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IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

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01. O Município X contratou, regularmente, a empresa Cuidadora de Imóveis Ltda., 
para ser a administradora de todos os imóveis ocupados por suas autarquias. 
O mesmo ente estatal contratou, também regularmente, a empresa de vigilância 
Olho Esperto Ltda. para prestar serviços de vigilância, incluídas portaria e zeladoria, 
às autarquias. 
A pessoa jurídica Olho Esperto que contratara Arcanjo Serafim e o designara para 
prestar serviços de zelador na sede da autarquia Serviços Funerários Municipais, teve 
decretada judicialmente sua dissolução e, por isso, rescindiu o contrato de trabalho 
de Serafim, tendo a Prefeitura Municipal rescindido o contrato com aquela pessoa 
jurídica. 
Não obstante a rescisão contratual, instado pela administradora do imóvel, Arcanjo 
Serafim continuou a residir e a prestar serviços no imóvel de titularidade daquela 
autarquia. Sem ocupar cargo ou emprego, o zelador recebia remuneração 
regularmente nos mesmos moldes anteriormente avençados com a Olho Esperto 
Ltda. quando esta era contratada com a Administração Pública. 
Instaurado inquérito civil, o Ministério Público apurou que a remuneração do 
zelador, após a rescisão efetivada por Olho Esperto Ltda. era paga pela 
administradora do imóvel, e que os recursos tinham origem no repasse feito pela 
Administração Pública à Cuidadora de Imóveis, com observância do pacto vigente 
entre esta e o Município. 
Restrito(a) à situação fática acima descrita, explique, fundamentando sua resposta, 
se a atuação da administradora dos imóveis autárquicos e/ou do zelador configura 
ou não ato de improbidade. 
Em relação à situação fática acima descrita, a atuação da Administradora dos imóveis 
autárquicos, bem como a atuação do zelador, configuram atos de improbidade, uma 
vez que não foram observadas as prescrições legais para a contratação do zelador, 
após a empresa Olho Esperto, que inicialmente era responsável pela contratação, ter 
sido dissolvida por decreto judicial. 
A Administradora Cuidadora de Imóveis LTDA não observou os tramites legais e 
regulamentações necessárias para que o zelador pudesse, de forma legal, continuar 
exercendo suas atividades no imóvel. Pelo contrário, o zelador recebia remuneração 
exatamente nos mesmos moldes que recebia da empresa Olho Esperto, entretanto 
não ocupava de maneira oficial qualquer cargo ou emprego, e, ainda sim, para a 
manutenção de seu salário, a Administradora repassava recursos oriundos da 
Administração Pública. 
 Ao efetuar esse repasse, causou prejuízos erário (art. 10 da LIA), espécie de 
improbidade na qual o agente que a comete não obtém para si nenhum 
enriquecimento, entretanto, dá causa perdas nos cofres públicos. Ademais, a referida 
lei também dispõe a necessidade de observância das normas relativas à celebração, 
fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pública 
com entidades privadas (art. 11, VIII – LIA). 
Quanto ao zelador, ainda que não possuísse qualquer vinculo como agente público, 
também cometeu ato de improbidade, conforme dispõe o art. 3 da Lei de Improbidade 
Administrativa: 
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não 
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou 
dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 
No caso em questão, é inquestionável que o zelador se beneficiou da prática de 
improbidade por parte da Administradora de imóveis, uma vez que continuou a 
receber sua remuneração nos mesmos moldes que anteriormente. 
Sendo assim, pode-se concluir que houve, de fato, ato de improbidade administrativa 
por parte da Administradora de Imóveis, mas, não só, como também por parte do 
zelador. 
02. A Constituição Federal e a Lei 8.429/92 são silentes sobre o foro por prerrogativa 
de função para processar e julgar atos de improbidade, por isso a jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal e a do Superior Tribunal de Justiça são uníssonas quanto à 
impossibilidade de aplicação de foro por prerrogativa de função em ações de 
improbidade. 
Isto significa que aqueles Tribunais entendem que agentes políticos não respondem 
por crimes de responsabilidade e por atos de improbidade? 
Explique sua resposta, de modo fundamentado. 
A princípio, cabe salientar que pode configurar sujeito passivo do ato de 
impropriedade todas as categorias de agentes públicos, sendo estes também 
servidores estatutários, empregados públicos celetistas, agentes políticos, contratados 
temporários e particulares em colaboração com a Administração, tais como os 
requisitados de serviço, podendo estes serem exemplificados pelos mesários. Ademais, 
pessoas jurídicas não se excluem da qualidade de sujeito ativo dos atos de 
improbidade, podendo configurar como terceira beneficiada. Os agentes políticos, em 
questão, também não se excluem da responsabilidade. 
A esse respeito, o STF entende que os agendes políticos estão, de fato, sujeitos a um 
duplo regime sancionatório, ou seja, sujeitos a responder tanto pelos crimes de 
responsabilidade quanto pelos atos de improbidade aos quais der causa. 
Excepcionalmente, entende o STF que a Lei de Improbidade não se aplica ao 
Presidente da República quando a mesma conduta já for punida pela Lei dos Crimes de 
Responsabilidade. Submete-se, então, o Presidente, a Lei de Crimes de 
Responsabilidade, porém não a lei de improbidade. 
Isso se dá pelo fato de não haver impedimento de punição em esferas distintas. Isto, 
pois, não há fundamento constitucional para a não punição em ambas esferas. 
Ressaltam os Tribunais que foro especial por prerrogativa de função previsto na 
Constituição Federal em relação às infrações penais comuns não é extensível às ações 
de improbidade administrativa, de natureza civil. 
Resumindo, a única exceção ao duplo regime sancionatório em matéria de 
improbidade se refere aos atos praticados pelo Presidente da República, conforme 
previsão do art. 85, V, da Constituição. 
03. Homero Antão, servidor público estável lotado no TRT da 9ª. Região, permitiu, 
sem querer e sem a observância das prescrições legais, que a empresa Limpeza 
Laboral Ltda., utilizasse, por duas semanas, o depósito, a garagem e uma sala com 
computador, impressora e telefone, da sede do Tribunal, para atividades particulares 
e estranhas ao serviço público, fato que gerou um prejuízo de R$ 100.000,00 ao 
Tribunal. 
Limitado(a) exclusivamente ao texto acima, explique, de modo fundamentado, se o 
ato do servidor pode ou não ser enquadrado como improbo, e quais as suas 
eventuais consequências. 
Ato do servidor descrito acima, de permitir a empresa Limpeza Laboral Ltda utilizasse 
estruturas, ambientes e equipamentos, do órgão público, sem a devida observância 
das prescrições legais, pode, de fato ser enquadrado como um ato de improbidade. 
De forma mais específica, o ato do servidor Homero Antão, pode ser configurado como 
uma espécie de improbidade, a qual causa prejuízo ao erário. Isto é, os atos de 
Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo Erário não resultam em 
enriquecimento do agente público que o pratica, mas, sim, resultam em certa lesão 
financeira aos cofres públicos. Esse prejuízo deve ser comprovado para que se 
comprove o efetivo dano. 
Ademais, isto está regulado pelo art. 10 da Lei LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992: 
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário 
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, 
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades 
referidas no art. 1º desta lei. 
Sendo assim, ainda que sem querer, como disposto acima, o ato que causa lesão ao 
erário, seja cometido por ação ou omissão do agente, de forma culposa (como o “sem 
querer” do caso em questão), ou dolosa, configura-se, de fato, em ato de improbidade 
administrativa. Portanto, o ato do servidor podeser enquadrado como improbo. 
Ressalta-se, por fim, que o Servidor também atentou quanto aos princípios da 
Administração Pública, taxados no art. 11 da LIA, uma vez que não observou os 
trâmites legais ao conceder a utilização de estruturas públicas á empresa de limpeza. 
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da 
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, 
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: 
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas 
de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas.

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