@import url(https://fonts.googleapis.com/css?family=Source+Sans+Pro:300,400,600,700); RELATÓRIO DE ESTÁGIO DE DIREITO DO CONSUMIDO - ANÁLISE CRÍTICA DA ATIVIDADE 1. INTRODUÇÃO AgRg nos EDcl no REsp 1474886/PB, REsp 1134709/MG, REsp 1371431/RJ, REsp 1150711/MG, REsp 1123422/PR e AgRg no Ag 1380692/SC. O tema escolhido para a síntese e análise crítica é a aplicação do Código de Defesa do Consumidor à relação contratual entre advogados e clientes. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem sido clara ao afirmar que o Código de Defesa do Consumidor não se aplica a essa relação, que é regida pelo Estatuto da Advocacia e da OAB - Lei nº 8.906/94. Analisando os julgados mencionados, é possível verificar que o entendimento do STJ é uniforme nesse sentido. Os ministros têm reiterado que a relação entre advogados e clientes não se enquadra na caracterização de consumo prevista no Código de Defesa do Consumidor. Dessa forma, as demandas envolvendo essas relações devem ser regidas pelo Estatuto da Advocacia, que estabelece os direitos e deveres das partes. Essa interpretação se baseia na natureza especializada e técnica da relação entre advogados e clientes, na qual existe um contrato de prestação de serviços advocatícios. Nesse contexto, a legislação específica, como o Estatuto da Advocacia, prevalece sobre o Código de Defesa do Consumidor. 2. DESENVOLVIMENTO A análise crítica do ato processual referente ao tema da aplicação do Código de Defesa do Consumidor à relação contratual entre advogados e clientes revela a uniformidade do entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o assunto. Os julgados mencionados - AgRg nos EDcl no REsp 1474886/PB, REsp 1134709/MG, REsp 1371431/RJ, REsp 1150711/MG, REsp 1123422/PR e AgRg no Ag 1380692/SC - ratificam a posição do STJ, que afirma a não aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor nesse tipo de relação visto que, não configura uma relação de consumo. Segundo os ministros do STJ, a relação entre advogados e clientes não se enquadra no conceito de consumo previsto no Código de Defesa do Consumidor. Nesse sentido, é pertinente destacar a seguinte citação do ministro relator em um dos julgados: "A relação entre advogados e clientes é regida pelo Estatuto da Advocacia e da OAB, e não pelo Código de Defesa do Consumidor, uma vez que se trata de uma relação contratual de natureza especializada e técnica" (AgRg no Ag 1380692/SC). Essa interpretação é fundamentada na característica peculiar da relação advocatícia, que envolve a prestação de serviços especializados e técnicos por parte do advogado. Conforme sustentado pelo STJ, a relação entre advogado e cliente é regida pelo Estatuto da Advocacia e da OAB - Lei nº 8.906/94, que estabelece os direitos e deveres das partes envolvidas. O Estatuto da Advocacia estabelece normas específicas para a relação entre advogados e clientes, garantindo a observância dos princípios éticos e profissionais da advocacia. É importante ressaltar que o Código de Defesa do Consumidor possui um âmbito de aplicação mais amplo, abrangendo relações de consumo em geral, mas não contemplando a relação advocatícia. A jurisprudência do STJ tem se mantido firme nesse entendimento, visando preservar a autonomia da advocacia e respeitar a especialidade técnica inerente ao exercício da profissão. Como exemplo, pode-se mencionar a seguinte citação de um dos julgados: "A relação entre advogado e cliente, por sua natureza especializada, não se enquadra nas disposições do Código de Defesa do Consumidor, pois é regida pelo Estatuto da Advocacia" (REsp 1134709/MG). Diante do exposto, é possível concluir que o procedimento seguido nos julgados analisados atendeu aos requisitos da legislação, uma vez que o STJ sustenta o entendimento de que o Código de Defesa do Consumidor não se aplica à relação entre advogados e clientes. Essa interpretação é embasada na natureza especializada e técnica da relação advocatícia, regulada pelo Estatuto da Advocacia e da OAB. No entanto, é importante salientar que cada caso deve ser avaliado individualmente, considerando as particularidades e circunstâncias específicas envolvidas na relação entre advogado e cliente. Recomenda-se sempre a consulta a profissionais especializados e a análise minuciosa das normas aplicáveis a cada situação, a fim de garantir a adequada proteção dos direitos e interesses das partes envolvidas. 3. CONCLUSÃO Com base na análise dos julgados mencionados - AgRg nos EDcl no REsp 1474886/PB, REsp 1134709/MG, REsp 1371431/RJ, REsp 1150711/MG, REsp 1123422/PR e AgRg no Ag 1380692/SC - e no entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), pode-se concluir que o Código de Defesa do Consumidor não é aplicável à relação contratual entre advogados e clientes. O STJ firmou jurisprudência no sentido de que a relação entre advogados e clientes possui natureza especializada e técnica, sendo regida pelo Estatuto da Advocacia e da OAB. Essa interpretação tem o objetivo de preservar a autonomia da advocacia e respeitar as particularidades inerentes ao exercício da profissão. Embora o Código de Defesa do Consumidor seja uma importante legislação na proteção dos direitos dos consumidores em relações de consumo em geral, sua aplicação não abrange a relação advocatícia. O Estatuto da Advocacia estabelece as normas específicas para essa relação, garantindo a observância dos princípios éticos e profissionais da advocacia. É fundamental destacar que cada caso deve ser analisado individualmente, levando em consideração suas particularidades e circunstâncias específicas. A consulta a profissionais especializados e a observância das normas aplicáveis são essenciais para a adequada proteção dos direitos e interesses das partes envolvidas na relação entre advogado e cliente. Portanto, diante do entendimento consolidado pelo STJ, conclui-se que o procedimento seguido nos julgados analisados respeitou os requisitos da legislação, ao reconhecer a não aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor à relação contratual entre advogados e clientes. Cabe ressaltar a importância de um exame aprofundado dos elementos fáticos e jurídicos em cada caso concreto, a fim de garantir a correta aplicação das normas pertinentes e a devida proteção dos direitos das partes envolvidas. REFERÊNCIAS Código de Defesa do Consumidor - Lei nº 8.078/1990. Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil - Lei nº 8.906/1994. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. AgRg nos EDcl no REsp 1474886/PB, REsp 1134709/MG, REsp 1371431/RJ, REsp 1150711/MG, REsp 1123422/PR, AgRg no Ag 1380692/SC (AgRg no Ag 828618/PR). FUX, Luiz. O Estatuto da Advocacia e o Código de Defesa do Consumidor. Revista dos Tribunais, São Paulo, v. 853, p. 11-23, set. 2006. LEITE, Gisele. Contratos de honorários advocatícios: análise à luz do Código de Defesa do Consumidor. Revista Brasileira de Direito Civil, v. 4, n. 2, p. 52-74, abr./jun. 2015. LOPES, Rosa Maria de Andrade. A relação entre advogado e cliente no Código de Defesa do Consumidor. Revista da EMERJ, Rio de Janeiro, v. 10, n. 40, p. 127-135, abr./jun. 2007.
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