de carne incinerada. Em volta do edifício a multidão rompia os cordões de isolamento e os militares precisaram muitas vezes usar da força para conter os curiosos. As operações eram orientadas pelo próprio Comandante-geral da Polícia Militar, Coronel Teodoro Cabette, e pelo Secretário de Segurança Pública, General Sérvulo Mota Lima, que foram para a área logo que tomaram conhecimento da tragédia. Policiais e bombeiros lamentaram que muitas pessoas tenham morrido por falta de calma ao se atirarem do prédio.
Apenas uma hora e meia após o início do fogo é que o primeiro bombeiro conseguiu, com a ajuda de um helicóptero do Para-Sar, o único potente o suficiente para se manter pairando no ar enquanto era feito o resgate, chegar ao telhado. Já então muitos haviam perecido devido à alta temperatura no topo do prédio, que chegou a alcançar 100 graus célsius. A maioria dos sobreviventes conseguiu se salvar por se abrigar sob uma telha de amianto. Quinze bombeiros ficaram intoxicados pela fumaça e muitos fizeram críticas por conta do parco equipamento que dispunham, além dos regulamentos então vigentes de prevenção a incêndios na capital. O Código de Obras do Município de São Paulo, datado de 1934, não dispunha da obrigação de instalações de equipamentos contra o fogo e nem exigia a construção de escadas de emergência. Os recursos concedidos ao Corpo de Bombeiros eram insuficientes, assim como o efetivo da corporação era bastante diminuto.
Por volta de 10h30, o fogo já havia consumido praticamente todo o material inflamável do prédio. O incêndio foi finalmente debelado com a ajuda de doze autobombas, três autoescadas, duas plataformas elevatórias e o apoio de dezenas de veículos de resgate.
Apenas às 14h20, todos os sobreviventes haviam sido resgatados.
- Linha do Tempo da tragédia
	8h45 - Início do incêndio no 12º andar. Um curto-circuito no ar condicionado seguido de uma explosão inicia a tragédia. Em pouco mais de 5 minutos as chamas chegariam ao 25º andar.
	8h49 - As chamas atingem o 13º andar. Tem início o pânico.
	8h55 - Os grandes rolos de fumaça são vistos em todo o centro da cidade. Correriageral. Os bombeiros são informados do incêndio pelos porteiros do Hotel Cambridge.
	9h - As chamas tomam conta de praticamente todo o miolo do prédio e a fumaça é geral.
	9h05 - No topo do edifício inúmeras pessoas se aglomeram, enquanto outras conseguem sair pelo andar térreo. As chamas continuam subindo e chegam ao 20º andar. Ao longe se ouvem as sirenes dos bombeiros e das ambulâncias.
	9h10 - As duas primeiras viaturas do Corpo de Bombeiros chegam quando algumas pessoas já se atiram do alto do edifício.
	9h15 - As primeiras ambulâncias chegam e começam a remover alguns corpos estendidos no asfalto.
	9h20 - Inúmeras pessoas se jogam do alto do edifício.
	9h25 - Chegam mais ambulâncias e viaturas do Corpo de Bombeiros. Os primeiros carros-tanque aparecem.
	9h30 - A confusão é total na área e a polícia coloca cordões de isolamento. A multidão fica nas proximidades do Viaduto do Chá, Vale do Anhangabaú, Praça da Bandeira, Avenida 9 de Julho, Rua Xavier de Toledo e Viaduto Maria Paula. Na Ladeira da Memória as pessoas se ajoelham para rezar.
	9h35 - Chegam as unidades móveis de saúde da prefeitura. Os helicópteros da Prefeitura, do Estado, da FAB e de firmas particulares se aproximam, sendo aplaudidos pela multidão. Algumas explosões, talvez de botijões de gás, aumentam o pânico. Caem vitrais do prédio na Rua Santo Antônio. Bombeiros e policiais empurram a multidão. Algumas pessoas improvisam uma corda, com uma cortina, e descem até a escada Magirus. Do 14º andar um corpo cai na Rua Santo Antônio.
	9h40 - Diversas pessoas se jogam dos andares e os bombeiros lançam quatro grandes e longos jorros d'água sobre o prédio já totalmente tomado pelas chamas. Os primeiros destroços caem no asfalto, misturando-se aos corpos estendidos. O trânsito da cidade está completamente engarrafado e já pode ser calculado em torno de 500 mil o número de pessoas que se aglomeram no centro para ver o incêndio. Uma mulher que descia por uma corda improvisada, cai, escorregando de cabeça para baixo, até atingir o primeiro grupo de pessoas que trabalham no resgate e que detêm sua queda. Um estrondo no centro do edifício produz uma luz azulada. Outro corpo cai.
	9h45 - A confusão é total e o Corpo de Bombeiros coloca uma escada Magirus, conseguindo salvar do 13º andar pelo menos treze pessoas que descem rapidamente. Uma garota se joga do alto do edifício.
	9h50 - No local já se encontram o Secretário da Segurança Pública do Estado, o Comandante da Polícia Militar e o prefeito Miguel Colasuonno. Um corpo de homem cai na calçada da Avenida 9 de Julho junto às viaturas do bombeiros. A seguir, outro corpo, justamente quando três helicópteros sobrevoavam o local, tentando o salvamento.
	9h55 - No topo do edifício a confusão é total. A multidão implora e frases são escritas no asfalto pedindo calma, muita calma. Algumas pessoas ameaçam se jogar. Outras atiram roupas e sapatos. Alguns são vistos nas janelas dos banheiros de alguns andares à espera de socorro. Uma mulher, no 13º andar, ao lado de mais três pessoas, faz o sinal da cruz, e salta para a escada dos bombeiros que chegava apenas ao 12º andar. É salva.
	10h - Os bombeiros começam a retirar através de escadas alguns sobreviventes nas janelas do prédio e nos vãos dos andares. As operações de salvamento duram entre 20 e 30 minutos. Os helicópteros tentam encostar-se mais nas paredes para salvar pessoas nas janelas e no topo do edifício. Um rapaz, no 16º andar, tira as roupas e faz uma corda para chegar ao 13º. Por ela descem outras pessoas. Quando chegou sua vez, despencou para a morte. No asfalto, em letras enormes, brancas e amarelas, lê-se: "Deitem-se e esperem o salvamento".
	10h05 - Chegam helicópteros particulares, do Governo do Estado e da Força Aérea Brasileira que usam como base de operações o heliporto da Câmara Municipal, distante cerca de 100 metros do local da tragédia.
	10h10 - Um rapaz, que tinha tentado descer pela corda improvisada do 16º ao 13º andar, despenca-se por cima da Magirus, e derruba na queda mais três pessoas, inclusive um bombeiro. Todos morreram. Os bombeiros tentam levar a Magirus até o 19º andar, onde se encontram quatro pessoas. Não conseguem. Jogam água e pedem calma.
	10h15 - Chegam ambulâncias do INPS e de instituições particulares. Litros de leite, medicamentos e cobertores chegam também para atender aos pedidos feitos pelos médicos que assistem os feridos no heliporto da Câmara. Soros, antibióticos, seringas hipodérmicas são recebidas. Junto ao marco da Bandeira é instalado um posto ao ar livre para doadores de sangue. Centenas de pessoas formam duas grandes filas. Mais duas pessoas se atiram do alto do edifício.
	10h20 - Os helicópteros se movimentam rapidamente, enquanto a Praça da Bandeira é transformada num campo de feridos, sobreviventes e pessoas que são medicadas e depois levadas aos hospitais e pronto socorros. A escada Magirus chega ao 19º andar, retirando 12 pessoas. O helicóptero da FAB transporta, pendurado num cabo, o oficial Caldas, da Polícia Militar. Não consegue resgatar ninguém, mas chega junto às janelas ocupadas por pessoas, no lado da Rua Santo Antônio, e procura encorajá-las.
	10h25 - Árvores são derrubadas a machadadas para permitir o pouso de helicópteros na praça. Bombeiros, com megafones, gritam para os que estão descendo pela Magirus: "Atenção! Atenção! Segurem-se bem na escada! Desçam com firmeza!" Nesse momento, com o fogo já reduzido, outro corpo cai.
	10h30 - Bombeiros intoxicados são recolhidos pelas ambulâncias. No 19º andar, cinco pessoas começam a se desesperar. Tentam-se atirar pela janela porque o fogo se aproxima. Bombeiros pedem calma. Surgem problemas com as mangueiras, pois muitas delas estavam furadas.
	10h40 - Um helicóptero pousa no prédio vizinho, o San Patrick e salva duas pessoas. A multidão aplaude.
	10h50 - O fogo diminui, mas ainda é intenso, principalmente no interior do edifício. Do 18º andar em diante. Os bombeiros continuam jogando água. O chão do topo do edifício arrebenta. Mais uma pessoa salta da laje.
	10h55 - Há muita gente ainda no 19º e no 20º andar. No 14º, um rapaz, Celso Bidinger, evita que uma moça se atire. Foram salvos pela Magirus. Ao mesmo tempo, o prefeito de São Paulo à época, Miguel Colasuonno, chega à Praça da Bandeira.
	11h - Os bombeiros conseguem penetrar até o 11º andar. O médico, Vanderlei Peixoto, do Hospital das Clínicas, que atendia às vítimas no local, é removido para o próprio hospital, intoxicado pela fumaça.
	11h10 - Alguns bombeiros por cordas descem no terraço do edifício para acalmar algumas pessoas. Mas é tarde demais. Dezessete pessoas estão mortas no topo do Joelma. Um reforço de 50 homens da cavalaria é acionado para afastar a multidão.
	11h30 - O edifício é um imenso rolo de fumaça e já não se veem mais grandes chamas. A preocupação maior é salvar os sobreviventes, operação que começa logo depois com os bombeiros entrando no prédio para retirar as vítimas fatais.
	11h35 - Bombeiros tentam retirar no 19º andar um senhor de terno marrom que estava encostado à janela, demonstrando tranquilidade.
	11h40 - Surgem rumores de que o edifício vai desabar. Correria geral.
	11h45 - Os primeiros corpos carbonizados aparecem e são levados para o Instituto Médico Legal (IML).
	11h50 - Mais um carro funerário sai do local, com sete corpos. Correm rumores de que mais de 30 pessoas saltaram do prédio.
	11h55 - Um grupo de seis pessoas é retirado das janelas.
	12h00 - Continua o esforço dos bombeiros em resgatar, no 19º andar, o isolado sobrevivente.
	12h30 - Somente o helicóptero da FAB consegue se aproximar do prédio devido ao forte calor.
	12h35 - Outras sete pessoas, que ainda estavam no 19º andar, são salvas. Até agora o número de salvos é de 80.
	12h40 - Enquanto os corpos continuam sendo retirados, outro homem é salvo.
	13h - A fumaça só é intensa quando os helicópteros sobrevoam o edifício. Novos corpos saem.
	13h45 - Joel Correia afirma ter visto de seu escritório, localizado no 31ºandar do edifício Conde Prates, na Rua Libero Badaró, 239, algumas pessoas com vida, no 21º andar do edifício.
	14h - Os dois últimos sobreviventes são retirados das janelas pelos bombeiros. O fogo já está sob controle e continua a operação de retirada dos corpos queimados que vai até o início da noite. Os bombeiros afirmam não haver mais ninguém com vida no prédio.
	14h10 - Bombeiros resgatam mais três pessoas no 21º andar, confirmando-se as declarações de Joel.
	14h15 - Dezessete pessoas mortas são encontradas no 12º andar.
	14h30 - Mais nove mortos são retirados do 15º andar.
	15h - Os bombeiros dão por encerrada a remoção de sobreviventes.
	15h45 - Os bombeiros chegam ao topo do edifício, encontrando mais de 20 mortos, na maioria carbonizados.
	16h45 - Um padre chega ao topo do Joelma e administra a extrema-unção. A seu lado, policiais, médicos e bombeiros iniciam a remoção e identificação dos cadáveres.
	17h - Os bombeiros retiram os dezessete corpos no telhado e descobrem sessenta mortos sob o telhado na ala da Rua Santo Antônio e mais trinta e cinco sob a cobertura da ala voltada para a Avenida 9 de Julho. Os carros são retirados das garagens do edifício.
	17h30 - Carros-guincho chegam ao local para auxiliar na limpeza da área.
A ampla cobertura da imprensa tirou do anonimato muitas das vítimas do incêndio e pessoas envolvidas diretamente nas operações para seu salvamento. Diversos veículos de comunicação reproduziram seus relatos e histórias da tragédia, que reunidos ajudaram a reconstruir os momentos dramáticos do incêndio.
	Capitão Hélio Barbosa Caldas - Comandante do Serviço de Salvamento do Corpo de Bombeiros, um veterano de muitos incêndios e coragem que ele mesmo acreditava próxima da loucura, rodopiou longos minutos preso a uma corda de 12 metros pendente de um helicóptero, na tentativa de repetir o feito de há dois anos, quando foi o primeiro a descer no terraço do Edifício Andraus para organizar o salvamento dos refugiados. Não foi possível, pois o pequeno helicóptero da FAB não teve condições de se aproximar do prédio, o qual não contava com heliporto. Portanto, teve de providenciar a colocação de um cabo, ligando o terraço do Joelma ao Edifício Saint Patrick, na rua Santo Antônio, para finalmente chegar ao terraço. Faleceu a 20 de junho de 1999.
	Joel Correia - Instalado com seu telescópio numa das extremidades do Viaduto do Chá, comunicou à rádio Jovem Pan, a existência de sobreviventes no edifício, mesmo com o incêndio dominado e os pilotos de helicóptero não avistando mais feridos a serem resgatados. Foi o responsável pelo fim do pavor em que se encontravam José Ferreira Couto Filho, Ivan Bezerra, Ibar Rezende, Mauro Ligeli Filho, Hiroshi Shimuta e Luiz Carlos Gonzalez. Ele tinha ido visitar um amigo, o gerente da construtora Ferreira Guedes, no 31º andar do edifício Conde Prates. Com o início do incêndio, passou a acompanhar a operação de salvamento com um telescópio. Ao ouvir no rádio a informação de que não havia mais ninguém no prédio, entrou em contato com a Jovem Pan e a informação chegou ao comandante do Corpo de Bombeiros que deu o alarme. O comandante ligou para o escritório onde Joel estava, e ele orientou a localização dos seis homens, no 20º andar, usando o telescópio. Mais tarde o comandante do Serviço de Salvamento do Corpo de Bombeiros reconheceu a ajuda, afirmando que as vítimas estavam realmente vivas e foram salvas.
	Idek Butchi - 34 anos, nissei, sobrevivente do incêndio anterior no Edifício Andraus, não só salvou a sua vida como também evitou a morte de mais sete pessoas. Ficou na sacada do 22º andar durante quase cinco horas orientando e acalmando aos que se encontravam com ele, pois esse foi o seu principal ensinamento de sua primeira experiência quando foi salvo por um helicóptero da FAB. Estava no Departamento de Produção e Ações, da Crefisul, no 17º andar, quando ouviu os primeiros gritos. Pensou em descer rapidamente, mas percebeu que o fogo vinha debaixo para cima. Então, começou a subir as escadas e quando chegou ao 22º andar, percebeu que não dava mais para prosseguir. Segundo ele, duas pessoas tentaram descer para o andar inferior, mas ele as convenceu de que isso iria provocar a morte para eles. E todos ficaram incentivados por uma placa escrita Coragem, nós estamos com vocês! mostrada por pessoas que estavam no asfalto. Às 14h20 todos foram resgatados e seguiram para o Hospital Municipal. Embora sem quase poder falar, os oito comemoraram o salvamento dentro da ambulância com abraços e lágrimas.
	Rolf Victor Heuer - Gaúcho, então com 54 anos, passou mais de três horas sentado em um dos parapeitos do edifício esperando para ser resgatado. Enquanto aguardava fumava vários cigarros, e sua imagem de aparente tranquilidade foi captada pelas câmeras dos noticiários de televisão e amplamente reproduzida. Antes de ser salvo, ainda conseguiu subir ao 19º andar, onde acalmou uma mulher que ameaçava se jogar de uma janela. De terno e gravata, dono de uma calma absoluta, ficou em pé do lado de fora do edifício, perto de uma janela. De vez em quando secava o suor do rosto com um lenço. A certa altura o Capitão Caldas, pendurado por um cabo, que por sua vez pendia de um helicóptero, aproximou-se para salvá-lo, mas não conseguiu. Alguns minutos antes de ser resgatado, não aguentou mais o calor e tirou o paletó, a gravata e a camisa. Não se perturbou um só instante, mas quando pisou o chão, começou a chorar. Levou 25 minutos para descer a escada Magirus até chegar à rua.
	José Roberto Viestel - Gerente do estacionamento do edifício, estava em casa quando foi acordado com a notícia do incêndio. Tentou chegar ao local e, impedido pelo trânsito caótico, deixou as chaves de seu carro com um guarda e seguiu a pé. Lá chegando, ajudou os manobristas na retirada dos veículos guardados para evitar o risco de mais explosões, e quando as mangueiras dos bombeiros começaram a falhar providenciou as do estacionamento, que ele mesmo testava uma vez por semana, para o combate ao fogo.
	Augusto Carlos Cassaniga - Sargento do Corpo de Bombeiros. Pulou de uma altura de quatro metros de um helicóptero sobre o telhado, quebrando as telhas de amianto e o tornozelo. Conseguiu fixar uma corda no telhado e a lançou até o prédio vizinho, por onde atravessaria o capitão Hélio Caldas, que já tinha sido herói no incêndio anterior do Edifício Andraus.
	Celso Bidinguer - 22 anos, estava no 16º andar quando se refugiou no banheiro com outras seis pessoas. Todas as que estavam com ele morreram, mas Celso conseguiu salvar-se porque ao ver da janela do 13º andar, sozinha e amedrontada, a funcionária Tarsila de Souza, que ameaçava se jogar. Ao se aperceber do risco, decidiu salvá-la. Ele amarrou um pedaço de cortina, que levara para o banheiro, na janela e pelo lado de fora do edifício conseguiu descer três andares até chegar junto a Tarsila, com quem ficou mais de duas horas à espera de socorro, vendo as pessoas se jogarem. A escada dos bombeiros só chegava até o 12º andar, portanto, os dois tiveram que descer por cordas. Ambos sobreviveram.
	René Contieri - 56 anos, gerente administrativo da Crefisul, conseguiu evitar que algumas pessoas se matassem, simplesmente mantendo o sangue frio e observando a lógica elementar de que, jogando-se pelas janelas, eliminariam qualquer possibilidade de sobrevivência. Estava no 12º andar, quando recebeu o alerta do detector de fumaça. Ao invés de descer, subiu para pegar o paletó e alguns documentos importantes. No meio do caminho, ainda encontrou com o eletricista que tentava consertar a fiação. Só deu tempo de pegar seus pertences e avisar as nove meninas que trabalhavam no andar para que descessem. Mas a labareda já tomava conta da escada. Recuaram e conseguiram se proteger do lado de fora da janela, em uma laje de apenas dois metros de comprimento e um metro de largura. O vidro protegia do fogo. Por sorte, o vento estava contra e a janela não estourou. Só faltava a eles a chegada dos bombeiros. Por ser um grupo grande,foi o primeiro a ser resgatado. Cavalheiro, desceu a escada Magirus depois das moças. Faleceu aos 93 anos, em 18 de abril de 2010.
	Benedito Ferreira França - Fazia uma visita a um amigo que trabalhava no banco Crefisul quando começou o incêndio. Conseguiu descer três andares carregando uma moça. Declarou que quando passou pelo corredor viu várias pessoas encostadas na parede e apenas rezando, sem fazer nada. Queimado nos braços e no rosto e cansado de levar a moça, desmaiou e acordou apenas no hospital.
	Antônio Carlos Capobianco - Atribui a sua sobrevivência ao karatê. O mineiro alegou que a filosofia da luta marcial o ensinou a encarar tudo, mesmo a morte, com naturalidade, embora se deva aproveitar todas as oportunidades para viver. Ele aconselhou os circunstantes a não falar muito para não desperdiçar oxigênio. Foi resgatado com mais cinco rapazes no 21º andar.
	Carlos Trafaniuc - 23 anos, salvou-se descendo dois andares pendurado em cortinas.
	José Flávio Gouveia - Chegou atrasado ao serviço, às 9 horas, quando o fogo já havia começado. O atraso pode lhe ter salvado a vida. Horas depois, no Hospital Municipal, doou sangue para os feridos.
	Nílton Antônio de Oliveira - Estava na tesouraria do banco Crefisul, no 13º andar, com mais onze colegas. Todos ficaram espremidos numa marquise por mais de duas horas, mas conseguiram se salvar.
	João Alberto Moretti - Se notabilizou nas filmagens do incêndio por ter escalado a marquise e descido do 17º andar até o 12º. Neste, aguardou até que fosse encostada a escada Magirus. Feriu-se apenas levemente e foi levado ao Hospital das Clínicas.
	Vítor Manoel Gonçalves Teixeira - Liderou um grupo de nove pessoas quando a permanência na sala do 13º andar em que trabalhavam ficou impossível. Ele abriu o banheiro, quebrou os vidros da janela e, quando a água das torneiras havia esgotado, e já estavam se confortando mutuamente, surgiu uma escada Magirus a 25 centímetros de suas mãos.
	Deise Previato - Assessora jurídica da Crefisul. Salvou-se por conta do rompimento da rotina. Ao invés de chegar às 8h30, chegou uma hora mais tarde, quando o fogo já havia começado. Viu a secretária do seu chefe, Linda Passaro, saltar para a morte da Avenida 9 de Julho. O chefe, Attilio Corigliano Jr., era procurado pela mulher, Elizabeth, em vão.
	José Gomes Ferreira - 49 anos, motorista de táxi e ex-bombeiro. Parou o carro no momento do incêndio e com boa vontade, sem camisa e com um lenço encharcado cobrindo o rosto, ajudou os seus ex-companheiros de profissão no socorro às vítimas.
	Rodolfo Manfredo Júnior - 20 anos. Estava datilografando em um escritório do 21º andar quando soube do incêndio. Subiu com dezenas de pessoas para o terraço do prédio, pois os elevadores já não mais funcionavam. Havia cerca de duzentas pessoas comprimidas e aterrorizadas. Ele conta que viu várias se jogarem, outras tirarem a roupa, pois não suportavam mais o calor, além de cerca de trinta que se contorciam em chamas. Ele conta que teve que dar tapas na cara de alguns que pareciam paralisados, incitando-os a se salvarem. Quando a situação ficou mais dramática surgiu um helicóptero da FAB que pairou no terraço. Rodolfo pulou e agarrou-se à aeronave. Ficou com as pernas ao ar, mas foi salvo ao ser puxado para dentro.
	José dos Santos - 20 anos, residente no Jardim Peri, foi o penúltimo funcionário da Crefisul a ser resgatado e salvo pelos bombeiros. Estava no 18º andar quando ocorreu o incêndio e foi para a janela, onde teve que esperar por cerca de quatro horas. Para resgatá-lo os bombeiros tiveram que estender a escada de 45 metros até o 12º andar e prosseguir depois com uma pequena até o 16º andar. Depois, o próprio José amarrou uma corda nas travas da janela e desceu do 18º ao 16º andar, chegando então à escada dos bombeiros numa operação que durou meia hora.
	João Aparecido Frutuoso - 24 anos, analista de contas do Banco Crefisul, tinha organizado o grupo que deixou o 15º andar improvisando cortinas para a descida até o 13º, de onde todos passaram à escada com a ajuda dos bombeiros. Ele conta que viu muita gente cair do patamar do 14º andar, além de muitos que perderam os sentidos por conta da inalação da fumaça. Ficou com as mãos e pés queimados.
A parte do edifício que compreendia os escritórios da Crefisul foi totalmente destruída, mas estava segurada na Companhia Seguradora Santa Cruz. Os sete primeiros andares, de garagens, não foram atingidos pelas chamas. Essa parte, administrada pela Joelma, formava um bloco quase isolado do restante do edifício, tendo portas de emergência e de interligação. Todos os dezessete empregados do estacionamento se salvaram. Dos aproximadamente 756 ocupantes do edifício, 187 morreram e mais de 300 ficaram feridos. A grande maioria das vítimas era formada por funcionários do Banco Crefisul de Investimentos.
Segundo o vice-presidente do Crefisul, Garrett Bouton, 1 016 funcionários trabalhavam no edifício. Desse total, 861 ficavam nos andares superiores à garagem e cerca de 600 já haviam chegado quando o incêndio começou. A firma de limpeza Continental tinha 77 funcionários no prédio.
Até as 18 horas do dia da tragédia, 125 corpos já tinham sido retirados do Instituto Médico Legal, depois de identificados por parentes e amigos. Restaram 54 corpos, dos quais 12 identificáveis e o restante completamente carbonizado. Em 30 horas, do meio-dia de sexta-feira até às 18h do dia seguinte (sábado), aproximadamente oito mil pessoas foram ao local, no bairro de Pinheiros, para reconhecer os cadáveres. O ambiente era de tristeza e até os funcionários não conseguiam esconder a emoção. Cinco mulheres desmaiaram enquanto faziam a identificação. O IML comprou 200 caixões e 50 coroas de flores para facilitar a retirada dos corpos. As vítimas foram colocadas no chão de quatro salas e pela manhã já exalavam um mau cheiro que os funcionários tentaram aliviar colocando incenso. O secretário dos Serviços Municipais, engenheiro Werner Zalouf, afirmou que cerca de 30 pessoas que morreram no incêndio e permaneceram no prédio não foram identificadas: "Acredito que o calor durante o incêndio tenha superado 900 graus e nessa temperatura um corpo fica totalmente destruído, restando no máximo um quilo e meio de cinzas. A água que os bombeiros jogaram pode ter transformado tudo em lama".
A tragédia do Joelma, que ocorreu apenas dois anos após o incêndio do Edifício Andraus, reabriu a discussão popular com relação aos sistemas de prevenção e combate a incêndios nas metrópoles brasileiras, cujas deficiências foram evidenciadas nas duas grandes tragédias. Na ocasião, o Código de Obras do Município de São Paulo, em vigor era de 1934, um tempo em que a cidade tinha 700 000 habitantes, prédios de poucos andares e não havia a quantidade de aparelhos elétricos dos anos 1970.
A investigação sobre as causas do acidente, concluída e encaminhada à justiça, em julho de 1974, apontava a Crefisul e a Termoclima, empresa responsável pela manutenção elétrica, como principais responsáveis pelo incêndio. Afirmava que o sistema elétrico do Joelma era precário e estava sobrecarregado. Além disso, os registros dos hidrantes do prédio estavam inexplicavelmente fechados, apesar do reservatório contar na ocasião com 29 000 litros de água.
Segundo o Estadão, três empresas receberam acusações a respeito do caso: o Banco Crefisul (inquilino do prédio); a Joelma S.A Importadora Comercial e Construtora (construiu o prédio); e a Termoclima Indústria e Comércio Ltda (que instalou os aparelhos).
De acordo com investigações, Alvino Fernandes e Sebastião da Silva, eletricista e ajudante de eletricista, não tinham curso completo sobre eletricidade e nunca receberam orientação técnica do Departamento de Serviços Gerais, que era quem respondia por reparações elétricas.
O resultado do julgamento foi divulgado a 30 de abril de 1975. Kiril Petrov, gerente administrativo da Crefisul, foi condenado a três anos de prisão. Walfrid Georg, proprietário da Termoclima, seu funcionário, o eletricista Gilberto Araújo Nepomuceno,e os eletricistas da Crefisul, Sebastião da Silva Filho e Alvino Fernandes Martins, receberam condenações de dois anos.
Após o incêndio, o prédio ficou interditado para obras por quatro anos. Com o fim das reformas, em outubro de 1978, foi rebatizado Edifício Praça da Bandeira.
LOCALIZAÇÃO: SÃO PAULO, BRASIL
TIPO: INCÊNDIO 
DATA: 1 DE FEVEREIRO DE 1974
RESULTADO: 187 MORTOS E MAIS DE 300 FERIDOS 
- Lojas Renner (1976)
O incêndio nas Lojas Renner em 1976 ocorreu no dia 27 de abril de 1976 na cidade brasileira de Porto Alegre (RS), matando 41 pessoas e ferindo 60. O incêndio ocorreu em um edifício de sete andares onde funcionava uma filial das Lojas Renner, localizado na esquina das ruas Otávio Rocha e Doutor Flores.
Para escapar das chamas, muitas pessoas se jogaram do prédio. Helicópteros da Base Aérea de Canoas sobrevoaram o local do desastre, mas não puderam resgatar as vítimas que estavam no terraço pois o local não era apropriado para esse tipo de operação. Muitas vítimas puderam ser socorridas pelo Corpo de Bombeiros devido ao uso da escada Magirus. Duzentos bombeiros participaram da operação. Uma lanha da Estação Fluvial também foi usada, posicionada à beira do Lago Guaíba para suprir a falta de água no combate ao incêndio. No incêndio faleceu Shirley Marques da Silva, irmã do jogador Everaldo.
O edifício foi implodido e, anos depois, reconstruído, dando lugar a uma edificação mais moderna, continuando a pertencer às Lojas Renner. 
HORÁRIO DO INCÊNDIO: 12:24
LOCALIZAÇÃO: PORTO ALEGRE, BRASIL
TIPO: INCÊNDIO 
DATA: 27 DE ABRIL DE 1976
- Edifício Grande Avenida (1981)
O incêndio no Edifício Grande Avenida foi um incêndio ocorrido na tarde do dia 14 de fevereiro de 1981 no Edifício Grande Avenida no centro da cidade de São Paulo.
Ao todo 17 pessoas morreram e outras 100 pessoas ficaram feridas no incidente. O prédio possuía 20 andares, onde apenas os 3 últimos andares do prédio não ficaram totalmente destruídos. A principal causa do incêndio foi a sobrecarga no circuito elétrico do edifício.
O Edifício Grande Avenida, é um prédio construído entre os anos de 1962 e 1966 onde em apenas 3 anos de sua construção, sofreu com um incêndio de menores proporções no dia 13 de janeiro de 1969. Dos 19 andares do edifício, 14 foram completamente destruídos pelas chamas, sendo que uma das colunas de sustentação sofreu rachaduras. Apesar da intensidade do incêndio, ninguém se feriu, o prédio foi reformado e reinaugurado.
Na data do incidente, o edifício era utilizado para fins comerciais onde funcionavam duas agências bancárias, escritórios comerciais e uma torre de transmissão da TV Record. Por ter ocorrido em um sábado, o edifício não estava com sua ocupação máxima, o que evitou maiores vítimas.
Próximo ao meio dia uma sobrecarga elétrica no edifício ocasionou o inicio dos focos de incêndio na sobreloja do edifício, o fogo se alastrou rapidamente, principalmente por conta de uma corrente de vento vinda da Avenida 9 de Julho localizada nos fundos do prédio, local onde funcionários da empresa Construtora Figueiredo Ferraz estavam trabalhando em um projeto atrasado.
No inicio das chamas existiam cerca de 50 pessoas dentro do edifício, entre elas: vigilantes, funcionários da limpeza, funcionários da construtora, funcionários de plantão e técnicos da torre da TV Record. Assim os presentes nos primeiros andares conseguiram fugir rapidamente do local, porém as demais pessoas que estavam a cima da sobreloja acabaram ficando presas tendo em vista que todos os andares possuíam portas corta-fogo e de pânico menos a sobreloja onde o incêndio começou.
Outra preocupação, era a existência de materiais inflamáveis no topo do prédio onde estavam armazenadas itens para a manutenção da torre da TV Record os itens em questão eram: mais de vinte latas de tinta para pintar a torre, além do óleo diesel, que mantinha o gerador da torre funcionando.
Os bombeiros foram rápidos logo após diversos chamados, As viaturas do Corpo de Bombeiros, provenientes da Praça da Sé, subiram a avenida Brigadeiro Luís Antônio as outras viaturas vieram da guarnição da rua da Consolação. Alguns policiais ajudavam na proteção ao redor do prédio e alguns médicos que passavam pelo local esperavam próximos ao local para auxiliar as primeiras vítimas do incêndio. Ao todo foram mobilizados:
	250 bombeiros
	40 viaturas, incluindo: escada magirus, autoescada, guindaste e cinco helicópteros para salvamento.
Mesmo com a velocidade dos bombeiros para o atendimento da ocorrência, a falta de água para combater o fogo retardou o trabalho de combate ao fogo. Mesmo má estruturados, alguns bombeiros entraram nos andares iniciais do prédio para auxiliar no resgate de algumas vítimas que encontravam-se presas na sobreloja, assim alguns se ferindo sem muita gravidade.
Ao perceberem pessoas em andares superiores do prédio, os civis escreveram com cal no solo repetidamente a palavra "calma!" assim solicitando com que as pessoas não saltassem do prédio. Mesmo com os avisos, um momento emocionante do resgate um auxiliar de escritório Cosme Adolfo Barreira que, desesperado com a violência das chamas, acabou jogando os dois filhos pela janela e depois se jogando numa laje logo abaixo. O pai e as crianças (Luciano de 5 anos e sua irmã Elaine de 4 anos) foram resgatados e não sofreram nenhum ferimento grave.
Após o evento, foi constatado que 17 pessoas que estavam presentes no prédio morreram no fatídico evento, além de outras 100 pessoas (incluindo bombeiros) que se machucaram durante o combate das chamas, o prédio ficou 60% destruído e foi reformado após o incidente.
As investigações apontaram que a principal causa do incêndio foi a sobrecarga no circuito elétrico do edifício e que alguns fatores contribuíram para a tragédia, como a inexistência da porta contra fogo na sobreloja do prédio e a falta de água e a má manutenção dos hidrantes da Avenida Paulista onde o mais próximo estava com sua tampa emperrada. Assim após as investigações, foram atualizadas as normas técnicas para a realização de manutenção e construção em edifícios e diversos edifícios e hidrantes na região da Avenida Paulista foram vistoriados para garantir o bom funcionamento.
DATA: 14 DE FEVEREIRO DE 1981
LOCAL: EDIFÍCIO GRANDE AVENIDA, SÃO PAULO, BRASIL
TEMA: INCÊNDIO DE GRANDES PROPORÇÕES 
CAUSA: SOBRECARGA ELÉTRICA NO EDIFÍCIO 
RESULTADOS: 
- IMEDIATOS : 
	17 MORTOS, 
	100 FERIDOS, 
	60% DO EDIFÍCIO COMPLETAMENTE DESTRUÍDO 
- PÓSTUMOS:
	NOVAS REGRAS PARA O FUNCIONAMENTO DE EDIFÍCIOS COMERCIAIS 
	MAIOR FISCALIZAÇÃO DOS BOMBEIROS SOB EDIFÍCIO NA REGIÃO DA AVENIDA PAULISTA 
MORTES: 17
LESÕES NÃO-FATAIS: 100
- Descarrilamento de Pojuca (1983)
O Descarrilhamento de Pojuca foi um acidente ferroviário ocorrido em 31 de agosto de 1983 em Pojuca, estado da Bahia, no Brasil. Nessa data, um trem de carga da Rede Ferroviária Federal (RFFSA) transportando combustíveis descarrilou nas proximidades de Pojuca, Bahia. A lentidão das autoridades em conter o vazamento e a ação de saqueadores provocaram a explosão de três vagões, matando centenas de pessoas.
O trem era composto de uma locomotiva diesel e 22 vagões tanque do tipo TCD (de 80 toneladas) e transportava gasolina (5 vagões) e diesel (17 vagões) para a Petrobras. O trem partiu da Refinaria Landulpho Alves, São Francisco do Conde (BA), e tinha como destino o Terminal Riachuelo, ao lado da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados, em Laranjeiras (SE).
Por volta das 7h da manhã de 31 de agosto de 1983, o trem de carga transportando 22 vagões de gasolina e óleo diesel de São Franco do Conde (BA) para Laranjeiras (SE) descarrila nas proximidades de Pojuca (BA). Três vagões do tipo TCD vazam cerca de 126 mil litros de gasolina em torno do perímetro urbano da cidade.
O trecho onde ocorreu o descarrilamento era situado em patamar mais alto que o perímetro urbano de Pojuca, de forma que o combustível escorria pelo pequeno talude da ferrovia até as residências mais próximas da linha férrea. Inicialmente assustados com o desastre, dezenas de moradores começarama saquear a carga, transportando o combustível que vazava dos vagões em bacias, latas e outros meios para ser revendido na cidade. Funcionários da RFFSA e da Petrobras chegaram apenas algumas horas após o descarrilamento e tomaram as seguintes providências:
- Desengataram os vagões restantes e a locomotiva (após breve inspeção que não constatou danos no restante da composição), que seguiram viagem para seu destino original;
- Foram solicitados caminhões tanque da refinaria da Petrobras mais próxima;
- Foi notificada a Polícia Militar da Bahia, que providenciou um pequeno pelotão de reforço para o destacamento de Pojuca a fim de conter o saque;
Essas ações, porém, não foram suficientes para conter o saque do combustível. O lento trabalho de transferência do combustível dos vagões para caminhões tanque prosseguiu por toda a tarde e início da noite. Por volta das 20h, uma fagulha desencadeou a explosão dos três vagões. O fogo se alastrou pelo solo encharcado de gasolina ao redor do local do acidente e em pouco tempo atingiu as casas ao redor da linha, atingidas pelo vazamento. Em pouco tempo, dezenas de pessoas morrem carbonizadas pela explosão enquanto outras encontravam-se vivas, mas severamente queimadas. Até o fim da noite de 31 de agosto, 42 pessoas haviam morrido enquanto que 69 encontravam-se em estado grave, com queimaduras em 80 a 100% do corpo. O resgate das vítimas foi feito de forma improvisada. A cidade de Pojuca não dispunha de centro médico para atender tantos feridos e, assim, as autoridades locais requisitaram todos os veículos disponíveis (incluindo ônibus, caminhões, carros particulares, viaturas de polícia,etc) para transportar os feridos até Salvador (cerca de 70 km de distância).
O grande número de feridos levado para o Hospital Getúlio Vargas causou um tumulto no atendimento. Posteriormente, foi organizado um esquema de atendimento emergencial envolvendo 11 hospitais de Salvador. Ao mesmo tempo, os primeiro corpos carbonizados e irreconhecíveis das vítimas chegavam ao Instituto Médico Legal Nina Rodrigues. Nos dias que se seguiram ao desastre, mais pessoas morreram em hospitais elevando a cifra de mortos para cerca de 100 pessoas.
Após o acidente, as autoridades iniciaram um troca de acusações envolvendo Petrobras, RFFSA, Prefeitura de Pojuca (cujo prefeito fora flagrado saqueando o resto da carga nos dias posteriores ao acidente), Governo da Bahia e Ministério dos transportes. Por fim, a RFFSA acabou assumindo a responsabilidade do acidente, por conta do mal estado da via. A empresa ficou responsável pelo pagamento de indenizações e tratamento médico. Porém esse auxílio se resumiu aos feridos mais graves, desencadeando insatisfação na população atingida. Posteriormente, a Prefeitura de Pojuca instituiu o feriado de 31 de agosto em seu calendário, como forma de relembrar as vítimas do desastre.
O acidente de Pojuca forçou a RFFSA e a Petrobras a reverem seus procedimentos de transporte e forçou a implantação de um vagão de segurança (Caboose) nos trens de transporte combustíveis, fertilizantes e outros materiais inflamáveis. Apesar das promessas de investimentos na recuperação da ferrovia, pouca coisa foi feita, de forma que o trecho de Pojuca estava em péssimas condições de funcionamento alguns anos depois.
DATA: 31 DE AGOSTO DE 1983
HORA: CERCA DE 7H (DESCARRILAMENTO) / 20H (EXPLOSÃO)
LOCAL: POJUCA, BAHIA, BRASIL 
LINHA: SALVADOR – ALAGOINHAS
OPERADOR: RFFSA
TIPO DE ACIDENTE: DESCARRILAMENTO / EXPLOSÃO DE VAGÕES TANQUE
CAUSA: MAU ESTADO DA FERROVIA 
COMBOIO/TRENS: 1 (1 LOCOMOTIVA E 22 VAGÕES TANQUE)
PASSAGEIROS: 0
MORTOS: 100
FERIDOS: MAIS DE 200
- Vila Socó (1984)
O incêndio na Vila Socó foi um incêndio de grandes proporções que atingiu a favela de Vila Socó, em Cubatão, no estado de São Paulo, na madrugada entre os dias 24 e 25 de fevereiro de 1984. O número oficial de mortos é de 93 pessoas, o que é contestado.
A Vila Socó, que ficava à margem da via Anchieta sobre uma faixa de mangue de aproximadamente 2 000 m x 80 m, tinha pouco mais de 6 mil habitantes distribuídos em cerca de seiscentos barracos, segundo dados de autoridades na época. Por outro lados, sobreviventes estimaram em até 12 mil o número de moradores e entre 1 200 e 2 500 a quantidade de barracos que compunham a favela. Boa parte da favela era sustentada por palafitas fincadas por quase todo o mangue. Os barracos eram ladeados por pontes (ou passarelas) de madeira, construídas para a circulação dos moradores.
Pouco antes do incêndio, 700 mil litros de gasolina vazaram de um duto de uma refinaria da Petrobras localizada próximo à região, o que contribuiu para seu início. Não se sabe se o fogo foi causado por uma faísca de um fósforo ou um curto-circuito. O incêndio começou por volta da meia noite, na madrugada entre os dias 24 e 25 de fevereiro de 1984, na favela de Vila Socó, em Cubatão, no estado de São Paulo. Um dos primeiros bombeiros a chegar ao local foi o coronel reformado da Polícia Militar, José Marques Trovão Neto, que comentou que não tinha ideia da dimensão do incêndio, onde viu "muita tristeza": "Os moradores nos [procuravam] para irmos até os barracos deles e nós íamos até lá e estavam mulheres, crianças, bebês todos carbonizados. Foi muito triste". O fogo atingiu 1,2 mil barracos, matando 93 pessoas e deixando 3 mil desabrigadas, segundo dados oficiais.
O acidente teve destaque em toda a imprensa. Investigações posteriores confirmaram que uma falha de comunicação entre um funcionário da Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, e uma das pessoas responsáveis pela operação de um dos terminais da estatal, localizado no Porto de Santos, foi a provável causa do incêndio, Naquele dia, seria transferida uma grande quantidade de gasolina para o terminal, interligado com a refinaria por dutos que passavam debaixo da favela. Tempo antes do desastre, quando milhares de litros de gasolina começavam a ser transportados por um dos dutos, estava totalmente fechada uma válvula do terminal, que deveria estar aberta para receber o combustível. Isso possivelmente causou uma forte pressão no duto, culminando no seu rompimento e, consequentemente, no vazamento de cerca de 700 mil litros de gasolina, que se espalharam rapidamente pelas lamas do mangue. Assim, em poucos instantes, um fogaréu se alastrou por toda a favela. Também não foi descartada a hipótese de má conservação dos dutos, construídos nos anos 40, e sem manutenção há anos.
Com relação ao socorro às vítimas, houve um fator agravante: ao ser alertada por moradores logo no início do incêndio, a Petrobras declarou que não poderia tomar nenhuma decisão até a chegada de seu engenheiro responsável, que residia em Santos. Segundo um tenente da Polícia Militar, que coordenava os socorros na favela, a espera de mais de uma hora pela chegada do profissional complicou ainda mais os trabalhos de busca. A atitude da Petrobras foi classificada como de negligência.
Os números oficiais do incêndio são de 93 mortos, conforme apuração da Polícia Militar. Entretanto, são contestados por entidades e testemunhas que vivenciaram o episódio. Segundo eles, o número de vítimas poderia chegar a quatrocentos, já que informações paralelas às oficiais relatavam que mais de trezentas pessoas, em sua maioria crianças, desapareceram após a tragédia. Segundo documentos inéditos obtidos pelo Jornal da Band em 2014, o número total de vítimas fatais pode ser de 508.
HORA: 00H00
DATA: 25 DE FEVEREIRO DE 1984
LOCAL: FAVELA DA VILA SORÓ
TIPO: INCÊNDIO
CAUSA: FAÍSCA DE UM FÓSFORO OU CURTO-CIRCUITO
MORTES: 93 (OFICIAL)
- Edifícios da Companhia Energética de São Paulo (1987)
O incêndio nos edifícios da Companhia Energéticas de São Paulo (CESP) foi um episódio ocorrido na noite de 21 de maio de 1987 e que perdurou até ao final da tarde do dia seguinte.
O fogo iniciou-se por volta das 18h30 e atingiu praticamente todos andares dos Edifícios "Sede 1" e "Sede 2" da companhia, localizado na Avenida Paulista, próximo à esquina desta com a Rua Augusta ao lado do edifício do Banco Safra, sobre

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